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<p>Disciplina: Contabilidade Geral</p><p>Professor: Daniel Rocha de Almeida</p><p>Formação Acadêmica: Bacharel em Ciências Contábeis – UEA. Pós-</p><p>Graduando em Auditoria e Controladoria – UEA.</p><p>ROTEIRO</p><p>Apresentação do Módulo</p><p>Olá aluno, este módulo de Contabilidade Geral tem por objetivo</p><p>desenvolver o conhecimento sobre a nomenclatura, importância e</p><p>finalidade da contabilidade para a eficiência e eficácia organizacional.</p><p>Além da obtenção e localização de informações sobre elementos</p><p>contábeis a serem incluídos no planejamento empresarial.</p><p>Conclusão do Módulo</p><p>A partir do conteúdo trabalhado no material em PDF e das aulas em vídeo,</p><p>foi possível compreender a organização e planejamento contábil a partir</p><p>das análises financeiras, elaboração de relatórios contábeis, verificação e</p><p>existência de lucro ou prejuízo em um processo contábil, além da</p><p>identificação de como cada componente de uma empresa interfere no dia</p><p>a dia de um departamento de contabilidade. Todos os aspectos</p><p>mencionados são de suma importância para a compreensão dos futuros</p><p>profissionais da contabilidade.</p><p>Vídeo 1 – Unidade 1</p><p>Olá, seja bem-vindo a aula 1 da unidade 1. O nosso encontro de hoje tem como</p><p>objetivo apresentar os assuntos iniciais da Contabilidade. É o começo da nossa</p><p>jornada. Então, a primeira pergunta que deve vir a sua mente é a seguinte: o que é</p><p>Contabilidade?</p><p>Trata-se de uma Ciência Social, a qual vem se desenvolvendo desde que a</p><p>Humanidade começou a sentir a necessidade de acumular e registrar riqueza e a</p><p>fazer operações mercantis. A Ciência Contábil surge e se aperfeiçoa com a missão de</p><p>captar, escriturar, interpretar fatos que afetavam o PATRIMÔNIO de pessoas.</p><p>Nos dias atuais, a doutrina nos apresenta diversas definições para a nossa</p><p>querida ciência contábil, mas separamos duas delas para vocês, vejamos:</p><p>“Definição oficial de contabilidade: Contabilidade é a ciência que estuda e</p><p>pratica as funções de orientação, de controle e de registro dos atos e fatos de uma</p><p>administração econômica.”</p><p>Temos em destaque o caráter científico da Contabilidade e sua missão como</p><p>instrumento de auxílio à gestão das entidades. Agora vejamos outra definição trazida</p><p>pela doutrina:</p><p>“A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação</p><p>destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza</p><p>econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de</p><p>contabilização.”</p><p>Nessa última definição, temos apresentado o viés de sistema de informação</p><p>que a Contabilidade também possui. Existem fatos relevantes que estão ocorrendo e</p><p>modificando o patrimônio de entidades contábeis, isto é, pessoas físicas, jurídicas,</p><p>ou até mesmo, entes despersonalizados, mas que são de interesse da ciência</p><p>contábil. Esses fatos são registrados, trabalhados e externalizados na forma de</p><p>informações úteis para os devidos interessados.</p><p>A Contabilidade irá fornecer as informações, de modo sistematizado e</p><p>padronizado, através das DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS, também chamada em</p><p>certas situações de DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS. A principal finalidade da</p><p>contabilidade é fornecer informações aos seus usuários para ajuda-los a</p><p>tomarem decisões.</p><p>Existe uma técnica contábil que reúne todos os documentos que contenham</p><p>fatos contábeis, isto é, fato que geram alterações na riqueza da entidade, lançando-</p><p>os nos registros contábeis respectivos, como livros, fichas, que darão suporte para</p><p>a elaboração e publicação das demonstrações contábeis. Essa técnica contábil é</p><p>chamada de ESCRITURAÇÃO.</p><p>Por ser uma ciência, a Contabilidade possui objeto de estudo próprio que é o</p><p>patrimônio das entidades. Por patrimônio, entenda o conjunto de bens, direitos e</p><p>obrigações.</p><p>Percebam que estamos usando o termo “entidade” e não empresas, pois não</p><p>são apenas as sociedades empresárias que são estudadas pela nossa ciência.</p><p>Pessoas Físicas e Órgãos Públicos também podem ser campo de aplicação da</p><p>Contabilidade.</p><p>O campo de aplicação da Contabilidade são as AZIENDAS. Por azienda</p><p>devemos entender o patrimônio de uma pessoa que é gerido de maneira organizada.</p><p>A doutrina costuma classificar a azienda, quanto ao fim a que se destina, em três tipos:</p><p>1) azienda econômica: Como, por exemplo, as empresas que tem como</p><p>objetivo o lucro.</p><p>2) aziendas econômico-sociais: São exemplo as associações, cuja sobra</p><p>líquida é destinada a outros fins que não a remuneração do capital empregado.</p><p>3) aziendas sociais: Não possui escopo lucrativo, tal como a União, Estados,</p><p>Municípios.</p><p>A finalidade principal da ciência contábil, que algumas vezes pode também ser</p><p>chamada de objetivo, é fornecer a seus usuários informações sobre a situação</p><p>patrimonial e financeira da entidade.</p><p>As demonstrações contábeis, são preparadas e apresentadas para usuários</p><p>externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas.</p><p>Os usuários das demonstrações contábeis podem ser externos ou</p><p>internos, conforme tenham ou não ligação e acesso às informações da entidade.</p><p>Assim sendo, um empregado de hierarquia inferior ou um sócio minoritário, mesmo</p><p>sendo “de dentro” da empresa, não tem livre acesso às informações contábeis. Deve</p><p>aguardar que sejam externadas. Nesse caso, são considerados usuários EXTERNOS.</p><p>Usuários Internos: Alta e Média Gerência da empresa; Conselho de</p><p>Administração; Acionistas Controladores. Estão preocupados com o retorno dos seus</p><p>investimentos, continuidade da empresa e decisões em nível estratégico.</p><p>Usuários Externos: Empregados; Investidores; Credores por empréstimos;</p><p>Fornecedores; Clientes; Governo e suas agencias.</p><p>Há uma norma contábil muito importante chamado CPC 00 – Estrutura</p><p>Conceitual Básica da Contabilidade. Nele, temos a seguinte disposição:</p><p>“1.5 Muitos investidores, credores por empréstimos e outros credores,</p><p>existentes e potenciais, não podem exigir que as entidades que reportam forneçam</p><p>informações diretamente a eles, devendo se basear em relatórios financeiros para fins</p><p>gerais, para muitas das informações financeiras de que necessitam.</p><p>Consequentemente, eles são os principais usuários aos quais se destinam relatórios</p><p>financeiros para fins gerais.”</p><p>Assim, em que pese estarmos dizendo que os usuários podem ser externos ou</p><p>internos, há também aqueles que são os usuários PRINCIPAIS, ou seja, aqueles a</p><p>quem as demonstrações contábeis se destinam principalmente.</p><p>Os usuários principais são aqueles que não podem exigir à entidade</p><p>informações diretamente, como nós, pessoas físicas, eu, você, ou alguém que vá</p><p>emprestar dinheiro para a empresa. Esses são os usuários primários.</p><p>Os usuários principais são, essencialmente, os usuários externos, que não</p><p>podem solicitar informações para a empresa. Usam as informações contábeis para a</p><p>tomada de decisão que envolve conceder empréstimo, vender a prazo, comprar ações</p><p>da empresa etc.</p><p>A Contabilidade tem em sua essência, basicamente, duas funções:</p><p>a) função administrativa: como função administrativa, a contabilidade ajuda</p><p>no controle do patrimônio. A saber, por exemplo, quanto temos de mercadoria em</p><p>estoque, quanto temos de pagar de tributos.</p><p>b) função econômica: a função econômica da contabilidade está atrelada à</p><p>apuração do lucro ou prejuízo da entidade, também conhecido como “RÉDITO”</p><p>ou resultado do exercício. Tal apuração é feita em uma demonstração específica,</p><p>chamada Demonstração do Resultado do exercício, por meio da comparação entre</p><p>as receitas e despesas. Quando as receitas são maiores que as despesas, temos</p><p>lucro. Caso contrário, prejuízo.</p><p>Já sabemos que o Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações</p><p>de uma entidade. A partir deste momento, chamaremos o conjunto de bens e direitos</p><p>de ativo, parte positiva do patrimônio. Por seu turno, as obrigações serão chamadas</p><p>de passivo, parte negativa do patrimônio.</p><p>- Ativos são os bens e direitos da empresa. Assim,</p><p>de uma auditoria pode, por exemplo, estar relacionado à necessidade de</p><p>se verificarem falhas em um processo de forma a propor ações corretivas.</p><p>A periodicidade de uma auditoria pode estar relacionada à necessidade de lei ou</p><p>regulamento, bem como ao tipo de negócio. Há uma série de classificações trazidas</p><p>pelas próprias normas de auditoria e, principalmente, pela doutrina.</p><p>No Brasil, de acordo com a Lei nº 6.404/76, a auditoria independente é obrigatória</p><p>para as demonstrações financeiras das companhias abertas:</p><p>Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com</p><p>obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de</p><p>contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis</p><p>uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de</p><p>competência. [...]</p><p>§ 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda,</p><p>as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão</p><p>obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela</p><p>registrados.</p><p>Também se submetem à obrigatoriedade da auditoria independente (externa) as</p><p>chamadas Sociedades de Grande Porte, ou seja, aquelas que tiverem – no</p><p>exercício anterior – ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual</p><p>superior a R$ 300 milhões, bem como:</p><p>• Instituições Financeiras;</p><p>• Companhias de Seguros;</p><p>• Fundos de previdência complementar;</p><p>• Fundações públicas ou privadas consideradas de interesse público;</p><p>• Empresas subordinadas a agências reguladoras;</p><p>Uma das classificações mais importantes é a que separa a Auditoria em Interna e</p><p>Externa.