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Fundamentos do Tesouro Direto
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Acesse e veja mais conteúdos exclusivos
para todos os níveis de investidores:
FINCLASS.com
http://www.finclass.com/index.html
Meu nome é José Franco, tenho 51 anos, nasci em Brasília. 
São vinte anos de experiência na gestão da dívida pública, 
na emissão de títulos públicos em geral e na gestão do 
programa Tesouro Direto.
Comecei a trabalhar no Tesouro Nacional em 2001 e o 
Tesouro Direto foi criado em 2002, assim que entrei; me 
juntei à equipe que estudava alternativas para venda de 
títulos públicos diretamente para as pessoas físicas. Nós 
estudamos as experiências de outros países como Espanha 
e Inglaterra, e finalmente chegamos ao modelo que é o 
Tesouro Direto. Ele não nasceu como é hoje, não era tão 
ambicioso. Costumo dizer que Tesouro Direto foi a primeira 
Fintech no Brasil - o interessante é que ela nasceu de um 
programa do próprio governo. Escutamos falar em Fintech 
hoje e logo pensamos em aplicativos, redes sociais; e o 
Tesouro Direto, que desde o início usou a internet como o 
principal meio para atingir o investidor final, começou dentro 
do governo, em 2002.
OLÁ, 
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A ideia, no início, era vender os mesmos títulos, que se 
vendem em leilões para grandes investidores institucionais, 
para as pessoas físicas - pequenos investidores. Com o 
tempo, percebemos que a pessoa física tem demandas 
diferentes dos grandes investidores institucionais, e foram 
criados títulos específicos para o pequeno investidor, para 
serem vendidos por meio da plataforma do Tesouro Direto. 
Quando a pessoa compra um título público, seja por meio 
do Tesouro Direto ou por um grande investidor institucional, 
o que o Estado faz com o dinheiro? O Estado pode executar 
as políticas públicas como educação, segurança, saúde, 
ciência e tecnologia; assim como pode usar o dinheiro para 
a simples rolagem da dívida pública.
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Quais são as maneiras do Estado arrecadar dinheiro? 
Normalmente, com tributos. As pessoas pagam impostos 
ao Estado, que executa as políticas públicas, fazendo a 
despesa pública. Muitas vezes esses números não batem, a 
despesa é maior que a arrecadação.
O QUE É A DÍVIDA PÚBLICA 
E A SUA ROLAGEM? 
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Como o Estado faz para complementar? Emite e vende 
títulos públicos para os vários tipos de investidores. Dessas 
várias emissões de títulos públicos surge a dívida pública 
- que é algo natural, todos os países têm dívida pública - 
e normalmente é rolada. Quando o título vence, o Estado 
emite outro para pagar o primeiro que está vencendo.
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A compra de títulos públicos é a única maneira pela qual é 
possível financiar o Estado e também receber uma rentabi-
lidade. Comparando com a tributação: o imposto você paga 
para o Estado; com a compra do título público, você entrega 
seu dinheiro ao Estado e algum tempo depois o dinheiro é 
devolvido com rentabilidade.
Antes de 2002, as pessoas não tinham como investir dire-
tamente em títulos públicos. Só era possível por meio de 
intermediários, que na época eram fundos de investimen-
tos ou fundos de pensão. Além de ter um custo adicional 
- se o intermediário existe, ele vai cobrar uma taxa - muitas 
vezes as pessoas também não sabiam o que o investidor 
institucional fazia com o dinheiro, qual tipo de ativo ele iria 
comprar. Desde 2002, com o lançamento da plataforma do 
Tesouro Direto, as pessoas passaram a ter acesso à alterna-
tiva sem intermediário. Com o Tesouro Direto a pessoa não 
apenas tem acesso aos títulos públicos, mas tem a grande 
vantagem de montar o próprio portfólio, montar a sua car-
teira de acordo com as necessidades e objetivos.
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O Tesouro Direto nasceu como uma maneira de as pesso-
as conhecerem melhor os títulos públicos. É uma maneira 
não apenas de financiarem o Estado, mas também de terem 
acesso direto a uma alternativa de investimento democrá-
tica e segura; e de terem a oportunidade de aumentarem o 
nível de educação financeira. Afinal de contas, ao compra-
rem títulos públicos, as pessoas montam a própria carteira 
de investimentos de acordo com os sonhos e objetivos.
Se o sonho é garantir a educação do seu filho, imagine que 
pretende ter recursos suficientes para pagar a faculdade 
dele daqui a vinte anos. O que você pode fazer? Comece a 
acumular recursos comprando um título do Tesouro Dire-
to. Vai comprando, e vinte anos depois vai receber todo o 
dinheiro investido, acrescido da rentabilidade, e vai usar os 
recursos para realizar o sonho.
QUAL O OBJETIVO DO 
TESOURO DIRETO?
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Quando você, investidor, 
compra um título público, 
está ajudando o Estado a 
rolar a dívida pública, e tam-
bém a fazer investimentos 
em saúde, educação, segu-
rança, ciência e tecnologia, 
entre várias outras políticas 
públicas. O saldo do Tesouro 
Direto é de aproximadamen-
te sessenta bilhões de reais, 
e a dívida pública total tem 
mais de cinco trilhões de 
reais. Observe que o Tesou-
ro Direto é muito pequeno 
em relação ao tamanho total 
da dívida pública. O Tesouro 
Direto auxilia na execução 
das políticas públicas, mas o 
principal objetivo é a educa-
ção financeira e a democra-
tização dos investimentos; 
afinal de contas, com um 
pouco mais de trinta reais, 
qualquer pessoa pode fazer 
um investimento no Tesouro 
Direto.
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Os títulos públicos representam a opção de investimento 
mais segura que existe. São, por natureza, os ativos consi-
derados livres de risco de crédito. Os grandes investidores 
e instituições financeiras compram títulos públicos como 
principal ativo livre de riscos, e o Tesouro Direto fornece a 
mesma alternativa aos pequenos investidores.
Antes da existência do Tesouro Direto, os pequenos investi-
dores não tinham essa alternativa disponível e, desde a cria-
ção em 2002, têm acesso.
Nesta Finclass, vou ensinar sobre os tipos de títulos, a ma-
neira de precificá-los, a curva de rendimentos, Marcação a 
Mercado, taxa Selic, e sobre tudo o que você precisa fazer 
para ter um bom diferencial na hora de investir. 
Meu nome é José Franco e esta é a minha Finclass.
TÍTULOS
PÚBLICOS
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A quem se destina o Tesouro Direto? A qualquer pessoa que 
tenha trinta e poucos reais já pode comprar um título pú-
blico pelo Tesouro Direto, assim como grandes investidores 
que têm um milhão de reais, também podem comprar títu-
los pelo Tesouro Direto.
É uma op¢ão de investimento acessível a 
qualquer tipo de investidor.
FUNCIONAMENTO DO 
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O primeiro passo é fazer o cadastro por meio de uma Ins-
tituição Financeira. O Tesouro Direto tem cerca de setenta 
instituições financeiras - que podem ser bancos ou corre-
toras - que são parceiras. Você pode fazer o cadastro de 
maneira muito fácil, muitas vezes pelo próprio celular. É o 
primeiro passo, algo que se faz rapidamente.
Por que precisamos desses parceiros como canal de distri-
buição? Simplesmente porque o Tesouro Nacional não é um 
banco, não é uma instituição financeira. As pessoas não po-
dem ter a conta diretamente no Tesouro Nacional; a conta 
precisa ser em uma corretora ou em um banco, por meio 
dos quais executam os investimentos que podem ser ações, 
títulos privados e títulos públicos.
