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17 Efeitos da Decretação da Falência

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EFEITOS DA DECRETAÇÃO DA FALENCIA
Quando aos credores
· Formação da massa falida, ou seja, agrupamento de bens (objetiva) e credores (subjetiva) do falido;
· Vencimento antecipado de toda divida do falido: tornando-as exigíveis, possibilitando que seu credor participe do processo falimentar;
· Suspensão do curso da prescrição das obrigações do falido;
· Suspensão da fluência de juros (art. 124).
Quanto à pessoa do devedor
Dissolução da sociedade (PJ), encerramento da atividade empresarial e início do processo concursal. A sentença desfaz os vínculos entre os sócios ou acionistas (dissolução-ato) e instaura forma específica de liquidação do patrimônio social, para que a realização do ativo e a satisfação do passivo (liquidação) sejam feitas não por liquidante escolhido pelos sócios ou nomeado pelo juiz da ação de dissolução, mas pelo juízo falimentar, com a colaboração do administrador judicial, ocorrendo também a partilha de eventuais sobras entre os sócios. Deste modo a falência é total e judicial.
É possível o levantamento da falência durante a dissolução da sociedade, revertendo-se os efeitos dissolutórios e retornando a sociedade ao estatuto anterior. É possível, também, após o fim do procedimento, a reabilitação da sociedade empresária, para que volte a exercer sua atividade.
A sociedade empresária dissolvida pode ter sua falência requerida e decretada durante a fase de liquidação. A dissolução, judicial ou extrajudicial, não obsta a decretação da falência.
Quanto aos sócios
Dependem do tipo societário e responsabilidade do sócio, e da função exercida pelo sócio:
1. De acordo com o tipo societário varia a responsabilidade civil:
1.1 Sociedade limitada com capital social integralizado, inclusive EIRELI: os sócios de responsabilidade limitada não sofrem qualquer sanção, visto que tratam-se de pessoas jurídicas diferentes;
1.2 Sociedade limitada sem que o capital social esteja integralizado: o administrador pode promover ação de integralização, processo comum de conhecimento que tramitará no juízo da falência e prescreve em 2 anos, podendo ser ajuizada desde logo, devendo o sócio (de responsabilidade limitada) provar a integralização do capital (é ajuizada apenas contra o sócio que não integralizou visto que a responsabilidade solidária quanto à integralização do capital só ocorre frente a terceiros) . Caso contrário, pode haver a penhora de seus bens, que, porém, só podem ser usados para pagar as obrigações da sociedade se o patrimônio integralizado desta não for suficiente, sendo a responsabilidade do sócio subsidiária;
1.3 Sociedade ilimitada/sócios com responsabilidade ilimitada: os sócios também tem sua falência decretada, ficando sujeitos aos mesmos efeitos que a sociedade, devendo também ser citados para contestar (art. 81 e art. 1.032, CC). Seus bens, porém, também responderão apenas subsidiariamente.
2. De acordo com a função exercida: administradores de LTDA e diretores de S/A possuem os mesmos encargos de colaboração processual que o empresário individual, devendo prestar informações e declarações e manifestar-se em nome da sociedade.
Também é possível a medida acautelatória de desconsideração da personalidade jurídica nos autos de falência, superando a indisponibilidade de bens particulares do sócio na hipótese de confusão patrimonial, sendo o da PJ transferido aos sócios com fins fraudulentos.
A falência duma LTDA ou S/A (cujos sócios tem responsabilidade limitada) não impede o sócio ou acionista de continuar participando das demais sociedades de que faz parte, constituir ou entrar em outra, apenas que exerça atividade empresarial individualmente, até a extinção das obrigações do falido (que podem persistir após o fim da falência, a depender dos requisitos ou prazos fixados pelo juiz) e obtenção de sua reabilitação judicial.
Apenas sofrem tais sanções os sócios de responsabilidade ilimitada, que também sofrem:
· Necessidade de cumprir os deveres do falido presentes no art. 104;
· Apuração de eventual responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, por meio de ação própria, procedimento comum, perante o juízo da falência – art. 82
· Perda do direito de administração dos seus bens e da disponibilidade sobre eles, que passam a integrar a massa falida objetiva - art. 103;
· Não pode se ausentar sem autorização judicial, devem comparecer aos atos de falência, e semelhantes.
