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<p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 1/53</p><p>A ECONOMIA POLÍTICA</p><p>CLÁSSICA</p><p>Aula 1</p><p>MERCANTILISMO E</p><p>FISIOCRATAS</p><p>Mercantilista e fisiocratas</p><p>Olá, estudante!</p><p>Nesta videoaula, você irá conhecer a economia política clássica.</p><p>Este conteúdo é importante para a sua prática profissional, pois</p><p>você vai conhecer as teorias que fundamentam os sistemas</p><p>econômicos. Ao compreender as bases da economia política</p><p>clássica, você estará apto a analisar criticamente os fenômenos</p><p>econômicos, identificar padrões históricos e entender as raízes das</p><p>teorias econômicas modernas.</p><p>Prepare-se para essa jornada de conhecimento! Vamos lá!</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 2/53</p><p>Ponto de Partida</p><p>Olá, estudante!</p><p>Vamos iniciar a aula sobre economia política clássica!</p><p>Neste encontro, exploraremos dois importantes períodos</p><p>econômicos: o mercantilismo e a fisiocracia. Eles são fundamentais</p><p>para compreender as bases do pensamento econômico e as</p><p>influências que moldaram as teorias modernas. O mercantilismo,</p><p>centrado no poder econômico do Estado, contrasta com a</p><p>fisiocracia, que destaca a importância da agricultura como a</p><p>principal fonte de riqueza.</p><p>Para contextualizar o conteúdo, imagine que você vive em uma</p><p>Europa pós-feudal, onde as estruturas tradicionais de poder estão</p><p>em declínio. Nesse contexto, a busca por uma nova ordem</p><p>econômica é urgente. Surge a questão: Qual era a linha de</p><p>pensamento econômico predominante entre os pensadores e</p><p>líderes da época? Como o mercantilismo e a fisiocracia representam</p><p>diferentes respostas a esse desafio? Ao compreendermos essas</p><p>perspectivas, seremos capazes de lançar luz sobre os rumos que a</p><p>economia europeia tomou após o fim do feudalismo.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 3/53</p><p>Estudante, ao embarcar nesta jornada de aprendizado sobre</p><p>mercantilismo e fisiocracia, você está explorando as bases do</p><p>pensamento econômico que moldaram a Europa pós-feudal. Esses</p><p>conceitos não são apenas peças de história, mas ferramentas</p><p>valiosas para entender as raízes do nosso sistema econômico atual.</p><p>Boa aula!</p><p>Vamos Começar!</p><p>A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e a devastadora peste</p><p>bubônica de 1348 foram eventos marcantes na história europeia,</p><p>cujas repercussões tiveram profundos impactos na estrutura do</p><p>poder feudal. Esses acontecimentos desencadearam uma série de</p><p>mudanças que minaram significativamente o poder privado da</p><p>nobreza feudal, levando ao enfraquecimento de suas estruturas</p><p>tradicionais (Gennari, 2009).</p><p>No início do século XIV, a nobreza feudal já enfrentava desafios</p><p>decorrentes de uma fase anterior de desorganização e fragilização,</p><p>marcada por conflitos internos e revoltas servis. A Guerra dos Cem</p><p>Anos, um longo conflito entre a França e a Inglaterra, exacerbou</p><p>ainda mais essas tensões. Os nobres, que dependiam grandemente</p><p>de seus domínios para sustentar seus estilos de vida e financiar</p><p>suas campanhas militares, viram suas terras devastadas e suas</p><p>receitas diminuírem drasticamente (Gennari, 2009).</p><p>A peste bubônica, conhecida como a Peste Negra, adicionou um</p><p>golpe ainda mais severo à nobreza feudal. A epidemia dizimou uma</p><p>grande parte da população europeia, incluindo a classe nobre. Isso</p><p>resultou na escassez de mão de obra, desvalorização das terras e</p><p>uma reorganização das relações sociais.</p><p>Com as terras despovoadas e as estruturas sociais abaladas, a</p><p>nobreza feudal encontrou-se incapaz de oferecer a proteção e</p><p>segurança necessárias às atividades comerciais, feiras e transporte</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 4/53</p><p>de valores e mercadorias. O sistema feudal, baseado na lealdade</p><p>pessoal e na troca de serviços militares por terras, tornou-se cada</p><p>vez mais ineficaz diante das novas realidades econômicas e sociais</p><p>(Gennari, 2009).</p><p>A burguesia, emergindo como uma classe econômica dinâmica e</p><p>desejosa de expandir seus negócios, ansiava por um ambiente</p><p>seguro para o comércio e as transações comerciais. A nobreza</p><p>feudal, por outro lado, enfraquecida pelas guerras e pela</p><p>instabilidade interna, buscava restaurar e consolidar seu poder</p><p>diante das ameaças à sua autoridade. De acordo com Gennari</p><p>(2009), essas demandas por segurança convergiram</p><p>progressivamente em direção a um novo tipo de poder, centralizado</p><p>na figura do monarca, contribuindo para o surgimento das bases do</p><p>estado moderno.</p><p>A centralização do poder nas mãos do monarca representou uma</p><p>mudança significativa no equilíbrio de forças políticas. Os monarcas,</p><p>muitas vezes apoiados pela nobreza, perceberam a oportunidade de</p><p>fortalecer suas posições em detrimento dos senhores feudais locais.</p><p>Essa convergência de esferas de poder em torno do monarca deu</p><p>origem ao Estado moderno, caracterizado pela centralização do</p><p>poder político e administrativo (Gennari, 2009).</p><p>Essa série de mudanças que resultou na formação de uma nova</p><p>esfera de poder também possibilitou a retomada da análise dos</p><p>fenômenos relacionados à produção, à distribuição e ao consumo,</p><p>que haviam sido prejudicados pela crise do mundo clássico</p><p>(Gennari, 2009). Foi nesse contexto que surgiu o mercantilismo.</p><p>Segundo Brue e Grant (2016), o mercantilismo refere-se à política</p><p>econômica implementada na Europa durante o período absolutista,</p><p>caracterizada pela significativa intervenção estatal na economia</p><p>nacional. O principal objetivo desses governos era promover o</p><p>máximo desenvolvimento econômico por meio da acumulação de</p><p>metais preciosos.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 5/53</p><p>Claude de Seyssel emerge como um dos pioneiros na formulação</p><p>do metalismo. Em sua obra La grande monarchie de France, de</p><p>1515, afirmava com convicção que o "poder da nação está</p><p>intrinsecamente ligado às reservas de ouro e prata" (Gennari, 2009).</p><p>Posteriormente, na Espanha, Luis Ortiz, em Para que a moeda não</p><p>saia do reino, de 1558, advogava por um conjunto de medidas</p><p>destinadas a assegurar a acumulação de metais preciosos (Gennari,</p><p>2009).</p><p>Mas por qual razão a busca por metais preciosos?</p><p>A necessidade de metais preciosos desempenhou papel</p><p>fundamental nesse processo de formação do Estado moderno. De</p><p>acordo com Brue e Grant (2016), para remunerar as tropas, que se</p><p>tornaram fundamentais para a manutenção da ordem interna e</p><p>defesa do reino, os monarcas precisavam de recursos financeiros</p><p>estáveis. A busca por ouro e prata tornou-se uma prioridade,</p><p>levando ao desenvolvimento de políticas econômicas voltadas para</p><p>a acumulação de riqueza. Portanto, essa necessidade de metais</p><p>preciosos influenciou diretamente as práticas econômicas da época</p><p>(Brue; Grant, 2016).</p><p>Segundo Malassise et al. (2014), para impulsionar as atividades</p><p>comerciais, promoveu-se o estímulo às navegações. Um dos</p><p>propósitos fundamentais dessas expedições era viabilizar o acesso</p><p>a novas fontes de matéria-prima. Esse movimento marcou o início</p><p>das grandes explorações no século XV, resultando na descoberta de</p><p>novas colônias e na abertura de rotas comerciais inéditas</p><p>(Malassise et al., 2014). Além do fornecimento de matérias-primas,</p><p>essas novas colônias também contribuíram para o acesso a metais</p><p>preciosos. Veja a rota comercial do mercantilismo na figura a seguir.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 6/53</p><p>Figura 1 | Rota comercial do mercantilismo. Fonte: NASA/JPL/NIMA (2014 apud Malassise et al.,</p><p>2014, p. 17).</p><p>Esse processo de expansão ficou conhecido como a Revolução</p><p>Comercial, caracterizada pela aplicação da política econômica do</p><p>mercantilismo (Malassise et al., 2014).</p><p>Ainda segundo Brue e Grant (2016),</p><p>é mais eficiente</p><p>especializar-se na produção de culturas onde os recursos podem</p><p>ser mais produtivos.</p><p>Em setores industriais, a teoria destaca a importância de avaliar</p><p>constantemente a eficiência dos recursos. Quando os rendimentos</p><p>marginais diminuem em um setor, os produtores podem considerar</p><p>realocar recursos para áreas mais produtivas, buscando maximizar</p><p>os retornos.</p><p>Essa teoria também está relacionada à ideia de vantagem</p><p>comparativa, sugerindo que países e empresas devem se</p><p>especializar na produção do que fazem relativamente melhor. Isso</p><p>contribui para uma alocação mais eficiente de recursos em escala</p><p>global, promovendo a especialização econômica.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 45/53</p><p>A segunda reflexão nos instiga a pensar de qual maneira a Teoria</p><p>das Vantagens Comparativas pode ser aplicada na formulação de</p><p>estratégias comerciais internacionais.</p><p>A Teoria das Vantagens Comparativas, proposta por David Ricardo,</p><p>sugere que países devem se especializar na produção de bens nos</p><p>quais possuem vantagens comparativas, ou seja, onde podem</p><p>produzir de maneira mais eficiente em relação a outros. Essa teoria</p><p>tem implicações práticas importantes na formulação de estratégias</p><p>comerciais internacionais.</p><p>Ao aplicar essa teoria, países e empresas podem identificar suas</p><p>competências distintivas, como recursos naturais, habilidades da</p><p>mão de obra e tecnologia e concentrar-se na produção em que se</p><p>destacam. Isso leva à especialização produtiva e ao comércio</p><p>internacional baseado em vantagens comparativas, resultando em</p><p>ganhos mútuos.</p><p>Na prática, isso significa que as empresas podem buscar parcerias</p><p>estratégicas e participar de acordos comerciais que aproveitem as</p><p>vantagens comparativas mútuas entre os países. Além disso, a</p><p>identificação de mercados internacionais específicos, onde as</p><p>vantagens comparativas podem ser mais bem exploradas, é crucial.</p><p>A adaptação às mudanças tecnológicas também é essencial, pois</p><p>inovações podem criar vantagens comparativas em setores</p><p>específicos.</p><p>Saiba Mais</p><p>Vamos conhecer um pouco mais sobre o que aprendemos? É</p><p>importante que você tenha outras fontes de pesquisa para ser capaz</p><p>de pensar de forma crítica o conteúdo abordado nesta aula.</p><p>Leia o Capítulo 7 A escola clássica – David Ricardo do livro: História</p><p>do pensamento econômico. Nesse capítulo os autores apresentam</p><p>detalhes importantes da vida de Ricardo, bem como discutem seu</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522126224/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522126224/</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 46/53</p><p>ponto de vista sobre a questão da moeda na Inglaterra.