</p><p>- Auditoria Interna</p><p>Auditorias internas são realizadas dentro das organizações com intuito de</p><p>auxiliar a administração no cumprimento de seus objetivos, agregando valor ao</p><p>seu resultado final. Para isso, é papel da auditoria interna recomendar soluções</p><p>para problemas apontados ao longo dos trabalhos, além de apresentar subsídios</p><p>para aperfeiçoamento dos PROCESSOS, da GESTÃO e dos CONTROLES</p><p>INTERNOS.</p><p>- Auditoria Externa</p><p>O objetivo da auditoria independente (ou externa) é aumentar o grau de</p><p>confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários, o que é</p><p>alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor.</p><p>O auditor externo observa mais o cumprimento das normas associadas às leis de</p><p>forma bem ampla; ele tem melhor domínio dos aspectos de interesse coletivo.</p><p>Técnica Contábil - Análise</p><p>A Análise de Demonstrações Contábeis é uma técnica que se utiliza de métodos</p><p>e processos científicos (estatísticos) na decomposição, comparação e interpretação</p><p>do conteúdo das demonstrações contábeis, para obtenção de informações</p><p>analíticas.</p><p>As demonstrações contábeis representam de forma estruturada a posição financeira</p><p>e o desempenho das entidades. São elas:</p><p>● Balanço Patrimonial;</p><p>● Demonstração do Resultado do Exercício;</p><p>● Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;</p><p>● Demonstração do Valor Adicionado; e</p><p>● Demonstração dos Fluxos de Caixa.</p><p>A análise desses relatórios financeiros relatam a situação econômica financeira atual,</p><p>as causas que determinam a evolução apresentada e as tendências futuras. Para</p><p>analisar os dados evidenciados no balanço patrimonial e na DRE utilizamos os</p><p>métodos de análise vertical e de análise horizontal.</p><p>- Análise Vertical</p><p>Segundo Silva (2006), o objetivo da análise vertical é mostrar a participação</p><p>relativa de cada conta do demonstrativo contábil em relação ao total do</p><p>conjunto.</p><p>- Análise Horizontal</p><p>Já o objetivo da análise horizontal é permitir o exame da evolução histórica de cada</p><p>uma das contas que compõem as demonstrações contábeis.</p><p>O elemento do qual pretende-se averiguar a evolução é fixado, a parte-se para a</p><p>quantificação dos valores desse elemento nos momentos em que se deseja efetuar</p><p>as comparações. Representam um número tal que possa ser diretamente confrontado</p><p>com o valor antigo e expresso em termos de base cem (100).</p><p>Noções de Custos</p><p>Este ramo da contabilidade surgiu com a Revolução Industrial, no século XVIII. O</p><p>surgimento de empresas industriais, com processos de produção cada vez mais</p><p>complexos, exigia uma técnica de apuração do custo dos produtos mais elaborada</p><p>que as empresas comerciais. Assim, a Contabilidade de Custos tinha, inicialmente,</p><p>como principal função a avaliação de estoques nas empresas industriais.</p><p>Atualmente, a Contabilidade de Custos fornece informações tanto para a</p><p>Contabilidade Financeira (apuração dos estoques e do custo das vendas, elaborado</p><p>a partir dos princípios contábeis) quanto para a Contabilidade Gerencial (custo-</p><p>padrão, custos para decisão, para controle etc.). Podemos dizer que a Contabilidade</p><p>de Custos apresenta três grandes áreas de atuação: apuração do custo, controle</p><p>e informações para decisão.</p><p>E assim finalizamos todo o conteúdo de Contabilidade Geral, até a próxima e bons</p><p>estudos.</p><p>quando a empresa compra uma</p><p>máquina para ser usada na produção, está comprando um Ativo.</p><p>- Passivos são as obrigações da empresa. Aquilo que ela tem que pagar. Digamos</p><p>que uma empresa compre uma máquina para usar na produção e irá pagar em 12</p><p>prestações mensais. A dívida com o fornecedor - as 12 prestações que a empresa tem</p><p>que pagar - é um Passivo.</p><p>- Patrimônio Líquido é a diferença entre os ativos e os passivos de uma entidade.</p><p>Também conhecido como RIQUEZA PRÓPRIA ou SITUAÇÃO LÍQUIDA.</p><p>Contabilmente, bens são coisas capazes de satisfazer as necessidades</p><p>humanas e que possam ser avaliados em termos monetários, conforme afirma o</p><p>Mestre Osni Moura Ribeiro. Os bens hoje, basicamente, podem ser divididos em</p><p>bens corpóreos e incorpóreos (os chamados ativos intangíveis). Portanto, a partir</p><p>deste momento, sempre que falarmos em bens, temos de lembrar que eles integram</p><p>o grupo do ativo.</p><p>Os direitos são aquelas quantias que nossa entidade tem a receber ou a</p><p>recuperar em negócios jurídicos celebrados com terceiros, tal como uma venda</p><p>a prazo realizada, um adiantamento feito a um fornecedor, um cheque que tenho a</p><p>receber. Os direitos também integram o grupo que estamos chamando de ativo.</p><p>Obrigações, são valores que a minha empresa deve a terceiros, tais como</p><p>impostos a pagar, salários a pagar. As obrigações, por seu turno, compõem o grupo</p><p>que chamamos de passivo.</p><p>A partir desse momento, iremos comentar um pouco sobre as principais técnicas</p><p>contábeis. Técnica Contábil significa como o conhecimento contábil é aplicado. São,</p><p>basicamente, quatro as técnicas utilizadas na contabilidade: escrituração,</p><p>elaboração das demonstrações contábeis, auditoria e análise das</p><p>demonstrações contábeis.</p><p>A escrituração é o registro feito por meio de uma metodologia própria dos fatos</p><p>que são relevantes para as entidades ocorridos em determinado PERÍODO</p><p>CONTÁBIL, como por exemplo, compra de mercadorias, pagamento de funcionários.</p><p>Escriturar um fato contábil pode ser chamado também de “contabilizar”.</p><p>As demonstrações financeiras são “relatórios” padronizados, cada um com uma</p><p>estrutura e função, um compilado de tudo o que ocorreu na empresa durante o</p><p>chamado exercício social. Existem diversas demonstrações, cada uma com seu</p><p>objetivo.</p><p>As entidades, em sua constituição, elegem o que chamamos de exercício</p><p>social, isto é, um intervalo de tempo que verificaremos tudo o que ocorreu de relevante</p><p>e que gera alteração no patrimônio da entidade – geralmente no período de 1 ano.</p><p>Uma vez elaboradas as demonstrações contábeis, elas precisam passar pela</p><p>verificação sobre se a escrituração está correta nos termos do que prescrevem as</p><p>normas contábeis. Esse processo é chamado de auditoria. Segundo a Lei 6.404:</p><p>“Art. 177: § 3° As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão,</p><p>ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão</p><p>obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela</p><p>registrados.”</p><p>Depois que as demonstrações foram publicadas e auditadas, os seus usuários</p><p>têm interesse nas informações nelas contidas. Um investidor desejará saber, por</p><p>exemplo, o quanto essa empresa está dando de retorno para seus acionistas. Tudo</p><p>isso é feito através da técnica contábil chamada de análise das demonstrações</p><p>contábeis ou análise de balanços.</p><p>Espero que você tenha gostado desta aula, obrigado e até breve.</p><p>Vídeo 2 – Unidade 1</p><p>Olá aluno, seja bem vindo a aula 2 da unidade 1, onde falaremos sobre os</p><p>elementos patrimoniais e sobre a equação fundamental do patrimônio.</p><p>Pessoal, seguindo em nosso conteúdo, vocês devem saber que a</p><p>Contabilidade também possui uma base legal para estudo. Esse alicerce, hoje, se</p><p>encontra na Lei 6.404/76 (também chamada de Lei das Sociedades por Ações).</p><p>Além dessa legislação, precisamos saber que, em 2007, nós tivemos um marco</p><p>importantíssimo para a convergência da contabilidade nacional aos padrões</p><p>internacionais. Mas, professor, o que é isso? Ocorre há anos um processo de</p><p>convergência de padrões contábeis pelo mundo. Não é padronização, pois existem</p><p>e sempre existirão particularidades de cada país, mas caminhamos a cada dia para</p><p>essa convergência.</p><p>A base legal define a Contabilidade como uma ciência, por esse motivo, possui</p><p>seus princípios, os quais serão estudados ao longo do curso. Nesse momento, já</p><p>apresentaremos para vocês o Princípio da Entidade.</p><p>Imagine, por exemplo, que dois sócios tenham decidido constituir uma empresa</p><p>para vender artigos esportivos do Flamengo, o maior time do Brasil.</p><p>Precisamos entender que a pessoa jurídica constituída para as atividades</p><p>empresariais é autônoma em relação aos sócios. Por exemplo: os bens e direitos da</p><p>empresa são distintos dos bens e direitos dos sócios. De maneira bem resumida, isso</p><p>é Autonomia da pessoa jurídica – Princípio da Entidade</p><p>No campo do direito empresarial aplicado à Contabilidade, temos que um dos</p><p>requisitos para a constituição de uma sociedade é a existência do capital social. O</p><p>que é isso?</p><p>Bom, em regra, os sócios precisam empregar recursos para que essa entidade</p><p>comece a “ter vida própria”. Esse recurso aplicado é chamado de capital social.</p><p>“Atenção! Capital social: valor que os sócios entregam para a sociedade, para</p><p>que a entidade possa ter início ou para ingressarem posteriormente no quadro</p><p>societário.”</p><p>Bom, a partir de agora, introduziremos mais alguns conceitos importantíssimos para</p><p>nosso estudo. De maneira bem resumida, a Contabilidade atua na seguinte sequência</p><p>de eventos: Sociedade se forma; são praticados fatos que alteram o patrimônio (ex:</p><p>compras, vendas, etc.); esses fatos são escriturados em livros; elaboramos as</p><p>demonstrações contábeis; se for o caso, elas são auditadas e por fim publicamos as</p><p>demonstrações.</p><p>Então, depois da escrituração, nós temos que elaborar as demonstrações</p><p>contábeis. A principal delas é o balanço patrimonial. O balanço patrimonial</p><p>evidencia a posição patrimonial e financeira da entidade, a chamada estática</p><p>patrimonial.