O PRIMEIRO PASSO NO 
TESOURO DIRETO13
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HORÁRIO DE 
FUNCIONAMENTO DO 
TESOURO DIRETO
Na prática é 24/7: vinte quatro horas por dia e sete dias por 
semana. Atenção, existe uma diferença entre horários de 
negociação. Se você negociar o título entre 9h30 e 18h em 
dias úteis, o preço que está pagando ou recebendo pelo 
título é exatamente o preço praticado no mercado secun-
dário pelos grandes investidores. No entanto, se negociar 
o título após as 18h ou no final de semana, o preço de liqui-
dação será o praticado na abertura do mercado no primeiro 
dia útil seguinte.
Uma inovação para 2021: quando o investidor vender o título 
para o Tesouro Direto, a liquidação ocorre em D+0, no mes-
mo dia - desde que o investidor venda o título até às 13h. A 
instituição financeira receberá os recursos no mesmo dia.
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COMO FUNCIONA A 
COMPRA DE TÍTULOS 
PÚBLICOS
O interessante do Tesouro Direto é poder comprar o título 
que quiser, de acordo com as suas disponibilidades. Você 
não precisa comprar, necessariamente, o mesmo montante 
todo mês. Se ao final do mês, percebe que sobrou dinheiro, 
pode comprar um título. Se quiser se antecipar, no início do 
mês, você define que vai separar 20%, 30% do salário para 
comprar títulos públicos. 
É interessante mencionar que o título que você compra é 
fungível: se comprar um título com um prazo aproximado de 
dez anos e, no mês seguinte, quiser comprar o mesmo título, 
é exatamente o mesmo título que já comprou no mês pas-
sado, não é um título diferente. Todos os recursos vão ven-
cer na mesma data se assim você quiser; caso não queira, 
haverá outros títulos disponíveis com datas e indexadores 
diferentes.
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Ao comprar o mesmo título, você está adicionando novas 
unidades do ativo à sua carteira. A única diferença é que a 
rentabilidade, que está contratando, pode mudar, por exem-
plo: no mês passado você comprou um Tesouro prefixado 
com taxa de 7%. Se for comprar hoje, o mesmo título pode 
estar com a taxa de 6% ou de 8%. É importante saber que no 
extrato do Tesouro Direto, vai estar discriminado cada com-
pra efetuada e você pode, inclusive, saber qual é a taxa mé-
dia de seus investimentos.
Quando o investidor do Tesouro Direto compra um título pú-
blico, na realidade está comprando uma pequena fração de 
uma unidade de um título público. Parece estranho, mas va-
mos pegar como exemplo o Tesouro Selic.
Uma característica interessante do Tesouro 
Direto, que o diferencia dos demais títulos 
públicos negociados no mercado, em geral
é o fracionamento.
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O preço de um título do Tesouro Selic é de 10 mil reais, e o 
pequeno investidor, muitas vezes, não tem 10 mil reais para 
investir em um único título. O que o Tesouro Direto faz é fra-
cionar esses títulos. Na realidade, você está comprando 1% 
do que seria uma unidade de um Tesouro Selic. Por meio do 
Tesouro Direto, o investidor pode comprar um Tesouro Selic 
por 100 reais; na realidade está comprando 1% de um título 
público que custa 10 mil reais. É um detalhe que não vai fa-
zer muita diferença, o que importa é que você está aplican-
do 100 reais e vai receber, com o passar do tempo, esse di-
nheiro adicionado da rentabilidade que ele vai proporcionar.
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Quais são os custos do Tesouro direto? Não existe taxa de 
administração: ao contrário de um fundo de investimento, 
quem vai fazer a gestão dos investimentos é você mesmo. 
No entanto, existe a taxa de custódia, que vai relacionar o 
seu CPF aos títulos. A custódia é feita atualmente pela B3, e 
não pela instituição financeira. Isso acontece para sua segu-
rança, porque se, por exemplo, a instituição financeira tem 
algum problema, os investimentos no Tesouro Direto estão 
totalmente isolados. Os títulos ficam custodiados no nome e 
CPF, na B3; isso traz segurança para o investidor.
OS CUSTOS DO 
TESOURO DIRETO
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Para toda aplicação financeira existe uma rentabilidade bru-
ta e uma rentabilidade líquida. A rentabilidade bruta é a to-
tal; a líquida é aquela com os descontos de custos, como 
por exemplo, no caso do Tesouro Direto, a taxa de custódia, 
e com o desconto também da tributação - a grande maioria 
dos ativos financeiros vai pagar imposto de renda. Os instru-
mentos de renda fixa, em geral, têm a seguinte escala de 
tributação:
Um detalhe importante é que o Imposto de Renda é ape-
nas sobre a rentabilidade do seu título, enquanto a taxa de 
custódia é sobre o estoque. O estoque é o montante total 
aplicado. Agora que você sabe sobre o funcionamento do 
Tesouro Direto, vamos começar a ver os tipos de títulos dis-
poníveis e a diferença entre eles.
RENTABILIDADE DO 
TESOURO DIRETO
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Os investidores, em geral, têm acesso a dois tipos de inves-
timentos: Renda Variável e Renda Fixa.
Os investimentos de renda variável mais conhecidos são as 
ações de empresas, e os de renda fixa fazem parte de outro 
subgrupo. Os principais ativos de renda fixa são títulos pú-
blicos e títulos privados.
Por que se chama renda fixa? Porque a regra de rentabilida-
de já é definida, depende do indexador do título. Todo título 
público ou todo instrumento de renda fixa tem um indexa-
dor? Geralmente sim. Esse indexador pode ser a taxa da in-
flação, a taxa Selic ou simplesmente um título prefixado.
TESOURO SELIC
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A taxa Selic é a chamada taxa de juros básica da economia. 
Ela é definida pelo Banco Central de maneira que mantenha 
a inflação controlada. Um exemplo bem simples: se a taxa 
de inflação está subindo, o Banco Central sobe a taxa Selic 
como uma maneira de controlar a inflação. 
EXPLICANDO A 
TAXA SELIC
VOCÊ SABIA?
TAXA SELIC META
A Taxa SELIC é a Taxa SELIC META. Ela é estabelecida pelo 
COPOM (Comitê de Política Monetária) a cada 45 dias. 
A principal função é como ferramenta da política monetá-
ria do Banco Central. A taxa SELIC é utilizada para conter 
a inflação, ou estimular a economia quando a inflação está 
muito baixa. Além disso, a alíquota definida pela equipe do 
COPOM tem como objetivo servir de parâmetro para as ope-
rações financeiras do mercado.
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TAXA SELIC OVER
A Selic Over é a taxa sendo executada e calculada na prá-
tica. É a média de todas as operações que utilizam a Selic 
como parâmetro.
Os bancos realizam os empréstimos diários entre si e fazem 
o lastreamento das operações utilizando títulos públicos. Os 
bancos utilizam, como garantia de pagamento dos créditos 
solicitados, os títulos do Tesouro Direto.
Os juros cobrados pelo empréstimo se baseiam no valor da 
taxa Selic executada pelo governo. Todos os valores pratica-
dos pelos bancos são calculados e a média dá resultado à 
taxa Selic Over. Apesar de ser baseada na Selic Meta, sem-
pre fica um pouco abaixo dela.
RESUMINDO: Selic Over é o número real praticado no mer-
cado da taxa Selic. A taxa Selic Meta é o parâmetro uti-
lizado pelos bancos para determinar a taxa de juros dos 
empréstimos diários que fazem uns aos outros.
