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<p>I – DO CARÁTER EXTRACONCURSAL DOS CRÉDITOS FALIMENTARES DECORRENTES DE</p><p>OBRIGAÇÕES CONTRAÍDAS PELO DEVENDO DURANTE A RECUPERAÇÃO JUDICIAL. (Fátima</p><p>Nancy Andrighi).</p><p>Primeiramente, é válido mencionar que um dos principais objetivos da Lei nº 11.101/05,</p><p>expresso em seu art. 47º, é o de promover a preservação da empresa, sua função social e o</p><p>estimulo à atividade econômica. Temos no Livro 10 anos de vigência da lei de recuperação e</p><p>falência: (Lei nº. 11.101/2005), guia de estudo para o presente trabalho, tem como base a</p><p>importância de reestruturar a empresa, tanto para funcionários, credores, como o comércio de</p><p>forma geral.</p><p>A referida Lei, veio para suprir a necessidade de uma legislação que acompanhe o momento</p><p>econômico do país, assim como seu crescimento empresarial. A Recuperação Judicial é o</p><p>momento que todos os meios possíveis são usados para reerguer a empresa. Como vemos no</p><p>art. 67º, os créditos advindos deste momento, ou seja, as obrigações contraídas durante o</p><p>período de recuperação judicial são de natureza extraconcursal. Os créditos que possuem</p><p>prioridade acima de tudo, tem preferência na ordem de classificação, pois, é um estímulo para</p><p>que fornecedores, financiadores e clientes contribuam para o reerguimento da empresa.</p><p>Uniformizam as decisões que a recuperação judicial se inicia no momento que é deferido o</p><p>pedido e os atos seguintes, conforme estabelece a Lei, serão extraconcursais. Discute-se</p><p>acerca de quais são os créditos que entram no rol de extraconcursal e estão previstos no artigo</p><p>84º, da Lei de Recuperação Judicial e Falência.</p><p>II – ASPECTOS PROCESSUAIS DA DECRETAÇÃO DE INEFICÁCIA E DA AÇÃO REVOCATÓRIA</p><p>FALIMENTAR. (Luiz Guilherme Marinoni 1 Ricardo Alexandre da Silva).</p><p>Já diferente do primeiro capítulo, aqui se trata de atos ineficazes em relação a massa falida</p><p>mesmo que o contratante não tenha conhecimento do estado financeiro da empresa, como</p><p>dispõe o artigo 129º, da Lei de Recuperação Judicial e Falência, e o art. 130º, elucida os atos</p><p>que são revogáveis praticados com intuito de prejudicar credores. Aqui é imprescindível a</p><p>proteção de par conditio creditorum (assegurar igualdade entre os credores da mesma classe).</p><p>São os atos que não possuem efeito em relação a massa falida:</p><p>“George Bykoff, com a ineficácia não há invalidação do ato, o qual remanesce valido entre os</p><p>contratantes e perante terceiros, mas deixa de ser eficaz em relação à massa falida.”</p><p>Aqui o prejuízo aos credores enseja a sua ineficácia:</p><p>1 – PAGAMENTO DE DÍVIDAS NÃO VENCIDAS DENTRO DO TERMO LEGAL: há uma ordem</p><p>estabelecida pela lei de pagamento, senso assim, não há aceitação de priorizar dívida não</p><p>exigível;</p><p>2 – PAGAMENTO NO TERMO LEGAL DE DÍVIDAS VENCIDAS POR MEIO DE FORMA NÃO</p><p>PREVISTA: aqui a dívida é exigível, porém o pagamento feito de forma não prevista no</p><p>contrato, acarreta ineficácia;</p><p>3 - INEFICÁCIA DA CONSTITUIÇÃO DE DIREITO REAL NO TERMO LEGAL: como os débitos de</p><p>garantia real tem preferência de segundo lugar, conforme o art. 83º, não poderá o débito</p><p>anterior ao período suspeito ser garantido mediante constituição de direito real;</p><p>4 – ATOS GRATUITOS PRATICADOS DOIS ANOS ANTES DA FALÊNCIA: ressalvados os de</p><p>pequena monta, os atos gratuitos praticados 2 anos antes da decretação de falência, serão</p><p>ineficazes;</p><p>5 - RENÚNCIA A HERANÇA OU LEGADO DOIS ANOS ANTES DA FALÊNCIA: o interesse da massa</p><p>pode ser defendido pelo administrador judicial como se a renúncia não tivesse acontecido, se</p><p>tiver ocorrido até 2 anos antes da quebra;</p><p>6 - VENDA OU TRANSFERÊNCIA DE ESTABELECIMENTO SEM ANUÊNCIA OU PAGAMENTO DOS</p><p>CREDORES: se os credores não anuírem em caso de repasse do estabelecimento ou de unidade</p><p>de cadeia produtiva, o silêncio em 30 dia dos credores após serem devidamente notificados,</p><p>será contado como anuência;</p><p>7 – REGISTROS OU AVERBAÇÕES POSTERIORES À FALÊNCIA: os registros de direito real e de</p><p>transferência de imóveis, sem prévia prenotação feitos após a decretação de falência, serão</p><p>considerados nulos. Com base no que estabelece o ordenamento, devendo seguir o devido</p><p>processo legal, a ampla defesa e o contraditório, não será aceitável a decretação ex officio sem</p><p>ouvir o interessado. Para que o interesse da massa falida seja garantido sem nenhuma violação</p><p>de direitos fundamentais de terceiros.</p><p>A ação revocatória falimentar, é meio jurídica pelo qual será decretado a ineficácia do ato</p><p>conforma o art. 130º, praticados em conluio fraudulento entre as partes. Para que haja êxito</p><p>na ação necessita de 2 elementos que são denominados pela doutrina de subjetivo e objetivo:</p><p>o dano e o conluio fraudulento. Precisa existir o nexo casual dos moldes do que estabelece o</p><p>artigo supracitado, entre a ação praticada e efetivo prejuízo sofrido pela massa falida. A</p><p>legitimidade ativa para a propositura da ação, será o administrador judicial, o Ministério</p><p>Público ou de qualquer credor até três anos da decretação da falência. No que se refere ao</p><p>procedimento e a competência, será proposta a ação no juízo de falência e seguirá o que</p><p>estabelece o CPC, os efeitos da sentença determinará que os bens voltarão a massa falida, não</p><p>sendo possível, pagará o devedor o valor de mercado como determina. O juízo falimentar</p><p>poderá determinar o sequestro cautelar de bens que estejam na posse de terceiros como</p><p>medida preventiva.</p><p>Por fim, o prejuízo aos credores é requisito tanto para a ineficácia, quanto para a revogação,</p><p>porém, para a ação revocatória inclui o requisito conluio fraudulento. Em linhas gerais, o</p><p>capítulo expõe sobre os atos praticados, tanto na recuperação judicial ou após a sua</p><p>convolação em falência. Os polos ativos e passivo da demanda, a competência para o</p><p>processamento, e o caminho após a sentença. Visando sempre a proteção da massa falida para</p><p>que tenha efetividade na ordem dos credores.</p>