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<p>Fundamentos de</p><p>Neuroarquitetura</p><p>Prof.ª Ísis Lima –Neurocientista</p><p>Renata Ferreira - Arquiteta</p><p>No final do século XVIII foi a máquina a vapor.</p><p>E agora, século XXI, as neurociências,</p><p>neuroarquitetura, robótica, cultura maker,</p><p>biotecnologia serão as responsáveis por uma</p><p>mudança exponencial do processamento mental</p><p>humano. E têm-se um nome para isso: a quarta</p><p>revolução industrial, marcada pela convergência de</p><p>ambientes funcionais, experimentais e tecnologias</p><p>digitais, fundindo-se com o biológico, como o</p><p>nosso sistema nervoso.</p><p>Estamos imersos em uma revolução que</p><p>transformará fundamentalmente a forma como</p><p>vivemos, estudamos, trabalhamos e nos</p><p>relacionamos, uns com os outros e com os</p><p>ambientes, afetando o mercado de trabalho, as</p><p>escolas, empresas, hospitais e o futuro.</p><p>Já ouviu falar no termo 4.0? A educação e indústria 4.0 já é uma realidade e um dos</p><p>seus efeitos será o aumento do desemprego e surgimento de novas demandas e</p><p>oportunidades. Não tem mais volta. Tal processo, oportunizará a humanidade a libertar-se</p><p>de tarefas repetitivas e operacionais, passando-se a valorizar capacidades e habilidades</p><p>exclusivamente humanas, incapazes de serem executadas através de tecnologias digitais,</p><p>tais como inferências, analogias, flexibilidade cognitiva, empatia e criatividade.</p><p>Atualmente os ambientes escolares e coorporativos</p><p>encontram-se diante de grandes desafios, por estarem</p><p>diretamente ligados a tal disruptiva transformação.</p><p>Segundo a Pearson, maior empresa de educação do</p><p>mundo, o profissional em 2030, para estar empregado</p><p>deverá apresentar um perfil de pesquisador, autodidata,</p><p>pensamento divergente, capaz de investigar, refletir, realizar,</p><p>criticar, usar a criatividade e soluções tecnológicas digitais</p><p>para selecionar, organizar e planejar práticas desafiadoras,</p><p>coerentes e significativas, além de habilidades</p><p>socioemocionais, empatia e ética.</p><p>Porém, para compreender e associar tais</p><p>práticas, os ambientes precisam ser</p><p>projetados às necessidades deste novo</p><p>indivíduo integral. Em todo o mundo,</p><p>projetos pedagógicos e coorporativos,</p><p>revisam seus parâmetros arquitetônicos</p><p>procurando atender a essa demanda.</p><p>O cérebro de hoje não é o</p><p>mesmo de 100 anos atrás.</p><p>O novo modelo de</p><p>pensamento humano traz</p><p>mudanças biológicas, de</p><p>maneira a permitir que nos</p><p>tornemos os protagonistas</p><p>através de uma</p><p>aprendizagem autodirigida.</p><p>Porém, em contrapartida, o aumento de estímulos sensoriais visuais, por meio</p><p>de interações em ambientes tecnológicos digitais, big data, além do isolamento</p><p>social pode ser visto como um fator de risco para a manutenção do bem-estar</p><p>geral e saúde mental.</p><p>O circuito cerebral do prazer ou também conhecido como o Sistema de Recompensa ou circuito</p><p>mesocorticolímbico é modulado por uma substância denominada dopamina. Nosso cérebro busca sempre</p><p>“equilibrar” está balança diariamente, entre situações estressantes e prazerosas. Associamos a experiência</p><p>de prazer a estímulos sensoriais (visuais, táteis, gustativos, olfativos e auditivos).</p><p>Processamos estímulos de forma consciente e inconsciente, interagindo, sentindo, 24 horas por dia. As</p><p>interações sensoriais que nos fazem ativar o circuito do prazer e nos trazem satisfação são dentre muitas; o</p><p>conforto sensorial (acústico, luminoso, térmico), praticar esporte, ajudar o próximo, alcançar objetivos,</p><p>conclusão de tarefas e interações com a natureza.</p><p>E ainda, o uso do design biofílico, ou seja, a satisfação pela natureza e sua inclusão</p><p>em projetos, aponta uma correlação positiva entre a exposição a espaços verdes e</p><p>saúde mental de crianças e adolescentes, segundo estudos neurocientíficos.