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●Rentabilidade: 
SELIC + Prêmio (Taxa prefixada)
●Baixa volatilidade: 
Menor variação no preço unitário do título
●Indicado para reserva de liquidez
CARACTERÍSTICAS
DO TESOURO SELIC
Como é definido o prêmio na rentabilidade do Tesouro Se-
lic? Pelo mercado secundário. Quando o Tesouro Nacional 
emite um título pela primeira vez, emite no mercado primá-
rio. Depois disso, os títulos ganham ‘vida própria’ e vão sen-
do negociados entre os diversos investidores. É a dinâmica 
entredemanda e oferta que vai determinar qual é esse prê-
mio; no caso, estou me referindo ao prêmio do Tesouro Se-
lic, mas na prática ele vai valer para qualquer um dos títulos 
públicos.
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SPREAD NO TESOURO
Uma das características do mercado secundário é o chama-
do Spread de compra e venda. Isso vale para qualquer título 
público que é negociado no mercado secundário. Os vários 
investidores e os chamados market makers têm um Spread 
de compra e um de venda. Normalmente o preço com que 
o market maker compra é menor que o preço com que ele 
vende. Esse mesmo conceito de compra e venda é pratica-
do também no Tesouro Direto, e é claro que o Spread no Te-
souro Direto tende a ser menor que o praticado no mercado.
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QUAL É A NECESSIDADE DESSE SPREAD?
O mercado secundário é dinâmico. Os negócios vão acon-
tecendo a cada momento, e o Tesouro Direto permanece 
aberto durante todo o período de 9h30 às 18h; para evitar 
que o Tesouro Direto fique fora do preço praticado no mer-
cado, ele também tem o Spread de compra e venda. No 
caso do Tesouro Selic, o que pode acontecer é o investidor 
fazer uma compra de mil reais, no outro dia tirar um extrato e 
perceber que tem um pouco menos de mil reais. Isso acon-
tece por conta do Spread de compra e venda. Entretanto, a 
tendência é que, com o passar de poucos dias, o valor do 
investimento, o preço do título, vá se recuperando e, com 
certeza, fique acima do montante que foi investido.
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O Tesouro Selic tem uma característica interessante: como 
a volatilidade é baixa, fica muito difícil o investidor perder 
dinheiro comprando-o. É considerado a porta de entrada no 
Programa Tesouro Direto. O investidor que não está acostu-
mado com os títulos públicos faz o cadastro na instituição 
financeira, e o passo seguinte é comprar os títulos. Ele entra 
no site e vê que tem cinco, seis, talvez sete títulos disponí-
veis para a compra - aí vem a escolha de qual título comprar. 
DÁ PARA PERDER 
DINHEIRO NO TESOURO 
SELIC?
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Uma sugestão: se você não sabe qual 
título comprar, compre o Tesouro Selic. A 
volatilidade é baixa e, com o passar do tempo, 
você vai aprender a investir nos demais 
títulos e ficar mais à vontade.
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TESOURO IPCA
Nós já vimos a diferença entre rentabilidade bruta e rentabi-
lidade líquida. Existe outra diferença muito importante que 
é a rentabilidade real e a nominal. 
Ao comprar o Tesouro IPCA+, título público indexado à taxa 
de inflação, você contrata uma rentabilidade real. Significa 
uma rentabilidade acima da inflação, seja com cupom ou 
sem.
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IMPORTÂNCIA DA 
PROTEÇÃO CONTRA 
INFLAÇÃO
A inflação é o aumento ge-
neralizado dos preços. Dos 
preços de quais bens? De-
pende do índice de preços. 
Existem vários índices, como 
o Índice Geral de Preços - 
Mercado (IGP-M), calculado 
pela FGV; e o Índice de Pre-
ços ao Consumidor Amplo 
(IPCA), calculado pelo IBGE. 
Existem outros índices de 
preços, por exemplo, índices 
de preços relacionados a 
materiais da construção civil. 
Normalmente, quando você 
compra um imóvel na planta, 
o custo dele vai ser indexa-
do a esse índice de preços 
do setor da construção civil. 
Existem muitos índices de 
preço relacionados à área da 
saúde, então eles levam em 
consideração uma cesta de 
bens de remédios.
O IPCA é provavelmente o 
índice mais importante, por-
que é o utilizado pelo Ban-
co Central para o regime de 
metas de inflação do Brasil.
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A rentabilidade do Tesouro IPCA+ pode ser dividida em duas 
partes:
A primeira parte é exatamente o IPCA, a variação da infla-
ção. Não sabemos antecipadamente qual é. Quando você 
compra um título, por exemplo, com vencimento para daqui 
a dez anos, a rentabilidade vai ser o IPCA ao longo de dez 
anos.
A segunda parte é chamada rentabilidade real. Além da 
variação do IPCA, você recebe também a taxa de juros real 
contratada no momento da compra. Por exemplo, você en-
trou no site do Tesouro Direto e viu que o Tesouro IPCA+ tem 
uma rentabilidade de 3,5%, ao longo do período que ficar 
com o título, você receberá a variação do IPCA + 3,5%, que 
é justamente a taxa de juros real. Vai se proteger contra o 
aumento dos preços e adicionalmente vai receber a taxa de 
3,5%, por isso ela se chama taxa de juros real.
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TESOURO IPCA
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Observe que existem títulos com cupom e título sem cupom.
CUPONS
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É uma parcela dos juros que você vai receber a cada seis 
meses caso escolha um título com cupom - chamado tam-
bém com juros semestrais. Se você preferir um título sem 
cupom, sem juros semestrais, vai receber os juros do mes-
mo jeito, porém lá no final quando o título vencer, ou quando 
decidir vender o título. 
O QUE É CUPOM?
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Depende dos objetivos. Se 
você não pretende usar o 
dinheiro que vai receber a 
cada seis meses, talvez seja 
melhor comprar um título 
sem cupom, sem juros se-
mestrais, e receber tudo na 
data de vencimento do título.
Outro detalhe importante: 
quanto maior o período que 
ficar com o título, menor vai 
ser a alíquota de tributação. 
Em um período de seis me-
ses, por exemplo, a alíquota 
tributária é de 22,5%; então, o 
primeiro cupom que receber, 
além de ser relativamente 
baixo, ainda vai ter que pa-
gar o imposto de 22,5% so-
bre aquela parcela dos juros. 
Se você não tem um objeti-
vo claro com aquele cupom, 
o melhor é comprar um tí-
tulo sem o pagamento de 
cupons.
COMO ESCOLHER 
ENTRE UM TÍTULO COM 
CUPOM E UM TÍTULO 
SEM CUPOM?
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O Brasil tem um grande histórico de inflação. O país já so-
freu muito com elevadas taxas de inflação, hiperinflação e, 
por essa razão, o Tesouro IPCA+ é um excelente instrumento 
para a aposentadoria. Na aposentadoria o objetivo é fazer 
uma poupança, uma economia para usar em um futuro dis-
tante. Ao longo de todo o período é fundamental se prote-
ger contra a inflação, e nem sempre conseguimos alternati-
vas para essa proteção. 
No período em que a taxa Selic esteve em 2%, durante o 
período da pandemia, por exemplo, o próprio Tesouro Selic 
perdeu para a inflação. Em algum momento naquele perío-
do, a taxa Selic estava 2% e a taxa de inflação já estava ro-
dando a 3,5%, 4%. Durante esse tempo, nem todas as opções 
protegeram o investidor da variação dos preços - a inflação.
QUANDO COMPRAR O 
TESOURO IPCA
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Uma coisa interessante: Se você entrar no Tesouro Direto, 
verá que o título prefixado mais longo tem dez anos, en-
quanto o título IPCA+ mais longo tem cerca de quarenta 
anos. Essa diferença existe porque, ao comprar um título 
prefixado, você não necessariamente se protege contra a 
inflação; então, tanto as pessoas físicas como os grandes in-
vestidores institucionais, normalmente, têm certo receio de 
comprar títulos prefixados muito longos. Para comprar títu-
los muito longos, que são muito importantes para a questão 
da previdência, o Tesouro IPCA+ é a alternativa mais interes-
sante em termos de renda fixa e títulos públicos.
