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<p>ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL</p><p>Ética Profissional: Moral e ética</p><p>· A ética profissional fundamenta-se como ação moral.</p><p>· Moral: tem caráter prático (com força normativa); é temporária (cultural); aspectos de conduta específicos; relacionada com hábitos e costumes da época’o que é bom ou ruim.</p><p>· Ética: reflexão filosófica sobre a moral; é permanente (universal); é princípio; é a ciência que estuda a moral.</p><p>· A ética se objetiva através de um Código de Ética, a qual se revela como um conjunto de valores e princípios, normas moris, direitos, deveres e sanções, orientador do comportamento.</p><p>· A moral profissional diz respeito à relação entre a ação profissional do indivíduo singular (derivada de determinado comportamento prático objetivador de decisões, escolhas, juízos e ações de valor moral), os sujeitos nela envolvidos (usuários, colegas, etc) e o produto concreto da intervenção profissional (avaliado em função de suas consequências éticas, da responsabilidade profissional, tendo por parâmetros valores e referenciais dados pela categoria profissional como o Código de Ética, etc).</p><p>· A moral é reveladora de uma dada consciência moral ou moralidade que se objetiva através das exigências do ato moral: escolha entre alternativas, julgamentos com base em valores, posicionamentos que signifiquem defesa, negação, valorização de direitos, necessidades e atividades que interfiram e/ou tragam consequências sociais, éticas e políticas para a vida de outros indivíduos.</p><p>Trajetória dos Códigos de Éticas do Serviço Social Brasileiro</p><p>DÉCADA</p><p>SERVIÇO SOCIAL</p><p>BASE TEÓRICA</p><p>Anos 30-40</p><p>Gênese do SS no Brasil; criação das primeiras escolas de Serviço Social.</p><p>Pressupostos católicos e com base neotomista.</p><p>1947 – I Código de Ética Profissional.</p><p>Anos 50-60</p><p>Aprimoramento do Serviço Social no Brasil; Ampliação da profissão e das Escolas de SS.</p><p>Positivismo; Estruturalismo; Funcionalismo</p><p>1965 – II Código de Ética Profissional.</p><p>ANOS 60 – 80: Movimento de Reconceituação</p><p>1. Modernização Conservadora</p><p>· Conhecimento técnico científico – Funcionalismo e Estrutural-Positivismo;</p><p>· Encontros de Araxá (1967) e Teresópolis (1970).</p><p>2. Reatualização do Conservadorismo</p><p>· Aproximação com a fenomenologia;</p><p>· Seminários de Sumaré (1978) e Alto da boa Vista (1984).</p><p>1975 – III Código de Ética Profissional.</p><p>3. Intenção de Ruptura</p><p>· Ideias Marxistas;</p><p>· Método BH (1975) e III CBAS – Congresso da virada (1979)</p><p>ANOS 80</p><p>· Redemocratização;</p><p>· Categoria profissional atuado junto com os movimentos Sociais;</p><p>· 1982 – Currículo mínimo: processo de formação profissional, face às exigências contemporâneas.</p><p>· 1986- IV Código de Ética Profissional.</p><p>ANOS 90</p><p>· 1993 – V Código de Ética Profissional.</p><p>· 1996 – Diretrizes Curriculares da ABEPSS.</p><p>I CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL (1947)</p><p>· Primeira formulação ética criada pela Associação Brasileira de Assistentes Sociais (ABAS) – influenciada pelo doutrinismo católico.</p><p>· Valores:</p><p>1) Preocupação essencialmente com os deveres profissionais;</p><p>a. DEVERES = DEONTOLOGIA;</p><p>b. Jeremy Bentham (1748-1832) - Provêm das palavras gregas “déon, déontos” que significa dever e “lógos” que se traduz por discurso ou tratado - Conjunto de deveres profissionais estabelecidos em um código específico;</p><p>c. DICEOLOGIA = ESTUDO DOS DIREITOS.</p><p>2) Conservadorismo ético;</p><p>3) Formação profissional dos agentes centrado na moralização;</p><p>4) Apontava para um Projeto Social Reformista-Conservador.</p><p>Exemplo do documento [Introducão do CEP]</p><p>I. Moral ou Ética pode ser conceituada como a ciência dos princípios e das normas que se devem seguir para fazer o bem e evitar o mal.</p><p>III. A importância da Deontologia do Serviço Social provém do fato de que o Serviço Social não trata apenas de fator material, não se limita à remoção de um mal físico, ou a uma transação comercial ou monetária: trata com pessoas humanas desajustadas ou empenhadas no desenvolvimento da própria personalidade.</p><p>IV. A observância dos princípios da Deontologia do Serviço Social exige, da parte do Assistente Social, uma segura formação em todos os ramos da Moral.</p><p>Deveres do Assistente Social</p><p>1. Cumprir os compromissos assumidos, respeitando a lei de Deus, os direitos naturais do homem, inspirando‐se, sempre em todos seus atos profissionais, no bem comum e nos dispositivos da lei, tendo em mente o juramento prestado diante do testemunho de Deus.