Porém, em relação à responsabilidade penal, todos os sócios são equiparados ao empresário individual falido, de modo que, caso condenados por crime falimentar, independentemente de exercerem ou não a administração da empresa ou do tipo societário e, logo, sua responsabilidade civil (se limitada ou não). Por essa razão, se for condenado por crime falimentar e a sentença condenatória prever expressamente a restrição (art. 181, § 1º), além de não poder constituir nova sociedade, nem ingressar em alguma existente, fica impedido de participar da administração de sociedade empresária. Não há óbice, contudo, à sua participação na administração de sociedades não empresárias (simples) ou de outras pessoas jurídicas (como associações ou fundações).
Art. 102 – A partir da sentença declaratória de falência, “o falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decretação da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no art. 181, § 1º”, e não a sentença que encerramento da falência. A sentença que extingue as obrigações do devedor, que possibilita a reabilitação, só ocorre em uma das hipóteses do art. 158:
I. Pagamento de todos os créditos;
II. Pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo;
III. Decurso do prazo de 5 anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei [falimentar];
IV. Decurso do prazo de 10 anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei.
Art. 103 - Desde a decretação da falência, o devedor perde o direito de administrar os seus bens ou deles dispor.
São os deveres do falido:
I. Sendo empresário individual: “assinar nos autos, desde que intimado da decisão, termo de comparecimento, com a indicação do nome, nacionalidade, estado civil, endereço completo do domicílio, devendo ainda declarar, para constar do dito termo”:
a) As causas determinantes da sua falência, quando requerida pelos credores;
b) Tratando-se de sociedade: “os nomes e endereços de todos os sócios, acionistas controladores, diretores ou administradores, apresentando o contrato ou estatuto social e a prova do respectivo registro, bem como suas alterações”;
c) O nome do contador encarregado da escrituração dos livros obrigatórios;
d) Os mandatos que porventura tenha outorgado, indicando seu objeto, nome e endereço do mandatário;
e) Seus bens imóveis e os móveis que não se encontram no estabelecimento;
f) Se faz parte de outras sociedades, exibindo respectivo contrato;
g) Suas contas bancárias, aplicações, títulos em cobrança e processos em andamento em que for autor ou réu;
II. Depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os seus livros obrigatórios, a fim de serem entregues ao administrador judicial, depois de encerrados por termos assinados pelo juiz;
III. Não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas cominadas na lei;
IV. Comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por procurador, quando não for indispensável sua presença;
V. Entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis e documentos ao administrador judicial, indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens que porventura tenha em poder de terceiros;
VI. Prestar as informações reclamadas pelo juiz, administrador judicial, credor ou MinistérioPúblico sobre circunstâncias e fatos que interessem à falência;
VII. Auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza;
VIII. Examinar as habilitações de crédito apresentadas;
IX. Assistir ao levantamento, à verificação do balanço e ao exame dos livros;
X. Manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz;
XI. Apresentar, no prazo fixado pelo juiz, a relação de seus credores;
XII. Examinar e dar parecer sobre as contas do administrador judicial.
Único - Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta Lei lhe impõe, após intimado pelo juiz a fazê-lo, responderá o falido por crime de desobediência.
Quanto aos bens do falido
São arrecadados (art. 108) os bens da sociedade falida, inclusive eventuais propriedades industriais, ainda que não estejam em sua posse, assim como todos os bens em sua posse mesmo que não seja de sua propriedade (sendo posteriormente apartados da massa falida por meio de pedido de restituição – arts. 85 a 93), salvo os absolutamente impenhoráveis (mesmo que penhorados em execuções individuais, salvo se for uma das que não são suspensão com a decretação da falência). Com isto forma-se a massa falida objetiva, por meio de auto (composto de termo de inventário e laudo de avaliação feito pelo administrador com ou sem a ajuda de perito), elaborado e assinado pelo administrador judicial, representante legal da sociedade falida, se estiver presente, e demais pessoas que tenham auxiliado no ato ou o tenham assistido. Havendo no termo informação com a qual não concorda o representante legal da falida, poderão ser apresentadas, em separado, observações ou declarações para ressalva de direitos. 
Art. 108 – “Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o administrador judicial efetuará a arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos bens, separadamente ou em bloco, no local em que se encontrem, requerendo ao juiz, para esses fins, as medidas necessárias”. Visto que, apesar de os bens juntos terem maior valor, podem não ser tão interessante em razão das dividas trabalhistas que os acompanham.
§ 1º Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador judicial ou de pessoa por ele escolhida, sob responsabilidade daquele, podendo o falido ou qualquer de seus representantes ser nomeado depositário dos bens.
