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<p>Aula 01</p><p>CREMEGO</p><p>(Advogado) Direto ao</p><p>Ponto</p><p>Autor</p><p>Prof.: Estratégia Carreira</p><p>Jurídica e OAB</p><p>28 de Maio de 2024</p><p>Sumário</p><p>Considerações Iniciais ........................................................................................................................................ 6</p><p>Conteúdo do Curso ......................................................................................................................................... 6</p><p>1. Teoria da Constituição ................................................................................................................................... 6</p><p>1.1 - Constitucionalismo ................................................................................................................................. 6</p><p>1.2 – Conceitos de Constituição ..................................................................................................................... 9</p><p>1.3 – Elementos da Constituição .................................................................................................................. 10</p><p>1.4 – Classificação das Constituições ........................................................................................................... 11</p><p>1.5 – Histórico das Constituições Brasileiras ................................................................................................ 14</p><p>1.6 – Aplicabilidade das Normas Constitucionais ........................................................................................ 17</p><p>1.7 – Normas Constitucionais no Tempo ..................................................................................................... 19</p><p>1.8 – Hermenêutica Constitucional .............................................................................................................. 21</p><p>1.9 – Preâmbulo e ADCT ............................................................................................................................... 25</p><p>2. Poder Constituinte ....................................................................................................................................... 25</p><p>2.1 – Espécies de Poder Constituinte............................................................................................................ 26</p><p>3. Princípios Fundamentais .............................................................................................................................. 30</p><p>3.1 – Princípios e Regras .............................................................................................................................. 30</p><p>3.2 – Princípios Fundamentais na CF/88 ...................................................................................................... 32</p><p>3.3 – Formas de Governo ............................................................................................................................. 36</p><p>3.3 – Formas de Estado ................................................................................................................................ 36</p><p>4. Organização do Estado ................................................................................................................................. 38</p><p>4.1 – Organização Político-administrativa ................................................................................................... 38</p><p>4.2 – União ................................................................................................................................................... 40</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 2</p><p>2</p><p>379</p><p>4.3 – Estados-membros ................................................................................................................................ 43</p><p>4.4 – Municípios ........................................................................................................................................... 46</p><p>4.5 – Distrito Federal .................................................................................................................................... 50</p><p>4.6 – Territórios ............................................................................................................................................ 51</p><p>4.7 – Repartição de Competências ............................................................................................................... 53</p><p>4.8 – Intervenção Federal ............................................................................................................................. 73</p><p>4.9 – Intervenção dos Estados nos Municípios............................................................................................. 77</p><p>5. Administração Pública .................................................................................................................................. 79</p><p>5.1 – Princípios Expressos e Reconhecidos ................................................................................................... 79</p><p>5.2 – Organização da Administração Pública .............................................................................................. 82</p><p>5.3 – Servidores Públicos e Regime Jurídico ................................................................................................. 89</p><p>5.4 – Ingresso e Estabilidade do Servidor ..................................................................................................... 97</p><p>5.5 – Sindicalização e Greve ....................................................................................................................... 105</p><p>5.6 – Vedações aos servidores ................................................................................................................... 106</p><p>5.7 – Aspectos Previdenciários ................................................................................................................... 107</p><p>6. Organização dos Poderes e Poder Legislativo ........................................................................................... 110</p><p>6.1 – Organização dos Poderes e Freios e Contrapesos ............................................................................. 110</p><p>6.2 – Poder Legislativo: estrutura e funcionamento .................................................................................. 112</p><p>6.3 – Comissões Parlamentares de Inquérito ............................................................................................. 117</p><p>6.4 – Atribuições dos Casas Legislativas .................................................................................................... 122</p><p>6.5 – Prerrogativas Parlamentares ............................................................................................................ 127</p><p>6.6 – fiscalização contábil, financeira e orçamentária .............................................................................. 134</p><p>6.7 – Tribunal de Contas ............................................................................................................................. 135</p><p>7. Processo Legislativo ................................................................................................................................... 143</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 3</p><p>3</p><p>379</p><p>7.1 – Procedimento comum das leis ordinárias ......................................................................................... 144</p><p>7.2 – Lei complementar .............................................................................................................................. 152</p><p>7.3 – Emenda constitucional ...................................................................................................................... 155</p><p>7.4 – Medida Provisória .............................................................................................................................</p><p>0,3% por</p><p>cento dos seus eleitores.</p><p>Estadual: definida por lei</p><p>estadual.</p><p>Municipal: no mínimo, 5% do</p><p>eleitorado local.</p><p>O plesbicito pode ser facultativo ou obrigatório, nos casos previstos na CF/88.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 33</p><p>33</p><p>379</p><p>Para as provas da advocacia pública, especialmente as municipais, é necessário ter em mente a</p><p>obrigatoriedade de realização de plesbicito para a criação, a incorporação, a fusão e o</p><p>desmembramento de municípios (Art. 18, § 4º, da CF/88).</p><p>De acordo com o entendimento do STF, "a EC n.º 57/08 não convalidou desmembramento</p><p>municipal realizado sem consulta plebiscitária (...)" (Tema n.º 559 da repercussão geral).</p><p>➢ Fundamentos: correspondem aos valores previstos no art. 1º da CF/88 que servem de base</p><p>para todo o ordenamento jurídico brasileiro.</p><p> Soberania: é a capacidade de autodeterminação de um Estado no plano externo,</p><p>fundada na independência nacional.</p><p> Cidadania: trata-se da participação na tomada de decisões políticas.</p><p> Dignidade da pessoa humana: metanorma ou valor constitucional supremo inerente</p><p>à pessoa.</p><p>Entendimentos pertinentes do STF sobre a dignidade:</p><p>1) “O direito ao nome insere-se no conceito de dignidade da pessoa humana, princípio alçado a</p><p>fundamento da República Federativa do Brasil (CF, art. 1º, III).” (RE 248.869)</p><p>2) " Inexistência de ofensas ao direito à vida e da dignidade da pessoa humana, pois a pesquisa</p><p>com células-tronco embrionárias (inviáveis biologicamente ou para os fins a que se destinam)</p><p>significa a celebração solidária da vida e alento aos que se acham à margem do exercício concreto</p><p>e inalienável dos direitos à felicidade e do viver com dignidade (ADI 3.510)</p><p> Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa: objetiva valorizar o trabalho humano</p><p>e assegurar a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social.</p><p> Pluralismo político: tutela a defesa de ideologias diferentes.</p><p>➢ Separação dos poderes: primeiramente idealizada por Aristóteles em sua obra "a Política".</p><p>Posteriormente, Mostesquieu, em “O Espírito das leis”, sustentou que as funções do Estado</p><p>deveriam ser executadas por órgãos distintos e independentes.</p><p> O poder é uno e indivisível, cujo titular é o povo. O que se divide são as funções de</p><p>administrar, legislar e julgar.</p><p> É cláusula pétrea.</p><p> Adota-se o sistema de freios e contrapesos ou checks and balances.</p><p> Não há separação rígida, de modo que cada órgão exerce funções típicas e atípicas.</p><p> Para Montesquieu, o Poder Judiciário poderia ser considerado "invisível e nulo".</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 34</p><p>34</p><p>379</p><p>PODER LEGISLATIVO PODER JUDICIÁRIO PODER EXECUTIVO</p><p>Função típica: legislar e fiscalizar. Função típica: julgar. Função típica: administrar.</p><p>Função atípica: administrar (ex.</p><p>serviços internos) e julgar (ex.</p><p>crime de responsabilidade do</p><p>Presidente - art. 52, I, da CF).</p><p>Função atípica: administrar (ex.</p><p>organiza seus serviços) e legislar</p><p>(ex. cria o regimento interno art.</p><p>96, I, da CF)</p><p>Função atípica: legislar (ex.</p><p>medidas provisórias - art. 62 da</p><p>CF). Há controvérsia quanto à</p><p>função de julgar (ex. processos</p><p>administrativos).</p><p>➢ Objetivos da República: possuem valor normativo e programático. Aquilo que o Estado</p><p>brasileiro almeja. Também são parâmetros de controle de constitucionalidade.</p><p> Construção de uma sociedade livre, justa e solidária: busca alcançar o bem estar</p><p>social:</p><p>▪ Refere-se à aplicação do princípio da solidariedade.</p><p> Garantia do desenvolvimento nacional:</p><p>▪ Para o STF, deve ser compatibilizado com os critérios de sustentabilidade</p><p>ambiental (ADI 3.540), de modo que o desenvolvimento não provoque o</p><p>desequilíbrio ambiental.</p><p> Erradicação da pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e</p><p>regionais: assegura a igualdade material através de prestações positivas e de ações</p><p>afirmativas.</p><p>▪ O STF decidiu pela constitucionalidade do sistema de cotas em universidades</p><p>públicas, com base em critério étnico-racial (ADI 186).</p><p> Promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e</p><p>quaisquer outras formas de discriminação: encontra fundamento na dignidade da</p><p>pessoa humana, no pluralismo político e no princípio da isonomia.</p><p>▪ Menciona-se o reconhecimento, pelo STF, das uniões estáveis homoafetivas</p><p>(ADI 4.277).</p><p>▪ Ademais, nota-se o direito dos transgêneros à alteração de prenome e gênero</p><p>diretamente no registro civil, independentemente da cirurgia de</p><p>transgenitalização, ou da realização de tratamentos (ADI 4.275).</p><p>➢ Princípios que regem as relações internacionais:</p><p> Independência nacional: encontra fundamento na soberania.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 35</p><p>35</p><p>379</p><p> Prevalência dos direitos humanos: decorre da dignidade da pessoa humana.</p><p> Autodeterminação dos povos: reconhecimento da autodeterminação de outros</p><p>povos.</p><p> Não-intervenção: não admite interferência externa no Brasil, nem deste em outros</p><p>estados.</p><p> Igualdade entre os Estados: refere-se à igualdade formal e jurídica, especialmente</p><p>acerca da reciprocidade entre tais entes.</p><p> Defesa da paz: mediante acordos e debates diplomáticos.</p><p> Solução pacífica dos conflitos: diante de conflitos internacionais, deve prevalecer</p><p>soluções desarmadas.</p><p> Repúdio ao terrorismo e ao racismo: possui relação com a dignidade humana, sendo</p><p>considerados crimes contra a humanidade.</p><p> Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade: especialmente</p><p>mediante cooperação técnica ou financeira.</p><p> Concessão de asilo político: de acordo com a jurisprudência do STF, refere-se a ato</p><p>de soberania estatal de competência do Presidente da República (Extradição nº</p><p>524/DF). É discricionário, razão pela qual não é considerado como direito</p><p>fundamental.</p><p>Acerca do tema princípios fundamentais, sobretudo quanto aos objetivos e aos princípios das</p><p>relações internacionais, destaca-se que as questões objetivas de provas de procuradorias, em</p><p>sua maioria, podem ser resolvidas pela literalidade dos artigos 3º e 4º da CF/88.</p><p>• Estado Democrático de Direito: com nascimento ao final da Segunda Guerra Mundial, é marcado a</p><p>primazia da Constituição e da soberania popular.</p><p>PILARES DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO</p><p>Legalidade</p><p>Segurança jurídica</p><p>Igualdade</p><p>Justiça social</p><p>Princípio da constitucionalidade</p><p>➢ Características:</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 36</p><p>36</p><p>379</p><p>→ Vinculação da atividade estatal à CF;</p><p>→ Vinculação da atividade legislativa à CF;</p><p>→ Manifestação da soberania popular.</p><p>3.3 – FORMAS DE GOVERNO</p><p>➢ Formas de Governo: diz respeito à relação entre governante e governado.</p><p>REPÚBLICA MORNARQUIA</p><p>Representante eleito pelo povo Hereditariedade</p><p>Mandato temporário Vitaliciedade</p><p>Responsabilidade pelas contas Irresponsabilidade do monarca</p><p>Representatividade popular Não há representatividade popular</p><p>Vontade soberana do povo Vontade de um só</p><p>➢ A CF/88 demonstrou a opção brasileira pela república, princípio constitucional</p><p>sensível cuja violação pode ensejar a decretação de intervenção federal (Art. 34, VII,</p><p>CF). Destarte, a posição mais segura para a prova é a de que a forma republicana não</p><p>é cláusula pétrea.</p><p>→ Em 21/04/1993, em plesbicito, povo optou por uma República presidencialista.</p><p>3.3 – FORMAS DE ESTADO</p><p>• Formas de Estado: refere-se à forma pela qual o poder político é exercido num Estado.</p><p>➢ Estado Federado: modelo adotado no Brasil, é marcado pela descentralização político-</p><p>administrativa.</p><p>➢ Classificação:</p><p>1) Quanto à origem:</p><p>→ Por desagregação: mediante movimento centrífugo, um estado unitário se</p><p>desmembra em partes menores autônomas (Brasil).</p><p>→ Por agregação: por movimento centrípeto, vários Estados abrem mão de sua</p><p>soberania para formarem um Estado maior (EUA).</p><p>2) Quanto à repartição de competência:</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 37</p><p>37</p><p>379</p><p>→ Dualista: repartição horizontal de competência entre a União e os Estados,</p><p>inexistindo competência comum ou concorrente.</p><p>→ De integração: os estados-membros subordinam-se ao Estado Federal.</p><p>→ De cooperação: modelo adotado no Brasil, em que há repartição vertical das</p><p>competências (comum e concorrente).</p><p>3) Quanto à concentração do poder:</p><p>→ Centralizador: centrípeto, o ente central detém maiores competências.</p><p>→ Descentralizador: centrífugo, rompe centralização elevada do poder</p><p>central.</p><p>→ De equilíbrio: repartição equânime das competências.</p><p>4) Quanto à distribuição de competências:</p><p>→ Simétrico: realidade fática homogênea com repartição equilibrada entre</p><p>entes federativos de mesmo grau (Brasil, embora sem consenso).</p><p>→ Assimétrico: repartição não igualitária em razão de desigualdade na</p><p>realidade fática.</p><p>5) Quanto às esferas de competência:</p><p>→ Típico ou de 2º grau: apenas dois entes autônomos: a União e os estados.</p><p>→ Atípico ou de 3º grau: repartição em três esferas: central, regional e local</p><p>(Brasil).</p><p>CARACTERÍSTICAS DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA</p><p>Soberania do Estado Federal</p><p>Autonomia dos entes internos</p><p>Vedação à secessão</p><p>STF é o guarda da Constituição</p><p>Constituição rígida</p><p>Senado como órgão representante dos estados-membros</p><p>Intervenção para a tutela do pacto federativo.</p><p>Há a participação das vontades parciais nas vontades gerais.</p><p>Está inserida no rol das cláusulas pétreas</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 38</p><p>38</p><p>379</p><p>➢ Estado Unitário: aquele caracterizado pela centralização de poder: poder legislativo</p><p>único e caráter nacional da Administração pública.</p><p>▪ Classificação:</p><p>→ Estado Unitário Puro: absoluta centralização de poder.</p><p>→ Estado Unitário Descentralizado: administrativamente (administradores</p><p>possam executar e administrar as decisões políticas do Governo</p><p>Centralizado) ou administrativa e politicamente (parcela de autonomia</p><p>para decidir a melhor opção de execução).</p><p>➢ Estado Confederado: trata-se de forma caracterizada pena união de Estados</p><p>soberanos, ligados por tratado internacional.</p><p>▪ Diferenças em relação à federação: admite secessão e os estados permanecem</p><p>soberanos.</p><p>4. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO</p><p>4.1 – ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA</p><p>• Organização político-administrativa do Estado brasileiro:</p><p>➢ A República Federativa do Brasil (RFB) é dotada de soberania, é pessoa de direito público</p><p>internacional.</p><p> Não se confunde com a União, pessoa jurídica de direito público interno.</p><p> A RFB, em determinados casos expressos na CF/88, é presentada pela União, que</p><p>exerce a soberania daquela frente a outros Estados soberanos.</p><p>➢ Entes federados (União, estados, Distrito Federal e municípios) dotados de autonomia</p><p>política.</p><p> Autonomia política é dividida em quatro capacidades:</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 39</p><p>39</p><p>379</p><p>- Auto-organização: capacidade de organizar-se pela elaboração de sua</p><p>Constituição (âmbitos federal e estadual) ou Lei Orgânica (âmbitos distrital e</p><p>municipal).</p><p>- Autogoverno: capacidade de eleger seus representantes (Prefeito, Governador,</p><p>Presidente da República).</p><p>- Autolegislação: capacidade do ente editar seu próprio conjunto normativo,</p><p>observado o sistema de repartição de competência constitucional.</p><p>- Autoadministração: capacidade que permite o ente exercer suas competências</p><p>administrativas, orçamentárias e tributárias.</p><p>❖ STF: ofende o princípio federativo a requisição de bens e serviços de um ente</p><p>federado por outro, o que somente se admitiria excepcionalmente à União</p><p>durante a vigência de estado de defesa (CF/1988, art. 136, § 1º, II) e estado de sítio</p><p>(CF/1988, art. 139, VI). Trata-se de violação à autonomia dos entes.</p><p>➢ Os Territórios deixaram de ser considerados entes federativos com a CF/88: natureza de</p><p>descentralizações administrativas da União (sem autonomia política).</p><p> Criação e transformação em Estados: dependem de lei complementar federal.</p><p>➢ Permissão para a reorganização interna do território nacional, por meio da formação de</p><p>novos Estados (vide tópico 4.3) e Municípios (vide tópico 4.4), embora vedado o direito de</p><p>secessão.</p><p>➢ Previsão das seguintes vedações aos entes com vista à garantia do pacto federativo:</p><p>▪ Estabelecimento de cultos religiosos: decorre do binômio laicidade estatal e da</p><p>garantia da liberdade religiosa.</p><p>→ Também é vedado o embaraçamento de cultos ou igrejas.</p><p>→ É permitida, na forma da lei, a colaboração de interesse público.</p><p>→ Observância, pelo Estado, do postulado da imparcialidade /neutralidade.</p><p>→ O princípio da laicidade não se confunde com laicismo, no qual a religião é um</p><p>fator negativo.3</p><p>3 Disponível em: https://portal.stf.jus.br/jurisprudencia/tesauro/pesquisa.asp?pesquisaLivre=LAICISMO. Acesso em 06/02/2024.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 40</p><p>40</p><p>379</p><p>→ STF, ADI 5256 MS: “Viola os princípios da isonomia, da liberdade religiosa e da</p><p>laicidade estatal dispositivos legais que tornam obrigatória a manutenção de</p><p>exemplares da Bíblia Sagrada nas unidades escolares da rede estadual de</p><p>ensino e nos acervos das bibliotecas públicas, às custas dos cofres públicos”.</p><p>→ STF, ADI 4439 DF: Reconheceu a constitucionalidade do ensino confessional</p><p>(vinculado à determinada religião) em escolas públicas, como disciplina dos</p><p>horários normais, observada a voluntariedade da matrícula, uma vez que</p><p>encontra guarida na Constituição, como também “colabora para a construção</p><p>de uma cultura de paz e tolerância”.</p><p>▪ Recusa à fé pública: os documentos públicos possuem presunção de veracidade e de</p><p>legitimidade quanto às informações neles contidas.</p><p>▪ Criação de distinções entre brasileiros: decorre do princípio da isonomia, não permite</p><p>a criação de tratamento diferenciado entre brasileiros, salvos os casos previstos pela</p><p>própria CF/88.</p><p>→ STF, ADI 5.776: “É inconstitucional a fixação de critério de desempate em</p><p>concursos públicos que favoreça candidatos que pertencem ao serviço público</p><p>de um determinado ente federativo”.</p><p>→ STF, ADI 3.583/PR: “É inconstitucional a lei estadual que estabeleça como</p><p>condição de acesso a licitação pública, para aquisição de bens ou serviços, que</p><p>a empresa licitante tenha a fábrica ou sede no Estado-membro”.</p><p>→ STF, RE 668.810: Inconstitucionalidade de lei municipal que exige que os</p><p>veículos utilizados para atender contratos estabelecidos com a Administração</p><p>Municipal, Direta e Indireta, devem, obrigatoriamente, ter seus respectivos</p><p>Certificados de Registro de Veículos expedidos pelo próprio município.</p><p>→ STF, ADPF 357: A definição de hierarquia na cobrança judicial dos créditos da</p><p>dívida pública da União aos Estados e Distrito Federal e esses aos Municípios</p><p>descumpre o princípio federativo.</p><p>4.2 – UNIÃO</p><p>A União Federal é pessoa jurídica de direito interno dotada de autonomia política, administrativa e</p><p>financeira, imprescindíveis à existência de uma federação.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 41</p><p>41</p><p>379</p><p>• Poder Legislativo: exercido pelo Congresso Nacional,</p><p>integrado pela Câmara dos Deputados e pelo</p><p>Senado Federal, conforme o modelo bicameral (vide Capítulo 6 - Organização dos Poderes e Poder</p><p>Legislativo).</p><p>• Poder Executivo: exercido pelo Presidente da República com o auxílio dos Ministros de Estado (vide</p><p>Capítulo 8 – Poder Executivo).</p><p>• Bens da União: listados em rol exemplificativo no art. 20 da CF/88, com a possibilidade de inclusão</p><p>de outros que lhe vierem a ser atribuídos. Observe a seguir informações relevantes para sua provas:</p><p> Terras devolutas: apenas pertencem à União aquelas consideradas indispensáveis à defesa</p><p>das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à</p><p>preservação ambiental, consoante definição legal.</p><p>→ Em regra, pertencem aos Estados, salvo as listadas acima.</p><p>→ Possuem natureza de bens públicos dominicais (sem destinação pública).</p><p>→ Súmula n.º 477 do STF: As concessões de terras devolutas situadas na faixa de</p><p>fronteira, feitas pelos Estados, autorizam, apenas, o uso, permanecendo o domínio</p><p>com a União, ainda que se mantenha inerte ou tolerante, em relação aos possuidores.</p><p> Lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais</p><p>de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro</p><p>ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;</p><p>→ Súmula n.º 479 do STF: As margens dos rios navegáveis são de domínio público,</p><p>insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.</p><p> Ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas</p><p>oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto</p><p>aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no</p><p>art. 26, II;</p><p>→ Ilhas fluviais e lacustres: em regra, bens dos Estados. Serão da União apenas quando</p><p>situadas nas zonas limítrofes com outros países.</p><p>→ Ilhas marítimas (oceânicas e costeiras): em regra, bens da União. Todavia, são dos</p><p>Municípios as ilhas costeiras que contêm sede destes.</p><p> Recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva: pertencem à</p><p>União somente recursos naturais nelas encontrados.</p><p>→ Plataforma continental: compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que</p><p>se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento</p><p>natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 42</p><p>42</p><p>379</p><p>uma distância de 200 milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede</p><p>a largura do mar territorial.</p><p>→ Zona econômica exclusiva: é a faixa que se estende das doze às vinte e quatro milhas</p><p>marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do</p><p>mar territorial.</p><p> Mar territorial: refere-se à faixa de 12 milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha</p><p>de baixa-mar do litoral continental e insular.</p><p> Terrenos de marinha e seus acrescidos: uma profundidade de 33 (trinta e três) metros,</p><p>medidos horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha do preamar-médio de</p><p>1831.</p><p>→ Súmula n.º 496 do STJ: Os registros de propriedade particular de imóveis situados em</p><p>terrenos de marinha não são oponíveis à União.</p><p>→ STF, ADPF 1.008/DF: É compatível com a atual ordem constitucional a norma que</p><p>inclui entre os bens imóveis da União as zonas onde se faça sentir a influência das</p><p>marés (Decreto-Lei 9.760/1946, art. 1º, “c”).</p><p> Potenciais de energia hidráulica; os recursos minerais, inclusive os do subsolo; as cavidades</p><p>naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos.</p><p> Terras tradicionalmente ocupadas pelos índios: pertencem à União. Ademais, os índios</p><p>detêm a posse permanente e o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos.</p><p>A faixa de fronteira consiste na linha de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo</p><p>das fronteiras terrestres, fundamental para defesa do território nacional, cujas ocupação e</p><p>utilização serão reguladas em lei.</p><p>Principalmente para a advocacia pública federal, ressalta-se que terrenos localizados na faixa de</p><p>fronteira podem ter natureza pública ou privada. Serão públicos, de titularidade da União,</p><p>quando indispensáveis à defesa das fronteiras. Por seu turno, serão privados quando não se</p><p>referirem às terras do art. 20, II, da CF/88, sendo submetidos a restrições previstas em lei (Lei</p><p>Federal n.º 6.634/79).</p><p>Consoante a jurisprudência do STJ, a União possui o ônus de provar a titularidade pública do</p><p>bem (AgRg no AREsp n. 692.824/SC).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 43</p><p>43</p><p>379</p><p>4.3 – ESTADOS-MEMBROS</p><p>O Estado-membro é pessoa jurídica de direito interno dotada de autonomia política, administrativa e</p><p>financeira.</p><p>• Auto-organização: não há, na Carta Federal, procedimento preestabelecido para a elaboração da</p><p>Constituição estadual. Contudo, o ordenamento estadual deve observar as regras previstas na CF/88</p><p>para a elaboração o de emendas constitucionais, por serem normas de reprodução obrigatória pelo</p><p>princípio da simetria (STF, ADI 6453/RO).</p><p> Fruto do Poder Constituinte Derivado Decorrente.</p><p> Carta estadual subordinada apenas à Constituição Federal.</p><p> Não pode subverter a repartição de competências a ponto de desrespeitar a autonomia dos</p><p>Municípios.</p><p> Dever de observância obrigatória: princípios constitucionais sensíveis; princípios</p><p>constitucionais extensíveis e princípios constitucionais estabelecidos.</p><p>Princípios sensíveis</p><p>Uma vez violados, autorizam a intervenção</p><p>federal após julgada procedente pelo STF a</p><p>representação interventiva.</p><p>Exemplos: art. 34, VII, da CRFB/88.</p><p>Princípios extensíveis</p><p>Referem-se às normas organizatórias previstas</p><p>para a União, as quais são estendidas aos</p><p>Estados, de forma expressa ou implícita.</p><p>Exemplos: a organização do Poder Legislativo</p><p>quanto às imunidades, sistema eleitoral,</p><p>remuneração, perda de mandato e</p><p>impedimentos; a composição e as atribuições</p><p>do Tribunal de Contas; a estrutura do Poder</p><p>Executivo; a separação de Poderes; processo</p><p>legislativo; a estrutura e as atribuições das</p><p>Comissões Parlamentares de Inquérito.</p><p>Princípios estabelecidos</p><p>Consistem em normas mandatórias e normas</p><p>vedatórias, previstas na CF e direcionadas a</p><p>todos os entes federativos.</p><p>Exemplos: arts. 37, 100, 125, 144, 169, 150,</p><p>152, todos da CF.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 44</p><p>44</p><p>379</p><p>• Poder Legislativo: unicameral, exercido pela Assembleia Legislativa.</p><p> Deputados Estaduais representam o povo.</p><p> Aplicam-se as mesmas regras fixadas pela Constituição Federal sobre sistema eleitoral,</p><p>inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença e impedimentos dos</p><p>Deputados Federais.</p><p> Eleição pelo sistema proporcional para o exercício de mandato de quatro anos.</p><p> Quantidade de deputados estaduais por Estado proporcional ao número de deputados</p><p>federais: corresponde ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados,</p><p>atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados</p><p>Federais acima de doze.</p><p> Subsídio: fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa. Máximo de 75% do valor</p><p>estabelecido para os Deputados Federais.</p><p>▪ STF (ADI 6545): reconheceu a inconstitucionalidade de lei estadual que estabeleceu a</p><p>remuneração dos Deputados Estaduais em percentual sobre o subsídio dos Deputados</p><p>Federais, por violação à autonomia dos entes.</p><p> A Assembleia Legislativa é responsável pelo controle externo estadual</p><p>com o auxílio do</p><p>Tribunal de Contas do Estado.</p><p>• Poder Executivo: Governador com o auxílio dos Secretários de Estado.</p><p> Mandato de 4 anos, vedado o terceiro mandato consecutivo.</p><p> Eleição simultânea à nacional:</p><p>- 1º turno: no primeiro domingo de outubro,</p><p>- 2º turno: no último domingo de outubro, com os dois candidatos mais votados, caso</p><p>nenhum dos candidatos obtenha a maioria absoluta dos votos válidos no primeiro.</p><p> Posse do Governador e do Vice-Governador: 6 de janeiro do ano subsequente ao da eleição.</p><p> Subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado: fixados por lei de</p><p>iniciativa da Assembleia Legislativa.</p><p>▪ Difere do modelo federal: subsídios do Presidente da República, do Vice Presidente e</p><p>dos Ministros são fixados por decreto legislativo.</p><p> Governador que assume outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta</p><p>perde o mandato, ressalvada a posse em virtude de concurso público.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 45</p><p>45</p><p>379</p><p> Competência para o julgamento do Governador:</p><p>Crime comum Competência do Superior Tribunal de</p><p>Justiça.</p><p>Crime de responsabilidade</p><p>Compete a um Tribunal especial, composto</p><p>de deputados estaduais e desembargadores</p><p>do TJ.</p><p>• Bens dos Estados:</p><p> As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas,</p><p>neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;</p><p> As áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas</p><p>sob domínio da União, Municípios ou terceiros;</p><p> As ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;</p><p> As terras devolutas não compreendidas entre as da União.</p><p>• Formação de novos Estados:</p><p>→ Formas de reestruturação:</p><p>▪ Desmembramento: há redução do território e da população do ente originário, que</p><p>não desaparece, nem perde sua capacidade jurídica:</p><p>1) Anexação da parte desmembrada a um outro estado já existente;</p><p>2) Formação de novo estado;</p><p>3) Criação de um Território;</p><p>▪ Subdivisão: surgimento de novos estados em decorrência da cisão de outro Estado, o</p><p>qual deixará de existir.</p><p>▪ Incorporação: ocorre quando dois ou mais estados se fundem para a criação de um</p><p>novo estado, desaparecendo os primeiros.</p><p>→ Requisitos e procedimento:</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 46</p><p>46</p><p>379</p><p>1º) Aprovação da população diretamente interessada por plebiscito:</p><p>convocação feita pelo Congresso Nacional por meio de decreto</p><p>legislativo.</p><p>2º) Oitiva da(s) Assembleia(s) Legislativa(s) envolvida(s) – Art. 48, II,</p><p>da CF/88 – obrigatória, mas não vincula o Poder Legislativo Federal.</p><p>3º) Aprovação, promulgação e publicação de lei complementar</p><p>federal.</p><p>De acordo com o Supremo Tribunal Federal, na ADI 2.650 DF, a expressão “população</p><p>diretamente interessada” deve ser entendida como a população tanto da área desmembranda</p><p>como da área remanescente.</p><p>• STF: em interpretação conforme à CF/88, em relação à competência do foro de domicílio do réu para</p><p>as causas em que estado-membro seja autor, restringiu-a às comarcas inseridas nos limites</p><p>territoriais do estado-membro ou do Distrito Federal que figure como-réu.</p><p>4.4 – MUNICÍPIOS</p><p>O Município é pessoa jurídica de direito interno dotada de autonomia política, administrativa e financeira.</p><p>➢ A autonomia municipal foi elevada à categoria de princípio constitucional sensível, cuja</p><p>inobservância pode ocasionar em intervenção federal nos Estados (artigo 34, VII, “c”).</p><p>➢ Autonomia aos entes municipais surgiu com a Constituição Republicana de 1891.</p><p>• Auto-organização: regido por Lei Orgânica, subordinada à observância das normas da Constituição</p><p>Federal e da Constituição Estadual.</p><p> Procedimento de elaboração: votação em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias</p><p>entre eles, por dois terços (2/3) dos membros da Câmara Municipal, que é responsável pela</p><p>promulgação. (Mnemônico – DDD)</p><p> Parte da doutrina defende que a Lei Orgânica dos municípios não é manifestação do poder</p><p>constituinte derivado decorrente. Por essa razão, caso uma lei municipal contrarie aquela,</p><p>fala-se em controle de legalidade (não há inconstitucionalidade).</p><p>• Poder Legislativo: adota o modelo unicameral, exercido pela Câmara Municipal, a qual é incumbida</p><p>de representar o povo.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 47</p><p>47</p><p>379</p><p> Eleição pelo sistema proporcional, para um mandato de quatro anos.</p><p> O art. 29, IV, da CF fixa apenas o limite máximo de vereadores considerado o critério de</p><p>número de habitantes, conforme faixas que variam entre nove a cinquenta e cinco</p><p>vereadores. A quantidade exata deve ser fixada pela Lei Orgânica. (Indica-se a leitura do</p><p>dispositivo)</p><p> Destaca-se que não há previsão de limite mínimo.</p><p> Subsídio: fixado pelas respectivas Câmaras Municipais de uma legislatura para a</p><p>subsequente. Há a previsão de percentual máximo (20% a 75%) em relação ao subsídio dos</p><p>Deputados Estaduais, conforme faixas populacionais previstas no artigo 29, VI, da CF. (Indica-</p><p>se a leitura do dispositivo)</p><p> Total de despesa com a remuneração dos Vereadores: até cinco por cento da receita do</p><p>Município.</p><p> É vedado à Câmara gastar mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento,</p><p>incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores, sob pena do Presidente da Casa</p><p>responder por crime de responsabilidade.</p><p> Os vereadores somente fazem jus à imunidade material com limitação territorial.</p><p>▪ Inviolabilidade civil e penal por suas opiniões, palavras e votos no exercício do</p><p>mandato à circunscrição do município.</p><p> Previsão de iniciativa popular municipal na CF/88: exige a subscrição de, pelo menos, cinco</p><p>por cento do eleitorado, para projetos de interesse específico do Município, da cidade ou de</p><p>bairros.</p><p> A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante</p><p>controle externo, e pelos sistemas de controle interno de cada poder.</p><p> O controle externo será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados (ou dos</p><p>Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.</p><p> Vedação à criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.</p><p> Os únicos municípios que possuem órgão de contas municipal são Rio de Janeiro e São Paulo,</p><p>pois já possuem antes da vedação constitucional.</p><p>TRIBUNAIS DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO</p><p>Órgão de natureza estadual, que auxilia o controle</p><p>externo de vários municípios dentro de um estado-</p><p>membro.</p><p>Órgão de natureza municipal, que auxilia o controle</p><p>externo de um município específico.</p><p>Vedada sua criação.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 48</p><p>48</p><p>379</p><p>Pode ser criado discricionariamente.</p><p> Parecer prévio sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar só deixará de</p><p>prevalecer por decisão de dois terços dos membros do Legislativo municipal.</p><p> Anualmente, as contas dos Municípios ficarão à disposição de qualquer contribuinte durante</p><p>sessenta dias.</p><p>• Poder Executivo: chefiado pelo Prefeito, com o auxílio dos Secretários Municipais.</p><p> Mandato: quatro anos, vedada a reeleição para terceiro mandato consecutivo.</p><p> Pleito direto e simultâneo em todo o País.</p><p> Segundo turno de votação: municípios com mais do que duzentos mil eleitores (se não for</p><p>alcançada a maioria absoluta no primeiro turno).