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<p>DEFINIÇÃO</p><p>Histórico da Farmacologia. Conceitos essenciais da Farmacologia. Aplicações da</p><p>Farmacologia. Fases da pesquisa clínica: desenvolvimentos de fármacos. Princípios gerais da</p><p>ação medicamentosa.</p><p>PROPÓSITO</p><p>Conhecer a evolução histórica dos principais conceitos da Farmacologia, o que é fundamental</p><p>para a atuação das substâncias químicas nos sistemas biológicos e suas aplicações no que</p><p>tange à promoção de melhoria na qualidade de vida individual e da sociedade.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Descrever o histórico e a evolução da Farmacologia como ciência</p><p>MÓDULO 2</p><p>Identificar os principais conceitos da Farmacologia, suas aplicações associadas e a ação</p><p>medicamentosa dos fármacos</p><p>MÓDULO 3</p><p>Reconhecer os processos de desenvolvimentos dos fármacos e a importância de cada fase</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>jcomp / Freepik</p><p>PARA COMEÇARMOS O ESTUDO DA FARMACOLOGIA,</p><p>PRECISAMOS COMPREENDER CONCEITOS</p><p>FUNDAMENTAIS, COMO: O QUE É SAÚDE? O QUE É</p><p>DOENÇA? O QUE SÃO MEDICAMENTOS?</p><p>Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o conceito de saúde é amplo, pois não está</p><p>ligado apenas à ausência de doença, e sim a uma relação perfeita entre o bem-estar físico,</p><p>mental e social. Esta definição, descrita em 1947, foi bastante criticada, já que aponta para algo</p><p>“inalcançável”. Cabe destacar que essa definição é válida até os dias de hoje, porém ainda é</p><p>alvo de críticas e reflexões de muitos pesquisadores.</p><p> ATENÇÃO</p><p>O termo doença pode ser descrito como estado causado por uma afecção em um organismo,</p><p>alterando seu bem-estar. O Ministério da Saúde traz esse conceito como uma alteração ou um</p><p>desvio do estado de equilíbrio de um indivíduo com o meio ambiente, conceito este adotado em</p><p>1987.</p><p>O estudo dos medicamentos é importante para obter uma melhor compreensão da atuação das</p><p>drogas dentro do organismo humano. Historicamente, os medicamentos foram originados de</p><p>elementos da natureza e, até hoje, são recursos fundamentais na melhoria da qualidade de</p><p>vida do indivíduo, seja trazendo a cura, seja amenizando a dor, seja para fins diagnósticos.</p><p>Podemos dizer que o medicamento é uma das “pontes” que leva o nosso organismo da doença</p><p>para a saúde.</p><p>MÓDULO 1</p><p> Descrever o histórico e a evolução da Farmacologia como ciência</p><p>HISTÓRICO DA FARMACOLOGIA</p><p>Séculos atrás, as doenças eram usualmente consideradas como possessões demoníacas ou</p><p>resultantes da raiva dos deuses. Muitas vezes, para ajudar no combate aos sintomas, a</p><p>população utilizava rituais religiosos e poções à base de ervas. O uso de substâncias químicas</p><p>esteve, desde então, presente na sociedade, no intuito de aliviar a dor e o sofrimento físico.</p><p>Segundo a fala do famoso médico, alquimista, físico e astrólogo Paracelso, do século XVI:</p><p>“O QUE DIFERE VENENO DE REMÉDIO É A DOSE”.</p><p>Fonte: Domínio Público / Wikipedia</p><p>Quando estudamos a história dos medicamentos, nós nos confrontamos com um único</p><p>profissional que era capaz de compreender os sintomas, diagnosticar as enfermidades e</p><p>preparar formulações medicamentosas a fim de tratar o doente. Este profissional era médico e</p><p>farmacêutico ao mesmo tempo.</p><p>A história da farmácia e dos medicamentos é bem descrita por Cláudio Galeno, médico e</p><p>filósofo nascido em Pérgamo, antiga cidade grega, hoje território da Turquia.</p><p>Galeno criou uma coletânea (Corpus Galenus), na qual abrange o campo da Medicina,</p><p>Filosofia, Matemática, Gramática e do Direito. Uma de suas principais obras é o De methodo</p><p>medendi, escritos em 14 volumes, abordando a parte terapêutica. O médico ressaltava que a</p><p>doença se iniciava a partir de uma desordem humoral ou até mesmo a partir de lesões do</p><p>corpo. Ao compreender os sintomas do paciente, seria possível traçar um prognóstico e iniciar</p><p>a terapêutica adequada para o quadro, objetivando o equilíbrio humoral.</p><p>PROGNÓSTICO</p><p>Termo muito utilizado na Medicina. Ele se baseia no diagnóstico do paciente a fim de</p><p>prever a evolução e as consequências de alguma patologia.</p><p>A base terapêutica de Galeno era pautada em alguns fatores, como: personalidade do</p><p>paciente, idade, raça e até mesmo o clima em que ele vivia. Ele acreditava que esse conjunto</p><p>de fatores interferiam de alguma forma nos humores no corpo. Diante dessas respostas, era</p><p>traçado qual medicamento seria ministrado ao paciente.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>O termo farmacologia vem do grego fármacon, que significa droga e logia, derivado de lógus,</p><p>que significa estudo. Desta forma, a Farmacologia é um ramo da Farmácia que estuda como as</p><p>substâncias químicas interagem com os sistemas biológicos.</p><p></p><p>No começo do século XIX, boa parte dos medicamentos eram de origem natural,</p><p>independentemente de ser extraído de um vegetal, mineral ou animal, e, muitas vezes, de</p><p>javascript:void(0)</p><p>estrutura química e natureza desconhecidas, como a obtenção de morfina, derivada do ópio</p><p>retirado do leite da papoula. Anos depois, com a descoberta da química orgânica, muitas</p><p>drogas foram isoladas e identificadas, favorecendo a evolução da farmacologia moderna.</p><p>No século XX, novos fármacos foram desenvolvidos, muitos de origem sintética, e introduzidos</p><p>no mercado, proporcionando aos pacientes uma possibilidade de cura para doenças ditas fatais</p><p>e, frequentemente, de natureza infecciosa, como tuberculose, varíola e gripe espanhola.</p><p>Fonte: Lullmann, 2017</p><p> Figura 1: Da papoula à morfina</p><p></p><p></p><p>Atualmente, boa parte dos medicamentos são produzidos em escala industrial, respeitando as</p><p>boas práticas de fabricação e, desta forma, conseguiram alcançar um papel central na</p><p>terapêutica.</p><p>Com o avanço da expectativa de vida e a necessidade no aumento da prevenção de doenças,</p><p>os medicamentos se apresentam como um dos maiores responsáveis pelos gastos com saúde</p><p>pública.</p><p>FARMACOLOGIA NO BRASIL</p><p>Fontes históricas relatam que, em 1549, partindo de Portugal, chegou ao Brasil o primeiro</p><p>governador geral, Tomé de Souza, acompanhado de uma comitiva de, aproximadamente, mil</p><p>pessoas. Nesse grupo, estava Diogo de Castro, um boticário, profissional responsável por</p><p>manipular e produzir medicamentos na frente dos pacientes, de acordo com a farmacopeia e</p><p>prescrição médica.</p><p>Ao chegar ao Brasil, Diogo de Castro encontrou uma comunidade indígena que utilizava raízes,</p><p>folhas, flores e sementes para tratar seus doentes. Os portugueses vieram com o intuito de</p><p>criar missões junto aos índios, mas, através desse trabalho, acabaram se dedicando ao</p><p>aprendizado da manipulação de matérias-primas extraídas da natureza para a produção de</p><p>remédios, como mostra a figura a seguir:</p><p>Fonte: Fiocruz, 2014</p><p> Figura: O contato com os índios fez dos jesuítas conhecedores de métodos curativos de</p><p>origem indígena. Coleção Hariberto de Miranda Jordão</p><p>COM O AVANÇAR DOS ANOS, VÁRIAS BOTICAS</p><p>FORAM FUNDADAS. FORAM INSTALADAS NA BAHIA,</p><p>EM PERNAMBUCO (OLINDA E RECIFE), NO</p><p>MARANHÃO, RIO DE JANEIRO E EM SÃO PAULO. A</p><p>BOTICA QUE GANHOU DESTAQUE FOI A DA BAHIA,</p><p>POIS SE TORNOU UM CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO.</p><p>A partir da primeira metade do século XIX, devido à necessidade crescente de medicamentos</p><p>para os enfermos, a botica – onde eram pesquisadas e manipuladas fórmulas extemporâneas –</p><p>deu lugar a outros dois novos tipos de estabelecimentos: a Farmácia e o Laboratório</p><p>Industrial Farmacêutico. A partir daí, as preparações passaram a ser manipuladas em</p><p>maiores quantidades e com melhores critérios de qualidade, já que as boticas não conseguiam</p><p>abastecer os hospitais com regularidade.</p><p>REMÉDIO X MEDICAMENTO: DEFINIÇÕES E</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>Fonte: freepik / Freepik</p><p>CONCEITOS:</p><p>Remédios</p><p>Remédios são todos os métodos ou cuidados terapêuticos que ajudam a aliviar desconfortos.</p><p>Um remédio para a fadiga, por exemplo, é o repouso. Outros recursos terapêuticos, como</p><p>fisioterapia, acupuntura, psicoterapia, massagens e compressas locais, também são</p><p>considerados remédios.</p><p></p><p>Medicamentos</p><p>Já o termo medicamento se refere a um produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou</p><p>elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico, na qual são</p><p>produzidos com rigoroso controle técnico para atender</p><p>às especificações determinadas pelos</p><p>órgãos reguladores (ANVISA, 2010).</p><p>Todo medicamento possui valores agregados, são eles:</p><p>Valor terapêutico;</p><p>Valor preventivo;</p><p>Ganhos em saúde, como melhoria da qualidade de vida; e</p><p>Redução dos custos da doença.</p><p>Os medicamentos são produtos acabados que contêm o componente responsável pelo</p><p>principal efeito, conhecido como princípio ativo ou fármaco, e seus adjuvantes farmacêuticos</p><p>necessários para facilitar a administração. Podem ser manipulados no intuito de atender a um</p><p>indivíduo. Seu preparado ocorre de maneira personalizada, para atender suas necessidades</p><p>em formulações nas mais variadas formas farmacêuticas. Esses medicamentos são</p><p>classificados em oficinais ou magistrais.</p><p>Embora os significados sejam bem próximos, os termos medicamento oficinal e magistral</p><p>possuem definições distintas. Veja os conceitos:</p><p>Medicamentos oficinais: são aqueles preparados diretamente em uma farmácia de</p><p>manipulação de forma individualizada, e não pela indústria farmacêutica. Essa preparação é</p><p>realizada a partir de formulações descritas no Formulário Nacional ou em Formulários</p><p>Internacionais reconhecidos por órgãos fiscalizadores, como, por exemplo, a manipulação de</p><p>uma solução de álcool iodado.</p><p>Medicamentos magistrais: são obtidos a partir de uma prescrição feita por um profissional</p><p>habilitado. Neste caso, o prescritor deverá fornecer informações quanto à dosagem,</p><p>composição, forma farmacêutica, posologia e ao modo de uso. A grande vantagem deste tipo</p><p>de medicamento é que poderemos obter formulações que conservem o princípio ativo e resolva</p><p>problemas de administração realizando alterações da formulação original. Podemos</p><p>exemplificar como medicamentos magistrais as formulações polivitamínicas prescritas de forma</p><p>individualizada por um endocrinologista.</p><p> SAIBA MAIS: UM CHÁ CASEIRO DE PLANTAS</p><p>MEDICINAIS É UM REMÉDIO OU UM MEDICAMENTO?</p><p>Diante do que discutimos, podemos afirmar que um chá é um remédio, e não medicamento, já</p><p>que o chá não é uma preparação elaborada que segue determinações de qualidade e</p><p>segurança.</p><p>CLASSIFICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS</p><p>Todos os medicamentos têm como garantia a segurança, eficácia e qualidade, colaborando</p><p>com o acesso da população àqueles considerados essenciais. Os medicamentos que são</p><p>produzidos pelas indústrias farmacêuticas apresentam distintas classificações de acordo com a</p><p>RESOLUÇÃO-RDC Nº 16, de 2 de março de 2007:</p><p>MEDICAMENTO INOVADOR</p><p>São medicamentos comercializados em âmbito nacional, que apresentam como princípio ativo</p><p>pelo menos um fármaco patenteado, caracterizando, desta forma, uma nova molécula que</p><p>agregue ganhos terapêuticos. De modo geral, os medicamentos inovadores podem ser</p><p>reconhecidos como medicamentos de referência.</p><p>MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA</p><p>A indústria farmacêutica, muitas vezes, investe em pesquisas clínicas no intuito de descobrir</p><p>novos fármacos. A partir dessas substâncias, são elaborados medicamentos inovadores, que</p><p>podem ser chamados de medicamentos de referência, ou seja, o produto inovador com marca</p><p>registrada.</p><p>Um medicamento de referência não precisa, necessariamente, conter uma molécula nova. Por</p><p>exemplo, o Buscopan é um medicamento de referência e tem como princípio ativo a</p><p>escopolamina. O Buscopan Composto tem, em sua fórmula, a associação da escopolamina</p><p>com dipirona e faz parte do rol de medicamentos de referência.</p><p>É importante frisar que o medicamento de referência precisa ter qualidade, eficácia e</p><p>segurança, o que só pode ser comprovadas depois de muitos investimentos em anos de</p><p>pesquisa. Esses medicamentos, como já discutimos anteriormente, poder ser patenteados;</p><p>desta forma, a indústria terá a exclusividade na comercialização da fórmula durante o período</p><p>de patente, que varia entre 10 e 20 anos. Cabe ressaltar que esta comercialização só ocorrerá</p><p>mediante autorização concedida por órgãos fiscalizadores, como a Anvisa. Após a expiração da</p><p>patente, outras indústrias poderão produzir e comercializar o produto.</p><p>MEDICAMENTOS GENÉRICOS</p><p>No início do século XX, a indústria brasileira de medicamentos tinha total domínio sobre o</p><p>comércio nacional, sem competição, exercendo, assim, preços elevados e, por vezes, baixo</p><p>investimento em tecnologia. Na década de 1990, com a abertura do comércio pela diminuição</p><p>das tarifas de importação e a assinatura do governo do Trade-Related Aspects of Intellectual</p><p>Property Rights (TRIPS), muitas indústrias nacionais saíram do mercado, gerando um aumento</p><p>exponencial das importações e, consequentemente, queda da indústria de medicamentos no</p><p>Brasil.</p><p>Diante do exposto, o governo pretendia reequilibrar este setor, e logo veio a criação da Lei nº.</p><p>9.787, de 1999, também conhecida como “Lei dos Genéricos”. Esta lei leva ao término da</p><p>concessão das patentes por mais de 20 anos, além de autorizar a produção de medicamentos</p><p>genéricos.</p><p>Os medicamentos genéricos têm como características o mesmo princípio ativo, na mesma</p><p>dose e forma farmacêutica do medicamento de referência, além de compartilhar a mesma via,</p><p>com a mesma posologia e indicação terapêutica. Para ganhar essa denominação, necessita</p><p>passar por testes que comprovem sua eficácia e segurança.</p><p>Os medicamentos são intercambiáveis, ou seja, após realização dos testes, é possível</p><p>assegurar a substituição do medicamento de referência pelo medicamento genérico. Essa</p><p>possibilidade é certificada por meio de ensaios que avaliam a bioequivalência entre eles.</p><p>Os testes de bioequivalência são avaliações comparativas entre medicamentos de referência e</p><p>genéricos, onde se busca comprovar que os genéricos e os de referência apresentam</p><p>biodisponibilidade igual no organismo. O teste de biodisponibilidade evidencia a quantidade de</p><p>fármaco que é absorvido e a velocidade deste processo por unidade de tempo. Desta forma,</p><p>quando dois fármacos apresentam a mesma biodisponibilidade, poderemos dizer que são</p><p>compatíveis e, portanto, intercambiáveis.</p><p>A fim de identificar os medicamentos genéricos, os fabricantes devem seguir algumas normas</p><p>pré-estabelecidas. Estes não possuem marca, e sim o princípio ativo indicado na caixa.</p><p>Apresenta uma tarja amarela com o termo Medicamento Genérico descrito, além do número e</p><p>nome da lei impressos na embalagem: “Medicamento Genérico Lei nº 9.787, de 1999”.