Aula ao Vivo 3 - Resumo - Princípios Jurídicos nas Organizações

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<p>AULA AO VIVO - 3</p><p>Princípios Jurídicos nas Organizações</p><p>Professor Me. Paulo César Fernandes Rocha</p><p>• Qual o significado de Constitucionalismo.</p><p>• Qual a importância das Constituições nas sociedades</p><p>modernas.</p><p>• A concepção dos Direitos e Garantias Fundamentais.</p><p>CONSTITUCIONALISMO</p><p>CONSTITUCIONALISMO</p><p>• Constitucionalismo é um movimento social, político,</p><p>jurídico e filosófico, que dá suporte ao surgimento das</p><p>Constituições Nacionais.</p><p>• Atualmente, as Constituições representam as normas</p><p>fundamentais de um Estado.</p><p>• As Constituições concebem o que há de mais importante</p><p>no ordenamento jurídico de uma nação, por isso estão</p><p>localizadas no topo da pirâmide normativa, concebida</p><p>por Hans Kelsen.</p><p>• Na sua obra “O que é uma</p><p>Constituição?” Ferdinand</p><p>Lassalle (1825-1864)</p><p>defende que “toda</p><p>Constituição é uma soma</p><p>dos fatores reais do poder</p><p>que regem um país”.</p><p>• Para Lassalle a monarquia,</p><p>a burguesia, a aristocracia,</p><p>os banqueiros e o povo, são</p><p>partes integrantes da</p><p>Constituição.</p><p>CONSTITUCIONALISMO COMO MOVIMENTO SOCIAL</p><p>https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bundesarchiv_Bild_183-J0827-500-002,_Ferdinand_Lassalle.jpg</p><p>CONSTITUCIONALISMO COMO MOVIMENTO POLÍTICO</p><p>• O Constitucionalismo é um movimento político porque</p><p>limita o poder arbitrário daqueles que governam.</p><p>• As Constituições garantem direitos e obrigações tanto</p><p>para governados como para governantes.</p><p>• As Constituições preveem direitos mínimos que estão</p><p>garantidos aos governados.</p><p>• Aos governantes cabe tomar providências no sentido de</p><p>consolidar garantias.</p><p>• Para Carl Schmitt (1888-1985)</p><p>Constituição se diferencia de lei</p><p>constitucional.</p><p>• Constituição é a decisão</p><p>política fundamental,</p><p>relacionada à estrutura e aos</p><p>órgãos do Estado, aos direitos</p><p>individuais e à vida democrática.</p><p>As leis constitucionais são os</p><p>demais dispositivos inseridos na</p><p>Constituição, mas que não têm</p><p>caráter de decisão política</p><p>fundamental.</p><p>CONSTITUCIONALISMO COMO MOVIMENTO POLÍTICO</p><p>https://commons.wikimedia.org/wiki/File:%E3%82%AB%E3%83%BC%E3%83%AB%E3%83%BB%E</p><p>3%82%B7%E3%83%A5%E3%83%9F%E3%83%83%E3%83%88.jpg</p><p>CONSTITUCIONALISMO COMO MOVIMENTO JURÍDICO</p><p>• O Constitucionalismo é um movimento jurídico porque</p><p>se traduz como um conjunto de regras.</p><p>• O Constitucionalismo é um sistema normativo que</p><p>coloca a Constituição acima de governantes e</p><p>governados.</p><p>• As Constituições nacionais também estarão acima de</p><p>outros ordenamentos que existirem em uma nação.</p><p>• ESCOLA DO DIREITO NATURAL ou JUSNATURALISMO - Lei Universal</p><p>ou LEI VERDADEIRA, porque se origina na natureza humana.</p><p>• ESCOLA POSITIVISTA DO DIREITO - Não existe uma Lei Universal</p><p>porque a justiça é sempre relativa. Sistema jurídico lógico e coeso</p><p>semelhante às Ciências Exatas. Kelsen formulou a Teoria Pura do Direito.</p><p>• PÓS-POSITIVISMO - Os juristas perceberam a necessidade de rever</p><p>conceitos. A “dignidade da pessoa humana” passou a ser o elemento mais</p><p>importante. Além da igualdade, solidariedade e liberdade de expressão.</p><p>Hans Kelsen (Praga, 1881 — Berkeley, 1973) Jurista e Filósofo austríaco</p><p>(nasceu em Praga, que nesta época pertencia ao Império Austro-Húngaro).</p><p>CONSTITUCIONALISMO COMO MOVIMENTO JURÍDICO</p><p>A Constituição é uma norma pura, é fruto da vontade</p><p>racional do homem, e não das leis naturais.