</p><p>Posteriormente, desenvolvem sua Teoria da Renda da Terra e a</p><p>Teoria Relacionada aos Rendimentos Decrescentes. Essas duas</p><p>teorias são relevantes para os dois importantes tópicos a seguir: o</p><p>primeiro, a Teoria do Valor de Troca; e o segundo, a Teoria da</p><p>Distribuição de Renda da Terra. O capítulo prossegue com artigos</p><p>sobre a lei da vantagem comparativa de Ricardo, com seus pontos</p><p>de vista sobre a possibilidade do desemprego e com uma breve</p><p>avaliação de toda a sua contribuição.</p><p>BRUE, S. L.; GRANT, R. R. História do pensamento econômico.</p><p>São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2016. E-book.</p><p>Leia o Capítulo 5 David Ricardo do livro: História do pensamento</p><p>econômico: uma perspectiva crítica. Nesse capítulo, os autores</p><p>apresentam inicialmente a Teoria da Renda da Terra e primeira</p><p>abordagem dos lucros. Posteriormente, apresentam a base</p><p>econômica do conflito entre capitalistas e proprietários de terras,</p><p>bem como a Teoria do Valor-Trabalho. Por fim, é abordada a</p><p>maquinaria como causa de desemprego involuntário e a teoria das</p><p>vantagens comparativas e comércio internacional.</p><p>HUNT, E. K.; LAUTZENHEISER, M. História do pensamento</p><p>econômico: uma perspectiva crítica. 3. ed. 11ª Reimpr. Rio de</p><p>Janeiro: GEN, 2012.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>BRUE, S. L.; GRANT, R. R. História do pensamento econômico.</p><p>São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2016.</p><p>HUNT, E. K.; LAUTZENHEISER, M. História do pensamento</p><p>econômico: uma perspectiva crítica. 3. ed. 11ª Reimpr. Rio de</p><p>Janeiro: GEN, 2012.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159143/</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 47/53</p><p>KRUGMAN, P. R.; OBSTFELD, M. Economia internacional: teoria</p><p>e política. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.</p><p>VASCONCELLOS, M. A. S. de. Economia: micro e macro. 5. ed.</p><p>São Paulo: Atlas, 2011.</p><p>Encerramento da Unidade</p><p>A ECONOMIA POLÍTICA</p><p>CLÁSSICA</p><p>Economia política clássica</p><p>Olá, estudante!</p><p>Nesta videoaula você irá conhecer as bases da economia política</p><p>clássica.</p><p>Esse conteúdo é importante para a sua prática profissional, pois ao</p><p>compreender a economia política clássica, você estará mais bem</p><p>preparado para analisar e interpretar as dinâmicas econômicas</p><p>atuais, identificando padrões e entendendo como as teorias do</p><p>passado ainda impactam as discussões contemporâneas.</p><p>Prepare-se para essa jornada de conhecimento! Vamos lá!</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 48/53</p><p>Ponto de Chegada</p><p>Olá, estudante!</p><p>Para desenvolver a competência desta unidade, que é</p><p>compreender, analisar e aplicar os princípios centrais da economia</p><p>política clássica, a fim de examinar criticamente as interações entre</p><p>produção, distribuição e consumo de bens e serviços, você deverá</p><p>primeiramente conhecer os conceitos fundamentais dos precursores</p><p>do pensamento econômico clássico.</p><p>Inicialmente, ao conhecer as bases do mercantilismo você</p><p>compreende o processo de formação do estado absolutista europeu</p><p>nos séculos XVI e XVII, no qual destaca-se a importância da</p><p>acumulação de metais preciosos e o papel do Estado na regulação</p><p>da economia. Posteriormente, ao estudar a escola fisiocrata, você</p><p>compreende a ideia do "laissez-faire", bem como a importância da</p><p>agricultura como fonte primária de riqueza econômica.</p><p>Ao avançarmos para as teorias liberais, desde seu surgimento até</p><p>as escolas clássica e neoclássica, busca-se aprofundar a</p><p>compreensão sobre os princípios fundamentais que moldaram a</p><p>visão econômica capitalista. Nesse contexto, ao explorar conceitos</p><p>como a mão invisível do mercado e a importância da livre</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 49/53</p><p>concorrência, você obtém as ferramentas analíticas necessárias</p><p>para examinar criticamente as dinâmicas entre produção,</p><p>distribuição e consumo.</p><p>Adam Smith, em sua obra A riqueza das nações, é central para o</p><p>desenvolvimento da competência desta unidade. Analisar suas</p><p>ideias sobre a divisão do trabalho, a busca pelo interesse próprio e</p><p>os benefícios para a sociedade é crucial para aplicar os princípios</p><p>da economia política clássica na análise das interações econômicas.</p><p>Finalmente, direcionamos nossa atenção para as contribuições de</p><p>David Ricardo. Ao estudar as teorias da renda diferencial e da</p><p>vantagem comparativa, você desenvolve a capacidade de aplicar os</p><p>princípios clássicos na análise das interações entre produção,</p><p>distribuição e consumo, compreendendo as complexidades da</p><p>alocação de recursos em uma economia.</p><p>Dessa forma, ao percorrer esses conteúdos, você fortalecerá sua</p><p>competência em compreender, analisar e aplicar os princípios</p><p>centrais da economia política clássica, essenciais para uma</p><p>avaliação crítica das relações econômicas fundamentais.</p><p>É Hora de Praticar!</p><p>A cidade de Prosperidade, no século XVIII, é fortemente</p><p>influenciada pelos princípios mercantilistas. No entanto, a</p><p>comunidade enfrenta desafios na produção agrícola e distribuição</p><p>desigual de riqueza. Em busca de soluções, os líderes locais</p><p>decidem explorar as teorias econômicas emergentes, como as dos</p><p>fisiocratas e dos teóricos liberais.</p><p>Desafio econômico:</p><p>Prosperidade se depara com uma estagnação econômica devido à</p><p>dependência excessiva do comércio internacional e à desigualdade</p><p>na distribuição de recursos. A população está dividida entre manter</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 50/53</p><p>as práticas mercantilistas tradicionais e abraçar mudanças para</p><p>impulsionar o crescimento econômico.</p><p>Introdução às teorias econômicas:</p><p>Os líderes da cidade iniciam uma análise das teorias mercantilistas,</p><p>que enfatizam a acumulação de riqueza através do comércio. Ao</p><p>reconhecerem as limitações dessa abordagem, eles também se</p><p>voltam para as ideias dos fisiocratas, que destacam a importância</p><p>da agricultura na economia.</p><p>Desenvolvimento da Escola Clássica:</p><p>Diante das lacunas nas teorias anteriores, os líderes decidem</p><p>explorar as teorias liberais em ascensão. Eles estudam o</p><p>surgimento da escola clássica, focando nas ideias de Adam Smith e</p><p>sua obra A riqueza das nações. A perspectiva de um mercado livre e</p><p>a importância da busca do interesse próprio despertam interesse.</p><p>No entanto, surgem desafios na adaptação da comunidade a esse</p><p>novo modelo, incluindo resistência de alguns membros e incertezas</p><p>sobre como garantir uma distribuição justa dos benefícios.</p><p>Problematização:</p><p>Como os princípios liberais poderiam impulsionar o</p><p>desenvolvimento econômico da comunidade?</p><p>Quais as mudanças econômicas que a comunidade deverá</p><p>adotar para mudar de um modelo mercantilista para um modelo</p><p>liberal?</p><p>Este estudo de caso ilustra a complexidade da transição econômica,</p><p>analisando criticamente as teorias da economia política clássica. As</p><p>perguntas propostas estimulam a reflexão sobre os desafios</p><p>enfrentados pela comunidade de Prosperidade na busca por um</p><p>modelo econômico mais eficiente e equitativo.</p><p>Reflita</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 51/53</p><p>Analise criticamente as abordagens mercantilistas e fisiocratas em</p><p>relação ao papel do Estado na economia. Em que medida as ideias</p><p>dessas correntes ainda têm relevância nas discussões</p><p>contemporâneas sobre a intervenção estatal na economia?</p><p>Considerando as ideias de Adam Smith sobre a divisão do trabalho</p><p>e a mão invisível, como esses conceitos influenciam a produção, a</p><p>distribuição e o consumo de bens e serviços na sociedade</p><p>contemporânea?</p><p>Resolução do estudo de caso</p><p>Com base na competência de compreender, analisar e aplicar os</p><p>princípios centrais da economia política clássica, a resolução deste</p><p>estudo de caso visa examinar criticamente as interações entre</p><p>produção, distribuição e consumo de bens e serviços.</p><p>A cidade de Prosperidade, no século XVIII, enfrenta uma</p><p>estagnação econômica devido à dependência excessiva do</p><p>comércio internacional e à desigualdade na distribuição de recursos.</p><p>Diante desse desafio, os líderes locais buscam soluções explorando</p><p>teorias econômicas emergentes, como as dos fisiocratas e dos</p><p>teóricos liberais.</p><p>As questões norteadoras são:</p><p>1. Como os princípios liberais poderiam impulsionar o</p><p>desenvolvimento econômico da comunidade?</p><p>2. Quais as mudanças econômicas que a comunidade deverá</p><p>adotar para mudar de um modelo mercantilista para um modelo</p><p>liberal?</p><p>Resolução:</p><p>Para impulsionar o desenvolvimento econômico da comunidade, os</p><p>líderes de Prosperidade devem considerar uma transição gradual e</p><p>bem gerenciada dos princípios mercantilistas para os liberais.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 52/53</p><p>Inicialmente, os princípios liberais, como propostos por teóricos</p><p>como Adam Smith, destacam a importância do mercado livre e da</p><p>busca do interesse próprio como motores do desenvolvimento</p><p>econômico. Na perspectiva liberal, a remoção de restrições ao</p><p>comércio e a promoção da concorrência podem aumentar a</p><p>eficiência econômica. Os líderes de Prosperidade podem esperar</p><p>um aumento na produtividade e na inovação à medida que adotam</p><p>esses princípios.</p><p>A transição de um modelo mercantilista para um liberal implica</p><p>várias mudanças. Isso pode incluir a remoção de restrições</p><p>comerciais, a promoção da liberdade individual para buscar</p><p>interesses econômicos próprios e a implementação de políticas que</p><p>incentivem a concorrência e a inovação. A comunidade também</p><p>precisará lidar com a distribuição desigual de riqueza, buscando</p><p>meios de garantir que os benefícios do novo modelo sejam</p><p>distribuídos de maneira mais equitativa.</p><p>Dê o play!</p><p>Assimile</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 53/53</p><p>Figura 1 | Economia política clássica</p><p>Referências</p><p>BRUE, S. L.; GRANT, R. R. História do pensamento econômico.</p><p>São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2016.</p><p>GENNARI, A. História do pensamento econômico. São Paulo:</p><p>Editora Saraiva, 2009.</p><p>HUNT, E. K.; LAUTZENHEISER, M. História do pensamento</p><p>econômico: uma perspectiva crítica. 3. ed. 11ª Reimpr. Rio de</p><p>Janeiro: GEN, 2012.</p><p>SANDRONI, P. Dicionário de economia do século XXI. 2. ed. Rio</p><p>de Janeiro: Record, 2005.</p><p>SILVA, F. P. M.; DALCIN, A. K.; STEFANI, R. Economia política.</p><p>Porto Alegre: Grupo A, 2019.