</p><p>Onde é visto uma consistente associação benéfica entre a</p><p>exposição ao espaço verde e melhora de transtornos</p><p>emocionais e comportamentais das crianças, particularmente</p><p>em hiperatividade e desatenção, favorecendo a restauração da</p><p>atenção e controle de impulsos, sono e laços sociais..</p><p>Impactando assim, diretamente a liberação dos conhecidos fatores</p><p>neurotróficos, mediadores da neuroplasticidade cerebral, sendo está</p><p>uma propriedade do sistema nervoso em se reorganizar e se remodelar</p><p>constantemente, mediante situações novas e desafiadoras, ou seja,</p><p>ninguém sai de um ambiente da mesma forma que chegou,</p><p>literalmente, seu cérebro será impactado e modificado</p><p>Sendo assim, o ambiente é capaz de</p><p>reduzir a tensão cognitiva e estresse,</p><p>favorecendo a formação de novas</p><p>redes neurais, consolidadas por</p><p>emoções agradáveis e prazer,</p><p>levando a uma experiência ricamente</p><p>complexa e efetiva, além de criativa e</p><p>resolutiva.</p><p>A correlação positiva entre a</p><p>neuroarquitetura e o maior</p><p>engajamento, fornece</p><p>configurações significativas para</p><p>uma prática ainda mais atraente e</p><p>motivadora, especialmente</p><p>desenhada para os moldes e</p><p>necessidades da atualidade.</p><p>“A espiritualidade da arquitetura era tão inspiradora que eu era capaz de pensar</p><p>intuitivamente muito além de qualquer coisa que fiz no passado. Sob a influência daquele</p><p>lugar histórico, projetei intuitivamente a pesquisa que acreditava que resultaria em uma</p><p>vacina contra a poliomielite. Voltei ao meu laboratório em Pittsburgh para validar meus</p><p>conceitos e descobri que eles estavam corretos. ” Dr. Jonas Edward Salk</p><p>Criador da vacina contra a poliomielite, doença que em 1952 contaminou cerca de</p><p>58.000 pessoas, levando-as a apresentar significativas sequelas motoras, Dr. Jonas</p><p>Edward Salk, na sua busca incansável pela cura da doença, decidiu que precisava se aliviar</p><p>do estresse, decidindo ir para um mosteiro franciscano, especificamente, na Basílica de</p><p>San Francesco d’ Assis, situado na Itália e foi ali, onde ele teve a inspiração e o insight</p><p>para a criação da vacina. Anos depois, Jonas Salk pede ao arquiteto Louis Kahn para</p><p>recriar em San Diego a atmosfera da basílica e nasce o centro de pesquisa cientifica</p><p>Instituto Salk.</p><p>A Neuroarquitetura é</p><p>fundamentada em pesquisas</p><p>científicas e foi em 2003, que o</p><p>Dr. Fred Gage, neurocientista</p><p>sênior do Instituto Salk, anuncia a</p><p>criação da ANFA (Academia de</p><p>Neurociência para Arquitetura),</p><p>com a missão de promover e</p><p>aprimorar o conhecimento que</p><p>vincula a pesquisa neurocientífica,</p><p>com a crescente compreensão das</p><p>respostas humanas ao ambiente</p><p>construído.</p><p>Geralmente, quando um cliente procura um arquiteto</p><p>para desenvolver um projeto, na maioria das vezes ele</p><p>expressa suas ideias, sem levar em consideração suas</p><p>reais demandas emocionais, físicas, motoras, cognitivas.</p><p>O profissional contratado, por sua vez dificilmente</p><p>consegue conduzi-lo a refletir sobre tais necessidades.</p><p>Com isso, a neuroarquitetura</p><p>busca estabelecer-se em prol</p><p>de estreitar o conhecimento</p><p>entre o espaço construído e</p><p>sua influência direta em</p><p>nosso comportamento,</p><p>através do nosso sistema</p><p>nervoso.</p><p>O despertar do melhor potencial de</p><p>nossa humanidade precisa estar no</p><p>centro do projeto arquitetônico, pois</p><p>assim o espaço construído poderá</p><p>ser usado como ferramentas para</p><p>impactar a qualidade de vida diária,</p><p>potencializando e promovendo bem-</p><p>estar geral, saúde mental,</p><p>produtividade e engajamento</p><p>@ r e n a t a f e r r e i r a a r q u i t e t u r a</p><p>contato@renataferreiraarq.com.br</p><p>r e n a t a f e r r e i r a a r q . c o m . b r</p><p>3 1 - 3 0 4 7 . 8 8 . 4 3</p><p>@ i s i s l i m a . n e u r o</p><p>renata.ferreira</p><p>a r q u i t e t u r a</p>

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