Lembrando que o Brasil - com todo o histórico 
de infla¢ão e de hiperinfla¢ão - já lutou 
muito contra a infla¢ão, e durante um período 
não conseguia de forma alguma controlá-la.
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Eu me refiro aqui à década de 1980, início da década de 
1990;por exemplo, do Plano Cruzado na década de 80, em 
que a ideia para controlar os preços foi o seu congelamento. 
Porém, o congelamento de preços não costuma dar certo, 
porque perturba a autorregulação do mercado: a demanda 
e a oferta acabam não se encontrando, para todos os bens. 
Ao terem os preços congelados, os produtores preferiam 
não produzir. Havia um desequilíbrio entre demanda e ofer-
ta. Quando isso ocorre, a demanda fica maior que a ofer-
ta, então é natural que ocorra um aumento de preços. Com 
esse choque de oferta, com a demanda mais alta que oferta, 
aconteceu a restrição de oferta - os produtos tornaram-se 
escassos. Lembro quando era moleque e minha mãe me 
pedia para comprar leite, tinha que ir a duas padarias. Lá em 
casa costumávamos consumir dois litros de leite e só era 
vendido um litro de leite, por pessoa, nas padarias.
Fonte: www.bcb.gov.br/controleinflacao/planoreal
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Acabamos de ver a diferença entre um título sem cupom 
e com cupom, o que exatamente é o IPCA, de onde vem o 
nome “Tesouro IPCA+”, qual é a utilidade da proteção contra 
a inflação, observamos que o Tesouro IPCA+ é um excelen-
te instrumento de proteção contra a inflação e garantia da 
sua economia para a aposentadoria, vimos o que é uma taxa 
real e a seguir vamos ver o que é uma taxa nominal.
O QUE VIMOS
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TESOURO
PREFIXADO
A rentabilidade real é uma taxa de juros real; e agora vamos 
falar do Tesouro Prefixado, que vai proporcionar uma renta-
bilidade nominal; você não necessariamente vai se prote-
ger contra a inflação, embora, na grande maioria das vezes, 
ao longo da vida do título, vai acabar se protegendo contra 
a inflação também.
Por exemplo: enquanto a taxa do Tesouro IPCA+ em um de-
terminado período está em 3,5% a taxa do Tesouro Prefixado 
pode estar em 7%. Lembre-se de que no Tesouro IPCA+ você 
terá que somar a variação da inflação, enquanto no Tesouro 
Prefixado é uma taxa nominal.
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Qual é melhor? Depende das expectativas em relação ao 
que vai acontecer e ao que de fato acontece ao longo da 
vida dos títulos. Se ao longo da vida do título houver algum 
choque inflacionário, isso vai acabar comendo a rentabilida-
de do Prefixado. Seguindo o exemplo anterior:
● Rentabilidade Tesouro IPCA+ = IPCA + 3,50%
● Rentabilidade Tesouro prefixado = 7,00% 
● Expectativa de inflação (IPCA) no período = taxa prefixado 
– taxa Tesouro IPCA = 7,00% - 3,50% = 3,50%
Portanto, as expectativas de inflação estão a 3,5%, que é 
justamente a diferença entre os 7% da taxa Prefixada e os 
3,5% da taxa real dada pelo IPCA+.
Essa é uma maneira didática e intuitiva de explicar. A conta 
é um pouco mais complexa, mas o conceito é exatamente 
esse.
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Existe a taxa Selic, aque-
la determinada pelo Banco 
Central e o Tesouro Selic vai 
render exatamente aquela 
taxa, independentemente do 
nível da taxa. Por exemplo, se 
a taxa Selic estiver em 3,5% 
e o Banco Central aumentar 
para 4,5%, automaticamente 
a rentabilidade também vai 
aumentar seguindo a taxa 
Selic. Ela é uma taxa flutuan-
te. 
O Tesouro Prefixado vai dar 
como rentabilidade uma 
taxa nominal prefixada, in-
dependentemente do que 
acontecer com a taxa de ju-
ros, a rentabilidade que você 
contratou vai continuar sen-
do a mesma. Se comprou o 
título com a taxa nominal de 
7%, ao longo da vida do título 
até o vencimento, irá receber 
exatamente a rentabilidade 
nominal de 7%.
DIFERENÇA ENTRE 
TESOURO SELIC E 
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O principal risco do tesouro prefixado é a inflação. Se a infla-
ção nesse período for maior do que aquela inicialmente es-
perada, você vai acabar tendo uma rentabilidade real menor; 
por outro lado, se ao longo do período do título houver algum 
choque inflacionário negativo, a inflação for menor do que a 
esperada quando contratou a rentabilidade, você vai acabar 
recebendo uma rentabilidade real maior do que aquela es-
perada inicialmente.
A inflação na memória dos brasileiros é tão grande que tem 
um fato interessante: o Tesouro Nacional, até 2004, 2005, 
emitia títulos prefixados no mercado em geral, não para o Te-
souro Direto. O título prefixado mais longo era de cinco anos. 
Em 2006, o Tesouro Nacional emitiu seu primeiro título prefi-
xado em reais no mercado internacional; os investidores ins-
titucionais estrangeiros tiveram mais confiança de comprar 
um título prefixado em reais do que os próprios investidores 
locais. Isso aconteceu porque, em 2006, quando houve a pri-
meira emissão de um título de dez anos para investidores 
institucionais, o brasileiro ainda tinha a mentalidade de infla-
ção na cabeça, sendo que desde 1994 a inflação estava sob 
controle - com exceção de algum período específico, mas a 
inflação que existe são choques inflacionários ou uma infla-
ção decorrente de uma política econômica inadequada.
O RISCO DO TESOURO 
PREFIXADO
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Como vimos, o Tesouro Prefixado garante uma rentabilidade 
nominal, garante previsibilidade em termos nominais. Você 
estará sujeito a algum risco de inflação, e na hora de contra-
tar o título, não sabe qual vai ser a inflação; mas será remu-
nerado por esse risco. 
Normalmente, o Tesouro Prefixado vai ter um prêmio em re-
lação ao Tesouro IPCA+, e o prêmio é justamente em decor-
rência da incerteza quanto à inflação futura. Quanto maior 
o prazo do título, maior vai ser a taxa, justamente porque 
você vai querer uma remuneração adicional pela incerteza 
adicional que terá por ficar com o título por mais tempo.
Já mencionei o Tesouro Selic e Taxa Selic, o Tesouro IPCA+ e 
IPCA, que é um índice de inflação, e o Tesouro Prefixado, que 
é uma taxa de juros nominal prefixada como o próprio nome 
diz. Agora vamos juntar essas três variáveis de uma forma 
muito simples e vamos falar da Curva de Rendimentos.
Você não vai encontrar o material a seguir, de maneira tão 
didática assim, seja nos livros, seja na internet.
O QUE VIMOS
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A taxa Selic é determinada pelo Banco Central. Com base 
em que? O regime monetário no Brasil é de metas de in-
flação, significa que o objetivo do Banco Central é manter 
a inflação dentro do intervalo da meta; e o instrumento do 
Banco Central para fazer isso é justamente a Taxa Selic.
Vamos fazer uma analogia: se você tem uma meta de eco-
nomizar 20% do salário por mês, qual é a variável instrumen-
tal? São os gastos, então você vai adequar os gastos para 
cumprir a meta. O Banco Central faz algo semelhante: se 
ele tem uma meta de inflação, ele vai ajustando a taxa Selic 
para atingir a meta.
