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Aula 2 - Direito constitucional II

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Municípios
A Constituição Federal elevou o município ao status de ente indispensável ao nosso sistema federativo, integrando-o na organização político-administrativa e garantindo-lhe plena autonomia. (Arts. 1o; 18; 29; 30 e 34, VII, CF/88)
Isso se deve unicamente ao fato que o Brasil possui dimensões continentais as quais dificultam uma administração direta por parte da união e dos estados federados, fazendo com que o Município seja um ente indispensável para a unidade federativa. 
Formação dos Municípios 
Como um ente federativo autônomo, um novo Município pode ser criado nos termos de nossa constituição, ou seja, nos termos do Art. 18 §4° da CRFB um novo Município pode ser criado, incorporado, fundido ou desmembrado, desde que por lei complementar e atendidas a vontade plebiscitária das populações envolvidas e os estudos de viabilidade municipal. 
Desta forma, não sendo bastante o número de Municípios existentes, outros podem ser criados com vistas a facilitar e conduzir a efetividade do Estado, nos termos da CRFB.
Autonomia (estado anômalo)
A autonomia municipal, da mesma forma que a dos Estados-membros, configura-se pela tríplice capacidade de auto-organização e normatização própria, autogoverno e auto-administração.
Tríplice Capacidade 
- A auto-organização se dá através da Lei Orgânica Municipal, e leis municipais;
- Autogoverna-se mediante a eleição direta de seu prefeito, Vice-prefeito e vereadores, sem qualquer ingerência dos Governos Federal e Estadual;
- Auto administra-se, no exercício de suas competências administrativas, tributárias e legislativas, conferidas pela Constituição Federal. 
Em derradeira análise um Município nada mais é do que um “estado” federado, que por ter um esfera de atuação mais limitada também possui um esfera de poder mais específica, estando vinculada aos interesses e problemas locais.
Lei orgânica
A Lei Orgânica organizará os órgãos da Administração, a relação entre os órgãos do executivo e Legislativo, disciplinando a competência legislativa do município, observada as peculiaridades locais, bem como sua competência comum, disposta no art. 23, e sua competência suplementar, disposta no art. 30, II, da CF/88; além de estabelecer as regras do processo legislativo municipal e toda regulamentação orçamentária.
Trocando em miúdos, a lei orgânica de um Município nada mais é do que sua constituição, a qual não é assim chamada somente para evitar confusões de ordem teórica.
A organização dos Municípios
Observando que os Municípios são partes menores dos estados Federados, o legislador constituinte originário decidiu por entregar aos estados federados o poder de organizar os Municípios para que estes pudessem melhor serem atendidos nas suas necessidades e para que estes melhor pudessem desenvolver as suas finalidades. 
Diante disto, assim encontramos na CRFB:
-Regiões metropolitanas (Rio de Janeiro)
Regiões metropolitanas: caracterizam-se por um conjunto de municípios limítrofes, com certa continuidade urbana, que se reúnem em torno de um município-pólo;
-Micro regiões
Microrregiões: constituem-se por municípios limítrofes, que apresentam características homogêneas e problemas em comum, mas que não se encontram ligados por certa continuidade urbana. Será estabelecido um município sede.
-Aglomerados urbanos (Baixada Fluminense)
Aglomerados urbanos: são áreas urbanas de municípios limítrofes, sem um pólo, ou mesmo uma sede. Caracterizam-se pela grande densidade demográfica e continuidade urbana.
-Requisitos constitucionais comuns as três hipóteses:
Lei complementar estadual.
Tratar-se de um conjunto de municípios limítrofes.
Ter por finalidade a organização, planejamento e execução de funções públicas de interesse comum.
Distrito Federal
A Constituição assegura ao Distrito Federal a natureza de ente federativo autônomo, em virtude da tríplice capacidade de auto-organização, autogoverno e auto-administração (arts. 1o; 18; 32; 34, da CF/88), vedando-lhe a possibilidade de subdividir-se em municípios.
O DF também se auto-governará por lei orgânica, e também reger-se-á pelas leis distritais, editadas no exercício de sua competência legiferante. Observe que o conteúdo da lei orgânica do Distrito Federal será um conteúdo comum à constituição do estado federado assim como de um Município.
Territórios
Os Territórios integram a União, e sua criação, transformação em estado ou reintegração ao estado de origem serão reguladas em lei complementar (CF art. 18, § 2o)
Os Territórios não são componentes do Estado Federal, pois constituem simples descentralizações administrativas-territoriais da própria União. (Artos 18, § 2o e 33 § 2o)
Vedações constitucionais de natureza federativa (art. 19 CF)
Neste caminho pretende o legislador constituinte originário impedir que os entes federados sejam de qualquer forma partidários dessa ou daquela preferência, seja étnica, social ou religiosa. Os entes federativos dentro de seu limite funcional existem para dar efetividade ao estado, estando então inclinada ao coletivo em detrimento do particular. 
Aula 2 – Continuação: Regras de organização político administrativas
 Entes federativos
Municípios
Formação dos municípios (art. 18 §4o CF)
 Autonomia (estado anômalo, Art 18 caput e Art. 34 § 4)
Tríplice capacidade 
-Auto organização ( Lei orgânica art. 29 CF, princípios constitucionais e federais sensíveis)
-Auto governo (governo próprio)
-Auto administração (esferas de poder próprio)
Lei Orgânica
A organização dos Municípios 
-Regiões metropolitanas (Art. 25 § 3° CF Ex- Rio de Janeiro)
-Micro regiões (art. 25 §3o CF)
-Aglomerados urbanos (Art. 25 § 3° CF Ex -Baixada Fluminense)
Distrito Federal (art. 32 CF)
Territórios (art. 33 CF)
Vedações constitucionais de natureza federativa (art. 19 CF)

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