</p><p>2. Manter situação ou atitude habitual de acordo com as leis e bons costumes da comunidade.</p><p>Deveres para com o beneficiário do Serviço Social</p><p>1. Respeitar no beneficiário do Serviço Social a dignidade da pessoa humana, inspirando‐ se na caridade cristã.</p><p>· DESTAQUE: Criação dos Conselhos Profissionais.</p><p>· Foi na década de 50 que houve a criação e pleno funcionamento dos Conselhos de fiscalização das profissões e ofícios considerados liberais;</p><p>· Em especial ao SeSo, foi a partir da regulamentação do Serviço Social como profissão - realizada através da Lei nº 3252, de 27 de agosto de 1957, sendo oficializado através do Decreto nº 994 de 15 de maio de 1962 – qual foi criado:</p><p>· O Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS) e aos Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS);</p><p>· Dia do(a) Assistente Social.</p><p>II CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL (1965)</p><p>Contexto:</p><p>· Um cenário pós golpe militar de 1964 [intervenção militar];</p><p>· Inicio do movimento de reconceituação;</p><p>· Perspectiva da “ordem social” e desenvolvimentista;</p><p>· Assistente social como profissional liberal:</p><p>· Decreto nº 994/62 que regulamenta a Lei nº 3252/57.</p><p>· Princípios do pluralismo, da democracia e da justiça, porém, em uma lógica liberalista;</p><p>· Continuidade do Projeto Reformista-Conservador;</p><p>· Reforço da metodologia indivíduo – grupo – comunidade.</p><p>Exemplos Deveres fundamentais</p><p>Art. 7°. Ao assistente social cumpre contribuir para o bem comum, esforçando‐se para que o maior número de criaturas humanas dele se beneficiem, capacitando indivíduos, grupos e comunidades para sua melhor integração social.</p><p>Art. 8°. O assistente social deve colaborar com os poderes públicos na preservação do bem comum e dos direitos individuais, dentro dos princípios democráticos, lutando inclusive para o estabelecimento de uma ordem social justa.</p><p>Exemplos Dos deveres para com as pessoas, grupos e comunidades atingidos pelo Serviço Social</p><p>Art. 19° . O assistente social em seu trabalho junto aos clientes, grupos e comunidades, deve ter o sentido de justiça, empregando o máximo de seus conhecimentos e o melhor de sua capacidade profissional, para a solução dos vários problemas sociais.</p><p>III CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL (1975)</p><p>Contexto:</p><p>· Elaborada e aprovada ao decorrer do movimento de reconceituação [Modernização Conservadora / Renovação do Conservadorismo];</p><p>· Mantem ainda uma presença com os pressupostos neotomistas [mais fraca] [valor central é a pessoa humana];</p><p>· É incapaz de perceber a vida e a pessoa humana ameaçada em situações sociais de exploração, opressão e dominação da classe trabalhadora, povos, mulheres, minorias (CFESS, 2004);</p><p>· Revela-se a-histórico, a-político, sublinhado por um livre-arbítrio do sujeito [escolhas do sujeito].</p><p>Exemplos</p><p>· Constitui ponto pacífico exigir‐se que uma profissão satisfaça os seguintes requisitos essenciais:</p><p>1. Conjunto de conhecimentos organizados, constantemente ampliado e aprimorado, e de técnicas especiais baseadas no mesmo;</p><p>2. Facilidade de formação sistemática nesse conjunto e em suas aplicações práticas.</p><p>Exemplos</p><p>· Exigências do bem comum legitimam, com efeito, a ação disciplinadora do Estado, conferindo‐lhe o direito de dispor sobre as atividades profissionais – formas de vinculação do homem à ordem social, expressões concretas de participação efetiva na vida da sociedade;</p><p>· Em síntese, na dialética homem‐sociedade deve assegurar‐se mais ser do Homem, a partir da busca de valores que respondem às exigências do dever;</p><p>· O valor central que serve de fundamento ao Serviço Social é a pessoa humana. Reveste‐se de essencial importância uma concepção personalista que permita ver a pessoa humana como o centro, objeto e fim da vida social.</p><p>Exemplos</p><p>II. Nas relações com o cliente:</p><p>a. Utilizar o máximo de seus esforços, zelo e capacidade profissional em favor ao cliente;</p><p>b. Esclarecer o cliente quanto ao diagnóstico, prognóstico, plano e objetivos do tratamento, prestando à família ou aos responsáveis os esclarecimentos que se fizerem necessários.</p><p>IV CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL (1986)</p><p>Este Código de Ética revelou conquistas e ganhos em relação a prática conservadora que norteava os documentos profissionais anteriores:</p><p>1. Negação da base filosófica tradicional, nitidamente conservadora, que norteava a “ética da neutralidade” [recusa];</p><p>2. Afirmação de um novo perfil do/a técnico/a, não mais um/a agente subalterno/a e apenas executivo/a, mas um/a profissional competente teórica, técnica e politicamente;</p><p>3. Valorização da dimensão política da prática.