</p><p>- Posição Patrimonial: Relação de Bens, Direitos e Obrigações da Entidade.</p><p>- Posição Financeira: Valor Monetários dos itens patrimoniais.</p><p>É como se tirássemos uma fotografia da companhia em determinado ponto.</p><p>Então, ao final do que chamamos de exercício social, pegamos todos os saldos dos</p><p>elementos patrimoniais e colocamos nas diversas demonstrações contábeis.</p><p>O que precisamos saber e aprender nesse momento:</p><p>- A principal demonstração contábil é o balanço patrimonial!</p><p>- O balanço patrimonial é dividido em ativo, passivo e patrimônio líquido!</p><p>- O lado esquerdo do balanço patrimonial, POR UMA CONVENÇÃO, é chamado de</p><p>lado positivo do balanço patrimonial, apresenta as aplicações de recursos e elenca</p><p>os bens e direitos que estão sob o controle dessa entidade. Também por</p><p>CONVENÇÃO é chamado de lado DEVEDOR OU LADO DOS DÉBITOS. E aqui, meu</p><p>querido aluno, eu peço encarecidamente que você ACEITE essas convenções e</p><p>seja feliz!</p><p>- O lado direito do balanço patrimonial, POR UMA CONVENÇÃO, é chamado de lado</p><p>negativo do balanço patrimonial, apresenta as origens de recursos e elenca as</p><p>obrigações da empresa com seus sócios (Patrimônio Líquido) ou com terceiros</p><p>(Passivo). Também por CONVENÇÃO é chamado de lado CREDOR OU LADO DOS</p><p>CRÉDITOS.</p><p>- Os elementos patrimoniais dessa entidade, bens, direitos, obrigações e patrimônio</p><p>líquido estão registados em CONTAS CONTÁBEIS. Por exemplo, a entidade possui</p><p>em seu ativo, uma conta para registrar o valor dos seus terrenos outra no passivo para</p><p>registrar sua dívida com fornecedores.</p><p>Assim, o capital aplicado em bens e direitos pode vir de duas fontes básicas:</p><p>capital próprio (quando vem dos sócios, registrado do Patrimônio Líquido) e capital</p><p>de terceiros (quando vem do passivo, das obrigações).</p><p>Bom, caro aluno, vamos analisar uma situação juntos. Imagine que,</p><p>o total do</p><p>ativo é de R$ 20.000 e o total do Passivo + Patrimônio Líquido também seja de R$</p><p>20.000. Ou seja, o total do lado direito do balanço patrimonial é exatamente igual ao</p><p>lado esquerdo.</p><p>Isso não é uma coincidência, na verdade, a forma como esses elementos</p><p>patrimoniais foram registrados nos levaram e essa condição. Precisamos entender,</p><p>desde agora, que TODA A APLICAÇÃO DE RECURSOS POSSUI UMA ORIGEM DE</p><p>MESMO VALOR. Ou seja, se eu compro R$ 6.000 em mercadorias, isto é, aplicando</p><p>recurso no ativo, NECESSARIAMENTE há uma origem do mesmo valor, isto é, R$</p><p>6.000 que deu lastro para essa operação.</p><p>“Sempre lembrar que: Aplicações de Recursos é igual a Origem de Recursos.”</p><p>Como consequência desse fundamento, o ativo será sempre será igual ao</p><p>total do passivo + patrimônio líquido! Na Contabilidade, essa igualdade é</p><p>representada por uma equação que recebe o nome de equação fundamental da</p><p>contabilidade. Ou seja, ativo é igual ao passivo + PL.</p><p>Então, se temos um ativo total no valor de R$ 20.000,00 e um passivo no valor</p><p>de R$ 10.600,00; qual será o valor do Patrimônio Líquido (PL)? R$ 20.000,00 – R$</p><p>10.600,00 = R$ 9.400,00.</p><p>- A partir desse entendimento inicial, vamos falar agora sobre situação liquida</p><p>patrimonial.</p><p>E como fazemos para achar o valor da situação líquida? Utilizando uma equação</p><p>algébrica básica: a equação fundamental básica da contabilidade.</p><p>Relembrando: O lado esquerdo do balanço patrimonial sempre deve ser igual ao</p><p>lado direito. Esta é uma regra que, em uma escrita contábil regular, não comporta</p><p>exceção.</p><p>No geral, a expressão situação líquida pode ser entendida também como</p><p>patrimônio líquido (embora o patrimônio líquido seja uma das espécies do gênero</p><p>situação líquida). Vejamos os tipos de situações líquidas patrimoniais existentes.</p><p>- Ativo maior do que passivo;</p><p>- Ativo menor que passivo;</p><p>- Ativo igual ao passivo;</p><p>- Ativo igual à situação líquida;</p><p>Vamos analisar cada uma dessas situações:</p><p>1 - Ativo maior do que passivo</p><p>Imagine os seguintes saldos contábeis:</p><p>Ativo: R$ 2.000,00</p><p>Passivo: R$ 500,00.</p><p>Qual a situação líquida dessa situação? Basta utilizar a equação fundamental da</p><p>contabilidade.</p><p>Ativo = Passivo + Situação Liquida</p><p>Situação líquida = Ativo – Passivo = 2.000,00 – 500,00 = 1.500,00.</p><p>Neste exemplo temos 75% de capital próprio, o que pode representar uma boa</p><p>administração da empresa.</p><p>Neste tipo de situação, temos:</p><p>▪ Ativo > Passivo exigível</p><p>▪ Situação líquida > 0</p><p>2 - Ativo maior do que passivo</p><p>Esta é a situação líquida em que se “deve mais do que se tem”.</p><p>Imagine uma empresa que tenha tão-somente R$ 1.000 em caixa e um carro velho</p><p>avaliado em R$ 1.000, mas deve R$ 2.500 a um fornecedor. Esta é a chamada</p><p>situação líquida negativa, pois os elementos negativos superam os elementos</p><p>positivos do balanço.</p><p>Essa parte do Passivo para o qual não temos recursos suficientes para pagar é</p><p>denominada passivo a descoberto. Vejam que a expressão é utilizada pois há um</p><p>passivo que está descoberto ou como alguns autores chamam patrimônio</p><p>líquido negativo! Mesmo se nos desfizermos de todos os bens e direitos, não será</p><p>suficiente para quitar as obrigações.</p><p>3 - Ativo igual ao passivo</p><p>Nesta situação o ativo é igual ao passivo exigível, não havendo que se falar em</p><p>resíduo (sobra) para os proprietários no caso de dissolução da empresa, isto é, não</p><p>existe capital próprio. O total dos bens e direitos é igual aos valores das obrigações</p><p>dos proprietários.</p><p>A situação líquida neste caso é nula. Temos:</p><p>▪ Ativo = Passivo</p><p>▪ Patrimônio Líquido = Zero</p><p>4 - Ativo igual a situação líquida</p><p>Este é o caso típico da constituição da sociedade, ou seja, quando a empresa é</p><p>criada.</p><p>O ativo é igual ao patrimônio líquido. Pode ser o caso também de uma entidade que</p><p>somente trabalhe com recursos próprios e não queria captar capitais de terceiros.</p><p>Neste tipo de situação, temos:</p><p>▪ Ativo = Patrimônio Líquido</p><p>▪ Passivo = Zero</p><p>Algumas consequências lógicas:</p><p>De tudo o que expusemos até o momento, podemos tomar algumas conclusões. São</p><p>elas:</p><p>O ativo pode ser maior ou igual a zero. O ativo não poderá, jamais, ser negativo.</p><p>Não podemos ter, por exemplo, um veículo com valor de R$ - 100,00.</p><p>Isso também vale para o passivo, que pode ser maior ou igual a zero, mas não</p><p>negativo. Não há possibilidade de ter obrigação de R$ - 1.000,00 com terceiros.</p><p>O patrimônio líquido (situação líquida), por seu turno, pode ser positivo, negativo ou</p><p>nulo.</p><p>Espero que tenham gostado da aula, obrigado e até breve.</p><p>Vídeo 1 – Unidade 2</p><p>Olá tudo bem? Neste vídeo 1 da unidade 2 vamos falar sobre um assunto de suma</p><p>importância para o entendimento da disciplina, que são atos e fatos contábeis e</p><p>classificação das contas contábeis.</p><p>Os eventos que ocorrem no dia a dia de uma entidade podem ser divididos</p><p>basicamente em dois grandes grupos:</p><p>A) Atos contábeis ou Atos Administrativos.</p><p>B) Fatos contábeis ou Fatos Administrativos.</p><p>Os atos contábeis ou administrativos são acontecimentos que ocorrem</p><p>na entidade e não provocam alterações do patrimônio, ou apenas irão alterar o</p><p>Patrimônio no futuro, tais como admissão de empregados, assinatura de um contrato</p><p>de compra, venda, o aval de um título de crédito, uma fiança prestada em favor de</p><p>terceiros. Os atos relevantes que façam parte das atividades da empresa devem ser</p><p>apresentados em notas explicativas.</p><p>Os fatos contábeis, por sua vez, são os acontecimentos que provocam</p><p>variações no patrimônio da entidade. Os fatos contábeis são contabilizados através</p><p>das contas patrimoniais (ativo, passivo, patrimônio líquido) e/ou das contas de</p><p>resultado (receitas e despesas).</p><p>As alterações principais do Patrimônio Líquido ou Situação Líquida da entidade são</p><p>decorrentes de:</p><p>- Entradas e saídas de capital oriundas dos sócios da empresa. Por exemplo, a</p><p>integralização de capital promovida pelos sócios na constituição da empresa ou até</p><p>mesmo, em momento posterior, com a chegada de novos membros da sociedade.</p><p>- Resultado do período apurado durante as operações da empresa. Também</p><p>chamado de “RÉDITO”, o resultado do exercício representa o confronto entre as</p><p>RECEITAS e DESPESAS da entidade.</p><p>Essas fontes podem gerar alterações POSITIVAS OU NEGATIVAS, isto é, aumentos</p><p>ou diminuições nesse grupo patrimonial.</p><p>Agora vamos conhecer o conceito contábil de Receitas e Despesas, elementos</p><p>relacionados com a PERFORMANCE da entidade. Enquanto ativos, passivos e</p><p>patrimônio líquido apresentam a posição patrimonial da empresa em determinado</p><p>momento, as receitas e despesas possuem um caráter DINÂMICO, evidenciando</p><p>o desempenho da entidade EM DETERMINADO PERÍODO.</p><p>Existem diversas definições para RECEITA na doutrina contábil, mas, nesse</p><p>momento, precisamos entender que receitas representam aumentos nos ativos da</p><p>empresa, sejam em DINHEIRO ou em DIREITOS (valores a receber), em virtude da</p><p>VENDA de mercadorias, prestação de SERVIÇOS ou APLICAÇÕES FINANCEIRAS.</p><p>Exemplos de fatos que geram Receitas:</p><p>- Venda de Mercadorias à vista ou a prazo;</p><p>- Prestação de Serviços diversos (limpeza, manutenção);</p><p>- Aplicações Financeiras;</p><p>- Venda de Terrenos por valor superior ao custo de aquisição; (Ganho de Capital).</p><p>Além disso, a diminuição de um passivo (redução ou extinção de obrigações)</p><p>SEM A NECESSIDADE DE ENTREGAR UM ATIVO também gera uma receita.