</p><p>Fonte: Anvisa, 2020</p><p> Figura: Medicamentos genéricos</p><p>Os genéricos chegaram com o intuito de trazer mais acesso aos medicamentos de qualidade, a</p><p>fim de minimizar o domínio da produção por parte das grandes multinacionais. O preço dos</p><p>medicamentos genéricos geralmente é menor do que os medicamentos de referência.</p><p>MEDICAMENTOS SIMILARES</p><p>Os medicamentos similares contêm mesmo princípio ativo, mesma concentração, forma</p><p>farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica dos medicamentos de</p><p>referência, mas podem ser diferentes no tamanho e na forma do produto, no prazo de validade,</p><p>na embalagem, rotulagem, em excipientes e no veículo e devem sempre ser identificados pelo</p><p>nome comercial (marca). Testes de eficácia e segurança se fazem necessários para qualquer</p><p>medicamento. Porém, os estudos de biodisponibilidade relativa e bioequivalência são</p><p>obrigatórios no caso dos medicamentos classificados como tarjados.</p><p>O teste de bioequivalência para os similares tarjados só veio a ser obrigatório a partir de 2003,</p><p>com a Resolução RDC 134/2003, ou seja, são exigidos os mesmos testes que os genéricos</p><p>para a comprovação de que estes medicamentos apresentam o mesmo comportamento no</p><p>organismo quando comparado aos de referência. Essa modificação foi importante para garantir</p><p>a utilização dos medicamentos similares de forma segura.</p><p>Contudo, com os medicamentos de referência, os similares tarjados acabaram se tornando</p><p>intercambiáveis. Como base para este tipo de substituição, a Anvisa disponibiliza, em seu</p><p>portal, uma lista para consulta chamada Lista de medicamentos similares e seus respectivos</p><p>medicamentos de referência, conforme RDC 58/2014. Figura 4.</p><p> Figura: Medicamento de referência</p><p>X genérico X similar.</p><p>TARJADOS</p><p>Com seus riscos potenciais ao organismo. Essa classificação é identificada por tarjas</p><p>coloridas nas embalagens e inscrições que orientam a dispensação desses produtos. Os</p><p>medicamentos podem ser classificados de acordo com seus riscos potenciais ao</p><p>organismo. Essa classificação é identificada por tarjas coloridas nas embalagens e</p><p>inscrições que orientam a dispensação desses produtos.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Tipos de tarjas:</p><p>Vermelha: usada para identificar os medicamentos que têm contraindicação e</p><p>podem causar efeitos colaterais graves. Eles devem ser vendidos com</p><p>apresentação de receita, sem que esta fique retida no estabelecimento. Nesta tarja,</p><p>está escrito o seguinte: “Venda sob prescrição médica”.</p><p>Vermelha com retenção de receita: presente na embalagem de medicamentos de</p><p>controle especial. Medicamentos desta classe só podem ser vendidos com</p><p>apresentação do receituário especial, que ficará retido. Nesta tarja, é impressa uma</p><p>das seguintes mensagens: “Venda sob prescrição médica – só pode ser vendido</p><p>com retenção de receita” ou “Venda sob prescrição médica – só pode ser vendido</p><p>com retenção da receita. Atenção: risco para mulheres grávidas; causa graves</p><p>defeitos nas faces, nas orelhas, no coração e no sistema nervoso do feto”.</p><p>Preta: identifica os medicamentos com ação sedativa ou que ativam o sistema</p><p>nervoso central. Esses medicamentos podem ser classificados como psicotrópicos</p><p>ou entorpecentes. Esta tarja vem acompanhada da seguinte orientação: “Venda</p><p>sobre prescrição médica – o abuso deste medicamento pode causar dependência”.</p><p>Amarela: indica que o medicamento é genérico e deve conter a seguinte</p><p>mensagem: “Medicamento Genérico”, em azul.</p><p>MEDICAMENTOS BIOSSIMILARES (PRODUTOS</p><p>BIOLÓGICOS)</p><p>Esse tipo de medicamentos engloba aqueles que foram obtidos a partir de um processo</p><p>biológico, diferentemente das outras classes de medicamentos, que são obtidas por síntese,</p><p>extração ou purificação basicamente.</p><p>Estas moléculas são geralmente maiores e mais complexas, o que dificulta sua obtenção e</p><p>purificação, uma vez que são produtos do metabolismo de um organismo. Seu registro também</p><p>não segue aquele fundamentado na lei dos genéricos e é regulado pela Resolução RDC nº 55,</p><p>de 16 de dezembro de 2010. Nela, estão descritos alguns conceitos importantes, como:</p><p>Produto biológico: é o medicamento biológico que não é novo ou conhecido que contém</p><p>molécula com atividade biológica conhecida, já registrado no Brasil e que tenha passado</p><p>por todas as etapas de fabricação (formulação, envase, liofilização, rotulagem,</p><p>embalagem, armazenamento, controle de qualidade e liberação do lote do produto para</p><p>uso);</p><p>Produto biológico novo: é o medicamento biológico que contém molécula com atividade</p><p>biológica conhecida, ainda não registrado no Brasil, e que tenha passado por todas as</p><p>etapas de fabricação (formulação, envase, liofilização, rotulagem, embalagem,</p><p>armazenamento, controle de qualidade e liberação do lote de medicamento biológico</p><p>novo para uso);</p><p>Produto biológico comparador: é o produto biológico já registrado na Anvisa com base</p><p>na submissão de um dossiê completo e que já tenha sido comercializado no país;</p><p>Medicamento biológico similar: os produtos biossimilares são os produtos biológicos</p><p>registrados pela via de desenvolvimento por comparabilidade, que é a via regulatória</p><p>utilizada por um produto biológico para obtenção de registro, em que foi utilizado o</p><p>exercício de comparabilidade em termos de qualidade, eficácia e segurança entre o</p><p>produto desenvolvido para ser comparável e o produto biológico comparador;</p><p>Via de desenvolvimento por comparabilidade: é a via regulatória que poderá ser</p><p>utilizada por um produto biológico para obtenção de registro junto à autoridade</p><p>regulatória, em que foi utilizado o exercício de comparabilidade em termos de qualidade,</p><p>eficácia e segurança entre o produto desenvolvido para ser comparável e o produto</p><p>biológico comparador;</p><p>Via de desenvolvimento individual: é a via regulatória que poderá ser utilizada por um</p><p>produto biológico para obtenção de registro junto à autoridade regulatória, em que é</p><p>preciso apresentar dados totais sobre desenvolvimento, produção, controle de qualidade</p><p>e dados não clínicos e clínicos para demonstração da qualidade, eficácia e segurança do</p><p>produto.</p><p>Como são obtidos por processos distintos dos demais tipos de medicamento, não é possível</p><p>comparar os processos produtivos, e, portanto, a comparação (via da comparabilidade) se dá</p><p>pelos resultados clínicos que não podem ser inferiores àqueles esperados pelo medicamento</p><p>que perdeu sua patente.</p><p>A incorporação de medicamentos biológicos é, hoje, a maior estratégia para dar acesso a</p><p>produtos de biotecnologia aos pacientes e garantir a saúde financeira das instituições. Estima-</p><p>se que o uso desses medicamentos pode levar à redução de 80% do custo total do tratamento.</p><p>Foi essa tecnologia a responsável, por exemplo, pela incorporação do anticorpo monoclonal</p><p>Trastuzumabe no SUS, o que mudou o panorama do tratamento de câncer de mama no Brasil.</p><p>Assista ao vídeo a seguir para assistir a simulação de um caso clínico referente a classificação</p><p>dos medicamentos.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. SOBRE A HISTÓRIA DA FARMÁCIA E DOS MEDICAMENTOS, É</p><p>INCORRETO AFIRMAR QUE:</p><p>A) Geralmente, o boticário manipulava e produzia o medicamento na frente do paciente, de</p><p>acordo com a farmacopeia e a prescrição médica.