</p><p>▪ Se possuir até duzentos mil eleitores: turno único para eleição do Prefeito,</p><p>considerando-se eleito o candidato mais votado, independentemente da quantidade</p><p>de</p><p>votos.</p><p> Posse do Prefeito e do Vice-Prefeito: dia 1º de janeiro do ano subsequente.</p><p> STF, ADI 1.057 BA: Autonomia municipal para disciplinar a vacância dos cargos de Prefeito e</p><p>Vice-Prefeito em razão de causas não eleitorais, que não é norma de reprodução obrigatória.</p><p>▪ Vedada a supressão das eleições, as quais devem ocorrer ainda que indiretas, sob</p><p>pena de violação do princípio democrático.</p><p> Subsídio do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários: fixação por lei de iniciativa da</p><p>Câmara Municipal.</p><p> Tese do Tema n.º 576 da RG: processo e julgamento de prefeito municipal por crime de</p><p>responsabilidade (Decreto-lei 201/67) não impede sua responsabilização por atos de</p><p>improbidade administrativa previstos na Lei 8.429/1992, em virtude da autonomia das</p><p>instâncias.</p><p> Competência para o julgamento do Prefeito:</p><p>Súmula n.º 702 do STF: A competência do tribunal de justiça para julgar prefeitos restringe-se</p><p>aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência</p><p>originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau.</p><p>Crime comum estadual Compete ao Tribunal de Justiça.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 49</p><p>49</p><p>379</p><p>→ Além das condutas tipificadas pelo Decreto-Lei n.º 201/67, são crimes de responsabilidade</p><p>do Prefeito (art. 29-A, § 2º, da CF/88):</p><p>1) efetuar repasse que supere os limites para o total de despesa do Legislativo;</p><p>2) não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês;</p><p>3) enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.</p><p>• Etapas de formação de novos Municípios</p><p>1ª) Definição do período permitido por lei complementar da União (até hoje</p><p>inexistente).</p><p>2ª) Divulgação ampla de estudo de viabilidade municipal, cuja forma de apresentação</p><p>e publicação será definida por lei federal.</p><p>3ª) Consulta às populações dos Municípios envolvidos, mediante plebiscito</p><p>(convocado pela Assembleia Legislativa).</p><p>4ª) Aprovação de lei ordinária estadual.</p><p>→ Aspectos normativos e jurisprudenciais imprescindíveis sobre o procedimento acima:</p><p>▪ STF, ADI 2.381: " a criação de município, pela generalidade dos efeitos que irradia, é um</p><p>dado inovador, com força prospectiva, do complexo normativo em que se insere a nova</p><p>entidade política; a validade da lei criadora, em face da Lei Fundamental, pode ser</p><p>questionada em ação direta de inconstitucionalidade”.</p><p>▪ EC 57/2008: convalidou os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de</p><p>Municípios criados por lei estadual até a data de 31/12/2006.</p><p>Crime comum federal Compete ao Tribunal Regional Federal.</p><p>Crime comum eleitoral Compete ao Tribunal Regional Eleitoral.</p><p>Crime de responsabilidade próprio</p><p>(infração político-administrativa)</p><p>Compete à Câmara Municipal.</p><p>Crime de responsabilidade impróprio</p><p>(punido com privação da liberdade)</p><p>Compete ao Tribunal de Justiça.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 50</p><p>50</p><p>379</p><p>▪ STF, Tema n.º 559 de repercussão geral: "a EC n.º 57/08 não convalidou</p><p>desmembramento municipal realizado sem consulta plebiscitária e, nesse contexto, não</p><p>retirou o vício de ilegitimidade ativa existente nas execuções fiscais que haviam sido</p><p>propostas por município ao qual fora acrescida, sem tal consulta, área de outro para a</p><p>cobrança do IPTU quanto a imóveis nela localizados".</p><p>▪ STF, ADI 2.395: "Inexistência de afronta à cláusula pétrea da forma federativa do Estado,</p><p>decorrente da atribuição, à lei complementar federal, para fixação do período dentro do</p><p>qual poderão ser efetivadas a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de</p><p>municípios”.</p><p> Teve como finalidade obstar o surgimento inconsequente de municípios sem</p><p>autossustentabilidade.</p><p> Não há ofensa à autonomia dos entes federados.</p><p>Parcela da doutrina critica a autonomia municipal com base nos seguintes argumentos:</p><p>ausência de representação no Senado Federal, inexistência de Constituição, de Poder Judiciário,</p><p>de Ministério Público e de Defensoria Pública.</p><p>4.5 – DISTRITO FEDERAL</p><p>O Distrito Federal é ente federativo dotado de autonomia política e as capacidades por ela abrangidas.</p><p> Possui natureza sui generis, que mescla características estaduais e municipais.</p><p> Acumula competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.</p><p> Vedada a sua divisão em municípios.</p><p> Suas regiões administrativas não são autônomas, decorrem de simples descentralização.</p><p> Não possui capital. Brasília é capital da República Federativa do Brasil.</p><p> Embora possua capacidade legislativa própria, não possui competência legislava sobre:</p><p>organização judiciária; ministério público; polícia civil; polícia militar; corpo de bombeiros</p><p>militares; polícia penal. Trata-se de competência privativa da União.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 51</p><p>51</p><p>379</p><p>Súmula vinculante n.º 39: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos</p><p>membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.</p><p>• Auto-organização: regido por Lei Orgânica.</p><p> Procedimento de elaboração: votação em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias</p><p>entre eles, por dois terços (2/3) dos membros da Câmara Legislativa, que é responsável pela</p><p>promulgação. (Mnemônico – DDD)</p><p> Difere da Lei Orgânica Municipal, uma vez que a Lei Orgânica do DF tem “status” de</p><p>Constituição Estadual. Ou seja, funciona como parâmetro de controle difuso e concentrado</p><p>de constitucionalidade.</p><p>• Poder Legislativo: unicameral, exercido pela Câmara Legislativa.</p><p> Eleição: sistema proporcional.</p><p> Mandato: quatro anos.</p><p> Regras: aplica-se o mesmo disposto para os Deputados Estaduais.</p><p> Controle externo: exercido pela Câmara Legislativa com o auxílio do Tribunal de Contas do</p><p>Distrito Federal.</p><p>• Poder Executivo: chefiado pelo Governador, com o auxílio dos Secretários.</p><p> Apresenta estrutura idêntica à estadual.</p><p>4.6 – TERRITÓRIOS</p><p>• Natureza: são pessoas jurídicas de direito público, de natureza autárquica, integrantes da estrutura</p><p>da União.</p><p>• Características relevantes:</p><p> Desde a CF/88, não são entes federados, pois são desprovidos de autonomia política.</p><p> Possuem capacidade administrativa.</p><p> Dotados de personalidade jurídica própria;</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 52</p><p>52</p><p>379</p><p> Não possuem constituições (auto-organização);</p><p> Não têm autogoverno e autolegislação;</p><p>• Processo de criação: mediante lei complementar aprovada pelo Congresso Nacional.</p><p> Será necessária a aprovação da população diretamente interessada, por meio de plebiscito,</p><p>para a criação de Território a partir do desmembramento de Estado.</p><p>• Organização administrativa, tributária, orçamentária e judiciária: por meio de lei ordinária de</p><p>iniciativa privativa do Presidente da República.</p><p>• Difere do DF, pois é permitida a divisão em municípios.</p><p> Vislumbra-se que, nesse caso, os referidos municípios serão autônomos.</p><p>• Nomeação do Governador do Território: competência do Presidente da República, com sabatina do</p><p>Senado Federal, por meio de arguição pública e voto secreto.</p><p>• Controle Externo: exercido pelo Congresso Nacional com o auxílio do TCU.</p><p>• Por não representar a federação, não elege Senadores.</p><p>• Faz jus à eleição de quatro Deputados Federais.</p><p>• Poder Judiciário: exercido pela Justiça do Distrito Federal e Territórios.</p><p>• Ministério Público: função atribuída ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.</p><p>• Matéria Tributária:</p><p> Território não dividido</p><p>em Municípios: cabe à União, cumulativamente, os impostos</p><p>estaduais e os municipais.</p><p> Território dividido em Municípios: cabe à União os impostos estaduais.</p><p>TERRITÓRIOS MAIS DE CEM MIL HABITANTES</p><p>1) Órgãos judiciários de primeira e segunda instância próprios.</p><p>2) Membros do Ministério Público próprios.</p><p>3) Defensores públicos federais.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 53</p><p>53</p><p>379</p><p>4.7 – REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS</p><p>A Constituição Federal de 1988 adotou um sistema de repartição de atribuições legislativas e administrativas</p><p>entre os entes da federação.</p><p>• Modelos de repartição:</p><p>➢ Modelo clássico: de origem norte-americana (1787), apresenta competências enumeradas</p><p>para a União e remanescentes para os Estados (o que não for enumerada para a primeira).</p><p>➢ Modelo moderno: com surgimento no pós-Primeira Guerra, é aquele que, além de enumerar</p><p>as competências da União, estabelece competências comuns e concorrentes entre a União e</p><p>os Estados.</p><p>➢ Modelo horizontal: inexiste subordinação na atuação dos entes federados, ou seja, dentro</p><p>de sua autonomia, cada um exerce suas atribuições sem a interferência dos outros.</p><p> Adotado para as competências exclusivas (art. 21), privativas (art. 22 e art. 30) e</p><p>comuns (art. 23).</p><p>➢ Modelo vertical: neste há a manifestação de uma relação de subordinação entre os entes</p><p>quanto à atuação deles.</p><p> Adotado para competência concorrente (art. 24).</p><p>• Princípio da predominância de interesses: principal critério utilizado pelo sistema de repartição de</p><p>competências estabelecido na Carta de 1988.</p><p>→ Interesse nacional: atribuído à União, para que seja dado tratamento uniforme.</p><p>→ Interesse regional: atribuído aos Estados.</p><p>→ Interesse local: atribuído aos Municípios.</p><p>Em que consiste a presumption against preemption e a clear statement rule?4</p><p>Havendo dúvida quanto à competência legislativa acerca de uma norma multidisciplinar, a</p><p>presunção a favor da competência dos entes menores da federação ou presumption against</p><p>preemption sustenta que o intérprete possui o dever de "acolher interpretação que não tolha a</p><p>competência que detêm os entes menores para dispor sobre determinada matéria".</p><p>4 STF. RE 194.704, rel. p/ o ac. min. Edson Fachin, j. 29-6-2017, P, DJE de 17-11-2017.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 54</p><p>54</p><p>379</p><p>Por seu turno, a expressão clear statement rule defende que a lei federal ou estadual pode</p><p>claramente indicar, de forma necessária, adequada e razoável, que os efeitos de sua aplicação</p><p>excluem o poder de complementação que detêm os entes menores, afastando a presunção</p><p>acima mencionada.</p><p>• Princípio da subsidiariedade: é um critério de repartição dos poderes, o qual aponta, inicialmente, a</p><p>atribuição da competência ao ente menor, de modo que a destinação desta ao ente maior só</p><p>ocorrerá subsidiariamente, quando o primeiro não demonstrar capacidade para cumpri-la de forma</p><p>efetiva.</p><p>• Classificação das competências:</p><p>- Competência administrativa x Competência legislativa:</p><p>COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA COMPETÊNCIA LEGISLATIVA</p><p>Refere-se à competência, de cunho material ou de</p><p>execução, exercida no âmbito da organização</p><p>político-administrativa.</p><p>Ex.: artigos 21 e 23 da CF.</p><p>Trata-se da competência para edição de legislação.</p><p>Ex.: artigos 22 e 24 da CF.</p><p>- Competência exclusiva x Competência privativa:</p><p>COMPETÊNCIA EXCLUSIVA COMPETÊNCIA PRIVATIVA</p><p>São assuntos de competência administrativa da</p><p>União, insuscetíveis de delegação aos demais</p><p>entes.</p><p>São assuntos de competência legislativa da União,</p><p>que podem ser delegados se preenchidos os</p><p>requisitos previstos na CF.</p><p>- Competência comum x Competência concorrente:</p><p>COMPETÊNCIA COMUM COMPETÊNCIA CONCORRENTE</p><p>É atribuída em comum a todos os entes, sem</p><p>subordinação entre eles, com a finalidade de</p><p>cooperação.</p><p>Trata-se de competência administrativa.</p><p>É atribuída à União, aos Estados e ao DF, com</p><p>subordinação entre eles, que atuarão em âmbitos</p><p>diferentes</p><p>Trata-se de competência legislativa.</p><p>• Competências da União:</p><p>→ Competência Exclusiva (art. 21): indelegável aos demais entes.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 55</p><p>55</p><p>379</p><p>I - manter relações com Estados estrangeiros e</p><p>participar de organizações internacionais;</p><p>União representa a República Federativa do Brasil. É</p><p>exercida pelo Presidente da República na missão de</p><p>Chefe de Estado (art. 84, VII).</p><p>II - declarar a guerra e celebrar a paz;</p><p>III - assegurar a defesa nacional;</p><p>Competência privativa do Presidente da República</p><p>declarar guerra, autorizado pelo Congresso Nacional</p><p>ou referendado por ele (art. 84, XIX).</p><p>IV - permitir, nos casos previstos em lei</p><p>complementar, que forças estrangeiras</p><p>transitem pelo território nacional ou nele</p><p>permaneçam temporariamente;</p><p>A competência é privativa do Presidente da República</p><p>(art. 84, XXII), autorizado pelo Congresso Nacional por</p><p>decreto legislativo (art. 49, II).</p><p>V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa</p><p>e a intervenção federal;</p><p>A competência é privativa do Presidente da República</p><p>(art. 84, IX):</p><p>Estado de sítio: exige autorização do CN (previamente)</p><p>com maioria absoluta.</p><p>Estado de defesa: demanda aprovação do CN</p><p>(posteriormente) com maioria absoluta.</p><p>Intervenção Federal: demanda aprovação do CN com</p><p>maioria simples.</p><p>VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio</p><p>de material bélico;</p><p>STF, ADI 3.258: A competência exclusiva da União para</p><p>legislar sobre material bélico, complementada pela</p><p>competência para autorizar e fiscalizar a produção de</p><p>material bélico, abrange a disciplina sobre a</p><p>destinação de armas apreendidas e em situação</p><p>irregular.</p><p>STF, ADI 7.004: É inconstitucional a lei estadual que</p><p>autoriza a seus órgãos de segurança pública a</p><p>alienação de armas de fogo a seus integrantes, por</p><p>meio de venda direta”.</p><p>VII - emitir moeda; A competência da União para emitir moeda é exercida</p><p>exclusivamente pelo banco central (Art. 164).</p><p>VIII - administrar as reservas cambiais do País e</p><p>fiscalizar as operações de natureza financeira,</p><p>especialmente as de crédito, câmbio e</p><p>capitalização, bem como as de seguros e de</p><p>previdência privada;</p><p>STF, ADI 1.357: Declarou a inconstitucionalidade de lei</p><p>distrital que tratava de operação de crédito de</p><p>instituição financeira pública, matéria de competência</p><p>privativa da União, nos termos dos arts. 21, VIII e 22,</p><p>VII, da Constituição.</p><p>IX - elaborar e executar planos nacionais e</p><p>regionais de ordenação do território e de</p><p>desenvolvimento econômico e social;</p><p>X - manter o serviço postal e o correio aéreo</p><p>nacional;</p><p>Exerce tanto a competência administrativa de manter o</p><p>serviço postal quanto a competência legislativa (artigo</p><p>22, V,).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 56</p><p>http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?PROCESSO=3258&CLASSE=ADI&cod_classe=504&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=M&EMENTA=2204</p><p>56</p><p>379</p><p>XI - explorar, diretamente ou mediante</p><p>autorização, concessão ou permissão, os</p><p>serviços de telecomunicações, nos termos da lei,</p><p>que disporá sobre a organização dos serviços, a</p><p>criação de um órgão regulador e outros aspectos</p><p>institucionais;</p><p>Exerce tanto a competência administrativa de explorar</p><p>os serviços de telecomunicação, mas quanto a</p><p>legislativa (artigo 22, IV).</p><p>XII - explorar, diretamente ou mediante</p><p>autorização, concessão ou permissão:</p><p>a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons</p><p>e imagens;</p><p>b) os serviços e instalações de energia elétrica e</p><p>o aproveitamento energético dos cursos de</p><p>água, em articulação</p><p>com os Estados onde se</p><p>situam os potenciais hidroenergéticos;</p><p>c) a navegação aérea, aeroespacial e a</p><p>infraestrutura aeroportuária;</p><p>d) os serviços de transporte ferroviário e</p><p>aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras</p><p>nacionais, ou que transponham os limites de</p><p>Estado ou Território;</p><p>e) os serviços de transporte rodoviário</p><p>interestadual e internacional de passageiros;</p><p>f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;</p><p>STF, ADI 3.558: Declarou a inconstitucionalidade de lei</p><p>estadual que obriga as concessionárias dos serviços de</p><p>telefonia fixa, energia elétrica, água e gás a instalar</p><p>medidores de consumo, porque intervém na relação</p><p>firmada entre a União e suas concessionárias, o que</p><p>contraria os artigos 21, XI e XII, b; e 22, IV, da</p><p>Constituição da República.</p><p>STF, RE 363.412 AgR: Infraero, que é empresa pública,</p><p>executa como atividade-fim, em regime de monopólio,</p><p>serviços de infraestrutura aeroportuária</p><p>constitucionalmente outorgados à União Federal.</p><p>XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o</p><p>Ministério Público do Distrito Federal e dos</p><p>Territórios e a Defensoria Pública dos</p><p>Territórios;</p><p>XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia</p><p>penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros</p><p>militar do Distrito Federal, bem como prestar</p><p>assistência financeira ao Distrito Federal para a</p><p>execução de serviços públicos, por meio de</p><p>fundo próprio;</p><p>1) O DF não possui órgãos próprios de Judiciário e nem</p><p>do Ministério Público. São organizados pela União, que</p><p>também detém a competência legislativa.</p><p>2) As despesas com as polícias civil, penal, militar e o</p><p>Corpo de Bombeiros Militares do DF são custeadas pela</p><p>União, repassados anualmente por meio do Fundo</p><p>Constitucional.</p><p>XV - organizar e manter os serviços oficiais de</p><p>estatística, geografia, geologia e cartografia de</p><p>âmbito nacional;</p><p>Cabe à lei federal regular diversões e espetáculos</p><p>públicos, informando a faixa etária a que não se</p><p>recomendem, bem como os locais e horários em que</p><p>suas apresentações se mostrem inadequadas (Art. 220,</p><p>§ 3º, I).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 57</p><p>http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=548673&codigoClasse=539&numero=363412&siglaRecurso=AgR&classe=RE</p><p>57</p><p>379</p><p>XVI - exercer a classificação, para efeito</p><p>indicativo, de diversões públicas e de programas</p><p>de rádio e televisão;</p><p>STF, ADI 2.404: "A submissão ao Ministério da Justiça</p><p>ocorre, exclusivamente, para que a União exerça sua</p><p>competência administrativa prevista no inciso XVI do</p><p>art. 21 da Constituição, qual seja, classificar, para efeito</p><p>indicativo, as diversões públicas e os programas de</p><p>rádio e televisão, o que não se confunde com</p><p>autorização.”</p><p>XVII - conceder anistia;</p><p>Refere-se à anistia do direito penal, de competência do</p><p>Congresso Nacional mediante lei (art. 48).</p><p>STF, ADI 104: Compreende-se na esfera de autonomia</p><p>dos Estados a anistia (ou o cancelamento) de infrações</p><p>disciplinares de seus respectivos servidores.</p><p>XXIV - organizar, manter e executar a inspeção</p><p>do trabalho;</p><p>STF, ADI 2.947: É inconstitucional lei estadual que</p><p>disponha sobre proibição de revista íntima em</p><p>empregados de estabelecimentos situados no</p><p>respectivo território, vez que a competência para</p><p>organizar e executar a inspeção é da União.</p><p>XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas</p><p>e as inundações;</p><p>XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de</p><p>direitos de seu uso;</p><p>XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e</p><p>transportes urbanos;</p><p>XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;</p><p>XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;</p><p>XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal</p><p>sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de</p><p>minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:</p><p>a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante</p><p>aprovação do Congresso Nacional;</p><p>b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos para a</p><p>pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;</p><p>c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de</p><p>meia-vida igual ou inferior a duas horas;</p><p>d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 58</p><p>58</p><p>379</p><p>XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma</p><p>associativa</p><p>XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei.</p><p>→ Competência Privativa (art. 22): em adição, colaciona-se jurisprudências recentes com cara de</p><p>prova de procuradorias.</p><p>I - direito civil, comercial, penal,</p><p>processual, eleitoral, agrário,</p><p>marítimo, aeronáutico, espacial e do</p><p>trabalho;</p><p>Direito Civil e Processual Civil:</p><p>▪ STF, ADI 5.969: Incidiu em inconstitucionalidade formal, por</p><p>violação do art. 22, inciso I, da Constituição Federal, o § 2º</p><p>do art. 12 da Lei nº 8.328/15 do Estado do Pará, que dispôs</p><p>dever a Fazenda Pública, nas execuções fiscais, antecipar o</p><p>pagamento das despesas com a diligência dos oficiais de</p><p>justiça.</p><p>▪ STF, ADI 7.104: Normas estaduais que impeçam as</p><p>instituições de ensino de recusarem a matrícula de</p><p>estudantes inadimplentes, e também de cobrar juros,</p><p>multas, correção monetária ou quaisquer outros encargos,</p><p>violam a competência privativa da União para legislar sobre</p><p>direito civil (Art. 22, I, da CRFB) (...).</p><p>▪ STF, ADI 6.423: Lei estadual que determina a redução</p><p>obrigatória e proporcional das mensalidades na rede</p><p>privada de ensino durante o Plano de Contingência da</p><p>COVID-19, viola a competência da União para legislar sobre</p><p>Direito Civil (art. 22, I, CF), por se tratar de norma abstrata</p><p>sobre direito civil, afastando-se da competência</p><p>concorrente dos estados para editar normas sobre</p><p>responsabilidade por danos aos consumidores (art. 24, V,</p><p>CF).</p><p>▪ STF, ADI 1.807: A fixação da competência dos juizados</p><p>especiais cíveis e criminais é matéria eminentemente</p><p>processual, de competência privativa da União, não se</p><p>confundindo com matéria procedimental em matéria</p><p>processual, essa, sim, de competência concorrente dos</p><p>Estados-membros..</p><p>Direito Penal e processual:</p><p>▪ Súmula Vinculante 46: A definição dos crimes de</p><p>responsabilidade e o estabelecimento das respectivas</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 59</p><p>59</p><p>379</p><p>normas de processo e julgamento são da competência</p><p>legislativa privativa da União.</p><p>▪ STF: ADI 3.639: é inconstitucional lei estadual que permite</p><p>a Administração Pública fazer uso de veículos particulares</p><p>por alguma razão apreendidos, haja vista que compete à</p><p>União legislar sobre direito penal (perdimento de bens),</p><p>processual (apreensão), requisição civil (uso de bens</p><p>particulares enquanto não declarado o perdimento ou</p><p>resolvida a situação lesiva, e devolvido o bem ao</p><p>proprietário) e de trânsito.</p><p>▪ STF, ADI 2.935: É inconstitucional — por violar a</p><p>competência privativa da União para legislar sobre direito</p><p>penal (CF/1988, art. 22, I) — lei estadual que destina ao</p><p>Fundo Penitenciário Estadual (Funpen) os valores recolhidos</p><p>de multas pecuniárias fixadas nas sentenças judiciais.</p><p>▪ STF, ADI 6.561: A norma é formalmente inconstitucional,</p><p>uma vez que, ao criar o Cadastro Estadual de Usuários</p><p>e</p><p>Dependentes de Drogas (art. 1º) no âmbito da Secretaria</p><p>Estadual de Segurança Pública com informações</p><p>concernentes ao registro de ocorrência policial (§1º),</p><p>inclusive sobre reincidência (§4º), invade competência</p><p>privativa da União para legislar sobre matéria penal e</p><p>processual penal (CRFB, art. 22, I).</p><p>Direito do Trabalho:</p><p>▪ STF, ADI 3.093: É inconstitucional — por usurpar a</p><p>competência privativa da União para legislar sobre direito</p><p>do trabalho (CF/1988, art. 22, I) — lei estadual que, ao criar</p><p>o “estágio supervisionado, educativo e profissionalizante”</p><p>sob a forma de bolsa de iniciação ao trabalho ao menor que</p><p>frequente o ensino regular ou supletivo, constitui relação</p><p>jurídica que se aproxima do instituto do contrato de</p><p>aprendizagem.</p><p>▪ STF, ADI 2.915: A criação de piso salarial para certa</p><p>categoria de empregados públicos é matéria que se insere</p><p>na competência privativa da União para legislar sobre</p><p>direito do trabalho, por ser medida de âmbito coletivo a</p><p>abarcar indistintamente determinada classe de</p><p>trabalhadores, não se confundindo com a entabulação da</p><p>remuneração entre as próprias partes.</p><p>▪ STF, ADI 144: Relativamente aos empregados celetistas de</p><p>empresas públicas e sociedades de economia mista,</p><p>estabelece a Constituição, no seu art. 137, § 1º, II, a sujeição</p><p>dos seus regimes jurídicos ao direito do trabalho, cuja</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 60</p><p>60</p><p>379</p><p>competência para legislar é privativa da União (art. 22, I, da</p><p>CF).</p><p>▪ STF, ADI 7.148: “É inconstitucional lei estadual que</p><p>regulamenta o programa jovem aprendiz, por invasão da</p><p>competência privativa da União para legislar sobre direito</p><p>do trabalho”.</p><p>▪ STF, ADI 5.349: lei distrital impugnada ao impor, de maneira</p><p>ampla, obrigação aos sindicatos, invade a competência</p><p>legislativa privativa da União prevista no art. 22, I, CF,</p><p>considerado tanto o Direito Coletivo do Trabalho quanto,</p><p>sob o prisma mais amplo de entidade associativa, o Direito</p><p>Civil.</p><p>▪ STF, ADI: Lei estadual ao instituir um feriado religioso</p><p>estadual, usurpou a competência da União para legislar</p><p>sobre direito do trabalho, mediante lei federal ordinária,</p><p>por envolver tal iniciativa consequências nas relações</p><p>empregatícias e salariais.</p><p>▪ STF, ADPF 634: Reconheceu a constitucionalidade de lei</p><p>municipal que instituiu de feriado local para a</p><p>comemoração do Dia da Consciência Negra, a ser celebrado</p><p>em 20 de novembro, em especial porque a data representa</p><p>um símbolo de resistência cultural e configura ação</p><p>afirmativa contra o preconceito racial.</p><p>II - desapropriação;</p><p>STF, ADI 969: É inconstitucional, por invadir a competência</p><p>legislativa da União e violar o princípio da separação dos</p><p>poderes, norma distrital que submeta as desapropriações, no</p><p>âmbito do Distrito Federal, à aprovação prévia da Câmara</p><p>Legislativa do Distrito Federal.</p><p>III - requisições civis e militares, em</p><p>caso de iminente perigo e em tempo de</p><p>guerra;</p><p>STF: ADI 3.639: é inconstitucional lei estadual que permite a</p><p>Administração Pública fazer uso de veículos particulares por</p><p>alguma razão apreendidos, haja vista que compete à União</p><p>legislar sobre direito penal (perdimento de bens), processual</p><p>(apreensão), requisição civil (uso de bens particulares</p><p>enquanto não declarado o perdimento ou resolvida a situação</p><p>lesiva, e devolvido o bem ao proprietário) e de trânsito.</p><p>STF, (Tema n.º 919): A instituição de taxa de fiscalização do</p><p>funcionamento de torres e antenas de transmissão e recepção</p><p>de dados e voz é de competência privativa da União, nos termos</p><p>do art. 22, IV, da Constituição Federal, não competindo aos</p><p>municípios instituir referida taxa.</p><p>STF, ADPF 1.063: É inconstitucional — por invadir a</p><p>competência da União privativa para legislar sobre</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 61</p><p>61</p><p>379</p><p>IV - águas, energia, informática,</p><p>telecomunicações e radiodifusão;</p><p>telecomunicações (CF/1988, art. 22, IV) e exclusiva para definir</p><p>a forma e o modo da exploração desses serviços (CF/1988, art.</p><p>21, XI c/c o art. 175) — legislação municipal que estabelece a</p><p>obrigatoriedade de condicionantes para a instalação e o</p><p>funcionamento de antenas, postes, torres, contêineres e</p><p>demais equipamentos relacionados às Estações Transmissoras</p><p>de Radiocomunicação (ETR).</p><p>STF, ADI 7.225: É inconstitucional lei estadual que proíbe a</p><p>instalação de medidores externos de energia elétrica pelas</p><p>empresas concessionárias do serviço, por violação da</p><p>competência privativa da União para legislar sobre a matéria.</p><p>STF, ADI 5.025: O art. 22, inciso IV, da Constituição de 1988, que</p><p>fixa a competência privativa da União para dispor sobre águas,</p><p>deve ser interpretado à luz do art. 21, inciso XIX, que reserva ao</p><p>campo de atribuições do ente federal a instituição do sistema</p><p>nacional de gerenciamento de recursos hídricos e a definição</p><p>dos critérios de outorga dos direitos de uso desses recursos.</p><p>V - serviço postal; STF, ADI 3.081: Competência exclusiva da União para manter o</p><p>serviço postal e legislar sobre a matéria. Restrição à entrega de</p><p>correspondências classificadas como carta, cartão-postal e</p><p>correspondência agrupada.</p><p>VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;</p><p>VII - política de crédito, câmbio,</p><p>seguros e transferência de valores;</p><p>STF, ADI 7.023: É inconstitucional lei estadual que amplia as</p><p>formas de pagamento dos planos privados de assistência à</p><p>saúde, individuais ou coletivos, por violação à competência</p><p>privativa da União para legislar sobre a matéria.</p><p>VIII - comércio exterior e interestadual;</p><p>IX - diretrizes da política nacional de transportes;</p><p>X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;</p><p>XI - trânsito e transporte;</p><p>STF, ADI 5.916: Na forma da jurisprudência do Supremo,</p><p>compete à União legislar sobre ‘trânsito e transporte’ – artigo</p><p>22, inciso XI, da Constituição Federal –, incluída matéria relativa</p><p>à disciplina e emissão de Certificado de Registro Veicular – CRV.</p><p>STF, ADPF 514: Verifica-se a invasão da competência da União</p><p>pelo Município de Santos para legislar sobre transporte de</p><p>animais, matéria exaustivamente disciplinada no âmbito</p><p>federal.</p><p>STF: "A proibição ou restrição da atividade de transporte</p><p>privado individual por motorista cadastrado em aplicativo é</p><p>inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e</p><p>da livre concorrência; e 2. No exercício de sua competência para</p><p>regulamentação e fiscalização do transporte privado individual</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 62</p><p>62</p><p>379</p><p>de passageiros, os Municípios e o Distrito Federal não podem</p><p>contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal</p><p>(CF/1988, art. 22, XI)"</p><p>STF: inconstitucionalidade de Lei estadual que tornava</p><p>obrigatória a notificação pessoal dos motoristas pela não-</p><p>utilização de cinto de segurança, por cuidar ela de matéria</p><p>específica de trânsito, invadindo competência da União.</p><p>XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;</p><p>XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;</p><p>XIV - populações indígenas;</p><p>XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;</p><p>XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões;</p><p>XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria</p><p>Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes;</p><p>XVIII - sistema estatístico, sistema</p><p>cartográfico e de geologia nacionais;</p><p>STF, ADI 158: Os Estados-membros e o Distrito Federal não</p><p>dispõem de competência para legislar sobre horário de verão,</p><p>eis que falece</p><p>a qualquer ente federado competência legislativa</p><p>para dispor sobre o seu próprio horário, considerada a</p><p>dimensão nacional que qualifica essa particular atribuição que</p><p>a Constituição da República outorgou, em regime de</p><p>exclusividade, à União Federal (...)</p><p>XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;</p><p>XX - sistemas de consórcios e sorteios;</p><p>Súmula vinculante n.º 2: É inconstitucional a lei ou ato</p><p>normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de</p><p>consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.</p><p>STF, ADPF 429: A competência da União para legislar</p><p>exclusivamente sobre sistemas de consórcios e sorteios,</p><p>inclusive loterias, não obsta a competência material para a</p><p>exploração dessas atividades pelos entes estaduais ou</p><p>municipais.</p><p>XXI - normas gerais de organização,</p><p>efetivos, material bélico, garantias,</p><p>convocação, mobilização, inatividades</p><p>e pensões das polícias militares e dos</p><p>corpos de bombeiros militares;</p><p>STF (Info 1122/2024): É inconstitucional norma estadual que</p><p>concede porte de arma de fogo a agentes socioeducativos - —</p><p>viola competência privativa da União para legislar sobre direito</p><p>penal e material bélico.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 63</p><p>63</p><p>379</p><p>STF, ADI 7.004: “É inconstitucional a lei estadual que autoriza a</p><p>seus órgãos de segurança pública a alienação de armas de fogo</p><p>a seus integrantes, por meio de venda direta”.</p><p>STF, ADI 6985: "A concessão de porte de arma a procuradores</p><p>estaduais, por lei estadual, é incompatível com a Constituição</p><p>Federal. "</p><p>XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;</p><p>XXIII - seguridade social;</p><p>XXIV - diretrizes e bases da educação</p><p>nacional;</p><p>STF, ADI 6.412: É inconstitucional lei estadual que autoriza o</p><p>cômputo de gastos previdenciários como despesas com</p><p>manutenção e desenvolvimento do ensino. Despesas com</p><p>manutenção e desenvolvimento do ensino constitui matéria de</p><p>diretrizes e bases da educação nacional.</p><p>STF, ADI 7.019: É inconstitucional — por violar a competência</p><p>privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da</p><p>educação nacional (CF/1988, art. 22, XXIV) — lei estadual que</p><p>veda a adoção da “linguagem neutra” na grade curricular e no</p><p>material didático de instituições de ensino públicas e privadas,</p><p>assim como em editais de concursos públicos locais.</p><p>STF: ensino domiciliar (homeschooling) não é um direito público</p><p>subjetivo do aluno ou de sua família, porém não é vedada</p><p>constitucionalmente sua criação por meio de lei federal,</p><p>editada pelo Congresso Nacional.</p><p>XXV - registros públicos; STF, ADI 3.723: Lei estadual que dispõe sobre a obrigatoriedade</p><p>de microfilmagem de documentos arquivados nos cartórios</p><p>extrajudiciais, ofende à competência privativa da União para</p><p>legislar sobre registros públicos.</p><p>XXVI - atividades nucleares de qualquer</p><p>natureza;</p><p>STF, ADI 6858: é pacífica no sentido da inconstitucionalidade,</p><p>por vício formal, de dispositivos nos quais os Estados-membros</p><p>dispõem sobre atividades que se relacionem de alguma forma</p><p>com o setor nuclear.</p><p>XXVII - normas gerais de licitação e</p><p>contratação, em todas as modalidades,</p><p>para as administrações públicas</p><p>diretas, autárquicas e fundacionais da</p><p>União, Estados, Distrito Federal e</p><p>Municípios, obedecido o disposto no</p><p>art. 37, XXI, e para as empresas</p><p>públicas e sociedades de economia</p><p>mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;</p><p>Competência da União: normas gerais.</p><p>Demais entes: podem legislar normas específica.</p><p>STF, ADPF 282: Criação de hipóteses de parcerias público-</p><p>privadas para a execução de obra pública desvinculadas de</p><p>qualquer serviço público ou social. Impossibilidade.</p><p>Competência privativa da União para legislar sobre normas</p><p>gerais de licitação e contratação (art. 22, XXVII, da CF/88).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 64</p><p>64</p><p>379</p><p>STF, RE 1.327.523 AgR: A Corte já reconheceu a natureza de</p><p>normas gerais sobre licitação e contratação às leis federais que</p><p>exigem autorização legislativa prévia para alienação de bens</p><p>públicos imóveis, não podendo os estados e municípios, em</p><p>atenção à distribuição constitucional de competências,</p><p>desbordar desse parâmetro ao conformar a matéria a seu</p><p>âmbito de atuação.</p><p>STF (ADI 1746 MC): reconheceu a inconstitucionalidade de</p><p>norma da Constituição Estadual que previa prazo de até 25 anos</p><p>para o Poder Concedente pagar a indenização decorrente da</p><p>encampação do serviço público que era prestado pela empresa</p><p>concessionária.</p><p>XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;</p><p>XXIX - propaganda comercial. STF, ADI 5.424: vedar a propaganda de medicamentos e</p><p>similares nos meios de comunicação sonoros, audiovisuais e</p><p>escritos daquele Estado, usurpou a competência privativa da</p><p>União para legislar sobre propaganda comercial (art. 22, inciso</p><p>XXIX, da Constituição),</p><p>XXX - proteção e tratamento de dados</p><p>pessoais.</p><p>Incluído pela EC n. 115/22.</p><p>Para Alexandre de Moraes, são requisitos para a delegação de competência privativa:</p><p>- Requisito formal: edição de lei complementar aprovada pelo Congresso Nacional.</p><p>- Requisito material: somente serão delegadas questões específicas quanto a um dos incisos</p><p>do at. 22 da CF.</p><p>- Requisito implícito: respeito ao princípio da isonomia, de modo que a delegação deve ser</p><p>estendida a todos os Estados igualitariamente.</p><p>• Competências dos Estados:</p><p>→ Competência remanescente ou residual (art. 25, § 1º): via de regra, os Estados exercem as</p><p>competências que não lhes sejam vedadas pelo texto constitucional, isto é, as que não</p><p>pertencem à União e nem aos Municípios.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 65</p><p>65</p><p>379</p><p> Exemplo: enquanto o transporte local pertence ao Município e o transporte</p><p>interestadual e o internacional à União, por sua vez, o transporte intermunicipal é de</p><p>competência estadual (ADI 2.349).</p><p> Lei estadual que disciplina o prazo decadencial para o exercício da autotutela pela</p><p>administração pública local versa sobre matéria inserida na competência</p><p>constitucional dos estados-membros para legislar sobre direito administrativo (art.</p><p>25, § 1º, CF/1988).</p><p>→ Competências expressas:</p><p>▪ Cabe aos Estados a exploração, diretamente ou mediante concessão, dos serviços locais de</p><p>gás canalizado, na forma da lei (art. 25, § 2º).</p><p> Vedada a regulamentação por de medida provisória. Deve se dar por lei.</p><p>▪ Cabe aos Estados instituir, por meio de lei complementar, regiões metropolitanas,</p><p>aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios</p><p>limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de</p><p>interesse comum (art. 25, § 3º).