</p><p>Por exemplo, quando eu pago uma dívida com fornecedor, estou entregando</p><p>um ativo, ou seja, dinheiro, para quitar a obrigação. Essa operação NÃO gera uma</p><p>receita para a entidade. Agora, se o fornecedor decide PERDOAR a dívida, total ou</p><p>parcialmente, temos a diminuição de um passivo, sem a necessidade de</p><p>entregar um ativo. Aqui temos o reconhecimento de uma receita.</p><p>Precisamos ter em mente que o reconhecimento de uma receita SEMPRE</p><p>irá acarretar o aumento do Patrimônio Líquido. Isso é fundamental. Mas a “volta”</p><p>não é verdade, pois nem todo</p><p>o aumento de Patrimônio Líquido representa uma</p><p>receita. O aumento do Patrimônio Líquido ocorrido pela chegada de um novo sócio</p><p>NÃO é uma receita.</p><p>“Transações da empresa com seus sócios não representam receitas nem</p><p>despesas.”</p><p>Por outro lado, consideramos que DESPESA é o CONSUMO DE UM BEM OU</p><p>DE UM SERVIÇO, geralmente como ESFORÇO para obter receitas. Vou explorar um</p><p>pouco mais esses conceitos de uma forma simples. Quando um empregado está ali,</p><p>desempenhando suas atribuições, a empresa está CONSUMINDO um serviço, a mão-</p><p>de-obra desse funcionário, como um esforço para manter suas atividades e obter</p><p>receitas. Ali está ocorrendo uma DESPESA para a Contabilidade.</p><p>Despesas representam diminuições nos ativos ou aumentos no Passivo.</p><p>Uma despesa pode gerar a diminuição de um ativo, como por exemplo, a saída de</p><p>caixa, ou entrega de um bem, mas também pode gerar o surgimento de um</p><p>passivo. Aqui é importante destacar que despesas e passivos são conceitos</p><p>diferentes.</p><p>Exemplos de fatos que geram Despesas:</p><p>- Consumo de materiais de limpeza e itens de almoxarifado;</p><p>- Utilização de serviços diversos (manutenção, limpeza);</p><p>- Demais despesas administrativas;</p><p>Por fim, é necessário ter em mente que o reconhecimento de uma despesa</p><p>SEMPRE irá acarretar a DIMINUIÇÃO do Patrimônio Líquido. Porém, nem toda a</p><p>diminuição de Patrimônio Líquido representa uma despesa. A diminuição do</p><p>Capital Social da empresa pela saída de um sócio gera a diminuição do Patrimônio</p><p>Líquido, mas não é despesa.</p><p>Falaremos agora sobre classificação de contas. Na Contabilidade, conta é o</p><p>“nome dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos e obrigações) e de</p><p>resultado (despesas e receitas)”. De agora em diante, quando falarmos em caixa de</p><p>uma empresa, falaremos em conta caixa, pois os registros contábeis são feitos através</p><p>das contas.</p><p>Existem diversas classificações para as contas ou rubricas contábeis de acordo</p><p>com a natureza, nível de detalhamento, itens que registram. Veremos as mais</p><p>importantes.</p><p>Quando analisamos os elementos nelas registrados, as contas podem ser de dois</p><p>tipos: patrimoniais e de resultado.</p><p>- CONTAS PATRIMONIAIS</p><p>As contas patrimoniais são as que representam os bens, direitos, obrigações e o</p><p>patrimônio líquido da entidade. Por exemplo, conta caixa, conta fornecedores, conta</p><p>capital social. Apresentam a chamada ESTÁTICA PATRIMONIAL, ou seja, a posição</p><p>patrimonial e financeira de uma entidade em determinado momento.</p><p>- CONTAS DE RESULTADO</p><p>As contas de resultado são as receitas e despesas. Elas não estão no balanço</p><p>patrimonial e servem para saber se a empresa apresentou lucro ou prejuízo.</p><p>Aparecem na demonstração do resultado do exercício. Por exemplo, receita de</p><p>vendas, custo das mercadorias vendidas, ICMS sobre vendas, despesas</p><p>administrativas. Apresentam o caráter dinâmico, isto é a PERFORMACE da entidade</p><p>durante o período analisado.</p><p>Uma característica importante das contas de resultado é que elas têm “vida curta”.</p><p>Como assim, professor? As contas de despesas e receitas têm seus saldos</p><p>encerrados ao final de cada período contábil. Assim sendo, as contas de resultado</p><p>INICIAM E TERMINAM O EXERCÍCIO ZERADAS, ou seja, sem saldo.</p><p>Quanto à natureza, as contas podem ser classificadas em CONTAS</p><p>DEVEDORAS OU CREDORAS.</p><p>Contas Devedoras representam APLICAÇÕES DE RECURSOS, por isso que</p><p>as contas de Ativo e as contas de Despesas possuem natureza DEVEDORA, isto é,</p><p>GOSTAM de DÉBITO. Estamos APLICANDO RECURSOS em Bens e Direitos, como</p><p>dinheiro em caixa, estoques, máquinas e despesas com salários, por exemplo.</p><p>Por seu turno, as contas CREDORAS representam a ORIGEM dos recursos,</p><p>assim, contas de Passivo, Patrimônio Líquido e as contas de Receitas possuem</p><p>natureza CREDORA, isto é, GOSTAM de CRÉDITO. Uma dívida com fornecedor, ou</p><p>seja, um passivo, é a origem de recursos para poder adquirir uma mercadoria a prazo.</p><p>O Capital Social é a origem de recursos, oriundas dos sócios, para que a empresa</p><p>inicie as suas atividades.</p><p>“Chegamos a um ponto crucial para o entendimento da disciplina. Pedimos aqui o</p><p>seguinte: desvinculem as noções de devedor e credor (falaremos lançamento a</p><p>crédito e lançamento a débito) do sentido comum em que as palavras são</p><p>utilizadas.”</p><p>Para que possamos entender o sentido contábil essas expressões e avançarmos no</p><p>nosso estudo, de maneira objetiva, pedimos que vocês tenham em mente os</p><p>seguintes conceitos:</p><p>- Se eu debitar uma conta devedora, seu saldo aumenta.</p><p>- Se eu creditar uma conta devedora, seu saldo diminui.</p><p>- Se eu debitar uma conta credora, seu saldo diminui.</p><p>- Se eu creditar uma conta credora, seu saldo aumenta.</p><p>Passamos neste momento a comentar sobre contas Retificadoras.</p><p>Retificar traz a ideia de corrigir, ajustar. Assim sendo, esse tipo especial de conta</p><p>possui natureza contrária ao grupo no qual está inserida. Como assim, professor? Já</p><p>explico.</p><p>Uma conta retificadora do Ativo, não possui a natureza desse grupo, isto é,</p><p>devedora; possui natureza credora. Logo, ela ao invés de aumentar o saldo do grupo,</p><p>irá diminuí-lo. Se eu tenho uma conta de ativo com saldo de R$ 100 e outra conta</p><p>retificadora com saldo de R$ 10, o saldo do grupo será de R$ 100 – R$ 10 = R$ 90,00.</p><p>De maneira similar, uma conta retificadora do Passivo ou Patrimônio Líquido, não</p><p>possui natureza credora; possui natureza devedora.</p><p>Ativo – Natureza Devedora.</p><p>Retificadora do Ativo – Natureza Credora.</p><p>Passivo de PL – Natureza Credora.</p><p>Retificadoras do Passivo e PL = Natureza Devedora.</p><p>As contas retificadoras são apresentadas no balanço patrimonial com saldo negativo,</p><p>entre parêntesis, para que possamos diminuir o saldo do grupo.</p><p>Finalizamos mais uma aula, esperamos que todos tenham gostado e até a próxima.</p><p>Vídeo 2 – Unidade 2</p><p>Olá. Neste vídeo 2 da unidade 2 vamos falar sobre funções e estrutura das contas e</p><p>escrituração contábil. As contas, a partir de agora, serão apresentadas graficamente,</p><p>por meio no chamado razonete. Trata-se de uma simplificação do livro Razão, o qual</p><p>será estudado oportunamente.</p><p>Funcionará assim para todas as contas, sejam elas patrimoniais ou de</p><p>resultado: toda vez que desejarmos fazer lançamentos contábeis, devemos “abrir” um</p><p>razonete. A conta tem por objetivo representar cada um dos itens contábeis, quer</p><p>patrimoniais, quer de resultado. Embora, as contas sejam representadas na forma de</p><p>“T”, formalmente, elas são apresentadas em um livro contábil chamado de razão.</p><p>Além disso, as contas podem ser vistas por dois aspectos: qualitativos e</p><p>quantitativos. Segundo o aspecto qualitativo, devemos olhar para o que a conta</p><p>representa. Por exemplo, a conta caixa, em seu aspecto qualitativo, representa os</p><p>numerários que temos guardados. Já pelo aspecto quantitativo representa o</p><p>quanto temos guardado, o valor propriamente dito.</p><p>Relembrando, existem basicamente quatro técnicas contábeis: Escrituração,</p><p>elaboração das demonstrações contábeis, auditoria e análise de balanços. O objetivo</p><p>nesta unidade é estudarmos com detalhes a escrituração contábil, especialmente o</p><p>que prevê a ITG 2000 (R1), norma do Conselho Federal de Contabilidade que trata</p><p>dessa técnica contábil.</p><p>Com a finalidade de dar orientação geral para a execução da escrituração, a ITG 2000</p><p>(R1), prescreve certas formalidades. Vejamos:</p><p>A escrituração contábil deve ser executada:</p><p>a) em idioma e em moeda corrente nacionais;</p><p>b) em forma contábil;</p><p>c) em ordem cronológica de dia, mês e ano;</p><p>d) com ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras ou</p><p>emendas; e</p><p>e) com base em documentos de origem externa ou interna ou, na sua falta, em</p><p>elementos que comprovem ou evidenciem fatos contábeis.</p><p>Destacamos que a escrituração contábil é feita através de contas e, na contabilidade,</p><p>conta é o nome dado aos componentes patrimoniais (bens, direitos e</p><p>obrigações) e</p><p>de resultado (despesas e receitas).</p><p>O conjunto de todas as contas existentes dentro de uma entidade, para uniformizar os</p><p>registros contábeis, é denominado plano de contas. O plano de contas varia também</p><p>de uma empresa para outra. Assim, uma indústria de roupas não terá o mesmo plano</p><p>de contas de um supermercado.</p><p>De acordo com o professor Osni Moura Ribeiro, “é essencial que um plano de</p><p>contas contenha pelo menos as seguintes partes: elenco de contas, manual de</p><p>contas e modelos de demonstrações contábeis padronizadas”.</p><p>De acordo como o autor, o elenco de contas é a relação de contas utilizadas pela</p><p>empresa e envolve a titulação (nome) e o código da conta. Por seu turno, o Manual</p><p>de Contas tem a função de apresentar informações minuciosas sobre cada</p><p>conta, como por exemplo, função, funcionamento, documentos que suportam os</p><p>registros contábeis.