</p><p>O Direito de um Estado é hierarquizado, na qual a</p><p>Constituição é a norma superior.</p><p>Constituição Federal</p><p>Leis</p><p>Regulamentos</p><p>A HIERARQUIA DAS LEIS</p><p>EXERCÍCIO</p><p>“...a norma fundamental é a instauração do fato</p><p>fundamental da criação jurídica e pode, nestes termos, ser</p><p>designada como constituição no sentido lógico-jurídico,</p><p>para a distinguir da Constituição em sentido jurídico-</p><p>positivo. Ela é o ponto de partida de um processo: do</p><p>processo da criação do Direito positivo. Ela própria não é</p><p>uma norma posta, posta pelo costume ou pelo ato de um</p><p>órgão jurídico, não é uma norma positiva, mas uma norma</p><p>pressuposta, na medida em que a instância constituinte é</p><p>considerada como a mais elevada autoridade e por isso</p><p>não pode ser havida como recebendo o poder constituinte</p><p>através de uma outra norma, posta por uma autoridade</p><p>superior”.</p><p>Hans Kelsen, Teoria Pura do Direito</p><p>• O Constitucionalismo “pretende ser”, além de uma</p><p>corrente filosófica, uma teorização.</p><p>• O Constitucionalismo é um ideal, uma ideologia, que</p><p>se pretende alcançar.</p><p>• O Constitucionalismo concebe um ideal que tem a</p><p>pretensão de atingir uma sociedade onde</p><p>governantes e governados possam viver dentro de</p><p>uma harmonia perfeita.</p><p>CONSTITUCIONALISMO COMO MOVIMENTO IDEOLÓGICO</p><p>O Constitucionalismo observa três fases diferentes:</p><p>• Constitucionalismo Antigo</p><p>• Constitucionalismo Moderno</p><p>• Constitucionalismo Contemporâneo</p><p>ORIGENS E EVOLUÇÃO DO CONSTITUCIONALISMO</p><p>O Constitucionalismo Antigo e suas fases:</p><p>• Direito Hebreu e Direito Islâmico.</p><p>• Grécia Antiga.</p><p>• Roma Antiga.</p><p>• Magna Carta inglesa de 1215.</p><p>• Constituição dos Estados Unidos de 1787 e a</p><p>Constituição Francesa de 1791.</p><p>CONSTITUCIONALISMO ANTIGO</p><p>CONSTITUCIONALISMO MODERNO - SÉCULO XX</p><p>• Constituição</p><p>de Weimar</p><p>de 1919</p><p>https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bilderrevolution0309.jpg</p><p>https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bilderrevolution0309.jpg</p><p>• Constituição</p><p>Mexicana</p><p>de 1917</p><p>CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS</p><p>O Neoconstitucionalismo:</p><p>• Supremacia do texto constitucional: tudo deve ser</p><p>interpretado a partir da própria Constituição.</p><p>• Maior importância aos princípios constitucionais, em</p><p>especial, à ”dignidade da pessoa humana”.</p><p>• A Constituição deve garantir direitos mínimos aos</p><p>cidadãos.</p><p>CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO</p><p>• Os princípios constitucionais são as regras básicas que</p><p>devem orientar todo ordenamento jurídico da nação.</p><p>• Princípios constitucionais funcionam como vetores que</p><p>apontam uma direção diante de situações complexas.</p><p>• Princípios constitucionais são divididos em princípios</p><p>políticos e princípios jurídicos.</p><p>PRÍNCÍPIOS CONSTITUCIONAIS</p><p>PRINCÍPIO DA LEGALIDADE</p><p>Art. 5°, Inc. II, da Constituição Federal: “ninguém será</p><p>obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em</p><p>virtude de lei”. (nullum crimen, nulla poena sine lege)</p><p>O Princípio da Legalidade possui sentidos diferentes para o</p><p>particular e para a Administração Pública:</p><p>• O particular pode fazer tudo que a lei não proíbe. Prevalece a</p><p>autonomia da vontade, desde que não prejudique os direitos de</p><p>outras pessoas.</p><p>• Para a Administração Pública, o princípio da legalidade</p><p>significa que esta só poderá fazer o que a lei permitir.