</p><p>os principais dogmas da escola</p><p>mercantilista foram:</p><p>Ouro e prata como a forma mais desejável de riqueza: os</p><p>mercantilistas tendiam a associar a riqueza de uma nação ao</p><p>montante de ouro e prata que ela possuía, acreditando que a</p><p>acumulação desses metais preciosos fortaleceria a economia e</p><p>o poder do Estado. Para eles, a posse de ouro e prata não</p><p>apenas representava prosperidade, mas também fornecia uma</p><p>reserva de valor que poderia ser utilizada para financiar</p><p>atividades governamentais, investimentos e a expansão do</p><p>comércio (Brue; Grant, 2016).</p><p>Nacionalismo: os países não podiam importar</p><p>simultaneamente mais do que exportavam. Portanto, cada um</p><p>deveria promover exportações e acumular riqueza à custa dos</p><p>vizinhos. Somente uma nação poderosa, capaz de manter um</p><p>saldo comercial positivo e acumular metais preciosos, era vista</p><p>como verdadeiramente próspera e influente. Nessa perspectiva</p><p>mercantilista, a competição econômica entre as nações era</p><p>intensa, e a busca pelo fortalecimento econômico era</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 7/53</p><p>intrinsecamente ligada à busca pelo poder e prestígio</p><p>internacionais.</p><p>Política comercial: isenção de taxas para a importação de</p><p>matérias-primas que não podiam ser produzidas internamente,</p><p>proteção para bens manufaturados e matérias-primas que</p><p>tinham capacidade de produção interna e restrições sobre a</p><p>importação de determinadas matérias-primas. Os comerciantes</p><p>recebiam fluxos de ouro como contrapartida de suas</p><p>exportações, ao passo que as restrições sobre as importações</p><p>diminuíam a oferta de bens para o consumo doméstico (Brue;</p><p>Grant, 2016).</p><p>Colonização e monopolização do comércio colonial: os</p><p>países mercantilistas buscavam expandir seus impérios</p><p>coloniais para garantir o controle sobre fontes estratégicas de</p><p>matérias-primas e abrir mercados exclusivos para seus</p><p>produtos manufaturados. A colonização permitia o acesso a</p><p>recursos naturais, enquanto a monopolização do comércio</p><p>colonial assegurava que apenas as potências colonizadoras</p><p>pudessem comercializar com suas colônias, maximizando</p><p>assim seus lucros (Brue; Grant, 2016).</p><p>Forte controle central: um forte controle governamental</p><p>central era necessário para promover metas mercantilistas.</p><p>Isso envolvia a implementação de políticas que</p><p>regulamentavam o comércio, a produção e as transações</p><p>econômicas, com o intuito de otimizar a acumulação de riqueza</p><p>e fortalecer a posição da nação no cenário internacional. Essa</p><p>centralização do poder permitia a coordenação efetiva das</p><p>atividades econômicas de acordo com os princípios</p><p>mercantilistas, visando alcançar o máximo desenvolvimento</p><p>econômico e a supremacia nacional.</p><p>Pacto colonial: o objetivo primordial era impedir que a colônia</p><p>realizasse transações comerciais com outras nações, uma vez</p><p>que isso poderia resultar em um desequilíbrio na balança</p><p>comercial em detrimento da metrópole. O Pacto Colonial</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 8/53</p><p>consistia em estabelecer um comércio bilateral exclusivo entre</p><p>a colônia e a metrópole, estabelecendo um monopólio que</p><p>atendia aos interesses da potência colonial.</p><p>Muito bem, essas eram as características do pensamento</p><p>mercantilista, influente na Europa durante os séculos XVI ao XVIII.</p><p>Siga em Frente...</p><p>A partir do século XVIII, começa a surgir uma nova linha de</p><p>pensamento na economia, chamada de fisiocracia.</p><p>A fisiocracia, em contraste com o mercantilismo predominante nos</p><p>séculos XVII e XVIII, surge como uma escola de pensamento</p><p>econômico que apresenta abordagens distintas em relação ao papel</p><p>do Estado na economia. Enquanto o mercantilismo valorizava a</p><p>acumulação de metais preciosos, o protecionismo e o controle</p><p>centralizado para fortalecer o poder do Estado, a fisiocracia,</p><p>originada na França do século XVIII, direcionou sua atenção para os</p><p>processos naturais da economia agrária e da baixa intervenção do</p><p>Estado na economia (Brue; Grant, 2016).</p><p>Os fisiocratas, liderados por François Quesnay, acreditavam que a</p><p>verdadeira fonte de riqueza estava na agricultura. Contrariando a</p><p>ênfase mercantilista em ouro e prata, os fisiocratas destacavam a</p><p>importância da terra como geradora de riqueza, defendendo que a</p><p>agricultura era a única atividade produtiva capaz de criar</p><p>excedentes. Em sua visão, a natureza seguia leis naturais que</p><p>governavam a economia de forma harmoniosa, e o Estado deveria</p><p>adotar uma postura mais liberal, permitindo que essas leis naturais</p><p>operassem sem intervenções excessivas (Malassise et al., 2014).</p><p>Enquanto os mercantilistas buscavam monopólios comerciais e</p><p>promoviam regulamentações estatais, os fisiocratas advogavam por</p><p>uma abordagem mais laissez-faire, defendendo a liberdade</p><p>econômica e a remoção de obstáculos à produção agrícola (Brue;</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 9/53</p><p>Grant, 2016). Eles propuseram a eliminação de restrições, como</p><p>impostos sobre o comércio e regulamentações excessivas, para</p><p>permitir que a agricultura florescesse organicamente, beneficiando</p><p>toda a sociedade.</p><p>Ainda segundo Brue e Grant (2016), os principais dogmas da escola</p><p>fisiocrata foram:</p><p>Ordem natural: de acordo com essa ideia, as leis da natureza</p><p>governam as sociedades humanas. Os fisiocratas acreditavam</p><p>que, assim como na natureza, existem leis fundamentais que</p><p>regem a economia e que o Estado deveria se abster de</p><p>intervenções excessivas, permitindo que essas leis naturais</p><p>operassem de forma livre e harmoniosa (Brue; Grant, 2016).</p><p>Laissez-faire, laissez-passer: essa expressão, creditada a</p><p>Vincent de Gournay (1712-1759), na realidade, significa "deixe</p><p>as pessoas fazerem o que quiserem sem a interferência do</p><p>governo". Os governos nunca deveriam, segundo essa</p><p>filosofia, se intrometer excessivamente nas atividades</p><p>econômicas e individuais. Em essência, ela reflete a crença</p><p>fundamental dos fisiocratas e dos defensores do liberalismo</p><p>econômico de que a economia funciona melhor quando as</p><p>forças do mercado operam livremente, sem restrições</p><p>excessivas ou intervenções estatais (Brue; Grant, 2016). A</p><p>expressão tornou-se um lema para aqueles que defendem a</p><p>liberdade econômica e a limitação do papel do governo na</p><p>condução das atividades comerciais e produtivas.</p><p>Ênfase na agricultura: os fisiocratas acreditavam que a</p><p>verdadeira riqueza de uma nação derivava da produção</p><p>agrícola. Consideravam a agricultura como a única atividade</p><p>produtiva capaz de criar excedentes econômicos, pois envolvia</p><p>a transformação direta dos recursos naturais em produtos</p><p>comercializáveis (Brue; Grant, 2016). Ao investir na agricultura,</p><p>os fisiocratas acreditavam que os agricultores podiam gerar</p><p>excedentes que beneficiariam toda a sociedade. Esses</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 10/53</p><p>excedentes eram vistos como a verdadeira fonte de riqueza,</p><p>capazes de sustentar outras atividades econômicas e promover</p><p>o desenvolvimento geral (Malassise et al., 2014).</p><p>O contraste entre fisiocracia e mercantilismo reflete uma mudança</p><p>nas perspectivas econômicas do período. A fisiocracia, embora</p><p>tenha tido uma influência relativamente curta, lançou as bases para</p><p>futuras teorias econômicas, influenciando ideias como o liberalismo</p><p>econômico que se desenvolveriam nos séculos subsequentes.</p><p>Enquanto o mercantilismo era centrado no poder e na riqueza</p><p>através do controle estatal, a fisiocracia buscava uma ordem</p><p>econômica baseada na harmonia natural e na liberdade de atividade</p><p>produtiva.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Muito bem! A partir de agora vamos retomar a problematização</p><p>apresentada no começo da aula.</p><p>Ao refletirmos sobre a linha de pensamento econômico na Europa</p><p>pós-feudalismo, observamos que o mercantilismo e a fisiocracia</p><p>foram duas respostas significativas a esse</p><p>desafio. Na transição</p><p>após a queda do feudalismo, surgiram diversas questões sobre</p><p>como estruturar a economia e o papel do Estado. O mercantilismo,</p><p>com seu foco em acumular riquezas nacionais através do comércio</p><p>e da intervenção estatal, representou uma abordagem centralizada</p><p>e voltada para o desenvolvimento econômico. Por outro lado, a</p><p>fisiocracia, ao destacar a agricultura como fonte primordial de</p><p>riqueza, propôs uma visão mais descentralizada e ligada à</p><p>produção.</p><p>Portanto, enquanto o mercantilismo visava fortalecer o Estado</p><p>acumulando riquezas e promovendo atividades econômicas</p><p>diversificadas, a fisiocracia concentrava-se na promoção da</p><p>agricultura e advogava por uma abordagem mais livre do governo</p><p>na economia, confiando nas forças naturais do mercado. Essas</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 11/53</p><p>abordagens oferecem insights valiosos sobre as diferentes</p><p>perspectivas econômicas que moldaram o pensamento da época e</p><p>influenciaram o desenvolvimento do pensamento econômico</p><p>moderno.</p><p>Saiba Mais</p><p>Vamos conhecer um pouco mais sobre o que aprendemos? É</p><p>importante que você tenha outras fontes de pesquisa para ser capaz</p><p>de pensar de forma crítica o conteúdo abordado nesta aula.</p><p>Leia o Capítulo 2 A escola mercantilista do livro: História do</p><p>pensamento econômico. Nesse capítulo, os autores utilizam</p><p>primeiro as “cinco perguntas principais” para fornecer</p><p>uma visão geral do mercantilismo e, em seguida, examinam quatro</p><p>pensadores que expressaram ideias mercantilistas: Mun, Malynes,</p><p>Davenant e Colbert. Também discutem Sir William Petty, um</p><p>mercantilista que desenvolveu alguns conceitos que precederam a</p><p>economia clássica.</p><p>BRUE, S. L.; GRANT, R. R. História do pensamento econômico.</p><p>São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2016. E-book.</p><p>Leia o Capítulo 3 A escola fisiocrática do livro: História do</p><p>pensamento econômico. Nesse capítulo, os autores apresentam</p><p>uma visão geral da escola fisiocrata, bem como descreve as ideias</p><p>de François Quesnay (1694-1774) e Anne Robert Jacques Turgot</p><p>(1727-1781), que foram os principais expoentes dessa escola da</p><p>economia política clássica.</p><p>BRUE, S. L.; GRANT, R. R. História do pensamento econômico.</p><p>São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2016. E-book.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522126224/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522126224/</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 12/53</p><p>BRUE, S. L.; GRANT, R. R. História do pensamento econômico.</p><p>São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2016.