</p><p> A competência e a titularidade devem ser conjuntas: estrutura colegiada</p><p>assecuratória da participação dos Municípios.</p><p> STF: Vedação de que as instituições colegiadas concentrem poder decisório em um só</p><p>ente-federado.</p><p> STF: O interesse comum e a compulsoriedade da integração metropolitana não são</p><p>incompatíveis com a autonomia municipal. (ADI 1841/RJ)</p><p>▪ Cabe aos Estados a criação de novos municípios por meio de incorporação, fusão ou</p><p>desmembramento (art. 18, § 4º).</p><p>▪ Cabe aos Estados organizar a Justiça Estadual (art. 125).</p><p>▪ Cabe aos Estados instituir a segurança viária (art. 144, § 10).</p><p>• Competências dos Municípios:</p><p>Súmula vinculante n.º 38: É competente o Município para fixar</p><p>o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 66</p><p>66</p><p>379</p><p>Legislar sobre interesse local:</p><p>STF, ADPF 634: Instituição do feriado municipal</p><p>comemorativo do Dia da Consciência Negra. Competência</p><p>municipal para instituição de feriado de alta significação étnica.</p><p>Interesse local.</p><p>STF, ADI 2.142. Cabe aos municípios promover o licenciamento</p><p>ambiental das atividades ou empreendimentos possam causar</p><p>impacto ambiental de âmbito local.</p><p>STF, RE 738.481: “Compete aos municípios legislar sobre a</p><p>obrigatoriedade de instalação de hidrômetros individuais nos</p><p>edifícios e condomínios, em razão do preponderante interesse</p><p>local envolvido.”</p><p>STF, RE 610.221 RG: Definição do tempo máximo de espera de</p><p>clientes em filas de instituições bancárias. Competência do</p><p>Município para legislar. Assunto de interesse local.</p><p>STF, ADPF 279: Municípios podem instituir a prestação de</p><p>assistência jurídica à população de baixa renda. Detêm</p><p>competência para legislar sobre assuntos de interesse local,</p><p>decorrência do poder de autogoverno e de autoadministração.</p><p>Assim, cabe à administração municipal estar atenta às</p><p>necessidades da população, organizando e prestando os</p><p>serviços públicos de interesse local (CF, art. 30, I, II e V).</p><p>STF (Info 1073): É constitucional, formal e materialmente, lei</p><p>municipal que obriga à substituição de sacos e sacolas plásticos</p><p>por sacos e sacolas biodegradáveis.</p><p>Suplementar a legislação federal e</p><p>estadual:</p><p>Não podem contraditar a legislação estadual e a federal, mas</p><p>deve retratar as suas especificidades.</p><p>Instituir e arrecadar os tributos de sua</p><p>competência: (competência exclusiva)</p><p>A previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da</p><p>competência constitucional indicam a responsabilidade na</p><p>gestão fiscal.</p><p>Criar, organizar e suprimir distritos: Deve respeitar a legislação estadual (apenas diretrizes gerais).</p><p>Organizar e prestar os serviços públicos</p><p>de interesse local:</p><p>Formas de prestação: diretamente ou sob regime de</p><p>concessão ou permissão. Inclui o transporte coletivo (caráter</p><p>essencial).</p><p>Manter programas de educação infantil</p><p>e de ensino fundamental:</p><p>Com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado.</p><p>Prestar serviços de atendimento à</p><p>saúde da população:</p><p>Com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado.</p><p>Promover o adequado ordenamento</p><p>territorial:</p><p>Execução do planejamento e controle do uso, do</p><p>parcelamento e da ocupação do solo urbano.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 67</p><p>67</p><p>379</p><p>• Competências do Distrito Federal: cumula as competências dos Estados e dos Municípios.</p><p> Competências residuais, competências delegadas pela União, competências</p><p>concorrentes e as competências municipais.</p><p>• Competência concorrente: repartição vertical e não cumulativa de competências.</p><p>➢ A União é competente para a elaboração de normas gerais.</p><p> STF, ADI 2.35: a norma geral assenta-se no pressuposto que a colaboração</p><p>federativa depende de uma uniformização do ambiente normativo.</p><p>➢ Os Estados e DF possuem competência suplementar:</p><p> Complementar: correspondem à edição de normas específicas estaduais e distritais,</p><p>que complementam a norma geral da União.</p><p> Supletiva: trata-se da competência plena (norma geral + norma específica) dos</p><p>Estados e do DF, no caso de inexistência de norma geral da União.</p><p>❖ A competência plena possui caráter temporário, haja vista que superveniência</p><p>de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual no que</p><p>lhe for contrária.</p><p>❖ A referida competência não depende de delegação da União, de modo que</p><p>basta a mera omissão desta.</p><p>➢ Os Municípios não detêm competência concorrente explicitamente.</p><p> Todavia, podem suplementar, no que couber, lei federal e lei estadual, conforme as</p><p>especificidades locais, nos termos do artigo 30, II, da CF. Não há exercício pleno.</p><p>➢ Competências previstas no art. 24 da CF:</p><p>STF, ADI 7.060: Constituição Estadual que atribui às</p><p>emendas estaduais parlamentares impositivas vedação</p><p>orçamentária não prevista na Constituição Federal (art.</p><p>+ Edição de plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal,</p><p>obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes.</p><p>Promover a proteção do patrimônio</p><p>histórico-cultural local:</p><p>Deve respeitar a legislação e a ação fiscalizadora federal e</p><p>estadual.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 68</p><p>68</p><p>379</p><p>I – direito tributário, financeiro, penitenciário,</p><p>econômico e urbanístico;</p><p>166, § 17, da CF, alterado pela EC nº 126/22), extrapola os</p><p>limites de sua competência suplementar legislativa.</p><p>STF, ADI 2.402: Norma estadual que cria parâmetros a</p><p>serem observados pela Administração Pública estadual</p><p>na construção ou ampliação de unidades prisionais diz</p><p>respeito a direito penitenciário, cuja competência</p><p>legislativa é concorrente (CF, art. 24, I), e não revela</p><p>usurpação da competência da União para legislar sobre</p><p>direito civil, tampouco limitação indevida do direito de</p><p>propriedade.</p><p>STF, ADI 6.723: Leis estaduais que autorizam a</p><p>transferência e o uso, pelo Estado, de recursos</p><p>financeiros correspondentes a depósitos judiciais e</p><p>extrajudiciais incorrem em vício de inconstitucionalidade</p><p>formal, por usurpação da competência da União para</p><p>legislar sobre direito civil e processual civil (art. 22, I, da</p><p>CF) e para editar normas gerais de direito financeiro (art.</p><p>24, I e § 1º, da CF).</p><p>STF, ADI 3.753: É constitucional lei estadual que concede</p><p>aos professores das redes públicas estadual e municipais</p><p>de ensino o benefício da meia-entrada</p><p>nos estabelecimentos de lazer e entretenimento. Trata-se</p><p>de competência concorrente para legislar sobre direito</p><p>econômico.</p><p>II - orçamento;</p><p>STF, RE 883.514 AgR: Reconheceu a inconstitucionalidade</p><p>de lei distrital que dispunha sobre a instituição e</p><p>funcionamento de fundos no Distrito Federal, mormente</p><p>quando estabelece direcionamento diverso ao saldo</p><p>positivo de fundo apurado em balanço, não previsto em</p><p>lei federal.</p><p>III - juntas comerciais;</p><p>IV - custas dos serviços forenses;</p><p>STF, ADI 3.260: À União, ao Estado-membro e ao Distrito</p><p>Federal é conferida competência para legislar</p><p>concorrentemente sobre custas dos serviços forenses,</p><p>restringindo-se a competência da União, no âmbito dessa</p><p>legislação concorrente, ao estabelecimento de normas</p><p>gerais, certo que, inexistindo tais normas gerais, os</p><p>Estados exercerão a competência legislativa plena, para</p><p>atender a suas peculiaridades (CF, art. 24, IV, §§ 1º e 3º)</p><p>V - produção e consumo;</p><p>STF, Tema N.º 1.051: É inconstitucional lei municipal que</p><p>estabeleça a obrigação da implantação, nos shopping</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 69</p><p>69</p><p>379</p><p>centers, de ambulatório médico ou serviço de pronto-</p><p>socorro equipado para o atendimento de emergência.</p><p>STF, ADI 6.898: Lei estadual que dispõe sobre a</p><p>obrigatoriedade das empresas do setor têxtil de produzir</p><p>peças de vestuário que contenham etiquetas em braile</p><p>ou qualquer outro meio acessível à compreensão das</p><p>pessoas com deficiência visual, encontra fundamento</p><p>constitucional na competência concorrente para legislar</p><p>sobre produção e consumo e proteção (CF, art. 24, V) e</p><p>integração social das pessoas portadoras de deficiências</p><p>(CF, art. 24, XIV).</p><p>STF, ADI 6.432: São constitucionais as normas estaduais</p><p>que veiculam proibição de suspensão do fornecimento do</p><p>serviço de energia elétrica, o modo de cobrança e</p><p>pagamentos dos débitos e exigibilidade de multa e juros</p><p>moratórios, limitadas ao tempo da vigência do plano de</p><p>contingência, em decorrência da pandemia de Covid-19,</p><p>por versarem, essencialmente, sobre defesa e proteção</p><p>dos direitos do consumidor e da saúde pública.</p><p>VI - florestas,</p><p>158</p><p>7.5 – Leis Delegadas ................................................................................................................................... 162</p><p>7.6 – Decreto Legislativo e Resolução ........................................................................................................ 164</p><p>7.7 – Hierarquia entre normas constitucionais .......................................................................................... 164</p><p>8. Poder Executivo .......................................................................................................................................... 165</p><p>8.1 – Presidente da República .................................................................................................................... 165</p><p>8.2 – Atribuições, prerrogativas e responsabilidades ................................................................................ 168</p><p>8.3 – Ministros de Estado ........................................................................................................................... 175</p><p>8.4 – Conselho da República e de Defesa Nacional.................................................................................... 177</p><p>9. Poder Judiciário .......................................................................................................................................... 178</p><p>9.1 – Regime de Precatórios ....................................................................................................................... 187</p><p>9.2 – Órgãos do Poder Judiciário ................................................................................................................ 195</p><p>9.3 – Conselho Nacional de Justiça ............................................................................................................ 216</p><p>10. Controle de Constitucionalidade ............................................................................................................. 219</p><p>10.1 – Espécies de Inconstitucionalidade ................................................................................................... 219</p><p>10.2 – Sistemas e Modelos de Controle ..................................................................................................... 222</p><p>10.3 – Natureza da norma inconstitucional ............................................................................................... 224</p><p>10.4 – Histórico do controle de constitucionalidade no Brasil ................................................................... 225</p><p>10.5 – Cláusula de Reserva do Plenário ..................................................................................................... 226</p><p>10.6 – Controle Difuso e Abstrato .............................................................................................................. 227</p><p>10.7 – Ações de Controle Abstrato ............................................................................................................. 229</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 4</p><p>4</p><p>379</p><p>10.8 – Controle abstrato nos Estados ........................................................................................................ 249</p><p>11. Funções essenciais à Justiça e Defesa do Estado ..................................................................................... 252</p><p>11.1 – Ministério Público ............................................................................................................................ 252</p><p>11.2 – Advocacia Pública ............................................................................................................................ 262</p><p>11.3 – Advocacia e Defensoria Pública ...................................................................................................... 266</p><p>11.4 – Defesa do Estado e das instituições democráticas ......................................................................... 268</p><p>12. Teoria Geral dos Direitos Fundamentais .................................................................................................. 278</p><p>12.1 – Características ................................................................................................................................. 278</p><p>12.2 – Dimensões ou gerações dos direitos fundamentais ........................................................................ 280</p><p>12.3 – Os quatro status de Jellinek ............................................................................................................ 281</p><p>12.4 – Dimensão objetiva e dimensão subjetiva ........................................................................................ 282</p><p>12.5 – Direitos e garantias fundamentais .................................................................................................. 282</p><p>12.6 – Tratados internacionais ................................................................................................................... 284</p><p>12.7 - Tribunal Penal Internacional ............................................................................................................ 285</p><p>13. Direitos e garantias individuais ................................................................................................................ 286</p><p>13.1 – Direitos e garantias individuais em espécie .................................................................................... 286</p><p>14. Ações Constitucionais .............................................................................................................................. 321</p><p>14.1 – Mandado de Segurança .................................................................................................................. 321</p><p>14.2 – Mandado de Injunção ..................................................................................................................... 329</p><p>14.3 – Ação Popular ................................................................................................................................... 333</p><p>14.4 – Ação Civil Pública (ACP) ................................................................................................................... 337</p><p>14.5 – Habeas Data .................................................................................................................................... 341</p><p>14.6 – Habeas Corpus ................................................................................................................................. 343</p><p>14.7 – Reclamação Constitucional ............................................................................................................. 345</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 5</p><p>5</p><p>379</p><p>15 – Direitos Sociais ....................................................................................................................................... 348</p><p>15.1 – Teoria dos Direitos Sociais ............................................................................................................... 348</p><p>15.2 – Direitos Sociais na Constituição ...................................................................................................... 349</p><p>16 – Direitos de Nacionalidade ...................................................................................................................... 362</p><p>16.1 – Nacionalidade Primária e Secundária ............................................................................................. 362</p><p>16.2 – Perda da Nacionalidade .................................................................................................................. 367</p><p>17 – Direitos políticos e Partidos políticos ..................................................................................................... 368</p><p>17.1 – Sufrágio Positivo e Negativo ...........................................................................................................</p><p>caça, pesca, fauna, conservação</p><p>da natureza, defesa do solo e dos recursos</p><p>naturais, proteção do meio ambiente e</p><p>controle da poluição;</p><p>STF, ADI, 5.014: É constitucional — pois não viola o</p><p>princípio do pacto federativo e as regras do sistema de</p><p>repartição de competências — norma estadual que cria</p><p>modelo simplificado de licenciamento ambiental para</p><p>regularização de atividades ou empreendimentos em</p><p>instalação ou funcionamento, e para atividades de baixo</p><p>e médio potencial poluidor.</p><p>STF, ADI 7.203: É inconstitucional — por violar a</p><p>competência da União para legislar sobre normas gerais</p><p>de proteção ao meio ambiente e sobre direito penal e</p><p>processual penal (CF/1988, arts. 24, VI e VII; e 22, I) — lei</p><p>estadual que proíbe os órgãos ambientais e a polícia</p><p>militar de destruírem e inutilizarem bens particulares</p><p>apreendidos em operações de fiscalização ambiental.</p><p>STF, RE 586.224: O Município é competente para legislar</p><p>sobre meio ambiente com União e Estado, no limite de</p><p>seu interesse local e desde que tal regramento seja e</p><p>harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais</p><p>entes federados (art. 24, VI, c/c 30, I e II, da CRFB).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 70</p><p>70</p><p>379</p><p>VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural,</p><p>artístico, turístico e paisagístico;</p><p>STF, ADI 4.092: É possível que Estados e Municípios, com</p><p>o objetivo de preservar a memória de bens imateriais,</p><p>instituam feriados de alta significação étnica.</p><p>VIII - responsabilidade por dano ao meio</p><p>ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de</p><p>valor artístico, estético, histórico, turístico e</p><p>paisagístico;</p><p>STF, ADI 3.626: É inconstitucional lei estadual, distrital ou</p><p>municipal, que verse sobre normas gerais de defesa do</p><p>consumidor, por ofender o art. 24, VIII e § 1°, do texto</p><p>constitucional. A lei não pode estabelecer diferenças nos</p><p>serviços de cadastro de dados de proteção ao crédito que</p><p>não sejam compatíveis com o Código de Defesa do</p><p>Consumidor (norma geral).</p><p>IX - educação, cultura, ensino, desporto,</p><p>ciência, tecnologia, pesquisa,</p><p>desenvolvimento e inovação;</p><p>STF, ADI 2.477: Reconheceu a constitucionalidade formal</p><p>de lei estadual que prevê reserva de 3% dos lugares</p><p>disponíveis para assentos especiais utilizados por</p><p>pessoas obesas em salas de projeções, teatros, espaços</p><p>culturais e nos veículos de transporte público municipal</p><p>e intermunicipal, tendo em vista que a política de inclusão</p><p>adotada se enquadra na competência concorrente dos</p><p>Estados, da União e dos Municípios para promover acesso</p><p>a cultura, esporte e lazer.</p><p>X - criação, funcionamento e processo do juizado de. pequenas causas;</p><p>XI - procedimentos em matéria processual; STF, ADI 1.285: É constitucional lei estadual que prevê</p><p>procedimentos para o inquérito civil, considerando-se a</p><p>competência concorrente dos Estados-membros para</p><p>legislar sobre a matéria (CF/1988, art. 24, XI).</p><p>STF, ADI 5.773: É constitucional a norma impugnada pela</p><p>qual indicado o destinatário da citação no órgão da</p><p>Advocacia Pública estadual, pois se enquadra como</p><p>modelo procedimental complementar à sistemática</p><p>processual civil, decorrente da autonomia dos entes</p><p>federados em estruturar-se administrativamente, nos</p><p>termos do plexo de competências previstas no caput do</p><p>art. 18, no inc. XI do art. 24 e no caput do art. 25 da</p><p>Constituição da República.</p><p>XII - previdência social, proteção e defesa da</p><p>saúde;</p><p>STF, ADI 856: A fixação de requisitos para a concessão de</p><p>aposentadoria especial é matéria de competência</p><p>legislativa da União, consoante os artigos 22, XXIII e XXIV,</p><p>e 24, XII e § 1º, da Constituição.</p><p>STF, ADI 6.088: Norma estadual que obrigue as empresas</p><p>prestadoras de serviços e concessionárias de telefone e</p><p>internet a inserirem, nas faturas de consumo, mensagem</p><p>de incentivo à doação de sangue, está inserida na</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 71</p><p>71</p><p>379</p><p>competência própria dos estados para legislar sobre</p><p>proteção à saúde.</p><p>XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;</p><p>XIV - proteção e integração social das pessoas</p><p>portadoras de deficiência;</p><p>STF, ADI 7.028: É inconstitucional lei estadual que (a)</p><p>reduza o conceito de pessoas com deficiência previsto na</p><p>Constituição, na Convenção Internacional sobre os</p><p>Direitos das Pessoas com Deficiência, de estatura</p><p>constitucional, e na lei federal de normas gerais; (b)</p><p>desconsidere, para a aferição da deficiência, a avaliação</p><p>biopsicossocial por equipe multiprofissional e</p><p>interdisciplinar prevista pela lei federal; ou (c) exclua o</p><p>dever de adaptação de unidade escolar para o ensino</p><p>inclusivo.</p><p>XV - proteção à infância e à juventude; STF, ADI 5.126: Constitucionalidade de lei estadual que</p><p>proíbe a fabricação, a venda e comercialização armas de</p><p>fogo de brinquedo no Estado, pois observa a competência</p><p>concorrente para legislar sobre proteção à infância e à</p><p>juventude, bem como para legislar sobre matéria de</p><p>produção e consumo.</p><p>XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.</p><p>• Competência comum: denominada paralela ou cumulativa, atribuída a todos os entes sem</p><p>hierarquia.</p><p>➢ Leis complementares: fixarão normas para a cooperação entre os entes, com objetivo de garantir</p><p>o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.</p><p> STF: não há vedação de que União, Estados, Municípios e Distrito Federal recorram à</p><p>utilização de instrumentos negociais para a salutar racionalização e coordenação das</p><p>suas atividades, em conformidade com a perspectiva consensual e pragmática da</p><p>Administração Pública contemporânea em sua vertente gerencial.</p><p>➢ Previsão no art. 23 da CF:</p><p>I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio</p><p>público;</p><p>II - cuidar da saúde e assistência pública, da</p><p>proteção e garantia das pessoas portadoras de</p><p>deficiência</p><p>STF, ADI 6.586: A competência do Ministério da</p><p>Saúde para coordenar o Programa Nacional de</p><p>Imunizações e definir as vacinas integrantes do</p><p>calendário nacional de imunização não exclui a dos</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 72</p><p>72</p><p>379</p><p>Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para</p><p>estabelecer medidas profiláticas e terapêuticas</p><p>destinadas a enfrentar a pandemia decorrente do</p><p>novo coronavírus, em âmbito regional ou local, no</p><p>exercício do poder-dever de “cuidar da saúde e</p><p>assistência pública” que lhes é cometido pelo art. 23,</p><p>II, da Constituição Federal.</p><p>III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os</p><p>monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;</p><p>IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor</p><p>histórico, artístico ou cultural;</p><p>V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação</p><p>VI - proteger o meio ambiente e combater a</p><p>poluição em qualquer de suas formas;</p><p>STF, ADI 6.137: A vedação à pulverização aérea de</p><p>agrotóxicos é matéria afeta à saúde e ao meio</p><p>ambiente, listada entre as competências</p><p>administrativas comuns e entre as competências</p><p>legislativas concorrentes da União, dos Estados e dos</p><p>Municípios (incs. II e VI do art. 23; incs. VI e XII do art.</p><p>24, todos da Constituição da República).</p><p>STF, ADI 5.374: A competência político-</p><p>administrativa comum para a proteção do meio</p><p>ambiente legitima a criação de tributo na</p><p>modalidade taxa para remunerar a atividade de</p><p>fiscalização dos Estados.</p><p>VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;</p><p>VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;</p><p>IX - promover programas de construção de moradias</p><p>e a melhoria das condições habitacionais e de</p><p>saneamento básico;</p><p>X - combater as causas da pobreza e os fatores de</p><p>marginalização, promovendo a integração social</p><p>dos setores desfavorecidos;</p><p>STF, ADPF 279: Assistência judiciária gratuita à</p><p>população carente. Competência comum dos entes</p><p>federados para combater as causas da pobreza e os</p><p>fatores de marginalização e para promover a</p><p>integração social dos setores desfavorecidos. Inc. X</p><p>do art. 23 da Constituição da República. Competência</p><p>do município para serviços públicos de interesse</p><p>local.</p><p>XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as</p><p>concessões de direitos de pesquisa e exploração de</p><p>recursos hídricos e minerais em seus territórios;</p><p>STF, ADI 4.606: Os Estados, Distrito Federal e</p><p>Municípios não possuem competência para definir</p><p>as condições de recolhimento das compensações</p><p>financeiras de sua titularidade, ou mesmo para</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 73</p><p>73</p><p>379</p><p>arrecadá-las diretamente, por intermédio de seus</p><p>órgãos fazendários</p><p>XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.</p><p>4.8 – INTERVENÇÃO FEDERAL</p><p>• Conceito de intervenção federal: medida excepcional, de cunho político, que importa a</p><p>desconsideração temporária da autonomia de um estado-membro ou do Distrito Federal,</p><p>observados os pressupostos materiais (hipóteses autorizativas) e formais (procedimento) previstos</p><p>na CF.</p><p> É um dos elementos de estabilização constitucional.</p><p> A decretação é competência privativa do Presidente da República (Art. 84, X)</p><p>• É norteada pelos seguintes princípios:</p><p>→ Princípio da Taxatividade: a intervenção só pode ser decretada nas hipóteses taxativas previstas</p><p>na CF/88.</p><p>→ Princípio da Excepcionalidade: excepciona a incidência da autonomia dos entes, que é a regra.</p><p>→ Princípio da Temporalidade: dada a sua excepcionalidade, ocorre apenas uma retirada</p><p>temporária da autonomia dos entes.</p><p>→ Princípio da Necessidade: apenas utilizada quando houver justificação para tanto, já que deve</p><p>ser a última medida a ser adotada em uma situação de crise.</p><p>→ Princípio da Formalidade: indica o respeito aos limites formais estatuídos pela CF.</p><p>Em que consiste a vedação à intervenção per saltum?</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 74</p><p>74</p><p>379</p><p>Primeiramente, destaca-se que a nomenclatura intervenção per saltum já foi cobrada em prova</p><p>de advocacia pública. Trata-se de uma proibição para que não ocorra a intervenção federal em</p><p>municípios dos Estados. Somente é permitida a intervenção da União em relação a municípios</p><p>situados em Territórios, nas hipóteses do art. 35 da CF.</p><p>• Objetivos:</p><p> Ordem constitucional;</p><p> Defesa do Estado;</p><p> Defesa das finanças estaduais;</p><p> Defesa de princípio federativo.</p><p>• Espécies:</p><p>➢ Intervenção espontânea (voluntária ou de ofício): É aquela decretada pela vontade do</p><p>Presidente da República, mediante juízo político e discricionário, sem provocação prévia,</p><p>nos limites definidos pela Constituição.</p><p>➢ Hipóteses de cabimento:</p><p>❖ Manter a integridade nacional;</p><p>❖ Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;</p><p>❖ Pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;</p><p>❖ Reorganizar as finanças da unidade da Federação que:</p><p>a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos</p><p>consecutivos, salvo motivo de força maior;</p><p>• Dívida fundada: compreende os compromissos de exigibilidade</p><p>superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio</p><p>orçamentário ou a financeiro de obras e serviços públicos (Lei n.º</p><p>4.320/64).</p><p>b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta</p><p>Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;</p><p>➢ Aspectos procedimentais:</p><p>1º) Presidente decreta a intervenção, mediante Decreto Presidencial (deve conter a</p><p>amplitude, as condições de execução, o prazo e a nomeação, se for o caso, de interventor).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 75</p><p>75</p><p>379</p><p>Obs.1: Antes de decretar, deve ouvir Conselho da República (artigo 90, I) e o Conselho</p><p>de Defesa Nacional (artigo 91, § 1º), cuja manifestação consultiva é obrigatória, mas</p><p>não vincula o Presidente.</p><p>Obs.2: Interventor é pessoa da confiança do Presidente da República (não há exigências</p><p>para sua designação).</p><p>2º) Submissão à apreciação do Congresso Nacional, no prazo de vinte e quatro horas:</p><p>Obs.1: Aprovação (posterior) em sessão bicameral, um turno em cada Casa, a começar</p><p>pela Câmara dos Deputados, por decisão da maioria simples de seus membros.</p><p>Obs.2: Trata-se de controle político, razão pela qual o Judiciário (STF) não pode</p><p>analisar o mérito (apenas examina o cumprimento dos limites constitucionais).</p><p>Obs. 3: Não funcionando o Congresso Nacional, o Presidente do Senado deverá fazer a</p><p>sua convocação extraordinária, no prazo de 24h (com mais 24h para apreciação).</p><p>➢ Intervenção provocada: refere-se à forma interventiva que demanda provocação do próprio</p><p>ente federativo ou dos Poderes. Pode ser por solicitação ou por requisição.</p><p>➢ Intervenção provocada por solicitação: destinada para garantir o livre exercício de</p><p>qualquer dos Poderes nas unidades da Federação.</p><p>→ Violação contra o Poder Legislativo ou o Poder Executivo: o Poder</p><p>interessado solicita ao Presidente da República a decretação da intervenção.</p><p>• Há discricionariedade do Presidente da República.</p><p>• Necessidade de consulta prévia ao Conselho da República e ao</p><p>Conselho de Defesa Nacional.</p><p>• Realização do controle político pelo Congresso em 24h.</p><p>→ Violação contra o Poder Judiciário: Tribunal de Justiça solicita ao STF. Caso</p><p>concorde, o STF requisitará a intervenção ao Presidente da República.</p><p>• O requerimento de intervenção deve ser dirigido ao Presidente do TJ.</p><p>• Nesse caso, há vinculação do Presidente da República.</p><p>➢ Intervenção provocada por requisição: busca a intervenção por requisição do Poder</p><p>Judiciário, nas seguintes hipóteses:</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 76</p><p>76</p><p>379</p><p>→ Para prover a execução de ordem ou decisão judicial: necessita de requisição</p><p>do STF (suas decisões e matéria constitucional), STJ (suas decisões matéria</p><p>legal) ou do TSE (suas decisões e matéria eleitoral).</p><p>- Há vinculação do Presidente da República.</p><p>- Se se tratar de decisão da Justiça do Trabalho ou da Justiça Militar,</p><p>ainda quando fundadas em direito infraconstitucional: a requisição</p><p>caberá ao STF (STF, IF 230).</p><p>- Descumprimento de decisão do TJ ou do TRF: cabe a estes</p><p>representarem ao STF/STJ/TSE. Caso concordem, os últimos</p><p>requisitarão a intervenção.</p><p>- Não há controle político do Congresso Nacional.</p><p>Com relevância a carreira de procuradorias, vislumbra-se o entendimento da Suprema Corte (IF</p><p>5.101) no sentido de que o mero inadimplemento de precatório por insuficiência financeira não</p><p>autoriza a intervenção. Para esta ser requisitada, é imprescindível a comprovação de atuação</p><p>estatal voluntária e dolosa (intencional) com objetivo de descumprir decisão judicial transitada</p><p>em julgado.</p><p>→ Para prover a execução de lei federal (ação de executoriedade de lei federal)</p><p>e assegurar a observância dos princípios sensíveis (ADI interventiva): exige-</p><p>se o provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do</p><p>Procurador-Geral da República:</p><p>Princípios Sensíveis</p><p>Forma republicana, sistema representativo e regime democrático;</p><p>Direitos da pessoa humana;</p><p>Autonomia municipal;</p><p>Prestação de contas da administração pública, direta e indireta.</p><p>Aplicação do</p><p>mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,</p><p>compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e</p><p>desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 77</p><p>77</p><p>379</p><p>- Procedente a representação do PGR (maioria absoluta do STF): STF</p><p>requisitará a decretação da intervenção ao Presidente da República,</p><p>para que a faça no prazo improrrogável de até quinze dias.</p><p>- A decisão do STF (procedente ou não) é irrecorrível e não admite ação</p><p>rescisória.</p><p>- Não há controle político do Congresso Nacional.</p><p>- Há vinculação do Presidente da República.</p><p>• É dispensada a consulta prévia ao Conselho da República e ao Conselho</p><p>de Defesa Nacional.</p><p>❖ Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a</p><p>estes voltarão, salvo impedimento legal.</p><p>4.9 – INTERVENÇÃO DOS ESTADOS NOS MUNICÍPIOS</p><p>• Conceito: Trata-se de mecanismo excepcional que possibilita o estados-membro a intervir em seus</p><p>municípios, nas hipóteses listadas no art. 35 da CF.</p><p>• É de competência privativa do Governador.</p><p>• Espécies de intervenção estadual:</p><p>➢ Intervenção estadual voluntária: sem provocação, resulta apenas da vontade do Chefe do</p><p>Executivo, nos casos citados abaixo:</p><p>❖ Deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida</p><p>fundada;</p><p>• ATENÇÃO! No caso de intervenção federal, exige-se o inadimplemento</p><p>da dívida fundada por MAIS DE 2 ANOS.</p><p>❖ Não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;</p><p>❖ Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e</p><p>desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.</p><p>- Procedimento:</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 78</p><p>78</p><p>379</p><p>1º) O Governador edita decreto de intervenção, indicando a amplitude, o prazo, as</p><p>condições de execução e, se for o caso, a nomeação de interventor;</p><p>• STF, ADI 2.167: É vedada à legislação estadual submeter à aprovação</p><p>prévia da Assembleia Legislativa a nomeação de Interventores de</p><p>Municípios.</p><p>2º) O decreto é submetido à apreciação da Assembleia Legislativa do Estado</p><p>(aprovação por maioria relativa), no prazo de vinte e quatro horas.</p><p>3º) Se a Assembleia Legislativa não estiver em funcionamento, far-se-á convocação</p><p>extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.</p><p>➢ Intervenção estadual por requisição: ocorre quando o Tribunal de Justiça dá provimento à</p><p>representação interventiva, na seguinte hipótese:</p><p>❖ Para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual;</p><p>❖ Para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.</p><p>- Caso com TJ julgue procedente a representação: far-se-á a requisição ao Governador.</p><p>- Não há controle político da Assembleia Legislativa.</p><p>Súmula n.º 614 do STF: Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para</p><p>propor ação direta interventiva por inconstitucionalidade de Lei Municipal.</p><p>Súmula n.º 637 do STF: “Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal</p><p>de Justiça que defere pedido de intervenção estadual em município.”</p><p>• Observância do princípio da taxatividade: Para o STF (ADI 6.616), é inconstitucional dispositivo de</p><p>Constituição estadual que extrapola os limites taxativos impostos pela Carta Republicana em matéria</p><p>de intervenção. Em outras palavras, a Carta Estadual não pode aumentar nem reduzir as hipóteses</p><p>de intervenção estadual.</p><p>▪ Inconstitucionalidade de norma que atribui aos Tribunais de Contas a competência</p><p>para intervenção estadual (ADI 3.029).</p><p>▪ Inconstitucionalidade de norma que permita a intervenção na ocorrência de correr</p><p>prática de atos de corrupção e improbidade nos Municípios (ADI 2.917).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 79</p><p>79</p><p>379</p><p>5. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>5.1 – PRINCÍPIOS EXPRESSOS E RECONHECIDOS</p><p>• Princípios administrativos expressos: são aqueles previstos explicitamente no art. 37, caput, do texto</p><p>constitucional. São considerados como princípios cânones.</p><p>➢ Princípio da Legalidade: indica que a Administração Pública depende de autorização legal</p><p>para que a sua atuação não seja inválida (parte da doutrina denomina-o de legalidade estrita).</p><p> Diferentemente dos particulares, aos quais é permitido fazer tudo aquilo não vedado</p><p>por lei, a agente público só poderá exercer a função que a lei o autorizar.</p><p> Além da lei, a atuação da Administração encontra fundamento nos princípios e nos</p><p>atos por ela emanados (ex.: decretos, portarias, instruções normativas, entre outros).</p><p> Atos ilegais podem ser anulados pela própria Administração Pública (autotutela).</p><p>Súmula n.º 473 do STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de</p><p>vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de</p><p>conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os</p><p>casos, a apreciação judicial”.</p><p>➢ Princípio da Impessoalidade: é observado em quatro sentidos distintos.</p><p>→ Quanto à finalidade: a atuação da Administração objetiva satisfazer o interesse público.</p><p>→ Quanto à isonomia: está atrelado ao tratamento dos administrados sem discriminações</p><p>indevidas.</p><p> É inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo decadencial de 10 (dez) anos</p><p>para anulação de atos administrativos reputados inválidos pela Administração</p><p>Pública estadual. Violação ao princípio da isonomia (ADI 6019).</p><p>→ Quanto à vedação à promoção pessoal: proíbe atos com conotação de promoção</p><p>pessoal de autoridades ou servidores públicos (art. 37, § 1º, da CF). Atos da</p><p>administração devem apresentar caráter educativo, informativo ou de orientação</p><p>social.</p><p>→ Quanto ao impedimento e à suspeição: orientam a atuação imparcial do agente público.</p><p>➢ Princípio da Moralidade: orienta o exercício da função administrativa com valor ético-</p><p>jurídico. Desse modo, o agente público, além de respeitar a lei, devem agir com honestidade.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 80</p><p>80</p><p>379</p><p> Violação a tal princípio pode importar em improbidade administrativa.