§ 2º O falido poderá acompanhar a arrecadação e a avaliação.
§ 3º O produto dos bens penhorados ou por outra forma apreendidos entrará para a massa, cumprindo ao juiz deprecar, a requerimento do administrador judicial, às autoridades competentes, determinando sua entrega.
§ 4º Não serão arrecadados os bens absolutamente impenhoráveis.
§ 5º Ainda que haja avaliação em bloco, o bem objeto de garantia real será também avaliado separadamente, para os fins do § 1º do art. 83 desta Lei.
Art. 109 - O estabelecimento será lacrado sempre que houver risco para a execução da etapa de arrecadação ou para a preservação dos bens da massa falida ou dos interesses dos credores.
Art. 110 - O auto de arrecadação, composto pelo inventário e pelo respectivo laudo de avaliação dos bens, será assinado pelo administrador judicial, pelo falido ou seus representantes e por outras pessoas que auxiliarem ou presenciarem o ato.
§ 1º - Não sendo possível a avaliação dos bens no ato da arrecadação, o administrador judicial requererá ao juiz a concessão de prazo para apresentação do laudo de avaliação, que não poderá exceder 30 dias, contados da apresentação do auto de arrecadação.
§ 2º Serão referidos no inventário:
I. Os livros obrigatórios e os auxiliares ou facultativos do devedor, designando-se o estado em que se acham, número e denominação de cada um, páginas escrituradas, data do início da escrituração e do último lançamento, e se os livros obrigatórios estão revestidos das formalidades legais;
II. Dinheiro, papéis, títulos de crédito, documentos e outros bens da massa falida;
III. Os bens da massa falida em poder de terceiro, a título de guarda, depósito, penhor ou retenção;
IV. Os bens indicados como propriedade de terceiros ou reclamados por estes, mencionando-se essa circunstância.
§ 3º Quando possível, os bens referidos no § 2º deste artigo serão individualizados.
§ 4º Em relação aos bens imóveis, o administrador judicial, no prazo de 15 (quinze) dias após a sua arrecadação, exibirá as certidões de registro, extraídas posteriormente à decretação da falência, com todas as indicações que nele constarem.
Art. 111 - O juiz poderá autorizar os credores, de forma individual ou coletiva, em razão dos custos e no interesse da massa falida, a adquirir ou adjudicar, de imediato, os bens arrecadados, pelo valor da avaliação, atendida a regra de classificação e preferência entre eles, ouvido o Comitê.
Art. 112 - Os bens arrecadados poderão ser removidos, desde que haja necessidade de sua melhor guarda e conservação, hipótese em que permanecerão em depósito sob responsabilidade do administrador judicial, mediante compromisso.
Art. 113 - Os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à considerável desvalorização ou que sejam de conservação arriscada ou dispendiosa, poderão ser vendidos antecipadamente, após a arrecadação e a avaliação, mediante autorização judicial, ouvidos o Comitê e o falido no prazo de 48 horas.
Art. 114 - O administrador judicial poderá alugar ou celebrar outro contrato referente aos bens da massa falida, com o objetivo de produzir renda para a massa falida, mediante autorização do Comitê.
§ 1º O contrato disposto no caput deste artigo [de locação] não gera direito de preferência na compra e não pode importar disposição total ou parcial dos bens.
§ 2º O bem objeto da contratação poderá ser alienado a qualquer tempo, independentemente do prazo contratado, rescindindo-se, sem direito a multa [geralmente prevista no caso de rescisão antecipada], o contrato realizado, salvo se houver anuência do adquirente.
Arrecadados os bens, ficam eles sob a guarda direta ou indireta do administrador judicial, sempre sob sua responsabilidade. O representante legal, se aceitar o encargo, poderá ficar como depositário dos bens da massa.
Uma vez que consequência da falência é a exclusão do falido das sociedades limitadas em que participe (art. 1030, único, CC), implica na liquidação de suas quotas nestas. Assim, em vez de proceder à arrecadação das quotas para posterior alienação judicial, deve o administrador instar os sócios do falido a realizarem a apuração dos haveres correspondentes à participação societária deste, seguida da avaliação de seu valor patrimonial. Quando a sociedade pagar este valor à massa falida, o sócio falido é excluído dela. Caso a sociedade a que pertence o falido se recuse a promover a apuração dos haveres, o administrador deve ajuizar contra ela a ação de dissolução. 