</p><p>B) A história da Farmácia e dos medicamentos é bem descrita por Cláudio Galeno, que criou</p><p>uma coletânea conhecida como Corpus Galenus.</p><p>C) A base terapêutica de Galeno era pautada em alguns fatores, como: personalidade do</p><p>paciente, idade, raça e até mesmo o clima em que ele vivia.</p><p>D) No começo do século XIX, os medicamentos já eram de origem sintética, como a obtenção</p><p>da morfina.</p><p>E) No século XX, novos fármacos foram desenvolvidos, muitos de origem sintética, e</p><p>introduzidos no mercado trazendo aos pacientes mais possibilidade de cura.</p><p>2. SOBRE A HISTÓRIA DA FARMÁCIA E DOS MEDICAMENTOS, É</p><p>INCORRETO AFIRMAR QUE:</p><p>A) Para que dois medicamentos possam ser considerados intercambiáveis, será suficiente</p><p>apresentar os estudos de biodisponibilidade de cada um deles.</p><p>B) Um medicamento só é considerado de referência quando for bioequivalente ao</p><p>medicamento similar, ou seja, os dados dos testes de biodisponibilidade relativa mostraram a</p><p>bioequivalência entre o medicamento do teste e o medicamento de referência.</p><p>C) Para ser registrado na Anvisa, um medicamento genérico deve demonstrar que é</p><p>bioequivalente ao medicamento de referência, por meio da realização de teste de</p><p>biodisponibilidade relativa.</p><p>D) A bioequivalência refere-se à demonstração de equivalência farmacêutica entre produtos</p><p>distintos de mesma forma farmacêutica e contendo idêntica composição qualitativa e</p><p>quantitativa do(s) princípio(s) ativo(s), com biodisponibilidade comparável quando estudados</p><p>sobre um mesmo modelo experimental.</p><p>GABARITO</p><p>1. Sobre a história da Farmácia e dos medicamentos, é incorreto afirmar que:</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>No século XIX, os medicamentos preparados eram à base de produtos naturais,</p><p>independentemente de ser extraído de um vegetal, mineral ou animal, e, muitas vezes, de</p><p>estrutura química e natureza desconhecidas. A morfina é de origem natural, extraída do leite da</p><p>papoula, e não de origem sintética.</p><p>2. Sobre a história da Farmácia e dos medicamentos, é incorreto afirmar que:</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>Como pontuado ao longo da explanação do conteúdo, os medicamentos genéricos e similares,</p><p>para serem comercializados, precisam apresentar o estudo de biodisponibilidade. O estudo de</p><p>equivalência tem o intuito de garantir que um medicamento tem a mesma eficácia e segurança</p><p>de outro medicamento; neste caso, quando comparado ao medicamento de referência.</p><p>MÓDULO 2</p><p> Identificar os principais conceitos da Farmacologia, suas aplicações associadas e a ação</p><p>medicamentosa dos fármacos.</p><p>CONCEITOS DA FARMACOLOGIA E SUAS</p><p>APLICAÇÕES</p><p>Fonte: freepik / Freepik</p><p>Para melhor compreensão da Farmacologia, precisamos conhecer conceitos que são de</p><p>extrema importância no estudo dos fármacos. A Farmacologia pode ser dividida em dois</p><p>grandes grupos: Farmacocinética e Farmacodinâmica.</p><p>A Farmacocinética estuda o destino do fármaco ao atingir o organismo. É de extrema</p><p>importância, pois fornecerá parâmetros fundamentais para traçar a posologia ideal. Ou seja,</p><p>ajuda a compreender qual é a dose do medicamento capaz de provocar uma resposta</p><p>terapêutica desejada no paciente, além de trazer informações sobre variação de respostas</p><p>entre grupos diferentes de indivíduos.</p><p>Fonte: freepik / Freepik</p><p>A Farmacodinâmica estuda o efeito dos fármacos no organismo descrevendo seu mecanismo</p><p>de ação, bem como a relação entre a dose e seus efeitos obtidos.</p><p>A Farmacologia pode, ainda, ser dividida quanto ao tipo de estudo: Farmacognosia,</p><p>Farmacotécnica, Farmacogenética e Toxicologia. Conheça cada um desses ramos da</p><p>Farmacologia:</p><p>FARMACOGNOSIA</p><p>É o ramo da Farmacologia que tem como alvo de estudo os princípios ativos naturais sob todos</p><p>os aspectos.</p><p>FARMACOTÉCNICA</p><p>É considerada uma ciência de aplicação, ou seja, é o estudo das formas farmacêuticas sob</p><p>os aspectos relacionados à constituição, ao planejamento, à formulação e preparação, bem</p><p>como ao acondicionamento, à conservação e correção de sabor, odor e cor. Sua grande</p><p>importância é garantir uma forma farmacêutica ideal para maior absorção do princípio ativo,</p><p>conforme tratamento.</p><p>FORMAS FARMACÊUTICAS</p><p>javascript:void(0)</p><p>A forma farmacêutica é o estado final dos medicamentos, ou seja, a forma dos</p><p>medicamentos após serem submetidas às manipulações farmacêuticas necessárias, no</p><p>intuito de facilitar a sua administração e obter o efeito terapêutico desejado. Uma forma</p><p>farmacêutica ideal garantirá a adesão ao tratamento pelo paciente, além de garantir a</p><p>precisão da dose e proteger os ativos durante o percurso pelo organismo, objetivando a</p><p>chegada do princípio ativo no local de ação, para finalmente obter o efeito farmacológico,</p><p>bem como proteger o fármaco de condições que poderiam alterá-lo, como umidade,</p><p>sensibilidade à luz, temperatura ou ar ambiente.</p><p>FARMACOGENÉTICA</p><p>É o ramo da Farmacologia que tem por objetivo estudar a variabilidade genética dos pacientes</p><p>com relação a um tratamento específico. Muitas vezes, a genética ditará o desempenho ou até</p><p>mesmo a tolerância de um medicamento.</p><p>TOXICOLOGIA</p><p>É a ciência que estuda tanto a composição de substâncias químicas quanto suas respostas no</p><p>organismo, observando seus danos e benefícios a curto e longo prazos. Essa ciência ajuda a</p><p>estabelecer o uso seguro dessas substâncias, já que nem todos os organismos respondem da</p><p>mesma maneira na presença de um composto químico. Apresenta como o principal objetivo</p><p>evitar que efeitos nocivos afetem a saúde de um ser.</p><p>Outro conceito de fundamental importância na Farmacologia é o perfil farmacoterapêutico.</p><p>DESTACA-SE POR SER UM REGISTRO CRONOLÓGICO</p><p>DAS INFORMAÇÕES DIRETAMENTE RELACIONADAS</p><p>AO CONSUMO DE MEDICAMENTOS POR UM</p><p>PACIENTE. ESSA INFORMAÇÃO AUXILIA O</p><p>PROFISSIONAL DE SAÚDE A ACOMPANHAR O</p><p>TRATAMENTO DO PACIENTE, OBJETIVANDO GANHOS</p><p>TERAPÊUTICOS.</p><p>Princípios gerais de ação dos fármacos:</p><p>Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, fármaco é a principal substância</p><p>encontrada dentro de uma formulação farmacêutica. Ele é responsável pela ação</p><p>farmacológica, trazendo como resultados ações profiláticas, curativas, paliativas ou para fins de</p><p>diagnóstico. Os fármacos podem ser classificados de acordo com sua origem: natural, animal,</p><p>vegetal ou sintética.</p><p>Sua ação no organismo poderá ser discutida em três fases:</p><p>FASE FARMACÊUTICA</p><p>Responsável pela desintegração, ou seja, liberação da forma de dosagem, seguida da</p><p>dissolução da substância ativa. Esta etapa agrega valor à formulação, pois determina a</p><p>liberação do fármaco a partir da forma farmacêutica. Estuda o modo como as propriedades</p><p>físico-químicas do fármaco, a forma farmacêutica e a via de administração afetam a velocidade</p><p>e a extensão de absorção do princípio ativo.</p><p>DESINTEGRAÇÃO</p><p>A desintegração consiste na liberação do ativo para meio biológico, que estará</p><p>diretamente relacionado à forma farmacêutica, como comprimidos, drágeas e cápsulas.</p><p>Essas formas farmacêuticas precisam desintegrar para liberar seu princípio ativo para o</p><p>organismo. Vale ressaltar que nem todas as formas farmacêuticas necessitam passar por</p><p>essa fase, como é o caso dos comprimidos efervescentes.