Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

<p>CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO</p><p>SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ</p><p>T266p</p><p>Teixeira, Paulo César.</p><p>Poemas juvenis / Paulo César Teixeira. - Rio de Janeiro, RJ: Autografia, 2022.</p><p>ISBN: 978-85-518-3595-1 (recurso eletrônico)</p><p>1. Literatura brasileira - Poesia. I. Título.</p><p>CDDB869.1</p><p>Maurício Amormino Júnio - Bibliotecário - CRB6/2422</p><p>Poemas Juvenis</p><p>TEIXEIRA, Paulo César</p><p>ISBN: 978-85-518-3595-1</p><p>1ª edição, janeiro de 2022.</p><p>Editora Autografia Edição e Comunicação Ltda.</p><p>Rua Mayrink Veiga, 6 – 10° andar, Centro</p><p>RIO DE JANEIRO, RJ – CEP: 20090-050</p><p>www.autografia.com.br</p><p>Todos os direitos reservados.</p><p>É proibida a reprodução deste livro com fins comerciais sem</p><p>prévia autorização do autor e da Editora Autografia.</p><p>http://www.autografia.com.br/</p><p>Dedico este livro, em primeiro lugar, a Deus; sem ele eu não teria</p><p>capacidade para desenvolver este trabalho, a Cristiano Marchon,</p><p>um amigo que acompanhou minha trajetória desde o início e</p><p>contribuiu em três poemas, sendo um apresentado neste livro; e</p><p>que depois de décadas continuou a me incentivar, fazendo com</p><p>que esta obra fosse impressa e distribuída.</p><p>Dedico a meus pais falecidos (Vera e João), a quem agradeço as</p><p>bases que deram para me tornar a pessoa que sou hoje. Dedico</p><p>às pessoas que fizeram parte da minha vida nesta época, as</p><p>pessoas que me inspiraram.</p><p>Dedico às pessoas que me amaram, me fizeram sofrer, rir e</p><p>chorar, porque por meio delas, eu pude, na época, materializar</p><p>todos esses sentimentos no papel, fazendo com que nascesse a</p><p>minha primeira obra.</p><p>Obrigado a todos.</p><p>Sumário</p><p>Vírus</p><p>Solidão</p><p>Soneto para a morte</p><p>Corpo nu</p><p>O Nome da Rosa</p><p>Mensageiro do destino (pensamento I)</p><p>Passado e futuro (pensamento II)</p><p>Espelhos dágua (pensamento III)</p><p>Partida</p><p>Provérbios</p><p>Elegia erótica I</p><p>Obra de arte</p><p>O beijo</p><p>Jussara em metáfora</p><p>Camila</p><p>Erotismo</p><p>Rayane</p><p>A carta</p><p>A lua nua</p><p>Julgamento I</p><p>Elegia erótica II</p><p>Elegia aos amantes</p><p>Aniversário</p><p>Falando de amor</p><p>Selma</p><p>Desencanto</p><p>Bruna</p><p>Ouça</p><p>Beijo</p><p>Silêncio</p><p>Catarina</p><p>Rosa</p><p>Leia</p><p>Decepção</p><p>Viver, amar, natura e morrer</p><p>Ser pai é...</p><p>The miracle of love</p><p>Cantares</p><p>Oração</p><p>O poeta e seus poemas</p><p>Nativismo</p><p>Vírus</p><p>Eu não entendo por que</p><p>Parece um vírus letal</p><p>Por mais que eu sofra e te condene</p><p>Eu não consigo de esquecer</p><p>Eu olho para o céu e pergunto</p><p>Senhor, por que tudo isso?</p><p>Parece um sonho deprimente</p><p>Mas é disso que eu preciso</p><p>Comprimidos não me ajudam</p><p>Injeções estão fora de questão</p><p>Por isso atenda o meu pedido</p><p>E me de uma solução</p><p>Sombras e vultos me rodeiam</p><p>E uma luz intimamente me queima</p><p>Vírus ou não, você me adoenta</p><p>E forçado me deixa de cama</p><p>Da cobra se tira o soro</p><p>Para o veneno imobilizar</p><p>O seu beijo pode ser o remédio</p><p>Basta em meus lábios tocar</p><p>Após horas de tratamento</p><p>Nada me resta a fazer</p><p>A não ser pedir uma overdose</p><p>Para me satisfazer</p><p>1997</p><p>Solidão</p><p>Olho para o céu e vejo a lua brilhar</p><p>Olho para a noite e vejo o tempo passar</p><p>Ouço as estrelas sussurrarem o seu nome</p><p>Vejo o seu rosto nas minhas noites de insônia</p><p>E nos meus pesadelos vejo a partida</p><p>Alguém se dirigindo ao infinito</p><p>Desaparecendo no horizonte</p><p>Sozinho continuo a contemplar a lua</p><p>Ignorando minha solidão</p><p>Por mais que eu chore</p><p>Não consigo afogar minhas mágoas</p><p>A solidão corrói a minha alma</p><p>Fazendo-me implorar a sua volta</p><p>Mas hei de vê-la voltar</p><p>Transportando-se em raios de luar</p><p>Para me levar ao paraíso</p><p>E em seu colchão de luz descansar</p><p>1995</p><p>Soneto para a morte</p><p>Hoje eu vivo para morrer</p><p>Amanhã eu morro para viver eternamente</p><p>Por mais negra que a morte seja</p><p>Ela será um caminho de luz em nossas vidas</p><p>Morte... nome horrível de se ouvir</p><p>Assim dizem os ignorantes</p><p>Hei de morrer feliz pois</p><p>Estarei indo ao encontro de Deus</p><p>Não fuja da morte pois ela não o persegue</p><p>E você sim vai ao encontro dela</p><p>Não chore por alguém que já morreu</p><p>Pois na verdade, ele estará chorando por você que está vivo</p><p>Não brinque com a morte pois você</p><p>Não vai querer que ela brinque contigo</p><p>A morte se torna visível</p><p>Para aqueles que a desafiam</p><p>A morte se torna nossa amiga inseparável</p><p>Quando mais a renegamos</p><p>A morte não é uma desgraça</p><p>E sim uma plenitude da vida</p><p>A morte se torna o único caminho</p><p>Para a nossa sobrevivência</p><p>A morte!!!... Eu não tenho medo da morte</p><p>Apenas a respeito</p><p>1997</p><p>Corpo nu</p><p>Que corpo esconderá</p><p>Por trás desta silhueta?</p><p>A cortina esconde seu corpo</p><p>Mas eu lhe faço visível</p><p>Eu vejo as curvas de seu corpo</p><p>Curvas salientes e provocantes</p><p>Vejo seu corpo nu</p><p>Vejo seu corpo sob a transparência da seda</p><p>Seda colante e umedecida pelo orvalho</p><p>Que cai sobre a água calma da piscina</p><p>Minha mão desliza sobre seu peito</p><p>Contornando suas curvas</p><p>Acariciando sua frágil barriga</p><p>Enquanto a seda navega pela piscina</p><p>Cubra este corpo nu</p><p>Antes que eu enlouqueça de vez</p><p>Deixe que seu corpo se cubra com o meu</p><p>Deixe-me sentir seu coração</p><p>Bater em meu peito</p><p>Deixe-me sentir a sua ereção</p><p>Deixe-me correr meus lábios nos seus</p><p>E provar a uva do seu batom</p><p>Ah!!!