</p><p>GENNARI, A. História do pensamento econômico. São Paulo:</p><p>Editora Saraiva, 2009.</p><p>MALASSISE, R. L. S.; BARBOZA, S. G.; BECKEDORFF, I. A.;</p><p>FORMAGI, C. Evolução do pensamento econômico. Londrina:</p><p>Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2014.</p><p>Aula 2</p><p>TEORIAS LIBERAIS</p><p>Teorias liberais</p><p>Olá, estudante!</p><p>Nesta videoaula você irá conhecer as teorias liberais.</p><p>Esse conteúdo é importante para a sua prática profissional, pois</p><p>você compreenderá os fundamentos e princípios que moldaram o</p><p>pensamento econômico liberal ao longo da história. As teorias</p><p>liberais destacam a importância do livre mercado, da propriedade</p><p>privada e do minimalismo do Estado na regulação da economia.</p><p>Prepare-se para essa jornada de conhecimento! Vamos lá!</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 13/53</p><p>Ponto de Partida</p><p>Olá, estudante!</p><p>Nesta aula, vamos explorar os fundamentos das teorias liberais, um</p><p>conjunto de ideias que moldaram significativamente o pensamento</p><p>econômico e político ao longo dos tempos. Abordaremos a origem</p><p>do pensamento liberal, as diversas correntes que surgiram e seu</p><p>papel no desenvolvimento do capitalismo.</p><p>Agora, convido você a refletir sobre a teoria liberal como um</p><p>contraponto às ideias absolutistas de um estado centralizador.</p><p>Como essa oposição influencia a economia, especialmente a</p><p>emergente, no contexto capitalista? Como as correntes liberais</p><p>moldaram a visão política contemporânea? Essas são questões</p><p>essenciais para entendermos o papel do liberalismo na evolução da</p><p>sociedade e da economia. Esses tópicos serão fundamentais para</p><p>as discussões ao longo da aula.</p><p>Ao compreendermos as origens do liberalismo, suas correntes e seu</p><p>impacto no desenvolvimento do capitalismo, ganhamos uma</p><p>perspectiva valiosa para interpretar os desafios contemporâneos.</p><p>Vamos lá? Boa aula!</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 14/53</p><p>Vamos Começar!</p><p>O pensamento liberal teve sua origem ao longo dos séculos XVII e</p><p>XVIII, como uma resposta e crítica ao absolutismo que predominava</p><p>na Europa nesse período. O contexto histórico que impulsionou o</p><p>surgimento do pensamento liberal foi marcado por eventos como a</p><p>Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), que devastou a Europa e</p><p>gerou questionamentos sobre a legitimidade e a eficácia do</p><p>absolutismo (Silva; Dalcin; Stefani, 2019). Além disso, a Revolução</p><p>Inglesa (1642-1688) teve um papel significativo ao desafiar o poder</p><p>monárquico e estabelecer princípios que viriam a influenciar as</p><p>ideias liberais.</p><p>Filósofos como John Locke, considerado um dos pais do liberalismo,</p><p>contribuíram de maneira fundamental para o desenvolvimento</p><p>dessas ideias. Locke argumentava que os governantes devem</p><p>derivar seu poder do consentimento dos governados, defendendo</p><p>princípios como a igualdade natural, a liberdade individual e o direito</p><p>à propriedade privada (Silva; Dalcin; Stefani, 2019). Essas ideias se</p><p>tornaram pilares do pensamento liberal e influenciaram movimentos</p><p>posteriores.</p><p>O Iluminismo, um movimento intelectual que floresceu durante o</p><p>século XVIII, também desempenhou papel relevante na propagação</p><p>do pensamento liberal. Filósofos como Montesquieu, Voltaire e</p><p>Rousseau contribuíram para a formação de uma visão crítica em</p><p>relação ao absolutismo e defenderam a separação de poderes, a</p><p>liberdade de expressão e outros princípios que viriam a ser centrais</p><p>para o liberalismo.</p><p>De acordo com Sandroni (2005), o liberalismo defendia um conjunto</p><p>de ideias que eram,</p><p>para a época, revolucionários, a saber:</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 15/53</p><p>Ampla liberdade dos indivíduos.</p><p>A democracia representativa com a separação em três</p><p>poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.</p><p>O direito inalienável à propriedade privada.</p><p>A livre iniciativa e a concorrência como basilares para a</p><p>garantia dos interesses individuais e para o progresso das</p><p>sociedades capitalistas.</p><p>Um dos principais conceitos associados ao liberalismo é o "laissez-</p><p>faire, laissez-passer", que se traduz do francês para "deixai fazer,</p><p>deixai passar". Esse princípio expressa a ideia de uma abordagem</p><p>mínima ou nula por parte do Estado na economia, defendendo que</p><p>as forças do mercado devem operar com o mínimo de intervenção</p><p>governamental possível (Silva; Dalcin; Stefani, 2019).</p><p>O laissez-faire enfatiza a crença de que os mercados são</p><p>autorreguladores e que a intervenção do Estado nas atividades</p><p>econômicas pode ser prejudicial ao funcionamento eficiente da</p><p>economia. Esse conceito teve origem durante o período do</p><p>liberalismo clássico nos séculos XVII e XVIII, especialmente</p><p>associado a pensadores como Adam Smith, considerado o pai da</p><p>economia moderna.</p><p>No contexto do laissez-faire, o Estado Nacional desempenha um</p><p>papel limitado, concentrando-se principalmente em garantir um</p><p>ambiente propício para a livre concorrência entre empresas e</p><p>agentes econômicos. Acredita-se que, ao permitir que as forças de</p><p>mercado operem sem restrições excessivas, a eficiência econômica</p><p>será maximizada e os recursos serão alocados de maneira mais</p><p>eficaz (Brue; Grant, 2016).</p><p>Um aspecto importante</p><p>dessa abordagem é a defesa do direito à</p><p>propriedade privada. Enquanto o Estado limita sua intervenção</p><p>econômica, ele é visto como responsável por proteger os direitos de</p><p>propriedade, intervindo apenas quando ameaças significativas</p><p>surgem, como convulsões sociais ou revoluções que possam</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 16/53</p><p>colocar em risco esses direitos (Brue; Grant, 2016). Nesses casos, o</p><p>papel do Estado é frequentemente justificado como uma medida</p><p>para manter a estabilidade social e proteger o ambiente propício aos</p><p>negócios.</p><p>Naquela época, a crença predominante era de que a economia,</p><p>assim como a natureza física, seguia leis universais e imutáveis. De</p><p>acordo com Silva; Dalcin; Stefani, (2019) essa visão refletia a</p><p>confiança no conceito do homo economicus, uma representação</p><p>teórica do indivíduo econômico, que, livre de intervenções do</p><p>Estado e influências de grupos sociais, buscava maximizar seus</p><p>ganhos com o mínimo de esforço.</p><p>O homo economicus é concebido como um agente racional e</p><p>autointeressado, guiado pela busca otimizada de seus interesses</p><p>pessoais, especialmente a maximização do lucro. Nesse contexto,</p><p>acreditava-se que, se deixado em um ambiente de livre mercado, o</p><p>homo economicus contribuiria para o funcionamento eficiente da</p><p>economia, agindo de acordo com princípios econômicos</p><p>fundamentais (Silva; Dalcin; Stefani, 2019).</p><p>Uma das principais críticas dos liberais era direcionada às restrições</p><p>ao comércio impostas pelo mercantilismo. Práticas protecionistas,</p><p>como tarifas e barreiras comerciais, eram vistas como obstáculos à</p><p>eficiência econômica e ao desenvolvimento. Para os liberais, a</p><p>liberdade de comércio era fundamental para o crescimento</p><p>econômico e a prosperidade das nações.</p><p>Outro ponto de discordância residia no foco do mercantilismo no</p><p>acúmulo de metais preciosos como medida de riqueza nacional. Os</p><p>liberais argumentavam que a verdadeira riqueza provinha da</p><p>produção interna, do comércio livre e do desenvolvimento dos</p><p>setores econômicos, desafiando o conceito de que a quantidade de</p><p>ouro e prata determinava a prosperidade de uma nação.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 17/53</p><p>Segundo Silva, Dalcin e Stefani (2019), no pensamento liberal</p><p>podemos destacar duas vertentes ideológicas: as Escolas Clássica</p><p>e Austríaca. Na primeira, estão os arcabouços ideológicos</p><p>formulados no século XVIII e XIX; na segunda escola, estão os</p><p>pensamentos formulados no século XIX e XX.</p><p>Siga em Frente...</p><p>A Escola Clássica teve seu auge nos séculos XVIII e XIX, sendo</p><p>marcada por pensadores que estabeleceram os fundamentos do</p><p>liberalismo econômico. Adam Smith, muitas vezes considerado o pai</p><p>da economia moderna, é uma figura proeminente dessa escola.</p><p>Adam Smith é frequentemente considerado o pioneiro do liberalismo</p><p>econômico e um dos fundadores da economia como ciência. Em</p><p>sua obra seminal A riqueza das nações (1776), Smith articulou os</p><p>princípios fundamentais do liberalismo clássico (Gennari, 2009). Ele</p><p>argumentou a favor do laissez-faire, defendendo que, quando os</p><p>indivíduos buscam seus próprios interesses egoístas, o mercado é</p><p>guiado pela "mão invisível" para promover o bem-estar social. Smith</p><p>também destacou a importância da divisão do trabalho e da</p><p>especialização na geração de riqueza.</p><p>Jean-Baptiste Say, um economista francês, foi outro influente</p><p>pensador liberal clássico. Ele é conhecido pela Lei de Say, que</p><p>postula que a produção cria sua própria demanda. Em outras</p><p>palavras, acredita-se que a oferta de bens e serviços gera</p><p>automaticamente a demanda por outros bens e serviços (Brue;</p><p>Grant, 2016). Say contribuiu para a teoria do valor e da oferta</p><p>agregada, influenciando o pensamento econômico clássico.</p><p>John Stuart Mill, embora tenha se expandido além do liberalismo</p><p>clássico em algumas áreas, contribuiu significativamente para a</p><p>filosofia econômica liberal. Em sua obra Princípios de economia</p><p>política (1848), Mill abordou questões sociais, éticas e políticas</p><p>dentro do contexto liberal. Ele enfatizou a importância de equilibrar a</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 18/53</p><p>liberdade individual com a intervenção do governo para corrigir</p><p>desigualdades e garantir a justiça social.</p><p>A Escola Austríaca é uma tradição de pensamento liberal que se</p><p>desenvolveu nos séculos XIX e XX, notadamente na Áustria, e</p><p>contribuiu significativamente para a teoria econômica e política</p><p>liberal.</p><p>Considerado o fundador da Escola Austríaca, Carl Menger</p><p>desenvolveu a teoria subjetiva do valor. Em sua obra Princípios de</p><p>economia política (1871), Menger argumentou que o valor de um</p><p>bem é determinado pela utilidade subjetiva que os indivíduos</p><p>atribuem a ele. Essa teoria revolucionou a compreensão do valor e</p><p>influenciou a economia neoclássica (Silva; Dalcin; Stefani, 2019).</p><p>Ludwig von Mises foi um dos principais representantes da Escola</p><p>Austríaca no século XX. Ele é conhecido por suas contribuições</p><p>para a teoria do dinheiro e dos ciclos econômicos. Em Ação humana</p><p>(1949), Mises expôs uma abordagem abrangente da economia,</p><p>destacando a importância da ação humana consciente na análise</p><p>econômica.