</p><p>DISSOLUÇÃO</p><p>A dissolução consiste na solubilização do fármaco no meio onde ocorrerá a absorção,</p><p>desde que seja requerida uma ação farmacológica sistêmica, e não local. Esta etapa</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>contribuirá para determinar a velocidade da primeira etapa farmacocinética, a absorção</p><p>que consequentemente influenciará na biodisponibilidade.</p><p>FASE FARMACOCINÉTICA</p><p>Está relacionada ao movimento dos fármacos, ou seja, discute desde o momento em que o</p><p>fármaco é absorvido até sua excreção. Consiste na identificação e quantificação da passagem</p><p>do fármaco pelo sistema biológico.</p><p>FASE FARMACODINÂMICA</p><p>Estuda a interação dos fármacos diretamente com o local de ação, ou seja, sua afinidade com</p><p>seu receptor, que podem ser proteínas, enzimas ou receptores-alvo, e, consequentemente, a</p><p>sua ação farmacológica.</p><p>RECEPTOR</p><p>Macromolécula envolvida na sinalização química entre as células e no seu interior. São</p><p>alvos farmacológicos que podem estar localizados tanto na superfície celular quanto em</p><p>seu interior. Ao ativar um receptor, serão geradas respostas, muitas vezes estimulando</p><p>processos bioquímicos celulares, como, por exemplo, influxo de íons, fosforilação de</p><p>proteínas, entre outros.</p><p>AÇÃO FARMACOLÓGICA</p><p>Quando discutimos a ação farmacológica, precisamos compreender a interação dos fármacos</p><p>com seu alvo terapêutico.</p><p>O alvo terapêutico ou farmacológico permite interação entre o fármaco e o receptor, formando</p><p>um complexo estável capaz de permitir determinado efeito. Ainda neste contexto, podemos</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>discutir seletividade, que traduz a afinidade do fármaco com determinado sítio de ação, em vez</p><p>de outros locais. Desta forma, podemos dizer que, quanto mais seletivo for o fármaco, mais</p><p>seguro este será para o paciente. Considera-se um fármaco seguro quando conhecemos todos</p><p>os efeitos colaterais por ele apresentados, já que todos os medicamentos podem acarretar</p><p>efeitos não farmacológicos em decorrência do seu mecanismo de ação.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Apesar de muitas pessoas confundirem ou acharem que se trata do mesmo fenômeno, efeito</p><p>colateral e efeito adverso são eventos diferentes!</p><p>Efeito colateral</p><p>O efeito colateral é a decorrência causada pelo uso do medicamento em doses habituais,</p><p>gerando efeitos não intencionais. Esses efeitos geram uma resposta adversa ao medicamento</p><p>previsível.</p><p></p><p>Efeito adverso</p><p>Já o efeito adverso corresponde ao evento indesejado causado pelo uso do medicamento, e,</p><p>muitas vezes, não possui relação causal com o tratamento.</p><p>A ação farmacológica estará diretamente relacionada à dose que se é administrada de um</p><p>medicamento para o paciente, independentemente da via de administração escolhida. A dose é</p><p>a quantidade de medicamento capaz de gerar uma resposta terapêutica no organismo de um</p><p>paciente, preferencialmente sem gerar efeitos colaterais.</p><p>Após administração do fármaco, sua concentração plasmática aumenta à medida que o</p><p>fármaco é absorvido. A concentração máxima é alcançada e, em seguida, esse valor decai de</p><p>acordo com a eliminação do fármaco no organismo. A duração do efeito do fármaco está</p><p>diretamente relacionada à dose, como mostra a figura a seguir:</p><p>Fonte: LULLMANN, 2017</p><p> Figura: duração do efeito na dependência da dose.</p><p>Quando administramos um medicamento a um paciente, devemos respeitar a janela</p><p>terapêutica e a posologia. Veja os conceitos:</p><p>O termo janela terapêutica, também conhecido como índice terapêutico, é utilizado para</p><p>determinar as concentrações mínima e máxima de um fármaco que poderá ser</p><p>administrado a um paciente. Essa faixa de valores determinará o equilíbrio entre a</p><p>eficácia e a toxicidade do fármaco no organismo. A compreensão dessas faixas agrega</p><p>valores ao tratamento, já que podem ser evitados os quadros de submedicação e de</p><p>toxicidade.</p><p>Posologia é o estudo das doses. Ela determinará como o medicamento será</p><p>administrado com relação ao espaço de tempo e a concentração ideal, sempre</p><p>respeitando a janela terapêutica. Pode haver variação da posologia de paciente para</p><p>paciente, da doença que está sendo tratada e do tipo de medicamento administrado.</p><p>Agora que você já compreende esses conceitos, vamos entender um ramo da Farmacologia</p><p>importantíssimo na Farmacoterapia, a Farmacocinética Clínica. Este ramo da Farmacologia</p><p>estuda os processos cinéticos dos fármacos e possui uma relação direta com a</p><p>Farmacodinâmica, analisando de forma quantitativa e cronológica os processos de</p><p>administração, absorção, distribuição, biotransformação e eliminação das drogas no organismo</p><p>do paciente.</p><p>A ABORDAGEM DA FARMACOCINÉTICA CLÍNICA</p><p>AUXILIA NA DETERMINAÇÃO DA POSOLOGIA E DE</p><p>SEUS POSSÍVEIS AJUSTES, NA INTERPRETAÇÃO DE</p><p>RESPOSTAS INESPERADAS AOS MEDICAMENTOS, NA</p><p>COMPREENSÃO DA AÇÃO DAS DROGAS E NA</p><p>PESQUISA DE NOVOS MEDICAMENTOS.</p><p>Assista ao vídeo a seguir para uma simulação de um caso clínico referente ao efeito e dose</p><p>através do gráfico</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. A PARTIR DOS CONCEITOS DE FARMACOLOGIA ESTUDADOS NESTE</p><p>MÓDULO, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA ABAIXO:</p><p>A) Efeito colateral é um efeito prejudicial ou indesejável que ocorre durante ou após uma</p><p>intervenção ou o uso de um medicamento, em que há possibilidade razoável de relação causal</p><p>entre o tratamento e o efeito.</p><p>B) Efeito adverso é um efeito não pretendido (adverso ou benéfico) causado por medicamento</p><p>utilizado em doses terapêuticas.</p><p>C) O conceito de desintegração é empregado como medida da qualidade da forma de dosagem</p><p>oral, como comprimidos e cápsulas. É realizado para descobrir o tempo necessário para uma</p><p>forma de dosagem oral sólida, como um comprimido ou uma cápsula, para desintegrar</p><p>completamente, ou seja, perder a coesão, a fim de que, finalmente, o princípio ativo seja</p><p>liberado.</p><p>D) A fase terapêutica é a extensão de tempo em que a concentração do medicamento oferece</p><p>o desejado efeito: quando reduzida, o efeito está aquém do desejado, e, quando acima,</p><p>aparecem os efeitos tóxicos.</p><p>2. A FARMACOLOGIA PODERÁ SER DIVIDIDA EM DOIS GRANDES</p><p>GRUPOS: FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA. SOBRE ESSES</p><p>CONCEITOS, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA:</p><p>A) A Farmacodinâmica descreve algumas propriedades dos medicamentos, como: efeitos</p><p>terapêuticos e efeitos colaterais.</p><p>B) A Farmacocinética discute a biodisponibilidade, em que indica a velocidade e a extensão de</p><p>absorção de um princípio ativo em uma forma de dosagem. Ela ditará o efeito adverso da</p><p>droga.</p><p>C) A Farmacocinética descreve a ciência que estuda e descreve os efeitos dos medicamentos</p><p>e drogas no organismo, assim como seus mecanismos de ação e a relação entre a dose e os</p><p>efeitos provocados.</p><p>D) O conceito de Farmacodinâmica consiste no conhecimento dos fármacos, cuja velocidade</p><p>de absorção e/ou quantidade absorvida podem ser afetadas na presença de alimentos, bem</p><p>como aqueles que não são afetados.</p><p>GABARITO</p><p>1. A partir dos conceitos de Farmacologia estudados neste módulo, marque a alternativa</p><p>CORRETA abaixo:</p><p>A alternativa "C " está correta.</p><p>A desintegração é um termo bastante empregado na Farmacotécnica. Consiste na liberação do</p><p>princípio ativo no meio biológico. Desta forma, consegue-se determinar o tempo de liberação</p><p>do fármaco no organismo do paciente.