</p><p> Ato imoral pode ser impugnado por ação popular (legitimidade do cidadão) ou por</p><p>ação civil pública (ex.: ajuizada pelo Ministério Público).</p><p> Com a Lei n.º 14.230/21, o nepotismo, vedado pela súmula vinculante n.º 13, pode</p><p>configurar improbidade administrativa.</p><p>▪ STF. Tese do Tema n.º 66 de RG: A vedação ao nepotismo não exige a edição</p><p>de lei formal para coibir a prática, dado que essa proibição decorre</p><p>diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da Constituição Federal.</p><p>▪</p><p>▪ STF, Rcl 19529 AgR: Para ser configurada a vedação, a escolha para ocupar</p><p>cargo de direção, chefia ou assessoramento deve ser direcionada a pessoa com</p><p>relação de parentesco com alguém que tenha potencial de interferir no</p><p>processo de seleção.</p><p>▪ STF, Rcl 29033 AgR: Cargos políticos são afastados da vedação ao nepotismo,</p><p>exceto se houver inequívoca falta de razoabilidade, por manifesta ausência de</p><p>qualificação técnica ou inidoneidade moral.</p><p>▪ STF. Tese do Tema n.º 29 de RG: "Não é privativa do chefe do Poder Executivo</p><p>a competência para a iniciativa legislativa de lei sobre nepotismo na</p><p>administração pública: leis com esse conteúdo normativo dão concretude aos</p><p>princípios da moralidade e da impessoalidade do art. 37, caput, da Constituição</p><p>da República, que, ademais, têm aplicabilidade imediata, ou seja,</p><p>independente de lei”.</p><p>Súmula vinculante n.º 13: “A nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente, em linha reta,</p><p>colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor</p><p>da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o</p><p>exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na</p><p>administração pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do</p><p>Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola</p><p>a CF.”</p><p>➢ Princípio da Publicidade: refere-se ao dever de divulgação de atos e informações do poder</p><p>público, assim como na viabilização do acesso de tais atos aos administrados.</p><p> Está ligado ao princípio republicano, à transparência e ao dever de prestação de</p><p>contas (accountability).</p><p> É a regra no ordenamento brasileiro, de modo que o sigilo desponta como exceção,</p><p>quando necessário à segurança da sociedade e do Estado (art. 5º, inciso XXXIII) ou à</p><p>preservação da intimidade dos indivíduos.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 81</p><p>81</p><p>379</p><p> Se o Poder Público recusar o fornecimento de informações, há duas medidas judiciais</p><p>cabíveis: habeas-data (informação pessoal do impetrante) e mandado de segurança</p><p>(informação de interesse coletivo).</p><p> Confere eficácia aos atos administrativos com efeitos externos.</p><p> STF, ARE 652.777: É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela</p><p>Administração Pública, dos nomes dos seus servidores e do valor dos correspondentes</p><p>vencimentos e vantagens pecuniárias.</p><p> Tese do tema n.º 582: O habeas data é a garantia constitucional adequada para a</p><p>obtenção, pelo próprio contribuinte, dos dados concernentes ao pagamento de</p><p>tributos constantes de sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos da</p><p>administração fazendária dos entes estatais.</p><p>➢ Princípio da Eficiência: decorre do modelo de administração gerencial (EC 19/98). Relaciona-</p><p>se à busca da prestação de um serviço com qualidade.</p><p> Possibilidade de celebração de contrato para a ampliação da autonomia gerencial,</p><p>orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta,</p><p>com a fixação de metas de desempenho.</p><p>• Princípios administrativos reconhecidos: são aqueles que, ainda que não expressos</p><p>constitucionalmente, são aceitos pela doutrina e pela jurisprudência, os quais orientam a atuação da</p><p>Administração Pública.</p><p>Princípio da Supremacia do Interesse Público</p><p>Sustenta a prevalência do interesse da coletividade</p><p>quando em confronto com o interesse individual.</p><p>Interesse público primário: objetiva satisfazer as</p><p>necessidades coletivas. Para a doutrina, é o primário</p><p>que justifica a supremacia referida.</p><p>Interesse público secundário: retrata o interesse do</p><p>erário, ou seja, da Administração como sujeito de</p><p>direitos e deveres.</p><p>Corrente doutrinária critica tal princípio (Humberto</p><p>Ávila): 1) princípio da dignidade da pessoa humana</p><p>é o núcleo fundante dos direitos fundamentais; 2)</p><p>deve-se buscar máxima preservação de direitos</p><p>fundamentais; 3) necessidade de ponderação do</p><p>caso concreto.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 82</p><p>82</p><p>379</p><p>Princípio da Autotutela Refere-se ao poder-dever de a Administração rever</p><p>seus atos ilegais, por anulação, ou inoportuno, por</p><p>revogação.</p><p>Princípio da Indisponibilidade Restringe a disponibilidade do interesse público.</p><p>Como exemplo, os bens públicos só podem ser</p><p>alienados com base na previsão legal.</p><p>Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos Está atrelado especialmente à prestação dos</p><p>serviços públicos, que deve ser adequada e</p><p>contínua.</p><p>Princípio da Razoabilidade: Indica a necessidade de haver uma congruência</p><p>entre os casos concretos e as decisões do Poder</p><p>Público.</p><p>Princípio da Proporcionalidade</p><p>Divide-se nos critérios:</p><p>Adequação: o meio empregado deve ser apto a</p><p>gerar o fim almejado.</p><p>Exigibilidade ou necessidade: observância da menor</p><p>gravidade aos direitos.</p><p>proporcionalidade stricto sensu: as vantagens</p><p>devem superar os custos.</p><p>5.2 – ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>Faremos uma breve revisão de noções indispensáveis sobre Administração Pública, pois tratam-se de</p><p>assuntos próprios do Direito Administrativo.</p><p>• Administração Pública em sentido subjetivo: com iniciais maiúsculas, refere-se ao conjunto de</p><p>agentes, órgãos e entidades que exercem as atividades administrativas.</p><p>• administração pública em sentido objetivo: indicada por iniciais minúsculas, consiste no exercício da</p><p>função administrativa.</p><p>• Órgãos públicos: ente sem personalidade jurídica, em regra criado por lei, que integra uma das</p><p>entidades da Administração Pública.</p><p> Assim, como a criação, a extinção do órgão depende de lei.</p><p> Órgãos das Casas Legislativas podem ser criados por resolução do Senado ou da Câmara.</p><p> No Brasil, prevalece a teoria do órgão ou da imputação volitiva (Otto von Gierke), segundo a</p><p>qual a vontade do órgão é imputada à pessoa jurídica à qual pertence.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 83</p><p>83</p><p>379</p><p> Embora despersonalizados, os órgãos com maior envergadura constitucional detêm</p><p>personalidade judiciária, capacidade para defender suas prerrogativas institucionais em um</p><p>processo. (ex.: Câmara dos Vereadores).</p><p>Súmula n.º 525 do STJ: A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas</p><p>personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos</p><p>institucionais.</p><p>• Centralização x Descentralização:</p><p>CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO</p><p>Execução direta da função administrativa pelos</p><p>órgãos e agentes da Administração Pública.</p><p>Há execução indireta, através de entidades criadas,</p><p>com personalidade jurídica e patrimônios próprios,</p><p>visando maior eficiência.</p><p>Por inexistir hierarquia, fala-se em vinculação. O</p><p>controle é finalístico (supervisão ministerial).</p><p>• Concentração x Desconcentração:</p><p>CONCENTRAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO</p><p>Ocorre com a extinção de órgãos públicos, de modo</p><p>a manter um número menor de unidades</p><p>administrativas.</p><p>Dá ensejo à criação de órgãos dentro de uma</p><p>mesma pessoa jurídica. Observa-se uma estrutura</p><p>com hierarquia e subordinação.</p><p>O controle é hierárquico.</p><p>• Administração Direta x Administração Indireta:</p><p>ADMINISTRAÇÃO DIRETA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA</p><p>Composta pelos órgãos integrantes da estrutura</p><p>administrativa da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios.</p><p>Composta pelas pessoas administrativas</p><p>vinculadas à Administração Direta, as quais</p><p>executam suas atividades de forma descentralizada.</p><p>Trata-se de descentralização por outorga da lei</p><p>(funcional ou técnica), pela qual há a transferência</p><p>da titularidade e execução do serviço.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 84</p><p>84</p><p>379</p><p>• Entidades da Administração Indireta:</p><p>Autarquia</p><p>Pessoa jurídica de direito público, criada por lei específica</p><p>(iniciativa privativa do Chefe do Executivo), com patrimônio e</p><p>receita próprios, para executar atividades típicas da</p><p>Administração.</p><p>Por simetria, sua extinção depende de lei.</p><p>Gozam de imunidade tributária recíproca em relação a impostos</p><p>sobre renda, patrimônio e serviços, desde que vinculados às</p><p>finalidades essenciais.</p><p>Obs.: Autarquia territorial ou geográfica: são os</p><p>desmembramentos geográficos, criados por lei, aos quais foram</p><p>transferidas competências administrativas (ex.: Territórios</p><p>Federais).</p><p>Regime de pessoal: regime jurídico estatutário dos servidores</p><p>públicos.</p><p>Autarquia Federal: foro na Justiça Federal (ressalvadas as de</p><p>falência, acidente de trabalho e as sujeitas</p><p>à Justiça do Trabalho</p><p>ou Justiça Eleitoral).</p><p>Fundação Pública</p><p>Pode sujeitar-se ao regime público ou ao privado, a depende do</p><p>estatuto de sua criação ou autorização e das atividades por ela</p><p>prestadas (STF, RE 716378).</p><p>Fundação de direito público: criadas por lei específica, natureza</p><p>autárquica. Regime de pessoal: regime jurídico estatutário dos</p><p>servidores públicos.</p><p>Fundação de direito privado: criadas na forma do direito privado</p><p>(inscrição no registro de Pessoas Jurídicas), após autorização</p><p>legal específica. Regime de pessoal: empregados públicos</p><p>(celetista).</p><p>Obs.: Podem se submeter ao regime jurídico de direito privado:</p><p>atividades de conteúdo econômico e as passíveis de delegação,</p><p>quando definidas como objetos de dada fundação, embora</p><p>instituída ou mantida pelo poder público.</p><p>STF: Ambas gozam de imunidade tributária recíproca.</p><p>STJ: Apenas as fundações de direito público gozam de isenção de</p><p>custas processuais.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 85</p><p>85</p><p>379</p><p>Somente as fundações de direito público federais possuem foro</p><p>na Justiça Federal.</p><p>Empresa Pública (EP) e</p><p>Sociedade de Economia Mista</p><p>(SEM)</p><p>São pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação (por</p><p>inscrição no Registro de PJ) depende de autorização legal</p><p>específica.</p><p>*Em regra: desnecessidade de lei específica para inclusão de</p><p>sociedade de economia mista ou de empresa pública em</p><p>programa de desestatização. Exceção: previsão na lei</p><p>instituidora.</p><p>*Alienação de controle de empresas estatais: dispensável a</p><p>realização de processo de licitação pública, basta a adoção de</p><p>procedimento público competitivo (STF).</p><p>EP: capital exclusivamente público e admite qualquer forma</p><p>societária.</p><p>SEM: capital majoritariamente público e admite apenas a forma</p><p>de sociedade anônima.</p><p>Podem exercer atividades gerais de caráter econômico</p><p>(predomina o direito privado) ou, dependendo da circunstância,</p><p>a prestação de serviços públicos.</p><p>Não gozam de privilégios não extensivos às do setor privado.</p><p>Se explorarem a atividade econômica: haverá sujeição ao regime</p><p>jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos</p><p>direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e</p><p>tributários;</p><p>Somente as EPs federais possuem foro na Justiça Federal.</p><p>Regime de pessoal: empregados públicos (celetista).</p><p>Autorização legislativa para criação de subsidiárias e</p><p>participação de qualquer delas em empresa privada. No entanto,</p><p>não exige lei para sua extinção ou alienação (STF).</p><p>Tese do Tema n.º 532 de RG: É constitucional a delegação do</p><p>poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito</p><p>privado integrantes da Administração Pública indireta de capital</p><p>social majoritariamente público que prestem exclusivamente</p><p>serviço público de atuação própria do Estado e em regime não</p><p>concorrencial.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 86</p><p>86</p><p>379</p><p>A dispensa de empregado púbico de empresas estatais depende de motivação?</p><p>Trata-se de um possível questionamento que futuramente despencará nas provas de</p><p>procuradorias. Recentemente, no dia 08/02/2024, o STF decidiu, por maioria, que a demissão</p><p>sem justa causa de empregados públicos de empresas públicas e sociedades de economia mista,</p><p>admitidos por concurso público, deve ser devidamente motivada, ainda que por motivação</p><p>simples. (RE 688267).</p><p>Tese do Tema n.º 1.022 de RG (fixada em 28/02/2024): "As empresas públicas e as sociedades</p><p>de economia mista, sejam elas prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade</p><p>econômica, ainda que em regime concorrencial, têm o dever jurídico de motivar, em ato formal,</p><p>a demissão de seus empregados concursados, não se exigindo processo administrativo. Tal</p><p>motivação deve consistir em fundamento razoável, não se exigindo, porém, que se enquadre nas</p><p>hipóteses de justa causa da legislação trabalhista".</p><p>→ ATENÇÃO! Vez ou outra, as bancas cobram as características da OAB:</p><p>▪ Não é entidade da Administração Indireta, tal como as autarquias,</p><p> não se sujeita a controle hierárquico ou ministerial da Administração Pública, nem</p><p>a qualquer das suas partes está vinculada.</p><p>▪ Natureza jurídica própria (“sui generis”), dotada de autonomia e independência,</p><p>características indispensáveis ao cumprimento de seus múnus públicos.</p><p>▪ STF: Conselho Federal e os Conselhos Seccionais não estão obrigados a prestar contas ao</p><p>Tribunal de Contas da União nem a qualquer outra entidade externa.</p><p>▪ STF: Competência da Justiça Federal para processar e julgar ações em que a OAB quer</p><p>mediante o Conselho Federal, quer seccional, figure na relação processual.</p><p>▪ Goza de imunidade tributária recíproca, pois desempenha atividade própria de Estado.</p><p>▪ Caixas de Assistências dos Advogados prestam serviço público delegado, possuem status</p><p>jurídico de ente público e não exploram atividades econômicas em sentido estrito com</p><p>intuito lucrativo (gozam de imunidade recíproca).</p><p>▪ Possui finalidades corporativas e institucionais.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 87</p><p>87</p><p>379</p><p>▪ Pode contratar "servidores" pelas regras trabalhistas, inexigível a realização de concurso.</p><p>• Administração Fazendária: possui precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da</p><p>lei.</p><p> Assegura o abastecimento dos cofres públicos e viabiliza a concretização das</p><p>políticas públicas.</p><p> Deve atuar de forma integrada, com o compartilhamento de cadastros e de</p><p>informações fiscais, na forma da lei ou convênio.</p><p> Perceberão recursos prioritários para a realização de suas atividades.</p><p> A destinação de recursos para realização de atividades da administração tributária</p><p>é uma das exceções à vedação à vinculação das receitas dos impostos (art. 167, III,</p><p>da CF).</p><p>• Obrigação de licitar: em regra, as obras, serviços, compras e alienações serão obrigatoriamente</p><p>contratados mediante processo de licitação pública.</p><p>➢ Conceito de licitação: procedimento administrativo, regido pela norma geral disposta na Lei</p><p>n.º 14.133/21, que objetiva a realização de contratações entre Administração e os</p><p>particulares, observada a igualdade de condições entre os licitantes.</p><p>➢ Contratação direta é exceção prevista por lei: por dispensa (por opção do legislador, mesmo</p><p>havendo viabilidade de competição) ou por inexigibilidade de licitação (competição é</p><p>inviável)</p><p>• Responsabilização por improbidade administrativa: os atos de improbidade são ilícitos inseridos no</p><p>direito administrativo sancionador.</p><p> Tipos de ato:</p><p>1) Atos que importam em enriquecimento ilícito;</p><p>2) Atos que causam lesão ao erário;</p><p>3) Atos que violam os princípios da Administração.</p><p> Sanções: importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a</p><p>indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em</p><p>lei, sem prejuízo da ação penal cabível.</p><p> Em regra: prazo prescricional de 8 anos.</p><p> Imprescritibilidade da ação de ressarcimento (Tema n.º 897 de RG): são imprescritíveis as</p><p>ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de</p><p>Improbidade Administrativa.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 88</p><p>88</p><p>379</p><p>Tema n.º 666 da RG: "É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente</p><p>de ilícito civil.</p><p> STF, ADI 4.295/DF: Com exceção do Presidente da República, os agentes políticos se</p><p>encontram sujeitos ao duplo regime sancionatório (improbidade administrativa e crime de</p><p>responsabilidade).</p><p>• Responsabilidade Civil do Estado (art.</p><p>37, § 6º): a CF/88 adotou a teoria da responsabilidade</p><p>objetiva do Estado (independente de dolo ou culpa) acerca da responsabilização das pessoas</p><p>jurídicas de direito público e das de direito privado prestadoras de serviços públicos.</p><p> Elementos:</p><p>1) Conduta administrativa;</p><p>2) Dano: material ou moral.</p><p>3) Nexo de causalidade: liame entre a atuação do Poder Público e o dano.</p><p> A responsabilidade das pessoas jurídicas prestadoras de serviço público é estendida aos danos</p><p>sofridos por terceiros usuários e não usuários.</p><p> A responsabilidade objetiva não alcança as empresas públicas e as sociedades de economia</p><p>mista que exploram atividades econômicas em sentido estrito.</p><p> Causa atenuante da responsabilidade: a responsabilidade estatal é mantida, mas será.</p><p>reduzida.</p><p>o Culpa recíproca é aquela em tanto o Estado quanto o administrado contribuíram</p><p>para com o resultado danoso. Nesse caso, a indenização sofrerá redução</p><p>proporcional à participação do lesado.</p><p> Causas excludentes da responsabilidade: não haverá responsabilização civil do Poder</p><p>Público.</p><p>o Culpa exclusiva da vítima;</p><p>o Fato de terceiro;</p><p>o Caso fortuito ou Força Maior;</p><p>o Atos de multidão;</p><p> Teoria da dupla garantia: defendida pelo STF a existência de duas garantias:</p><p>1ª) Em favor do particular: a ação deve necessariamente ser ajuizada em face pessoa</p><p>jurídica de direito público ou de direito privado que preste serviço público, que</p><p>responderá independentemente da comprovação de sua culpa.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 89</p><p>89</p><p>379</p><p>2ª) Em favor do agente público: A responsabilidade deste ocorrerá perante a pessoa</p><p>jurídica a qual se encontra vinculado.</p><p> Direito de regresso: prerrogativa conferida à pessoa jurídica responsabilizada objetivamente</p><p>de obter o ressarcimento do valor desembolsado a título de indenização contra o agente</p><p>público que, nessa qualidade, agiu com dolo ou culpa.</p><p> Reconhecida a constitucionalidade do art. 1º-C da Lei 9.494/97: prescrevem em cinco anos</p><p>o as ações de indenização por danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito</p><p>público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos.</p><p> Entendimentos pertinentes:</p><p>o Tese do Tema n.º 592 de RG: Em caso de inobservância do seu dever específico</p><p>de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado é</p><p>responsável pela morte de detento.</p><p>o Tese do Tema n.º 362 de RG: Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição</p><p>Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos</p><p>decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando</p><p>não demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta</p><p>praticada.</p><p>5.3 – SERVIDORES PÚBLICOS E REGIME JURÍDICO</p><p>• Regime jurídico: conjunto de regras que regem a relação funcional do agente público com a</p><p>Administração Pública.</p><p> Regime Estatutário: relaciona-se ao vínculo de servidores ocupantes de cargos públicos.</p><p>o Existência de múltiplos estatutos (cada ente possui o seu).</p><p>o Vinculação legal.</p><p>o Competência da Justiça Comum para apreciar os feitos relacionados aos servidores.</p><p> Regime Celetista: regido pelas normas da CLT, destinados aos ocupantes dos empregos</p><p>públicos.</p><p>o Único sistema normativo: em razão da competência privativa da União para legislar</p><p>sobre direito do trabalho.</p><p>o Vinculação contratual.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 90</p><p>90</p><p>379</p><p>o Competência da Justiça do Trabalho, via de regra.</p><p>Tese do Tema n.º 1.143 da Repercussão Geral: A Justiça Comum é competente para julgar ação</p><p>ajuizada por servidor celetista contra o Poder Público, em que se pleiteia parcela de natureza</p><p>administrativa.</p><p> Regime de contratação temporária (Art. 37, IX, da CF): aplicado casos de contratação por</p><p>tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse</p><p>público (regidos por legislação própria).</p><p>o Requisitos de validade:</p><p>❖ Casos excepcionais estejam previstos em lei;</p><p>❖ Prazo de contratação seja predeterminado;</p><p>❖ Necessidade seja temporária;</p><p>❖ Interesse público seja excepcional;</p><p>❖ Necessidade de contratação seja indispensável, sendo vedada a</p><p>contratação para os serviços ordinários permanentes do Estado, e que</p><p>devam estar sob o espectro das contingências normais da</p><p>administração.</p><p>o Inconstitucionalidade de autorização legislativa genérica (ADI 3.662).</p><p>o Inconstitucionalidade de prorrogação indefinida da contratação (ADI 3.662).</p><p>o Constitucionalidade da previsão legal que exija o transcurso de prazo, contados do</p><p>término do contrato, antes de nova admissão de professor temporário</p><p>anteriormente contratado (RE 635648).</p><p>o Competência da Justiça comum para pronunciar-se sobre a existência, a validade e</p><p>a eficácia das relações entre servidores e o poder público fundadas em vínculo</p><p>jurídico-administrativo temporário (Rcl 4351 MC-AgR).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 91</p><p>91</p><p>379</p><p>o Desconformidade da contratação: não gera quaisquer efeitos jurídicos válidos em</p><p>relação aos servidores contratados, com exceção do direito à percepção dos</p><p>salários referentes ao período trabalhado e ao levantamento dos depósitos</p><p>efetuados no FGTS. (RE 765.320 RG).</p><p>• Histórico da exigibilidade do RJU:</p><p>• Remuneração e subsídio dos servidores públicos: fixação e alteração por lei específica (não admite</p><p>convenção coletiva).</p><p>Súmula n.º 679 do STF: A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto</p><p>de convenção coletiva.</p><p>REMUNERAÇÃO OU VENCIMENTOS (SENTIDO ESTRITO) SUBSÍDIO</p><p>Paga em parcelas: vencimento base acrescido com</p><p>vantagens permanentes.</p><p>Servidores que não recebem por subsídio.</p><p>Fixado em parcela única. Vedação ao acréscimo de</p><p>qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio,</p><p>verba de representação ou outra espécie</p><p>remuneratória.</p><p>Previstos na CF: membro de Poder (Executivo,</p><p>Judiciário, Legislativo), membros do MP e da</p><p>Defensoria, detentor de mandato eletivo, Ministros</p><p>de Estado e Secretários Estaduais e Municipais,</p><p>policiais civis, federais, ferroviários, rodoviários,</p><p>militares, integrantes do corpo de bombeiros</p><p>militares e policiais penais.</p><p>1º) Com o advento da Promulgação da CF/88: Tornou-se obrigatória de adoção do</p><p>Regime Jurídico Único para cada esfera federativa</p><p>No texto da Carta, não havia menção expressa ao regime público ou ao privado.</p><p>2º) Alteração trazida pela EC n.º 19/98: A reforma administrativa extinguiu a exigência</p><p>do Regime Jurídico Único.</p><p>Nesse cenário, além do regime público, adotou-se também o regime celetista.</p><p>3º) Cautelar concedida pelo STF na ADI 2.135: suspensão, por vício formal, da redação</p><p>do art. 39 consagrada pela EC n.º 19/98, retornando, assim, a necessidade de regime</p><p>jurídico único, enquanto não houver decisão final.</p><p>- Permaneceram válidos os contratos celebrados sob o regime celetista firmados pela</p><p>União, haja vista a eficácia ex nunc da referida decisão cautelar.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 92</p><p>92</p><p>379</p><p>Lei pode prever outros servidores organizados em</p><p>carreira.</p><p>Julgado relevante:</p><p>STF, Tema n.º 900 RG: É defeso o pagamento de</p><p>remuneração em valor inferior ao salário mínimo</p><p>ao servidor público, ainda que labore em jornada</p><p>reduzida de trabalho.</p><p>Julgado relevante:</p><p>STF, ADI 5.404: “O regime de subsídio não é</p><p>compatível com a percepção de outras parcelas</p><p>inerentes ao exercício do cargo, mas não afasta o</p><p>direito à retribuição</p><p>pelas horas extras realizadas</p><p>que ultrapassem a quantidade remunerada pela</p><p>parcela única.”</p><p> Deve observar, caso a caso, a iniciativa legislativa privativa.</p><p>- Presidente da República: para cargos do Executivo federal.</p><p>- Câmara/Senado: para cargos administrativos da respectiva Casa legislativa.</p><p>- PGR: para cargos de carreira de seus membros e servidores.</p><p>- STF/Tribunais superiores/TJ: para cargos dos serviços auxiliares, dos juízos que lhe</p><p>forem vinculados e fixação de subsídio de seus membros e dos juízes.</p><p>- Defensor público-Geral: remuneração de seus servidores e a fixação do subsídio dos</p><p>defensores públicos.</p><p> Subsídio do Presidente e do Vice-presidente da República, dos Ministros de Estado, de</p><p>deputados e senadores: mediante decreto legislativo (Competência exclusiva do Congresso</p><p>Nacional, sem sanção).</p><p> Revisão geral anual: assegurada pela CF, visa recompor o poder de compra da remuneração</p><p>do servidor diante de um cenário inflacionário.</p><p>▪ Por lei de iniciativa privativa do Chefe do Executivo de cada ente.</p><p>▪ Tema n.º 624 RG: O Poder Judiciário não possui competência para determinar</p><p>ao Poder Executivo a apresentação de projeto de lei que vise a promover a</p><p>revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos, tampouco para</p><p>fixar o respectivo índice de correção.</p><p>▪ Tema n.º 19 RG: "(...) Deve o Poder Executivo, no entanto, se pronunciar, de</p><p>forma fundamentada, acerca das razões pelas quais não propôs a revisão".</p><p> Vedação à incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de</p><p>função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 93</p><p>93</p><p>379</p><p> Dever de publicação: Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os</p><p>valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.</p><p> Em relação aos empregados públicos, regidos pela CLT, fala-se em salário.</p><p> Vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser</p><p>superiores aos pagos pelo Poder Executivo.</p><p> Proibição do efeito cascata de acréscimos pecuniários (vedado acumular para acréscimos</p><p>ulteriores).</p><p> Vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de</p><p>remuneração de pessoal do serviço público.</p><p>Súmula vinculante n.º 42: “É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de</p><p>servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.”</p><p>Súmula vinculante n.º 37: “Não cabe ao poder Judiciário, que não tem função legislativa,</p><p>aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.”</p><p> Garantia da irredutibilidade: os subsídios e os vencimentos dos ocupantes de cargos e</p><p>empregos públicos são irredutíveis, respeitados os tetos remuneratórios comentados adiante.</p><p>▪ Refere-se apenas ao valor nominal (não garante o valor real).</p><p> Teto remuneratório: limite previsto constitucionalmente (art. 37, XI) para remuneração e</p><p>subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos, pensões ou outra espécie</p><p>remuneratória.</p><p>▪ Em regra, aplica-se apenas a Administração direta, autárquica e fundacional.</p><p>▪ Excepcionalmente, aplicar-se-á às empresas públicas e sociedades de economia</p><p>mista dependentes - recebem recursos dos entes federados para pagamento de</p><p>despesas de pessoal ou de custeio em geral.</p><p>▪ Para fins de abatimento, considera-se o valor da remuneração bruta.</p><p>▪ Parcelas de caráter indenizatório previstas em lei não são incluídas para fins de</p><p>aplicação do teto.</p><p>▪ STF (ADI 6165): constitucionalidade do pagamento de honorários sucumbenciais aos</p><p>advogados públicos.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 94</p><p>94</p><p>379</p><p>- Compatibilidade com o regime de subsídios, nos termos do art. 39, § 4º, da</p><p>Constituição;</p><p>- Honorários sucumbenciais, somados às demais verbas remuneratórias, devem</p><p>estar limitados ao teto constitucional disposto no art. 37, XI, da Constituição</p><p>1) Segundo o STF, o Município não está autorizado a fixar de teto único diverso do subsídio do</p><p>Prefeito. A CF permite a opção do teto (subsídio do desembargador do TJ) somente em relação</p><p>aos servidores estaduais.</p><p>2) O STF também considera inconstitucional emenda à Constituição estadual que institui, como</p><p>limite remuneratório único dos servidores públicos estaduais, o valor do subsídio dos ministros</p><p>do Supremo Tribunal Federal.</p><p>Teto geral Subsídio mensal de Ministro do STF.</p><p>Subtetos</p><p>Para os Municípios: subsídio do Prefeito.</p><p>Para os Estados e o DF: divisão por Poder.</p><p>- Poder Executivo: subsídio de Governador.</p><p>- Poder Legislativo: subsídio de Deputado Estadual.</p><p>- Poder Judiciário: subsídio do Desembargador do TJ (limitado</p><p>a 90,25% do subsídio de Ministro do STF).</p><p>- MP, Procuradores (inclusive os municipais) e aos Defensores</p><p>Públicos: subsídio do Desembargador do TJ (limitado a 90,25%</p><p>do subsídio de Ministro do STF).</p><p>Teto único</p><p>(art. 37, § 12)</p><p>Estados e DF podem optar por instituir como limite único o</p><p>subsídio do Desembargador do TJ (limitado a 90,25% do</p><p>subsídio de Ministro do STF).</p><p>A opção deve ser feita mediante emenda às respectivas</p><p>Constituições e Lei Orgânica, cuja proposta é de iniciativa</p><p>privativa do Governador (ADI 4.154).</p><p>Inaplicável aos subsídios de deputados estaduais, distritais e</p><p>vereadores (regulamentação própria).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 95</p><p>95</p><p>379</p><p>Acumulação lícita de remunerações, proventos e pensões para fins de aplicação do teto:</p><p>FORMA DE ACUMULAÇÃO LÍCITA APLICAÇÃO DO TETO</p><p>1) Remuneração de cargos e empregos públicos</p><p>(remuneração + remuneração)</p><p>Considera-se, individualmente, cada um dos</p><p>vínculos formalizados.</p><p>2) Proventos decorrentes de mais de um vínculo</p><p>(provento + provento)</p><p>Considera-se, individualmente, cada um dos</p><p>vínculos formalizados</p><p>3) proventos de inatividade com remuneração</p><p>(provento + remuneração)</p><p>Considera-se, individualmente, cada um dos</p><p>vínculos formalizados</p><p>4) acumulação de proventos com pensão por</p><p>morte</p><p>(proventos + pensão)</p><p>Fonte: TCU (Acórdão 2895/2021)</p><p>Antes da EC n.º 19/98: considera-se,</p><p>individualmente, cada um dos vínculos</p><p>formalizados.</p><p>Depois da EC n.º 19/98: considera-se o somatório</p><p>dos valores.</p><p>5) acumulação de remuneração com pensão por</p><p>morte</p><p>(remuneração + pensão)</p><p>Fonte: TCU (Acórdão 2895/2021)</p><p>Antes da EC n.º 19/98: considera-se,</p><p>individualmente, cada um dos vínculos</p><p>formalizados.</p><p>Depois da EC n.º 19/98: considera-se o somatório</p><p>dos valores.</p><p>• Servidor público em exercício de mandato eletivo:</p><p>➢ Mandato eletivo federal (Presidente, Deputado Federal e Senador): será afastado de seu</p><p>cargo ou emprego.</p><p>➢ Mandato eletivo estadual e distrital (Deputado estadual e Governador): será afastado</p><p>de seu cargo ou emprego.</p><p>➢ Mandato eletivo de Prefeito: será afastado de seu cargo ou emprego com direito à opção</p><p>pelo subsídio de Prefeito ou a remuneração do cargo.</p><p>➢ Mandato eletivo de Vereador: há duas situações distintas.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 96</p><p>96</p><p>379</p><p>▪ Horários compatíveis: haverá acumulação remunerada lícita.</p><p>▪ Horários incompatíveis: será afastado do cargo com direito de opção pela</p><p>remuneração.</p><p>❖ Havendo afastamento para o exercício de mandato eletivo: Via de regra, seu tempo de serviço</p><p>será contado para todos os efeitos legais.</p><p> Não será contado para promoção por merecimento.</p><p>• A lei disporá sobre os requisitos</p><p>e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da administração</p><p>direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.</p><p>• Direito dos trabalhadores extensíveis aos servidores públicos: lei estabelecer requisitos</p><p>diferenciados quando a natureza do cargo o exigir.</p><p>Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais</p><p>básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,</p><p>transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,</p><p>sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;</p><p>→ Súmula vinculante n.º 4: “Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não</p><p>pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou</p><p>de empregado, nem ser substituído por decisão judicial."</p><p>Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;</p><p>Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;</p><p>Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;</p><p>Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;</p><p>Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,</p><p>facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção</p><p>coletiva de trabalho;</p><p>Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;</p><p>Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;</p><p>Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;</p><p>Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias.</p><p>Tema n.º 542 de Repercussão Geral: A trabalhadora gestante tem direito ao gozo de licença-</p><p>maternidade e à estabilidade provisória, independentemente do regime jurídico aplicável, se</p><p>contratual ou administrativo, ainda que ocupe cargo em comissão ou seja contratada por tempo</p><p>determinado.</p><p>Licença-paternidade, nos termos fixados em lei;</p><p>Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 97</p><p>97</p><p>379</p><p>Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;</p><p>Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de</p><p>sexo, idade, cor ou estado civil;</p><p>5.4 – INGRESSO E ESTABILIDADE DO SERVIDOR</p><p>• Princípio do concurso público: é a regra estatuída pelo art. 37, II, da CF, segundo o qual a investidura</p><p>em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de</p><p>provas e títulos.</p><p> Deve observar a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei.</p><p> É uma materialização do princípio da impessoalidade.</p><p> Tese do Tema n.º 22 de RG: Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei,</p><p>não é legítima a cláusula de edital de concurso público que restrinja a participação de</p><p>candidato pelo simples fato de responder a inquérito ou ação penal.</p><p>▪ Tendência de mutação constitucional em relação ao alcance do princípio da</p><p>presunção de não culpabilidade.</p><p> Exceções constitucionais à exigência de concurso público:</p><p>▪ Nomeação para cargo em comissão (Art. 37, II, in fine): trata-se de cargo de livre</p><p>nomeação e exoneração (ad nutum). Não se confunde com a função de confiança:</p><p>CARGO EM COMISSÃO FUNÇÃO DE CONFIANÇA</p><p>Pode ser ocupado por terceiros não concursados,</p><p>ou por ocupantes de cargo efetivo, nos casos e nos</p><p>percentuais mínimos definidos por lei.</p><p>Destina-se às funções de chefia, direção e</p><p>assessoramento.</p><p>É atribuída apenas ao servidor ocupante de cargo</p><p>efetivo.</p><p>Destina-se às funções de chefia, direção e</p><p>assessoramento.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 98</p><p>98</p><p>379</p><p>Pressupostos para a constitucionalidade de cargo em comissão (Tema n.º 1.010 da RG):</p><p>a) A criação de cargos em comissão somente se justifica para o exercício de funções de direção,</p><p>chefia e assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas</p><p>ou operacionais;</p><p>b) tal criação deve pressupor a necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e</p><p>o servidor nomeado;</p><p>c) o número de cargos comissionados criados deve guardar proporcionalidade com a</p><p>necessidade que eles visam suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos efetivos</p><p>no ente federativo que os criar; e</p><p>d) as atribuições dos cargos em comissão devem estar descritas, de forma clara e objetiva, na</p><p>própria lei que os instituir.</p><p>▪ Contratação temporária de excepcional interesse público (Art. 37, IX): contratação</p><p>por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional</p><p>interesse público (conforme fora trabalhado no subtítulo 5.3)</p><p>▪ Contratação de agente comunitário de saúde e de endemias (Art. 198, § 4º): Permite</p><p>aos gestores locais do sistema único de saúde, a contratação de agentes comunitários</p><p>de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público,</p><p>de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos</p><p>para sua atuação.</p><p> STF, ADI 5.554: Cabe ao legislador ordinário definir o regime jurídico (celetista</p><p>ou estatutário) aplicável aos profissionais.</p><p>▪ Nomeação de juízes para composição de Tribunal: por exemplo, os juízes que</p><p>ingressam pelo quinto constitucional (art. 94 da CF), que será estudado no Capítulo 9</p><p>Poder Judiciário.</p><p>▪ Estabilidade especial do art. 19 do ADCT: a referida norma instituiu uma estabilidade</p><p>especial para servidores não concursados da União, dos Estados, do Distrito Federal</p><p>e dos Municípios que, quando da promulgação da Constituição Federal, contavam</p><p>com cinco anos ininterruptos ou mais de serviço público.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 99</p><p>99</p><p>379</p><p> STF: Os servidores abrangidos pela estabilidade excepcional prevista no art. 19</p><p>do ADCT não se equiparam aos servidores efetivos, os quais foram aprovados</p><p>em concurso público.</p><p>▪ Mandato eletivo: os ocupantes de cargos eletivos são escolhidos pela vontade</p><p>democrática.</p><p>▪ Aproveitamento de ex-combatente da Segunda Guerra Mundial (Art. 53 do ADCT):</p><p>direito de ser aproveitado no serviço público, sem a exigência de concurso, com</p><p>estabilidade, para aqueles que participaram efetivamente da Segunda Guerra</p><p>Mundial.</p><p>• Investidura sem concurso é causa de nulidade da contratação.</p><p> Para o STF (Tema n.