Qual a relação entre a taxa Selic e a inflação; qual é o canal 
de transmissão?
Quando a inflação começa a ficar muito alta, existem al-
gumas causas, que podem ser variadas. Por exemplo: uma 
inflação de demanda (quando a demanda, em geral, está 
maior do que a oferta) é a chamada demanda agregada e 
oferta agregada. As pessoas estão consumindo mais, o in-
vestimento está muito alto e o lado da oferta não reage tão 
rapidamente; com isso, os preços tendem a subir. Essa pode 
ser uma das causas da inflação.
REGIME DE METAS DE 
INFLAÇÃO E A SELIC
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LEI DE OFERTA x DEMANDA
Oferta é a quantidade de um produto ou serviço disponível 
para compra. Demanda é a quantidade de produtos ou ser-
viços que os consumidores estão dispostos a comprar.
Quando a demanda é maior do que a oferta, os preços dos 
produtos tendem a subir, já que os consumidores se dis-
põem a pagar mais para obter um determinado item. Por 
outro lado,quando a oferta é maior do que a demanda, os 
preços tendem a cair.
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EXEMPLO: durante o início da pandemia começou uma in-
tensa procura por álcool em gel. Como a oferta de álcool 
em gel era para uma demanda menor, com o aumento da 
demanda, naturalmente os preços começaram a subir.
Como os preços aumentaram, novos fornecedores de álcool 
em gel surgiram no mercado, o que fez a oferta aumentar. 
Com o aumento da oferta e a demanda estabilizada, houve 
um ajuste nos preços do álcool em gel novamente.
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A taxa de câmbio é a relação entre duas moedas. Digamos 
que 5 reais equivalem a 1 dólar. Com 5 reais você compra, 
por exemplo, uma cerveja e com 1 dólar você também com-
pra uma cerveja; a relação entre eles é basicamente a mes-
ma. No entanto, se o real perde valor em relação ao dólar, 
também vai perder valor em relação à cerveja; e, nesse caso, 
você não vai mais poder comprar 1 dólar com 5 reais, você 
vai precisar de mais reais. Mantendo a relação com as outras 
variáveis, também vai precisar de mais de 5 reais para com-
prar uma cerveja. A desvalorização cambial, o aumento da 
taxa de câmbio representa uma perda no valor da moeda. 
Seja em relação ao dólar ou aos demais bens como aqui, no 
caso, a cerveja.
RELAÇÃO ENTRE 
CÂMBIO E INFLAÇÃO
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Se a inflação está acima da meta, ou as expectativas de in-
flação estão acima da meta, o Banco Central deve agir para 
que a inflação caia ou a expectativa caia, usando como ins-
trumento a taxa Selic. Nesse caso, aumenta a taxa Selic; 
com isso, o crédito tende a ficar mais caro - seja o crédito 
para investimento ou para consumo - então o consumo ten-
de a diminuir.
No caso contrário, se a inflação está tendendo a ficar abaixo 
da meta, o Banco Central reduz a taxa Selic. Ao fazer isso, 
estimula a economia; as pessoas vão consumir mais, as em-
presas vão investir mais e o nível de preços tende a aumen-
tar um pouquinho em direção à meta.
Ao diminuir o consumo, o equilíbrio entre 
demanda e oferta faz com que os pre¢os caiam e 
a infla¢ão volte a convergir para a meta.
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Vamos falar agora da curva de juros prefixada. A taxa Selic 
é o ponto inicial da curva, é o primeiro ponto. Os seguintes 
pontos: três meses, seis meses, um ano, dois anos na ponta 
curta da curva, vão refletir expectativas em relação à traje-
tória da Selic. Se o mercado em geral tem a expectativa de 
que o Banco Central vai subir a taxa Selic, então, natural-
mente, a parte curta da curva vai ficar mais inclinada; essa é 
uma maneira de pensar. Outra maneira: a taxa de juros é o 
seu benefício por correr algum risco em relação à inflação, 
então, quanto maior o prazo do título, no caso do prefixado, 
maior o risco de qualquer tipo de surpresa inflacionária - e 
você vai querer ser remunerado por isso. Então, é natural 
que a curva de juros tenha o comportamento positivamente 
inclinado, as taxas de juros mais longas são mais altas que 
as taxas de juros mais curtas.
CURVA DE JUROS
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O formato crescente é aquele tradicional da curva de juros. 
Ela também é chamada de Estrutura a Termo da Taxa de 
Juros, mas existem outros formatos possíveis. Por exemplo, 
se o Mercado em geral tem expectativas de que o Banco 
Central vai reduzir a taxa Selic, como aconteceu em 2016, 
a curva vai ficar negativamente inclinada; desse modo, as 
taxas de juros um pouco mais longas podem ficar abaixo da 
taxa Selic. Isso é contraintuitivo, muitas vezes a pessoa pode 
pensar o seguinte: se a taxa Selic está 10% e o prefixado de 
dois anos está a 9%, por que eu compraria um título com a 
taxa de 8% se hoje posso comprar um Tesouro Selic com 
taxa de 10%?
A questão é que, muito provavelmente, a Selic vai cair ao 
longo do tempo e esses 8%, que estão precificados na cur-
va, podem se tornar uma rentabilidade bastante interessan-
te em relação à taxa Selic.
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Assim como existe uma curva de juros nominal, aquela for-
mada pelo Tesouro Prefixado, existe também uma curva de 
juros real, que é formada pelos títulos IPCA+. A curva nomi-
nal vai estar acima da curva real. A rentabilidade nominal, 
geralmente, é maior que a rentabilidade real; essa é uma 
regra, sobretudo no Brasil. A diferença entre as duas curvas 
é justamente a expectativa de inflação.
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Outra maneira de ver qual é a expectativa de inflação do 
mercado é pelo site do Banco Central. Entre no site e pes-
quise por ”Pesquisa Focus”, que são as expectativas sobre 
variáveis econômicas - inflação, taxa de juros, crescimento 
do PIB - dos próprios participantes do mercado, os econo-
mistas dos bancos, fundos de investimento e instituições fi-
nanceiras. Esses economistas vão falar para o Banco Central 
quais são as suas expectativas, o Banco Central faz um tra-
tamento estatístico e publica para que a própria expectativa 
de inflação seja uma variável transparente para as pessoas. 
Você pode sempre comparar a expectativa de inflação pela 
“Pesquisa Focus” com a expectativa de inflação implícita nas 
taxas dos títulos públicos, aquela que está implícita na dife-
rença entre as taxas do título prefixado e do título do Tesou-
ro IPCA+.
Por exemplo: se o Tesouro Prefixado estiver com uma taxa 
de 8% e o Tesouro IPCA+ com uma taxa de 3% para prazos 
semelhantes, a expectativa de inflação seria 5%, a diferença 
entre elas.
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A curva de rendimentos reflete as expectativas dos vários 
agentes econômicos em relação aos fundamentos da eco-
nomia, a situação fiscal do país, a própria inflação, o cres-
cimento do PIB, entre outros fatores. Quanto melhores os 
fundamentos da economia, menos inclinada é a curva de 
juros; quanto piores os fundamentos da economia, mais 
inclinada será a curva de juros. Isso acontece porque, ao 
comprar um título prefixado, você está garantindo uma taxa 
nominal que é elevada, mas está sujeita a alguns riscos - e 
vai querer ser remunerado por eles. Se os fundamentos da 
economia não são bons, a curva vai ficar bastante inclinada 
e você vai querer ser remunerado por assumir esse tipo de 
risco.