</p><p>Friedrich Hayek foi outro importante expoente da Escola Austríaca.</p><p>Sua obra O caminho da servidão (1944) tornou-se uma referência</p><p>na crítica aos perigos do planejamento central e da expansão</p><p>excessiva do Estado. Hayek também contribuiu para a teoria dos</p><p>preços e a compreensão dos mecanismos de mercado.</p><p>Silva, Dalcin e Stefani (2019) argumentam que o liberalismo tem</p><p>moldado ideias e políticas em diferentes partes do mundo,</p><p>refletindo-se em debates sobre o papel do Estado, liberdades</p><p>individuais, propriedade privada e funcionamento dos mercados.</p><p>Uma das expressões mais marcantes desse fenômeno é o</p><p>surgimento do neoliberalismo, notadamente após 1980, que</p><p>representou uma revitalização e uma nova fase das ideias liberais.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 19/53</p><p>O neoliberalismo é uma vertente do liberalismo que ganhou</p><p>destaque a partir da década de 1980, especialmente com as</p><p>políticas adotadas por líderes como Ronald Reagan nos Estados</p><p>Unidos e Margaret Thatcher no Reino Unido. Essa abordagem</p><p>enfatiza a confiança no mercado livre, a redução do papel do Estado</p><p>na economia e a promoção de políticas de desregulamentação.</p><p>De acordo com Silva, Dalcin e Stefani (2019), os princípios</p><p>fundamentais do neoliberalismo incluem a crença na eficiência do</p><p>mercado, a ênfase na liberdade individual, a defesa da propriedade</p><p>privada e a redução da intervenção estatal na economia. Isso</p><p>implicou em políticas como privatizações, cortes de gastos públicos,</p><p>liberalização dos mercados financeiros e a busca por maior</p><p>flexibilidade nas relações de trabalho.</p><p>O neoliberalismo também representou um ataque às políticas</p><p>keynesianas, que predominaram no período pós-Segunda Guerra</p><p>Mundial. Enquanto o keynesianismo defendia a intervenção estatal</p><p>para combater recessões, o neoliberalismo argumentava que a</p><p>intervenção do Estado frequentemente distorcia os mercados e</p><p>prejudicava o crescimento econômico.</p><p>É importante destacar que, apesar de sua influência generalizada, o</p><p>neoliberalismo também enfrentou críticas significativas. Críticos</p><p>argumentam que as políticas neoliberais podem levar a</p><p>desigualdades socioeconômicas, instabilidade financeira e falta de</p><p>regulamentação adequada para proteger os interesses públicos</p><p>(Silva; Dalcin; Stefani, 2019).</p><p>Em resumo, o liberalismo, em suas várias formas, desempenhou um</p><p>papel importante na configuração do pensamento político e</p><p>econômico contemporâneo, com o neoliberalismo sendo uma</p><p>expressão significativa desse impacto nas últimas décadas. O</p><p>debate em torno dessas ideias continua a influenciar</p><p>as políticas</p><p>governamentais e a moldar as discussões sobre o equilíbrio entre</p><p>liberdade econômica e a responsabilidade do Estado.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 20/53</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Estudante, vamos retomar a problematização inicial da nossa aula.</p><p>Durante a aula, exploramos como o pensamento liberal surgiu como</p><p>uma resposta às ideias absolutistas de um estado forte. Analisamos</p><p>as diferentes correntes liberais e examinamos seu papel</p><p>fundamental no desenvolvimento do capitalismo. Ao conectar esses</p><p>conceitos, percebemos que o liberalismo não apenas forneceu um</p><p>contraponto ao absolutismo, mas também estabeleceu as bases</p><p>ideológicas que moldaram as estruturas políticas e econômicas</p><p>contemporâneas.</p><p>Para entender a resolução dessa problematização, é essencial</p><p>reconhecer que o liberalismo introduziu uma visão de Estado que</p><p>valoriza a liberdade individual, limita a intervenção governamental</p><p>na economia e defende os princípios do livre mercado. Isso</p><p>impactou a economia capitalista, incentivando a concorrência, a</p><p>inovação e a liberdade de empreender.</p><p>As correntes liberais desempenharam um papel significativo na</p><p>formação da visão política contemporânea, com o neoliberalismo</p><p>emergindo como uma expressão particular dessa tradição. No</p><p>contexto do neoliberalismo, as ideias liberais clássicas foram</p><p>reinterpretadas e aplicadas de maneira mais específica às políticas</p><p>econômicas. Esse movimento teve impactos notáveis em várias</p><p>esferas da sociedade moderna.</p><p>Ao concluirmos nosso estudo do pensamento liberal e seu impacto</p><p>no desenvolvimento do capitalismo, é importante reconhecer a</p><p>relevância desses conceitos em sua compreensão do mundo. Ao</p><p>entender como o liberalismo influenciou a formação política</p><p>contemporânea e a economia capitalista, você adquire</p><p>conhecimentos valiosos para interpretar e participar nas discussões</p><p>sociais e profissionais sobre economia política.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 21/53</p><p>Saiba Mais</p><p>Vamos conhecer um pouco mais sobre o que aprendemos? É</p><p>importante que você tenha outras fontes de pesquisa para ser capaz</p><p>de pensar de forma crítica o conteúdo abordado nesta aula.</p><p>Leia o capítulo Liberalismo do livro: Economia política. A partir da</p><p>leitura desse capítulo, você vai compreender a origem e a formação</p><p>do liberalismo. Saber descrever a escola liberal clássica e</p><p>reconhecer os principais pensadores do liberalismo e suas ideias.</p><p>SILVA, F. P. M.; DALCIN, A. K.; STEFANI, R. Economia política.</p><p>Porto Alegre: Grupo A, 2019. E-book.</p><p>Leia o capítulo Intervenção do estado na economia do livro:</p><p>Economia política. A partir da leitura desse capítulo, você vai</p><p>compreender o processo histórico da intervenção do Estado na</p><p>economia, bem como determinar as relações entre a ordem</p><p>econômica e o direito econômico. Ao final, você conseguirá</p><p>relacionar as formas de intervenção do Estado na economia.</p><p>SILVA, F. P. M.; BIRNKOTT, A. D.; LOPES, J. G. D. Economia</p><p>política. Porto Alegre: Grupo A, 2018. E-book.</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>BRUE, S. L.; GRANT, R. R. História do pensamento econômico.</p><p>São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2016.</p><p>GENNARI, A. História do pensamento econômico. São Paulo:</p><p>Editora Saraiva, 2009.</p><p>SANDRONI, P. Dicionário de economia do século XXI. 2. ed. Rio</p><p>de Janeiro: Record, 2005.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595028968/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595028968/</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 22/53</p><p>SILVA, F. P. M.; DALCIN, A. K.; STEFANI, R. Economia política.</p><p>Porto Alegre: Grupo A, 2019.</p><p>Aula 3</p><p>ADAM SMITH E A RIQUEZA</p><p>DAS NAÇÕES</p><p>Adam Smith e a riqueza das</p><p>nações</p><p>Olá, estudante!</p><p>Nesta videoaula, você irá conhecer a obra de Adam Smith, o pai da</p><p>economia.</p><p>Esse conteúdo é importante para a sua prática profissional, pois vai</p><p>te proporcionar a compreensão dos princípios econômicos</p><p>fundamentais que regem as bases do pensamento liberal, presentes</p><p>em diversas esferas da vida econômica, política e social.</p><p>Prepare-se para essa jornada de conhecimento! Vamos lá!</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 23/53</p><p>Ponto de Partida</p><p>Olá, estudante!</p><p>É um prazer iniciar mais uma aula em nosso percurso acadêmico.</p><p>Nesta aula, vamos conhecer as teorias de Adam Smith, uma figura</p><p>central na história da economia política. Ao estudar os conceitos</p><p>fundamentais desenvolvidos por Smith, mergulharemos nas raízes</p><p>do pensamento econômico moderno e compreenderemos como</p><p>suas ideias moldaram a compreensão contemporânea sobre a</p><p>economia.</p><p>Agora, lançamos um desafio para sua reflexão. Como as ideias de</p><p>Adam Smith, considerado o "pai da economia", influenciaram a</p><p>economia política ao longo do tempo? De que maneira seus</p><p>princípios moldaram não apenas teorias econômicas subsequentes,</p><p>mas também as práticas econômicas adotadas por diversas</p><p>nações?</p><p>Ao refletir essas questões, você compreenderá que as teorias de</p><p>Adam Smith não apenas impactaram o entendimento da economia,</p><p>mas também desencadearam uma revolução nas relações sociais e</p><p>políticas.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 24/53</p><p>Boa aula!</p><p>Vamos Começar!</p><p>Adam Smith foi um influente filósofo e economista escocês do</p><p>século XVIII, conhecido como o pai da economia moderna, nasceu</p><p>em 1723, em Kirkcaldy, na Escócia. Smith estudou na Universidade</p><p>de Glasgow e depois na Universidade de Oxford. Na época, a</p><p>Escócia estava passando por transformações significativas devido à</p><p>Revolução Industrial e ao Iluminismo, movimento intelectual que</p><p>valorizava a razão, a ciência e a liberdade individual. Esses eventos</p><p>moldaram a perspectiva de Smith sobre a sociedade e a economia</p><p>(Brue; Grant, 2016).</p><p>O pensamento de Adam Smith foi profundamente influenciado pelo</p><p>Iluminismo, um movimento intelectual que teve seu auge no século</p><p>XVIII. Durante esse período, o Iluminismo promoveu a ideia de que</p><p>a razão, a ciência e a educação eram instrumentos poderosos para</p><p>a melhoria da sociedade. Os iluministas buscavam substituir o</p><p>pensamento tradicional baseado na fé e na autoridade pela razão e</p><p>observação empírica (Brue; Grant, 2016).</p><p>Adam Smith acreditava na capacidade da razão humana para</p><p>compreender e melhorar a sociedade. Sua abordagem pragmática e</p><p>baseada em evidências, como apresentado em suas obras, foi</p><p>moldada pela confiança no poder da razão aplicada ao</p><p>entendimento dos fenômenos econômicos.</p><p>Influenciado por pensadores como David Hume e Francis</p><p>Hutcheson, Adam Smith desenvolveu sua visão sobre a economia</p><p>enquanto lecionava filosofia moral em Glasgow. Sua obra mais</p><p>famosa, A riqueza das nações (1776), é considerada um marco na</p><p>história do pensamento político e econômico. Nesse trabalho</p><p>seminal, Adam Smith aborda a economia política, propondo ideias-</p><p>chave que fundamentam a teoria econômica clássica. Ele introduz o</p><p>conceito de mão invisível, defendendo a ideia de que o interesse</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 25/53</p><p>próprio individual, quando buscado livremente, pode resultar no</p><p>benefício da sociedade como um todo. O livro abrange tópicos como</p><p>a divisão do trabalho, a importância do livre mercado e a crítica às</p><p>intervenções governamentais na economia.