</p><p>Que desejo eu sinto</p><p>De beijar seu pescoço, seu peito</p><p>Sua barriga e me afogar mais além</p><p>Agora são dois corpos nus</p><p>O meu e o seu</p><p>Cubra-me com o seu corpo</p><p>Que eu te cubro com o meu</p><p>Não quero mais ver ou imaginar</p><p>O seu corpo nu</p><p>1997</p><p>O Nome da Rosa</p><p>Cai-se a chuva vagarosamente</p><p>Em minha primavera</p><p>Molhando minhas flores</p><p>O copo de leite enche-se de água</p><p>Meus olhos turvam-se</p><p>No escuro do meu quarto</p><p>O orvalho cai dos meus olhos</p><p>Despetalando a rosa</p><p>Qual o nome da rosa?</p><p>Branca, vermelha, negra ou colorida</p><p>A cor...</p><p>Que cor...</p><p>Para que cor?</p><p>A cor desbota com o vento</p><p>Desbota com a chuva</p><p>E eu nem mesmo sei</p><p>Qual é o nome da rosa...</p><p>Ela se alastra e me fere</p><p>Em meu dedo ela se aloja</p><p>E o orvalho vermelho cai</p><p>Tingindo aquela rosa branca</p><p>Que tem a silhueta de uma princesa</p><p>Que mistério galopa na noite</p><p>Estrelada ou tempestuosa</p><p>Galopa ofegante por sobre o campo</p><p>Parando repentinamente e perguntando</p><p>Qual?</p><p>Qual é o nome da rosa?</p><p>O cheiro da terra molhada</p><p>Penetra em minhas narinas</p><p>Sinto algo me golpear</p><p>E quase me tirar do chão</p><p>O vento sopra em assobio</p><p>E as flores se reverenciam</p><p>Ao vê-lo passar sem pedir licença</p><p>Até a minha pobre rosa</p><p>Eu ainda não tenho seu nome</p><p>Eu a amo e não sei quem amo</p><p>Sofro e não sei por quem sofro</p><p>Componho e não sei para quem componho</p><p>Protejo e não sei a quem protejo</p><p>Canto e não sei a quem encanto</p><p>Também... para que me preocupar</p><p>Se eu nem mesmo sei</p><p>Qual o nome da rosa...</p><p>1996</p><p>Mensageiro do destino</p><p>(pensamento I)</p><p>(a Nair H.)</p><p>Existirá um novo mundo</p><p>Não um mundo indiferente deste</p><p>Mas um mundo progredido</p><p>Um mundo metamorfose</p><p>União de duas almas</p><p>Almas que há tempos se desejam</p><p>Mas por falta de compreensão de ambas</p><p>Distanciam-se dolorosamente e em prantos</p><p>Mas há de chegar um tempo em que eu e você</p><p>Olharemos juntos na mesma direção</p><p>E compartilharemos juntos o destino</p><p>Ele está chegando</p><p>Quem?</p><p>O mensageiro</p><p>Olhe a areia fina da praia</p><p>As águas azuis do mar</p><p>O céu dourado do pôr do sol</p><p>A claridade da lua cheia</p><p>E debaixo desta luz apenas nós dois</p><p>As duas almas que se querem loucamente</p><p>Mas você está retardando isso</p><p>E nos impedindo de sermos felizes</p><p>Deixe isso acontecer e se una a mim</p><p>Para que nem a morte nos separe</p><p>E nós iremos juntos no mensageiro do destino</p><p>Viver nossas vidas mortal ou imortalmente</p><p>Pois existe vida após a morte</p><p>Um mundo além deste</p><p>E eu estarei a sua espera</p><p>Hoje ou amanhã</p><p>Vivo ou morto, a sua espera</p><p>1996</p><p>Passado e futuro (pensamento II)</p><p>Hoje eu estou mergulhado em minha solidão</p><p>Viajando no infinito</p><p>No vazio do meu peito</p><p>Sentimento dilacerado</p><p>Pela falta de compaixão</p><p>De amor...</p><p>Um sentimento que você se nega a oferecer-me</p><p>Afasta de mim um sentimento</p><p>Tão lindo que Deus fez para todos</p><p>Mas acho que se esqueceu de mim</p><p>Chegue mais perto e deixe-me te mostrar</p><p>O verdadeiro amor</p><p>Algo tão forte</p><p>Que poderá romper as barreiras do tempo</p><p>Tanto faz se passado ou futuro</p><p>Mas eu sempre direi...</p><p>Ama-me...</p><p>Eu sei que o amor</p><p>É uma forma de ilusão</p><p>Mas na semente que brota</p><p>Na flor que desabrocha</p><p>Na areia soprada pelo vento</p><p>No bailar das ondas do mar</p><p>Refletindo o clarão da lua</p><p>Acompanhada pelas estrelas</p><p>O poeta vê o amor</p><p>Na tinta da caneta</p><p>No coração que eu desenhar</p><p>Nas linhas desta folha</p><p>Há um sentimento... de culpa...</p><p>Por não ter amado o suficiente</p><p>Para que você pudesse me amar também</p><p>Quem abre a janela de manhã</p><p>E conversa baixinho</p><p>Não está sozinho</p><p>Pois espera o amor</p><p>Até mesmo no cigarro que fumava</p><p>Nas letras que surgem vagarosamente</p><p>Em instinto romântico</p><p>Nas músicas que ouço</p><p>Em viagens há mundos coloridos</p><p>Para espantar a solidão</p><p>E lembrar-se de você</p><p>E depois chorar sabendo</p><p>Que você está distante de mim</p><p>E que para você tanto faz</p><p>Pois você ainda não sabe</p><p>O que é o verdadeiro amor</p><p>Talvez saiba</p><p>Mas não o quer assumir</p><p>Com medo de amar de verdade</p><p>E me matar com essa paixão desenfreada</p><p>Mas antes morrer de amor</p><p>Que de saudades viver</p><p>1996</p><p>Espelhos dágua (pensamento III)</p><p>Mas uma vez estou aqui</p><p>Mergulhado em meus pensamentos</p><p>Cada vez mais perto do fundo</p><p>E sem poder voltar à superfície</p><p>Pois algo muito mais forte</p><p>Que minha própria vontade</p><p>Impede-me de avançar</p><p>Para ambos os lados</p><p>Eu pergunto o que é que nos separa</p><p>Um par de alianças talvez</p><p>Mas eu pergunto... e a felicidade?</p><p>Podem duas almas viver sem amor?</p><p>Eu sonho com o dia</p><p>Em que você virá ao meu encontro</p><p>E sem palavras</p><p>Irá colar seus lábios aos meus</p><p>De modo que nós vamos</p><p>Adormecer em pétalas de rosas</p><p>O mundo girando a nossa volta</p><p>E nesse mundo só eu e você</p><p>Magnífica é tua beleza</p><p>Teu jeito de sorrir quando me vê</p><p>Ah!!! Quem dera</p><p>Eu poder estar preso em teus braços</p><p>Em tua mente</p><p>Em tua vida</p><p>Em teu coração</p><p>Poder sentir teu perfume</p><p>Todos os dias</p><p>Um aroma especial para mim</p><p>Um aroma sem igual</p><p>Queria poder tocar teu rosto</p><p>Roçar teus lábios</p><p>Dançar nosso tema de amor</p><p>Dançar sobre espelhos dágua</p><p>E nem sequer tocar o chão</p><p>Eu confesso que em você, só em você</p><p>Eu encontrei inspiração para escrever</p><p>Para ver o mundo com outros olhos</p><p>Os olhos do coração que eu desconhecia</p><p>Às vezes eu me oculto para não vê-la</p><p>Deste jeito eu sofro</p><p>Como posso te esquecer se o teu cheiro está em mim?</p><p>1996</p><p>Partida</p><p>Deixe eu te abraçar querida</p><p>Apenas um abraço</p><p>Para eu poder ir embora</p><p>E não chorar na partida</p><p>Quando me entreguei a essa paixão</p><p>Totalmente me iludi</p><p>Só agora eu percebi</p><p>Que não passou de ilusão</p><p>Outra vez magoado</p><p>Escondo-me pelos cantos</p><p>Triste, sozinho e sem vida</p><p>Mas acompanhado do meu pranto</p><p>Será que você não entende</p><p>O meu triste parecer?