</p><p>Na contabilidade, o caminho utilizado para se escriturar é o método das partidas</p><p>dobradas. Esse método consiste em considerar que para todo e qualquer item que</p><p>ingressa no patrimônio, há um lugar de onde ele é proveniente. Ou seja, não há</p><p>geração espontânea de patrimônio, mas sim uma origem para todo elemento que</p><p>se aplica no patrimônio, passando a integrá-lo. Ou seja, aplicações de recursos é igual</p><p>a origem de recursos.</p><p>Ao registro de um fato contábil chamamos lançamento. Este é efetuado em</p><p>livros contábeis próprios como o diário, razão, caixa, duplicatas a receber etc.</p><p>Ao conjunto de registros ou lançamentos é que chamamos escrituração. Antes de</p><p>aprendermos a efetuar lançamentos em espécie, devemos entender quando e quais</p><p>contas são lançadas a débito ou a crédito.</p><p>É importante relembrarmos para não confundirmos a palavra débito da linguagem</p><p>comum com a utilizada na terminologia contábil. Débito não é algo ruim ou bom.</p><p>Débito é uma operação que aumenta o saldo de uma conta devedora e diminui</p><p>o saldo de uma conta credora. Crédito é uma operação que aumenta o saldo de</p><p>uma conta credora e diminui o saldo de uma conta devedora.</p><p>Relembrando que podemos representar as contas graficamente através de um “T”,</p><p>chamado de razonete. Por uma convenção, o lado esquerdo é sempre o lado do</p><p>débito, e o lado direito é o lado do crédito.</p><p>E o que quer dizer saldo devedor e saldo credor? Simples. Saldo devedor</p><p>significa dizer que o total dos débitos em uma conta supera o total dos créditos.</p><p>Assim, se tenho registrado na conta caixa R$ 1.000,00 em débitos e R$ 600,00 em</p><p>créditos, isto me dá um saldo devedor total de R$ 400,00. Agora, tivéssemos R$</p><p>4.000,00 de créditos na conta fornecedores e R$ 1.000,00 de débitos, o saldo seria</p><p>credor de R$ 3.000,00.</p><p>Como as contas do ativo têm natureza devedora, elas aumentam quando lançamos</p><p>ali, no lado do débito. Somente isso quer dizer “a conta do ativo tem natureza</p><p>devedora”. Significa dizer que ela aumenta a débito e diminui, consequentemente,</p><p>a crédito.</p><p>Por outro lado, a contas de natureza credora (Passivo, Patrimônio Líquido e</p><p>Receitas) aumentam com lançamentos a crédito e diminuem com lançamentos</p><p>a débito.</p><p>Resumindo! Com base no método das partidas dobradas, algumas conclusões</p><p>podem ser tomadas:</p><p>- A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos.</p><p>- Um ou mais débitos numa ou mais contas deve corresponder a um ou mais créditos</p><p>de valor equivalente em uma ou mais contas.</p><p>- O total do ativo será sempre igual à soma do passivo exigível com o patrimônio</p><p>líquido.</p><p>- O total do ativo mais a despesa será sempre igual à soma do passivo exigível com</p><p>o patrimônio líquido mais as receitas.</p><p>Elementos essenciais de um lançamento: É essencial que consto em um lançamento,</p><p>conforme previsão da ITG 2000 (R1), item 6:</p><p>a) data do registro contábil, ou seja, a data em que o fato contábil ocorreu;</p><p>b) conta devedora;</p><p>c) conta credora;</p><p>d) histórico que represente a essência econômica da transação ou o código de</p><p>histórico padronizado, neste caso baseado em tabela auxiliar inclusa em livro próprio;</p><p>e) valor do registro contábil;</p><p>f) informação que permita identificar, de forma unívoca, todos os registros que</p><p>integram um mesmo lançamento contábil.</p><p>Fórmulas de Lançamento.</p><p>Os lançamentos podem ser de:</p><p>1ª Fórmula.</p><p>Envolve uma conta a débito e uma conta a crédito.</p><p>Exemplo: compra de mercadorias à vista.</p><p>D – Mercadorias 100</p><p>C – Caixa 100</p><p>2ª Fórmula</p><p>Envolve uma conta a débito e duas ou mais a crédito.</p><p>Exemplo: compra de mercadoria, metade à vista, metade a prazo.</p><p>D – Mercadorias 100</p><p>C – Caixa 50</p><p>C – Fornecedores 50</p><p>3ª Fórmula</p><p>Envolve duas ou mais contas a débito e uma conta a crédito.</p><p>Exemplo: Realização da prestação de serviço, recebida metade à vista e metade para</p><p>30 dias.</p><p>D – Caixa 100</p><p>D – Clientes 100</p><p>C – Receita de prestação de serviços 200</p><p>4ª Fórmula</p><p>Envolve duas ou mais contas a débito e duas ou mais contas a crédito.</p><p>Exemplo: compra de canetas, no valor de R$ 100, sendo metade à vista e metade a</p><p>prazo, a ser utilizada metade como estoque de material de consumo e metade como</p><p>mercadoria para revenda.</p><p>D – Material de consumo 50</p><p>D – Mercadoria para revenda 50</p><p>C – Caixa 50</p><p>C – Fornecedores 50</p><p>Retificação de Lançamento Contábil</p><p>Retificação de lançamento é o processo técnico de correção de registro realizado com</p><p>erro na escrituração contábil da entidade e pode ser feito por meio de:</p><p>A) estorno;</p><p>B) transferência; e</p><p>C) complementação</p><p>Em qualquer das formas citadas acima, o histórico do lançamento deve precisar o</p><p>motivo da retificação, a data e a localização do lançamento de origem.</p><p>O estorno consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-o</p><p>totalmente.</p><p>Lançamento de transferência é aquele que promove a regularização de conta</p><p>indevidamente debitada ou creditada, por meio da transposição do registro para a</p><p>conta adequada.</p><p>Lançamento de complementação é aquele que vem posteriormente</p><p>complementar, aumentando ou reduzindo o valor anteriormente registrado. A</p><p>complementação para reduzir um lançamento também é conhecida por estorno</p><p>parcial.</p><p>Além desses, temos também a ressalva, que ocorre quando, antes mesmo de</p><p>encerrarmos o lançamento, percebemos a incorreção, corrigindo no próprio histórico.</p><p>Espero que você tenha gostado desta aula, obrigado e até breve.</p><p>Vídeo 1 – Unidade 3</p><p>Olá tudo bem? Neste vídeo 1 da unidade 3 vamos falar sobre livro diário, livro razão,</p><p>balancete de verificação, regime de caixa e competência.</p><p>Escrituração nos livros contábeis e fiscais</p><p>A escrituração é encontrada nos livros contábeis e fiscais. Atualmente, esses registros</p><p>são feitos, quase que totalmente, de forma digital. Mas para fins didáticos, em alguns</p><p>momentos temos que pensar um pouco como isso era feito manualmente.</p><p>Livro Diário</p><p>Como o nome indica, o livro diário é um livro que contém o registro de todo e cada</p><p>lançamento em ordem cronológica, fato que nos permite compreender a sequência</p><p>de acontecimentos ocorridos na empresa. Por registrar todos os fatos contábeis</p><p>ele é classificado como um livro principal.</p><p>É obrigatório para a quase que totalidade dos empresários (ressalva-se o pequeno</p><p>empresário previsto na LC 123/2006). O registro de uma operação no livro Diário é</p><p>denominado de “PARTIDA DE DIÁRIO”, ou simplesmente “LANÇAMENTO”.</p><p>De acordo com o Código Civil, serão lançados no Diário o balanço patrimonial e o</p><p>de resultado econômico (DRE), devendo ambos ser assinados por técnico em</p><p>Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária.</p><p>O livro diário e o livro Razão possuem algumas formalidades, extrínsecas e</p><p>intrínsecas, que, atualmente são apresentadas para livros no formato não digital e no</p><p>formato digital.</p><p>Resumindo, o diário é:</p><p>- Obrigatório (exigido pelo Código Civil);</p><p>- Principal (registra todos os fatos contábeis);</p><p>- Comum (para todas as empresas);</p><p>- Cronológico (fatos contábeis registrados</p><p>em ordem cronológica).</p><p>Livro Razão</p><p>O livro razão é facultativo, principal (isto é, registram todos os fatos) e sistemático</p><p>(leva em conta principalmente a organização das informações). Segundo a legislação</p><p>do IR (Imposto de Renda), os contribuintes sujeitos à apuração do lucro real devem</p><p>escriturar o livro razão.</p><p>Esses dois são os principais livros objeto de estudo da contabilidade. Em sentido</p><p>estrito, APENAS O LIVRO DIÁRIO É OBRIGATÓRIO.</p><p>Balancete de Verificação</p><p>O balancete de verificação é um demonstrativo de caráter auxiliar em que são</p><p>relacionadas todas as contas, sejam ela patrimoniais ou de resultado.</p><p>O objetivo desse demonstrativo é verificarmos se foi aplicado corretamente o</p><p>Método das Partidas Dobradas. Gravem isso! Caso haja a existência de débito sem</p><p>crédito correspondente, o balancete irá apresentar.</p><p>Destacamos que as informações necessárias para a elaboração do balancete de</p><p>verificação são oriundas do livro Razão.</p><p>Vale enfatizar que nem todos os erros de escrituração são constatáveis no balanço</p><p>patrimonial. Por exemplo: se a empresa efetuar a venda de mercadorias a prazo e,</p><p>por engano, registrar a entrada de caixa, o balancete de verificação não irá apresentar</p><p>esse erro.</p><p>o balancete de verificação mais comum é o de duas colunas, mas encontramos</p><p>na doutrina modelos com 4, 6 e 8 colunas. Cada um deles apresenta mais informações</p><p>sobre as contas, sendo de exercícios anteriores, saldos devedores e credores, e o</p><p>saldo final.</p><p>Regime de competência e Regime de Caixa</p><p>Pessoal, na Contabilidade temos basicamente duas modalidades ou critérios de</p><p>reconhecimento de despesas ou receitas.</p><p>Um deles, é mais simplificado, e se preocupa com as entradas e saídas de caixa</p><p>ou equivalentes de caixa, por isso, é chamado de Regime de Caixa.</p><p>Por exemplo: efetuei uma venda de mercadorias no dia 16 de outubro de 2023, mas</p><p>só vou receber em novembro. Para o Regime de Caixa, a receita somente será</p><p>reconhecida quando entrar o “dindin”, isto é, no mês de novembro, ainda que a</p><p>venda tenha sido feita em outubro.</p><p>Contudo temos outro regime de apuração, mais aprofundado, e que se preocupa</p><p>com o MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR das receitas e despesas,</p><p>o que não é, necessariamente a entrada ou saída de caixa. Assim, a receita de</p><p>venda de uma mercadoria é reconhecida quando da entrega da mercadoria, isto</p><p>é, quando a venda é efetuada. Tudo isso, independentemente do recebimento ou</p><p>pagamento. Guardem isto: a receita é recebida quando GANHA, ainda que não</p><p>tenha sido recebida.