</p><p>De acordo com Hunt e Lautzenheiser (2012):</p><p>[...] Smith se distingue de todos os economistas que o</p><p>antecederam, não só por sua formação acadêmica e pela</p><p>vastidão de seus conhecimentos, como também porque foi o</p><p>primeiro a elaborar um modelo abstrato completo e</p><p>relativamente coerente da natureza, da estrutura e do</p><p>funcionamento</p><p>do sistema capitalista. Notava que havia</p><p>importantes ligações entre as principais classes sociais, os</p><p>vários setores de produção, a distribuição da riqueza e da</p><p>renda, o comércio, a circulação da moeda, os processos de</p><p>formação dos preços e o processo de crescimento</p><p>econômico. Baseava muitas de suas recomendações de</p><p>política nas conclusões tiradas de seu modelo. Esses</p><p>modelos sistemáticos do capitalismo, considerados no todo</p><p>ou em parte, caracterizaram as obras da maioria dos</p><p>economistas importantes, a partir de Smit [...] (Hunt;</p><p>Lautzenheiser, 2012, p. 33)</p><p>O primeiro capítulo do livro A riqueza das nações trata sobre a</p><p>divisão do trabalho. Imagine uma fábrica de alfinetes que possui</p><p>10 funcionários. Porém, cada trabalhador produz alfinetes</p><p>individualmente e sem treinamentos adequados para essa atividade.</p><p>Logo, cada trabalhador, mal poderá talvez, ainda que com maior</p><p>diligência, produzir um alfinete num dia e não seria, com certeza,</p><p>capaz de produzir 20 (Brue; Grant, 2016).</p><p>Nesse exemplo dado por Adam Smith, podemos observar que o</p><p>nível produtivo de somente um trabalhador, não treinando por dada</p><p>função e responsável por toda a tarefa de produção, será “muito</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 26/53</p><p>baixo”, pois ele deverá se ocupar de todo o processo produtivo, não</p><p>obtendo eficiência de produção. Ao final, essa dinâmica geraria um</p><p>ciclo de pobreza econômico, conforme a Figura 1.</p><p>Figura 1 | Impactos da ineficiência produtiva no sistema econômico</p><p>Qual a proposta de Smith?</p><p>Imagine que nessa fábrica, um operário desenrola o arame, outro o</p><p>endireita, um terceiro o corta, um quarto faz as pontas, um quinto o</p><p>afia nas pontas para a colocação da cabeça do alfinete; para fazer</p><p>uma cabeça de alfinete requerem-se 3 ou 4 operações diferentes;</p><p>montar a cabeça já é uma atividade diferente e alvejar os alfinetes é</p><p>outra; a própria embalagem dos alfinetes também constitui uma</p><p>atividade independente (Smith, 1996, p. 66).</p><p>A eficácia e o aprimoramento do trabalho por meio de sua divisão</p><p>são facilmente percebidos no exemplo fornecido. Ao dividir o</p><p>trabalho em etapas distintas, a produtividade dos trabalhadores</p><p>torna-se significativamente superior em comparação com a situação</p><p>em que cada trabalhador se ocuparia autonomamente de todas as</p><p>fases da produção de um alfinete. Essa abordagem divisional</p><p>possibilita que cada trabalhador se especialize e aperfeiçoe na</p><p>função para a qual foi designado. O cerne da discussão de Smith</p><p>sobre a divisão do trabalho está centrado na maneira como o</p><p>aumento da especialização contribui para o aumento da</p><p>produtividade dentro de um setor.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 27/53</p><p>Quanto mais especializada uma economia, maior a produtividade,</p><p>resultando em um aumento na produção e, por conseguinte, na</p><p>geração de riqueza. A divisão do trabalho não apenas impulsiona a</p><p>eficiência na produção, mas também promove a inovação, uma vez</p><p>que os trabalhadores podem aprimorar suas habilidades em tarefas</p><p>específicas. Ao elevar a produtividade, ocorre um aumento tanto na</p><p>produção quanto no excedente. Uma porção desse excedente se</p><p>converte em lucro, enquanto outra parte é destinada à poupança. A</p><p>fração poupada, por sua vez, transforma-se em investimento para</p><p>impulsionar novas iniciativas comerciais. Portanto, o excedente</p><p>econômico gerado e sua alocação determinam o ritmo do</p><p>crescimento econômico a longo prazo. Essa dinâmica pode ser</p><p>visualizada na Figura 2.</p><p>Figura 2 | Impactos da eficiência produtiva no sistema econômico</p><p>Siga em Frente...</p><p>Smith acreditava que, em um mercado livre e competitivo, os</p><p>interesses individuais dos participantes se harmonizariam</p><p>naturalmente para promover o bem-estar coletivo. De acordo Hunt e</p><p>Lautzenheiser (2012), a famosa frase de Smith sobre a harmonia</p><p>dos interesses expressa esta ideia: "Não é da benevolência do</p><p>padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que esperamos o nosso</p><p>jantar, mas da consideração que ele tem pelos próprios interesses”</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 28/53</p><p>(Smith, 1996, p. 70). Nessa observação, Smith destaca como a</p><p>busca individual do interesse próprio, quando inserida em um</p><p>contexto de livre mercado, resulta na produção eficiente de bens e</p><p>serviços para atender às necessidades da sociedade.</p><p>Segundo Adam Smith, há uma mão invisível que direciona o</p><p>comportamento do interesse próprio para um tal caminho que o bem</p><p>social emerge. A mão invisível atua como um guia não planejado</p><p>que, através das interações do mercado, coordena as atividades</p><p>individuais para o benefício coletivo. Essa ideia sugere que a</p><p>autorregulação do mercado, orientada pelos interesses individuais,</p><p>pode resultar em eficiência econômica e na maximização do bem-</p><p>estar geral (Brue; Grant, 2016).</p><p>A chave para compreender a "mão invisível" de Adam Smith está</p><p>ligada ao conceito de competitividade. A competitividade é o motor</p><p>que impulsiona a eficácia da mão invisível. No contexto do mercado,</p><p>a competição entre produtores e fornecedores cria um ambiente</p><p>dinâmico no qual os participantes são motivados a oferecer</p><p>produtos e serviços de melhor qualidade, a preços mais</p><p>competitivos e com maior eficiência (Brue; Grant, 2016). Essa</p><p>competição não apenas atende às demandas dos consumidores,</p><p>mas também estimula a inovação e a melhoria constante.</p><p>Portanto, de acordo com Brue e Grant (2016), a mão invisível opera</p><p>de maneira mais eficaz em um cenário competitivo, onde as forças</p><p>do mercado determinam os preços, a alocação de recursos e a</p><p>distribuição de bens e serviços. A concorrência fomenta a eficiência,</p><p>pois os produtores buscam maneiras de produzir mais com menos</p><p>recursos, reduzindo custos e, ao mesmo tempo, mantendo ou</p><p>aprimorando a qualidade.</p><p>É atrativo caracterizar Smith como um apoiador do laissez-faire,</p><p>considerando sua clara oposição à intervenção governamental na</p><p>economia. No entanto, em contraste com algumas das defesas mais</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 29/53</p><p>radicais desse ponto de vista, Smith reconheceu um papel</p><p>significativo, embora restrito, para o Estado.</p><p>Segundo Brue e Grant (2016), Smith argumentava que o governo</p><p>deveria:</p><p>Desempenhar um papel na garantia da justiça.</p><p>Proteger os direitos de propriedade e execução de contratos.</p><p>Garantir a defesa nacional.</p><p>Essas funções governamentais eram vistas como essenciais para a</p><p>preservação de um ambiente estável e seguro, no qual a mão</p><p>invisível do mercado poderia operar eficientemente.</p><p>No entanto, Smith tinha preocupações em relação a certas práticas</p><p>governamentais de sua época. Ele criticava a concessão de</p><p>privilégios especiais a determinadas indústrias ou empresas, que</p><p>poderiam distorcer a concorrência e prejudicar o livre funcionamento</p><p>do mercado. Além disso, expressava preocupação com o risco de</p><p>corrupção e ineficiência em governos que ultrapassassem seus</p><p>limites apropriados.</p><p>Compreendido a importância da divisão do trabalho, da livre</p><p>iniciativa e da ausência de intervenção do governo na economia,</p><p>vamos agora estudar outra teoria elaborada por Adam Smith,</p><p>chamada de teoria do valor do trabalho.</p><p>A teoria do valor do trabalho apresentada por Smith diz que o valor</p><p>de um bem ou serviço é determinado pelo trabalho necessário para</p><p>produzi-lo.</p><p>Segundo ele, o trabalho é a fonte primária de valor e os preços dos</p><p>bens e serviços refletem o esforço humano incorporado em sua</p><p>produção. Essa abordagem foi posteriormente desenvolvida por</p><p>economistas clássicos como David Ricardo.</p><p>Segundo Smith (1996), surgem dois tipos de valor:</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html</p><p>30/53</p><p>Valor de uso: refere-se à utilidade ou ao benefício que um</p><p>bem ou serviço proporciona ao consumidor. Em outras</p><p>palavras, é a capacidade do bem de satisfazer uma</p><p>necessidade específica.</p><p>Valor de troca: diz respeito à capacidade de um bem ser</p><p>trocado por outros bens ou serviços no mercado. Esse valor</p><p>está relacionado à oferta e demanda, bem como às</p><p>preferências e necessidades dos consumidores.</p><p>Smith sustenta que o valor de troca de uma mercadoria é</p><p>estabelecido pela quantidade de trabalho nela contida, somada à</p><p>distribuição relativa, em diferentes ocasiões, do trabalho indireto</p><p>(que gerou os meios utilizados na produção da mercadoria) e do</p><p>trabalho direto (que utiliza esses meios na produção da mercadoria)</p><p>(Hunt; Lautzenheiser, 2012). Smith pôde identificar o trabalho como</p><p>o determinante do valor de troca apenas em economias iniciais pré-</p><p>capitalistas, nas quais não existiam capitalistas ou proprietários de</p><p>terras.</p><p>Ainda segundo Hunt e Lautzenheiser (2012), à medida que os</p><p>capitalistas adquiriram controle sobre os meios de produção e os</p><p>proprietários de terras monopolizaram a terra e os recursos naturais,</p><p>Smith observou que o valor de troca ou preço passou a ser a</p><p>combinação de três componentes distintos: salários, lucros e</p><p>aluguéis. "Assim que o capital se acumula nas mãos de</p><p>determinadas pessoas", destacou ele.</p><p>Umas das grandes indagações de Adam Smith em suas obras era</p><p>identificar as causas para a riqueza de uma nação. Dentro do</p><p>contexto capitalista nascente no qual viveu, Smith formulou o</p><p>processo para o crescimento e desenvolvimento econômico. A</p><p>Figura 3 resume os vários elementos constituintes desse processo.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 31/53</p><p>Figura 3 | A teoria do crescimento econômico de Adam Smith. Fonte: Brue e Grant (2016, p. 87).</p><p>Conforme evidenciado pelos dois retângulos superiores na figura,</p><p>Smith considerava a divisão do trabalho e a acumulação de capital</p><p>como os principais impulsionadores do crescimento de uma nação.</p><p>Smith afirmou que a divisão do trabalho estimula o acúmulo de</p><p>capital (seta a) e que os dois trabalham juntos para aumentar a</p><p>produtividade do trabalho (setas b e c). O crescimento na</p><p>produtividade do trabalho aumenta a produção nacional (seta d),</p><p>que amplia o mercado e justifica a distância entre a divisão do</p><p>trabalho e o acúmulo de capital (seta f). Como um resultado do</p><p>acúmulo de capital, as reservas de salários crescem (seta g) e os</p><p>salários aumentam (seta h). Os salários mais altos motivam o</p><p>crescimento ainda maior da produtividade (seta i). O crescimento da</p><p>produção nacional aumenta o número de bens disponíveis para o</p><p>consumo, o que, para Smith, constitui a riqueza de uma nação (seta</p><p>e).