</p><p>O meu erro foi apenas</p><p>Perder-me por você</p><p>Procurei e não achei saída</p><p>Só me resta conformar-me</p><p>Mas continuarei sonhando contigo</p><p>Deitado nas ondas do mar</p><p>Mas não se acanhe querida</p><p>Junte suas coisas e vá</p><p>E eu prometo para você</p><p>Que tentarei não chorar</p><p>1994</p><p>Provérbios</p><p>I</p><p>O homem é um animal</p><p>Racional</p><p>Se assim fosse, o mundo não</p><p>Estaria como está hoje</p><p>II</p><p>Não olhe em meus olhos</p><p>Pois você poderá ver</p><p>O que meu coração oculta</p><p>III</p><p>Se você sentir um aperto no peito</p><p>Depressão, angústia e solidão</p><p>O melhor remédio é</p><p>Dizer a ela que a ama</p><p>IV</p><p>Quando você oscular meus lábios</p><p>Irá sentir o gosto de ser mulher</p><p>V</p><p>Jamais roube um beijo só por roubar</p><p>Pois corre sério risco</p><p>De roubarem seu coração</p><p>VI</p><p>Bem-aventurado é aquele</p><p>Que faz da alegria dos outros</p><p>O alimento de sua própria vida</p><p>VII</p><p>Aquele que conquista</p><p>A amizade de uma criança</p><p>Conquista a verdadeira amizade</p><p>1998</p><p>Elegia erótica I</p><p>Pudera eu tocar o corpo da morena</p><p>Pois meu amor é muito grande</p><p>De tal forma que me faz desejar</p><p>Sua pele quente junto a minha</p><p>Faz-me desejar teu sexo</p><p>Úmido e morno junto ao meu</p><p>O prazer de estar ao teu lado</p><p>Faz-me sonhar com tua boca</p><p>Com sua língua inquieta e louca</p><p>Percorrendo toda a minha boca</p><p>Sua mão macia percorre meu peito</p><p>Seus olhos percorrem meu corpo</p><p>Meu corpo colado ao teu</p><p>Transmitindo energia e calor</p><p>E nossa cama a cantar</p><p>Sua respiração ofegante me faz delirar</p><p>Enquanto minha boca em teu ouvido</p><p>Murmura palavras de desejo</p><p>Que faz teu corpo arrepiar e tremer</p><p>Depois você deita a cabeça em meu peito</p><p>Enquanto minha mão percorre teu rosto</p><p>Com um sorriso de satisfação no olhar</p><p>E sua boca pedia, me pedia mais</p><p>E eu não queria acordar</p><p>Para poder te satisfazer mais e mais</p><p>2000</p><p>Obra de arte</p><p>Hei de pintá-la um dia em tela</p><p>Para se tornar eterna em material</p><p>Pintada ou não em minha pinacoteca</p><p>Em um fabuloso mural</p><p>Vou esculpi-la em mármore nobre</p><p>E de sua linda silhueta fazer um busto</p><p>Vou guardar em meu casebre</p><p>Pra chorar nos dias de luto</p><p>Vou cantá-la em poemas</p><p>Dizer que anda como plumas</p><p>Pisando em minha solidão</p><p>Vou recitá-la em prosa</p><p>Dizer que é linda e formosa</p><p>Como a rosa em botão</p><p>1998</p><p>O beijo</p><p>Eis que sinto o beijo</p><p>Beijado pelo beijo do amor</p><p>Pois o beijo depois do beijo</p><p>Tem gosto de beijo</p><p>Beijado pelo doce beijo</p><p>E este mesmo beijo</p><p>Beijado pelo beijo da noite</p><p>Tem gosto de beijo de sedução</p><p>E este beijo é parecido</p><p>Com o beijo dado por um</p><p>Beija-flor</p><p>2000</p><p>Jussara em metáfora</p><p>Jussara</p><p>Raio de sol</p><p>Raio de luz</p><p>Raio de lua</p><p>Jussara</p><p>Banho de mar</p><p>Banho de lago</p><p>Banho de chuva</p><p>Jussara</p><p>Deitar no ar</p><p>Deitar no espaço</p><p>Deitar nas nuvens</p><p>Jussara</p><p>Ti quero vestida</p><p>Ti quero despida</p><p>Ti quero nua</p><p>Prum banho de sol</p><p>Prum banho de luz</p><p>Prum banho de lua</p><p>1998</p><p>Camila</p><p>Eu componho Camila</p><p>Em verso e prosa</p><p>Faço dela rima</p><p>Pois é bela e formosa</p><p>Escrevo incutido</p><p>Em seu jeito de flor</p><p>Juro não estar mentindo</p><p>Pois sou poeta, sou trovador</p><p>Vejo sua imagem refletida</p><p>Na face espelhada da rosa</p><p>O sol a torna colorida</p><p>E o céu lhe pede. Não vá embora!</p><p>Camila poeta menina</p><p>Canta poeta o amor</p><p>Em rimas de fantasia</p><p>Trazidas por um beija-flor</p><p>Vou cantá-la em poema</p><p>Em trova, verso e canção</p><p>Vou fazê-la da noite, dama</p><p>Como a rosa em botão</p><p>1998</p><p>Erotismo</p><p>Percorro meus dedos na ovalidade dos teus seios</p><p>Seios bem torneados e carentes de amor</p><p>Tu pedes que eu oscule teus mamilos enrijecidos</p><p>Silhueta do paraíso na transparência do lençol</p><p>O erotismo do teu corpo em meus olhos</p><p>O pecado da carne em minhas mãos</p><p>Alveja-me com teu olhar de felina faminta</p><p>Pedindo que meus lábios percorram tua nuca</p><p>Instintivamente obedeço e faço ainda melhor</p><p>Meus dedos percorrem teu corpo sem hesitar</p><p>Como se quisessem descobrir mistérios</p><p>Nascente ainda não por mim explorada</p><p>Nesta desconhecida terra, espasmos e tremores</p><p>Germina o doce néctar, a fórmula do erotismo</p><p>Aquecem meu peito teus lábios quentes</p><p>Umedece meus corpos tua língua ardente</p><p>Tornamo-nos um único ser</p><p>Perfeitas peças que se encaixam com exatidão</p><p>Mistura-se a química de nossos corpos</p><p>E explodem em gemidos de loucura</p><p>Cai-se o paraíso sobre nós dois</p><p>E tu adormeces sobre meu peito ainda forte batendo</p><p>E tens um delicioso sonho erótico</p><p>Daqueles em que vale apena realizar</p><p>1998</p><p>Rayane</p><p>Linda e morena da cor do Brasil</p><p>Fofinha como muitas brasileiras</p><p>Mesmo assim eu te amo...</p><p>Que olhos! Parecem duas bolas de gude</p><p>Um rostinho de anjo sobre a face sapeca da menina</p><p>Mesmo assim eu te amo...</p><p>Desmazelada. Mas de quem vem não me surpreende</p><p>Grande no tamanho e pequena na idade</p><p>Mesmo assim eu te amo...