</p><p>A despesa com salários, por sua vez, é reconhecida no mês que os trabalhadores</p><p>prestam o serviço, ou seja, quando INCORRIDA, ainda que não tenha sido paga.</p><p>O CPC 00 – Estrutura Conceitual Básica nos apresenta alguns conceitos importantes</p><p>sobre o Regime de Competência:</p><p>O regime de competência reflete os efeitos de transações e outros eventos e</p><p>circunstâncias sobre reivindicações e recursos econômicos da entidade que reporta</p><p>nos períodos em que esses efeitos ocorrem, mesmo que os pagamentos e</p><p>recebimentos à vista resultantes ocorram em período diferente.</p><p>Isso é importante porque informações sobre os recursos econômicos e</p><p>reivindicações da entidade que reporta e mudanças em seus recursos econômicos e</p><p>reivindicações durante o período fornecem uma base melhor para a avaliação do</p><p>desempenho passado e futuro da entidade do que informações exclusivamente</p><p>sobre recebimentos e pagamentos à vista durante esse período.</p><p>Resumindo, o reconhecimento de receitas e despesas de acordo com o Regime de</p><p>Competência nos traz informações melhores para avaliação do desempenho da</p><p>empresa. Se a venda foi feita em outubro e recebida em novembro, precisamos</p><p>evidenciar essa alteração no período de outubro, pois foi nesse período que ocorreu</p><p>o fato gerador. Esse é o regime que deve ser adotado pelas entidades como regra.</p><p>Inclusive, há previsão expressa na Lei 6404/76:</p><p>“Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com</p><p>obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de</p><p>contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis</p><p>uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de</p><p>competência.”</p><p>Para concluirmos esse tema, devemos destacar que, por consequência do Regime de</p><p>Competência, temos a chamada simultaneidade de receitas e despesas</p><p>correlatas.</p><p>Apuração do Resultado do Exercício</p><p>Para apurarmos o DESEMPENHO da entidade, em determinado PERÍODO</p><p>CONTÁBIL, uma visão DINÂMICA, temos que efetuar o confronto das RECEITAS</p><p>e as DESPESAS da entidade, que chamamos de resultado do exercício!</p><p>Os resultados obtidos com vendas de produtos, os ganhos obtidos com aluguéis,</p><p>juros, variações monetárias etc., são chamados de receitas. Em contrapartida,</p><p>salários, custo da mercadoria vendida, juros, aluguéis, tributos DO PERÍODO são as</p><p>despesas.</p><p>Devemos confrontar as receitas e despesas obtidas por uma entidade no</p><p>período para que, ao término, saibamos se temos um lucro ou prejuízo. Uma vez</p><p>encontrado o “rédito”, isto é, o resultado do exercício, temos de transferi-lo para o</p><p>patrimônio líquido, já que o lucro/prejuízo do exercício pertence à entidade, é</p><p>agregado à sua riqueza própria. Relembrando:</p><p>- Receita maior que a despesa = Lucro.</p><p>- Despesa maior que a receita = Prejuízo.</p><p>Existe uma demonstração contábil bastante analítica, que evidencia a apuração do</p><p>resultado: a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).</p><p>É importante destacar que a DRE apresenta apenas contas de resultado, isto é.</p><p>Despesas e receitas de diversos tipos. Relembrando que uma característica</p><p>importante das contas de resultado é que elas têm “vida curta”. Como assim,</p><p>professor?</p><p>As contas de despesas e receitas têm seus saldos encerrados ao final de cada</p><p>período contábil. Assim sendo, as contas de resultado INICIAM E TERMINAM O</p><p>EXERCÍCIO ZERADAS, ou seja, sem saldo.</p><p>As contas de resultado são encerradas ao final do exercício fazendo-se um</p><p>lançamento contrário à natureza delas, com o mesmo valor e a contrapartida será uma</p><p>conta transitória, também de resultado, chamada de APURAÇÃO DO RESULTADO</p><p>DO EXERCÍCIO (ARE).</p><p>Se as receitas foram maiores do que as despesas, a conta ARE terá saldo credor,</p><p>o que significa LUCRO no período. Se as receitas foram menores do que as</p><p>despesas, a conta ARE terá saldo devedor, o que significa PREJUÍZO no</p><p>período.</p><p>O próximo passo é transferir o Resultado do exercício para a conta Lucros</p><p>Acumulados, no PL (Patrimônio Líquido). É a ligação da Demonstração do</p><p>Resultado do Exercício com o Balanço Patrimonial.</p><p>Após a apuração do resultado é necessário o cálculo dos dividendos.</p><p>-Dividendos: é uma espécie de remuneração do capital empregado pelos sócios</p><p>na empresa. Nada tem a ver com a participação dos sócios com trabalho nas</p><p>atividades da empresa.</p><p>Os dividendos não são considerados como despesa na demonstração do</p><p>resultado do exercício, justamente porque são transações com os sócios e</p><p>representam a distribuição do lucro já apurado na DRE. Para sua contabilização,</p><p>primeiro apuramos o valor do lucro do exercício (cálculo este feito na DRE). Depois</p><p>disso, transferimos esse lucro para o PL (pois o lucro faz parte do capital próprio da</p><p>empresa).</p><p>Regras sobre a Elaboração e Publicação das Demonstrações Contábeis</p><p>O intervalo de tempo ao qual as demonstrações contábeis se referem é chamado</p><p>de exercício social. Para a LSA o exercício social terá duração de 1 (um) ano e a</p><p>data do término será fixada no estatuto (LSA, art. 175). Na constituição da</p><p>companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá ter duração</p><p>diversa (LSA, art. 175, parágrafo único).</p><p>Assim, se a companhia foi constituída regularmente e a data do término foi fixada em</p><p>31 de março, o exercício social terá a duração de 01 de abril a 31 de março.</p><p>Imagine-</p><p>se que esta sociedade foi instituída em 01 de janeiro de 2022. Vejam que a lei não</p><p>determinou se o primeiro exercício social deverá durar apenas 3 meses ou se,</p><p>alternativamente, poderá durar pelo período de 15 meses.</p><p>Não há exigência de que o exercício social se inicie em 01 de janeiro e termine</p><p>em 31 de dezembro. Entretanto, por questões fiscais, é muito difícil que na</p><p>prática as sociedades adotem data diferente.</p><p>Finalizamos mais uma aula, até breve.</p><p>Vídeo 2 – Unidade 3</p><p>Olá aluno. Neste vídeo 2 da unidade 3 vamos falar sobre os conceitos iniciais dos</p><p>elementos que compõem o Balanço Patrimonial.</p><p>Balanço Patrimonial é a principal demonstração contábil e se destina a evidenciar,</p><p>seja de forma qualitativa, seja de forma quantitativa, a posição patrimonial e</p><p>financeira da entidade. No balanço patrimonial, temos a apresentação dos bens,</p><p>direitos e obrigações da empresa. Esta informação é estática, pois funciona tal</p><p>qual uma fotografia da entidade em determinado momento.</p><p>Sobre o Balanço, são necessárias as definições de Ativo, Passivo e patrimônio</p><p>Líquido.</p><p>Costuma-se definir o ativo como sendo os “bens e direitos” da empresa. Conforme</p><p>visto anteriormente, segundo o CPC 00 (R2), ativo é um recurso econômico</p><p>presente controlado pela entidade como resultado de eventos passados. Por seu</p><p>turno, recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios</p><p>econômicos.</p><p>Vamos analisar os principais itens:</p><p>1) Recurso Econômico presente controlado: o controle, e não a propriedade</p><p>jurídica, é determinante para a definição do ativo. Como consequência, um bem que</p><p>é alugado, em certas situações, pode ser classificado no ativo da entidade.</p><p>2) Potencial de benefícios econômicos: Para caracterizar um ativo, é necessário</p><p>que o bem resulte em futuros benefícios econômicos para a empresa, como por</p><p>exemplo, receber fluxos de caixa, trocar recursos econômicos com outra parte</p><p>em condições favoráveis. Assim sendo, um veículo adquirido por R$ 100.000,</p><p>mas que sofre um grave acidente e nem como sucata serve mais, não representa</p><p>mais um ativo.</p><p>3) Como Resultado De Eventos Passados: O ativo é resultado de algo que já</p><p>ocorreu. Ou seja, a intenção de comprar estoques, ou de vender estoques com lucro,</p><p>não atende à definição de ativo.</p><p>O passivo costuma ser definido como “as obrigações da empresa para com</p><p>terceiros”. O pronunciamento CPC 00 (R2), por seu turno, fornece a seguinte</p><p>definição: obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico</p><p>como resultado de eventos passados.</p><p>Vamos analisar os principais itens:</p><p>1) Obrigação presente da entidade: A obrigação é o dever ou responsabilidade que</p><p>a entidade não tem a capacidade prática de evitar. Gastos previstos e/ou</p><p>esperados, como regra, não constituem passivos. Por exemplo, se uma empresa de</p><p>aviação tem a previsão de trocar os motores de uma aeronave dentro de 2 anos,</p><p>ao custo de R$200.000,00, isto não constitui um passivo, pois não é obrigação</p><p>presente. Dentro de dois anos, a empresa pode vender o avião e não realizar a</p><p>troca dos motores.</p><p>2) Transferência de recurso econômico: a obrigação deve ter o potencial de exigir</p><p>que a entidade transfira um recurso econômico para outra parte (ou partes).</p><p>3) Derivada de eventos já ocorridos: eventos futuros não constituem passivo. Ainda</p><p>que o pagamento seja feito em data posterior, o evento que origina o passivo já</p><p>deve ter ocorrido.</p><p>O Patrimônio Líquido normalmente é caracterizado como o “dinheiro dos sócios</p><p>aplicado na empresa”. Podemos dizer também que o patrimônio líquido é o capital</p><p>próprio. Para o pronunciamento CPC 00, “Patrimônio Líquido é o Participação</p><p>residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os seus passivos.” Ou</p><p>seja, é o que sobra após deduzir todos os passivos dos ativos.</p><p>Antes de começarmos a falar efetivamente sobre cada um dos grupos patrimoniais, é</p><p>interessante que vocês saibam que assim se divide o balanço patrimonial em:</p><p>- Ativo Circulante;</p><p>- Ativo Não Circulante;</p><p>- Passivo Circulante;</p><p>- Passivo Não Circulante;</p><p>- Patrimônio Líquido;</p><p>No balanço patrimonial, as contas serão classificadas segundo os elementos do</p><p>patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a</p><p>análise da situação financeira da companhia (LSA, art. 178).