Quanto aos atos do falido 
Pode ser decretada a ineficácia de atos praticados pela sociedade durante o termo legal da falência perante a massa falida, como os mencionados nos arts. 129 e 130, apesar de os últimos serem denominados revogáveis. O art. 129 trata da ineficácia objetiva (que independem de elemento subjetivo fraudulento, bastando que sejam praticados durante o termo legal), e o art. 130 da ineficácia subjetiva (porque dependente disso, de modo que possam ser praticados fora do termo legal).
Art. 129 - São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores:
I. “O pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título”, pois lhe falta exigibilidade e preferencia no concurso de credores;
II. “O pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato”: como o pagamento de duplicata por dação em pagamento;
III. “A constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objetode outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada”: chamada de falsa preferência, violando a ordem legal estabelecida. Não será ineficaz se a garantia for dada no mesmo momento em que constituída a obrigação, mesmo que isto corra no termo, a exemplo de financiamento bancário;
IV. “A prática de atos a título gratuito, desde 2 anos antes da decretação da falência”: como os objetivos da sociedade empresária são sempre lucrativos, não se justificam atos de mera liberalidade, salvo os de valor ínfimo (em comparação às praticas de mercado) feitos a entidades assistenciais ou para fins de promoção da imagem institucional, como as de brindes de fim de ano, bem como gratificações dadas a empregados ou diretores;
V. A renúncia à herança ou a legado, até 2 anos antes da decretação da falência;
VI. “A venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos”: trata-se do trespasse, transferência total, não se vedando a transferência de partes do estabelecimento;
VII. “Registro de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior”: sobrevindo a falência sem que o credor ou adquirente tenham providenciado o registro, o ato registrário tardio será ineficaz perante a massa falida. Caberá, nesse caso, ao credor titular da garantia habilitar-se como quirografário e ao adquirente o direito ao preço pago ou, sendo este superior ao apurado com a liquidação do imóvel, ao da venda judicial.
Alguns dos atos objetivamente ineficazes (isto é, os indicados nas letras I, II, III e VII acima) não perdem a eficácia se estavam previstos no plano de recuperação judicial ou na proposta de recuperação extrajudicial homologada. Os atos mencionados nos incisos I a IV e VII mas praticados fora do prazo serão ineficazes se tiverem as partes agido com fraude.
Não são nulos ou anuláveis, produzindo todos os efeitos para os quais estavam preordenados em relação aos demais sujeitos, salvo se também invalidáveis com base no CC, situação na qual o administrador pode optar pela propositura da ação revocatória (falimentar) ou anulatória (civil).
Quando é objetiva a ineficácia pode ser inicialmente declarada de ofício pelo juiz nos autos da falência por meio de despacho quando houver provas da frustração dos objetivos do concurso falimentar juntadas a esses autos. Se não houver tais provas reunidas no processo falimentar, a ineficácia deverá ser buscada pela ação própria (que não possui nenhuma designação específica na lei) exceção, em processo autônomo ou incidente ao da falência. 
Já, a ineficácia subjetiva deve ser declarada pelo juiz da falência em ação falimentar específica, a revocatória, em razão de sua complexidade, podendo ser pedida pelo administrador, qualquer credor ou MP. Figuram no polo passivo todos os que figuraram no ato ou que, em decorrência deste, foram pagos, garantidos ou beneficiados, além dos terceiros contratantes, salvo, em relação a estes, na hipótese de ineficácia subjetiva, se não tinham conhecimento da fraude, assim como os herdeiros e legatários dessas pessoas. Decai o direito à ação revocatória em 3 anos a contar da declaração da falência. O administrador judicial não responde perante a massa pelas consequências advindas da decadência do direito, em vista da legitimidade concorrente de qualquer credor e do MP. Se procedente a ação revocatória os bens alienados podem ser incluídos na massa falida. Da decisão que a julga cabe apelação.
Em relação às obrigações e contratos do devedor
A sentença declaratória da falência afasta a incidência das normas do direito civil, comercial ou de tutela do consumidor e submetem os contratos às regras específicas do direito falimentar.
Art. 115 - A decretação da falência sujeita todos os credores, que somente poderão exercer os seus direitos sobre os bens do falido e do sócio ilimitadamente responsável na forma que esta Lei prescrever.
Art. 116 - A decretação da falência suspende:
I. O exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os quais deverão ser entregues ao administrador judicial;
II. O exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas quotas ou ações, por parte dos sócios da sociedade falida. Poderá ser recebido apenas eventual valor restante ao fim da falência.
