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<p>Claretiano - Centro Universitário</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>PORTFOLIO</p><p>Boa Vista - RR</p><p>2024</p><p>GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM</p><p>SARAH SABRINA PEREIRA DE SOUSA</p><p>R.A. 8135446</p><p>PORTFOLIO</p><p>Atividade referente ao portfólio da matéria de Enfermagem em Ginecologia, Obstetrícia e Saúde da mulher : sob orientação dos Tutores: Bruna Francielle Toneti</p><p>Boa Vista - RR</p><p>2024</p><p>Infecções sexualmente transmissíveis, conhecidas popularmente por IST, são doenças infecciosas que se transmitem essencialmente (porém não de forma exclusiva) pelo contato sexual. O uso de preservativos (camisinhas) tem sido considerado como a medida mais eficiente para prevenir a contaminação e impedir sua disseminação.</p><p>Para cada uma das quatro ISTs descritas, abaixo, investigue e aborde sobre:</p><p>- Breve descrição</p><p>- Transmissão</p><p>- Agente patogênico</p><p>- Quadro clínico</p><p>- Diagnóstico e tratamento</p><p>- Prevenção</p><p>1) HIV</p><p>2) Sífilis</p><p>3) HPV</p><p>4) Clamídia e Gonorreia</p><p>HIV</p><p>HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.</p><p>Ter o HIV não é a mesma coisa que ter aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.</p><p>O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune.</p><p>TRANSMISSÃO</p><p>Somente em secreções como sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno, o vírus aparece em quantidade suficiente para causar a moléstia. Para haver a transmissão, o líquido contaminado de uma pessoa tem que penetrar no organismo de outra. Isto se dá através de relação sexual (heterossexual ou homossexual), ao se compartilhar seringas, em acidentes com agulhas e objetos cortantes infectados, na transfusão de sangue contaminado, na transmissão vertical da mãe infectada para o feto durante a gestação ou o trabalho de parto e durante a amamentação.</p><p>AGENTE PATOGÊNICO</p><p>Para agentes específicos se faz necessário. Na infecção precoce pelo HIV, patógenos entéricos mais comuns devem ser suspeitados: Salmonella sp, Shigella sp, Campylobacter sp, Giardia lamblia, Entamoeba histolytica, adenovírus, rotavírus.</p><p>QUADRO CLÍNICO</p><p>A infecção aguda, também chamada de síndrome da infecção retroviral aguda ou infecção primária, ocorre em cerca de 50% a 90% dos pacientes. Seu diagnóstico é pouco realizado, em razão do baixo índice de suspeição, sendo, em sua maioria, retrospectivo. As manifestações clínicas podem variar desde quadro gripal até uma síndrome, que se assemelha à mononucleose.</p><p>Na fase seguinte (infecção assintomática) o estado clínico básico é mínimo ou inexistente. Alguns pacientes podem apresentar uma linfoadenopatia generalizada persistente, “flutuante” e indolor.</p><p>Na fase sintomática inicial (ou precoce) o portador de HIV pode apresentar sinais e sintomas inespecíficos de intensidade variável, como sudorese noturna, fadiga, emagrecimento e trombocitopenia, além de processos oportunistas de menor gravidade, principalmente na pele e nas mucosas, como candidíase oral e, nas mulheres, vaginal.</p><p>O aparecimento de infecções oportunistas (tuberculose, neurotoxoplasmose, neurocriptococose) e algumas neoplasias (linfomas não Hodgkin e sarcoma de Kaposi) define a aids em sua forma mais avançada.</p><p>DIAGNÓSTICO</p><p>Os testes para detecção da infecção pelo HIV podem ser divididos, basicamente, em quatro grupos:</p><p>1. testes de detecção de anticorpos;</p><p>1. testes de detecção de antígenos;</p><p>1. testes de amplificação do genoma do vírus;</p><p>1. técnicas de cultura viral.</p><p>As técnicas rotineiramente utilizadas para o diagnóstico da infecção pelo HIV são as baseadas na detecção de anticorpos contra o vírus, os chamados testes anti-HIV. Essas técnicas apresentam excelentes resultados. Além de serem menos dispendiosas, são de escolha para toda e qualquer triagem inicial. Detectam a resposta do hospedeiro contra o vírus (os anticorpos) e não o próprio vírus.</p><p>Testes de detecção de anticorpo:</p><p>1. ELISA (ensaio imunoenzimático): essa técnica vem sendo amplamente utilizada na triagem de anticorpos contra o vírus, pela sua facilidade de automação, custo relativamente baixo e elevada sensibilidade e especificidade.</p><p>1. Imunofluorescência indireta: é um teste utilizado na etapa de confirmação sorológica.