</p><p>E me orgulho de você ser minha irmã</p><p>1998</p><p>A carta</p><p>Sopra uma brisa fraca</p><p>Trazendo um cheiro de flor</p><p>Espero aquela carta</p><p>Escrita com muito amor</p><p>Caneta azul tinteiro</p><p>Perfume de dama da noite</p><p>Eu me entrego por inteiro</p><p>Aos braços de minha amante</p><p>Depois de ler a carta</p><p>Olho para o seu retrato</p><p>Lembro daquela garota</p><p>E o calor do seu abraço</p><p>Deitado em minha cama</p><p>Com aquela carta na mão</p><p>Tento apagar as chamas</p><p>Que incendeiam meu coração</p><p>Tomado pela tristeza</p><p>Tento imitar alegria</p><p>Mas como espantar a tristeza</p><p>Se ela me serve de companhia</p><p>Respondo a sua carta</p><p>Com o máximo de simpatia</p><p>Minha carta vai com o perfume</p><p>O perfume da melodia</p><p>Melodia por tela tocado</p><p>Com o meu pensamento</p><p>Espero agora o seu recado</p><p>Pra dormir em seus aposentos</p><p>1996</p><p>A lua nua</p><p>Não me canso de contemplar</p><p>A lua nua</p><p>A nua lua, nua nua</p><p>Despida e nua</p><p>A noite lua, a noite nua</p><p>Nua nua</p><p>Despida e nua</p><p>Eu e você</p><p>Você nua</p><p>Despida e nua</p><p>Só pra mim</p><p>1998</p><p>Julgamento I</p><p>Julgamos sim</p><p>Pelo mau comportamento</p><p>Pela cansada aparência</p><p>Pelo modo de se vestir</p><p>Por isso julgamos</p><p>Julgamos sim</p><p>Pela sua apresentação</p><p>Diante da sociedade</p><p>Diante de nós, do mundo</p><p>Por isso julgamos</p><p>Julgamos sim</p><p>Julgamos impondo condições</p><p>Rígida ou opressivamente</p><p>Ai de você que se negar</p><p>E não aceitar as condições</p><p>Imposta pela sociedade</p><p>Jamais terá vez</p><p>Por isso julgamos</p><p>Julgamos sim</p><p>Julgados seremos agora e sempre</p><p>E não</p><p>adiante nos esconder</p><p>Não há esconderijo suficiente</p><p>Por isso mesmo julgamos</p><p>Julgam-nos sim</p><p>Pela inocência de alguns</p><p>Pelos sonhos de outros</p><p>Pela inveja de todos</p><p>Por isso nos julgam</p><p>Contribuição de: Cristiano Marchon</p><p>1997</p><p>Elegia erótica II</p><p>Ponteiro o relógio</p><p>Exatamente 18:00 horas</p><p>Dim dom</p><p>Soou a campainha</p><p>Ouve-se o ranger da porta</p><p>Deixando entrar a luz do corredor</p><p>Vejo sua pele de seda</p><p>Sob o vestido branco</p><p>Sobre sua pele morena</p><p>Mais parecia a cauda do luar</p><p>Que tava a navegar</p><p>No breu do céu estrelado</p><p>Deixando a luz do luar</p><p>Cair-se ao chão</p><p>Restou-se a noite somente</p><p>E minhas mãos a apalpá-las</p><p>A minha e a sua ereção</p><p>O meu e o seu calor</p><p>Parecíamos duas chamas acesas</p><p>Estacionamos no tempo</p><p>Aquele corpo virgem</p><p>Insinuava-se ao meu</p><p>E juntos eles transpiravam</p><p>Em nascentes de paixão</p><p>Da noite caem gotas</p><p>Orvalho da sedução</p><p>Parecem cristais raros</p><p>A umedecerem o seu jardim</p><p>Eu sugo gota a gota</p><p>Das pétalas da rosa</p><p>Que desabrocha em minha frente</p><p>Enfeitando mais o jardim</p><p>E que jardim!!!</p><p>1998</p><p>Elegia aos amantes</p><p>Eu alvejo aqui</p><p>A infantilidade dos amantes</p><p>Trago para todos sentir</p><p>A criança em meu semblante</p><p>Você faz posse de adulta</p><p>De crescida e amadurecida</p><p>Mas ao meu lado sua conduta</p><p>É de criança desprotegida</p><p>Olho para aquele brinquedo</p><p>E lembro que já fui criança</p><p>Hoje eu tenho no dedo</p><p>Uma linda aliança</p><p>Agora neste mês de junho</p><p>Vou prender-me nos braços de minha amada</p><p>E eu prometo que só fujo</p><p>Se o mar explodir em trovoada</p><p>Ofereço esta minha elegia</p><p>Pra todos os amantes</p><p>E espero tela um dia</p><p>Impressa em um livro na estante</p><p>Ao fim de minha homenagem</p><p>Quero afogar-me num beijo</p><p>Deitado por sobre a folhagem</p><p>E abraçar-te depois do bocejo</p><p>Ouvir por entre as ramagens</p><p>Em um rio em suas margens</p><p>Os pássaros em longo gracejo</p><p>Aos amantes em tom de homenagem</p><p>1998</p><p>Aniversário</p><p>Mais um ano se passa</p><p>E o seu rosto se modifica</p><p>Não se assuste menina</p><p>Você continua linda</p><p>Eis o seu aniversário</p><p>Muitas palmas para você</p><p>Esse dia é tão gostoso</p><p>Como o doce daquele glacê</p><p>Convido-te para dançar</p><p>Ao som lento de Jimmy Cliff</p><p>Tudo se mostra tão lindo</p><p>Como se fosse em um clipe</p><p>As horas passam tão depressa</p><p>Nem elas sabem por quê</p><p>Passa-se mais um aniversário</p><p>Passa-se sem eu perceber</p><p>Som e luz de neon</p><p>Fumaça e muito cigarro</p><p>Parece despedida de solteiro</p><p>Mas é festa de aniversário</p><p>Eles lhe deram presentes</p><p>Você recebia com embaraço</p><p>E eu deixo para você</p><p>Minha trova e um abraço</p><p>1997</p><p>Falando de amor</p><p>Incumbido em mais um dia de chuva</p><p>Meu pensamento vai além das nuvens</p><p>Dopado pelos pingos que caem melancolicamente</p><p>Talvez eles estejam falando de amor</p><p>Pela brisa fria que baila numa canção</p><p>Numa canção muda... surda... cega...</p><p>Talvez uma canção que fale de amor</p><p>Pelas nuvens negras carregadas e sombrias</p><p>Como se fossem olhos em pranto</p><p>Olhos que através de relâmpagos e trovões</p><p>Descrevem e choram falando de amor</p><p>Um pouco mais além, porém tudo muda</p><p>Brilha um sol que tenta se esconder</p><p>Talvez para não me ver falando de amor</p><p>Porque ele há de em prantos cair</p><p>Se um dia ele tentou contar sua história</p><p>Como eu tento contar falando de amor</p><p>Há de chorar falando de amor</p><p>Há de se pôr falando de amor</p><p>Há de amar falando de amor</p><p>Há de falar falando de amor</p><p>2003</p><p>Selma</p><p>Se a noite não tivesse nome</p><p>Ela se chamaria Selma</p><p>Se as estrelas não tivessem nome</p><p>Elas se chamariam Selma</p><p>Se o horizonte não tivesse nome</p><p>Ele se chamaria Selma</p><p>Se o amor não tivesse nome</p><p>Ele se chamaria Selma</p><p>Se a tristeza, a decepção e o desencanto</p><p>Não tivessem nome</p><p>Eles se chamariam Selma</p><p>Selma se chamaria o luar</p><p>Se luar ele não se chamasse</p><p>Selma se chamaria as rosas, os anjos e o arco-íris</p><p>Se magnífica, celestial e divino não se chamassem</p><p>Selma se chamaria Selma</p><p>Se Selma ela não se chamasse</p><p>1998</p><p>Desencanto</p><p>Eis que eu a amava</p><p>Sentia-me seguro e protegido</p><p>Dentro de seu forte abraço</p><p>Eis que me sentia feliz</p><p>Com sua mentirosa felicidade</p><p>Eis que me sentia amado</p><p>Com seu mentiroso amor</p><p>Até me sentia completado</p><p>Com sua mentirosa companhia</p><p>Então me veio o desencanto</p><p>Quando percebi que era tudo mentira</p><p>Quando seus beijos me fugiam</p><p>Quando seus abraços não me apertavam</p><p>Quando suas palavras não me tocavam</p><p>Quando seus pensamentos não me encontravam</p><p>Quando tentou me provocar ciúmes</p><p>Em decepção os ciúmes se transformaram</p><p>Em arrependimento minhas ações transformaram-se</p><p>Desencanto</p><p>Bateu em meu peito e hoje eu sei</p><p>Penso sim só não te amo mais</p><p>Ha saudades só não quero mais te ver</p><p>Você alimentou meu desencanto</p><p>Quando pensava estar me fazendo sofrer</p><p>Meus olhos te veem</p><p>Mas não brilham mais</p><p>Todas as lágrimas secaram</p><p>Restaram somente pensamentos</p><p>E desencanto</p><p>2000</p><p>Bruna</p><p>(a Bruna P. Teixeira)</p><p>Bruna...