Por exemplo, se os agentes possuem expectativas de que a 
inflação vai aumentar, é natural que a taxa de juros nominal 
também aumente, afetando assim o formato da curva de ju-
ros. Por outro lado, se existe a expectativa de que reformas 
estruturais serão aprovadas, que haverá melhorias na situa-
ção fiscal do país, a inflação vai se reduzir; então a curva da 
taxa de juros vai se deslocar para baixo.
É importante ter em mente que a taxa de juros não é única, 
não é apenas a taxa Selic. Existe uma curva de juros que 
nada mais é do que várias taxas de juros para vários prazos 
distintos. Isso vale tanto para a curva nominal do Tesouro 
Prefixado, quanto para a curva real do Tesouro IPCA+.
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Vamos falar mais um pouco 
das expectativas dos agen-
tes. Quando digo que os 
agentes têm uma expectati-
va de aumento da inflação e 
as taxas de juros aumentam, 
esses agentes não são ne-
cessariamente os investido-
res do Tesouro Direto como 
você, porém as taxas que 
encontra lá no site do Te-
souro Direto vão refletir tudo 
isso. 
No Tesouro Nacional tem 
uma equipe que observa o 
mercado e monitora todos 
os negócios que aconte-
cem com os títulos públi-
cos no mercado secundário 
em tempo real. Eles olham 
as variações das taxas e vão 
disponibilizar exatamente as 
taxas para que você efetue 
o negócio em linha com os 
preços e com as taxas prati-
cadas no mercado secundá-rio. É por isso que, algumas 
vezes, ao tentar comprar o 
título, recebemos uma men-
sagem dizendo “taxas e pre-
ços em atualização”. Isso 
acontece porque as taxas de 
mercado variaram muito e a 
equipe do Tesouro Nacional, 
percebendo o movimento, 
travam as negociações por 
um pequeno intervalo de 
tempo para esperar as taxas 
de mercado se estabilizarem 
e poderem disponibilizar o 
novo patamar de taxa para 
investir, comprar ou vender 
os títulos públicos no Tesou-
ro Direto.
IMPACTO DAS 
EXPECTATIVAS NO 
TESOURO DIRETO
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Vimos aqui que a curva de juros nada mais é que uma taxa 
de juros para diferentes momentos do tempo. O ponto ini-
cial da curva é a taxa Selic. A parte curta da curva, equiva-
lente a um ano, talvez dois anos, vai refletir expectativas em 
relação à taxa Selic. A parte mais longa da curva reflete 
a dinâmica de mercado, os fatores técnicos de mercado e 
principalmente os fundamentos da economia.
Observamos aqui a taxa Selic, a sua relação com a inflação, 
a taxa prefixada, a curva prefixada, os riscos que você está 
assumindo, sobretudo em relação a eventuais surpresas in-
flacionárias; e quando digo surpresa são para os dois lados, 
o positivo e o negativo. Cada instrumento de renda fixa, cada 
título público ou privado tem as suas características especí-
ficas, que vão ser traduzidas em determinados tipos de ris-
cos. Em seguida, veremos quais tipos de riscos o investidor 
está assumindo ao comprar cada tipo de título.
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O Tesouro Nacional emite os títulos em leilão e vários agen-
tes os compram. Depois disso, eles ganham ‘vida própria’ e 
são livremente negociados no mercado secundário. A qual 
preço e a qual taxa serão negociados, depende das condi-
ções de mercado e de tudo o de que já falamos: fundamen-
tos macroeconômicos, inflação, expectativas dos agentes, 
entre outros.
O que é interessante saber em relação a Marcação a Mer-
cado: depois que você compra o título no Tesouro Direto e 
entra para ver o extrato, o título vai estar com um preço dife-
rente do que você comprou; e com uma taxa diferente - na 
maioria das vezes - e essa taxa vem do mercado secundário. 
Como disse, a equipe do Tesouro Nacional observa as nego-
ciações no mercado secundário e coloca no site do Tesouro 
Direto as taxas praticadas para que você tenha uma ideia do 
valor atualizado da aplicação financeira.
A taxa contratada na hora de comprar o 
título vale se você mantiver o título até o 
vencimento. Se por alguma razão você decidir 
vender antes, o Tesouro Direto vai comprar 
o seu título, mas vai pagar pelo título 
exatamente o pre¢o e a taxa praticados no 
mercado secundário.
O QUE É MARCAÇÃO
A MERCADO?
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Temos falado do preço e da taxa do título, e agora vamos 
entender a relação entre eles. Prefiro falar sobre a taxa, por-
que a taxa fica mais fácil de materializar. Sabemos qual é a 
Taxa Selic, por exemplo, que é considerado o custo de opor-
tunidade; então, você vai querer receber pelo menos a Taxa 
Selic. Quando falamos em preço, acabamos perdendo um 
pouco a noção: 700, 900 reais é muito ou é pouco? O prin-
cipal parâmetro acaba sendo a taxa de juros, porque é isso 
que você vai querer saber, e é isso que importa no final das 
contas.
RELAÇÃO ENTRE TAXA 
E PREÇO DO TÍTULO
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QUAL É A RELAÇÃO ENTRE A TAXA E O PREÇO?
Vamos pensar em um exemplo hipotético: Tesouro Prefixa-
do, sem pagamento de cupom, vai ser sempre 1.000,00 re-
ais no vencimento. Quando o título vencer você vai receber 
1.000,00 reais, e o quanto você vai pagar hoje vai depender 
da taxa do título que estiver contratando. Vamos supor uma 
taxa de 10%, se daqui a um ano você for receber 1.000,00 
reais e a taxa for de 10%, isso quer dizer que o preço do título 
hoje vai ser de 909,09 reais.
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Importante observar que existe uma relação inversa entre 
preço e taxa (taxa aumenta, preço do título diminui). Diga-
mos que o título que comprou a 10%, e por alguma razão, a 
taxa sobe a 15% - isso é uma variação muito grande, dificil-
mente vai acontecer na prática, é um exemplo hipotético. 
Você comprou a 10% e pagou 909,09 reais, e por alguma ra-
zão a taxa subiu para 15%; o preço inicial passou para 869,56 
reais, nesse caso, teoricamente você perdeu dinheiro. 
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Esses são apenas exemplos hipotéticos para fixar que existe 
sempre uma relação inversa entre o preço e a taxa do títu-
lo. Podemos demonstrar por um gráfico simétrico: sempre 
que a taxa aumenta, o preço do título cai; e, analogamente, 
quando a taxa cai, o preço aumenta. O que vai determinar 
se está ganhando ou perdendo dinheiro com a aplicação fi-
nanceira é justamente a variação do preço; e a variação do 
preço decorre de uma variação da taxa; que por sua vez de-
corre de vários fatores, como já vimos anteriormente.
Agora vamos pensar na situação inversa, você comprou o 
título a 10% e poucos dias depois, por alguma razão a taxa 
caiu para 5%, então o preço inicial de 910,00 reais, passou 
para 950,00, você teve um ganho imediato na compra do 
título.
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Para ilustrar a relação inversa entre o preço e a taxa do título, 
trouxe um exemplo: Trata-se de um título real, com preços e 
taxas históricos e um título ao longo do tempo. O preço está 
em preto e a taxa está em verde.
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Para ilustrarmos um pouco o risco que o investidor está cor-
rendo ao comprar esse título, observem o que aconteceu, 
por exemplo, em 2015: os fundamentos da economia pio-
raram bastante. Ficou muito claro que o Brasil tinha um pro-
blema fiscal estrutural. O Brasil perdeu o chamado Grau de 
Investimento, e a consequência foi o aumento demasiado 
da taxa. Quando isso aconteceu, o preço caiu. 