Os contratos bilaterais não cumpridos e os unilaterais não se resolvem, podendo ser cumpridos se o administrador entender que seu cumprimento irá (arts. 117 e 118):
· Evitar o aumento de despesa;
· For necessário para a manutenção dos ativos, mediante autorização do comitê.
Caso seja rompido, não haverá incidência de cláusula penal. Ressalta-se serem as formas de rompimento do contrato:
· Distrato: comum acordo;
· Resilição: unilateral;
· Resolução:
Art. 117, § 1º - O contraente do contrato bilateral pode, em 90 dias, interpelar o administrador judicial para que se posicione, em 10 dias, quanto ao cumprimento do contrato, o silêncio do administrador, importando a resolução do contrato, assegurado ao contratante reclamar, neste caso, por ação própria, a indenização a que tem direito, constituindo o valor apurado crédito quirografário. Essa tutela não se estende ao contratante do vínculo contratual unilateral, os órgãos da falência decidindo se é do interesse da comunhão dos credores o cumprimento ou a resolução do contrato (pode ser que a coisa doada não interesse à massa, por ter valor irrisório, por exemplo).
Os órgãos da falência responsáveis pela decisão respondem, evidentemente, por má administração do interesse dos credores, relacionado a cada contrato rescindido ou mantido. A decisão do Comitê, do administrador judicial ou de ambos, por isso, é definitiva, não podendo os demais credores ou o outro contratante pleitear a revisão do que esses órgãos deliberaram quanto a esse ponto.
De qualquer forma é possível que conste do contrato cláusula expressa de resolução por falência, ou seja, a resolução do contrato em hipótese de falência. Visto que o direito falimentar, como parte do comercial, tem normas contratuais de natureza supletiva da vontade dos contratantes, aplicando-se apenas se as partes não convencionaram diferentemente.
Se não pactuada essa cláusula aplicam-se as regras gerais supracitadas, salvo se aplicáveis as seguintes regras especiais:
- Contrato de compra e venda mercantil
Falindo o comprador, variam os direitos do vendedor, de acordo com o momento da entrega das mercadorias, em relação ao do pedido da falência, se o vendedor:
· Ainda não despachou as mercadorias e o comprador pagou todo ou parte do preço: aplica-se a regra geral, cabendo ao administrador avaliar, em conjunto ao Comitê, se em funcionamento, a possibilidade da resolução, podendo o vendedor interpela-lo. Se optar por cumprir o contrato o vendedor deverá entregar a mercadoria, nos termos contratados, e habilitar seu crédito na falência. Se optar por resolver o contrato, o vendedor não terá nenhum direito oponível contra a massa ou mesmo exercitável no processo falimentar. Se o administrador não se manifestar no prazo, o contrato será rescindido, e o vendedor terá direito a indenização, como crédito quirografário, a apurar-se em ação ordinária;
· Já despachou as mercadorias: poderá obstar a entrega de coisa vendida à falida, se ainda não paga, nem recebida, e desde que não tenha havido a revenda sem fraude por tradição simbólica (como com base em fatura ou conhecimento de frete);
· Entregou as mercadorias nos 15 dias anteriores ao pedido de falência: tem direito à restituição se as mercadorias não haviam sido pagas, desde que não tenha ocorrido sua alienação(art. 85, único), situação na qual a restituição ocorrerá em dinheiro;
· Entregou as mercadorias antes do período de 15 dias antecedentes ao pedido de falência, ou posteriormente a este: resta-lhe a habilitação do crédito, considerando-se que o vendedor tinha já meios de saber da condição em que se encontrava a sociedade empresária compradora, e, mesmo assim, não exerceu o direito de sustar a entrega, não sendo vítima da má-fé dos representantes legais daquela, não se justificando a restituição.
Caso o vendedor seja o falido, o comprador pode, colocando as composições já recebidas à disposição da massa, pleitear perdas e danos (art. 119, II). E, na venda pela falida de coisa móvel, com pagamento a prestação, o administrador pode optar pela resolução do contrato, procedendo à habilitação do crédito do comprador no valor das prestações pagas (III). Se não houver recursos monetários disponíveis suficientes para suportar a restituição das prestações, não poderá o administrador valer-se do produto da realização do ativo para essa finalidade, porque essa solução importaria inequívoca quebra do princípio do tratamento paritário dos credores.