º 191 RG), é assegurado o depósito do FGTS na conta de trabalhador cujo</p><p>contrato com a Administração Pública foi declarado nulo por ausência de prévia aprovação</p><p>em concurso público, quando mantida a percepção de salário.</p><p>Súmula vinculante n.º 43: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao</p><p>servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em</p><p>cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.”</p><p>• Acessibilidade dos cargos públicos:</p><p>→ Para brasileiros que cumpram os requisitos legais: norma de eficácia contida.</p><p> Não necessita de lei regulamentadora (aplicabilidade direta e imediata, mas restringível).</p><p>→ Para estrangeiros, na forma de lei: norma de eficácia limitada.</p><p> É indispensável a edição de lei infraconstitucional (aplicabilidade indireta e mediata).</p><p>• Requisitos para ocupação de cargo ou emprego público dependem de previsão legal: não é</p><p>suficiente a mera previsão editalícia.</p><p> Súmula vinculante n.º 44: "Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação</p><p>de</p><p>candidato a cargo público."</p><p> Súmula n.º 683 do STF: "O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima</p><p>quando pode ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido."</p><p> STF (RE 558.833 AgR): "(...) a exigência de experiência profissional prevista apenas em edital</p><p>importa em ofensa constitucional".</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 100</p><p>100</p><p>379</p><p> STF, Tema n.º 838 RG: "Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a</p><p>pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores</p><p>constitucionais."</p><p> STF, ARE 920.676 AgR: Limite de idade é válido como requisito para o ingresso no serviço</p><p>público, desde que haja previsão legal nesse sentido e que tal limitação seja justificável em</p><p>razão das atribuições do cargo a ser exercido. O referido requisito etário deve ser</p><p>comprovado na data da inscrição no certame.</p><p>• Via de regra, inexiste direito dos candidatos em concurso público à prova de segunda chamada</p><p>nos testes de aptidão física, salvo contrária disposição editalícia, em razão de circunstâncias</p><p>pessoais, ainda que de caráter fisiológico ou de força maior (Tema n.º 335 da RG do STF).</p><p> Exceção: É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja</p><p>grávida à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do</p><p>concurso público (Tema n.º 973 da RG do STF).</p><p>• Reserva de vagas para pessoa com deficiência (art. 37, VIII): percentual previsto em lei, que</p><p>definirá os critérios de sua admissão.</p><p> É obrigatória (não há discricionariedade do Poder Público).</p><p> Possui a finalidade de viabilizar as ações afirmativas (concretização do princípio da igualdade</p><p>material).</p><p> Coaduna-se com as disposições da Convenção Internacional das Nações Unidas sobre os</p><p>Direitos das Pessoas com Deficiência (status de emenda constitucional).</p><p> No serviço público federal, é regulado o percentual de até 20% (art. 5º, § 2º, Lei n.º 8.112/90</p><p>c/c a Lei N.º 7.853/99 e o Decreto 3.298/99).</p><p> Atenção! A surdez unilateral total passou a ser considerada como deficiência auditiva com</p><p>o advento da Lei n.º 14.768/2023 (superação da Súmula n.º 552 do STJ).</p><p> Com o estabelecimento do percentual de vagas para pessoa com deficiência, caso necessário,</p><p>deve ser o arredondado para o primeiro número subsequente.</p><p>• Reserva de vagas para negros: o STF (ADC 41) reconheceu a constitucionalidade da Lei n°</p><p>12.990/2014, que reserva a pessoas negras 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para</p><p>provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal</p><p>direta e indireta.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 101</p><p>101</p><p>379</p><p> Política de ação afirmativa em consonância com o princípio da isonomia (superação do</p><p>racismo estrutural e institucional).</p><p> Inexistência de violação aos princípios do concurso público e da eficiência.</p><p> Observância do princípio da proporcionalidade em sua tríplice dimensão (adequação,</p><p>necessidade e proporcionalidade em sentido estrito).</p><p> Constitucionalidade dos mecanismos para evitar fraudes.</p><p>▪ Legitimidade dos critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada</p><p>a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa, além</p><p>da autodeclaração.</p><p> A referida Lei é aplicável a toda a Administração Pública Federal, não se entendendo aos</p><p>demais, salvo se optarem por sua aplicação.</p><p>• Prazo de validade do concurso público (art. 37, III): prazo de até dois anos, prorrogável uma vez, por</p><p>igual período.</p><p> Há discricionariedade na decisão da Administração na fixação do prazo de validade (contado</p><p>a partir da homologação do resultado final do certame) e na sua prorrogação (não expirado</p><p>o prazo), desde que respeitados os limites citados.</p><p> No interregno da validade, cabe à Administração escolher o momento da nomeação dos</p><p>aprovados.</p><p>Direito subjetivo à nomeação na jurisprudência do STF:</p><p>1) Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital (Tema n.º 784 da</p><p>RG).</p><p>2) Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação</p><p>(Tema n.º 784 da RG).</p><p>3) Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame</p><p>anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da</p><p>administração nos termos acima (Tema n.º 784 da RG).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 102</p><p>102</p><p>379</p><p>4) Também haverá direito à nomeação quando o candidato aprovado fora do número de vagas</p><p>previstas no edital passar a figurar entre as vagas em decorrência da desistência de</p><p>candidatos classificados em colocação superior (RE 916.425 AgR).</p><p>Atenção redobrada! As teses supracitadas podem ser cobradas em uma possível prova</p><p>discursiva da carreira de advocacia pública como fundamento de defesa do ente público na peça</p><p>ou parecer jurídico.</p><p> Excepcionalidade do não cumprimento do dever de nomeação por parte da Administração</p><p>Pública, deve preencher os seguintes requisitos (RE 598.099):</p><p>▪ os fatos que geraram a situação excepcional devem ser necessariamente posteriores</p><p>à publicação do edital do certame público;</p><p>▪ a situação deve ser determinada por circunstâncias imprevisíveis;</p><p>▪ os acontecimentos devem ser extremamente graves;</p><p>▪ o não cumprimento do dever de nomeação deve ser extremamente necessário.</p><p> Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, candidato aprovado em</p><p>concurso público será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir</p><p>cargo ou emprego na carreira (não impede a realização de novo certame para o mesmo</p><p>cargo).</p><p> Surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso durante o prazo de validade:</p><p>→ Regra: Não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora</p><p>das vagas previstas no edital.</p><p>→ Exceção: Preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada</p><p>por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca</p><p>necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a</p><p>ser demonstrada de forma cabal pelo candidato (ônus da prova é do particular).</p><p> Nomeação tardia por decisão judicial: não gera direito à contagem retroativa do tempo de</p><p>serviço e aos demais efeitos funcionais ou previdenciários.</p><p>▪ Os efeitos funcionais só são gerados com a investidura (completada pela posse e</p><p>iniciado o exercício). Do contrário, haveria enriquecimento ilícito.</p><p> Cláusula de barreira: regra prevista em edital que visa selecionar apenas os candidatos mais</p><p>bem classificados para prosseguir nas fases do concurso, com base em critérios objetivos</p><p>relacionados ao desempenho meritório do candidato.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 103</p><p>103</p><p>379</p><p>▪ Constitucionalidade reconhecida pelo STF por ausência de violação ao princípio da</p><p>isonomia.</p><p> Posse de candidato por decisão judicial precária modificada ou revogada posteriormente:</p><p>não gera direito à manutenção em cargo público.</p><p>▪ Incompatibilidade da teoria do fato consumado com a CF (Tema n.º 476 da RG).</p><p> Decreto legislativo não pode interferir em ato espontâneo de adesão dos servidores públicos</p><p>ao Programa de Desligamento Voluntário – PDV e determinar a reintegração dos servidores,</p><p>porquanto tal conduta implicaria invasão em competência específica do Poder Executivo</p><p>(Agr em RE 710.030 PI).</p><p>• Estabilidade do servidor</p><p>público: garantia constitucional estabelecida em benefício do servidor</p><p>ocupante de cargo público de provimento efetivo, desde que sejam preenchidos cumulativamente</p><p>os seguintes requisitos:</p><p>➢ Requisito temporal (EC n.º 19/98): decurso de três anos de efetivo exercício do cargo.</p><p> É constitucional o cômputo do período de licença à gestante no período do estágio</p><p>probatório da servidora pública pelo imperativo da máxima efetividade dos direitos</p><p>fundamentais e pelos princípios da igualdade de gênero, proteção à maternidade,</p><p>dignidade da mulher e planejamento familiar (ADI 5.220).</p><p> Servidores que se encontravam em estágio probatório, quando da promulgação da EC</p><p>n.º 19/98, mantiveram o prazo anterior de dois anos.</p><p>➢ Requisito qualitativo: aprovação em avaliação especial de desempenho atestada por</p><p>comissão instituída pela Administração para esta finalidade (condição obrigatória).</p><p> Se houver reprovação na avaliação: haverá exoneração.</p><p> Caráter declaratório da exoneração: pode ocorrer após o prazo de três anos, desde</p><p>que as avaliações de desempenho sejam efetuadas dentro do prazo constitucional (RE</p><p>805.491 AgR).</p><p>Súmula n.º 21 do STF: Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido</p><p>sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade.</p><p>PERDA DO CARGO DE SERVIDOR ESTÁVEL</p><p>Sentença judicial transitada em julgado</p><p>Processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 104</p><p>104</p><p>379</p><p>Procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,</p><p>assegurada ampla defesa.</p><p>Ultrapassagem do limite de despesa de pessoal previsto em lei complementar (art. 169</p><p>da CF):</p><p>1º) Deverá reduzir ao menos 20% dos cargos em comissão e das funções de confiança.</p><p>2º) Caso não seja suficiente, seguir-se-á com a exoneração dos não estáveis.</p><p>3º) Como ultima ratio, poderá perder o cargo o servidor estável por ato normativo</p><p>motivado com especificação da atividade funcional, do órgão ou da unidade</p><p>administrativa objeto da redução de pessoal.</p><p>- Obs.1: Servidor fará jus à indenização de um mês de remuneração por ano de</p><p>serviço.</p><p>- Obs.2: Cargo será extinto, vedada a sua recriação por um prazo de 4 anos.</p><p>❖ Estabilidade não é sinônimo de efetividade (STF):</p><p>EFETIVIDADE ESTABILIDADE</p><p>Atributo do cargo, que designa o servidor desde a</p><p>sua nomeação.</p><p>Refere-se à integração do servidor no serviço</p><p>público depois de preenchidas as condições legais.</p><p>Estabilidade sem cargo efetivo: servidor</p><p>estabilizado pelo art. 19 do ADCT.</p><p>❖ Reintegração, Recondução e Disponibilidade: formas de provimento derivado em benefício do</p><p>servidor estável.</p><p>REINTEGRAÇÃO RECONDUÇÃO DISPONIBILIDADE</p><p>Ocorre quando a demissão de</p><p>servidor estável for invalidada.</p><p>Havendo reintegração de um</p><p>servidor, o servidor estável</p><p>ocupante do cargo daquele é</p><p>reconduzido, sem indenização,</p><p>ao próprio cargo de origem.</p><p>Prevê ainda o aproveitamento</p><p>em outro ou a colocação em</p><p>disponibilidade.</p><p>Ocorre com a extinção do cargo</p><p>de servidor estável ou a</p><p>declaração de sua</p><p>desnecessidade.</p><p>Faz jus ao pagamento de</p><p>remuneração proporcional ao</p><p>tempo de serviço, enquanto não</p><p>for aproveitado em outro cargo.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 105</p><p>105</p><p>379</p><p>Cuidado! Os empregados públicos não fazem jus à estabilidade, salvo aqueles admitidos em</p><p>período anterior ao advento da EC 19/1998. Como estudado anteriormente, a dispensa sem justa</p><p>causa de empregados públicos deve ser devidamente motivada.</p><p>• Vitaliciedade: consiste na prerrogativa conferida constitucionalmente a determinados grupos de</p><p>dede agentes públicos, em função de suas atribuições.</p><p>→ Rol de agentes públicos:</p><p>1) Magistrados (artigo 95, I, da CF);</p><p>2) Membros do Ministério Público (artigo 128, § 5º, I, “a”, da CF);</p><p>3) Membros dos Tribunais de Contas (artigo 73, § 3º, da CF).</p><p>Membros da Advocacia pública, da Defensoria Pública e da carreira de Delegado podem adquirir</p><p>estabilidade e não vitaliciedade por ausência de previsão na CF.</p><p>5.5 – SINDICALIZAÇÃO E GREVE</p><p>• Direito à livre associação sindical: garantido ao servidor público civil.</p><p> É vedada a sindicalização aos militares (Art. 142, § 3º, IV).</p><p> O sindicato é competente para defender os direitos e interesses coletivos ou individuais da</p><p>categoria.</p><p> STF reconheceu a constitucionalidade de lei estadual que assegura o direito de licença sem</p><p>remuneração a servidor público estável para o exercício de mandato sindical (ADI 7.242).</p><p> Não é permitida a intervenção do Estado na liberdade sindical, de modo que a criação de</p><p>sindicato não depende de autorização do Poder Público.</p><p>• Direito de Greve: é direito social garantido aos servidores públicos civis, nos termos e nos limites</p><p>definidos em lei específica;</p><p> Trata-se de norma de eficácia limitada: depende de regulamentação legal.</p><p>▪ Ainda que não exista lei regulamentadora, o STF decidiu pela possibilidade de exercício</p><p>do referido direito e determinou que a Lei n.º 7.783/89 (lei que rege a greve dos</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 106</p><p>106</p><p>379</p><p>trabalhadores) fosse aplicada aos servidores públicos até a criação da legislação</p><p>específica.</p><p> Regra: Durante a greve, a Administração tem o dever de proceder ao desconto da</p><p>remuneração dos servidores pelos dias de paralisação (suspensão do vínculo), permitida a</p><p>compensação se houver acordo (Tema n.º 531 de Repercussão Geral)</p><p>▪ Exceção: Se a paralisação decorrer de um ato ilícito da Administração, o desconto será</p><p>incabível.</p><p> Vedação ao exercício de greve dos militares (Art. 142, § 3º, IV).</p><p>▪ Policiais civis e a todos os servidores públicos que atuem diretamente na área de</p><p>segurança pública: vedado o exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou</p><p>modalidade (Tema n.º 541 de Repercussão Geral)</p><p>▪ Entretanto, a participação do Poder Público é obrigatória em mediação instaurada</p><p>pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos do art. 165 do</p><p>CPC, para vocalização dos interesses da categoria.</p><p> Competência da Justiça Comum (Tema n.º 544 de Repercussão Geral): Abusividade de greve</p><p>de servidores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações</p><p>públicas.</p><p>→ Servidores da União: Justiça Federal</p><p>→ Servidores dos Estados e dos Municípios: Justiça Estadual.</p><p>5.6 – VEDAÇÕES AOS SERVIDORES</p><p>• Vedação à acumulação remunerada de cargos públicos:</p><p>➢ Regra: servidores públicos não podem acumular, de forma remunerada, cargos e empregos</p><p>públicos.</p><p>➢ Exceções: quando houver compatibilidade de horários, em um dos casos abaixo (art. 37, XVI):</p><p>▪ Dois cargos de professor;</p><p>▪ Um cargo de professor com outro técnico ou científico.</p><p>▪ Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões</p><p>regulamentadas;</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 107</p><p>107</p><p>379</p><p>➢ Outras hipóteses admitidas:</p><p>▪ Juiz com cargo de magistério;</p><p>▪ Membro do MP com cargo de magistério;</p><p>▪ Vereador com cargo ou emprego público, se houver compatibilidade de horários.</p><p>➢ Acumulação dos militares:</p><p>→ Policiais militares e corpo de bombeiros militares: mesmas hipóteses do art. 37, XVI, da</p><p>CF, com prevalência da atividade militar.</p><p>→ Militares das Forças armadas: apenas pode cumular dois cargos ou empregos privativos</p><p>de profissionais da saúde.</p><p>Tema n.º 921 de Repercussão Geral: É vedada a cumulação tríplice de vencimentos e/ou</p><p>proventos, ainda que a investidura</p><p>368</p><p>17.2 – Perda e Suspensão dos Direitos Políticos ........................................................................................ 374</p><p>17.3 – Anterioridade Eleitoral .................................................................................................................... 375</p><p>17.4 – Liberdade, Garantias e Vedações dos Partidos ............................................................................... 375</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 6</p><p>6</p><p>379</p><p>CONSIDERAÇÕES INICIAIS</p><p>Caro(a) aluno(a),</p><p>Vamos juntos!</p><p>CONTEÚDO DO CURSO</p><p>Olá, Doutores e Doutoras!</p><p>Será um grande prazer auxiliá-los na preparação do concurso para o Concurso Advogado do Conselho</p><p>Regional de Medicina Goiás - CREMEGO, para o cargo de Advogado.</p><p>Aqui abordaremos os seguintes pontos do edital:</p><p>Direito Constitucional: Constituição: Conceito. Classificação das Constituições. Poder</p><p>Constituinte Originário e Poder Constituinte Derivado: Características. Emenda à Constituição.</p><p>Hierarquia das Normas Jurídicas. Princípio da Supremacia da Constituição. Revisão</p><p>Constitucional. Controle de Constitucionalidade das Leis. Normas Constitucionais: Eficácia.</p><p>Aplicabilidade. Interpretação. Integração. Direitos e garantias fundamentais: Direitos e deveres</p><p>individuais e coletivos. Direitos sociais. Da nacionalidade. Dos direitos políticos. Dos partidos</p><p>políticos. Princípios do Estado de Direito: legalidade, igualdade, controle judiciário. Garantias</p><p>constitucionais: Conceito. Classificação. Mandado de Segurança. Direito de petição. Direitos e</p><p>Deveres Individuais e Coletivos. Federação: Soberania e autonomia do Estado Federal. Da</p><p>Organização do Estado. Repartição de competências. Intervenção Federal nos Estados e nos</p><p>Municípios. Divisão de poderes. A unidade do Poder Estatal. Princípios e normas da</p><p>Administração Pública. Servidores Públicos. Da Organização dos Poderes. Poder Legislativo.</p><p>Poder Judiciário. Poder Executivo. Cargos Essenciais à Justiça.</p><p>1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO</p><p>1.1 - CONSTITUCIONALISMO</p><p>A doutrina concebe dois conceitos de Constitucionalismo:</p><p>➢ Em sentido amplo: refere-se à existência de uma Constituição nos Estados.</p><p>➢ Em sentido estrito: é identificado à luz da separação dos poderes e da garantia dos direitos</p><p>fundamentais.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 7</p><p>7</p><p>379</p><p>Ademais, o Constitucionalismo é marcado por várias fases durante a evolução histórica.</p><p>→ Constitucionalismo Antigo: refere-se às manifestações constitucionais no período entre a</p><p>Antiguidade e o final do século XVIII:</p><p>▪ Hebreus: Na Antiguidade Clássica, era marcado pela presença dos dogmas religiosos, que</p><p>limitavam o poder do soberano, e pela legitimidade dos profetas para controlar os atos dos</p><p>governantes. Costumes e leis não escritas eram as principais fontes do Direito.</p><p>▪ Grécia: Adotou-se a democracia constitucional, a qual era fundada na prevalência do</p><p>parlamento. Havia um regramento constitucional tácito (não escrito).</p><p>▪ Roma: A constitutio que era formada por um conjunto de normas jurídicas com valor de lei.</p><p>→ Constitucionalismo Moderno: compreende o movimento constitucional do período entre as</p><p>revoluções liberais do final do século XVIII até a promulgação das Constituições pós-bélicas.</p><p>▪ Constituição estadunidense de 1789: destacou o princípio da supremacia da Constituição e</p><p>o fortalecimento do Judiciário para garantir a juridicidade daquela.</p><p>▪ Constituição francesa de 1793: era caracterizada pela previsão da garantia de direitos</p><p>fundamentais e pela aplicação da teoria da tripartição de poderes. Além disso, houve a</p><p>distinção entre Poder Constituinte Originário e Poder Constituinte Derivado.</p><p>▪ Constituições sociais (Mexicana de 1917 e Weimar de 1919): surgiu o Estado Social que</p><p>assumiu papel subvencionista.</p><p>- Cenário mexicano: primeira a inserir os direitos trabalhistas como direitos sociais.</p><p>- Cenário alemão: foi a responsável por consolidar a democracia social.</p><p>→ Constitucionalismo Contemporâneo ou Neoconstitucionalismo: objetiva garantir os direitos</p><p>fundamentais, a partir da força normativa da Constituição e do ativismo judicial em defesa da Lei</p><p>Maior e dos direitos humanos, com aplicação valorativa da referida Carta.</p><p>- Marco histórico: fim da Segunda Guerra, com o Estado Democrático de Direito.</p><p>- Marco filosófico: Pós-positivismo, com a aproximação entre o direito e a ética.</p><p>- Marco teórico: Teoria da força normativa da Constituição de Konrad Hesse.</p><p>❖ Ativismo judicial: Para Barroso, consiste na atuação mais intensa do Poder Judiciário na</p><p>concretização e implementação de direitos e valores decorrentes da Constituição. Para a</p><p>doutrina, pode ser considerado legítimo quando não há usurpação da função de outro</p><p>poder.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 8</p><p>8</p><p>379</p><p> O ativismo pode configurar fonte ilegítima de mutação constitucional, no caso de</p><p>atuação contrária à CF.</p><p>Atenção! Em se tratando de provas da advocacia pública, ressalta-se a relevância do liame entre</p><p>o ativismo judicial, a implementação das políticas públicas e a discricionariedade do mérito</p><p>administrativo.</p><p>Em uma possível prova discursiva, na qualidade de advogado público, o(a) candidato(a) pode ser</p><p>questionado acerca de teses sobre a ilegitimidade do ativismo do Poder Judiciário em um cenário</p><p>de políticas pública.</p><p>Assim, de acordo com a lição de Barroso, podem ser invocados os seguintes fundamentos: a)</p><p>ofensa ao princípio da repartição dos poderes; b) ausência de representatividade da vontade</p><p>majoritária; c) o indevido caráter casuístico de decisões judiciais; d) inexistência de</p><p>fundamento legal ou constitucional; e) não consideração das consequências da decisão1.</p><p>❖ Patriotismo Constitucional: objetiva o afastamento dos ideais do nacionalismo</p><p>totalitário, que deu ensejo ao fascismo e ao nazismo. Com isso, tem por fim alcançar uma</p><p>identificação política, com a união da sociedade multicultural e em respeito aos valores</p><p>democráticos.2</p><p>→ Constitucionalismo do Futuro ou Constituição do porvir (DROMI, 1997): trata-se do cenário</p><p>subsequente ao Neoconstitucionalismo, no qual a Constituição deve observar sete valores</p><p>fundamentais: verdade, solidariedade, consenso, continuidade, participação, integração e</p><p>universalidade.</p><p>→ Constitucionalismo Abusivo: decorre da lição de David Landau e indica a fragilização da ordem</p><p>democrática através da utilização de instrumentos de alteração da Constituição (ex.: emendas à</p><p>constituição ou advento nova constituição promulgada ou outorgada).</p><p>1 BARROSO, Luís Roberto. Disponível em: https://www.emerj.tjrj.jus.br/revistaemerj_online/edicoes/revista33/Revista33_43.pdf.</p><p>Acesso em 04 de fevereiro de 2024.</p><p>2 Disponível em: https://www.professorflaviomartins.com.br/post/patriotismo-constitucional. Acesso em 1º de fevereiro de 2024.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 9</p><p>9</p><p>379</p><p>1.2 – CONCEITOS DE CONSTITUIÇÃO</p><p>O termo “constituição” pode apresentar variadas acepções a depender do seu fundamento. Observe a seguir</p><p>os sentidos mais cobrados em provas.</p><p>• Sentido Sociológico: defendido por Ferdinand Lassalle, a Constituição surge como a somatória dos</p><p>fatores reais de poder dento de uma sociedade, ou seja, efetivo poder social. Sem a representação</p><p>dos fatores sociais, seria considerada apenas uma “folha de papel”.</p><p>• Sentido Jurídico: Idealizado por Hans Kelsen, divide-se em dois: o lógico-jurídico e o jurídico-positivo.</p><p>a) Lógico-jurídico: Constituição como norma hipotética fundamental,</p><p>nos cargos públicos tenha ocorrido anteriormente à EC</p><p>20/1998.</p><p>5.7 – ASPECTOS PREVIDENCIÁRIOS</p><p>• Conceito de Regime próprio de previdência social: é o regime de previdência, obrigatório,</p><p>contributivo e solidário, destinado aos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo e instituído</p><p>pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios.</p><p> Não se sujeita ao RPPS (vincula-se ao RGPS) agente público que ocupa exclusivamente:</p><p>→ Cargo em comissão;</p><p>→ Outro cargo temporário;</p><p>→ Mandato eletivo;</p><p>→ Emprego público.</p><p>→ Servidores estabilizados pelo art. 19 do ADCT;</p><p>Tema n.º 1.254 de Repercussão Geral: "Somente os servidores públicos civis detentores de</p><p>cargo efetivo (art. 40, CF, na redação dada pela EC 20/98) são vinculados ao regime próprio de</p><p>previdência social, a excluir os estáveis nos termos do art. 19 do ADCT e os demais servidores</p><p>admitidos sem concurso público."</p><p>• Conceito de unidade gestora: órgão ou entidade integrante da Administração Pública do ente</p><p>federado responsável pela administração do RPPS.</p><p>• Unicidade de regime e de unidade gestora: com o advento da EC n.º 103/19, vedou-se a existência</p><p>de mais de um regime próprio e de mais de um órgão ou entidade gestora em cada ente federativo.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 108</p><p>108</p><p>379</p><p> O único RPPS deve abranger todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais</p><p>do ente, que serão responsáveis pelo seu financiamento.</p><p>• Atualmente, é vedada a instituição de novos regimes próprios (art. 40, § 22).</p><p> Regimes já existentes serão regidos por lei complementar: normas gerais de organização, de</p><p>funcionamento e de responsabilidade em sua gestão.</p><p>• Contribuição obrigatória, instituída por lei de cada ente (art. 149, § 1º): ente federativo, servidores</p><p>ativos, aposentados e pensionistas.</p><p> A lei pode prever alíquota progressiva: de acordo com o valor da base de contribuição ou dos</p><p>proventos de aposentadoria e de pensões.</p><p> Difere do RGPS, o qual não prevê contribuição dos aposentados e pensionistas.</p><p>▪ No RPPS, incidirá contribuição, a cargo dos aposentados e pensionistas, se os</p><p>proventos e as pensões superarem o limite máximo dos benefícios do RGPS (em</p><p>2024, o teto é R$7.786,02), em percentual igual ao dos servidores ativos.</p><p>• Rol de benefícios: aposentadorias e pensão por morte.</p><p>PENSÃO POR MORTE COM A EC N.º 103/19</p><p>Quando for a única fonte de renda, será concedida ao dependente do servidor falecido, nos termos de lei</p><p>de cada ente federativo.</p><p>Servidor Público Federal: 50% da cota familiar + 10% para cada dependente (limite de 100%)</p><p>Base de cálculo: Valor da aposentadoria do servidor ou da ele teria direito na data do falecimento, se</p><p>aposentado por incapacidade permanente.</p><p>STF declarou a constitucionalidade dos novos critérios de cálculo da pensão por morte (ADI 7051).</p><p>Aposentadorias com a EC n.º 103/19</p><p>1) Por incapacidade permanente: quando não suscetível a readaptação.</p><p>*Obrigatoriedade de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram</p><p>a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo.</p><p>2) Compulsória: aos 70 anos ou aos 75 anos, na forma de lei complementar, com proventos proporcionais.</p><p>Atenção! STF (Info 1123/2024): É inconstitucional norma de Constituição estadual que estabelece limite</p><p>etário para aposentadoria compulsória diverso do fixado pela Constituição Federal.</p><p>3) Voluntária (regras para a União): idade mínima (mulheres com 62 anos e homens com 65 anos) +</p><p>tempo de contribuição e outros requisitos previstos em lei complementar.</p><p>*E/DF/M: idade mínima fixada em emenda às suas Constituições e Leis Orgânicas.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 109</p><p>109</p><p>379</p><p>*Para os professores: a idade mínima reduzida em 05 anos (M: 57 anos e H: 60 anos).</p><p>- Exige comprovação de tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil</p><p>e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo.</p><p>- Conta-se o tempo de efetivo exercício da docência e das atividades de direção de unidade escolar</p><p>e de coordenação e assessoramento pedagógico (Tema n.º 965 da RG).</p><p>• Lei de cada ente federativo disporá sobre cálculo de proventos de aposentadoria (não poderão ser</p><p>inferiores ao valor mínimo nem superiores ao limite máximo do RGPS).</p><p> Assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o</p><p>valor real.</p><p>• Vedação a qualquer forma de contagem de tempo fictício.</p><p>• Vedação ao acúmulo de aposentadorias à conta de RPPS, salvo as decorrentes de cargos</p><p>acumuláveis.</p><p> STF: não havia proibição de acumulação de proventos antes da EC n. 20/1998.</p><p> São aplicadas outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios</p><p>previdenciários estabelecidas no RGPS.</p><p>• Regra: vedação de critérios diferenciados para concessão de benefício.</p><p> Exceção (aposentadoria especial): por lei complementar de cada ente.</p><p>a) Servidores deficientes: idade e tempo de contribuição diferenciados + prévia</p><p>avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar.</p><p>b) Agentes penitenciários e policiais em geral: idade e tempo de contribuição</p><p>diferenciados.</p><p>c) Servidores que exercem atividade exposta a agentes químicos, físicos ou</p><p>biológicos prejudiciais à saúde: idade e tempo de contribuição diferenciados, vedada</p><p>a caracterização por categoria profissional ou ocupação.</p><p>d) Professores: já explanada na tabela acima.</p><p>• Obrigatoriedade da previdência complementar (lei de iniciativa do Poder Executivo): ocupantes de</p><p>cargo efetivo.</p><p> Pode ser por entidade fechada ou de entidade aberta de previdência complementar e</p><p>oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 110</p><p>110</p><p>379</p><p> Servidores que ingressaram até a data de instituição: depende de opção prévia e expressa.</p><p>• Abono de permanência: destinado ao servidor efetivo que completou os requisitos da aposentadoria</p><p>voluntária e que optou por permanecer em atividade, com valor, no máximo, de sua contribuição</p><p>previdenciária, até a idade de aposentadoria compulsória.</p><p>• Criação de regras de transição pela EC n.º 103/19, para fins de concessão da aposentadoria e do</p><p>cálculo dos valores dos proventos e da pensão por morte, em atenção ao princípio da segurança</p><p>jurídica.</p><p>• A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo,</p><p>emprego ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o</p><p>rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.</p><p> STF: natureza do ato de demissão de empregado público é constitucional-administrativa e</p><p>não trabalhista, o que atrai a competência da Justiça comum para julgar a questão.</p><p> A concessão de aposentadoria aos empregados públicos inviabiliza a permanência no</p><p>emprego, nos termos do art. 37, § 14, da CRFB, salvo para as aposentadorias concedidas pelo</p><p>Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional</p><p>nº 103/19, nos termos do que dispõe seu art. 6º (Tese do tema n.º 606 da RG).</p><p>• Alterações constitucionais anteriores:</p><p>▪ EC n.º 20/1998: vedou a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de</p><p>aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados os casos de</p><p>atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a</p><p>integridade física.</p><p>▪ EC n.º 41/2003: versou sobre critérios de cálculo dos proventos a serem pagos aos servidores</p><p>públicos.</p><p>▪ EC</p><p>n.º 47/2005: incluiu os portadores de deficiência na exceção à vedação de critérios</p><p>diferenciados.</p><p>6. ORGANIZAÇÃO DOS PODERES E PODER LEGISLATIVO</p><p>6.1 – ORGANIZAÇÃO DOS PODERES E FREIOS E CONTRAPESOS</p><p>• A organização dos Poderes no Estado brasileiro é marcada pela atuação independente e harmônica</p><p>dos Poderes Executivo, do Legislativo e do Judiciário.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 111</p><p>111</p><p>379</p><p> Separação dos poderes (cláusula pétrea): Mostesquieu, em “O Espírito das leis”,</p><p>sustentou que as funções do Estado deveriam ser executadas por órgãos distintos e</p><p>independentes.</p><p> Unidade e indivisibilidade do Poder: o Poder é um só, cujo titular é o povo.</p><p> Divisão das funções de administrar, legislar e julgar: cada órgão exerce funções típicas</p><p>e atípicas, conforme tabela discriminada no Capítulo 3.</p><p>• Sistema de freios e contra pesos (checks and balances): trata-se do controle realizado por um Poder</p><p>sobre o outro, nas hipóteses previstas na CF, com a finalidade de evitar a prática abusos no exercício</p><p>da função por qualquer dos Poderes.</p><p>Controle do Executivo sobre o Legislativo Ex.: Veto do Chefe do Executivo (art. 84, V, da</p><p>CF).</p><p>Controle do Executivo sobre o Judiciário Ex.: Nomeação dos Ministros do STF pelo</p><p>Presidente da República (art. 101, parágrafo</p><p>único, da CF).</p><p>Controle do Legislativo sobre o Executivo</p><p>Ex.1: Instauração de CPI para fiscalizar o</p><p>Executivo (Art. 58, § 3º, da CF).</p><p>Ex.2: Poder de rejeitar os vetos do Executivo</p><p>(art. 66, § 4º, da CF).</p><p>Ex.3: Processo e julgamento, a cargo Senado, de</p><p>crimes de responsabilidade praticados pelo</p><p>Presidente ou pelo Vice Presidente (art. 52, I, da</p><p>CF).</p><p>Ex.4: Fixação de subsídio do Presidente da</p><p>República (art. 49, VIII, da CF).</p><p>Controle do Legislativo sobre o Judiciário</p><p>Ex.1: Processo e julgamento, a cargo do Senado,</p><p>de crimes de responsabilidade praticados pelos</p><p>Ministros do Supremo Tribunal Federal (art. 52,</p><p>II, da CF).</p><p>Ex.2: Aprovação do Senado na nomeação de</p><p>Ministros do STF (art. 101, parágrafo único, da</p><p>CF).</p><p>EX.: Fixação de subsídio dos Ministros do STF</p><p>(art. 48, XV, da CF).</p><p>Controle do Judiciário sobre o Executivo Ex.: declaração de omissão inconstitucional do</p><p>Executivo em produzir norma regulamentadora</p><p>de direito fundamental de eficácia limitada.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 112</p><p>112</p><p>379</p><p>Controle do Judiciário sobre o Legislativo Ex.: Controle de constitucionalidade</p><p>jurisdicional de leis (art. 102, I, "a", da CF).</p><p>6.2 – PODER LEGISLATIVO: ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO</p><p>• Estrutura do Poder Legislativo da União: exercido pelo Congresso Nacional.</p><p> Bicameralismo: o Congresso Nacional é composto pela Câmara dos Deputados e do Senado</p><p>Federal.</p><p>▪ O referido modelo decorre da forma federativa do Estado.</p><p> Enquanto a Câmara dos Deputados representa o povo, o Senado Federal representa os</p><p>Estados e o Distrito Federal.</p><p> Os Municípios não são representados pelo Senado Federal.</p><p> As casas legislativas dos entes subnacionais são unicamerais:</p><p>▪ Legislativo dos Estados: Assembleia Legislativa (estudada no Capítulo 4);</p><p>▪ Legislativo do DF: Câmara Legislativa (estudada no Capítulo 4);</p><p>▪ Legislativo dos Municípios: Câmara Municipal (estudada no Capítulo 4);</p><p> Composição da Câmara dos Deputados e do Senado Federal:</p><p>CÂMARA DOS DEPUTADOS SENADO FEDERAL</p><p>1) Representação definida por lei complementar</p><p>(mínimo de 8 e máximo 70 deputados federais por</p><p>ente, com base na proporcionalidade da</p><p>população). Total de 513 deputados federais.</p><p>2) Eleição pelo sistema proporcional (mandato</p><p>pertence ao partido).</p><p>3) Território: faz jus a quatro deputados federais</p><p>(número fixo).</p><p>4) Idade mínima: 21 anos.</p><p>5) Mandato: 4 anos.</p><p>1) Representação igualitária: ente possui três</p><p>representantes (total de 81 senadores). Cada</p><p>Senador é eleito com dois suplentes.</p><p>2) Eleição pelo sistema majoritário (alteração de</p><p>partido não gera a perda do mandato para o STF).</p><p>3) Território: não possui representação.</p><p>4) Idade mínima: 35 anos.</p><p>5) Mandato: 8 anos.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 113</p><p>113</p><p>379</p><p>6) Renovação da representação: integralmente, a</p><p>cada quatro anos.</p><p>6) Renovação da representação: quatro em quatro</p><p>anos, alternadamente, por um e dois terços.</p><p>• Funcionamento das Casas legislativas:</p><p>→ Legislatura: duração de quatro anos.</p><p>→ Sessão Legislativa Ordinária: duração anual de trabalho normal do Congresso Nacional, divide-</p><p>se em períodos legislativos:</p><p>▪ 1º período legislativo: 2 de fevereiro e 17 de julho.</p><p>▪ 2º período legislativo: 1° de agosto a 22 de dezembro.</p><p>Obs.1: Haverá remarcação para o primeiro dia útil subsequente, quando tais datas caírem</p><p>em sábados, domingos ou feriados (§ 1º do artigo 57 da CF).</p><p>Obs.2: Não haverá interrupção da sessão legislativa, enquanto não aprovado o projeto de</p><p>lei de diretrizes orçamentárias.</p><p>→ Sessão Legislativa preparatória: ocorre a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da</p><p>legislatura.</p><p>1. Finalidade: posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2</p><p>(dois) anos.</p><p>→ Sessão Legislativa extraordinária: é aquela realizada durante o recesso parlamentar (fora dos</p><p>períodos da sessão legislativa ordinária).</p><p>▪ Matérias objeto de deliberação extraordinária:</p><p>❖ Via de regra, somente deliberará sobre a matéria para a qual foi convocado.</p><p>❖ medidas provisórias em vigor na data da convocação extraordinária (inclusão</p><p>automática em pauta).</p><p>▪ Vedação ao pagamento de verba indenizatória: norma de reprodução obrigatória pelos</p><p>Estados-membros por força do art. 27, § 2º, da Carta Magna (STF, ADI 4.587).</p><p>▪ Convocação pelo Presidente do Senado Federal nos seguintes casos:</p><p> Decretação de estado de defesa ou de intervenção federal;</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 114</p><p>114</p><p>379</p><p> Pedido de autorização para a decretação de estado de sítio;</p><p> Compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;</p><p>+ Parlamentares não deliberam sobre a convocação acima (não poderão recusá-la).</p><p>▪ Convocação pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados</p><p>e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas:</p><p> Em caso de urgência ou interesse público relevante.</p><p>+ Exige-se a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso</p><p>Nacional.</p><p>Atenção! Sessão conjunta e sessão unicameral não são termos sinônimos.</p><p>SESSÃO CONJUNTA SESSÃO UNICAMERAL</p><p>Discussões ocorrem em mesmo ambiente com</p><p>deputados e senadores em conjunto, porém, nas</p><p>votações, o quórum deve ser considerado</p><p>separadamente em cada casa.</p><p>Hipóteses:</p><p>❖ Inaugurar a sessão legislativa;</p><p>❖ Elaborar o regimento comum e regular a criação</p><p>de serviços comuns às duas casas;</p><p>❖ Receber o compromisso do presidente e do vice-</p><p>presidente da república;</p><p>❖ Conhecer do veto e sobre ele deliberar.</p><p>❖ Outros casos previstos na CF.