</p><p>No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos</p><p>elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:</p><p>I – ativo circulante; e</p><p>II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos,</p><p>imobilizado e intangível.</p><p>Assim, vejam que o ativo é disposto em ordem decrescente do grau de liquidez. A</p><p>liquidez se refere à expectativa de conversão em dinheiro de um bem ou direito.</p><p>Desta forma, começaremos a expor as contas no ativo pela maior</p><p>conversibilidade em dinheiro, ou seja, pela conta caixa, que já representa o</p><p>próprio numerário. Em seguida, classificaremos a conta bancos, aplicações</p><p>financeiras de liquidez imediata e assim por diante, até a conta terrenos ou outra</p><p>que tenha baixíssima liquidez.</p><p>Segundo a Lei 6.404:</p><p>Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as</p><p>disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social</p><p>subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte;</p><p>Atenção! O ativo é dividido em circulante e não circulante. Portanto, em regra, quando</p><p>você vir um balanço patrimonial, será essa a classificação que estará lá! Mas os</p><p>Pronunciamentos Contábeis melhoram esse entendimento e permitem uma certa</p><p>flexibilização para essa apresentação.</p><p>Quando a apresentação por liquidez for mais confiável, apresentamos as</p><p>informações com base na liquidez e não em circulante e não circulante.</p><p>- Disponibilidades</p><p>As disponibilidades são elementos que representam dinheiro ou que nele possam</p><p>ser convertidos de forma imediata, como a conta caixa, bancos conta</p><p>movimento.</p><p>Exemplos de disponibilidades:</p><p>- Caixa.</p><p>- Contas bancárias</p><p>- Numerários em trânsito, como por exemplo, remessas para filiais, depósitos, ordem</p><p>de pagamento;</p><p>- Aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são prontamente</p><p>conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante</p><p>risco de mudança de valor.</p><p>- Direitos Realizáveis no Curso do Exercício Social Subsequente</p><p>Os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente podem ser</p><p>reais ou pessoais. Os reais representam os bens (estoques de matérias-primas,</p><p>produtos acabados, em elaboração). Os pessoais representam os direitos (clientes,</p><p>adiantamentos a fornecedores, ICMS e recuperar).</p><p>Atenção! O correto é que fiquem no circulante as operações que vencem nos 12</p><p>meses seguintes à data de encerramento do balanço.</p><p>- Despesas Antecipadas</p><p>As aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte (também chamadas</p><p>despesas antecipadas) são despesas que foram pagas pela empresa com</p><p>antecedência ou serão pagas no curto prazo e ainda não foram para o resultado</p><p>pelo regime de competência.</p><p>Pelo regime de competência, se você efetua um pagamento de 12 meses de um</p><p>contrato de seguro ou de aluguel, então terá direito a utilizar o seguro ou o imóvel</p><p>alugado. Contudo, a despesa somente deve ser incorrida mês a mês.</p><p>O ativo não circulante é composto por:</p><p>Ativo não circulante realizável a longo prazo; investimentos; imobilizado; intangível.</p><p>- Ativo Não Circulante – Realizável a Longo Prazo</p><p>Segundo a Lei das Sociedades por Ações (6.404/76), o ativo não circulante realizável</p><p>a longo prazo é composto por:</p><p>Art. 179. II - No ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o</p><p>término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas,</p><p>adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo</p><p>243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia,</p><p>que não</p><p>constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia;</p><p>- Ativo Não Circulante – Investimentos</p><p>Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:</p><p>III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os</p><p>direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não</p><p>se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;</p><p>● Participações permanentes</p><p>São investimentos em sociedades cujo caráter não seja o especulativo. Os</p><p>benefícios esperados são pela permanência desses investimentos na empresa, como</p><p>um projeto de expansão de negócios.</p><p>Petrobras adquire participação de 50% em bloco exploratório na Namíbia - esse</p><p>é um exemplo real de um investimento permanente, pois a Petrobras não está</p><p>comprando uma participação acionária nesse bloco aguardando a valorização das</p><p>ações e depois se desfazer delas. A intenção é obter benefícios pela sinergia dos</p><p>ativos das duas empresas.</p><p>- Ativo Não Circulante – Imobilizado</p><p>Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:</p><p>IV – No ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos</p><p>destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou</p><p>exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que</p><p>transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;</p><p>Segundo o CPC 27:</p><p>Ativo imobilizado é o item tangível que:</p><p>(a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou</p><p>serviços, para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e</p><p>(b) se espera utilizar por mais de um período.</p><p>- Ativo Não Circulante – Intangível</p><p>Podemos dizer, de maneira resumida, que os intangíveis são aqueles ativos que</p><p>não têm existência física. Como exemplos de intangíveis, temos: direitos de</p><p>exploração de serviços públicos mediante concessão ou permissão do Poder</p><p>Público, marcas e patentes, fundo de comércio adquirido.</p><p>Conforme a lei 6.404:</p><p>Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:</p><p>VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos</p><p>destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade,</p><p>inclusive o fundo de comércio adquirido.</p><p>Exemplos de itens que podem ser enquadrados nessa categoria são: softwares,</p><p>patentes, direitos autorais.</p><p>Espero que você tenha gostado desta aula, obrigado e até breve.</p><p>Vídeo 1 – Unidade 4</p><p>Olá aluno. Neste vídeo 1 da unidade 4 vamos finalizar o conteúdo sobre Balanço</p><p>Patrimonial, dando continuidade a partir do grupo do Passivo.</p><p>O passivo representa nada mais do que as obrigações que a sociedade tem perante</p><p>terceiros. O pronunciamento CPC 00 (R2) fornece a seguinte definição: obrigação</p><p>presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado de</p><p>eventos passados.</p><p>1 - Obrigação presente da entidade: A obrigação é o dever ou responsabilidade</p><p>que a entidade não tem a capacidade prática de evitar. Gastos previstos e/ou</p><p>esperados não constituem passivos. Por exemplo, se uma empresa de aviação tem a</p><p>previsão de trocar os motores de uma aeronave dentro de 1 ano, ao custo de</p><p>R$100.000,00, isto não constitui um passivo, pois não é obrigação presente. Dentro</p><p>de um ano, a empresa pode vender o avião e não realizar a troca dos motores.</p><p>2 - Transferência de recurso econômico: a obrigação deve ter o potencial de</p><p>exigir que a entidade transfira um recurso econômico para outra parte (ou</p><p>partes).</p><p>3 - Derivada de eventos já ocorridos: eventos futuros não constituem passivo.</p><p>Ainda que o pagamento seja feito em data posterior, o evento que origina o passivo já</p><p>deve ter ocorrido.</p><p>O passivo exigível basicamente pode ser dividido em passivo circulante e não</p><p>circulante. Segundo a Lei das Sociedades por Ações:</p><p>Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de</p><p>direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando</p><p>se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem</p><p>vencimento em prazo maior.</p><p>A Lei 6.404/76 adota como marco temporal a data do encerramento do exercício</p><p>social. Contudo, se não estivermos falando dessa data, devemos considerar o</p><p>período de 12 meses.</p><p>Como exemplo de obrigações temos: Impostos a pagar, provisão para</p><p>contingências, salários a pagar, ICMS a recolher. Além disso, o CPC 00 (R2)</p><p>apresenta uma definição para passivo: Passivo é uma obrigação presente da entidade</p><p>de transferir um recurso econômico como resultado de eventos passados.</p><p>Patrimônio Líquido - Conceito e Estrutura</p><p>Patrimônio líquido é a participação residual nos ativos da entidade após a</p><p>dedução de todos os seus passivos. De acordo com a Lei 6.404/76:</p><p>Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do</p><p>patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise</p><p>da situação financeira da companhia.</p><p>III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes</p><p>de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos</p><p>acumulados</p><p>Composição do Patrimônio Líquido:</p><p>Capital Social</p><p>(-) Capital a Realizar</p><p>Reserva de Lucro</p><p>Reserva de Capital</p><p>Ajuste de Avaliação Patrimonial</p><p>(-) Prejuízo Acumulado</p><p>(-) Ações em Tesouraria</p><p>- Capital Social</p><p>Quando os sócios resolvem iniciar uma atividade, um dos requisitos para o início é</p><p>a existência do chamado capital social. Os sócios precisam aportar bens para que</p><p>essa companhia possa aplicar e dar início às atividades. Esse aporte é chamado de</p><p>subscrição.</p><p>O capital social é a conta do PL composta pelas ações subscritas na constituição da</p><p>sociedade ou com o aumento de capital. É dividido em capital social e capital social</p><p>a realizar. A lei das SA dispõe que:</p><p>Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por</p><p>dedução, a parcela ainda não realizada.</p><p>Segundo a Lei 6.404, o capital social poderá ser formado com contribuições em</p><p>dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro.</p><p>A subscrição é quando o acionista/sócio assume o compromisso de ingressar</p><p>na sociedade, formalizando através dos instrumentos jurídicos pertinentes. Ainda</p><p>não houve entrega dos recursos. A realização ou integralização do capital social</p><p>é a entrega efetiva dos recursos pelo sócio.</p><p>- Reserva de Capital</p><p>Reservas são valores que representam elementos patrimoniais sem qualquer</p><p>característica de exigibilidade atual ou futura. Basicamente, temos duas espécies</p><p>de reservas, ambas classificadas no patrimônio líquido: as de lucros e as de</p><p>capital.</p><p>Dica: “Sempre que você vir uma conta iniciando com reserva, saiba que será</p><p>uma conta integrante do Patrimônio Líquido”.</p><p>As reservas de capital são valores recebidos pela empresa (dos sócios ou de</p><p>terceiros) que não se configuram como receita, isto é, não transitam pelo resultado</p><p>do exercício, sendo contabilizadas diretamente à conta de Patrimônio Líquido.</p><p>Com base no artigo 182 da Lei das Sociedades Anônimas:</p><p>Art. 182. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:</p><p>a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do</p><p>preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância</p><p>destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações</p><p>de debêntures ou partes beneficiárias;</p><p>b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;</p><p>- Ajuste de Avaliação Patrimonial</p><p>Antes das alterações da Lei das S.A, havia no patrimônio líquido a conta reserva de</p><p>reavaliação. Esta conta foi suprimida, surgindo então o ajuste de avaliação</p><p>patrimonial.</p><p>O ajuste de avaliação patrimonial serve tanto para aumentar como para reduzir</p><p>valores de ativos e de passivos. A nova redação prescreve:</p><p>Art. 183, § 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto</p><p>não computadas no resultado</p><p>do exercício em obediência ao regime de competência,</p><p>as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos</p><p>do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos</p><p>previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários,</p><p>com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177.</p><p>- Ações em Tesouraria</p><p>As ações em tesouraria são ações da empresa adquiridas pela própria empresa</p><p>e mantidas na sua “tesouraria”. Essa operação representa transações de capital da</p><p>entidade com seus sócios e igualmente não devem afetar o resultado da entidade,</p><p>ou seja, não geram despesas tampouco receitas. A conta “ações em tesouraria”</p><p>é redutora do Patrimônio Líquido (PL).</p><p>A regra geral é que a empresa não pode negociar as próprias ações, para evitar</p><p>negociação com informações privilegiada. É permitida, entretanto, a aquisição,</p><p>para permanência em tesouraria, sem a diminuição do Capital Social. Para isso,</p><p>a compra é suportada pelo saldo das reservas, exceto a reserva legal.</p><p>As ações em tesouraria não têm direito a dividendos e nem a voto e os custos de</p><p>transação incorridos na aquisição de ações de emissão da própria entidade devem</p><p>ser tratados como acréscimo do custo de aquisição de tais ações.</p><p>Os custos de transação incorridos na alienação de ações em tesouraria devem</p><p>ser tratados como redução do lucro ou acréscimo do prejuízo dessa transação,</p><p>resultados esses contabilizados diretamente no patrimônio líquido, na conta que</p><p>houver sido utilizada como suporte à aquisição de tais ações, não afetando o</p><p>resultado da entidade.</p><p>‘A compra e alienação de ações em tesouraria é transação com sócios. E o lucro ou</p><p>prejuízo em transações com sócios fica no PL, não no Resultado.</p><p>- Reservas de Lucros</p><p>As reservas de lucros são retenções de parcelas provenientes de ganhos do</p><p>período, com o objetivo de preservar o Patrimônio Líquido de uma sociedade, e</p><p>posterior destinação. São, em suma, lucros que a empresa não entrega aos</p><p>acionistas, mas guarda para si, seja para investir em projetos, seja para</p><p>resguardar o capital social. Segundo a Lei das SA:</p><p>Ao final do exercício social as contas de resultado (receitas e despesas) são zeradas.</p><p>O saldo, lucro ou prejuízo, é transferido para o PL.</p><p>Assim, se a empresa tem receitas de 2.000, despesas de 1.000, terá um lucro de</p><p>1.000 (2.000 – 1.000). Esse lucro pode ser distribuído para os sócios, para</p><p>aumento do CS ou pode ir para reserva de lucros (se atendidos os requisitos</p><p>legais).</p><p>Com a alteração da lei das S.A a conta antigamente denominada de lucros ou</p><p>prejuízos acumulados passa a ser denominada prejuízos acumulados, ou seja,</p><p>haverá de existir uma destinação para este lucro, não podendo ficar em conta</p><p>específica do PL. Isso não quer dizer que a conta de Lucros Acumulados não existe</p><p>mais, tenha cuidado. Sobrando algo na conta lucros acumulados, devem ser</p><p>pagos dividendos adicionais.</p><p>- Lucros ou Prejuízos Acumulados</p><p>Não é mais possível, com as mudanças recentes advindas na contabilidade, que a</p><p>empresa retenha lucros injustificadamente. Assim sendo, a conta lucros</p><p>acumulados não pode mais constar no Balanço Patrimonial, quando do</p><p>fechamento da demonstração. Segundo a Lei 6.404/76: Art. 189. Parágrafo único.</p><p>O prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros acumulados,</p><p>pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa ordem.</p><p>Finalizamos mais uma aula, até breve.</p><p>Artigo 182, §4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas</p><p>pela apropriação de lucros da companhia.</p><p>Vídeo 2 – Unidade 4</p><p>Olá aluno. Neste vídeo 2 da unidade 4 vamos falar sobre a Demonstração do</p><p>Resultado do Exercício – DRE; Auditoria; Análise das Demonstrações Contábeis e</p><p>Noções de Custos.</p><p>A demonstração do resultado do exercício é a demonstração contábil que apresenta</p><p>o desempenho da entidade através do confronto entre receitas e despesas. Por</p><p>essa característica, possui caráter dinâmico. Se as receitas forem maiores que as</p><p>despesas, temos a ocorrência de lucro. Ao contrário, sobrepondo-se as</p><p>despesas às receitas, temos prejuízo.</p><p>Tudo isso conforme o pressuposto contábil de competência, pelo qual as receitas e</p><p>despesas devem ser reconhecidas independentemente de pagamento ou</p><p>recebimento.</p><p>A demonstração do resultado do exercício – DRE - objetiva evidenciar a situação</p><p>econômica da entidade, quando verificamos se a mesma apresenta lucro ou</p><p>prejuízo NO PERÍODO CONTÁBIL.</p><p>A DRE ficará com o saldo zerado (dizemos encerrada) e teremos transferido o valor</p><p>para a conta lucros acumulados (contra transitória que fica no PL, até a distribuição</p><p>destes valores).</p><p>Segundo a Lei 6.404/76 sobre a DRE:</p><p>Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:</p><p>I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos</p><p>e os impostos;</p><p>II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços</p><p>vendidos e o lucro bruto;</p><p>III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das</p><p>receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;</p><p>IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;</p><p>(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)</p><p>V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para</p><p>o imposto;</p><p>VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes</p><p>beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou</p><p>fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como</p><p>despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)</p><p>VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital</p><p>social.</p><p>§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:</p><p>a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua</p><p>realização em moeda; e</p><p>b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a</p><p>essas receitas e rendimentos.</p><p>O pronunciamento conceitual básico da contabilidade (CPC 00) salienta que a</p><p>demonstração do resultado do exercício relata o desempenho (performance) da</p><p>entidade. Para isso, há um confronto entre receitas e despesas.</p><p>O próprio pronunciamento apresenta definições mais completas sobre os conceitos</p><p>de receita e despesa:</p><p>Receitas são aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em</p><p>aumentos no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de</p><p>detentores de direitos sobre o patrimônio.</p><p>Despesas são reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam</p><p>em reduções no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a distribuições</p><p>aos detentores de direitos sobre o patrimônio.</p><p>Decorre dessas definições de receitas e despesas que contribuições de detentores</p><p>de direitos sobre o patrimônio não são receitas, e distribuições a detentores de direitos</p><p>sobre o patrimônio não são despesas.</p><p>Técnica Contábil - Auditoria</p><p>Auditoria é uma técnica contábil, cujo objetivo precípuo é constatar se as</p><p>demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes,</p><p>em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável.</p><p>Em outros termos, o Auditor vai avaliar se a entidade auditada seguiu as normas</p><p>que orientam a forma de apresentar as demonstrações contábeis, uma vez que</p><p>elas são importantes no processo de tomadas de decisões de diversos usuários</p><p>(acionistas e outras partes interessadas, como órgãos reguladores, governo, etc.).</p><p>Existem outros tipos (e enfoques) de auditoria, como por exemplo: auditoria</p><p>operacional (ou de gestão), auditoria de sistemas, auditoria de compliance,</p><p>auditoria ambiental, auditoria na saúde etc.</p><p>As auditorias podem variar de acordo com diversos critérios, como por exemplo:</p><p>o objetivo, a periodicidade e o posicionamento do auditor/órgão fiscalizador. O</p><p>objetivo</p>