Na compra e venda a termo de bens com cotação em Bolsa ou mercado, não se executando o contrato, prestará o contratante ou a massa a diferença entre as cotações do dia do contrato e o da liquidação (V) . Se, por exemplo, a sociedade empresária falida se dedicava à industrialização de sucos de laranja, tendo adquirido, no ano anterior à falência, a safra de fazendas produtoras da fruta, contratando pagar o preço de cotação na Bolsa de Mercadorias e Futuros, correspondente ao dia da entrega. Falindo a compradora, comparam-se as cotações de dois dias: de um lado, o da assinatura do contrato de compra e venda e, de outro, aquele em que deveria ocorrer a entrega, caso não falisse a compradora. Se a primeira supera a segunda, a massa falida tem crédito; se ocorre o inverso, tem débito perante o vendedor.
As regras relativas ao contrato de compra e venda mencionadas se aplicam aos contratos de consumo, na ausência de regra específica.
- Compromisso de compra e venda
O compromisso de compra e venda de bens imóveis loteados ou de lotes não pode ser rescindido pelo administrador. 
· Na falência do vendedor (dedicando-se a incorporação e venda de loteamento): o compromisso será cumprido, o administrador continua recebendo os valores devidos, nos termos do compromisso, e, uma vez integralizado o preço, outorga a escritura definitiva de venda e compra;
· Na falência do adquirente: seus direitos de promitente são arrecadados e vendidos em juízo (VI e art. 30 lei 6.766/79), quem os arrematar sub-rogando-se no contrato, e, pagando as prestações vencidas e vincendas, recebendo o imóvel loteado ou o lote.
- Locação empresarial
· Se o falido era locador: o locatário continua na posse do bem e passa a pagar o aluguel à massa, na pessoa do administrador. Feita a venda judicial do bem locado, o adquirente decidirá se quer ou não continuar o vínculo locatício. 
· Se o falido era locatário o falido: caberá ao administrador judicial avaliar se convém ou não permanecer locando o bem. Se optar por manter a locação, por considerar essa a alternativa mais interessante para a massa, deverá continuar a pagar o aluguel e cumprir as demais obrigações. A qualquer tempo pode o administrador denunciar o contrato (VII). O locador não terá direito de preferencia em eventual alienação.
Se o estabelecimento empresarial da sociedade falida encontra-se em imóvel locado de acordo com os pressupostos do art. 51 da lei 8.245/91, constituindo ponto comercial, pode o administrador identificar um valor a ser preservado para futura alienação judicial em benefício da massa. 
- Alienação fiduciária em garantia
Falindo o fiduciante (que dá a garantia), a fiduciária pode pedir a restituição do bem móvel, já que é a titular do direito real de propriedade (art. 7, decreto-lei 911/69), sendo feito a restituição em dinheiro se o bem não for encontrado na posse da sociedade falida. Restituída a coisa, a fiduciária é obrigada, a vendê-lo, aplicando o preço no pagamento do seu crédito e das despesas em que incorreu. De acordo com a disciplina legal, antes da lei 10.931/2004. Se o produto da venda não bastou à satisfação do crédito a fiduciária deve se habilitar como credora quirografária na falência. Se o preço da venda superava o devido pela falida o saldo credor é da massa, e a fiduciária deve entregar o numerário correspondente ao administrador judicial. De acordo com a nova sistemática legal, a propriedade do bem se consolida nas mãos da instituição fiduciária. Porém, como a inovação legislativa não importará o tratamento mais justo da massa falida, deve o juízo falimentar quando for o caso, determinar que se aplique a sistemática anterior: venda do bem e encontro de contas, visto que o art. 7º, único, do decreto-lei 911/69 não foi alterado pela lei 10.931/2004. 
Quando a alienação fiduciária em garantia tem por objeto bem imóvel de sociedade falida, a instituição financeira ou o credor fiduciário podem obter a consolidação da propriedade, na forma da lei 9.514/97.
- Mandato
· Conferido pelo devedor (art. 120): tem seus efeitos cessados, salvo os de exceto os de representação judicial (§ 1º);
· Outorgados em favor do devedor: (§ 2º) tem seus efeitos cessados, salvo se versarem sobre matéria estranha à atividade empresarial.