</p><p>Em resumo, Adam Smith é considerado um dos pilares da economia</p><p>política clássica devido à sua visão pioneira sobre o funcionamento</p><p>dos mercados, o valor do trabalho, a importância da divisão do</p><p>trabalho e a defesa da competição. Seu legado persiste como uma</p><p>base essencial para muitas teorias econômicas subsequentes e</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 32/53</p><p>continua a influenciar as discussões e políticas econômicas em todo</p><p>o mundo.</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Gostou da aula até aqui? Espero que sim!</p><p>A partir de agora vamos retomar a problematização do início do</p><p>conteúdo.</p><p>A primeira reflexão nos indaga como as ideias de Adam Smith,</p><p>considerado o "pai da economia", influenciaram a economia política</p><p>ao longo do tempo.</p><p>Bom, as ideias de Adam Smith, conhecido como o "pai da</p><p>economia", tiveram uma significativa influência na economia política</p><p>ao longo do tempo. Seu conceito central da "mão invisível" destacou</p><p>como a busca individual pelo próprio interesse pode contribuir para</p><p>o bem-estar coletivo, tornando-se a base do liberalismo econômico.</p><p>Smith defendeu a mínima intervenção governamental nos</p><p>mercados, promovendo a liberdade individual e a propriedade</p><p>privada. Também enfatizou a importância da divisão do trabalho e a</p><p>especialização na produção como impulsionadores da eficiência</p><p>econômica.</p><p>A segunda reflexão nos instiga e pensar de que maneira seus</p><p>princípios moldaram não apenas teorias econômicas subsequentes,</p><p>mas também as práticas econômicas adotadas por diversas nações.</p><p>Essas ideias foram fundamentais para a formação da teoria</p><p>econômica clássica, influenciando pensadores subsequentes e</p><p>moldando a visão predominante sobre como as economias</p><p>deveriam operar. Ao longo do tempo, os princípios de Smith</p><p>transcenderam as fronteiras teóricas e foram incorporados nas</p><p>práticas econômicas adotadas por diversas nações, contribuindo</p><p>para o desenvolvimento do capitalismo moderno e influenciando</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 33/53</p><p>políticas que buscavam equilibrar o livre mercado com a regulação</p><p>estatal, marcando assim um impacto duradouro na economia global.</p><p>Saiba Mais</p><p>Vamos conhecer um pouco mais sobre o que aprendemos? É</p><p>importante que você tenha outras fontes de pesquisa para ser capaz</p><p>de pensar de forma crítica o conteúdo abordado nesta aula.</p><p>Leia o Capítulo 3 Adam Smith do livro: História do pensamento</p><p>econômico: uma perspectiva crítica. Nesse capítulo, você vai</p><p>estudar o contexto histórico das ideias de Smith. As teorias de</p><p>História e Sociologia de Smith incluíam uma análise das origens e</p><p>do desenvolvimento do conflito de classes na sociedade e uma</p><p>análise da maneira pela qual o poder era exercido na luta de</p><p>classes. Você vai estudar também a teoria do valor, a teoria do bem-</p><p>estar econômico, conflito de classes e harmonia social para Smith.</p><p>HUNT, E. K.; LAUTZENHEISER, M. História do pensamento</p><p>econômico: uma perspectiva crítica. 3. ed. 11ª Reimpr. Rio de</p><p>Janeiro: GEN, 2012. E-book.</p><p>Leia o Capítulo 5 A escola clássica – Adam Smith do livro: História</p><p>do pensamento econômico. Na discussão de Smith, inicialmente, o</p><p>capítulo aborda alguns detalhes de sua vida e conheceremos várias</p><p>influências importantes que recebeu. Posteriormente, analisa seu</p><p>primeiro livro, The theory of moral sentiments, para explorar a</p><p>relação entre seu pensamento sobre a filosofia moral e sobre a</p><p>economia política. Por fim, os autores abordam com detalhes seu</p><p>monumental A riqueza das nações, destacando suas opiniões sobre</p><p>(1) o laissez-faire e a harmonia dos interesses, (2) a divisão do</p><p>trabalho e (3) as leis econômicas de uma economia competitiva.</p><p>BRUE, S. L.; GRANT, R. R. História do pensamento econômico.</p><p>São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2016. E-book.</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159143/</p><p>https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159143/</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 34/53</p><p>Referências Bibliográficas</p><p>BRUE, S. L.; GRANT, R. R. História do pensamento econômico.</p><p>São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2016.</p><p>HUNT, E. K.; LAUTZENHEISER, M. História do pensamento</p><p>econômico: uma perspectiva crítica. 3. ed. 11ª Reimpr. Rio de</p><p>Janeiro: GEN, 2012.</p><p>SMITH, A. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza</p><p>e suas causas. Santos: Editora Nova Cultural, 1996. (Coleção os</p><p>Economistas).</p><p>Aula 4</p><p>CONTRIBUIÇÕES DE DAVID</p><p>RICARDO</p><p>Contribuições de David Ricardo</p><p>Olá, estudante!</p><p>Nesta videoaula você irá conhecer os princípios básicos de</p><p>economia política propostos por David Ricardo.</p><p>Esse conteúdo é importante para a sua prática profissional, pois</p><p>você compreenderá princípios econômicos elaborados por esse</p><p>autos válidos até os dias atuais.</p><p>Prepare-se para essa jornada de conhecimento! Vamos lá!</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 35/53</p><p>Ponto de Partida</p><p>Olá, estudante!</p><p>Nesta aula, vamos estudar os princípios</p><p>fundamentais da economia</p><p>política propostos por David Ricardo, abordando temas essenciais</p><p>como a Teoria dos Rendimentos Marginais Decrescentes, Teoria do</p><p>Valor Trabalho e Teoria das Vantagens Comparativas.</p><p>Seu legado é fortemente associado à sistematização e expansão</p><p>das ideias dos economistas clássicos, como Adam Smith. Ricardo</p><p>destacou-se não apenas pela clareza de suas teorias, mas também</p><p>pela habilidade em conectar diferentes aspectos da economia,</p><p>oferecendo uma visão abrangente das forças econômicas e sociais</p><p>que moldam a sociedade.</p><p>Agora, lançamos um desafio para sua reflexão:</p><p>Como a Teoria dos Rendimentos Marginais Decrescentes,</p><p>proposta por David Ricardo, influencia a alocação de recursos</p><p>e a produção em diferentes setores econômicos?</p><p>De qual maneira a Teoria das Vantagens Comparativas pode</p><p>ser aplicada na formulação de estratégias comerciais</p><p>internacionais?</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 36/53</p><p>Essas questões fornecem um direcionamento para o estudo,</p><p>incentivando a reflexão sobre a relevância prática desses conceitos.</p><p>Boa aula!</p><p>Vamos Começar!</p><p>David Ricardo foi um renomado economista clássico britânico,</p><p>nascido em Londres em 18 de abril de 1772 e falecido em 11 de</p><p>setembro de 1823. Sua vida foi marcada por contribuições</p><p>significativas para a teoria econômica, tornando-se uma figura</p><p>proeminente na história da economia política. Ricardo iniciou sua</p><p>carreira profissional no mercado financeiro, onde obteve</p><p>considerável sucesso como corretor da Bolsa de Londres. Sua</p><p>entrada no mundo dos negócios proporcionou-lhe uma</p><p>compreensão prática das dinâmicas econômicas, influenciando</p><p>diretamente suas futuras contribuições teóricas.</p><p>A influência de obras como A riqueza das nações, de Adam Smith, e</p><p>Ensaio sobre a natureza do comércio em geral, de Richard</p><p>Cantillon, foi perceptível em seu pensamento econômico. Contudo,</p><p>foi com a publicação de sua obra seminal, Princípios de economia</p><p>política e tributação (1817), que Ricardo deixou uma marca no</p><p>campo da economia política.</p><p>David Ricardo era notável pela sua capacidade única de construir</p><p>modelos abstratos que elucidavam as complexidades do sistema</p><p>capitalista. Sua abordagem teórica era fundamentada em princípios</p><p>analíticos, permitindo-lhe formular leis econômicas gerais que</p><p>transcenderam a sua época.</p><p>A Teoria dos Rendimentos Decrescentes e a Teoria da Renda da</p><p>Terra são conceitos fundamentais na análise econômica,</p><p>especialmente no contexto da obra de David Ricardo.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 37/53</p><p>A Teoria dos Rendimentos Decrescentes é um princípio econômico</p><p>que descreve como a adição de mais insumos a uma unidade fixa</p><p>de produção resulta em retornos marginais decrescentes. Essa</p><p>teoria é particularmente relevante na análise da produção agrícola,</p><p>onde a quantidade de terra disponível é um fator fixo. Em termos</p><p>simples, ela argumenta que, à medida que mais esforço, trabalho e</p><p>capital são aplicados a uma área de terra fixa, os retornos adicionais</p><p>tornam-se progressivamente menores.</p><p>Para ilustrar, imagine um agricultor que está cultivando um campo.</p><p>Inicialmente, ao adicionar mais trabalhadores ou mais fertilizantes, a</p><p>produção pode aumentar significativamente. Contudo, chega um</p><p>ponto em que a área de terra não pode acomodar mais inputs</p><p>eficientemente, resultando em rendimentos marginais (adicionais)</p><p>decrescentes. Isso reflete a ideia de que, eventualmente, a</p><p>aplicação adicional de insumos não proporciona ganhos</p><p>proporcionais.</p><p>Segundo Ricardo, os agricultores optam por cultivar terras mais</p><p>férteis e bem localizadas, onde os rendimentos marginais são mais</p><p>altos. No entanto, à medida que a demanda por alimentos cresce, a</p><p>produção se expande para terras menos produtivas, onde os</p><p>rendimentos decrescentes entram em jogo.</p><p>A Teoria da Renda da Terra de David Ricardo está profundamente</p><p>relacionada a essa análise. Ricardo postulou que a terra é um</p><p>recurso natural com características variáveis, como fertilidade e</p><p>localização. À medida que a demanda por alimentos cresce,</p><p>agricultores se voltam para terras menos férteis, onde os</p><p>rendimentos são afetados pelos rendimentos decrescentes. A</p><p>diferença nos rendimentos entre terras mais e menos produtivas</p><p>resulta na renda diferencial, que é a base da Teoria da Renda da</p><p>Terra.</p><p>A renda diferencial ocorre quando agricultores estão dispostos a</p><p>pagar uma renda adicional aos proprietários de terras mais férteis,</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 38/53</p><p>apesar dos rendimentos decrescentes associados a essas terras.</p><p>Esse fenômeno decorre da necessidade de cultivar terras menos</p><p>produtivas para atender à crescente demanda por alimentos,</p><p>evidenciando a escolha estratégica dos agricultores diante dos</p><p>rendimentos decrescentes. Em síntese, a Teoria dos Rendimentos</p><p>Decrescentes é fundamental para entender a distribuição de</p><p>recursos na agricultura, enquanto a Teoria da Renda da Terra de</p><p>Ricardo fornece uma estrutura conceitual para explicar como a</p><p>renda diferencial surge da interação entre a qualidade variável da</p><p>terra e os rendimentos decrescentes.</p><p>Siga em Frente...</p><p>David Ricardo também abordou a teoria do valor-trabalho, que</p><p>inicialmente havia sido apresentada por Adam Smith.