</p><p>Uma pluma ao vento</p><p>Bruna...</p><p>Um pedacinho de gente</p><p>Bruna...</p><p>Um anjinho inocente</p><p>Bruna...</p><p>Linda, meiga me presente</p><p>1998</p><p>Ouça</p><p>Ouça o meu coração</p><p>Parece que diz palavras sem fim</p><p>Diz que está magoado</p><p>Pois dos teus passos</p><p>Só restaram pegadas</p><p>Ouça o meu coração</p><p>Ele diz que você vai se arrepender</p><p>Pois o deixou falando sozinho</p><p>Nem pra trás olhou</p><p>Em frente você continuou</p><p>Ouça o meu coração</p><p>Ele diz mas não é alvejado a você</p><p>Diz que coração dos outros</p><p>É terra sagrada</p><p>Que ninguém deve pisar</p><p>Ouça o meu coração</p><p>Ele diz que jamais vai te esquecer</p><p>Diz que te ama pra sempre</p><p>E que por você</p><p>Vai sempre bater</p><p>Ouça mais não é verdade</p><p>Um dia ele vai ter que descansar</p><p>Pois o tempo é cruel</p><p>E não tem piedade</p><p>E eu vou ter que ceder</p><p>1998</p><p>Beijo</p><p>Pudera eu tocar teus lábios</p><p>Esta boca úmida e provocante</p><p>Estes lábios macios e insinuantes</p><p>Colaria meus lábios aos teus</p><p>E embebedar-me-ia em tua saliva</p><p>Em leves toques de língua</p><p>Em um longo beijo úmido</p><p>Em trocas de energia</p><p>Tesão, excitação, espasmos</p><p>Por isto eu te peço</p><p>Dei-me de beber</p><p>1998</p><p>Silêncio</p><p>O silêncio em tua boca muda</p><p>Não dizes o que queres dizer</p><p>Nem o que quero ouvir</p><p>O vento que sopra no vácuo</p><p>Branda murmúrios sem fim</p><p>Que imagino sair de tua boca</p><p>Mesmo sendo palavras mudas</p><p>Melodias regidas pelo silêncio</p><p>Silêncio em tom de angústia</p><p>Querendo declarar-se a mim</p><p>Teus olhos com brilho ofuscante</p><p>Regência pra mim a melodia</p><p>Regência tão alta que eu</p><p>Não consigo ouvir de tua boca muda</p><p>A melodia regida pelo silêncio</p><p>Pelo silêncio</p><p>1998</p><p>Catarina</p><p>Ao teu pé casas erguem-se</p><p>E o pouco de flora pede socorro</p><p>Teu ventre se torna ameaçado</p><p>E pode ter uma única filha</p><p>Teu dorso não é mais virgem</p><p>Trilhas te cortam ao meio</p><p>Mesmo assim teu corpo é lindo</p><p>Coberto pela penugem esverdeada</p><p>Em teu pescoço eu vejo ao longe</p><p>Mas nele também há marcas</p><p>Homens exploram tanto de ti</p><p>Que já não é como o teu dorso</p><p>Em tua nuca a vista se enobrece</p><p>O vento sopra no ar a liberdade</p><p>E vejo lindas damas como tu</p><p>E que como tu já foram violadas</p><p>Sinto muito minha Catarina</p><p>Eu mesmo já me aproveitei de ti</p><p>Já caminhei por tuas curvas</p><p>E descansei deitado em teu colo</p><p>Não te entristeça Catarina</p><p>Não me importo se tu não és mais virgem</p><p>Ainda fito maravilhado tua beleza</p><p>Dos pés, pelo dorso, até tua cabeça</p><p>1998</p><p>Rosa</p><p>Não me sinto digno de beijar a rosa</p><p>Rubra rosa de caule novo e firme</p><p>Belos espinhos pontiagudos</p><p>Que protege seu lindo e frágil corpo</p><p>Suas virgens pétalas tremem</p><p>A depravação dos meus lábios</p><p>Que sugam inibidamente</p><p>O doce néctar da úmida rosa</p><p>1998</p><p>Leia</p><p>Leia nos olhos do universo seu pedido de socorro</p><p>Ele já está cansado de conviver com tanto lixo</p><p>O progresso deixa marcas onde quer que vá</p><p>Modificando o poema composto por Deus</p><p>Leia nos olhos do céu seu pedido de socorro</p><p>Já não tem o mesmo azul que víamos outrora</p><p>Ele foi tingido por cores fortes modificando o tom</p><p>Que havia sido escolhido no início do poema</p><p>Leia nos olhos do mar seu pedido de socorro</p><p>Se você não ouve preste atenção no quebrar das ondas</p><p>Elas imploram por mais oxigênio e menos poluição</p><p>E dizem estar morrendo sufocadas sem conseguir respirar</p><p>Leia nos olhos da flora seu pedido de socorro</p><p>Se não encontrarem para olhar procurem no museu</p><p>Com certeza irá encontrar as mesmas súplicas de hoje</p><p>Por favor, não nos mate, pois também somos vida</p><p>Leia nos olhos do poeta seu pedido de socorro</p><p>Já não há inspiração como antigamente</p><p>Tudo o que escrevo é desgraça e tristeza</p><p>O mundo sucumbe à ideologia dos irracionais</p><p>Leia nos olhos</p><p>dos irracionais seu pedido de socorro</p><p>A natureza se investe contra seus agressores</p><p>Ventos, águas e tremores os fazem sucumbir à ira</p><p>E sem piedade o mundo dá a sua resposta final</p><p>1998</p><p>Decepção</p><p>Sinto os seus olhos a me guiar</p><p>Pelo labirinto desse amor</p><p>Sinto que eu vou recomeçar</p><p>A contra-atacar aquela dor</p><p>Você levou a minha vida</p><p>Fez de tudo para mim</p><p>Depois sumiu sem se despedir</p><p>Fez meu mundo desabar</p><p>Sua indecisão se apresentou</p><p>Nem se quer me consultou</p><p>O meu pensamento então voou</p><p>Mas o céu não alcançou</p><p>E mesmo assim eu insisti</p><p>E foi quando eu vi e pressenti</p><p>Que você roubou meu coração</p><p>Deixando apenas a solidão</p><p>Ai de mim, o que faço agora</p><p>O que é que digo ao meu coração</p><p>Todo amor que sentia outrora</p><p>Transformou-se em decepção</p><p>Vai, leva tudo que é seu</p><p>Leve todo o seu perdão</p><p>Tudo o que me faz sofrer</p><p>Toda a tua ingratidão</p><p>1997</p><p>Viver, amar, natura e morrer</p><p>— Viver</p><p>Que faça o que tanto faz</p><p>Que a vida nos faz viver</p><p>Nos faz chorar e sofrer</p><p>Ah! Mundo do meu viver</p><p>Degustado em amargas fatias</p><p>Pedaços de ilusão</p><p>Fobia de um novo dia</p><p>Um novo dia uma nova vida</p><p>Uma semente na incubadora</p><p>Um bode expiatório para nós</p><p>A gente vive e parece legal</p><p>Legal ser um parasita</p><p>Comprar whisky com dízimo</p><p>A gente vive em cima</p><p>De um mundo de burocracias</p><p>Que viva a vida intensamente</p><p>Livre e meticulosamente</p><p>Seu rosto me parece vida</p><p>Talvez um motivo para viver</p><p>Mas por que tanto falo da vida</p><p>Se a vida nos parece ingrata algumas vezes?