- Conta corrente
São encerradas com a declaração da falência, apurando-se o saldo, que deverá ser, quando positivo, pago pelo contratante, e, se constituir negativo, habilitado o crédito na falência, devendo ser estornados movimentos eventualmente lançados após a decretação, mesmo que fundados em contrato e desconhecida a falência pelo banco (art. 121). Isto não se aplica aos movimentos e lançamentos em que terceiros sejam credores, não podendo ser estornados, salvo se o banco já tinha conhecimento da falência. Esta regra se aplica por analogia aos contratos de depósito bancário.
- Compensação de créditos
Ocorre quando duas pessoas são, ao mesmo tempo, credoras e devedoras uma da outra.
Art. 122 - Compensam-se, com preferência sobre todos os demais credores, as dívidas do devedor vencidas até o dia da decretação da falência, provenha o vencimento da sentença de falência ou não, obedecidos os requisitos da legislação civil.
Único - Não se compensam (para evitar a violação intencional da ordem de preferencia):
I. Créditos transferidos após a decretação da falência, salvo em caso de sucessão por fusão, incorporação, cisão ou morte; 
II. Créditos, ainda que vencidos anteriormente, transferidos quando já conhecido o estado de crise econômico-financeira do devedor ou cuja transferência se operou com fraude ou dolo.
Art. 123 - Se o falido fizer parte de alguma sociedade como sócio comanditário ou cotista, para a massa falida entrarão somente os haveres que na sociedade ele possuir e forem apurados na forma estabelecida no contrato ou estatuto social.
Art. 124 – “Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados (última classe)”, exceto juros das debêntures e dos créditos com garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia (único).
Art. 125 - Na falência do espólio, ficará suspenso o processo de inventário, cabendo ao administrador judicial a realização de atos pendentes em relação aos direitos e obrigações da massa falida.
Art. 126 - Nas relações patrimoniais não reguladas expressamente na lei, o juiz decidirá o caso atendendo à unidade, à universalidade do concurso e à igualdade de tratamento dos credores (dentro de sua classe). Demonstração do princípio da igualdade está no fato de que, para evitar fraudes, impedindo que se façam ações trabalhistas simuladas para não pagar os credores inferiores, há um limite de valor a ser dispendido no pagamento desta classe, sendo rateado o pagamento, de modo proporcional a cadacredor trabalhista, em vez de pagar tudo a um só.
Art. 127 – “O credor de coobrigados solidários cujas falências sejam decretadas tem o direito de concorrer, em cada uma delas, pela totalidade do seu crédito, até recebê-lo por inteiro, quando então comunicará ao juízo”. Havendo vários devedores e um deles falir, é possível o prosseguimento de execução contra o devedor solidário não falido, tendo este, se pagou, direito regresso em relação aos demais. 
Art. 128 – “Os coobrigados solventes e os garantes do devedor ou dos sócios ilimitadamente responsáveis podem habilitar o crédito correspondente às quantias pagas ou devidas, se o credor não se habilitar no prazo legal”.
- Prescrição das obrigações
Suspende-se com a decretação da falência (art. 6º). Não se suspendem, no entanto, a prescrição das obrigações de que era credora a falida, nem a fluência de prazos decadenciais, mesmo das obrigações devidas por ela. Tal prazo volta a correr (não reinicia) a partir trânsito em julgado da sentença de encerramento da falência (art. 157).
Art. 77 – “Com a falência vencem antecipadamente as dívidas do devedor e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional dos juros, sendo convertidos todos os créditos em moeda estrangeira para a moeda do país, pelo câmbio do dia da decisão judicial”, para fins de abatimento dos juros legais, se outra taxa não houver sido convencionada. Isto possibilita a habilitação dos créditos na falência. A suspensão da fluência dos juros e vencimento antecipado das dividas servem à equalização dos créditos.
Art. 160 - Verificada a prescrição ou extintas as obrigações, o sócio de responsabilidade ilimitada também poderá requerer que seja declarada por sentença a extinção de suas obrigações na falência.
- Ações individuais
Também são suspensas (art. 99, V), salvo as trabalhistas, fiscais, nas quais o falido seja polo ativo se não regulamentadas pela lei (art. 76). Para Coelho, porém, este leque de exceções deve também abranger, continuando a tramitar as execuções
· Com hasta já designada: como medida de economia processual, visto que um dos objetivos da falência é a venda dos bens do ativo da falida, a execução individual estando já adiantada com relação a isto. Deve, então, a hasta (praça ou leilão) ser realizada na data designada mas o seu produto não é levantado pelo exequente, mas entregue à massa. Resultando infrutífera a hasta, e não mais subsistindo as razões de economia processual que justificavam a exceção, suspende-se também essa execução individual, o bem penhorado sendo arrecadado para alienação na falência;
· Com hasta já realizada: a execução atingiu seu objetivo antes da decretação da falência, o credor que a movia levantando do produto apurado em hasta, o valor de seu crédito. Se o produto da venda não for suficiente para satisfazê-lo, o credor poderá habilitar na falência o saldo em aberto. Se, após o pagamento restar produto da hasta, ele será entregue à massa.