</p><p>PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL</p><p>Art. 5° da CF:</p><p>“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de</p><p>qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos</p><p>estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do</p><p>direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à</p><p>propriedade, nos termos seguintes:</p><p>XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem</p><p>pena sem prévia cominação legal”.</p><p>PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA</p><p>• O princípio da segurança jurídica está relacionado à sucessão</p><p>das leis no tempo e no espaço.</p><p>• Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de</p><p>Introdução às normas do Direito Brasileiro.</p><p>Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá</p><p>vigor até que outra a modifique ou revogue.</p><p>§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o</p><p>declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule</p><p>inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.</p><p>DIREITOS DE LIBERDADE</p><p>Art. 5° da CF: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção</p><p>de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos</p><p>estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,</p><p>à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.</p><p>O direito de liberdade possui dois sentidos básicos:</p><p>• O sentido negativo, onde a liberdade é a resistência à opressão</p><p>da autoridade.</p><p>• O sentido positivo, onde a autoridade é exercida mediante o</p><p>consentimento popular.</p><p>PRINCÍPIO DA LIBERDADE</p><p>1) Liberdade</p><p>de locomoção e de circulação;</p><p>2) Liberdade de pensamento, em todas as suas formas:</p><p>opinião, religião, informação, artística, comunicação do</p><p>conhecimento;</p><p>3) Liberdade de expressão coletiva, nas formas de reunião</p><p>e associação;</p><p>4) Liberdade de ação profissional, nas formas de livre</p><p>escolha e de exercício de trabalho, ofício ou profissão;</p><p>5) Liberdade de conteúdo econômico e social: liberdade</p><p>econômica, da livre iniciativa, da autonomia contratual,</p><p>da liberdade de ensino e de trabalho.</p><p>DIREITO À IGUALDADE</p><p>• De acordo com o art. 5° da Constituição Federal “Todos</p><p>são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer</p><p>natureza...”.</p><p>• O direito à igualdade é um direito fundamental, previsto na</p><p>CF, comumente chamado de Princípio da Isonomia.</p><p>A igualdade divide-se:</p><p>• IGUALDADE FORMAL: aplicação da lei a todos.</p><p>• IGUALDADE MATERIAL: tratar os iguais de maneira igual</p><p>e os desiguais de maneira desigual.</p><p>EXERCÍCIO</p><p>Uma lei distrital sancionada nesta quinta-feira (11) determina que, pelo menos, 20%</p><p>das vagas oferecidas em concursos públicos do Distrito Federal sejam reservadas a</p><p>candidatos negros. (...)</p><p>Podem concorrer às vagas reservadas para pessoas negras todos aqueles que se</p><p>autodeclararem "pretos ou pardos" na inscrição. Esta definição de "cor ou raça" é a</p><p>mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).</p><p>As candidatas e candidatos negros concorrem, simultaneamente, às vagas de cota</p><p>e às de ampla concorrência – a forma de ingresso depende da classificação no</p><p>concurso.</p><p>Caso não haja número suficiente de candidatos negros aprovados para ocupar as</p><p>vagas reservadas, o que sobrar deve ser revertido à ampla concorrência, seguindo</p><p>a ordem de classificação.</p><p>A lei vale para todos os concursos no âmbito da administração direta, das</p><p>autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas, das sociedades de</p><p>economia mista controladas pelo DF e, também, do Poder Legislativo.