</p><p>1. Western-blot: esse teste é considerado “padrão ouro” para confirmação do resultado reagente na etapa de triagem. Tem alta especificidade e sensibilidade, mas, comparado aos demais testes sorológicos, têm um elevado custo.</p><p>1. Testes rápidos: dispensam em geral a utilização de equipamentos para a sua realização, sendo de fácil execução e leitura visual. Sua aplicação é voltada para situações emergenciais que requerem o uso profilático com antirretrovirais, ou seja, em centros obstétricos, e no paciente-fonte após acidente ocupacional. Esse teste tem aplicação, ainda, em locais onde a avaliação de custo-benefício justifica. seu uso e para triagem geral da população de risco. Os testes rápidos são executados em tempo inferior a 30 minutos</p><p>As outras técnicas de biologia molecular detectam diretamente o vírus, ou suas partículas, e são utilizadas em situações específicas, tais como: esclarecimento de exames sorológicos indeterminados, acompanhamento laboratorial de pacientes e mensuração da carga viral para controle de tratamento.</p><p>Os anticorpos contra o HIV aparecem, principalmente, no soro ou plasma de indivíduos infectados, numa média de 6 a 12 semanas após a infecção. Em crianças menores de 2 anos, o resultado dos testes sorológicos é de difícil interpretação, em virtude da presença de anticorpos maternos transferidos passivamente através da placenta. Nesses casos, em virtude dos testes imunológicos anti-HIV não permitirem a caracterização da infecção, recomenda- se que a avaliação inicial de diagnóstico seja realizada por testes de biologia molecular para detecção direta do vírus.</p><p>TRATAMENTO</p><p>A indicação de uso de terapia anti-retroviral (TARV) é um tema complexo, sujeito a constantes mudanças e incorporação de novos conhecimentos, e por isso definida e revisada anualmente por um grupo técnico assessor de experts, nomeado em portaria do Ministério da Saúde.</p><p>Por essa razão, a terapia anti-retroviral para o HIV deve ser prescrita por infectologista, ou outro médico capacitado, que definirá, baseado nas recomendações do consenso vigente, o momento de início e qual a melhor combinação a ser instituída.</p><p>Temos três classes de drogas liberadas para o tratamento anti-HIV, os Inibidores da Transcriptase Reversa, os Inibidores da Protease e o inibidor de fusão (o T20). Temos a seguir breves informações sobre os anti-retrovirais de maior uso:</p><p>1. Inibidores da Transcriptase Reversa – são drogas que inibem a replicação do HIV, bloqueando a ação da enzima transcriptase reversa, que age convertendo o RNA viral em DNA. Atualmente temos disponíveis substâncias Nucleosídeas (AZT, 3TC, d4T, ddI e Abacavir) e Não-Nucleosídeas (Nevirapina, Delavirdina e Efavirenz).</p><p>1. Inibidores da Protease – essas drogas agem no último estágio da formação do HIV, impedindo a ação da enzima protease. Essa enzima é fundamental para a clivagem das cadeias protéicas, produzidas pela célula infectada,</p><p>em proteínas virais estruturais e enzimas que formarão cada partícula do HIV. Atualmente temos à disposição: Indinavir; Nelfinavir , Ritonavir; Saquinavir; Amprenavir, Lopinavir/Ritonavir.</p><p>As recomendações de TARV no Brasil têm por base evidências científicas de que a associação de drogas, promove a redução da replicação viral e a redução na emergência de cepas multirresistentes.</p><p>A terapia combinada é o tratamento anti-retroviral com associação de pelo menos três drogas da mesma classe farmacológica (p ex., três inibidores da transcriptase reversa), ou de classes diferentes (p ex., dois inibidores da transcriptase reversa e um inibidor de protease).</p><p>Define-se falha terapêutica em pacientes fazendo uso de terapia anti-retroviral, analisando-se três parâmetros:</p><p>1. Clínico: surgimento de sintomas relacionados com aids ou manifestações oportunistas</p><p>• Imunológico: queda > 25% da contagem de linfócitos T-CD4+</p><p>• Virológico: elevação da carga viral</p><p>Além da terapia anti-HIV, para alguns pacientes, o serviço especializado poderá prescrever quimioprofilaxia e imunização para certos processos oportunistas mais prevalentes, cuja relação custo-benefício tem se mostrado amplamente favorável.</p><p>PREVENÇÃO</p><p>Para evitar a transmissão da aids, recomenda-se o uso de preservativo durante as relações sexuais, a utilização de seringas e agulhas descartáveis e o uso de luvas para manipular feridas e líquidos corporais, bem como testar previamente sangue e hemoderivados para transfusão. Além disso, as mães infectadas pelo vírus (HIV-positivas) devem usar antirretrovirais durante a gestação para prevenir a transmissão vertical e evitar amamentar seus filhos.