</p><p>Em sua obra Princípios de economia política e tributação (1817),</p><p>Ricardo argumentou que, para uma mercadoria adquirir valor de</p><p>troca, é necessário que ela possua valor de uso. De acordo com sua</p><p>perspectiva, a utilidade (satisfação subjetiva de uma necessidade)</p><p>não constitui a medida do valor de permuta, embora seja</p><p>fundamental para esse processo.</p><p>Possuindo utilidade, ou valor de uso, as mercadorias derivam seu</p><p>valor de troca de duas origens:</p><p>Sua escassez.</p><p>A quantidade de trabalho exigida para obtê-las.</p><p>O valor de bens não reprodutíveis, como obras de arte raras, livros</p><p>clássicos e antigas moedas, é exclusivamente determinado pela sua</p><p>escassez. Nesses casos, a oferta é constante, tornando a demanda</p><p>o fator principal na definição do valor de troca. No entanto, a maioria</p><p>das mercadorias é reproduzível e Ricardo pressupôs que essas</p><p>mercadorias são produzidas sem restrições sob as condições de</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 39/53</p><p>competitividade. Foi para esses bens que Ricardo adotou sua Teoria</p><p>do Valor-Trabalho.</p><p>O princípio central da Teoria do Valor-Trabalho de David Ricardo</p><p>afirma que o valor de troca de uma mercadoria está intrinsecamente</p><p>ligado ao tempo de trabalho necessário para produzi-la. Segundo</p><p>essa perspectiva, o trabalho não se limita apenas ao esforço físico</p><p>direto na fabricação da mercadoria, mas abrange também o trabalho</p><p>incorporado na obtenção da matéria-prima e nos bens de capital</p><p>utilizados no processo de produção.</p><p>Ao considerar não apenas o trabalho direto, mas também o trabalho</p><p>incorporado em todas as etapas da produção, a Teoria do Valor-</p><p>Trabalho de Ricardo destaca a interconexão e a interdependência</p><p>entre diferentes setores da economia. Isso proporciona uma base</p><p>mais completa para entender as causas das variações no valor de</p><p>troca ao longo do tempo.</p><p>Ricardo argumenta que essa abordagem permite uma análise mais</p><p>precisa das mudanças no valor de troca ao longo do tempo. Ao</p><p>considerar o tempo de trabalho em todas as fases da produção, é</p><p>possível identificar as influências específicas que afetam o valor de</p><p>uma mercadoria. Por exemplo, variações na produtividade,</p><p>mudanças nas condições tecnológicas ou flutuações na oferta de</p><p>matéria-prima podem ser analisadas em termos de seu impacto no</p><p>tempo total de trabalho necessário para produzir uma mercadoria.</p><p>Ricardo denomina como preço natural o valor intrínseco de uma</p><p>mercadoria resultante da incorporação de trabalho nela, enquanto</p><p>o</p><p>preço de mercado é aquele formado pelas forças de oferta e</p><p>demanda no mercado. Ele chega à conclusão de que o preço,</p><p>conforme o conhecemos, é o preço de mercado, e seu valor está</p><p>condicionado à interação entre oferta e demanda, e não aos salários</p><p>pagos aos trabalhadores.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 40/53</p><p>Em sua teoria, Ricardo justifica o comércio entre países mesmo</p><p>quando uma nação é mais eficiente na produção de todos os</p><p>produtos, ou seja, mesmo que possua vantagens absolutas em</p><p>todos os bens considerados. Portanto, para David Ricardo, o</p><p>comércio internacional é justificável mesmo quando um país não</p><p>detém vantagens absolutas em comparação com outros, uma vez</p><p>que é o princípio da vantagem comparativa que determina o</p><p>comércio, e não as vantagens absolutas (Krugman; Obstfeld, 2015).</p><p>Mas afinal, o que significa vantagem comparativa?</p><p>Segundo essa teoria, mesmo quando um país é menos eficiente do</p><p>que outra nação na produção de ambos os produtos, ainda assim</p><p>há uma fundamentação para o comércio mutuamente benéfico.</p><p>Como a produção de um determinado bem implica renunciar a</p><p>produção de outro bem, a nação deve se especializar naquele</p><p>produto em que seu custo de oportunidade é menor (Krugman;</p><p>Obstfeld, 2015).</p><p>O que é o custo de oportunidade?</p><p>O custo de oportunidade refere-se à análise da escolha que</p><p>precisamos fazer, considerando o que devemos renunciar para</p><p>obter outro bem. No contexto de países, o custo de oportunidade é</p><p>o valor econômico da melhor alternativa sacrificada ao optar pela</p><p>produção de um determinado bem ou serviço (Krugman; Obstfeld,</p><p>2015).</p><p>Logo, de acordo com a teoria, as relações comerciais entre duas</p><p>nações ocorrem quando apresentam custos de produção distintos.</p><p>Em seguida, sugere que uma nação sempre exportará o produto</p><p>que envolve custos relativamente menores do que o de outro. Por</p><p>fim, com base nesses resultados, argumenta-se que o comércio</p><p>entre dois países é benéfico para ambos. Essa teoria busca</p><p>estabelecer os princípios que regem a divisão internacional do</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 41/53</p><p>trabalho e, ao mesmo tempo, promover a mais ampla liberdade de</p><p>comércio entre países (Krugman; Obstfeld, 2015).</p><p>Para aprofundar a compreensão da teoria das vantagens</p><p>comparativas, David Ricardo elaborou um exemplo envolvendo dois</p><p>países (Inglaterra e Portugal), dois produtos (tecido e vinho) e</p><p>apenas um fator produtivo (mão de obra). A Tabela 4 apresenta o</p><p>total de horas trabalhadas pelos dois países na produção dos dois</p><p>bens destinados ao consumo próprio.</p><p>Tabela 1 | Quantidade de Homens/Hora para a produção de uma</p><p>unidade de mercadoria. Fonte: adaptada de Vasconcellos (2011).</p><p>Sem o comércio internacional, na Inglaterra, são necessárias 100</p><p>horas de trabalho para produzir uma unidade de tecido e 120 horas</p><p>para produzir uma unidade de vinho. Em Portugal, são necessárias</p><p>90 horas de trabalho para produzir uma unidade de tecido e 80</p><p>horas para produzir uma unidade de vinho. Assim, Portugal é</p><p>absolutamente mais eficiente na produção de ambos os bens, o que</p><p>parece paradoxal. Sob a ótica das vantagens absolutas, não haveria</p><p>motivo para comércio entre os dois países, já que Portugal</p><p>apresenta vantagem absoluta em ambos os produtos. Contudo,</p><p>David Ricardo demonstra que o comércio internacional ainda pode</p><p>Países Tecido Vinho Total de horas</p><p>Inglaterra 100 120 220</p><p>Portugal 90 80 170</p><p>Total de horas 190 200 390</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 42/53</p><p>ocorrer nesse cenário, proporcionando benefícios mútuos para</p><p>ambos os países.</p><p>Em termos relativos, o custo produtivo de tecidos em Portugal é</p><p>mais alto do que o da produção de vinho, enquanto na Inglaterra o</p><p>custo produtivo do vinho é superior ao da produção de tecidos.</p><p>Dessa forma, em comparação, os portugueses têm vantagem</p><p>relativa na produção de vinho, e a Inglaterra tem vantagem relativa</p><p>na produção de tecido. Segundo Ricardo, ambas as nações podem</p><p>obter benefícios ao se especializarem na produção da mercadoria</p><p>na qual possuem vantagem comparativa, independentemente do</p><p>fato de Portugal ter vantagem absoluta em ambos os produtos.</p><p>Para compreender melhor essa linha de raciocínio, é possível</p><p>observar a Tabela 5, que apresenta o cálculo do custo de</p><p>oportunidade de produção. Esse custo é calculado em função da</p><p>quantidade do outro bem que será deixado de produzir.</p><p>Tabela 2 | Cálculo do custo de oportunidade. Fonte: adaptada de</p><p>Vasconcellos (2011).</p><p>Conforme a perspectiva de David Ricardo, cada país deve dedicar-</p><p>se à produção do bem que seja comparativamente mais eficiente do</p><p>Países Tecido Vinho</p><p>Inglaterra</p><p>100/120</p><p>0,83</p><p>120/100</p><p>1,20</p><p>Portugal</p><p>90/80</p><p>1,13</p><p>80/90</p><p>0,89</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 43/53</p><p>que o outro, ou seja, que apresente menor custo de oportunidade.</p><p>Dessa maneira, ao produzir tecidos, a Inglaterra tem um custo de</p><p>oportunidade de 0,83, enquanto Portugal, para produzir tecidos, tem</p><p>um custo de oportunidade de 1,13. Logo, a Inglaterra possui um</p><p>custo de oportunidade mais baixo, tornando-se mais competitiva e,</p><p>portanto, deve especializar-se na produção de tecidos. Ao analisar o</p><p>produto vinho, a Inglaterra apresenta um custo de oportunidade de</p><p>1,20, enquanto Portugal possui um custo de oportunidade de 0,89.</p><p>Assim, Portugal deve especializar-se na produção de vinho, pois</p><p>seu custo de oportunidade é menor que o da Inglaterra</p><p>(Vasconcellos, 2011).</p><p>Nesse contexto, se houver comércio entre as nações, a Inglaterra</p><p>poderá importar uma unidade de vinho por um valor inferior a 1,2</p><p>unidades de tecido e Portugal poderá adquirir mais que 0,89</p><p>unidade de tecido ao vender seu vinho (Vasconcellos, 2011). Dessa</p><p>forma, se a relação de troca entre o vinho e o tecido for de 1 para 1,</p><p>ambos os países alcançarão benefícios. Sem o comércio, a</p><p>Inglaterra gastará 120 horas de trabalho para obter uma unidade de</p><p>vinho; com o comércio com Portugal, poderá utilizar apenas 100</p><p>horas de trabalho, produzir 1 unidade de tecido e trocá-la por 1</p><p>unidade de vinho, economizando, portanto, 20 horas de trabalho. O</p><p>mesmo princípio se aplica a Portugal, pois em vez de gastar 90</p><p>horas produzindo uma unidade de tecido, poderia utilizar apenas 80</p><p>horas produzindo uma unidade de vinho e trocá-la no mercado</p><p>internacional por uma unidade de tecido, economizando assim 10</p><p>horas de trabalho (Vasconcellos, 2011).</p><p>Resumindo, para David Ricardo é necessária a comparação entre</p><p>produtores de um produto, levando em consideração seus custos de</p><p>oportunidade. O produtor que renuncia a menor quantidade de</p><p>outros produtos para produzir o bem X e possui menor custo de</p><p>oportunidade de produção desse bem, diz-se, portanto, que desfruta</p><p>de uma vantagem comparativa na sua produção.</p><p>07/09/24, 10:39 A ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA</p><p>https://alexandria-html-published.platosedu.io/7686edeb-e7bd-42bb-af6b-d113dddbc9e2/v1/index.html 44/53</p><p>Vamos Exercitar?</p><p>Gostou da aula até aqui? Espero que sim!</p><p>A partir de agora vamos retomar a problematização do início da</p><p>aula.</p><p>A primeira reflexão nos indaga como a Teoria dos Rendimentos</p><p>Marginais Decrescentes, proposta por David Ricardo, influencia a</p><p>alocação de recursos e a produção em diferentes setores</p><p>econômicos.</p><p>A Teoria dos Rendimentos Marginais Decrescentes de David</p><p>Ricardo argumenta que, à medida que mais recursos são dedicados</p><p>à produção de um bem, os retornos adicionais diminuem. Isso</p><p>influencia a alocação de recursos e a produção em diferentes</p><p>setores econômicos de maneiras práticas.</p><p>Na agricultura, por exemplo, ao cultivar mais terras, os agricultores</p><p>podem experimentar rendimentos decrescentes devido a limitações</p><p>naturais. Isso implica que, para otimizar a produção,</p>