</p><p>Juro não entender o que se passa</p><p>II — Amar</p><p>O que se passa na vida e no amor?</p><p>Depois de sofrer com a vida sofre com o amor</p><p>Um estado delicado da vida</p><p>Amamos e não sabemos por quê</p><p>É imperativo que se ame</p><p>É inevitável que se sofra</p><p>Ele chega sem ao menos avisar</p><p>Tomando conta e o controle</p><p>Conduzindo nosso coração</p><p>Até que se torna difícil ignorá-lo</p><p>E nos tornamos escravos</p><p>Escravos de um sentimento</p><p>Um sentimento que dilacera</p><p>Dilacera e corrompe a alma</p><p>Alma já desfigurada</p><p>Desfigurada e totalmente dopada</p><p>Dopada pela adrenalina que brota</p><p>Brota da ardência do meu corpo</p><p>Corpo que enlouquece ao ver o seu</p><p>Moldando a roupa que lhe veste</p><p>A roupa que é dependente de você</p><p>Porque se torna bela</p><p>III — Naturar</p><p>E eu me vejo divinamente naturado</p><p>Ouço o elogio das flores</p><p>Que lhe emprestam a fragrância do campo</p><p>Vejo a alegria das flores</p><p>A semeadura das aves</p><p>A satisfação das arvores ao vento</p><p>O verbo naturar me leva ao céu</p><p>E me lança em meio à liberdade</p><p>E eu me vejo parte da natureza</p><p>Canta a melodia dos cantadores</p><p>As vozes bem afinadas dos lírios</p><p>A dança bem sincronizada das margaridas</p><p>O couro dos sapos na lagoa</p><p>Mas a melodia aos poucos morre</p><p>O encanto aos poucos se desfaz</p><p>E eu bruscamente caio ao solo</p><p>O que era natureza ontem</p><p>Hoje se diz ser o progresso</p><p>O que era beleza se transformou em tristeza</p><p>Nem o vento respira forte como antes</p><p>O vasto campo é um vasto nada</p><p>O nada é praticamente nada</p><p>E o meu corpo é excremento</p><p>IV — Morrer</p><p>A fumaça já invade meus pulmões</p><p>Que trabalha alternadamente</p><p>Tentando sobreviver à defumação</p><p>Antes dos meus cabelos brancos</p><p>Da minha falta de memória</p><p>Das minhas mãos tremulas</p><p>Das minhas vistas cansadas</p><p>Meu corpo começa a vacilar</p><p>O suor banha minha carne</p><p>A minha volta as coisas se decompõem</p><p>Murmúrios de socorro eu ouço</p><p>E os meus também se manifestam</p><p>Mas não murmúrios em vão</p><p>Pois o túmulo já foi aberto</p><p>E há pessoas a sua volta</p><p>Que choram em frente à lápide</p><p>E o caixão ainda vazio</p><p>Com muitos outros em volta</p><p>Já aguardando a nossa morte</p><p>Temida mas esperada</p><p>Provocada mas inexplicada</p><p>Algo desconhecido que talvez</p><p>Seja o segredo desta vida</p><p>1998</p><p>Ser pai é...</p><p>Ser pai é...</p><p>Ver a sua frente um pedaço de si</p><p>Um segundo eu, o seu próprio ego</p><p>Ser pai é...</p><p>Sentir a maior felicidade do mundo</p><p>Sentir a multiplicação do seu ser</p><p>Ser pai é...</p><p>Ser recompensado por sua estadia</p><p>Na terra</p><p>Ser pai é...</p><p>Por no mundo o fruto mais doce</p><p>Mais puro e delicado</p><p>Ser pai é...</p><p>Proteger este fruto das pragas que</p><p>Infestam nossas ruas e praças</p><p>Ser pai é...</p><p>Ter nas mãos o mais caro e valioso</p><p>Dos diamantes... você minha cristalina</p><p>Ser pai é...</p><p>Fazer de si mesmo um super-herói</p><p>Um mito do cinema imaginário</p><p>É se sentir orgulhoso ao ser chamado de pai</p><p>É a sua razão de viver</p><p>É viver por apenas um motivo</p><p>E ter apenas dois orgulhos</p><p>Ser pai dos meus filhos e ser filho</p><p>Do meu pai</p><p>1993</p><p>The miracle of love</p><p>Mato a minha sede na sua saliva</p><p>Nosso universo, cada um dentro de seu mundo</p><p>Carregando outra solidão</p><p>Pequeno é o universo que me cerca</p><p>Solitárias estrelas cadentes</p><p>Falta o milagre do amor...</p><p>Amo a cor dos seus olhos sem a sedução do olhar</p><p>Quero ver a carne tremer e derreter o prazer</p><p>Amo o movimento de sua boca</p><p>Sem as palavras de amor</p><p>Impressiono-me com os pirilampos</p><p>Que pulam de galho em galho</p><p>The miracle of love...</p><p>Amo o seu jeito de amar</p><p>E não o seu jeito de fazer amor</p><p>Na mímica única de nossos lábios</p><p>Você está dando ordem à solidão</p><p>Cavalgo por sobre as estrelas</p><p>Como um anjo desgarrado</p><p>Ultrapasso as barreiras da alma</p><p>E desvendo os mistérios do seu corpo</p><p>Banho-me com o seu mel</p><p>E faço de ti minha abelha rainha</p><p>O milagre do amor...</p><p>Amo o seu jeito de me cantar</p><p>E não as músicas que me encantam</p><p>Oh! Manto negro do universo</p><p>Som de luz incandescente</p><p>Sinto o seu sexo em movimento</p><p>Nossos corpos suados</p><p>Transpiram nossa paixão</p><p>E foi lindo!</p><p>Enquanto eu sentia na boca o gosto da carne</p><p>E me deliciava com seu néctar</p><p>The miracle of love...</p><p>...II...</p><p>Seu cheiro me deixa excitado</p><p>Enquanto o sexo pulsa intenso e silencioso</p><p>Quero sentir o sabor de cada</p><p>Centímetro do seu corpo</p><p>Eu serei sua toalha e você o meu pijama</p><p>Eu serei seu cavalo e você minha amazona</p><p>Quero poder explorar</p><p>Suas partes mais sensíveis</p><p>E sentir o perfume do amor</p><p>Voraz, silencioso e exato</p><p>Rosto de anjo e corpo de menina</p><p>Deixou-me a mercê de um milagre</p><p>O milagre do amor...</p><p>Roupas espalhadas pelo chão</p><p>Um brinde e um cigarro</p><p>Um beijo e algo mais</p><p>Música de cinema verbal</p><p>Sinto a voracidade de sua língua</p><p>E o desejar de seu corpo</p><p>Mulher de fogo úmida e quente</p><p>Amo aquele poema</p><p>Que escrevi para você</p><p>Amo você não pelo milagre do amor</p><p>Mas sim porque te quero</p><p>Amo o toque de suas mãos</p><p>Na verdade</p><p>Amo-te dos pés a cabeça</p><p>Você me fascina</p><p>The miracle of love...