</p><p>2. A Farmacologia poderá ser dividida em dois grandes grupos: Farmacocinética e</p><p>Farmacodinâmica. Sobre esses conceitos, marque a alternativa CORRETA:</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>A Farmacocinética e a Farmacodinâmica são conceitos distintos, que estão relacionados à</p><p>ação dos medicamentos sobre o organismo. A Farmacocinética é o estudo do caminho que o</p><p>medicamento faz no organismo desde que é ingerido até ser excretado; já a Farmacodinâmica</p><p>estuda a interação do medicamento com o local de ligação no intuito de se obter o efeito</p><p>farmacológico e até mesmo efeitos colaterais.</p><p>MÓDULO 3</p><p> Reconhecer os processos de desenvolvimentos dos fármacos e a importância de cada fase</p><p>PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DOS</p><p>FÁRMACOS</p><p>topntp26 / Freepik</p><p>O desenvolvimento de novos fármacos, desde a descoberta até sua real comercialização,</p><p>requer fases cruciais que devem ser cumpridas. Muitas vezes, essas etapas são realizadas em</p><p>parcerias das indústrias com centros de pesquisa de universidade. Existem ainda empresas</p><p>especializadas no planejamento e na síntese de novos fármacos que trabalham por demanda</p><p>das grandes corporações para inclusão de novos produtos no mercado, uma vez que estas</p><p>etapas podem levar mais de dez anos de pesquisa e investimento.</p><p>A primeira etapa de desenvolvimento de novos fármacos está diretamente relacionada à</p><p>pesquisa. Essa etapa consiste na busca de moléculas promissoras que sejam candidatas a</p><p>uma nova droga. Neste momento, são feitos ensaios de otimização química visando sua</p><p>efetividade e segurança.</p><p>Para agilizar esse processo, a indústria passou a utilizar os recursos da química combinatória e</p><p>a realizar testes totalmente controlados por robôs de alta capacidade, capazes de testar mais</p><p>de 1 milhão de amostras a cada ano. Esse fato, ao mesmo tempo em que reduziu, em parte, o</p><p>tempo da descoberta de novas drogas, fez com que os custos de desenvolvimento de um novo</p><p>medicamento aumentassem expressivamente (DIMASI et al., 2003).</p><p>Assim, de cada 30.000 moléculas sintetizadas:</p><p>20.000 (66,7%) entram na fase de estudos pré-clínicos;</p><p>200 (0,67%) entram na fase I de estudos clínicos;</p><p>40 (0,13%) passam para a fase II;</p><p>12 (0,04%) entram na fase III;</p><p>Somente 9 (0,027%) são aprovadas pelos órgãos regulatórios.</p><p> ATENÇÃO</p><p>É importante mencionar ainda que apenas um medicamento aprovado (0,003%) satisfaz o</p><p>mercado, e, em função disso, traz retorno para a indústria que o desenvolveu.</p><p>A compreensão do receptor farmacológico é fundamental quando se estuda ou se</p><p>desenvolve uma nova molécula candidata a fármaco. Quando pesquisamos uma molécula, ela</p><p>pode ter afinidade com o receptor de forma a aumentar ou diminuir uma função celular.</p><p>RECEPTOR FARMACOLÓGICO</p><p>Como vimos no módulo anterior, os receptores são macromoléculas que estão envolvidas</p><p>na sinalização química entre as células e no seu interior. Alvos farmacológicos que podem</p><p>estar localizados tanto na superfície celular, quanto em seu interior. Ao ativar um receptor,</p><p>serão geradas respostas muitas vezes estimulando processos bioquímicos celulares,</p><p>como por exemplo o influxo de íons, fosforilação de proteínas etc.</p><p>Uma mesma molécula poderá agir em vários receptores simultaneamente, gerando respostas</p><p>distintas. Dizemos, nestes casos, que a molécula possui pouca seletividade. A resposta</p><p>farmacológica pode ser determinada pelo tempo de permanência do complexo fármaco-</p><p>receptor.</p><p>javascript:void(0)</p><p> ATENÇÃO</p><p>Processos farmacodinâmicos e farmacocinéticos podem alterar o tempo de vida deste</p><p>complexo, ou seja, quanto maior o tempo de ligação, mais prolongado será o efeito</p><p>farmacológico exercido. É importante destacar que o período de ocupação pode levar tanto a</p><p>efeitos desejados quanto a efeitos tóxicos.</p><p>CONCEITO DE PESQUISA/ESTUDO CLÍNICO</p><p>A pesquisa pode ser classificada como:</p><p>Fonte: freepik / Freepik</p><p>Exploratória: objetiva a caracterização inicial do problema a ser estudado. Esta etapa constitui</p><p>a primeira etapa de toda a pesquisa científica.</p><p>Teórica: tem por objetivo a ampliação dos fundamentos teóricos, estruturação de modelos de</p><p>pesquisa.</p><p>Aplicada: tem como objetivo investigar, confirmar e recusar hipóteses apontadas pela pesquisa</p><p>teórica.</p><p>De campo: pesquisa observacional dos fatos. Neste tipo de pesquisa, não se consegue</p><p>controlar</p><p>as variáveis.</p><p>Experimental: tem por objetivo determinar o objeto de estudo. Neste tipo de pesquisa, é</p><p>possível controlar as variáveis que poderá influenciar na pesquisa.</p><p>Bibliográfica: compila todo conhecimento científico sobre o tema abordado.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Existem várias formas de classificar uma pesquisa, porém a maioria destes estudos</p><p>apresentam em comum o método aplicado. Exemplo: na área da saúde, é muito comum que</p><p>as pesquisas sejam divididas em experimental e epidemiológica.</p><p>A pesquisa experimental é mais cautelosa, pois, muitas vezes, são utilizados animais. A</p><p>vantagem desse tipo de pesquisa é que conseguimos controlar as variáveis, reduzindo os</p><p>graus de subjetividade.</p><p>A pesquisa epidemiológica investiga a saúde da população e os fatores diretamente</p><p>relacionados para agravo da saúde pública. Esse estudo se baseia na observação dos fatos e</p><p>em suas variações.</p><p>FASES DE ESTUDOS CLÍNICOS</p><p>As etapas de desenvolvimento de novos fármacos passam pelas etapas pré-clínicas e clínicas.</p><p>A etapa pré-clínica compreende teste in vitro e in vivo, muitas vezes em células e animais. A</p><p>etapa clínica tem por objetivo teste de segurança e eficácia em humanos e é dividida em quatro</p><p>fases:</p><p>TESTE IN VITRO E IN VIVO</p><p>Os testes ou ensaios ditos in vitro são aqueles realizados em laboratórios com</p><p>equipamentos e vidrarias, como por exemplo tubos de ensaios. Já os in vivo são ensaios</p><p>que se refere a uma experimentação feita em animais ou no tecido vivo, no intuito de</p><p>mimetizar uma resposta que poderá ocorrer no organismo humano.</p><p>javascript:void(0)</p><p>FASE I</p><p>Está relacionada à administração do medicamento pela primeira vez em seres humanos. São</p><p>testados um número pequeno de pacientes, de 20 a 100 voluntários. Nesta etapa, os indivíduos</p><p>sujeitos do estudo são saudáveis. Serão avaliadas diferentes vias de administração e</p><p>diferentes doses, a fim de determinar os prováveis limites da variação da dosagem</p><p>clinicamente segura. Haverá exceção quando se espera que o fármaco apresente toxicidade,</p><p>como os antineoplásicos. Neste caso, são usados pacientes voluntários com a doença, em vez</p><p>de voluntários sadios.</p><p>FASE II</p><p>Está relacionada à obtenção de mais dados quanto à segurança do fármaco e à avaliação de</p><p>sua eficácia. Nesta fase, os pacientes têm a doença para qual o fármaco está sendo testado.</p><p>Um número ainda relativamente pequeno de pacientes são estudados detalhadamente, em</p><p>torno de 100 a 200 voluntários. É nesta fase que normalmente são detectadas as falhas, como</p><p>a ausência do resultado esperado. Apenas uma pequena quantidade de fármacos em</p><p>desenvolvimento consegue passar por esta etapa e avançar para a próxima.</p><p>FASE III</p><p>Está ligada a um maior número de pacientes; são chamados de estudos multicêntricos,</p><p>normalmente com milhares de pacientes. Nesta fase, os sujeitos do estudo apresentam a</p><p>patologia em que o medicamento está sendo pesquisado, e o período de duração deste</p><p>estudo é superior aos anteriores, aproximadamente quatro anos.