</p><p>(Fonte: G1. DISTRITO FEDERAL. Disponível em: . Acesso em: 15 jul. 2019</p><p>• As cotas raciais em concursos públicos são ações afirmativas que concretizam o</p><p>princípio da:</p><p>PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL</p><p>Art. 5° da CF:</p><p>“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de</p><p>qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos</p><p>estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do</p><p>direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à</p><p>propriedade, nos termos seguintes:</p><p>LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens</p><p>sem o devido processo legal”.</p><p>PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL</p><p>O Princípio do Devido Processo Legal divide-se em dois aspectos:</p><p>1) Aspecto formal, a parte de um processo pode utilizar todos os</p><p>meios jurídicos existentes para se defender. Esse aspecto é</p><p>conhecido como “plenitude de defesa”.</p><p>2) Aspecto material, o princípio do devido processo legal</p><p>significa que a decisão dada em um processo deve ser</p><p>proporcional e razoável, adequada ao caso concreto.</p><p>PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA</p><p>Art. 5° da CF:</p><p>“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de</p><p>qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos</p><p>estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do</p><p>direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à</p><p>propriedade, nos termos seguintes:</p><p>LV - aos litigantes, em processo judicial ou</p><p>administrativo, e aos acusados em geral são</p><p>assegurados o contraditório e ampla defesa, com os</p><p>meios e recursos a ela inerentes”.</p><p>PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE OU RAZOABILIDADE</p><p>Tal princípio demanda três elementos:</p><p>a) Necessidade: uma medida que restringe direitos só é</p><p>admissível se for indispensável para o caso concreto e</p><p>não puder ser substituída por outra menos gravosa;</p><p>b) Adequação: significa que o meio escolhido deve</p><p>atingir o fim pretendido;</p><p>c) Proporcionalidade: significa analisar se a medida</p><p>adotada atingiu o fim pretendido, e se houve mínima</p><p>restrição a outros valores constitucionais.</p><p>EXERCÍCIO</p><p>In casu, a impetrante insurge-se contra o ato que tornou sem efeito sua</p><p>nomeação para o cargo de professor do quadro de magistério estadual</p><p>porque, à época de sua nomeação, o curso superior no qual é graduada</p><p>não havia sido ainda reconhecido pelo MEC. Ocorre que, após ter sido</p><p>nomeada em 13/12/2005, a impetrante entregou certificado de conclusão</p><p>do curso de pedagogia acompanhado de histórico escolar, emitidos por</p><p>instituição de ensino autorizada pelo MEC e com parecer favorável ao</p><p>reconhecimento do curso de pedagogia exarado por aquele ministério</p><p>em maio de 2005, sendo ela empossada em 11/1/2006. Porém, cerca de</p><p>dois meses depois (20/3/2006), foi notificada da instauração de processo</p><p>administrativo disciplinar (PAD) em razão do descumprimento do edital.</p><p>Embora tenha esclarecido, em sua defesa, que em 22/3/2006 aquele</p><p>curso de pedagogia já havia sido devidamente reconhecido pelo MEC,</p><p>teve o ato de sua nomeação tornado sem efeito pela autoridade</p><p>impetrada por meio do decreto de 19/5/2006.</p><p>(Fonte: STJ. RMS 25.219-PR, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 22/2/2011)</p><p>EXERCÍCIO</p><p>I - O caso narrado diz respeito à aplicação do princípio</p><p>da segurança jurídica.</p><p>II - A notificação enviada à professora, dando ciência da</p><p>instauração de processo administrativo disciplinar contra</p><p>ela, é manifestação do princípio do contraditório e da</p><p>ampla defesa.</p><p>III. O princípio do devido processo se aplica tanto a</p><p>processos judiciais quanto a processos administrativos.</p><p>Muito</p><p>Obrigado!</p><p>Até a próxima a aula!</p><p>Prof. Paulo</p>