</p><p>Contexto:</p><p>· Construía-se um projeto profissional que, vinculado a um projeto social radicalmente democrático, redimensionava a inserção do Serviço Social na vida brasileira, compromissando-o com os interesses históricos da massa da população trabalhadora (Ibidem).</p><p>· Nova visão sobre a realidade profissional de atuação;</p><p>· Impacto do PEP no CEP de 1993 [polêmico].</p><p>· Embora avançado, pois, apresentava o amadurecimento profissional e político, este código ainda se revelou insuficiente necessitando da revisão do seu conteúdo que ocorreu em 1993.</p><p>· O Código de 1986 revelou-se insuficiente, dentre outras questões, na subordinação imediata e sem mediações entre ética e política e entre ética e ideologia.</p><p>Exemplos</p><p>· As ideias, a moral e as práticas de uma sociedade se modificam no decorrer do processo histórico. De acordo com a forma em que esta se organiza para produzir, cria seu governo, suas instituições e sua moral.</p><p>· A sociedade brasileira no atual momento histórico impõe modificações profundas em todos os processos da vida material e espiritual. Nas lutas encaminhadas por diversas organizações nesse processo de transformação, um novo projeto de sociedade se esboça, se constrói e se difunde uma nova ideologia.</p><p>· Inserido neste movimento, a categoria de Assistentes Sociais passa a exigir também uma nova ética que reflita uma vontade coletiva, superando a perspectiva a‐histórica e a‐crítica, onde os valores são tidos como universais e acima dos interesses de classe.</p><p>· A nova ética é resultado da inserção da categoria nas lutas da classe trabalhadora e, consequentemente, de uma nova visão da sociedade brasileira. Neste sentido, a categoria através de suas organizações, faz uma opção clara por uma prática profissional vinculada aos interesses desta classe. Com caráter introdutório, serão destacados aqueles que dão indicações de uma nova ética, tendo como referencia o encaminhamento da prática profissional articulada às lutas da classe trabalhadora</p><p>· A contribuição na alteração da correlação de forças no espaço institucional e o fortalecimento de novas demandas de interesse dos usuários;</p><p>· A discussão com os usuários sobre seus direitos e os mecanismos a serem adotados na luta por sua efetivação e por novas conquistas.</p><p>· Art. 2°. Constituem‐se direitos do Assistente Social [12]:</p><p>· Livre exercício das atividades inerentes à profissão;</p><p>· Livre acesso aos usuários de seus serviços;</p><p>· Participação na elaboração das Políticas Sociais e na formulação de programas sociais;</p><p>· Participação em manifestações de defesa dos direitos da categoria e dos interesses da classe trabalhadora.</p><p>· Art. 3. Constituem deveres do Assistente Social [6]:</p><p>· Devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos sujeitos sociais envolvidos, no sentido de que estes possam usá‐los para o fortalecimento dos interesses da classe trabalhadora;</p><p>· Democratizar as informações disponíveis no espaço institucional, como dos mecanismos indispensáveis à participação social dos usuários;</p><p>· Aprimorar de forma continua os seus conhecimentos, colocando‐os a serviço do fortalecimento dos interesses da classe trabalhadora.</p><p>V CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL (1993)</p><p>· Apresenta-se como resultado do processo de amadurecimento iniciadas pelo Código de 1986, sendo o resultado de uma construção mais coletiva da categoria integrando o nível local, regional e nacional (CFESS, 1993);</p><p>· A fundamentação ética concebe uma sociedade que propicia aos trabalhadores o desenvolvimento para a invenção e vivência de novos valores, pressupondo a erradicação de dos processos de exploração, opressão e alienação;</p><p>· Características: oposição ao liberalismo; oposição ao humanismo cristão tradicional; oposição ao marxismo anti-humanista</p><p>DESTAQUE – PONTO IMPORTANTE</p><p>· Neste CEP aponta-se para uma ontologia do sujeito, ou seja, o ser humano é notado em sua realidade como um sujeito possuidor de história:</p><p>1. A realidade é histórica e dinâmica;</p><p>2. A realidade é regada por pressupostos dialéticos;</p><p>3. Encontra-se constituída por divisões de classes sociais que mantem suas relações sociais dentro do sistema capitalista onde ocorre a exploração “do homem pelo próprio homem” – capital X trabalho.</p>

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