</p><p>São realizados em cenários bem similares daqueles previstos para o uso final. Geralmente, os</p><p>medicamentos são comparados a outros já existentes e recomendados para o mesmo</p><p>problema. Ainda nesta fase, são obtidas maiores informações sobre a segurança e eficácia do</p><p>fármaco e, até mesmo, as possíveis interações com outros fármacos. Os pacientes envolvidos</p><p>são divididos em dois grupos: um deles recebe o novo tratamento, e o outro recebe aquele que</p><p>já é habitual.</p><p>Cabe ressaltar que o paciente e o pesquisador desconhecem qual medicamento está</p><p>sendo administrado. Essa prática também é conhecida como ensaio duplo cego.</p><p>Desta forma, serão comparados os tratamentos e será analisada a superioridade de um sobre</p><p>o outro. As informações obtidas nessa etapa são de extrema relevância e irão compor a bula</p><p>do medicamento. É a mais trabalhosa, devido às dificuldades de planejamento e execução</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>frente a grandes quantidades de dados gerados. É também a mais custosa, visto que o número</p><p>de pacientes presentes na pesquisa é bem maior quando comparada às fases anteriores. Após</p><p>a fase III, poderá ser solicitada a patente.</p><p>PATENTE</p><p>O termo patente é definido como monopólio de exploração, por tempo determinado,</p><p>geralmente até 20 anos para fármacos novos, que é conferido pelo Estado, por meio do</p><p>Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com prévia anuência da Anvisa</p><p>(Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Cabe ressaltar que, apesar da indústria</p><p>detentora da patente ter o direito de exploração, não pode comercializar o produto antes</p><p>da autorização da Anvisa. Após a expiração da patente, qualquer indústria farmacêutica</p><p>poderá produzir o medicamento, podendo comercializá-lo como um produto genérico ou</p><p>similar.</p><p>Finalmente, ao passar por todas as três fases iniciais, a indústria solicita às autoridades</p><p>sanitárias o registro e a aprovação para a comercialização do medicamento. Para isso,</p><p>deverá apresentar todos os resultados envolvendo as fases pré-clínica e clínica juntamente ao</p><p>processo de produção. A agência reguladora, estando de acordo com a informações</p><p>fornecidas, concederá a autorização para lançamento e comercialização do novo medicamento.</p><p>FASE IV</p><p>Está relacionada ao monitoramento do medicamento após comercialização. Testes de</p><p>acompanhamento de uso são elaborados e implementados no intuito de obter informações</p><p>adicionais quanto à segurança e eficácia destes fármacos. Neste passo, poderão ser obtidas</p><p>novas informações de efeitos colaterais até então desconhecidos. Esta etapa é também</p><p>conhecida como farmacovigilância, mostrada na figura a seguir:</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: Katzung, 2013</p><p> Figura: O processo de desenvolvimento e teste necessário para levar um fármaco ao</p><p>mercado nos EUA. Algumas das exigências são diferentes para os fármacos usados em</p><p>doenças potencialmente fatais. IND- novo fármaco em investigação; NDA- pedido de novo</p><p>fármaco.</p><p>VIAS DE</p><p>COMPARAÇÃO/COMPARABILIDADE</p><p>Alguns fatores podem levar ao comprometimento do estudo clínico. A história natural da doença</p><p>influenciará no andamento dos estudos, já que muitas patologias sofrem flutuações, ou seja, as</p><p>doenças tendem a aumentar e a diminuir em gravidade. Por isso, em muitos ensaios, faz-se</p><p>necessário adotar esquemas para os indivíduos avaliados.</p><p>É comum que o mesmo paciente receba doses do medicamento que está sendo testado e, em</p><p>outro momento, receba placebo (no intuito do controle) e tratamento padrão, que é o controle</p><p>positivo.</p><p>PLACEBO</p><p>javascript:void(0)</p><p>Medicamentos placebo são aqueles que não apresentam nenhuma ação farmacológica</p><p>por não conter princípio ativo presente na formulação, porém apresenta aparência exata</p><p>de um medicamento real.</p><p>Fonte: YAKOBCHUK VIACHESLAV / Shutterstock</p><p>A presença de outra doença ou quando o paciente apresenta algum fator de risco também</p><p>pode impactar no andamento da pesquisa, já que muitas patologias podem alterar a</p><p>farmacocinética dos fármacos. A administração concomitante de fármacos ou até mesmo</p><p>alimentos pode levar à alteração significativa dos parâmetros farmacocinéticos e</p><p>farmacodinâmicos.</p><p>Para minimizar tais situações, o que, muitas vezes, pode ser feito é uma técnica chamada de</p><p>estudo cruzado e selecionar os pacientes que serão alocadas a cada grupo. Para isso, é</p><p>preciso um bom conhecimento sobre histórias médicas e farmacológicas, diagnósticos</p><p>acurados e métodos de randomização.</p><p>ESTUDO CRUZADO</p><p>javascript:void(0)</p><p>Estudos cruzados ou randomizados, são estudos longitudinais em que os indivíduos</p><p>recebem uma sequência de diferentes tratamentos. São extremamente controlados por</p><p>pesquisadores na qual os sujeitos da pesquisa são distribuídos aleatoriamente em</p><p>diferentes grupos no intuito de ser atribuído a uma sequência de dois ou mais</p><p>tratamentos, dos quais um pode ser um tratamento padrão ou um placebo.</p><p>Não podemos deixar de destacar que alguns fatores, como idade avançada e gravidez,</p><p>influenciam a farmacocinética de alguns medicamentos.</p><p>Por restrições legais, indivíduos que</p><p>apresentem essas características não podem participar dos ensaios.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Outro fator importante é a adesão ao uso do medicamento durante o estudo pelos pacientes. A</p><p>não adesão impactará diretamente nos resultados obtidos, o que, por vezes, pode estar</p><p>relacionado às reações adversas.</p><p>LIBERAÇÃO DE NOVOS FÁRMACOS PARA</p><p>COMERCIALIZAÇÃO</p><p>O princípio ativo, também conhecido como fármaco, é uma substância presente na</p><p>composição do medicamento, em que é responsável pelo efeito farmacológico no organismo.</p><p>No Brasil, os fármacos recebem denominação em âmbito nacional, conhecida como DCB</p><p>(Denominação Comum Brasileira), e em nível internacional, denominadas DCI</p><p>(Denominação Comum Internacional).</p><p>Veja os conceitos:</p><p>Fonte: National Cancer Institute / Unsplash</p><p>A DCB é a denominação do fármaco ou princípio farmacologicamente ativo aprovado pelo</p><p>órgão federal responsável pela vigilância sanitária e surgiu no início da década de 1970. Ainda</p><p>hoje, a DCB sofre constantes atualizações. Esta denominação ajuda a uniformizar a</p><p>nomenclatura dos fármacos, trazendo mais clareza e precisão quanto aos nomes dos princípios</p><p>ativos, facilitando as práticas de saúde e evitando a ocorrência de danos relacionados ao erro</p><p>de medicação.</p><p>A DCI permite que as autoridades de saúde de diversos países possam elaborar formulários</p><p>internacionais de medicamentos, sempre com o intuito de uniformizar as informações sobre os</p><p>fármacos, em que os nomes ali listados são de recomendação da Organização Mundial da</p><p>Saúde (OMS).</p><p>Assista ao vídeo e veja o resumo do módulo e cada fase através de um caso clínico de um</p><p>medicamento já existente.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. A PESQUISA DE NOVOS FÁRMACOS É DE EXTREMA IMPORTÂNCIA</p><p>NA BUSCA DE FÁRMACOS INOVADORES QUE AGREGUEM GANHOS</p><p>TERAPÊUTICOS AOS PACIENTES. DIANTE DISSO, É CORRETO AFIRMAR</p><p>SOBRE A ORDEM CRONOLÓGICA DE UMA PESQUISA CLÍNICA:</p><p>A) Pesquisa pré-clínica – Pesquisa clínica – Comercialização e farmacovigilância.</p><p>B) Pesquisas clínicas – Marketing – Pós-comercialização.