</p><p>Para fins de votação, considera todos os</p><p>parlamentares (deputados e senadores) como se</p><p>pertencessem a uma casa só.</p><p>Hipótese: revisão constitucional do art. 3º do ADCT.</p><p>É excepcional e atípica.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 115</p><p>115</p><p>379</p><p>• Órgãos do Poder Legislativo:</p><p>o Plenário: órgão máximo de deliberação que reúne todos os parlamentares.</p><p>o Mesa Diretora: órgão responsável pela direção dos trabalhos legislativos e dos serviços</p><p>administrativos</p><p>das Casas.</p><p>→ Eleição dos membros: ocorre na sessão preparatória.</p><p>→ Presidência da Mesa Diretora do Congresso: cabe ao Presidente Senado Federal.</p><p>→ Demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos</p><p>equivalentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.</p><p>→ Mandato: dois anos.</p><p>→ Vedação à recondução para o mesmo cargo na Mesa Diretora na eleição</p><p>imediatamente subsequente.</p><p> A vedação incide apenas na mesma legislatura (STF, ADI 6.524).</p><p> Não é norma de reprodução obrigatória: Constituições Estaduais</p><p>possuem autonomia para prever a possibilidade de uma única</p><p>reeleição ao mesmo cargo, independente de ocorrer ou não em</p><p>uma mesma legislatura, observados os princípios republicano,</p><p>democrático e do pluralismo (STF, ADI 6.684).</p><p> Não é princípio constitucional estabelecido (STF, ADI 793).</p><p> STF conferiu interpretação conforme à Constituição para permitir</p><p>apenas uma reeleição consecutiva para o mesmo cargo na Mesa</p><p>Diretora da Câmara Municipal (STF, ADPF 871).</p><p>❖ Organização: regras contidas no regimento interno.</p><p>o Comissões: órgãos colegiados integrados por um número reduzido de parlamentares, que</p><p>exercerão as atribuições definidas pelo regimento interno de cada Casa e pelo ato de sua</p><p>criação.</p><p> Deve de observar, sempre que possível, a representação proporcional dos</p><p>partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 116</p><p>116</p><p>379</p><p>➢ Classificação:</p><p>❖ Quanto à duração:</p><p>▪ Comissões permanentes: não possuem prazo de validade e subsistem ao</p><p>término da legislatura.</p><p>▪ Comissões temporárias: são extintas com o término de seu prazo, com a</p><p>conclusão de seus trabalhos ou com o fim da legislatura. (Ex.: CPI e a comissão</p><p>representativa do Congresso Nacional).</p><p>❖ Quanto à formação:</p><p>▪ Comissão exclusiva: composta apenas por Deputados OU por Senadores.</p><p>▪ Comissão Mista: composta por Deputados E Senadores.</p><p> Comissão mista para apreciação de medida provisória (Art. 62, § 9º).</p><p> Comissão mista permanente para apreciação dos projetos de plano</p><p>plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual (Art.</p><p>166, § 1º).</p><p>❖ Comissão representativa do Congresso Nacional: atuação durante o recesso</p><p>parlamentar.</p><p> Eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo.</p><p> Atribuições estabelecidas no regimento interno.</p><p> Proporcionalidade partidária na sua composição, sempre que possível.</p><p>➢ Formas de apreciação:</p><p>a) Conclusiva: há apreciação da propositura apenas pelas Comissões, que têm o</p><p>poder de aprová-los ou rejeitá-los, sem manifestação do Plenário;</p><p> Cabe recurso, para o Plenário, de um décimo dos membros da Casa.</p><p>b) Pelo Plenário propriamente dita: há apreciação final deste sobre o projeto,</p><p>após a análise das comissões.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 117</p><p>117</p><p>379</p><p>➢ Atribuições das comissões:</p><p>I - Discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a</p><p>competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da</p><p>Casa;</p><p>II - Realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;</p><p>III - Convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos</p><p>inerentes a suas atribuições;</p><p>IV - Receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa</p><p>contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;</p><p>V - Solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;</p><p>VI - Apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de</p><p>desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.</p><p>6.3 – COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO</p><p>• Conceito: consistem em órgãos temporários incumbidos da função típica legislativa de fiscalização</p><p>de fato determinado e de interesse público.</p><p>• Requisitos: modelo federal de criação e instauração das CPIs constitui matéria de observância</p><p>obrigatória pelas casas legislativas estaduais (STF, ADI 3.619). Regimento interno não pode</p><p>estabelecer requisitos adicionais.</p><p>❖ Requisito 1: Requerimento de no mínimo de 1/3 dos membros da Casa Legislativa;</p><p> Atende ao princípio da formalidade.</p><p> Pode ser formulado em conjunto ou separadamente por Deputados e Senadores.</p><p> A instalação de uma CPI não está subordinada ao juízo discricionário da Presidência</p><p>ou do plenário da própria casa legislativa (STF, MS 37760).</p><p> Reflete a prerrogativa político-jurídica das minorias, conhecido como direito público</p><p>subjetivo dos grupos minoritários.</p><p>❖ Requisito 2: Fato determinado como objeto da investigação;</p><p> É vedada a investigação de fato genérico ou abstrato.</p><p> Pode versar sobre mais de um fato (todos determinados).</p><p> É possível o aditamento da CPI para inclusão de fatos descobertos ao longo da</p><p>investigação.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 118</p><p>118</p><p>379</p><p> Exige-se que haja uma ligação ente o fato e o interesse público (vedada a investigação</p><p>de fatos cujo interesse seja exclusivamente privado).</p><p> Deve respeitar o princípio da Separação dos Poderes.</p><p>+ CPI não pode fiscalizar fundamentos de uma decisão judicial.</p><p>+ CPI não pode anular atos do Poder Executivo.</p><p> Vedação à investigação de fato que seja de interesse exclusivo de outro ente</p><p>federado (princípio federativo).</p><p>+ CPI Federal: interesse público geral ou de interesse da União.</p><p>❖ Requisito 3: Prazo certo para conclusão da investigação.</p><p> Atende ao Princípio da Transitoriedade.</p><p> Cada Casa fixará o prazo de duração da CPI e suas prorrogações, proibida a</p><p>ultrapassagem da legislatura (limite máximo).</p><p>Obs: o Regimento Interno da Câmara dos Deputados (artigo 35, § 4º), ao estabelecer o limite máximo de</p><p>cinco CPIs, não viola a CF/88 (ADI 1.635/DF).</p><p>• Poderes da CPI: poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos</p><p>nos regimentos das respectivas Casas.</p><p> Apenas poderes instrutórios e investigativos (não possui poderes sancionatórios ou</p><p>condenatórios).</p><p> Não abrange medidas submetidas à cláusula de reserva de jurisdição (para Paulo Gustavo</p><p>Gonet Branco, não se confunde com os poderes gerais de cautela dos magistrados).</p><p> Decisões devem observar o Princípio da Colegialidade (vontade da maioria dos seus</p><p>membros) e o Princípio da Motivação.</p><p> Podem sofrer controle jurisdicional.</p><p> Em face de suas decisões, podem ser impetrados remédios constitucionais como mandado</p><p>de segurança e habeas corpus.</p><p>▪ Competência do STF (MS 23.452/RJ): processar e julgar, originariamente, mandado</p><p>de segurança e habeas corpus impetrados contra CPI federal.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 119</p><p>119</p><p>379</p><p>▪ Extinção sem julgamento de mérito: há prejudicialidade das ações quando a CPI</p><p>conclui sua investigação e apresenta o relatório final.</p><p> CPI pode intimar particulares e autoridades públicas para deporem na condição de</p><p>testemunhas ou de investigados.</p><p>▪ Abrange autoridades públicas federais, estaduais e municipais, os Ministros de Estado,</p><p>os membros do Ministério Público e os do Poder Judiciário.</p><p>- Quanto aos magistrados, refere-se somente aos atos de natureza</p><p>administrativa. Não é permitida a investigação ligada ao exercício da função</p><p>jurisdicional.</p><p>▪ É mantido a prerrogativa de certas autoridades marcarem dia e hora para serem</p><p>ouvidas (STF, HC 80.1536).</p><p>▪ São garantidos o direito ao silêncio e o de não responder a perguntas que induzam a</p><p>autoincriminação ou nemo tenetur se detegere (STF, HC 150.411).</p><p>▪ Profissionais</p><p>submetidos ao sigilo devem comparecer à CPI, estando desobrigados de</p><p>responder a perguntas que invadem o sigilo profissional.</p><p>▪ Não se fala em direito do depoente ao contraditório, haja vista o cunho inquisitório</p><p>da CPI. Possui o direito de que lhe seja franqueado o acesso aos documentos.</p><p>▪ É garantido o direito de assistência de Advogado.</p><p> CPI pode determinar medidas consideradas imprescindíveis à investigação.</p><p>Chefe do Poder Executivo estadual não pode ser compelido a depor perante CPI federal.</p><p>Trata-se de tema cara de prova de procuradorias, uma vez que envolve o respeito ao pacto</p><p>federativo, à separação dos poderes, à autonomia dos entes (STF, ADPF 848).</p><p>Em adendo, o STF veda a convocação dos os chefes do Executivo (Presidente, Governadores e</p><p>Prefeitos) na qualidade de investigados ou testemunhas (STF. MS 31574). Todavia, podem ser</p><p>"convidados", os quais decidirão se aceitam ou não o convite.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 120</p><p>120</p><p>379</p><p>• Comparecimento de investigado na CPI: há divergência jurisprudencial e doutrinária.</p><p> No caso de empate na 2ª Turma do STF, prevaleceu a facultatividade de comparecimento:</p><p>fica a cargo do paciente a decisão de comparecer ou não perante a CPI, na qualidade de</p><p>investigado (HC 171438/DF).</p><p>▪ Caso decida comparecer, deverão ser garantidos os seguintes direitos:</p><p>A) direito ao silêncio, ou seja, a não responder perguntas a ele direcionadas;</p><p>B) direito à assistência por advogado durante o ato;</p><p>C) direito de não ser submetido ao compromisso de dizer a verdade ou de</p><p>subscrever termos com esse conteúdo; e</p><p>D) direito de não sofrer constrangimentos físicos ou morais decorrentes do</p><p>exercício dos direitos anteriores.</p><p>▪ O não comparecimento não indica crime de desobediência.</p><p>▪ Posição que aparece em questões objetivas: investigados não podem ser</p><p>conduzidos coercitivamente para prestarem depoimento perante CPI.</p><p>CPI PODE CPI NÃO PODE</p><p>Quebra de sigilo bancário, telefônico e sigilo fiscal</p><p>por decisão de maioria absoluta, fundamentada e</p><p>limitada por tempo.</p><p>Realizar condução coercitiva do investigado</p><p>Quebra de sigilo da comunicação telefônica</p><p>Determinar a prisão, salvo flagrante delito</p><p>Solicitar em juízo uma medida cautelar Aplicar medida cautelar (civil ou penal)</p><p>Audiência em todo território nacional Determinar busca e apreensão domiciliar</p><p>Solicitar perícia, exames e vistorias Decretar a indisponibilidade de bens</p><p>Requisitar auxílio de servidor de outro Poder Quebrar o segredo de justiça</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 121</p><p>121</p><p>379</p><p>• Requisitos listados pelo STF (HC 80.240) para escuta de membro de comunidade indígena em CPI:</p><p>→ Depoimento prestado em área indígena, sob pena de violação às normas constitucionais que</p><p>conferem proteção específica aos povos indígenas.</p><p>→ Acerto com a comunidade indígena sobre dia e hora do depoimento;</p><p>→ Presença de representante da FUNAI e de um antropólogo durante o depoimento.</p><p>• Relatório final da CPI: Concluída a investigação, cabe à CPI elaborar um relatório final do seu</p><p>trabalho.</p><p> Havendo ilícitos: as conclusões serão encaminhadas ao Ministério Público, para que</p><p>promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores (não é a CPI que promove a</p><p>responsabilização).</p><p> STF: relatório pode também ser enviado à AGU e a outros órgãos públicos (Receita Federal</p><p>ou Tribunal de Contas da União), conforme a circunstância.</p><p>• CPIs estadual e distrital: devem observar o modelo federal e têm poderes de investigação próprios</p><p>das autoridades judiciais.</p><p> Não poderão proceder à investigação de autoridades submetidas a foro privilegiado</p><p>federal (STJ).</p><p> Mandado de segurança e habeas corpus contra ato da CPI: competência do Tribunal de</p><p>Justiça.</p><p>• CPI municipal: possui poderes mais restritos, já que não possui poderes próprios de autoridades</p><p>judiciais (município não possui órgão do Poder Judiciário).</p><p> Possui poderes investigatórios, mas não detém os instrutórios.</p><p> Exemplo: CPI municipal não pode decretar quebra do sigilo fiscal.</p><p> Mandado de segurança e habeas corpus contra ato da CPI: competência do juízo de primeiro</p><p>grau.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 122</p><p>122</p><p>379</p><p>6.4 – ATRIBUIÇÕES DOS CASAS LEGISLATIVAS</p><p>• Atribuições do Congresso Nacional: rol exemplificativo.</p><p>➢ Mediante lei formal (ordinária ou complementar), com sanção do Presidente da República:</p><p>I - Sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;</p><p>II - Plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e</p><p>emissões de curso forçado;</p><p>III - Fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;</p><p>IV - Planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;</p><p>V - Limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;</p><p>+ Para o STF, refere-se apenas aos limites com países estrangeiros, não aos limites entre o chamado</p><p>“território da União” e os demais entes da Federação (ADI 6.218).</p><p>+ A cessão de uso de bem público por parte da Administração serve para que órgãos da mesma pessoa</p><p>jurídica ou de pessoas diversas, em prol do interesse da coletividade. É necessária autorização legislativa</p><p>para que essa espécie contratual se dê entre entidades integrantes de esferas distintas (STF, ACO 3.568).</p><p>VI - Incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as</p><p>respectivas Assembleias Legislativas;</p><p>VII - Transferência temporária da sede do Governo Federal;</p><p>VIII - Concessão de anistia;</p><p>+ É ato de natureza política (ADI 1.231).</p><p>+ Refere-se a anistia de crimes. Em relação às penalidades disciplinares, depende de lei de cada ente</p><p>federado no exercício de sua autonomia (ADI 4.869)</p><p>IX - Organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos</p><p>Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;</p><p>X - Criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que</p><p>estabelece o art. 84, VI, b ;</p><p>+ Exceção: decreto autônomo expedido pelo Chefe do Executivo pode extinguir cargos vagos.</p><p>XI - Criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;</p><p>+ Decorre do princípio da legalidade administrativa.</p><p>+ Decreto autônomo não pode extinguir órgãos da Administração.</p><p>XII - Telecomunicações e radiodifusão;</p><p>XIII - Matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;</p><p>XIV - Moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.</p><p>XV - Fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39,</p><p>§ 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 123</p><p>123</p><p>379</p><p>➢ Mediante decreto legislativo: matérias de competência exclusiva, ou seja, sem sanção do</p><p>Executivo.</p><p>I - Resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou</p><p>compromissos gravosos ao patrimônio nacional;</p><p>+ Denúncia, por ato do Presidente da República, de tratados internacionais aprovados pelo Congresso</p><p>Nacional, não prescinde da sua aprovação deste para produção de efeitos no ordenamento jurídico</p><p>interno (STF, ADC 39).</p><p>+ Incorporação de tratado à ordem jurídica interna: ato subjetivamente complexo, pois resulta de duas</p><p>vontades: a do Congresso Nacional, que resolve, definitivamente, mediante decreto legislativo e a do</p><p>presidente da República, que o celebra</p><p>e o promulga (STF, ADI. 1.480).</p><p>II - Autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças</p><p>estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os</p><p>casos previstos em lei complementar;</p><p>+ Agressão estrangeira durante o intervalo das sessões legislativas: Presidente pode declarar a guerra,</p><p>sujeitando o seu ato ao referendo do Congresso Nacional.</p><p>III - Autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência</p><p>exceder a quinze dias;</p><p>+ Inconstitucionalidade de norma estadual que exige prévia licença da assembleia legislativa para que o</p><p>governador e o vice-governador possam ausentar-se do País por qualquer prazo. Viola o princípio da</p><p>simetria e o da separação dos poderes (ADI 5.373).</p><p>IV - Aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender</p><p>qualquer uma dessas medidas;</p><p>+ Quem decreta é o Presidente da República.</p><p>+ Estado de sítio (deliberação prévia); Estado de defesa e intervenção (deliberação posterior).</p><p>V - Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites</p><p>de delegação legislativa;</p><p>+ Sustação com eficácia "ex nunc".</p><p>VI - Mudar temporariamente sua sede;</p><p>VII - Fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts.</p><p>37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;</p><p>VIII - Fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado,</p><p>observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;</p><p>IX - Julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a</p><p>execução dos planos de governo;</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 124</p><p>124</p><p>379</p><p>+ Prestação de contas do Presidente: dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa.</p><p>+ Se não é observado o referido prazo: Câmara realizará a tomada de contas.</p><p>+ Regra: julgamento das contas em sessão conjunta das Casas (MS 33.729).</p><p>X - Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,</p><p>incluídos os da administração indireta;</p><p>+ Não viola a proporcionalidade ou razoabilidade a opção do legislador de priorizar a tramitação de</p><p>procedimentos administrativos ou judiciais que derivem de apurações das Comissões Parlamentares de</p><p>Inquérito, considerando o interesse público atingido e a deferência constitucional ao poder fiscalizatório</p><p>do Congresso Nacional (ADI 5.351).</p><p>XI - Zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros</p><p>Poderes;</p><p>XII - Apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;</p><p>+ Quem outorga e renova a concessão, permissão e autorização: Poder Executivo.</p><p>+ Não renovação: aprovação de, ao menos, 2/5 do Congresso Nacional, em votação nominal.</p><p>XIII - Escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;</p><p>XIV - Aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;</p><p>XV - Autorizar referendo e convocar plebiscito;</p><p>XVI - Autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e</p><p>lavra de riquezas minerais;</p><p>XVII - Aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e</p><p>quinhentos hectares.</p><p>XVIII - Decretar o estado de calamidade pública de âmbito nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-</p><p>D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído pela EC n. 109/2021)</p><p>+ Quem solicita: Presidente da República ao Congresso.</p><p>+ Quem decreta: Congresso Nacional.</p><p>• Atribuições da Câmara dos Deputados: matérias de competência privativa, mediante resolução.</p><p>I - Autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-</p><p>Presidente da República e os Ministros de Estado;</p><p>+ Presidente e Vice: Tanto para crime comum quanto para crime de responsabilidade.</p><p>+ Ministros de Estado: apenas no caso de crime de responsabilidade conexo com o do Presidente da</p><p>República (QCRQO 427/DF).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 125</p><p>125</p><p>379</p><p>+ Não é exigida prévia autorização da Assembleia Legislativa para o recebimento de denúncia ou queixa e</p><p>instauração de ação penal contra Governador de Estado, por crime comum. O STJ disporá</p><p>fundamentadamente sobre a aplicação de medidas cautelares penais (ADI 5.540).</p><p>+ Finalidade: tutelar o regular exercício dos cargos de Presidente da República e de Ministro de Estado (Inq</p><p>4.483 AgR).</p><p>II - Proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso</p><p>Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;</p><p>III - Elaborar seu regimento interno;</p><p>IV - Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,</p><p>empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,</p><p>observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias</p><p>+ Fixação da remuneração não é por resolução: cabe à Câmara a iniciativa de lei.</p><p>V - Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.</p><p>+ Escolhe dois cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 anos de idade.</p><p>• Atribuições do Senado Federal: matérias de competência privativa, mediante resolução.</p><p>I - Processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem</p><p>como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da</p><p>mesma natureza conexos com aqueles;</p><p>+ Crimes de responsabilidade dos Ministros autônomos (não conexos): competência do STF.</p><p>+ Depende de autorização da Câmara dos Deputados por 2/3 de seus membros, salvo quanto aos</p><p>Comandantes das Forças Armadas.</p><p>+ A autorização da Câmara não vincula o Senado: decide se recebe ou não da denúncia por maioria</p><p>simples, a partir de parecer elaborado por comissão especial (ADPF 378).</p><p>+ Quem preside o julgamento: Presidente do STF (sem poder decisório).</p><p>+ Quórum para julgamento: 2/3 dos membros do Senado (54 senadores).</p><p>+ Sanções: perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, além das</p><p>demais sanções judiciais cabíveis.</p><p>II - Processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de</p><p>Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-</p><p>Geral da União nos crimes de responsabilidade;</p><p>+ Não depende de autorização da Câmara dos Deputados.</p><p>III - Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 126</p><p>126</p><p>379</p><p>a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição.</p><p>+ Viola a CF norma da Carta do Estado que junge à aprovação da assembleia legislativa a escolha de</p><p>candidato à vaga do quinto em tribunal (ADI 4.150).</p><p>b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;</p><p>+ Não é necessária a aprovação dos ministros indicados pelo Legislativo.</p><p>c) Governador de Território;</p><p>d) Presidente e diretores do banco central;</p><p>e) Procurador-Geral da República;</p><p>f) titulares de outros cargos que a lei determinar;</p><p>IV - Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de</p><p>missão diplomática de caráter permanente;</p><p>V - Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal, dos Territórios e dos Municípios;</p><p>VI - Fixar, por proposta do Presidente</p><p>da República, limites globais para o montante da dívida consolidada</p><p>da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;</p><p>VII - Dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos</p><p>Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder</p><p>Público federal;</p><p>VIII - Dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito</p><p>externo e interno;</p><p>IX - Estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios;</p><p>+ Dívida mobiliária federal: compete ao Congresso Nacional com sanção do Presidente.</p><p>+ STF: A fixação por Estados e Municípios de limites de endividamento abaixo daqueles nacionalmente</p><p>exigíveis não compromete competências do Senado Federal, materializando, ao contrário, prerrogativa</p><p>que decorre naturalmente da autonomia política e financeira de cada Ente federado (ADI 2.238).</p><p>X - Suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva</p><p>do Supremo Tribunal Federal;</p><p>+ Função de publicidade: com a abstratização do controle difuso, uma vez declarada a</p><p>inconstitucionalidade de lei pelo STF, este comunicará a declaração referida ao Senado, para que a Casa</p><p>Legislativa apenas confira publicidade da decisão mediante resolução (ADI 3406 e ADI 3470).</p><p>XI - Aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da</p><p>República antes do término de seu mandato;</p><p>+ Simetria com a nomeação do PGR, a qual exige aprovação pela maioria absoluta do Senado.</p><p>XII - Elaborar seu regimento interno;</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 127</p><p>127</p><p>379</p><p>XIII - Dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,</p><p>empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,</p><p>observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;</p><p>+ Fixação da remuneração não é por resolução: cabe à Câmara a iniciativa de lei.</p><p>XIV - Eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.</p><p>+ Escolhe dois cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 anos de idade.</p><p>XV - Avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus</p><p>componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal</p><p>e dos Municípios.</p><p>6.5 – PRERROGATIVAS PARLAMENTARES</p><p>• Estatuto dos Congressistas: refere-se às normas constitucionais que versam sobre as prerrogativas e</p><p>vedações conferidas aos parlamentares.</p><p>• Imunidades: tem como objetivo garantir o livre exercício do mandato e da representatividade</p><p>democrática.</p><p> Não são privilégios pessoais, pois decorrem do cargo e não da pessoa.</p><p> Natureza de ordem pública: indisponíveis e irrenunciáveis.</p><p>➢ Espécies de imunidade:</p><p>❖ Imunidade Material: conhecida também como inviolabilidade, indica que os</p><p>Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas</p><p>opiniões, palavras e votos.</p><p> Inclui as manifestações que guardarem conexão com o desempenho da função</p><p>legislativa ou que sejam proferidas em razão desta (Inq 4.781). Ou seja,</p><p>pressupõe nexo de causalidade.</p><p> Não está restrita ao âmbito das Casas Legislativas: poderá ser invocada pelo</p><p>em qualquer ponto do território nacional, em razão da função parlamentar.</p><p> Não alcança a prática de discursos dolosos, com finalidade difamatória, de</p><p>juízos depreciativos de mero valor, de injúrias em razão da forma ou de críticas</p><p>aviltantes (Pet 8.242).</p><p> Não confere o direito de empregar expediente fraudulento, artificioso ou</p><p>ardiloso, voltado a alterar a verdade da informação, com o fim de desqualificar</p><p>ou imputar fato desonroso à reputação de terceiros (PET 5.705).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 128</p><p>128</p><p>379</p><p> O fato de o parlamentar encontrar-se na Casa legislativa quando proferiu as</p><p>declarações não afasta a configuração de crimes contra a honra, quanto tais as</p><p>ofensas são difundidas pelo próprio congressista na Internet (PET 7.174).</p><p> Desde que vinculadas ao mandato, é aplicável a inviolabilidade às entrevistas</p><p>jornalísticas, à transmissão, para a imprensa, do conteúdo de</p><p>pronunciamentos ou de relatórios produzidos nas Casas Legislativas e às</p><p>declarações feitas aos meios de comunicação social (Inq 2.332).</p><p> Não é estendida a suplentes ou a terceiros não detentores de mandatos</p><p>letivos.</p><p>❖ Imunidade formal: possui a finalidade de assegurar o livre exercício do mandato em</p><p>face de medidas restritivas de liberdade e de obstar o curso de processos intentados</p><p>por perseguição política.</p><p>→ Quanto à prisão: garantida desde a expedição do diploma, indica que os</p><p>parlamentares não poderão ser presos.</p><p> Mesmo antes da posse, o parlamentar faz jus a tal imunidade.</p><p> Abrange: prisões cautelares (temporária, preventiva e flagrante de crime</p><p>afiançável) e a prisão civil por dívida alimentar.</p><p> Exceções:</p><p>1) prisão flagrante de crime inafiançável: prevista no art. 53, § 2º, da</p><p>CF/88.</p><p>▪ Remessa dos autos dentro de vinte e quatro horas à Casa</p><p>respectiva, para que, pelo voto (votação aberta) da maioria</p><p>(absoluta) de seus membros, resolva sobre a prisão.</p><p>2) Condenação definitiva: posicionamento firmado pelo STF no julgamento</p><p>da AP 396 QO/RO5.</p><p>5 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Parlamentares não têm imunidade formal quanto à prisão em caso de condenação definitiva.</p><p>Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p>. Acesso em:</p><p>16/02/2024.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 129</p><p>https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/47d1e990583c9c67424d369f3414728e</p><p>129</p><p>379</p><p>Poder Judiciário pode aplicar medidas cautelares diversas da prisão aos parlamentares (ADI</p><p>5.526) em substituição de prisão em flagrante delito por crime inafiançável, ou autonomamente</p><p>(casos mais graves).</p><p>Contudo, caso as medidas cautelares impostas impossibilitem, direta ou indiretamente, o</p><p>exercício do mandato parlamentar, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas a</p><p>Casa respectiva, para que, pelo voto nominal e aberto da maioria de seus membros, resolva</p><p>sobre a referida medida.</p><p>→ Quanto ao foro por prerrogativa de função: desde a expedição do diploma,</p><p>Deputados e Senadores serão submetidos a julgamento perante o Supremo</p><p>Tribunal Federal.</p><p> Infrações penais comuns (não alcança ação de improbidade</p><p>administrativa, ação popular, ação civil pública, etc).</p><p> Aplica-se às infrações cometidas no exercício do mandato e a este, de</p><p>alguma forma, ligado (PET 7.990).</p><p>▪ Não se aplica: delitos praticados antes da diplomação e delitos</p><p>posteriores ao término do mandato.</p><p>▪ Adotou-se uma interpretação mais restritiva.</p><p> Instauração de inquérito: precedida de análise do STF (pelo Ministro</p><p>Relator), o qual decidirá a existência ou não de liame com o mandato.</p><p>▪ Exame positivo: Competência do STF.</p><p>▪ Exame negativo: 1º grau de jurisdição.</p><p> Renúncia de parlamentar: se ocorrer quando já encerrada a instrução, o</p><p>foro por prerrogativa não será afetado (STF, AP 658).</p><p>▪ Fim da instrução: ocorre com a publicação do despacho de</p><p>intimação para a apresentação de alegações finais.</p><p>▪ Firmou-se um marco temporal com a finalidade de evitar a burla do</p><p>sistema de competências jurisdicionais.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira</p><p>Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 130</p><p>130</p><p>379</p><p>→ Quanto ao processo: trata-se da possibilidade de sustação do andamento da ação</p><p>penal pela Casa Legislativa, quando o crime é praticado após a diplomação.</p><p> O STF analisa se recebe ou não a denúncia contra o parlamentar:</p><p>▪ Recebimento da denúncia: STF cientifica a Casa respectiva.</p><p> Ciente, a Casa legislativa, até a decisão final, poderá sustar o andamento</p><p>da ação.</p><p>▪ Exige-se iniciativa de partido político nela representado e pelo</p><p>voto da maioria de seus membros.</p><p>▪ Pode ser sustada a qualquer tempo até o julgamento final.</p><p>▪ Apreciação pela Casa: no prazo improrrogável de quarenta e cinco</p><p>dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.</p><p> A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.</p><p> Não significa autorização do Legislativo para instauração do processo</p><p>criminal.</p><p>PARLAMENTARES IMUNIDADE FORMAL IMUNIDADE MATERIAL</p><p>Deputados estaduais e distritais</p><p>Fazem jus à imunidade formal</p><p>(Art. 27, § 1º) desde a expedição</p><p>do diploma.</p><p>Com base no § 2º do art. 53 da</p><p>CF/88, o STF decidiu pela</p><p>constitucionalidade de resolução</p><p>do Poder Legislativo Estadual que</p><p>revogou a prisão de parlamentar.</p><p>(ADI 5.823)</p><p>Fazem jus à imunidade</p><p>material (Art. 27, § 1º).</p><p>Vereadores</p><p>Não gozam de imunidade formal.</p><p>Gozam de imunidade</p><p>material dentro de seus</p><p>respectivos municípios, no</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 131</p><p>131</p><p>379</p><p>exercício do mandato (art. 29,</p><p>VIII, da CF).</p><p>❖ Outras garantias conferidas aos parlamentares:</p><p>1) Não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou</p><p>prestadas em razão do exercício do mandato; (imunidade probatória)</p><p>2) Não serão obrigados a testemunhar sobre as pessoas que lhes confiaram</p><p>ou deles receberam informações. (imunidade probatória)</p><p> Fora dessas hipóteses poderão ser compelidos a testemunhar.</p><p>3) Exigência de licença prévia da Casa: para a incorporação às Forças Armadas</p><p>de Deputados e Senadores, embora militares e ainda que em tempo de guerra.</p><p>4) Manutenção das imunidades durante o estado de sítio: subsistirão durante</p><p>o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços</p><p>dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto</p><p>do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da</p><p>medida.</p><p>• Vedações: são condutas vedadas aos parlamentares desde a expedição do diploma ou desde a posse.</p><p>➢ Desde a expedição do diploma:</p><p>a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,</p><p>sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato</p><p>obedecer a cláusulas uniformes;</p><p>b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad</p><p>nutum", nas entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou</p><p>empresa concessionária de serviço público;</p><p>➢ Desde a posse:</p><p>a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato</p><p>com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;</p><p>b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades de direito público,</p><p>autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público;</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 132</p><p>132</p><p>379</p><p>c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades de direito público, autarquia, empresa</p><p>pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público;</p><p>d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.</p><p>• Hipóteses de perda do mandato:</p><p>➢ CASSAÇÃO: mediante DECISÃO da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, por maioria</p><p>absoluta (votação aberta), mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político</p><p>representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.</p><p>I - Que infringir qualquer das proibições: desde a expedição do diploma ou desde a posse.</p><p>II - Cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;</p><p>▪ STF: conceito genérico a ser preenchido pela Casa Legislativa competente, a evidenciar seu</p><p>amplo espectro de discricionariedade (STP 949).</p><p>▪ STF: Parlamentar que se licencia do mandato para assumir cargo de Ministro de Estado</p><p>permanece submetido ao regramento de decoro parlamentar (MS 25.579 MC).</p><p>+ Causas de incompatibilidade com o decoro:</p><p>1) Casos previstos no regimento interno;</p><p>2) Abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional;</p><p>3) Percepção de vantagens indevidas;</p><p>VI - Que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.</p><p>▪ Condenado à pena não for privativa de liberdade, ou se for cumprida em regime inicial aberto ou</p><p>semiaberto: perda do mandato não será automática e dependerá de decisão da maioria absoluta</p><p>da Casa.</p><p>▪ Condenado à pena privativa de liberdade, em regime fechado, superior a 120 dias: mera</p><p>declaração da Mesa, porque não comparecerá à terça parte das sessões ordinárias, segundo o</p><p>artigo 55, § 3º, da CF.</p><p>➢ EXTINÇÃO: mediante DECLARAÇÃO da Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante</p><p>provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no</p><p>Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 133</p><p>133</p><p>379</p><p>III - Que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da</p><p>Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;</p><p>IV - Que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;</p><p>V - Quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;</p><p>Obs.: A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato terá</p><p>seus efeitos suspensos até as deliberações finais.</p><p>• Não perderá o mandato:</p><p>➢ Investido nos seguintes cargos: Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de</p><p>Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão</p><p>diplomática temporária;</p><p> Parlamentar poderá optar pela remuneração do mandato.</p><p>➢ Licenciado pela respectiva Casa:</p><p>1) por motivo de doença, por qualquer prazo; ou</p><p>2) por motivo de interesse particular, sem remuneração, desde que o afastamento</p><p>não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.</p><p>• Convocação de suplente:</p><p>❖ Havendo vaga;</p><p> Se não houver suplente: far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de</p><p>quinze meses para o término do mandato.</p><p>▪ ADPF 643: A decisão da Justiça Eleitoral que determina a cassação do</p><p>mandato invalida a própria votação obtida pelo candidato e a respectiva</p><p>eleição, circunstância que atrai a obrigatoriedade de renovação do pleito,</p><p>tendo em vista que o ilícito praticado durante o processo eleitoral, além de</p><p>afetar a legitimidade do vencedor, compromete a lisura das eleições.</p><p>❖ Investidura nas funções de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de</p><p>Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão</p><p>diplomática temporária;</p><p>❖ Licença superior a cento e vinte dias.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 134</p><p>134</p><p>379</p><p> STF, ADI 7.253: Prazo previsto na CF, para convocação de suplente no caso de</p><p>licença de parlamentar para tratar de interesses particulares, é de observância</p><p>obrigatória pelos Estados-membros e deve ser adotado pelas respectivas</p><p>Assembleias Legislativas (princípios da máxima efetividade,</p><p>da soberania popular,</p><p>democrático e republicano).</p><p>6.6 – FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA</p><p>• Controle Externo do Poder Legislativo: decorre do exercício da função típica fiscalizatória do referido</p><p>Poder, mediante a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.</p><p>• Fiscalização da União e das entidades da administração direta e indireta: quanto aos aspectos de</p><p>legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas.</p><p> Exercida pelo Congresso Nacional (controle externo) e pelo sistema de controle interno de</p><p>cada Poder.</p><p>➢ Dever de prestar contas: atribuído a qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que</p><p>utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a</p><p>União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.</p><p>➢ Controle interno: exercido no âmbito de cada um dos Poderes sobre seus próprios atos.</p><p> Responsáveis pelo referido controle cientes de qualquer irregularidade ou ilegalidade,</p><p>deverão dar ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responderem</p><p>solidariamente.</p><p>FUNÇÕES DO CONTROLE INTERNO</p><p>Avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos</p><p>programas de governo e dos orçamentos da União;</p><p>Comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da</p><p>gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da</p><p>administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades</p><p>de direito privado;</p><p>Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos</p><p>direitos e haveres da União;</p><p>Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 135</p><p>135</p><p>379</p><p>6.7 – TRIBUNAL DE CONTAS</p><p>➢ Tribunal de Contas da União:</p><p>➢ Principais características:</p><p>→ Órgão com autonomia e independência prevista na CF (autogoverno e garantias</p><p>de seus membros).