</p><p>1994</p><p>Cantares</p><p>“Paráfrase”</p><p>Beije-me ela com os beijos de sua boca</p><p>Porque melhor é o seu amor do que o vinho</p><p>Para cheirar são bons os teus ungüentos</p><p>Como ungüento derramado é o teu nome</p><p>Por isso eu virgem te amo</p><p>Eu sou moreno mais agradável</p><p>Não olheis para o eu ser moreno</p><p>Porque o sol resplandeceu sobre mim</p><p>Eu sou para a minha amada um ramalhete de flores</p><p>Morarei entre os teus seios</p><p>Eis que és formosa ó amiga minha</p><p>Eis que és formosa</p><p>Os teus olhos são como pérolas negras</p><p>Eis que és gentil e agradável ó amada minha</p><p>O nosso leito é viçoso</p><p>As traves da nossa casa são de cedro</p><p>As nossas varandas de cipreste</p><p>Levou-me a sala do banquete</p><p>E o seu estandarte em mim era o amor</p><p>Sustentai-me com passas</p><p>Confortai-me com maças</p><p>Porque desfaleço de amor</p><p>A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça</p><p>E a sua mão direita me abrace</p><p>A minha amada fala e me diz:</p><p>Levanta-te amigo meu, formoso meu e vem</p><p>Porque eis que passou o inverno</p><p>A chuva cessou e se foi</p><p>Aparecem as flores na terra</p><p>O tempo de cantar chega</p><p>E a voz do amor ouve-se em nossa terra</p><p>Pombo meu que andas pelas fendas das penhas</p><p>No oculto das ladeiras mostra-me a tua face</p><p>Faze-me ouvir a tua voz</p><p>Porque a tua voz é doce e a tua face aprazível</p><p>Apanhem-me as rosas, as roseiras</p><p>Porque os nossos campos estão em flores</p><p>A minha amada é minha e eu sou dela</p><p>De noite busquei em minha cama</p><p>Aquela a quem ama a minha alma</p><p>Busquei-a e não a achei</p><p>Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade</p><p>Pelas ruas e pelas praças buscarei aquela</p><p>A quem ama a minha alma</p><p>Busquei-a e não a achei</p><p>Acharam-me os guardas que rondavam a cidade</p><p>Eu perguntei-lhes:</p><p>Viste aquela a quem ama a minha alma?</p><p>Apartando-me eu um pouco deles</p><p>Logo achei aquela a quem ama a minha alma</p><p>Detive-a até que a introduzi em meu peito</p><p>Eis que és formosa amiga minha</p><p>Eis que és formosa</p><p>Os teus olhos são como os das pombas</p><p>Entre as tuas tranças</p><p>O teu cabelo é como o rebanho de cabra</p><p>Que pastam em nosso campo</p><p>Os teus dentes são como rebanho</p><p>das ovelhas tosquiadas</p><p>Que sobem do lavadouro</p><p>E das quais todas produzem gêmeos</p><p>E nenhuma há estéril entre elas</p><p>Os teus lábios são como um fio de escarlate</p><p>E o teu falar é doce</p><p>A tua fronte é qual pedaço de romã</p><p>Dentre as tuas tranças</p><p>Os teus dois peitos são como dois filhos</p><p>Gêmeos da gazela</p><p>Que se apascenta entre os lírios</p><p>Tu és toda formosa amiga minha</p><p>E em ti não há mancha</p><p>Que belo são os teus amores irmã minha!</p><p>Ó esposa minha!</p><p>Quanto melhores são os teus amores do que o vinho!</p><p>E o aroma dos teus bálsamos</p><p>Do que o de todas as especiarias!</p><p>Favos de mel manam dos teus lábios, ó minha esposa!</p><p>Mel e leite estão debaixo da tua língua</p><p>E o cheiro dos teus vestidos é como o cheiro do campo</p><p>És a fonte dos jardins poço das águas-vivas</p><p>Que correm do campo</p><p>Levanta-te vento norte, e vem tu, vento sul</p><p>Assopra no meu jardim</p><p>Para que se derramem os seus aromas</p><p>Ah!! Se viesse a minha amada para o meu jardim</p><p>E comesse os meus frutos excelentes</p><p>Já vim para o meu jardim, irmã minha, minha esposa</p><p>Colhi a minha mirra com a minha especiaria</p><p>Comi o teu favo com o meu mel</p><p>Bebi o meu vinho com o teu leite</p><p>Eu dormia mas o meu coração velava</p><p>Eis a voz da minha amada que estava batendo:</p><p>Abra-me amado meu, amigo meu</p><p>Pombo meu, meu imaculado</p><p>Porque a minha cabeça está cheia de orvalho</p><p>Os meus cabelos das gotas da noite</p><p>Já despi os meus vestidos</p><p>Como os tornarei a vestir?</p><p>Já lavei os meus pés</p><p>Como os tornarei a sujar?</p><p>A minha amada meteu a sua mão na fresta da porta</p><p>E as minhas entranhas estremeceram por amor dela</p><p>Eu me levantei para abrir a minha amada</p><p>E as minhas mãos destilavam mirra</p><p>Eu abrir a minha amada, mas já a minha amada</p><p>Tinha-se retirado e se tinha ido</p><p>A minha amada tinha-se derretido quando ela falara</p><p>Busquei-a e não a achei; chamei-a e não me respondeu</p><p>Acharam-me os guardas que rondavam a cidade</p><p>Espaçaram-me e feriram-me</p><p>Tiraram-me os meus mantos</p><p>Os guardas dos muros</p><p>Se achardes a minha amada</p><p>Digais-lhe que estou enfermo de amor</p><p>Os seus cabelos são crespos, preto como o corvo</p><p>Os seus olhos são como os das pombas</p><p>Junto às correntes das águas lavados em leite</p><p>A sua face é como um canteiro de bálsamo</p><p>Como colinas de ervas aromáticas</p><p>Os seus lábios são como lírios que gotejam mirra</p><p>As suas mãos são como anéis de ouro</p><p>Que têm engastado as turquesas</p><p>O seu ventre como o alvo marfim</p><p>Coberto de safiras</p><p>As suas pernas como colunas de mármore</p><p>Fundadas sobre base de ouro puro</p><p>O seu falar é muitíssimo suave</p><p>Sim, ele é totalmente desejável</p><p>Desvia de mim os teus olhos porque eles me perturbam</p><p>O teu cabelo é como o rebanho</p><p>Das cabras que pastam no campo</p><p>Quem é esta que aparece como a alva do dia</p><p>Formosa como a lua, brilhante como o sol</p><p>Formidável como um exército com bandeiras?</p><p>Que formosos são os teus pés nos sapatos</p><p>Ó filha do príncipe!</p><p>As voltas de tuas coxas são como jóias</p><p>Trabalhadas por mãos de artistas</p><p>O teu umbigo como uma taça redonda</p><p>A que não falta bebida</p><p>O teu ventre como monte de trigo</p><p>Cercado de lírios</p><p>Os teus dois peitos como dois filhos gêmeos da gazela</p><p>Quão formosa e quão aprazível és, ó amor de delícias!