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1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES FACULDADE DE EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD AVALIAÇÃO PRESENCIAL 1 – 2018.1 Disciplina: Língua Portuguesa na Educação II Coordenador (a): Cláudia Cristina dos Santos Andrade Aluno (a): _________________________________________ Matr.:_____________________ Polo: _________________ QUESTÃO 1 (1 ponto) O poema abaixo nos chama atenção para as características da língua: Texto 1 “Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam. Espera que cada um se realize e consume com seu poder de palavra e seu poder de silêncio. Não forces o poema a desprender-se do limbo. Não colhas no chão o poema que se perdeu. Não adules o poema. Aceita-o como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço.” (ANDRADE, Carlos Drummond. Nova reunião: 23 livros de poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015) As palavras, tomadas em estado de dicionário, são incapazes de constituir linguagem porque: (a) a linguagem existe porque se uniu um pensamento a uma forma de expressão, um significado a um significante e, por isso, sua dinâmica depende de quem fala. (b) a palavra é somente o produto da interação do locutor e do ouvinte, e, por isso, depende do uso e do contexto para se tornar linguagem. (c) a expressão oral, dotada de significado para o falante, é a única forma capaz de constituir linguagem. (d) só é linguagem quando as palavras estão no sentido figurado, ou seja, conotativo. Caro(a) aluno(a), antes de realizar as questões, observe as seguintes instruções: . preste atenção ao que é solicitado no enunciado das questões; . responda com calma e atenção; . procure não deixar nenhuma questão em branco; . todas as questões devem estar respondidas à caneta azul ou preta; . utilize a modalidade padrão da língua, reconhecidamente a mais adequada a textos científicos, em textos claros, coerentes e coesos; . apresente um texto visualmente limpo, bem organizado, com poucas rasuras na parte discursiva e nenhuma na objetiva e boa caligrafia, se for o caso. 2 QUESTÃO 2 (4 pontos: 2 cada) A) Na aula 12 de nossa coletânea, há uma análise da música “Admirável Gado Novo” que destaca a ironia contida na letra da música, abaixo transcrita. Localize a ironia observada na análise feita pelas autoras da aula, transcrevendo um trecho e justificando sua escolha. Texto 2 Admirável gado novo Vocês que fazem parte dessa massa Que passa nos projetos do futuro É duro tanto ter que caminhar E dar muito mais que receber E ter que demonstrar sua coragem À margem do que possa parecer E ver que toda essa engrenagem Já sente a ferrugem lhe comer Ê ô ô vida de gado Povo marcado. Ê povo feliz Lá fora faz um tempo confortável A vigilância cuida do normal Os automóveis ouvem a notícia Os homens a publicam no jornal E correm através da madrugada À única velhice que chegou Demoram-se na beira da estrada E passam a contar o que sobrou Ê ô ô vida de gado Povo marcado. Ê povo feliz O povo foge da ignorância Apesar de viver tão perto dela E sonham com melhores tempos idos Contemplam essa vida numa cela Esperam nova possibilidade De verem esse mundo se acabar A Arca-de-Noé, o dirigível Não voam nem se pode flutuar. 1.0 para identificar o trecho – 1.0 para análise A música faz uma crítica social, ao comparar o povo a animais que são marcados a ferro, manipulados, sem perspectiva de mudança de vida, presos a uma realidade que não apresenta opções. Algumas análises bem fundamentadas de outros trechos foram avaliadas parcialmente. B) No texto utilizado como eixo da Aula-Extra 1(Unidade 1) as autoras sinalizam que “é por meio da leitura que “se internalizam, além do registro padrão da Língua, estruturas linguísticas mais complexas, desenvolvendo de modo globalizado o desempenho linguístico do falante” (VILLARDI, 1999, p.07). Além disso, na medida em que os alunos leem diferentes escritos, em contextos reais de uso, compreendem sua função social e