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<p>Resenha sobre a Reforma Psiquiátrica</p><p>Antigamente as pessoas com problemas mentais eram considerados pela sociedade como</p><p>“loucas”, agressivas, que seria resultado de macumba, feitiçaria, e praga dos deuses, e que</p><p>mereciam a morte ou o isolamento total. Hipócrates e alguns estudiosos começaram a refletir</p><p>sobre o que necessariamente seria a causa, a buscar respostas para esse comportamento,</p><p>ignorando os mitos da população em geral. Primeiramente eles acreditavam que as doenças</p><p>mentais viriam por conta de difusões no corpo, ou seja, era algo de funcionamento físico. No</p><p>século XVII ocorreu a denominada primeira revolução psiquiátrica onde os indivíduos acometidos</p><p>por enfermidade da mente passaram a ser reconhecidos como dignos de cuidados médicos,</p><p>reduzindo o estigma de serem temidos, hostilizados, rejeitados ou, ainda, “possuídos”, era mais</p><p>uma mudança de pensamento na época. Só na Itália a partir de 1960 o psiquiátrica Franco</p><p>Basaglia, que revolucionou com suas abordagens e terapias no tratamento de pessoas com</p><p>transtornos mentais nas cidades italianas de Trieste e Gorizia, ele teve ampla liberdade para</p><p>aplicar seus modos de tratar e ver os “loucos” quando assumiu a direção de um Hospital. Em vez</p><p>de isolar, colocar sobre vigilância 24 horas com choques elétricos e camisas de força, ele</p><p>acreditava que prender não era cuidar, e que essas pessoas não eram objetos , mesmo sendo</p><p>considerados diferentes pela sociedade, ainda eram seres humanos, e que como todos, merecia</p><p>respeito e direitos iguais, com um tratamento humanizado. Seu pensamento rompeu barreiras</p><p>sociais e religiosas, mas que teve um retorno positivo com a melhora de muitas pessoas que</p><p>estavam internadas, o que levou a prefeitura a fechar o hospital psiquiátrico, optando</p><p>gradualmente pela abertura de novos centros terapêuticos territoriais, como os concebidos por</p><p>Basaglia. A partir de 1973 a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a recomendar as</p><p>abordagem de Basaglia para todos os países. No Brasil O processo de Reforma Psiquiátrica teve</p><p>seu início ao final da década de 70, logo ao fim do período da ditadura militar, onde não se tornou</p><p>apenas uma pauta de saúde publica mas também políticas. O foco geral era a busca por direitos</p><p>dos pacientes, os locais de internação, principalmente os manicômios, onde as pessoas com</p><p>problemas mentais sofriam violência . A Lei Antimanicomial foi uma conquista nesse movimento</p><p>contra os manicômios, ela tem como diretriz principal a internação do paciente somente se o</p><p>tratamento fora do hospital se mostrar ineficaz.</p><p>A partir do ano de 1992, os movimentos sociais, inspirados pelo Projeto de Lei Paulo Delgado,</p><p>conseguem aprovar em vários estados brasileiros as primeiras leis que determinam a substituição</p><p>progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental e</p><p>consequentemente o processo de expansão dos CAPS e NAPS. As fiscalizações nos hospitais</p><p>psiquiátricos e os direitos desses pacientes perante a sociedade.</p><p>O autor Janio Muniz diz que a reforma veio então para propor um novo olhar sobre a loucura,</p><p>porque as pessoas vêem o que estão acostumadas a ver, [...], é preciso ver diferente para mudar.</p><p>E quando as pessoas começaram a ver diferente, foram capaz de mudar a maneira de ver a esse</p><p>público que era tão menosprezado e julgado, como seres humanos que só precisam de cuidados</p><p>e respeito como qualquer um.</p><p>Aluna: Camila Tapajós Mota Turma: 21TEVA</p>