</p><p>▪ STF: Tribunal de Contas possui iniciativa reservada para deflagrar processo</p><p>legislativo a fim de dispor sobre a própria estrutura e organização, sendo</p><p>vedado ao Poder Legislativo formalizar emendas, se impertinentes em</p><p>relação à matéria originalmente proposta ou caso delas resulte aumento</p><p>de despesa (ADI 6.967).</p><p>▪ STF: É constitucional a limitação do padrão remuneratório dos auditores</p><p>àqueles vinculados ao subsídio percebido por Conselheiro – cargo de maior</p><p>hierarquia dentro dos órgãos. (ADI 3.977).</p><p>→ Responsável por auxiliar o Legislativo no controle externo.</p><p>→ Não é subordinado ao Congresso Nacional.</p><p>→ Não integra qualquer dos Poderes.</p><p>→ Sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o</p><p>território nacional (não exerce função jurisdicional).</p><p>→ Suas decisões não fazem coisa julgada: possuem natureza administrativa e são o</p><p>administrativo e passíveis de controle pelo Judiciário.</p><p>➢ Composição: é integrado por nove Ministros.</p><p>▪ 1/3 (total de três) pelo Presidente da República: todos com aprovação (maioria</p><p>simples) do Senado Federal.</p><p>❖ Dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao</p><p>Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de</p><p>antiguidade e merecimento;</p><p>❖ Um de livre escolha.</p><p>▪ 2/3 (total de seis) pelo Congresso Nacional.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 136</p><p>136</p><p>379</p><p>➢ Requisitos para todos os Ministros:</p><p>Nacionalidade brasileira</p><p>Mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade;</p><p>Idoneidade moral e reputação ilibada;</p><p>Notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de</p><p>administração pública;</p><p>Mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os</p><p>conhecimentos mencionados no inciso anterior.</p><p> STJ (REsp 1.347.443-RJ): Reconheceu a possibilidade jurídica do pedido, formulado</p><p>em ação civil pública, de anulação da nomeação e posse de Conselheiro de Contas</p><p>com fundamento na constatação de que este não preenche os requisitos de</p><p>idoneidade moral e reputação ilibada (não é ato puramente discricionário, pois</p><p>decorre de exigências normativas que vinculam a escolha política).</p><p>➢ Mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros</p><p>do Superior Tribunal de Justiça:</p><p>▪ Garantias dos Ministros: a eles são estendidas as garantias dos magistrados:</p><p>- Inamovibilidade;</p><p>- Vitaliciedade;</p><p>- Irredutibilidade de subsídio.</p><p>▪ Impedimentos:</p><p>- Exercício da advocacia;</p><p>- Acúmulo de cargos públicos, salvo uma função de magistério;</p><p>- Exercício de atividade político-partidária;</p><p>- Receber a qualquer título ou pretexto custas e participação no processo, auxílios</p><p>e contribuições.</p><p>▪ Subsídio: 95% do valor pago aos Ministros do Supremo Tribunal Federal.</p><p>▪ Competência do STF quanto aos crimes comuns e aos de responsabilidade.</p><p>➢ Auditores: total de três membros, nomeados pelo Presidente da República, mediante</p><p>concurso público de provas e títulos.</p><p> Quando substituem os Ministros: mesmas garantias e impedimentos do titular.</p><p> Quando nas demais atribuições da judicatura: mesmas garantias e impedimentos de</p><p>juiz de Tribunal Regional Federal.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 137</p><p>137</p><p>379</p><p>▪ STF: É constitucional norma estadual que prevê o pagamento proporcional da</p><p>remuneração devida a conselheiro de Tribunal de Contas para auditor em período de</p><p>substituição. ADI 6951/CE</p><p>➢ Aspectos previdenciários: aplicação das normas do regime próprio de previdência para</p><p>aposentadorias e pensões previstas no art. 40 da CF para os servidores ocupantes de cargos</p><p>efetivos.</p><p>➢ Cidadão, partido político, associação ou sindicato: possuem legitimidade para denunciar</p><p>irregularidades ou ilegalidades perante o TCU, na forma da lei.</p><p>➢ Atribuições: divididas em fiscalizadora, judicante, sancionatória, consultiva, informativa e</p><p>corretiva (rol não taxativo).</p><p>I - Apreciar as contas prestadas anualmente</p><p>pelo Presidente da República, mediante</p><p>parecer prévio que deverá ser elaborado em</p><p>sessenta dias a contar de seu recebimento;</p><p>Competência consultiva</p><p>Contas do Presidente: parecer prévio do TCU e</p><p>julgamento pelo Congresso Nacional.</p><p>II - Julgar as contas dos administradores e</p><p>demais responsáveis por dinheiros, bens e</p><p>valores públicos da administração direta e</p><p>indireta, incluídas as fundações e sociedades</p><p>instituídas e mantidas pelo Poder Público</p><p>federal, e as contas daqueles que derem causa</p><p>a perda, extravio ou outra irregularidade de</p><p>que resulte prejuízo ao erário público;</p><p>Competência judicante</p><p>Contas dos demais administradores: julgamento pelo</p><p>TCU.</p><p>STF: A competência para o controle da prestação de</p><p>contas da aplicação de recursos federais é do Tribunal</p><p>de Contas da União (ADI 1.934).</p><p>STF: Compete ao Tribunal de Contas da União (TCU)</p><p>fiscalizar a aplicação, por parte dos demais entes da</p><p>Federação, de verbas federais, transferidas pela União,</p><p>para complementar o Fundo de Desenvolvimento do</p><p>Ensino Fundamental e Valorização do Magistério</p><p>(FUNDEF)/Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da</p><p>Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da</p><p>Educação (FUNDEB) (ADI 5.791).</p><p>STF: É inconstitucional norma de Constituição Estadual</p><p>que amplia as competências de Assembleia Legislativa</p><p>para julgamento de contas de gestores públicos, sem</p><p>observar a simetria com a Constituição Federal, por</p><p>violação aos arts. 71, II, e 75 da CF/1988 (ADI 6.981).</p><p>III - Apreciar, para fins de registro, a legalidade</p><p>dos atos de admissão de pessoal, a qualquer</p><p>título,</p><p>na administração direta e indireta,</p><p>Competência fiscalizadora</p><p>Não aprecia atos de nomeações para cargos de</p><p>provimento em comissão.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 138</p><p>138</p><p>379</p><p>incluídas as fundações instituídas e mantidas</p><p>pelo Poder Público, excetuadas as nomeações</p><p>para cargo de provimento em comissão, bem</p><p>como a das concessões de aposentadorias,</p><p>reformas e pensões, ressalvadas as melhorias</p><p>posteriores que não alterem o fundamento</p><p>legal do ato concessório;</p><p>Como exceção aos processos do TCU, em relação à</p><p>apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de</p><p>aposentadoria, reforma e pensão, não há direito ao</p><p>contraditório e à ampla defesa (Súmula vinculante n.º</p><p>03).</p><p>+ Admissão de pessoal: ato complexo.</p><p>+ Concessão de aposentadoria:</p><p>1) ato complexo (apenas se aperfeiçoa com a apreciação</p><p>da Corte de Contas).</p><p>2) Sujeição ao prazo decadencial de 5 anos a contar da</p><p>chegada do processo à respectiva Corte de Contas</p><p>(segurança jurídica e confiança legítima).</p><p>- STF, Tema n.º 445 da RG.</p><p>+ A competência técnica do Tribunal de Contas do</p><p>Estado, ao negar registro de admissão de pessoal, não se</p><p>subordina à revisão pelo Poder Legislativo respectivo</p><p>(STF, Tema n.º 47 da RG)</p><p>+ Não há direito adquirido a regime jurídico referente à</p><p>composição dos vencimentos de servidor público (MS</p><p>35.303).</p><p>IV - Realizar, por iniciativa própria, da Câmara</p><p>dos Deputados, do Senado Federal, de</p><p>Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e</p><p>auditorias de natureza contábil, financeira,</p><p>orçamentária, operacional e patrimonial, nas</p><p>unidades administrativas dos Poderes</p><p>Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais</p><p>entidades referidas no inciso II;</p><p>Competência fiscalizadora</p><p>A jurisprudência do STF é pacífica no sentido de que, na</p><p>auditoria promovida pelo Tribunal de Contas sobre</p><p>órgãos públicos, o contraditório se forma entre os</p><p>referidos órgãos e o TCU, não se admitindo a integração</p><p>do feito por eventuais terceiros (MS 31.707).</p><p>V - Fiscalizar as contas nacionais das empresas</p><p>supranacionais de cujo capital social a União</p><p>participe, de forma direta ou indireta, nos</p><p>termos do tratado constitutivo;</p><p>Competência fiscalizadora</p><p>STF: eventual fiscalização pelo Tribunal de Contas da</p><p>União dar-se-á nos termos acordados em instrumento</p><p>firmado. (ACO 1.905).</p><p>VI - Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos</p><p>repassados pela União mediante convênio,</p><p>acordo, ajuste ou outros instrumentos</p><p>congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a</p><p>Município;</p><p>Competência fiscalizadora</p><p>STF: O Tribunal de Contas da União (TCU) é o órgão</p><p>competente para fiscalizar os recursos decorrentes do</p><p>Fundo Constitucional do Distrito Federal (MS 28.584).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 139</p><p>139</p><p>379</p><p>STJ: O Tribunal de Contas do Distrito Federal tem</p><p>competência para fiscalizar a aplicação de recursos</p><p>federais repassados ao Distrito Federal (RMS 61.997).</p><p>VII - Prestar as informações solicitadas pelo</p><p>Congresso Nacional, por qualquer de suas</p><p>Casas, ou por qualquer das respectivas</p><p>Comissões, sobre a fiscalização contábil,</p><p>financeira, orçamentária, operacional e</p><p>patrimonial e sobre resultados de auditorias e</p><p>inspeções realizadas;</p><p>Competência informativa</p><p>Solicitações do Congresso Nacional, de cada Casa ou das</p><p>Comissões.</p><p>VIII - Aplicar aos responsáveis, em caso de</p><p>ilegalidade de despesa ou irregularidade de</p><p>contas, as sanções previstas em lei, que</p><p>estabelecerá, entre outras cominações, multa</p><p>proporcional ao dano causado ao erário;</p><p>Competência sancionatória</p><p>Imputação de débito ou multa têm eficácia de título</p><p>executivo (mediante execução de título extrajudicial).</p><p>+ É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário</p><p>fundada em decisão de Tribunal de Contas (Tema n.º 899</p><p>da RG).</p><p>+ STJ: não se aplica a Lei de Execução Fiscal, salvo</p><p>inscrição em dívida ativa (Resp 1390993 RJ).</p><p>+ STJ: MP não detém legitimidade para a execução do</p><p>título (Resp 1464226 MA).</p><p>+ TCU também não possui legitimidade para execução.</p><p>IX - Assinar prazo para que o órgão ou entidade</p><p>adote as providências necessárias ao exato</p><p>cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;</p><p>Competência corretiva</p><p>No caso de descumprimento do prazo, poderá sustar o</p><p>ato.</p><p>X - Sustar, se não atendido, a execução do ato</p><p>impugnado, comunicando a decisão à Câmara</p><p>dos Deputados e ao Senado Federal;</p><p>Competência corretiva</p><p>Não detém aptidão para examinar, previamente, a</p><p>validade de contratos administrativos celebrados pelo</p><p>Poder Público (ADI 916).</p><p>Sustação de contrato: competência do Congresso</p><p>Nacional (solicita ao Poder Executivo as medidas</p><p>cabíveis).</p><p>Se o Congresso ou o Executivo não efetivam as medidas</p><p>em 90 dias: TCU decidirá a respeito.</p><p>XI - Representar ao Poder competente sobre</p><p>irregularidades ou abusos apurados.</p><p>Competência fiscalizadora</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 140</p><p>140</p><p>379</p><p>A legitimidade para execução de multa imposta pelo Tribunal de Contas é da pessoa jurídica de</p><p>direito público prejudicada, sob pena de enriquecimento sem causa.</p><p>Nesse sentido, foi fixada a tese do Tema n.º 642 da Repercussão Geral: O Município prejudicado</p><p>é o legitimado para a execução de crédito decorrente de multa aplicada por Tribunal de Contas</p><p>estadual a agente público municipal, em razão de danos causados ao erário municipal.</p><p>➢ TCU encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas</p><p>atividades.</p><p>➢ Indícios de despesas não autorizadas (ainda que sob a forma de investimentos não</p><p>programados ou de subsídios não aprovados):</p><p> Comissão mista permanente de assuntos orçamentários poderá solicitar à autoridade</p><p>governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos</p><p>necessários.</p><p> Esclarecimentos não prestados ou insuficientes: Comissão mista solicitará ao TCU</p><p>pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.</p><p> TCU entende como despesa irregular: Comissão proporá ao Congresso Nacional sua</p><p>sustação se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave lesão à</p><p>economia pública.</p><p>▪ TCU: faz pronunciamento.</p><p>▪ Comissão mista: propõe a sustação:</p><p>▪ Congresso Nacional: susta a despesa irregular que cause dano ou grave</p><p>lesão.</p><p>➢ Poderes implícitos do TCU: STF entende pela aplicação da teoria dos poderes implícitos, de</p><p>modo que reconheceu a possibilidade de o TCU deferir medidas cautelares para bem cumprir</p><p>a sua atribuição constitucional.</p><p> Deve observar o devido processo legal, a razoabilidade e a proporcionalidade, bem</p><p>como abster-se de invadir a esfera do Poder Judiciário.</p><p>➢ Direito ao acesso dados bancários, sem ordem judicial, relacionados a operações envolverem</p><p>recursos públicos.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 141</p><p>141</p><p>379</p><p> Operações com recursos públicos não estão abrangidas pelo sigilo bancário, pois</p><p>submetem-se aos princípios da administração pública (art. 37 da CF) - STF, MS 33340.</p><p> TCU não quebra sigilo de dados, que é medida da competência do Poder Judiciário</p><p>ou, em determinados casos, do Poder Legislativo. Em outras palavras, via de regra, o</p><p>TCU não pode para requisitar, diretamente às instituições financeiras, informações</p><p>sigilosas dos contribuintes.</p><p>➢ Constitucionalidade da instituição da prescrição e da decadência no âmbito dos respectivos</p><p>tribunais de contas nas diversas unidades federativas. As regras de imprescritibilidade</p><p>estabelecidas constitucionalmente devem ser interpretadas de modo restritivo, considerada</p><p>a totalidade do sistema constitucional,</p><p>mormente o princípio da segurança jurídica (ADI</p><p>5.384).</p><p>• Tribunal de Contas e controle de constitucionalidade:</p><p>➢ Súmula n.º 347 do STF: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar</p><p>a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.</p><p>➢ Em 2023, no MS 25.888, o STF reconheceu a compatibilidade da referida súmula com a</p><p>CF/88. Na ocasião, entendeu-se que Tribunais de Contas, diante da imprescindibilidade para</p><p>o controle externo, podem afastar (incidenter tantum) normas cuja aplicação no caso</p><p>expressaria um resultado inconstitucional, nos seguintes casos:</p><p>1) Por violação patente a dispositivo da Constituição (inconstitucionalidade</p><p>chapada ou manifesta); ou</p><p>2) Por contrariedade à jurisprudência do STF sobre a matéria.</p><p>➢ Inviabilidade de realização de controle abstrato de constitucionalidade por parte de</p><p>Tribunal de Contas.</p><p>• Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal: aplicação das normas estabelecidas para o</p><p>TCU, no que couber, a organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e</p><p>do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.</p><p>➢ Encontram previsão nas Constituições estaduais.</p><p>➢ Composição: sete conselheiros (Súmula n.º 653 do STF).</p><p>→ Três são escolhidos pelo Governador, da seguinte forma:</p><p>▪ Um entre os auditores.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 142</p><p>142</p><p>379</p><p>▪ Um entre os membros do MP de Contas.</p><p>▪ Um de livre escolha.</p><p>→ Quatro são escolhidos pela Assembleia Legislativa.</p><p>+ Obs.1: Para o STF (ADI 4.659), o modelo estatuído no art. 73, § 2º, da CF, concernente à</p><p>proporção na escolha dos indicados às vagas para o Tribunal de Contas, é de observância</p><p>obrigatória pelos estados-membros.</p><p>+ Obs.2: Segundo o STF (Tema n.º 1287 da RG), “no âmbito da tomada de contas especial, é</p><p>possível a condenação administrativa de Chefes dos Poderes Executivos municipais, estaduais</p><p>e distrital pelos Tribunais de Contas, quando identificada a responsabilidade pessoal em face</p><p>de irregularidades no cumprimento de convênios interfederativos de repasse de verbas, sem</p><p>necessidade de posterior julgamento ou aprovação do ato pelo respectivo Poder</p><p>Legislativo.”.</p><p>+ Obs.3: Regime dos auditores deve observar a simetria ao modelo previsto para o TCU.</p><p>Assim, fora reconhecida a inconstitucionalidade de norma estadual que restringia a</p><p>substituição concomitante de mais de um auditor (ADI 5.698).</p><p>• Tribunal de Contas de Município e Tribunal de Contas dos Municípios:</p><p>TRIBUNAL DE CONTAS DE MUNICÍPIO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS</p><p>Sua criação é vedada pela CF/88. Foram mantidos</p><p>apenas os já existentes quando da promulgação da</p><p>Carta: TC de São Paulo e TC do Rio de Janeiro.</p><p>Trata-se de órgão de envergadura municipal:</p><p>responsável por auxiliar o controle externo de cada</p><p>município.</p><p>Não há vedação na CF/88 a sua criação.</p><p>Atualmente, há na Bahia, no Pará e em Goiás.</p><p>Pode ser extinto por promulgação de emenda à</p><p>Constituição estadual (ADI 5.763).</p><p>Trata-se de órgão de envergadura estadual:</p><p>responsável por auxiliar o controle externo de todos</p><p>os municípios de um estado, caso instituído.</p><p>Não instituído, caberá ao TCE auxiliar a Câmara</p><p>Municipal no controle externo.</p><p>➢ Análise das contas dos Prefeitos: a apreciação das contas de prefeito, tanto as de governo</p><p>quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com o auxílio dos Tribunais de</p><p>Contas competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de 2/3</p><p>dos vereadores (RE 848.826).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 143</p><p>143</p><p>379</p><p>• Possibilidade de imputação administrativa de débito e multa pelos Tribunais de Contas em tomada</p><p>de contas especial.</p><p>➢ Para o STF (Info 1121/2024), em procedimento de tomada de contas especial, é possível</p><p>a condenação administrativa de Chefes dos Poderes Executivos municipais, estaduais e</p><p>distrital pelos Tribunais de Contas, quando identificada a responsabilidade pessoal em</p><p>face de irregularidades no cumprimento de convênios interfederativos de repasse de</p><p>verbas.</p><p>➢ Não há necessidade de posterior julgamento ou aprovação do ato pelo respectivo Poder</p><p>Legislativo.</p><p>➢ Não se confunde com a análise ordinária das contas anuais (mediante parecer prévio</p><p>opinativo).</p><p>7. PROCESSO LEGISLATIVO</p><p>• Processo legislativo: consiste no conjunto de atos realizados visando a elaboração, análise e votação</p><p>de diferentes tipos de espécies normativas (atos normativos primários).</p><p>• Classificação do processo legislativo:</p><p>→ Autocrático: há imposição dos governantes, sendo realizado sem a participação do povo.</p><p>→ Direto: há participação popular direta.</p><p>→ Indireto: através dos representantes elegidos popularmente.</p><p>→ Semidireto: por meio dos representantes eleitos para a produção das normas com ratificação</p><p>popular por meio de referendo.</p><p>• Classificação de "lei" quanto ao sentido:</p><p>→ Lei em sentido material: apresenta conteúdo com abstração e generalidade, independente</p><p>de forma de lei (produzida pelo Poder Legislativo).</p><p>→ Lei em sentido formal: apresenta forma de lei, mas conteúdo concreto.</p><p>→ Lei em sentido material e formal: apresenta conteúdo e forma de lei.</p><p>• Atos normativos primários: aqueles que decorrem da própria CF. Além disso, apresentam processos</p><p>legislativos e finalidades diversas.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 144</p><p>144</p><p>379</p><p>Emendas à Constituição;</p><p>Leis complementares;</p><p>Leis ordinárias;</p><p>Leis delegadas;</p><p>Medidas provisórias;</p><p>Decretos legislativos;</p><p>Resoluções.</p><p>• Reprodução obrigatória das normas do processo legislativo federal: são consideradas princípios</p><p>constitucionais extensíveis, razão pela qual devem ser observadas pelos Estados, Distrito Federal e</p><p>Municípios, inclusive quanto à iniciativa privativa (ADI 430).</p><p>• Tipos de procedimentos: podem ser divididos em comum ou especial.</p><p>→ Procedimento comum: destinado à produção das leis ordinárias.</p><p>▪ Ordinário: sem prazos rígidos; a discussão ocorre no Plenário; tramitação com todas as</p><p>etapas para a criação de leis.</p><p>▪ Abreviado: discussão e votação ocorrem nas Comissões.</p><p>▪ Sumário: CF estabelece prazos a serem cumpridos.</p><p>→ Procedimento especial: destinado à elaboração das demais espécies normativas primárias, uma</p><p>vez que apresentam requisitos diferenciados do comum.</p><p>7.1 – PROCEDIMENTO COMUM DAS LEIS ORDINÁRIAS</p><p>• Procedimento ordinário das Leis ordinárias: é constituído por três etapas:</p><p>➢ Preliminar ou introdutória: refere-se ao aspecto da iniciativa legislativa.</p><p> Iniciativa é a capacidade/poder de acionar o Poder Legislativo para que este aprecie um</p><p>projeto.</p><p>❖ Quanto à iniciativa pertencente ou não ao Legislativo:</p><p>▪ Iniciativa parlamentar: processo iniciado por ato de membro do Poder</p><p>Legislativo, individualmente ou por Comissão.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 145</p><p>145</p><p>379</p><p>▪ Iniciativa extraparlamentar: Presidente da República, Procurador-Geral da</p><p>República, cidadãos, Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores,</p><p>Defensoria Pública da União, Tribunal de Contas da União.</p><p>❖ Quanto à titularidade:</p><p>o Iniciativa geral: é a regra, pois relaciona-se aos assuntos para os quais não</p><p>há previsão de iniciativa reservada ou concorrente.</p><p>▪ Matéria tributária, ressalvada a de Território Federal, enquadra-se</p><p>na regra de iniciativa geral.</p><p>o Iniciativa privativa ou reservada: a CF atribui a iniciativa a legitimado</p><p>determinado, de forma que a proposição só pode ser oferecida</p><p>que confere validade</p><p>às normas jurídicas.</p><p>b) Jurídico-positivo: Constituição como norma positivada suprema que norteia a criação das</p><p>demais normas do ordenamento jurídico.</p><p>• Sentido Político: postulado por Carl Schmitt, a Constituição é considerada uma decisão política</p><p>fundamental, com fundamento na vontade política que a precede. Defende a existência de poder</p><p>neutro (Chefe de Estado) responsável pela guarda Constituição.</p><p>• Sentido Formal: consiste no documento escrito e solene, com processo legislativo mais rígido que as</p><p>leis comuns. Prevalece a forma em detrimento do conteúdo.</p><p>• Sentido Material: Constituição assim conceituada em relação ao seu conteúdo (estruturação do</p><p>poder, direitos fundamentais, forma de governo, distribuição de competência), independentemente</p><p>da sua forma.</p><p>• Sentido Pós-positivista: refere-se à Constituição como lei suprema do ordenamento associada à</p><p>aproximação entre o direito e a ética, o direito e a justiça.</p><p>• Acepção culturalista: também chamada de Constituição Total, é aquela que recebe influências</p><p>jurídicas, econômicas, filosóficas e sociológicas da cultura total de um povo.</p><p>• Força Normativa da Constituição: concebida por Konrad Hesse, a força normativa da Constituição</p><p>faz com que esta seja capaz de fixar ordem e conformação à realidade política e social.</p><p> CF/88 adotou o critério da força normativa.</p><p>• Constituição Simbólica (Marcelo Neves): é aquela na qual prevalece a função simbólica em</p><p>detrimento da instrumentalidade da norma, o que ocasiona em déficit de concretização desta. Pode</p><p>apresentar três funções:</p><p> Confirmação de valores socais: reconhece a vitória legislativa de valores de determinados</p><p>grupos em face de outros</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 10</p><p>10</p><p>379</p><p> Demonstração da capacidade de ação do Estado: visa transmitir confiança através da</p><p>produção de legislação álibi como resposta rápida às demandas da sociedade.</p><p> Adiamento da resolução mediante compromissos dilatórios: confere falsa percepção da</p><p>resolução de um conflito, que será postergada a uma data indeterminada, através de ato</p><p>legislativo aprovado consensualmente pelas partes.</p><p>• Crowdsourced constitution ou Constituição.com: refere-se à Carta cujo processo de elaboração</p><p>contou com a participação do povo através de mecanismos virtuais (internet), a exemplo da</p><p>Constituição da Islândia.</p><p>• Constituição Dúctil ou Suave: denominação elaborada por Gustavo Zagrebelsky, é considerada mais</p><p>maleável aos diversos projetos de vida encontrados em sociedades caracterizadas pela manifestação</p><p>de pluralismo social, ideológico e político. Não contém exageros.</p><p>• Constituição chapa branca: sustentada por Carlos Ari Sundfeld, trata-se da carta cujo objetivo é</p><p>"tutelar interesses e até mesmo privilégios tradicionalmente reconhecidos aos integrantes e</p><p>dirigentes do setor público".</p><p>• Constituição em branco: são assim definidas aquelas que não consagram em suas disposições</p><p>limitações ao poder reformador. Nesse sentido, cabe ao poder revisor, de forma discricionária, a</p><p>tarefa de estabelecer as regras para o processo de modificação da Carta.</p><p>• Constituição Ubíqua (Daniel Sarmento): marcada pela presença de normas e valores constitucionais,</p><p>aparentemente contraditórias.</p><p>1.3 – ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO</p><p>De acordo com José Afonso da Silva, a estrutura normativa da Constituição é composta por cinco elementos:</p><p>1) elementos orgânicos Regem a estrutura do Estado e do Poder (ex.:</p><p>Título III - Da Organização do Estado).</p><p>2) elementos limitativos Criam obrigação de fazer (proteção da</p><p>igualdade) e dever de abstenção (liberdade</p><p>individual). São as normas protetoras dos</p><p>direitos fundamentais.</p><p>3) elementos socioideológicos Estabelecem o compromisso entre o Estado</p><p>individualista (liberal) e o Estado intervencionista</p><p>(social).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 11</p><p>11</p><p>379</p><p>4) elementos de estabilização Destinam-se à defesa do Estado e das</p><p>instituições democráticas. Visam à solução de</p><p>conflitos constitucionais e à garantia da paz</p><p>social (ex.: intervenção).</p><p>5) elementos de aplicabilidade Responsáveis pela aplicação da Constituição</p><p>(ex.: preâmbulo, ADCT e o § 1º do artigo 5º da</p><p>CF).</p><p>1.4 – CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES</p><p>Conforme o parâmetro, as Constituições podem ser classificadas de diversas maneiras, como será visto a</p><p>seguir.</p><p>• Quanto ao conteúdo:</p><p>CONSTITUIÇÃO MATERIAL CONSTITUIÇÃO FORMAL</p><p>Contém normas referentes à estrutura mínima e</p><p>essencial do Estado. Pode ser escrita ou costumeira</p><p>(não pressupõe formalidade).</p><p>Documento escrito e solene oriundo do poder</p><p>constituinte. Pode apresentar qualquer conteúdo,</p><p>uma vez respeitado o processo legislativo.</p><p>• Quanto à forma:</p><p>CONSTITUIÇÃO ESCRITA CONSTITUIÇÃO NÃO ESCRITA</p><p>Instrumentalizada em um documento escrito,</p><p>solene e único, elaborado pelo órgão constituinte.</p><p>Pode ser formal ou material.</p><p>Consiste no conjunto não documentado de regras</p><p>baseadas nos costumes, jurisprudência e leis</p><p>esparsas. Nesta não se fala em rigidez</p><p>constitucional nem em supremacia formal.</p><p>• Quanto ao modo de elaboração:</p><p>CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA</p><p>Documento escrito que reúne os dogmas</p><p>condizentes com a teoria política do momento da</p><p>sua elaboração.</p><p>Decorre de um processo lento de formação</p><p>histórica e da evolução das tradições de um povo. É</p><p>baseada nos costumes, na jurisprudência e em leis</p><p>esparsas (não escrita).</p><p>Pode ser formal ou material. É apenas material.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 12</p><p>12</p><p>379</p><p>• Quanto à extensão</p><p>CONSTITUIÇÃO SINTÉTICA CONSTITUIÇÃO ANALÍTICA</p><p>É concisa, pois trata apenas de assuntos</p><p>substanciais do Estado.</p><p>É considerada prolixa, já que possui extenso</p><p>conteúdo. Trata tanto de assuntos substanciais do</p><p>Estado quanto de matérias que não são próprias de</p><p>Constituição.</p><p>Escrita e formal. Escrita ou não escrita e material.</p><p>• Quanto à finalidade (sentido teleológico):</p><p>CONSTITUIÇÃO GARANTIA CONSTITUIÇÃO BALANÇO CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE</p><p>Baseada na concepção liberal,</p><p>objetiva limitar a ação do Estado</p><p>em face dos indivíduos. Está</p><p>relacionada à proteção da</p><p>liberdade individual.</p><p>Busca sistematizar a organização</p><p>política do Estado. Assim, em</p><p>certos períodos de tempo,</p><p>verifica a realidade social e firma-</p><p>a na Constituição.</p><p>É aquela que estabelece fins e</p><p>define programas para ação</p><p>futura (normas programáticas).</p><p>Preocupa-se com um ideal futuro.</p><p>• Quanto à origem:</p><p>PROMULGADA OUTORGADA PACTUADA CESARISTA</p><p>Democrática e popular.</p><p>Origina-se do trabalho</p><p>da Assembleia Nacional</p><p>Constituinte, formada</p><p>por representantes do</p><p>povo.</p><p>Decorre de imposição</p><p>do detentor de poder</p><p>(ato unilateral de</p><p>vontade), sem a</p><p>participação popular.</p><p>Conhecida como</p><p>dualista, é fruto de um</p><p>acordo firmado entre os</p><p>detentores do poder</p><p>(Rei e o Poder</p><p>Legislativo).</p><p>É outorgada, mas se</p><p>subordina à ratificação</p><p>popular por meio de</p><p>referendo ou através de</p><p>plebiscito.</p><p>• Quanto à estabilidade ou durabilidade:</p><p>IMUTÁVEL RÍGIDA SEMIRRÍGIDA FLEXÍVEL</p><p>Não admite qualquer</p><p>modificação ao seu texto.</p><p>Possui processo de</p><p>elaboração de emendas</p><p>mais dificultoso que o</p><p>previsto para as normas</p><p>infraconstitucionais.</p><p>Uma parte do texto</p><p>pode ser alterada por</p><p>processo mais rígido e</p><p>outra parte por igual</p><p>processo das leis</p><p>comuns (Ex.: Carta de</p><p>1824).</p><p>Apresenta semelhante</p><p>procedimento de</p><p>alteração de suas</p><p>normas que o da</p><p>legislação ordinária.</p><p>A rigidez é o pressuposto para a efetivação do denominado controle de constitucionalidade.</p><p>A rigidez constitucional está atrelada à ideia de supremacia da Constituição, manifestada,</p><p>pela proteção às cláusulas pétreas.</p><p>por ele.</p><p>Caso não seja observada, configura-se inconstitucionalidade por vício de</p><p>iniciativa.</p><p>o Reservada ao Chefe do Executivo:</p><p>▪ Rol taxativo, que deve ser interpretado restritivamente: não se</p><p>presume, nem comporta ampliação (ADI-MC 724).</p><p>▪ Inobservância da reserva configura violação ao princípio da</p><p>separação dos poderes.</p><p>▪ Por simetria, são também da iniciativa dos Governadores e dos</p><p>Prefeitos.</p><p>▪ Leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA) também são da iniciativa do</p><p>Chefe do Executivo.</p><p>▪ STF: Não ofende a separação de poderes, a previsão, em lei de</p><p>iniciativa parlamentar, de encargo inerente ao Poder Público a fim</p><p>de concretizar direito social previsto na Constituição.</p><p>Fixação ou modificação dos efetivos das Forças Armadas;</p><p>Criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta</p><p>e autárquica ou aumento de sua remuneração;</p><p>+ Refere-se aos cargos do Poder Executivo (os demais Poderes possuem a</p><p>iniciativa legislativa quanto aos cargos integrantes de sua estrutura).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 146</p><p>146</p><p>379</p><p>+ Para o STF, os conselhos de fiscalização profissional possuem natureza</p><p>jurídica de autarquia federal, de forma que somente podem ser criados por</p><p>lei de iniciativa do presidente da república (ADI 3.428).</p><p>Organização administrativa e judiciária, matéria tributária e</p><p>orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos</p><p>Territórios;</p><p>+ Apenas dos Territórios. A organização judiciária da União é de iniciativa</p><p>dos próprios Tribunais.</p><p>Servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico,</p><p>provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;</p><p>+ É inconstitucional, por afrontar a iniciativa privativa do Chefe do Poder</p><p>Executivo, a normatização de direitos dos servidores públicos em lei</p><p>orgânica do Município (Tema n.º 223 da RG).</p><p>+ Para o STF, dispositivo de lei que veda a substituição, por servidor público,</p><p>de trabalhador de empresa privada em greve, ressalvada a legislação</p><p>federal aplicável, não trata de matéria de iniciativa privativa do Chefe do</p><p>Poder Executivo (ADI 1.164).</p><p>Organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem</p><p>como normas gerais para a organização do Ministério Público e da</p><p>Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;</p><p>Criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública,</p><p>observado o disposto no art. 84, VI;</p><p>+ Presidente da República pode, mediante decreto autônomo, organizar a</p><p>Administração Pública Federal, vedados o aumento de despesa e a criação</p><p>ou a extinção de órgãos.</p><p>+ STF: lei de origem parlamentar, que institui regra de reserva de vagas de</p><p>estacionamento aos órgãos públicos estaduais, viola o princípio da</p><p>separação dos Poderes ao usurpar a iniciativa exclusiva do Poder Executivo</p><p>(ADI 6.937).</p><p>Militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos,</p><p>promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a</p><p>reserva.</p><p>+ Projetos que versem sobre os militares estaduais devem observar a</p><p>iniciativa privativa do Governador.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 147</p><p>147</p><p>379</p><p>o Reservada aos Tribunais de Contas:</p><p> Organização, atribuição, competência, cargos e serviços do referido</p><p>Tribunal (ADI 4.643).</p><p> Organização do Ministério Público que atua junto à Corte de</p><p>Contas.</p><p>o Reservada aos Tribunais do Poder Judiciário:</p><p> Iniciativa de lei complementar do STF: Estatuto da Magistratura;</p><p> Cabe ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos</p><p>Tribunais de Justiça propor ao Legislativo:</p><p>- A alteração do número de membros dos tribunais inferiores;</p><p>- A criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus</p><p>serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados,</p><p>bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos</p><p>juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;</p><p>- A criação ou extinção dos tribunais inferiores;</p><p>- A alteração da organização e da divisão judiciárias.</p><p>o Iniciativa concorrente ou compartilhada: a CF atribui a iniciativa a mais de</p><p>uma pessoa, que pode ser exercida em conjunto ou isoladamente.</p><p>▪ Exemplo: organização e do funcionamento do Ministério Público da</p><p>União</p><p>o Iniciativa popular: decorre da soberania popular, mediante participação</p><p>direta. Trata da possibilidade do povo oferecer proposições, desde que</p><p>observados os requisitos constitucionais e legais.</p><p>A) Federal: apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei</p><p>subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,</p><p>distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três</p><p>décimos por cento dos eleitores de cada um deles.</p><p>- Não há iniciativa popular para edição de emenda à CF.</p><p>B) Estadual: nos termos de lei estadual editada por cada ente.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 148</p><p>148</p><p>379</p><p>- É possível que a previsão de iniciativa popular para a edição</p><p>de emendas à Constituição Estadual.</p><p>C) Municipal: refere-se a assuntos de interesse específico do Município,</p><p>da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco</p><p>por cento do eleitorado.</p><p>➢ Constitutiva: compreende a deliberação parlamentar e a deliberação executiva.</p><p>▪ Deliberação legislativa: refere-se a discussão e votação das proposições.</p><p>❖ Regra geral, a Câmara funciona como Casa Iniciadora e o Senado como Revisora:</p><p>A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República,</p><p>do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara</p><p>dos Deputados.</p><p>❖ Excepcionalmente, o Senado será a Casa Iniciadora: iniciativa dos Senadores ou</p><p>de Comissões do Senado.</p><p>❖ Haverá a análise prévia das comissões:</p><p>a) Comissão Técnica: examina a matéria e emite parecer não vinculativo</p><p>(opinativo).</p><p>b) Comissão de Constituição e Justiça: examina a presença ou não dos</p><p>pressupostos formais, regimentais, jurídicos e constitucionais; e emite</p><p>parecer terminativo.</p><p>❖ Na fase de discussão, poderão ser apresentadas emendas parlamentares:</p><p>- Supressiva: suprime parte do projeto.</p><p>- Aglutinativa: mescla dois ou mais projetos.</p><p>- Substitutiva: altera o projeto formal ou substancialmente.</p><p>- Modificativa: altera uma parte do projeto.</p><p>- Aditiva: acrescenta parte nova ao projeto.</p><p>- De Redação: retifica erros redacionais.</p><p>- Subemenda: emenda sobre outra emenda.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 149</p><p>149</p><p>379</p><p>❖ Na edição de emendas parlamentares, veda-se o contrabando legislativo (inclusão</p><p>de emenda sem pertinência temática).</p><p>Tema relevante para a advocacia pública é a possibilidade de edição de emenda parlamentar em</p><p>projetos legislativos de iniciativa reservada ao Chefe do Executivo. Para que a referida emenda</p><p>seja constitucional, o STF (ADI 2810) elencou a necessidade de comprovação de pertinência</p><p>temática e de que não haverá aumento de despesa (excepcionados os projetos de lei</p><p>orçamentária).</p><p>❖ Não se admite aumento de despesa também em projetos sobre organização dos</p><p>serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos</p><p>Tribunais Federais e do Ministério Público.</p><p>❖ Finda a fase de discussão, inicia-se a votação. Nessa etapa, não é admitida a edição</p><p>de emendas.</p><p>❖ Quórum de aprovação das leis ordinárias: maioria simples (relativa), pois exige a</p><p>maioria de votos dos presentes.</p><p>❖ Quórum de presença na votação: maioria absoluta.</p><p>❖ Votação pode ser:</p><p>o Nominal: manifestação individual de cada parlamentar.</p><p>o Simbólica: ocorre quando</p><p>os líderes das bancadas votam em nome dos</p><p>membros destas ou quando os parlamentares que concordam com o</p><p>projeto ficam sentados, de acordo com a orientação do Presidente da Casa.</p><p>❖ Projeto rejeitado na casa iniciadora: será arquivado.</p><p> Aplica-se o princípio da irrepetibilidade (relativo): via de regra, a matéria</p><p>só poderá ser reapresentada na próxima sessão legislativa. Exceção:</p><p>poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa,</p><p>mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das</p><p>Casas do Congresso Nacional.</p><p>❖ Projeto aprovado na casa iniciadora: seguirá para discussão e votação, em um só turno, na</p><p>revisora.</p><p> Se aprovado: seguirá para a fase de deliberação executiva (sanção ou</p><p>veto).