</p><p>SÍFILIS</p><p>A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária).</p><p>Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior. A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto.</p><p>A infecção por sífilis pode colocar em risco não apenas a saúde do adulto, como também pode ser transmitida para o bebê durante a gestação. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal previne a sífilis congênita e é fundamental. Em formas mais graves da doença, como no caso da Sífilis Terciária, se não houver o tratamento adequado pode levar a pessoa à morte.</p><p>TRANSMISSÃO</p><p>A sífilis é transmitida por meio das relações sexuais desprotegidas, sangue ou produtos sanguíneos (agulhas contaminadas ou transfusão com sangue não testado), da mãe para o filho em qualquer fase da gestação ou no momento do parto (sífilis congênita) e pela amamentação.</p><p>AGENTE PATOGÊNICO</p><p>É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Manifesta-se em três estágios: primária, secundária e terciária. Os dois primeiros estágios apresentam as características mais marcantes da infecção, quando se observam os principais sintomas e quando essa DST é mais transmissível.</p><p>QUADRO CLÍNICO</p><p>Sífilis primária – sintomas</p><p>Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias.</p><p>Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.</p><p>Sífilis secundária - sintomas</p><p>Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial.</p><p>Pode ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias.</p><p>Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.</p><p>Sífilis latente – fase assintomática - sintomas</p><p>Não aparecem sinais ou sintomas.</p><p>É dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção).</p><p>A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.</p><p>Sífilis terciária – sintomas</p><p>Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção.</p><p>Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte. IMPORTANTE: Uma pessoa pode ter sífilis e não saber, isso porque a doença pode aparecer e desaparecer, mas continuar latente no organismo. Por isso é importante se proteger, fazer o teste e, se a infecção for detectada, tratar da maneira correta. O não tratamento da sífilis pode levar a várias outras doenças e complicações, inclusive à morte.</p><p>DIAGNÓSTICO</p><p>O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. Esta é a principal forma de diagnóstico da sífilis.</p><p>O TR de sífilis é distribuído pelo Departamento das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais/Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde (DIAHV/SVS/MS) como parte da estratégia para ampliar a cobertura diagnóstica da doença. Nos casos de TR positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico.</p><p>Deve-se avaliar a história clínico-epidemiológica da mãe, o exame físico da criança e os resultados dos testes, incluindo os exames radiológicos e laboratoriais, para se chegar a um diagnóstico seguro e correto de sífilis congênita.</p><p>TRATAMENTO</p><p>O tratamento de escolha é a penicilina benzatina (benzetacil), que poderá ser aplicada na unidade básica de saúde mais próxima de sua residência.</p><p>Esta é, até o momento, a principal e mais eficaz forma de combater a bactéria causadora da doença.</p><p>Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, com a penicilina benzatina. Este é o único medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical, ou seja, de passar a doença para o bebê.</p><p>A parceria sexual também deverá ser testada e tratada para evitar a reinfecção da gestante. São critérios de tratamento adequado à gestante:</p><p>Administração de penicilina benzatina.</p><p>· Início do tratamento até 30 dias antes do parto.</p><p>· Esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico da sífilis.</p><p>· Respeito ao intervalo recomendado das doses.</p><p>PREVENÇÃO</p><p>O uso correto e regular da camisinha feminina e/ou masculina é a medida mais importante de prevenção da sífilis, por se tratar de uma Infecção Sexualmente Transmissível.</p><p>O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal de qualidade contribui para o controle da sífilis congênita.