</p><p>A tua estatura é semelhante à palmeira</p><p>E os teus peitos, aos cachos de uvas</p><p>Dizia eu: Subirei a palmeira, pegarei em seus ramos</p><p>E então os teus peitos serão como os cachos na videira</p><p>E o cheiro da tua respiração, como o das maçãs</p><p>E o teu paladar como o bom vinho para o teu amado</p><p>Que se bebe suavemente e faz com que falem</p><p>Os lábios dos que dormem</p><p>Eu sou de minha amada e ela me tem afeição</p><p>Venha ó minha amada, saiamos ao campo</p><p>Passemos as noites nas aldeias</p><p>Levantemo-nos de manhã para ir às vinhas</p><p>Vejamos se florescem as videiras, se abre a flor</p><p>Se já brotam as romãzeiras</p><p>Ali te darei o meu grande amor</p><p>Quando te achasse na rua, beijar-te-ia</p><p>E não me desprezariam</p><p>A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça</p><p>E a sua direita me abrace</p><p>Põe-me como selo sobre o teu coração</p><p>Como selo sobre o teu braço</p><p>Porque o amor é forte como a morte</p><p>E duro como a sepultura o ciúme</p><p>As suas brasas são brasas de fogo, labaredas do amor</p><p>As muitas águas não poderiam apagar este amor</p><p>Nem os rios afogá-los</p><p>Ainda que alguém desse toda a fazenda</p><p>De sua casa por este amor</p><p>Certamente as desprezariam</p><p>Vem depressa amada minha</p><p>Esta é a voz do teu amado, ei-lo aí</p><p>Que já vem saltando sobre os montes.</p><p>1999</p><p>Oração</p><p>Oh Deus todo poderoso, obrigado</p><p>Muito obrigado pela minha saúde</p><p>Obrigado pela minha doença e cura</p><p>Obrigado pelo meu sentimento, por estar alegre ou triste</p><p>Obrigado pelo meu emprego, pelo suor derramado</p><p>Obrigado pelos meus dias de vida e a morte quando vier</p><p>Obrigado pela natureza, pela água e pelo verde</p><p>Obrigado pelo ar, animais, insetos e tudo mais</p><p>Agradeço pela poesia lida, cantada e interpretada</p><p>Agradeço pelos meus filhos e por este momento</p><p>Agradeço por tudo o que acontecer comigo</p><p>Pois sendo bom ou ruim foi para o meu bem</p><p>Agradeço pela insanidade dos sãos e dos loucos</p><p>Agradeço pelas batidas quentes do meu coração</p><p>Obrigado por eu saber ler e escrever</p><p>Obrigado pelo dia, pela noite, pelas estrelas, sol e lua</p><p>Obrigado pelo vento, pelo tempo e pelo descontento</p><p>Obrigado pela bênção, pela maldição e pela salvação</p><p>Obrigado pela fé, pelo amor e pela dor do salvador</p><p>Agradeço pelo choro, pelo riso e pela promessa ao paraíso</p><p>Agradeço pelo futuro, pelos dias e pela vinda do messias</p><p>Agradeço pela tempestade e pela calmaria</p><p>de uma noite fria</p><p>Agradeço pela normalidade do meu ser</p><p>e da minha alma</p><p>Agradeço pela ovelha desgarrada e pelo sino a lhe guiar</p><p>Obrigado pelos momentos de descanso e meditação</p><p>Obrigado pelo muito obrigado e pela oração</p><p>Muito obrigado pelo amor de Cristo e de Deus</p><p>Muito obrigado pela ferramenta da fé</p><p>E pela oportunidade de salvação</p><p>2005</p><p>O poeta e seus poemas</p><p>Eis que o amor desaba em prantos, remanso, descanso</p><p>E as linhas são preenchidas de forma abstrata</p><p>Eis que a noite cai sobre o poeta poente, transcendente</p><p>Esconde-se atrás de canetas e papéis que faz chorar</p><p>Eis que desabrocha a flor no campo, novo pranto</p><p>E o poema bate na areia, namorando a sereia</p><p>Os pensamentos invadem minha alma, tão calma</p><p>Caem tempestuosas palavras na terra como granizo</p><p>Ofuscando o teu sorriso com a claridade do sol</p><p>O tempo está seco e sem vida, vida destruída</p><p>Nem as flores desabrocham mais, tristezas matinais</p><p>O mar grita teu nome nas pedras. Você me espera?</p><p>Meus poemas dizem que não, mais que infinita solidão</p><p>Nem os poemas são mais os mesmos, só escrevo apelos</p><p>A lua já não brilha tanto, nem reflete meu pranto</p><p>Os pássaros já não cantam, nem mesmo te encantam</p><p>O homem virou um menino, só não sonha mais dormindo</p><p>Jogarei minhas palavras ao vento esperando que o tempo</p><p>Mostre a minha realidade, não o mundo de verdade</p><p>Pois os sonhos fazem parte do compositor e de sua arte</p><p>2005</p><p>Nativismo</p><p>Mais uma vez meu coração bate forte</p><p>Ele bate em compassadas saudades</p><p>Saudade de um lugar que ficou no passado</p><p>E invade meus pensamentos nos momentos de solidão</p><p>Saudade do clima ameno e das montanhas esverdeadas</p><p>Saudade do colorido das flores na tão esperada primavera</p><p>Que tristeza me invade por necessidade de deixar-te</p><p>Que angústia a minha em pensar quando voltarei</p><p>O passado disputa uma batalha com o presente</p><p>Folhas, pétalas, grãos, pólen, orvalho, garoa</p><p>Caem em minha mente municiando meus olhos</p><p>Terra de Deus e de suíços que a embelezaram</p><p>Um paraíso com barreiras naturais</p><p>Oh! Terra minha, meu mundo colorido</p><p>Fábrica de arco-íris e exemplo de inspiração</p><p>Saudade do aroma de terra molhada após a garoa</p><p>Do coaxar dos sapos e da revoada de borboletas</p><p>Saudade de ver a água minando das pedras</p><p>As libélulas a fazerem seu voo solo</p><p>O flex do relâmpago em meio as nuvens negras</p><p>A terra que me ensinou a viver e me tornou homem</p><p>Que me deu alegria, tristeza e me fez sonhar</p><p>Eu vejo o mar mais me apaixonei pelos rios</p><p>Oh minha querida, amada e inspiradora Nova Friburgo</p><p>Não suma, não fuja que um dia estarei voltando</p><p>Para poder te abraçar e dizer que te amo</p><p>2005</p><p>Capa</p><p>Folha de rosto</p><p>Créditos</p><p>Sumário</p><p>Vírus</p><p>Solidão</p><p>Soneto para a morte</p><p>Corpo nu</p><p>O Nome da Rosa</p><p>Mensageiro do destino (pensamento I)</p><p>Passado e futuro (pensamento II)</p><p>Espelhos dágua (pensamento III)</p><p>Partida</p><p>Provérbios</p><p>Elegia erótica I</p><p>Obra de arte</p><p>O beijo</p><p>Jussara em metáfora</p><p>Camila</p><p>Erotismo</p><p>Rayane</p><p>A carta</p><p>A lua nua</p><p>Julgamento I</p><p>Elegia erótica II</p><p>Elegia aos amantes</p><p>Aniversário</p><p>Falando de amor</p><p>Selma</p><p>Desencanto</p><p>Bruna</p><p>Ouça</p><p>Beijo</p><p>Silêncio</p><p>Catarina</p><p>Rosa</p><p>Leia</p><p>Decepção</p><p>Viver, amar, natura e morrer</p><p>Ser pai é...</p><p>The miracle of love</p><p>Cantares</p><p>Oração</p><p>O poeta e seus poemas</p><p>Nativismo</p>

Mais conteúdos dessa disciplina