Quais são as alternativas? Vários investidores acabam fican-
do preocupados porque percebem o preço do título caindo e 
começam a querer vender, porque não querem perder mais 
dinheiro; mas nessa situação seria recomendado ‘segurar 
a onda’, porque provavelmente vai passar. Foi justamente o 
que aconteceu: quando a situação melhora, as taxas voltam 
a cair e o preço do título se recupera. 
Se, por alguma razão, quiser vender o título naquele momen-
to, vai vender o título provavelmente com algum prejuízo. 
Por outro lado, é uma situação interessante para quem não 
está aplicando ainda. Se você tem uma reserva de liquidez 
é um bom momento para efetuar a compra de títulos públi-
cos. Se a taxa sofre uma variação muito grande em um dia 
ou dois dias, em geral é uma boa oportunidade de compras, 
desde que a situação volte à normalidade. Mas reconheço 
que naquele momento de tensão, as incertezas são muito 
grandes. Lembre-se do que eu disse, a taxa vai refletir a 
sua recompensa pelo risco que está assumindo.
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A situação oposta também 
pode acontecer. Nesse mes-
mo gráfico, tem uma situa-
ção positiva que aconteceu 
em 2019, que foi a aprovação 
da Reforma da Previdência. 
O que a reforma da previ-
dência tem a ver com o títu-
lo do Tesouro Direto ou com 
os seus investimentos? Os 
fundamentos macroeconô-
micos são importantíssimos, 
quanto melhores forem, me-
lhor será a performance dos 
seus investimentos, seja ren-
da fixa, seja renda variável. 
Em 2019, houve a aprovação 
da Reforma da Previdência e 
isso quer dizer que a situação 
fiscal do Brasil tinha uma ex-
pectativa grande de melhora 
com o tempo. A Reforma da 
Previdência trouxe uma eco-
nomia para os cofres públi-
cos de aproximadamente oi-
tocentosbilhões de reais ao 
longo do tempo. Os agentes 
trazem isso ao valor presen-
te, a situação melhorou mui-
to e, quando isso acontece, 
a taxa de juros cai, em geral 
os preços das ações aumen-
tam, e a performance dos in-
vestimentos melhora.
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Outro termo muito comum é a Marcação por Curva. Já fala-
mos do que é a Marcação a Mercado, que é simplesmente 
a atualização do preço do título em tempo real; a cada dia, 
atualiza-se o preço do título de acordo com a dinâmica do 
mercado secundário.
A Marcação pela Curva é uma precificação hipotética, su-
pondo que a taxa do título que você contratou permanece 
igual, permanece sempre a mesma; então, no caso do Te-
souro Direto Prefixado, sem pagamento de cupom (sem ju-
ros semestrais), você sabe que lá na data de vencimento do 
título, o preço vai ser 1.000,00 reais; e sabe também o preço 
que contratou. O que você não sabe é o preço do mercado 
secundário, que vai depender das condições de mercado e 
da dinâmica do mercado secundário.
MARCAÇÃO
PELA CURVA
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Então, de acordo com a Marcação pela Curva, vai ser uma 
linha reta. Se você comprou o título por 800,00 reais, por 
exemplo, vai ser uma relação linear até o 1.000,00. Você pa-
gou 800,00 reais e ele vai chegar a 1.000,00; porém, é uma 
relação teórica, porque, na prática, vai ter uma certa volati-
lidade. A taxa que contratou não vai permanecer fixa, a taxa 
de mercado pode aumentar ou diminuir. Se a taxa aumen-
tar, o preço do título vai ficar abaixo do preço pela Marcação 
pela Curva, se a taxa diminuir o preço vai ficar acima desse 
preço hipotético dado pela Marcação pela Curva.
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É outro conceito importantíssimo. Já falamos que existe uma 
relação inversa entre preço e taxa do título, mas como se dá 
essa relação? É uma relação de sensibilidade, uma variação 
na taxa vai sensibilizar o preço; e essa sensibilidade é direta-
mente proporcional ao tamanho do prazo do título. O nome 
técnico é Duration.
Quanto maior o prazo do título, maior vai ser a Duration, maior 
será a sensibilidade do preço a variações na taxa de juros 
do título. Em outras palavras, quanto mais longo o prazo de 
vencimento do título, mais você vai ganhar dinheiro se a taxa 
de juros praticada no mercado secundário diminuir. Por ou-
tro lado, quanto mais longo o prazo do título, mais você vai 
perder dinheiro se a taxa do título aumentar.
DURATION
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Um exemplo para resumir: dois títulos semelhantes, sejam 
dois títulos prefixados ou dois títulos IPCA+. Quanto maior o 
prazo, maior a Duration; e quanto maior o prazo, mais risco 
você está correndo (PRAZO = DURATION = RISCO). O concei-
to de risco pode ter uma conotação negativa, mas, na reali-
dade, risco é uma incerteza e vale para os dois lados: se por 
um lado você pode perder mais, por outro lado pode ganhar 
mais. Lembrando sempre que uma outra relação inexorá-
vel em finanças é aquela entre risco e retorno. Quanto mais 
longo o prazo do título, maior o risco e maior é o retorno es-
perado do investimento. Essa é uma das razões pelas quais 
um título mais longo, em geral, oferece uma rentabilidade 
ex-ante, de partida, maior do que a rentabilidade de um títu-
lo um pouco mais curto.
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Todo título que tem uma taxa prefixada ou uma parcela pre-
fixada vai ter algum tipo de Duration, tendo, assim, algum 
tipo de risco. 
Em geral, o título prefixado para o mesmo prazo vai ter um 
risco maior do que um Tesouro IPCA+, porque a parcela pre-
fixada é maior. Lembrando que o Tesouro IPCA+ tem uma 
parte flutuante que é o IPCA, não sabemos qual é, temos 
uma expectativa; e tem uma parte de juros real (prefixada). 
Sobre a parte de juros real, você vai correr também um risco 
de mercado. 
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E o Tesouro Selic? O Tesouro Selic, afinal de contas, o mais 
recomendado para reserva de liquidez, qual é o risco que o 
investidor está correndo? Tem algum risco também, mas é 
um risco muito pequeno. O Tesouro Selic também tem uma 
pequena parcela prefixada, que pode causar algum tipo de 
volatilidade, uma variação no preço decorrente de uma va-
riação na taxa. Isso aconteceu, por exemplo, no Tesouro Se-
lic, em 2020, quando, em decorrência da crise gerada pela 
pandemia, os preços de todos os títulos, praticamente, as-
sim como as taxas, se ajustaram no mercado e essa parcela 
prefixada do Tesouro Selic aumentou, e assim o preço do 
título Tesouro Selic caiu.
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O ideal é realmente segurar a onda porque, 
em geral, a volatilidade passa e os pre¢os 
acabam se recuperando; e no vencimento você 
vai ter exatamente aquilo que foi contratado.
É importante ressaltar que, se mantiver o investimento até o 
vencimento do título, vai receber exatamente aquela renta-
bilidade contratada no início da compra. O grande risco que 
existe é que o comportamento natural de muitas pessoas é, 
ao perceber que houve alguma volatilidade, se perdeu di-
nheiro, sai vendendo e vai vender muitas vezes na hora er-
rada.
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A Marcação a Mercado pode 
ser tanto positiva quanto ne-
gativa para o detentor do tí-
tulo. Vamos pensar no caso 
da Marcação a Mercado po-
sitiva, um exemplo hipoté-
tico também: um investidor 
contratou uma rentabilida-
de de 7%, viu na Marcação 
a Mercado que a taxa caiu 
para 5%, o detentor do título 
está tendo um ganho. O que 
fazer nesse caso? O compor-
tamento natural é vender o 
título e realizar um ganho, 
mas pense no que vai fazer 
com o dinheiro depois. Se 
tem a expectativa de con-
sumir alguma coisa de fato, 
é um bom momento, porque 
vai realizar esse lucro.