</p><p>HPV</p><p>O HPV é um DNA-vírus que pode induzir uma grande variedade de lesões proliferativas na região anogenital. Atualmente, há mais de 200 tipos de HPV descritos, sendo que aproximadamente 40 tipos infectam o trato anogenital e pelo menos 20 subtipos estão associados ao carcinoma do colo uterino.</p><p>A infecção pelo HPV é uma das IST mais frequentes no mundo. O risco estimado para a exposição a essa infecção é de 15% a 25% a cada nova parceria. Em grande parte dos casos, a infecção é auto limitada e transitória, sem causar qualquer dano. A maioria das pessoas que entram em contato com o HPV, se não desenvolverem lesões clínicas e não realizarem testes laboratoriais, poderão nunca ter a infecção diagnosticada.</p><p>TRANSMISSÃO</p><p>Como os HPV são transmitidos? A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Assim sendo, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal.</p><p>AGENTE PATOGÊNICO</p><p>O papilomavírus humano (HPVs) são pequenos vírus encapsulados sem envelope com</p><p>um genoma circular de oito quilobases que codifica oito genes, incluindo duas proteínas estruturais encapsulantes, L1 e L2.</p><p>A proteína L1, expressa de forma recombinante em um sistema de cultura de células, se auto-monta na ausência do genoma viral para formar uma partícula semelhante a vírus (PSV). Essa partícula é o imunógeno usado nas vacinas contra o HPV. L2 é a proteína menor do capsídeo que, junto com L1, medeia a infectividade do HPV.</p><p>O ciclo de replicação do vírus está integralmente ligado à diferenciação epitelial (isto é, a maturação do queratinócito). A infecção inicial da célula-tronco basal ocorre como resultado de rupturas microscópicas no epitélio. O HPV têm predileção pela pele queratinizada anogenital. Os locais comuns de infecção incluem o pênis, escroto, períneo, canal anal, região perianal, intróito vaginal, vulva e colo do útero. O papel das infecções por HPV na etiologia dos cânceres epiteliais foi apoiado pelo DNA do HPV estar comumente presente no pré-câncer anogenital e nos cânceres invasivos, bem como nos cânceres orofaríngeos.</p><p>Além disso, a expressão dos oncogenes virais E6 e E7 é consistentemente demonstrada em linhagens de células de carcinoma cervical. Estudos epidemiológicos também indicam infecções por HPV como o principal fator para o desenvolvimento de câncer cervical.</p><p>QUADRO CLÍNICO</p><p>A infecção pelo HPV, tanto no homem como na mulher, tem sido descrita sob três formas de apresentação: latente, subclínica e clínica.</p><p>Apresentação latente do HPV</p><p>Ocorre quando as pessoas infectadas por HPV não desenvolvem qualquer lesão. Essa condição pode permanecer durante toda a vida. Apenas algumas pessoas podem, anos mais tarde, vir a expressar a doença com condilomas ou alterações celulares do colo uterino.</p><p>Nessa situação, não existe manifestação clínica, citológica ou histológica, apenas podendo a infecção ser demonstrada por meio de exames de biologia molecular (detecção do DNA viral).</p><p>Apresentação subclínica</p><p>A lesão subclínica ocorre quando as microlesões pelo HPV são diagnosticadas por meio de exame de Papanicolaou e/ou colposcopia (lesões acetobrancas), com ou sem biópsia. A lesão intraepitelial escamosa de baixo ou alto risco é detectada com mais frequência.</p><p>1. Os tipos oncogênicos de HPV podem resultar em lesões precursoras do carcinoma escamoso da cérvice uterina, divididas em: Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (NIC I/displasia leve)</p><p>1. Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (NIC II/NIC III, displasia moderada, displasia severa, carcinoma in situ).</p><p>1. Além disso, outros epitélios podem sofrer a ação oncogênica do vírus, resultando em neoplasia intraepitelial vaginal (NIVA), vulvar (NIV), perineal (NIPE), peniana (PEIN) e anal (NIA).</p><p>Apresentação clínica (lesão macroscópica)</p><p>A forma mais comum de apresentação é conhecida como verruga genital ou condiloma acuminado. Manifesta-se pela presença de lesões exofíticas, com superfície granulosa, únicas ou múltiplas, restritas ou disseminadas, da cor da pele, eritematosas ou hiperpigmentadas e de tamanho variável.</p><p>As lesões maiores assemelham-se a “couve-flor” e as menores possuem aparência de pápula ou placa, podendo também ter aspecto filiforme, sendo em geral resultantes de infecção por tipos não oncogênicos. Na mulher, encontram-se na vulva, períneo, região perianal, vagina e colo. No homem, localizam-se na glande, sulco bálano-prepucial e região perianal. Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.</p><p>DIAGNÓSTICO</p><p>O diagnóstico do condiloma acuminado é clínico e pode ser confirmado por biópsia. Entre as técnicas utilizadas para o diagnóstico das lesões anogenitais induzidas por HPV, recomendam-se os seguintes exames:</p><p>1. Colpocitologia oncótica de colo uterino (teste de Papanicolau);</p><p>1. Citologia oncótica anal;</p><p>1. Colposcopia;</p><p>1. Anuscopia;</p><p>1. Histopatologia.</p><p>Há testes que identificam vários tipos de HPV, mas seu valor na prática clínica não está claro, e as decisões quanto às condutas clínicas não devem ser feitas com base nesses testes, mas em alterações celulares observadas pela colpocitologia oncótica. Assim, não é recomendável, na rotina, a triagem de infecção subclínica pelo HPV.</p><p>A biópsia de lesões anogenitais sugestivas de HPV está indicada nos seguintes casos:</p><p>1. Presença de lesão suspeita de neoplasia (lesões pigmentadas, endurecidas, fixas ou ulceradas);</p><p>1. Ausência de resposta ao tratamento convencional;</p><p>1. Aumento das lesões durante o tratamento;</p><p>1. Pacientes com imunodeficiência (HIV, uso de drogas imunossupressoras, corticóides, entre outros).</p><p>TRATAMENTO</p><p>O objetivo principal do tratamento das lesões anogenitais induzidas pelo HPV é a remoção das lesões clínicas. Se não houver esse tratamento, os condilomas podem desaparecer, permanecer inalterados ou aumentar em tamanho ou número. No entanto, nenhuma evidência indica que os tratamentos disponíveis erradicam ou afetam a história natural da infecção do HPV.</p><p>A seguir, apresentam-se as opções terapêuticas para o tratamento das lesões anogenitais induzidas pelo HPV:</p><p>1. Podofilina9 a 10%-25% (solução): Usar uma vez por semana até o desaparecimento das lesões. Recomenda-se a utilização de até 0,5 mL em cada aplicação ou a limitação da área tratada a 10 cm2 por sessão.</p><p>1. Ácido tricloroacético (ATA) a 80%-90% (solução): Aplicar pequena quantidade somente nos condilomas e deixar secar, quando a lesão esbranquiçar. Usar uma vez por semana até oito a 10 semanas.</p><p>1. Eletrocauterização: Não está indicada nas lesões vaginais, cervicais e anais, visto que o controle da profundidade do efeito é difícil, podendo causar necrose tecidual extensa, com estenose em estruturas tubulares, como canal anal e vaginal.</p><p>4. Crioterapia: É útil quando há poucas lesões ou em lesões muito queratinizadas. Pode ser necessária a realização de mais de uma sessão terapêutica, respeitando um intervalo de uma a duas semanas entre as sessões. Raramente necessita anestesia. Pode facilitar o tratamento se há muitas lesões ou envolvimento de área extensa.</p><p>5. Exérese cirúrgica: método apropriado para o tratamento de poucas lesões, quando é desejável exame histopatológico do espécime. Os condilomas podem ser retirados por meio de incisão tangencial com tesoura delicada, bisturi ou cureta. Na presença de lesão vegetante no colo uterino, deve-se excluir a possibilidade de se tratar de uma neoplasia intraepitelial antes de iniciar o tratamento.</p><p>PREVENÇÃO</p><p>O uso de preservativo nas relações sexuais diminui significativamente o risco de desenvolvimento de condiloma acuminado e de lesões de alto grau no colo uterino. A partir de 2014, o Ministério da Saúde ampliou o Calendário Nacional de Vacinação, com a introdução da vacina quadrivalente contra HPV tipos 6, 11, 16 e 18.</p><p>A prevenção de lesões genitais pré-cancerosas do colo do útero, de vulva e de vagina em mulheres, e anal em ambos os sexos, está relacionada aos tipos 16 e 18, e as verrugas genitais em mulheres e homens, aos tipos 6 e 11.</p><p>A colpocitologia oncótica detecta as lesões oncogênicas decorrentes da infecção pelo HPV no colo uterino. O exame deve ser feito, preferencialmente, por mulheres entre 25 a 64 anos que têm ou já tiveram atividade sexual. Os dois primeiros exames devem ser realizados com intervalo de um ano e, se os resultados forem normais, o exame passará a ser feito a cada três anos, conforme diretrizes do MS, exceto nas mulheres vivendo com HIV/aids, quando deve ser realizado anualmente, mesmo com resultados normais. O exame é um procedimento seguro, com pouco ou nenhum incômodo, executado em alguns minutos.