Art. 76, único - Todas as ações, inclusive as excetuadas no caput deste artigo, terão prosseguimento com o administrador judicial, que deverá ser intimado para representar a massa falida, sob pena de nulidade do processo.
- Em relação a credores
Ocorre a formação da massa falida subjetiva/passiva por meio da habilitações de seus créditos (art. 7). Devem ser identificados por meio de procedimento específico denominado verificação de crédito, que se inicia com a publicação por edital da sentença de quebra, eventualmente acompanhada da relação dos credores, abrindo-se o prazo de 15 dias para os credores apresentarem ao administrador eventuais divergências ou habilitarem seu crédito (se omitido da relação) (§ 1º), diante das quais o administrador pode rever ou manter a relação apresentada pela sociedade falida, fazendo nova publicação que marca o início do decurso do prazo de 10 dias para eventuais impugnações (art. 8º). Processadas e julgadas as impugnações, o administrador organiza a consolidação do quadro geral de credores, que será homologado pelo juiz (arts. 11 a 15).
Da declaração da falência até o fim do processo falimentar - ou antes, se não admitido o credor na massa (no julgamento de impugnação de crédito) ou se determinada sua exclusão (no julgamento de ação rescisória) -, o credor pode:
· Intervir, como assistente, em qualquer ação ou incidente em que a massa seja parte ou interessada; 
· Fiscalizar sua administração, examinando sempre que desejar e independentemente de autorização judicial, os livros e demais documentos da massa;
· Requerer e promover, no processo de falência, o que for do interesse dos credores, sendo indenizado pela massa das despesas que fizer na defesa desse interesse geral se ela auferiu vantagem e até o limite desta; 
Podem também constituir procurador para representá-los na falência, que, se for advogado basta a outorga de procuração com a cláusula ad judicia. A procuração com a cláusula ad negotia também habilita o outorgado a representar o credor. Os credores debenturistas serão representados pelo agente fiduciário (art. 68, § 3º, d, LSA). Caso este não exista (como em emissões privadas), os debenturistas reunir-se-ão em assembleia para eleger um representante.
Estão excluídos da falência, não podendo ser reclamados na falência
· Crédito fiscal: o credor fiscal não precisa se habilitar, tendo em vista a proteção do interesse público, cujo atendimento depende dos recursos derivados da arrecadação tributária;
· Obrigações a título gratuito (art. 5º, I);
· Valor despendido pelos credores para habilitação ou declaração de crédito (II): como custas e honorários advocatícios, salvo as custas processuais de ação de conhecimento contra a massa falida para obtenção de título executivo a ser habilitado, devendo os honorários de sucumbência, sendo crédito seu, ser objeto de habilitação específica;
· Crédito relacionado a multa contratual ou pena pecuniária cuja constituição decorre da decretação da falência.
Sentença denegatória de falência
Pode fundar-se em:
· Elisão do pedido em razão do depósito do valor em atraso: considera-se que o requerido sucumbiu, tendo em vista que, não fosse o depósito, inevitavelmente faliria. Neste caso deve pagar também a correção monetária dos débitos, que pode inclusive ser compreendida no próprio depósito (art. 98, único), havendo divergência sobre dever-se determinar a falência do devedor que depositar apenas o valor do principal;
· Pertinência das razões apresentadas na contestação: considera-se que o requerente sucumbiu. Deve pagar também indenização se observar-se que agiu com dolo ao requerer a falência, sendo o valor das perdas e danos objeto de liquidação de sentença (art. 101). Nada impede, porém, que o requerido demande indenização do requerente em ação autônoma.
Se contestado e feito o depósito pelo requerido, o juiz não pode deixar de apreciar as razões apresentadas pela sociedade devedora. 
Não há a possibilidade de acolhimento parcial do pedido, ou falência é decretada, porque presentes os seus pressupostos, ou denegada, por ausentes, não existe meio-termo, e, desse modo, não cabe levantamento parcial do depósito em favor do credor.

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