Por outro lado, se você qui-
ser realizar o lucro para fazer 
outro tipo de investimen-
to, pense o seguinte: a taxa 
de juros em geral vai estar 
mais baixa. Aquele investi-
mento que contratou a 10%, 
se vender hoje para reinves-
tir o custo de oportunidade, 
vai ser 7%. Dificilmente, vai 
encontrar alguma alternati-
va de investimento no mun-
do de renda fixa tão atrativa 
quanto aqueles 10%, que já 
tem. Então, se você não tem 
a necessidade de vender o 
título para comprar algum 
bem, para realizar o seu so-
nho, o melhor a fazer é dei-
xar. Porque está mantendo 
uma rentabilidade muito boa 
comparada com os níveis de 
rentabilidade atuais.
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
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Vamos falar, agora, dos riscos de qualquer investimento em 
geral e claramente com foco no Tesouro Direto.
Em geral, qualquer tipo de investimento está sujeito a al-
guns tipos de riscos e vamos tentar diferenciá-los.
RISCO DE CRÉDITO
DO TESOURO
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Suponhamos que você tenha um ativo e quando for vender, 
não vai encontrar um comprador facilmente. É um ativo pou-
co líquido, então fatalmente o preço vai acabar se reduzindo 
pela falta de liquidez ou baixa liquidez.
Um exemplo claro: uma cobertura, um imóvel, normalmente 
tem uma liquidez muito menor do que um flat. Um flat, por 
ser menor, é mais barato; as pessoas acabam negociando 
mais. Já a cobertura é mais cara, então não é qualquer um 
que compra esse tipo de ativo.
Com ativos financeiros é a mesma coisa. No caso do Tesou-
ro Direto, o risco de liquidez não existe porque o próprio 
Tesouro Direto se disponibiliza a recomprar, diariamente, 
pelo preço praticado no mercado secundário. Então o Te-
souro Direto não tem risco de liquidez.
O QUE É RISCOS
DE LIQUIDEZ?
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Risco de mercado, aquilo de que nós já falamos,a própria 
Marcação a Mercado, o nome já diz, é um risco de mercado.
Você contrata certa rentabilidade, mantém o título até o 
vencimento, e a rentabilidade será exatamente aquela. Po-
rém, se decidir vender, por alguma razão, ao longo da vida 
do título, estará sujeito a variações de Mercado. O preço do 
título, nesse caso, pode ser maior ou menor do que aquele 
contratado. Em alguns casos pode ter alguma perda, e em 
outros, algum ganho acima daquele projetado.
RISCO DE MERCADO
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O principal tipo de risco talvez seja o risco de crédito. O que 
é exatamente o risco de crédito? É a qualidade de crédito do 
emissor do título. No caso do Tesouro Nacional, o risco de 
crédito também é muito baixo. Vou fazer uma comparação 
aqui com algumas situações: no mundo da renda fixa você 
pode comprar um título público ou um título privado. O pri-
vado é um título de uma empresa, em geral a rentabilidade 
dos títulos de qualquer empresa vai ser superior à rentabi-
lidade do Tesouro Direto. Isso acontece porque o risco de 
crédito de uma empresa, qualquer que seja ela, é maior do 
que o risco de crédito do Tesouro Nacional. Existe um termo 
que é o ativo livre de risco.
Em cada país o título emitido pelo governo é considerado 
um ativo livre de risco.
Um exemplo interessante do risco de crédito é o que acon-
tece com o FGC (Fundo de Garantia ao Crédito). Os bancos, 
em geral, captam recursos, emitem títulos por meio de um 
instrumento chamado CDB (Certificado de Depósito Bancá-
rio). Se o banco quebrar, esse instrumento CDB está garan-
tido pelo FGC.
RISCO DE CRÉDITO
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O Tesouro Direto não tem garantia do FGC, mas é porque 
não é necessário. Se você analisar a carteira do FGC, vai en-
contrar, principalmente, ativos de títulos públicos. Se o ban-
co quebrar, tem o título público que é por natureza o instru-
mento financeiro livre de riscos; e ele vai vender os títulos 
no mercado para honrar os compromissos e fazer a garantia 
aos compradores do CDB.
RESUMINDO: o Tesouro Direto não precisa do FGC, porque 
o Tesouro Nacional já é a garantia do Tesouro Direto. O seu 
investimento vai ser sempre remunerado e você vai sempre 
receber aquilo que lhe cabe, na data de vencimento do tí-
tulo, ou se decidir vender ao longo do período - lembrando 
que ao longo do período, está sujeito ao risco de mercado, 
mas o risco de crédito é basicamente nulo.
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Vamos analisar uma situação hipotética em que o Estado 
brasileiro está em uma situação gravíssima. A situação fiscal 
não melhora, os fundamentos macroeconômicos estão bas-
tante deteriorados, a taxa de câmbio vai estar muito pres-
sionada, o real vai perder valor em relação ao dólar e em 
relação às outras moedas, vai ter muita inflação. Pensando 
nos ativos do Tesouro Direto:
TESOURO IPCA+
O IPCA+ tem uma parcela indexada à inflação, então essa 
parcela está relativamente protegida.
TESOURO SELIC
Nesse cenário hipotético de ruptura, que dificilmente vai 
acontecer no nosso país, o real vai estar tão depreciado, que 
o Banco Central vai ter que subir muito a taxa Selic, então o
Tesouro Selic, nesse cenário, também vai estar relativamen-
te protegido.
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TESOURO PREFIXADO
Nesse cenário você ainda vai receber o dinheiro, mas lem-
bre-se de que, ao contratar a taxa prefixada, está sujeito ao 
risco de inflação; então, na prática vai receber o dinheiro, só 
que ele vai valer menos. Justamente porque a inflação vai 
ser tão alta que, de certa maneira, vai ‘comer’ a rentabilida-
de, o valor real do seu investimento.
Esse último cenário que analisamos é 
hipotético, são casos extremos, em que o 
povo brasileiro já aprendeu com os erros 
do passado. Os fundamentos da Economia 
Brasileira estão muito mais sólidos do 
que eram vinte ou trinta anos atrás; e são 
situa¢ões hipotéticas que, tenho certeza, não 
ocorrerão novamente no Brasil.
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Nesta Finclass vimos um pouco do funcionamento do Te-
souro Direto, quais são os títulos disponíveis, os instrumen-
tos disponíveis, as características de cada um, os tipos de 
riscos inerentes, a relação entre a rentabilidade dos títulos e 
as variáveis macroeconômicas.
Acho importante ressaltar que títulos públicos são um ins-
trumento importantíssimo para ter na carteira, mas é claro 
que não são os únicos. Eles acabam funcionando muito bem 
como a porta de entrada. Fazendo uma analogia, pense em 
uma casa: o título público é a fundação, é o cimento. É claro 
que, com uma base sólida, você vai adicionando outros ins-
trumentos, vai ficando exposto a outros tipos de riscos. No 
mundo de renda fixa existem os títulos privados; no mundo 
de renda variável, as ações; cada um com as suas peculia-
ridades.
Título público é um instrumento fundamental para ter na 
carteira, mas não é único; é importante diversificar não ape-
nas entre os diversos títulos públicos, mas também entre os 
variados instrumentos financeiros.
Espero que eu tenha ajudado a construir a base da sua 
carteira de investimentos. Meu nome é José Franco e esta 
foi a minha Finclass.
CONCLUSÃO
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pela Lei 9.610 de 19/02/1998.
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transmitida sem autoriza¢ão prévia da marca Finclass.
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