</p><p>CLAMÍDIA E GONORREIA</p><p>São IST causadas por bactérias (Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, respectivamente). Na maioria das vezes estão associadas, causando a infecção que atinge os órgãos genitais, a garganta e os olhos.</p><p>Essas infecções, quando não tratadas, podem causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas,</p><p>entre outros danos à saúde.</p><p>TRANSMISSÃO</p><p>Agentes causadores (patógeno e vetores): Neisseria gonorrhoeae, diplococo gram negativo.</p><p>A principal forma de transmissão da gonorreia é por meio de relação sexual com pessoa infectada, seja essa relação oral, vaginal ou anal, sem o uso de preservativo. Mesmo sem apresentar sintomas, as mulheres contaminadas transmitem a bactéria causadora da doença. Pode ocorrer também, durante o parto, transmissão da mãe contaminada para o bebê. Caso esse tipo de transmissão aconteça, corre-se o risco de o bebê ter os olhos gravemente afetados, podendo levar à cegueira. O período de incubação geralmente ocorre entre 2 e 5 dias. O risco de transmissão de um parceiro infectado a outro é de 50% por ato. Pode durar de meses a anos, se o paciente não for tratado. O tratamento eficaz rapidamente interrompe a transmissão.</p><p>AGENTE PATOGÊNICO</p><p>Os sintomas mais frequentes causados por essas infecções são, na mulher, corrimento vaginal com dor no baixo ventre na mulher, e nos homens, corrimento no pênis e dor ao urinar. No entanto, é muito comum que as infecções causadas por essas bactérias sejam assintomáticas na maioria dos casos. A falta de sintomas leva as mulheres a não procurarem tratamento para essas infecções, as quais podem se agravar quando não tratadas, causando Doença Inflamatória Pélvica (DIP), infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde.</p><p>QUADRO CLÍNICO</p><p>Dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), corrimento amarelado ou claro, fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. A maioria das mulheres infectadas não apresentam sinais e sintomas.</p><p>Os homens podem apresentar ardor e esquentamento ao urinar, podendo haver corrimento ou pus, além de dor nos testículos.</p><p>DIAGNÓSTICO</p><p>Clínico (principais sintomas): Entre dois e oito dias após relação sexual desprotegida, a pessoa passa a sentir ardência e dificuldade para urinar. Às vezes, pode-se notar um corrimento amarelado ou esverdeado – até mesmo com sangue – que sai pelo canal da urina, no homem, e pela vagina, na mulher. A clamídia também é uma DST muito comum e apresenta sintomas parecidos com os da gonorreia, como, por exemplo, corrimento parecido com clara de ovo no canal da urina e dor ao urinar. As mulheres contaminadas pela clamídia podem não apresentar nenhum sintoma da doença, mas a infecção pode atingir o útero e as trompas, provocando uma grave infecção. Nesses casos, pode haver complicações como dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas (fora do útero), parto prematuro e até esterilidade.</p><p>Laboratorial (exames realizados): Os exames são clínicos, epidemiológico e laboratoriais, incluso exames bacterioscópio.</p><p>TRATAMENTO</p><p>O tratamento é feito a base de antibióticos que agem de maneira eficaz. É importante que o tratamento seja feito pelo casal e durante este manter abstinência sexual. Em casos de gravidez, a mulher deve se submeter o quanto antes ao tratamento, pois a infecção pode causar cegueira e infecção nas articulações e no sangue do bebê. Caso não sejam tratadas, essas DST podem provocar esterilidade, atacar o sistema nervoso (causando meningite), afetar os ossos e o coração. Atenção: corrimentos são muito comuns em mulheres. Portanto, sua ocorrência não significa, necessariamente, sinal de DST. O médico poderá fazer seu correto diagnóstico e indicação de tratamento adequado.</p><p>PREVENÇÃO</p><p>A principal recomendação para se prevenir dos riscos de infecção é usar camisinha masculina ou feminina nas relações sexuais vaginais e orais. Além da camisinha masculina ou feminina, usar lubrificantes à base de água nas relações sexuais anais. É recomendado realizar sempre o autoexame, observando os próprios órgãos genitais e vendo se a cor, aparência, cheiro e a pele estão saudáveis.</p><p>REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:</p><p>https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/i/ist#:~:text=S%C3%A3o%20alguns%20exemplos%20de%20IST,m%C3%A3os%2C%20olhos%2C%20l%C3%ADngua)</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/doencas-sexualmente-transmissiveis-dst/</p><p>image1.png</p>