tornam-se capazes de reconhecer sua organização discursiva, de diferenciá-los e também de produzi-los, embora não necessariamente com a devida “destreza” no que tange a seus aspectos formais. No entanto, é preciso que possam ir além desse reconhecimento e que sejam capazes de produzir textos em diferentes contextos comunicativos. Os textos poéticos, como transcritos acima, possuem funções sociais que precisam ser levadas em conta no momento de seu uso pedagógico. Marque a(s) opção(ões)que melhor representa(m) uma proposta pedagógica com base na perspectiva discursiva da língua, completando a frase: Além das ações de ler o texto, discutir seus sentidos e relações com outros textos e fatos da realidade, podemos, também: 0.5 por item (a) Fazer perguntas escritas para melhor compreensão do texto. (b) Apresentar uma leitura dramatizada do poema para outras turmas. (c) Produzir um sarau com os estudantes, de forma que cada grupo possa apresentar um poema. (d) Passar para o plural as frases que estão no singular. 3 QUESTÃO 3: (3 pontos: 0,5 cada resposta) Os textos abaixo tratam de temas próximos, mas são de gêneros discursivos diferentes. Defina o gênero discursivo de cada um deles, apontando dois elementos constitutivos que contribuíram para sua análise. Texto 3 João Requizado, O Cangaceiro Solitário Luar do Conselheiro Mais uma destas histórias Que só existem no sertão Que mostram a resistência A injustiça e opressão Pois o povo sertanejo Só morre de arma na mão. Este fato ocorreu Como muitos no nordeste O povo sempre oprimido Pela sede, fome e peste. Na competição da vida O sertanejo leva o teste Na Serra da Cravada Na Chapada Diamantina Nasceu João Requizado Filho de Dona Vitalina Com Seu Emídio Fortunato Tava escrita sua sina Tinha também quatro irmãos Unidos sem desengano Eram eles: Canuto, Ciro, Pedro e Feliciano. Mas eram suas três irmãs O ciúme deste mano (...) Texto 4 Cangaço Quem nunca ouviu falar em Virgulino, o Lampião? Esse foi o principal nome de um movimento social ocorrido no sertão nordestino durante o fim do século XIX e início do século XX, denominado cangaço. Os cangaceiros, com seus chapéus de abas largas, roupas de couro enfeitadas, punhais e armas de fogo na cintura, atuaram em cidades dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Esses grupos eram integrados, na maioria das vezes, por sertanejos jagunços, capangas e empregados de latifundiários (detentores de grandes propriedades rurais). Esse movimento está diretamente relacionado à disputa da terra, coronelismo, vingança, revolta à situação de miséria no Nordeste e descaso do poder público. Os cangaceiros aterrorizavam as cidades, realizando roubos, extorquindo dinheiro da população, sequestrando figuras importantes, além de saquear fazendas. Com o fortalecimento do cangaço, as polícias estaduais não conseguiram inibir as ações dos cangaceiros, que eram temidos pela violência e crueldade durante os ataques, sendo necessária a participação da polícia federal. Esse comportamento despertou o respeito e a admiração a vários integrantes do movimento, que eram considerados heróispor parte da população em razão da bravura e audácia. Contudo, vários sertanejos temiam os cangaceiros, demonstrando total oposição aos “bandidos”. Disponível em http://www.brasilescola.com/brasil/cangaco.htm Texto 3 Texto 4 Gênero Cordel Texto Informativo/cientifico/artigo Elementos composicionais Temática regional Linguagem conotativa Objetividade Informar fatos Estrofe de 6 versos Presença de rimas Texto em prosa Linguagem denotativa QUESTÃO 4 (2 pontos) Com base nos estudos realizados na aula 27, defina um elemento composicional ou temático da poesia de cordel que deva ser enfatizado quando houver o uso pedagógico do gênero, justificando sua escolha. Serão consideradas respostas que privilegiem o uso do cordel para trabalhar com a realidade do Nordeste em comparação com outras realidades, considerando a perspectiva dialógica.
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