</p><p>C) Investigação – Pesquisa pré-clínica – Pesquisa clínica – Pós-comercialização.</p><p>D) Descoberta – Pesquisas pré-clínica – Marketing - Pesquisa clínica.</p><p>2. SOBRE OS ESTUDOS CLÍNICOS E SUAS FASES, ASSINALE A</p><p>ALTERNATIVA INCORRETA.</p><p>A) ) A fase pré-clínica é composta por testes em laboratório (em situações artificiais e em</p><p>animais de experimentação).</p><p>B) O objetivo da fase II é avaliar se o medicamento é seguro, sua farmacocinética (como se</p><p>distribui pelo corpo) e farmacodinâmica (como funciona e como age no organismo). Também</p><p>busca a melhor forma de utilização (oral, injetada etc.), a dose mais segura (maior dose</p><p>tolerável), menor dose efetiva, relação dose/efeito, duração dos efeitos e efeitos colaterais.</p><p>C) A taxa de resposta para um estudo da fase II precisa ser igual ou maior que a obtida em um</p><p>tratamento padrão, a fim de que se passe para um estudo de fase III.</p><p>D) Na fase III, há o estabelecimento do perfil terapêutico, como indicações, dose e via de</p><p>administração, contraindicações, efeitos colaterais, medidas de precaução e demonstração de</p><p>vantagem terapêutica (comparação com outros medicamentos). Estes estudos determinam o</p><p>resultado do risco/benefício a curto e longo prazos e as reações adversas mais frequentes.</p><p>GABARITO</p><p>1. A pesquisa de novos fármacos é de extrema importância na busca de fármacos</p><p>inovadores que agreguem ganhos terapêuticos aos pacientes. Diante disso, é correto</p><p>afirmar sobre a ordem cronológica de uma pesquisa clínica:</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>As etapas da pesquisa compreendem as fases pré-clínicas e clínicas. Na fase pré-clínica, são</p><p>realizados testes em células e em animais. Já na clínica, há as fases de I a IV: I a III são as</p><p>fases de ensaios com pacientes, seguida da aprovação para a comercialização do</p><p>medicamento. A fase IV está relacionada à avaliação de interações medicamentosas, efeitos</p><p>adversos adicionais (farmacovigilância).</p><p>2. Sobre os estudos clínicos e suas fases, assinale a alternativa incorreta.</p><p>A alternativa "B " está correta.</p><p>A resposta é a letra B. Ela está incorreta, pois, como pontuado ao longo da explanação do</p><p>conteúdo, é a fase I que apresenta como objetivo avaliar a segurança do medicamento, a</p><p>farmacocinética e farmacodinâmica, e não a fase II.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>aaa</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Compreender a evolução farmacêutica nos remete à grande importância das boticas surgidas</p><p>no período colonial, que utilizavam como principal matéria-prima substâncias de origem natural.</p><p>Pouco se sabia naquela época sobre interação farmacêutica e conceitos de farmacocinética e</p><p>farmacodinâmica, porém o boticário, profissional que exercia a medicina e farmácia ao mesmo</p><p>tempo, preparava remédios com plantas medicinais nativas através da terapêutica dos índios.</p><p>Esses conhecimentos adquiridos foram fundamentais para o surgimento das farmácias, que</p><p>foram criadas a partir da industrialização do país, e das indústrias farmacêuticas. Com o</p><p>processo de industrialização e a descoberta da química orgânica, criou-se a necessidade de</p><p>desenvolvimento de novos fármacos e de novas formulações que trouxessem ganhos</p><p>terapêuticos para os pacientes.</p><p>Atualmente, o conhecimento técnico tanto da manipulação quanto da atividade farmacológica</p><p>agrega valores expressivos no tratamento de muitas patologias, seja com objetivo profilático,</p><p>seja com fins diagnósticos, ou até mesmo a cura.</p><p>O conhecimento e a aplicação dos conteúdos abordados neste tema são de grande</p><p>importância em todas as etapas de obtenção, utilização e acompanhamento</p><p>farmacoterapêutico, na atenção ao paciente e ao sistema de saúde como um todo.</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Cartilha – O que devemos saber</p><p>sobre os medicamentos? Consultado em meio eletrônico em: 2 jun. 2020.</p><p>BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medicamentos Genéricos.</p><p>Consultado em meio eletrônico em: 22 maio 2020.</p><p>BRASIL. Lei 9787/1999. Consultado em meio eletrônico em: 22 maio 2020.</p><p>BRASIL. ANVISA. Resolução 134/2003. Consultado em meio eletrônico em: 18 maio 2020.</p><p>BRASIL. ANVISA. Resolução 16/2007. Consultado em meio eletrônico em: 2 jun. 2020.</p><p>BRASIL. ANVISA. Resolução 17/2007. Consultado em meio eletrônico em: 20 maio 2020.</p><p>BRASIL. ANVISA. Resolução 55/2010. Consultado em meio eletrônico em: 20 maio 2020.</p><p>BRASIL. ANVISA. Resolução 58/2014. Consultado em meio eletrônico em: 20 maio 2020.</p><p>CALIXTO, L. B.; SIQUEIRA JR., L. M. Desenvolvimento de Medicamentos no Brasil:</p><p>Desafios. Gaz. Méd. Bahia. 78 (Suplemento 1): 98-106, 2008.</p><p>DIEZ DEL CORRAL, F. S. Do boticário ao farmacêutico: o ensino de farmácia na Bahia de</p><p>1815 a 1949. Salvador: EDUFBA, 2009.</p><p>DIMASI, J. A.; HANSEN, R. W.; GRABOWSKI, H. G. The price of innovation: new estimates</p><p>of drug development costs. In: J Health Econ, 22:151-185, 2003. Consultado em meio</p><p>eletrônico em: 24 jul. 2020.</p><p>GOODMAN, G. As bases farmacológicas da terapêutica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara</p><p>Koogan/Mc Graw-Hill, 2012.</p><p>GOODMAN & GILMAN; BRUNTON, L. L.; CHABNER, B. A.; BJORN, C. K. As bases</p><p>farmacológicas da terapêutica. 13. ed. Porto Alegre: AMHG, 2018.</p><p>JANNUZZI, A. H. L.; VASCONCELLOS, A. G.; SOUZA, C. G. Especificidades do</p><p>patenteamento no setor farmacêutico: modalidades e aspectos da proteção intelectual. In:</p><p>Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 6, p. 1205-1218, jun 2008. Consultado em meio</p><p>eletrônico em: 24 jul. 2020.</p><p>KATZUNG, B. G. Farmacologia Básica e Clínica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guabanara Koogan,</p><p>2013.</p><p>LULLMANN, H. Farmacologia: texto e atlas [recurso eletrônico] / Heinz Lüllmann, Klaus Mohr,</p><p>Lutz Hein; tradução e revisão técnica: Augusto Langeloh. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.</p><p>MARQUES, M. B. Patentes farmacêuticas e acessibilidade aos medicamentos no Brasil.</p><p>In: Hist. cienc. saude-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 07-21, jun 2000. Consultado em</p><p>meio eletrônico em: 24 jul. 2020.</p><p>MELO, D. O.; RIBEIRO, E.;</p><p>STORPIRTIS, S. A importância e a história dos estudos de</p><p>utilização de medicamentos. In: Rev. Bras. Cienc. Farm., São Paulo, v. 42, n. 4, p. 475-485,</p><p>dez 2006. Consultado em meio eletrônico em: 24 jul. 2020.</p><p>SEGRE, M.; FERRAZ, F. C. O conceito de saúde. In: Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 31, n.</p><p>5, p. 538-542, out 1997. Consultado em meio eletrônico em: 24 jul. 2020.</p><p>RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTER, J. M. Farmacologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.</p><p>TAVARES, L. C. Origens e trajetórias da indústria farmacêutica no Brasil. In: Rev. Bras.</p><p>Cienc. Farm., São Paulo, v. 44, n. 1, p. 166-167, mar 2008. Consultado em meio eletrônico em:</p><p>24 jul. 2020.</p><p>EXPLORE+</p><p>Para quem se interessou pela história da Farmácia e quiser explorar um pouco mais esse</p><p>universo, busque o artigo Literatura, história e farmácia: um diálogo possível, de Irene</p><p>Nogueira de Rezende, em que ela discute com riqueza de detalhes esse tema. Aproveite</p><p>a leitura.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Cristiane Paiva Coelho Soares</p><p> CURRÍCULO LATTES</p><p>javascript:void(0);</p><p>javascript:void(0);</p>

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