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 150</p><p>150</p><p>379</p><p> Se rejeitado: será arquivado, com aplicação relativa do princípio da</p><p>irrepetibilidade.</p><p> Se emendado: retornará à Casa iniciadora para discussão e votação</p><p>apenas da parte emendada.</p><p>Obs.1: A iniciadora não poderá emendar novamente (veda-se a</p><p>emenda da emenda). No entanto, poderá concordar com a emenda</p><p>(seguirá para a sanção ou veto) ou rejeitá-la (envio para sanção sem a</p><p>parte emendada).</p><p>Obs.2: Somente retornará à Casa Iniciadora a emenda que altere</p><p>substancialmente o conteúdo do projeto.</p><p>▪ Deliberação executiva: trata-se do veto e da sanção de projeto aprovado.</p><p>❖ Veto: consiste em ato de discordância emitido, sempre na forma expressa</p><p>(formal), no prazo de 15 dias úteis cotados do recebimento, pelo Chefe do</p><p>Executivo.</p><p> Inserido na competência exclusiva do Presidente da República.</p><p> Natureza política, não sujeito a controle judicial.</p><p> Presidente deve expor as razões do veto (sob pena de ser considerado</p><p>inexistente), dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado</p><p>Federal.</p><p> É vedada a retratação do veto (irretratável).</p><p> Apreciação do veto: sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu</p><p>recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta (voto</p><p>aberto) dos Deputados e Senadores.</p><p>Obs.1: Se não for mantido (for derrubado), será o projeto enviado, para</p><p>promulgação, ao Presidente da República.</p><p>Obs.2: Esgotado o prazo, o veto deve ser colocado na ordem do dia da</p><p>sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação</p><p>final.</p><p>Obs.3: Se for mantido, aplica-se o princípio da irrepetibilidade.</p><p> Classificação:</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 151</p><p>151</p><p>379</p><p>→ Político: contrariedade ao interesse público.</p><p>→ Jurídico: por motivo de inconstitucionalidade.</p><p>→ Total: incide sobre a integralidade do projeto.</p><p>→ Parcial: incide sobre texto integral de artigo, inciso, alínea ou</p><p>parágrafo (veda-se o veto sobre palavras ou trechos isolados).</p><p>❖ Sanção: ato de manifestação da concordância do Executivo, que pode ser de forma</p><p>tácita ou expressa.</p><p> Sanção não é capaz de convalidar projeto eivado de vício de iniciativa (ADI</p><p>6.337).</p><p>→ Tácita: se o Executivo não veta nem sanciona (silêncio) no prazo de</p><p>15 dias úteis.</p><p>→ Expressa: sancionada por escrito no prazo supracitado.</p><p>➢ Complementar: relaciona-se à promulgação e à publicação das leis.</p><p>▪ Promulgação: ato solene que atesta a existência de uma lei (já pronta).</p><p>❖ Competência privativa: Presidente da República.</p><p> Se não for promulgada dentro de 48 horas pelo Presidente da República, nos</p><p>casos de sanção tácita ou derrubada do veto, o Presidente do Senado a</p><p>promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do</p><p>Senado fazê-lo.</p><p> No caso de sanção expressa, a promulgação ocorre no mesmo ato.</p><p>▪ Publicação: confere eficácia e dá conhecimento dos termos da lei a todos.</p><p> Quem promulga uma lei possui a responsabilidade de encaminhá-la à publicação.</p><p> Vacatio legis: Salvo se a lei apresentar data de sua entrada em vigor, começa a</p><p>vigorar quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada, e, nos Estados</p><p>estrangeiros, três meses após sua publicação.</p><p>• Procedimento abreviado das leis ordinárias: aplicado às matérias cuja competência para discutir e</p><p>votar é atribuída às comissões, dispensada, na forma do regimento, a competência do Plenário.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 152</p><p>152</p><p>379</p><p> Inaplicável às leis complementares e às emendas constitucionais.</p><p> Possui regulação no regimento interno de cada Casa legislativa.</p><p> O projeto pode ser retirado da comissão e enviado ao Plenário, se houver recurso de um</p><p>décimo dos membros da Casa respectiva.</p><p> É contemplado com todas as fases do processo legislativo ordinário.</p><p>• Procedimento sumário das leis ordinárias: aplicável aos casos nos quais o Presidente da República,</p><p>em projetos de sua iniciativa (reservada ou não), solicita a tramitação em regime de urgência.</p><p> Há fixação de prazo para apreciação do projeto de lei.</p><p> A solicitação do Presidente é discricionária (juízo de conveniência e oportunidade).</p><p> Vedação quanto aos projetos de códigos e aqueles com prazos próprios estabelecidos na CF</p><p>(exemplo: leis orçamentárias e concessão ou renovação de concessão de rádio ou televisão).</p><p> Prazo não corre durante o recesso parlamentar.</p><p> As Casas podem estabelecer casos de urgência em seus regimentos internos.</p><p> Não há supressão das fases do processo legislativo.</p><p>1º) Câmara dos Deputados: funciona como Casa Iniciadora e possui 45 dias para apreciar o</p><p>projeto (rejeitá-lo ou aprová-lo), com ou sem modificações.</p><p>2º) Senado Federal: atuará como Casa Revisora e poderá também rejeitar, aprovar ou</p><p>emendar o projeto, no prazo de 45 dias.</p><p>Caso emende o projeto, encaminhá-las-á à Iniciadora para apreciação no prazo de 10 dias.</p><p>3º) Descumprimento dos prazos: sobrestamento todas as demais deliberações legislativas</p><p>da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado, até que</p><p>se ultime a votação.</p><p>• STF: Inconstitucionalidade (formal) de lei estadual que concede benefício fiscal sem a prévia</p><p>estimativa de impacto orçamentário e financeiro exigida pelo art. 113 do ADCT.</p><p>7.2 – LEI COMPLEMENTAR</p><p>• Diferenças entre a lei complementar e a lei ordinária:</p><p>➢ Quanto ao aspecto formal: a aprovação de lei complementar exige um quórum mais rígido,</p><p>que é maioria absoluta.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 153</p><p>153</p><p>379</p><p>➢ Quanto ao aspecto material: lei complementar é adequada apenas para os assuntos</p><p>elencados pela CF/88, de forma que se fala em taxatividade (reduzidos e pontuais).</p><p> A criação de hipóteses de reserva de lei complementar na Carta estadual, não previstas</p><p>na Constituição Federal, são inconstitucionais (ADI 5003), por violação aos princípios</p><p>democrático, da simetria e da separação dos poderes.</p><p> Não pode exigir lei complementar para as seguintes matérias: regime jurídico único</p><p>dos servidores estaduais e diretrizes para a elaboração de planos de carreira;</p><p>organização da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar e do regime jurídico</p><p>de seus servidores; organização do sistema estadual de educação; e plebiscito e</p><p>referendo.</p><p>• Em síntese, adiante estão os assuntos que exigem lei complementar: não podem ser tratados por</p><p>meio de medidas provisórias, leis delegadas ou leis ordinárias.</p><p>Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa</p><p>Inelegibilidade</p><p>Criação de território</p><p>Formação de novos estados</p><p>Período determinado para criação de novos municípios</p><p>Permissão para que forças estrangeiras transitem pelo território</p><p>nacional ou nele permaneçam</p><p>temporariamente;</p><p>Autorização os estados a legislar sobre questões específicas de competência privativa da união</p><p>Normas para a cooperação entre a união e os estados, o distrito federal e os municípios</p><p>Instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,</p><p>Definição das áreas de atuação das fundações públicas</p><p>Aposentadoria compulsória aos 75 anos</p><p>Tempo de contribuição e demais requisitos da aposentadoria programada do RPPS</p><p>idade e tempo de contribuição diferenciados de aposentadoria de servidores com deficiência</p><p>Idade e tempo de contribuição diferenciados de aposentadoria de agente penitenciário, de agente</p><p>socioeducativo ou de policial.</p><p>Idade e tempo de contribuição diferenciados de aposentadoria de servidores cujas atividades sejam</p><p>exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde</p><p>Tempo de efetivo exercício para aposentadoria dos professores</p><p>Normas gerais de regime próprio de previdência social para servidores públicos.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 154</p><p>154</p><p>379</p><p>Procedimento de avaliação periódica de desempenho</p><p>Condições para integração de regiões em desenvolvimento</p><p>Composição dos organismos regionais que executarão os planos regionais</p><p>Número total de deputados estaduais e a representação por estado e pelo distrito federal</p><p>Entrada de forças estrangeiras no território nacional.</p><p>Elaboração, redação, alteração e consolidação das leis</p><p>Estatuto da magistratura</p><p>regime especial para pagamento de crédito de precatórios</p><p>organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais.</p><p>Destituição dos procuradores-gerais estaduais</p><p>Controle externo da atividade policial</p><p>Organização e funcionamento da AGU</p><p>Organização da defensoria pública da união e do distrito federal e dos territórios e prescreverá</p><p>normas gerais para sua organização nos estados,</p><p>Organização, no preparo e no emprego das forças armadas.</p><p>Conflitos de competência, em matéria tributária</p><p>Limitações constitucionais ao poder de tributar</p><p>Normas gerais em matéria de legislação tributária</p><p>Regime único de arrecadação dos impostos</p><p>Empréstimos compulsórios</p><p>Critérios especiais de tributação</p><p>Imposto sobre grandes fortunas</p><p>Imposto residual</p><p>Imposto sobre a produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais</p><p>à saúde ou ao meio ambiente</p><p>Instituição do ITCMD quando o doador tiver domicilio ou residência no exterior ou o de cujus possuía</p><p>bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior;</p><p>Regulamentação do imposto sobre serviços</p><p>Normas gerais do ICMS</p><p>Alíquotas máximas e mínimas do ISS e condições para benefícios fiscais</p><p>Instituição de imposto sobre bens e serviços de competência compartilhada entre estados, distrito</p><p>federal e municípios</p><p>Finanças públicas; dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais</p><p>entidades controladas pelo poder público; concessão de garantias pelas entidades públicas; emissão</p><p>e resgate de títulos da dívida pública; fiscalização financeira da administração pública direta e</p><p>indireta; operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da união, dos estados, do distrito</p><p>federal e dos municípios; compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da união;</p><p>sustentabilidade da dívida.</p><p>Normas sobre a entrega dos recursos de repartição de receitas</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 155</p><p>155</p><p>379</p><p>O exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da</p><p>lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; estabelecer normas de gestão financeira</p><p>e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e</p><p>funcionamento de fundos. Dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de</p><p>procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento</p><p>de restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório</p><p>Definir outras suspensões, dispensas e afastamentos aplicáveis durante a vigência do estado de</p><p>calamidade pública de âmbito nacional.</p><p>Limites para a despesa com pessoal</p><p>Procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.</p><p>Vedação à remissão e à anistia das contribuições sociais</p><p>Percentuais mínimos gastos em ações e serviços de saúde; os critérios de rateio dos recursos da</p><p>união vinculados à saúde destinados aos estados, ao distrito federal e aos municípios, e dos estados</p><p>destinados a seus respectivos municípios; as normas de fiscalização, avaliação e controle das</p><p>despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal.</p><p>Adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios previdenciários;</p><p>acumulação de benefícios; previdência privada; requisitos para a designação dos membros das</p><p>diretorias das entidades fechadas de previdência complementar.</p><p>Contribuição social residual.</p><p>Exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos existentes em terras tradicionalmente</p><p>ocupadas pelos índios.</p><p>• Adota-se idêntico processo comum ordinário das leis ordinárias.</p><p>• Não é possível a utilização do processo abreviado.</p><p>• Lei complementar revoga lei ordinária. Todavia, em regra, lei ordinária não pode revogar/alterar lei</p><p>complementar,</p><p> Salvo se se tratar de lei complementar apenas em sentindo formal (trata de assunto</p><p>de lei ordinária): permite-se a revogação/alteração por lei ordinária.</p><p>7.3 – EMENDA CONSTITUCIONAL</p><p>• Procedimento mais complexo e dificultoso: decorre da rigidez constitucional.</p><p>• Iniciativa:</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 156</p><p>156</p><p>379</p><p>→ Um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados;</p><p>→ Um terço, no mínimo, dos membros do Senado Federal;</p><p>→ Presidente da república;</p><p>→ Mais da metade (maioria absoluta) das assembleias legislativas, manifestando-se, cada uma</p><p>delas, pela maioria relativa de seus membros</p><p>❖ Não há previsão de iniciativa popular no processo de reforma da CF/88.</p><p> É possível a previsão, na Constituição Estadual, de iniciativa popular à reforma</p><p>constitucional (STF).</p><p>❖ Inexistência de legitimidade municipal para apresentação de proposta de emenda</p><p>à CF/88.</p><p>❖ Não há previsão de iniciativa privativa ou reservada no processo de emenda</p><p>constitucional.</p><p> Diferentemente, o STF possui entendimento no sentido de que é necessária a</p><p>observância da reserva de iniciativa no processo de emenda à Constituição Estadual</p><p>(ADI 3.848). Aplicação por simetria do art. 61, § 1º, II, da CF/88.</p><p>• Bicameralismo puro: refere-se à atuação equânime da Câmara e do Senado no processo legislativo</p><p>de reforma constitucional.</p><p> Qualquer das casas pode funcionar como Casa Iniciadora (não há prevalência da</p><p>Câmara, como ocorre no processo das leis ordinárias).</p><p>- Não há, na CF, exigência que PEC de iniciativa do Presidente da República seja</p><p>iniciada na Câmara dos Deputados.</p><p> Permite-se emenda da emenda (subemenda).</p><p> Encerramento da discussão e votação: depende do consentimento de ambas as casas</p><p>sobre o texto do projeto.</p><p>- Enquanto não houver concordância entre elas, a PEC ficará em “pingue e</p><p>pongue”.</p><p> PEC emendada só deverá retornar à Casa de onde saiu quando se tratar de alteração</p><p>substancial.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 157</p><p>157</p><p>379</p><p>• PEC paralela: possibilidade de desmembramento da PEC, especialmente na parte</p><p>de divergência</p><p>entre as Casas.</p><p> Parte em que há consenso: seguirá para a promulgação.</p><p> Parte de divergência: continuará com trâmite regular até que as Casas concordem</p><p>mutuamente.</p><p>• Turnos e quóruns de votação:</p><p>❖ As propostas de emenda são discutidas e votadas em dois turnos em cada Casa.</p><p>❖ Não há, na CF, previsão de interstício mínimo entre cada turno. Cabe a cada Casa, em seu</p><p>regimento, dispor sobre o referido lapso.</p><p>❖ Em cada turno, exige-se o quórum qualificado de, ao menos, três quintos (60%) do total dos</p><p>membros da respectiva Casa.</p><p>❖ Rejeitada a PEC em qualquer das votações aplica-se, de modo absoluto, o princípio da</p><p>irrepetibilidade.</p><p>- Não há exceção: a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida</p><p>por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão</p><p>legislativa.</p><p>- Se a rejeição for apenas do substitutivo, é inaplicável a regra da irrepetebilidade</p><p>à própria PEC, de forma que o projeto originário seguirá seu curso normal (STF,</p><p>MS 22.503).</p><p>• Inexistência da fase de deliberação executiva: a CF/88 não conferiu ao Presidente da República</p><p>a prerrogativa de sancionar ou vetar proposta de emenda constitucional aprovada.</p><p> A única participação do Chefe do Executivo é na fase de iniciativa.</p><p>• Promulgação: é realizada pela Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o</p><p>respectivo número de ordem (não se confunde com Mesa do Congresso).</p><p> A numeração das emendas é sequencial e contada da promulgação da Constituição</p><p>• Publicação: as emendas entram em vigor, em regra, na data da publicação.</p><p> A vacatio constitutionis não é adotada de maneira tácita no Brasil.</p><p> Depende de previsão expressa em sentido contrário.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 158</p><p>158</p><p>379</p><p>• Aplicação da emenda: imediata e atingem os efeitos futuros de atos praticados no passado</p><p>(Inquérito 1.637/SP).</p><p>• Veda-se a edição de emenda na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado</p><p>de sítio (limitação circunstancial).</p><p>• Não há prazo para o exercício do poder de reforma (inexistência de limitação temporal).</p><p>• Limitação material: trata-se das cláusulas pétreas, já trabalhadas no Capítulo 2.</p><p>❖ Explícitas: forma federativa de estado; voto direto, secreto, universal e periódico;</p><p>separação de poderes; direitos e garantias individuais (estando ou não no art. 5º da CF).</p><p> STF: A forma federativa de Estado é cláusula pétrea (cf. art. 60, § 4.º, inciso I, da</p><p>Constituição Federal de 1988), mas ajustes pontuais na repartição de</p><p>competências não necessariamente ofendem esse arranjo político-institucional.</p><p>❖ Implícitas: titularidade e exercício do poder constituinte; processo de modificação da</p><p>constituição; princípios fundamentais</p><p>• Limitação formal: diz respeito ao processo legislativo especial da PEC (já trabalhado acima e no</p><p>Capítulo 2).</p><p>7.4 – MEDIDA PROVISÓRIA</p><p>• Pressupostos: deve ser usada para os casos de relevância e urgência.</p><p> O Chefe do Executivo realiza exame de cunho político, mediante critérios de oportunidade e</p><p>conveniência.</p><p> O controle legislativo é feito nas seguintes situações:</p><p>▪ Através da Comissão Mista: mediante parecer opinativo recomendando ou rejeitando</p><p>a sua aprovação.</p><p>▪ Através do Plenário da Câmara: discussão e votação, sendo possível rejeitá-la por</p><p>ausência de qualquer dos pressupostos.</p><p>▪ Através do Plenário do Senado: após aprovação da Câmara, passa a ser naquela</p><p>discutido e votado. É possível a rejeição por ausência de algum dos requisitos.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 159</p><p>159</p><p>379</p><p> Admite-se, excepcionalmente, controle jurisdicional, mediante provocação, diante de</p><p>ausência evidente dos pressupostos, a qual configura inconstitucionalidade formal (ADI</p><p>5.599).</p><p>• Força de lei: aptidão para inovar na ordem jurídica, ainda que de forma provisória. Sua vigência inicia</p><p>na data de publicação.</p><p>• Competência privativa do Presidente da República.</p><p> Indelegável aos Ministros ou a qualquer outra autoridade.</p><p>• Possibilidade de previsão na Carta estadual e na Lei Orgânica: competência é do Governador e do</p><p>Prefeito, respectivamente.</p><p>• Uma vez editada, o Presidente da República deve, de imediato, submeter a medida provisória ao</p><p>Congresso Nacional.</p><p> Obrigatoriedade da análise da Comissão Mista: descumprimento importa em</p><p>inconstitucionalidade formal (ADI 4.029/DF).</p><p> Examinada pela referida Comissão, a medida provisória passa a ser examinada pelo Plenário</p><p>da Câmara (Casa Iniciadora), que poderá aprová-la, com ou sem alteração, ou rejeitá-la.</p><p> Se aprovada pela Câmara, seguirá para discussão e votação no Plenário do Senado (Casa</p><p>Revisora), que poderá aprová-la, com ou sem alteração, ou rejeitá-la.</p><p> Rejeitada por qualquer das Casas, aplica-se o princípio da irrepetibilidade: veda-se, de forma</p><p>absoluta (sem exceções), a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória</p><p>rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.</p><p>▪ “É inconstitucional medida provisória ou lei decorrente de conversão de medida</p><p>provisória cujo conteúdo normativo caracterize a reedição, na mesma sessão</p><p>legislativa, de medida provisória anterior rejeitada, de eficácia exaurida por decurso</p><p>do prazo ou que ainda não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional dentro do</p><p>prazo estabelecido pela Constituição Federal. (STF. Plenário. ADI 5717/DF)</p><p>• Quórum de votação: maioria simples.</p><p>• Edição de emenda: deverão guardar pertinência temática com o conteúdo da norma original (busca-</p><p>se evitar o "contrabando legislativo").</p><p>• Aprovação do projeto de conversão de medida provisória sem qualquer modificação: não haverá</p><p>fase de sanção ou veto.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 160</p><p>160</p><p>379</p><p> Promulgação será feita pelo Presidente do Senado, que encaminha para publicação.</p><p>• Aprovação do projeto de conversão com modificação: seguirá para sanção ou veto do Presidente</p><p>da República em 15 dias úteis.</p><p> Sancionada: será procedida à promulgação e publicação pelo Presidente da República.</p><p> Vetada: a medida perderá a eficácia e o veto será encaminhado ao Congresso Nacional para</p><p>apreciação.</p><p>• Eficácia da MP: enquanto não convertida em lei, mantém seus efeitos pelo prazo de sessenta dias,</p><p>prorrogável (de forma automática) uma vez por igual período, desde a publicação da medida.</p><p> Há suspensão do prazo durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.</p><p> Findo o prazo, sem a conversão em lei, haverá a perda da eficácia desde a edição (ex tunc) da</p><p>medida (rejeição tácita).</p><p>+ Obs.1: Pode ser editado decreto legislativo, dentro de sessenta dias após a rejeição</p><p>ou perda de eficácia, para reger as relações jurídicas por estabelecidas pela MP.</p><p>+ Obs.2: Não editado o mencionado decreto, os atos praticados durante a vigência da</p><p>MP conservar-se-ão por ela regida.</p><p> A contagem do prazo dura até o encerramento da votação no Congresso Nacional (não se</p><p>aplica à deliberação executiva).</p><p> Também haverá perda da eficácia quando não aprovada por qualquer das Casas (rejeição</p><p>expressa)</p><p>• Regime de urgência: é adotado se, após 45 dias contados da edição, a MP não tiver sido apreciada.</p><p>Nesse diapasão, as demais proposições da Casa em que estiver a MP ficarão sobrestadas, até que se</p><p>ultime a votação.</p><p> Para o STF, o sobrestamento apenas atinge as matérias passíveis de regulação por lei</p><p>ordinária ou medida provisória (MS 27.931).</p><p>• Revogação da MP: medida provisória editada não pode ser retirada pelo Presidente da República.</p><p> Entretanto, permite-se a revogação de uma</p><p>MP por nova MP.</p><p> Diferentemente, MP não revoga imediatamente uma lei, mas apenas suspende a eficácia</p><p>desta.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 161</p><p>161</p><p>379</p><p>▪ Se o Congresso rejeita a MP: haverá o restabelecimento da eficácia da lei.</p><p>▪ Se o Congresso converte a MP em Lei: haverá a revogação da lei anterior.</p><p>• Limitação material: rol de matérias que não podem ser regidas por MP.</p><p>Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;</p><p>Direito penal, processual penal e processual civil;</p><p>+ STF (RE 254.818): admite-se medida provisória para leis penais benéficas ao réu (ex.:</p><p>abolição de crimes, extinção da punibilidade, diminuição de pena, etc).</p><p>Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus</p><p>membros;</p><p>Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e</p><p>suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;</p><p>+ Possibilidade de edição de MP para autorização de crédito adicional extraordinário.</p><p>Que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo</p><p>financeiro;</p><p>Reservada a lei complementar;</p><p>Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de</p><p>sanção ou veto do Presidente da República;</p><p>+ STF (Info 1026): Não caracteriza afronta à vedação imposta pelo art. 62, § 1º, IV, da</p><p>Constituição Federal (CF) (1) a edição de medida provisória no mesmo dia em que o</p><p>Presidente da República sanciona ou veta projeto de lei com conteúdo semelhante.</p><p>Regulamentação da prestação do serviço local de gás canalizado;</p><p>Regulamentação de normas constitucionais que foram objeto de emenda entre 1º de</p><p>janeiro de 1995 e 11 de setembro de 2001;</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 162</p><p>162</p><p>379</p><p>Atenção! Não é vedada a utilização de MP em matéria tributária, ressalvadas as matérias que</p><p>exigem lei complementar. Desse modo, pode ser utilizada para instituir ou majorar alíquota de</p><p>imposto (exceto o imposto sobre grandes fortunas, o imposto residual, o empréstimo</p><p>compulsório, a contribuição social residual e o imposto sobre bens e serviços de competência</p><p>compartilhada entre Estados, Distrito Federal e Municípios).</p><p>7.5 – LEIS DELEGADAS</p><p>• Atos normativos primários: encontram fundamento na CF/88.</p><p>• Competência do Presidente da República, após autorização do Congresso Nacional.</p><p> O Chefe do Executivo solicita, mediante mensagem, a autorização do Poder Legislativo para</p><p>legislar sobre o assunto objeto de delegação.</p><p> Ainda que seja concedida a delegação, o Presidente não estará obrigado a editar a norma.</p><p>• A delegação do Congresso Nacional é discricionária e corre pela forma de resolução.</p><p> Turno único, em sessão bicameral.</p><p> Quórum: maioria simples (relativa).</p><p> A resolução especificará o conteúdo da delegação e os termos de seu exercício (não pode ser</p><p>genérica nem por prazo indeterminado).</p><p>• Formas de delegação:</p><p>➢ Própria: delega-se a edição de lei ao Poder Executivo, ao qual cabe promulgá-la e publicá-la.</p><p>➢ Imprópria: há o condicionamento à apreciação do Legislativo.</p><p> Nessa hipótese, a apreciação ocorrerá em votação única, vedada</p><p>qualquer emenda.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 163</p><p>163</p><p>379</p><p> O Congresso pode aprovar ou rejeitar a lei delegada (aplica-se, no último</p><p>caso, o princípio da irrepetibilidade relativa).</p><p>• Limites materiais: matérias que não podem ser tratadas por lei delegada.</p><p>Competência exclusiva do Congresso Nacional,</p><p>Competência privativa da Câmara dos Deputados</p><p>Competência privativa do Senado Federal</p><p>Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;</p><p>Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;</p><p>Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.</p><p>• Refere-se à função atípica legislativa do Poder Executivo.</p><p>• Sustação da lei delegada: A CF atribui ao Congresso Nacional a competência exclusiva (via decreto</p><p>legislativo) de sustar os atos que extrapolem os limites da delegação legislativa.</p><p> Trata-se de controle político do Congresso (denomina-se veto legislativo).</p><p> Eficácia ex nunc (efeitos prospectivos) do ato da sustação.</p><p>• A delegação não impede o Congresso Nacional de legislar sobre a temática aludida.</p><p>• A lei delegada pode se sujeitar ao controle de constitucionalidade no âmbito do Poder Judiciário,</p><p>cuja eficácia será ex tunc (retroativa).</p><p>• Possibilidade de revogação da delegação a qualquer tempo.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 164</p><p>164</p><p>379</p><p>7.6 – DECRETO LEGISLATIVO E RESOLUÇÃO</p><p>• Principais características:</p><p>DECRETO LEGISLATIVO RESOLUÇÃO</p><p>Para competência exclusiva do Congresso.</p><p>Processo bicameral</p><p>Regra: para competência privativa das duas Casas.</p><p>Exceção: autorização do Congresso para o</p><p>Executivo editar lei delegada (Processo bicameral).</p><p>Turno único e quórum de maioria simples.</p><p>Não há sanção nem veto.</p><p>Turno único e quórum de maioria simples.</p><p>Não há sanção nem veto.</p><p>Promulgado pelo Presidente da Mesa do Congresso</p><p>Nacional</p><p>Promulgada pelo Presidente da respectiva Casa.</p><p>7.7 – HIERARQUIA ENTRE NORMAS CONSTITUCIONAIS</p><p>• As normas constitucionais podem ser originárias ou derivadas: inexiste hierarquia entre elas (estão</p><p>no mesmo patamar da supremacia da Constituição.</p><p>NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS NORMAS CONSTITUCIONAIS DERIVADAS</p><p>São as normas que surgiram com a manifestação do</p><p>Poder Constituinte originário.</p><p>São aquelas instituídas por emendas</p><p>constitucionais ou por tratados internacionais de</p><p>direitos humanos submetidos ao processo rigoroso</p><p>de emenda.</p><p>Não podem ser declaradas inconstitucionais, pois,</p><p>de acordo com o princípio da unidade, o STF não</p><p>aceita a tese das normas constitucionais</p><p>inconstitucionais".</p><p>A teoria das "normas constitucionais</p><p>inconstitucionais" (Otto Bachof) aponta a</p><p>invalidade de normas constitucionais por violação a</p><p>direito supralegal.</p><p>Submetem-se ao controle de constitucionalidade</p><p>quando violam as limitações materiais, formais ou</p><p>circunstanciais.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 165</p><p>165</p><p>379</p><p>8. PODER EXECUTIVO</p><p>• Sistema de governo: busca definir o modo de relação entre o exercício das atribuições do Poder</p><p>Executivo e do Poder Legislativo.</p><p> A CF/88 adotou o sistema presidencialista: o Presidente da República, chefe do Poder</p><p>Executivo, concentra as funções de Chefe de Estado (atos externos e diplomáticos) e Chefe</p><p>de Governo (atos internos). É unipessoal ou monocrático.</p><p> Para parcela da doutrina, no Brasil, há um "presidencialismo de coalização": a realização de</p><p>acordos entre partidos políticos dita o exercício das atividades dos Poderes Executivo e</p><p>Legislativo.</p><p>• Principais características dos sistemas:</p><p>PRESIDENCIALISTA PARLAMENTARISTA SEMIPRESIDENCIALISTA</p><p>1) Chefia do Executivo:</p><p>unipessoal.</p><p>1) Chefia dual: Chefe de Estado</p><p>(Presidente ou Monarca), com</p><p>papel simbólico) e Chefe de</p><p>Governo (escolhido pelo</p><p>Parlamento).</p><p>1) Chefia dual: Chefe de Estado</p><p>(Presidente da República, não</p><p>possui papel simbólico) e Chefe de</p><p>Governo (nomeado pelo</p><p>Presidente).</p><p>2) Independência dos Poderes. 2) Relação entre os Poderes</p><p>Executivo e Legislativo.</p><p>São interdependentes.</p><p>2) Relação entre dos Poderes</p><p>Executivo e Legislativo.</p><p>São interdependentes.</p><p>3) Temporalidade</p><p>do mandato. 3) Não há prazo certo para o</p><p>mandato do Chefe de Governo.</p><p>3) Não há prazo certo para o</p><p>mandato do Chefe de Governo</p><p>8.1 – PRESIDENTE DA REPÚBLICA</p><p>• Poder Executivo da União: exercido pelo Presidente da República, com o auxílio dos Ministros de</p><p>Estado.</p><p> Mandato do Presidente: 4 anos, permitida a recondução para apenas um período</p><p>subsequente. Posse em 5 de janeiro do ano subsequente ao da eleição, em sessão conjunta</p><p>do Congresso Nacional.</p><p> Congresso nacional declarará vago o cargo se, passados dez dias da data fixada para a posse,</p><p>o Presidente ou o Vice-Presidente não o tiver assumido, salvo motivo de força maior.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 166</p><p>166</p><p>379</p><p>CHEFE DO EXECUTIVO MANDATO POSSE</p><p>Governador</p><p>4 anos + uma reeleição</p><p>subsequente</p><p>6 de janeiro do ano subsequente.</p><p>Prefeito</p><p>4 anos + uma reeleição</p><p>subsequente</p><p>1º de janeiro do ano</p><p>subsequente.</p><p> Requisitos para o cargo de Presidente da República:</p><p>→ Brasileiro nato;</p><p>→ Idade mínima de 35 anos;</p><p>→ Filiação partidária;</p><p>→ Gozo dos direitos políticos;</p><p> Eleição: Eleição simultânea para os cargos de Presidente e Vice-Presidente no primeiro</p><p>domingo de outubro (1º turno) ou no último domingo de outubro (2º turno).</p><p>▪ Adota-se o sistema majoritário.</p><p>▪ Depende da maioria absoluta dos votos válidos. Não atingido o quórum em 1º turno,</p><p>realizar-se-á o 2º turno com os dois candidatos mais votadas no anterior.</p><p>▪ Se em segundo lugar restar mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-</p><p>se-á o mais idoso.</p><p>▪ Ocorrência de morte, desistência ou impedimento legal de candidato, antes do 2º</p><p>turno, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.</p><p>• Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional,</p><p>ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.</p><p> O STF decidiu pela inconstitucionalidade de norma estadual, por violação à simetria, que</p><p>exigia a autorização do Legislativo para a saída do Governador por qualquer prazo.</p><p>• Impedimento e vacância do cargo de Presidente:</p><p>IMPEDIMENTO VACÂNCIA</p><p>Ocorre em situações temporárias. Ocorre em situações definitivas.</p><p>Há substituição pelo Vice. Há sucessão pelo Vice.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 167</p><p>167</p><p>379</p><p>• Duplo impedimento ou dupla vacância: ocorre quando o Presidente e o Vice-presidente são</p><p>impedidos ou têm seus cargos declarados vagos.</p><p> Far-se-á a convocação sucessiva do Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado</p><p>Federal e o do Supremo Tribunal Federal (substitutos eventuais).</p><p> O Vice-Presidente é o legítimo sucessor do Presidente da República com definitividade. Os</p><p>substitutos eventuais acima sucedem interinamente enquanto não é realizada uma nova</p><p>eleição.</p><p> Para o STF, os substitutos ficarão impossibilitados de exercer, em caráter interino, a Chefia</p><p>do Poder Executivo da União, caso ostentem a posição de réus criminais, condição que</p><p>assumem somente após o recebimento judicial da denúncia ou da queixa-crime (ADPF 402).</p><p> O STF possui o entendimento de que disciplina acerca da sucessão e da substituição da chefia</p><p>do Poder Executivo municipal põe-se no âmbito da autonomia política do município, por</p><p>tratar tão somente de assunto de interesse local, não havendo dever de observância do</p><p>modelo federal (RE 655.647).</p><p> Estados-membros possuem autonomia para solução normativa do problema da dupla</p><p>vacância da Chefia do Poder Executivo por causas não eleitorais no último biênio (ADPF 969,</p><p>Info 1104), devendo observar:</p><p>(i) necessidade de registro e votação por meio de chapa única;</p><p>(ii) observância das condições constitucionais de elegibilidade e das hipóteses de</p><p>inelegibilidade previstas na CF e na Lei Complementar;</p><p>(iii) filiação partidária não pressupõe a escolha em convenção partidária nem o registro</p><p>da candidatura pelo partido político;</p><p>(iv) a regra da maioria, enquanto critério de averiguação do candidato vencedor, não se</p><p>mostra afetada a qualquer preceito constitucional que vincule os Estados e o Distrito</p><p>Federal.</p><p>• Vagando ambos os cargos de Presidente e Vice: será realizada nova eleição para os dois cargos para</p><p>exercício do "mandato tampão" (visa apenas completar o período de seus antecessores).</p><p>→ Vacância nos dois primeiros anos do mandato: a eleição será direta, em 90 dias contados da</p><p>abertura da última vaga.</p><p>→ Vacância nos últimos dois anos do mandato: a eleição será indireta (pelo Congresso), em 30</p><p>dias contados da abertura da última vaga</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 168</p><p>168</p><p>379</p><p>• Vice-Presidente da República: substitui o Presidente nas hipóteses de impedimento e para suceder-</p><p>lhe nos casos de vacância, bem como desempenha outras atribuições conferidas por lei</p><p>complementar.</p><p> Pode ser convocado para missões oficiais.</p><p> Integra o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional.</p><p>8.2 – ATRIBUIÇÕES, PRERROGATIVAS E RESPONSABILIDADES</p><p>• Atribuições: o art. 84 da CF elenca, em rol exemplificativo, as matérias inseridas na competência</p><p>privativa do Chefe do Executivo.</p><p>I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; Como Chefe de Governo</p><p>II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado,</p><p>a direção superior da administração federal;</p><p>Como Chefe da Administração Pública.</p><p>III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos</p><p>casos previstos nesta Constituição;</p><p>Como Chefe de Governo.</p><p>Possui amplas funções no processo legislativo:</p><p>iniciativa de projetos de lei e de emendas, edição de</p><p>medidas provisórias e solicitação de autorização</p><p>para editar leis delegadas.</p><p>IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,</p><p>bem como expedir decretos e regulamentos para</p><p>sua fiel execução;</p><p>Como Chefe de Governo.</p><p>Os decretos regulamentares são atos normativos</p><p>infralegais, que retiram fundamento da lei. Sofrem</p><p>controle de legalidade.</p><p>Tais decretos não inovam no ordenamento,</p><p>servindo para a fiel execução da lei.</p><p>V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; Como Chefe de Governo.</p><p>Veto pode ser total ou parcial, quanto à extensão. E</p><p>jurídico ou político, quanto ao motivo.</p><p>VI - dispor, mediante decreto, sobre:</p><p>Como Chefe da Administração Pública.</p><p>- Trata-se da figura dos decretos autônomos</p><p>(inovam no ordenamento e não se restringe à</p><p>execução de uma lei). Assim, são atos normativos</p><p>primários, que encontram fundamento na própria</p><p>CF e são passíveis de controle de</p><p>constitucionalidade.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 169</p><p>169</p><p>379</p><p>a) organização e funcionamento da administração</p><p>federal, quando não implicar aumento de despesa</p><p>nem criação ou extinção de órgãos públicos;</p><p>b) extinção de funções ou cargos públicos, quando</p><p>vagos;</p><p>+ Para fins de mera reorganização interna da</p><p>Administração Pública, não é cabível a</p><p>transformação, mediante decreto ou outro ato</p><p>normativo infralegal, de funções de confiança em</p><p>cargos em comissão e vice-versa, uma vez que tais</p><p>postos funcionais possuem naturezas e formas de</p><p>provimento distintas, por expressa disposição</p><p>constitucional (ADI 6.180).</p><p>- A criação e a extinção de órgãos públicos</p><p>dependem de lei (legalidade administrativa).</p><p>- A atribuição pode ser delegada aos Ministros de</p><p>Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao</p><p>Advogado-Geral da União.</p><p>- Viola a CF a extinção, por ato unilateralmente</p><p>editado pelo Chefe do Executivo, de órgãos</p><p>colegiados que, contando com menção em lei em</p><p>sentido formal, viabilizem a participação popular</p><p>na</p><p>condução das políticas públicas (ADI 6121).</p><p>VII - manter relações com Estados estrangeiros e</p><p>acreditar seus representantes diplomáticos;</p><p>Como Chefe de Estado.</p><p>VIII - celebrar tratados, convenções e atos</p><p>internacionais, sujeitos a referendo do Congresso</p><p>Nacional;</p><p>Como Chefe de Estado.</p><p>IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; Como Chefe de Governo.</p><p>Necessita de autorização do Congresso Nacional</p><p>para o estado de sítio e de aprovação para o estado</p><p>de defesa.</p><p>X - decretar e executar a intervenção federal; Como Chefe de Governo.</p><p>Necessita de aprovação do Congresso Nacional para</p><p>o estado de defesa.</p><p>XI - remeter mensagem e plano de governo ao</p><p>Congresso Nacional por ocasião da abertura da</p><p>sessão legislativa, expondo a situação do País e</p><p>solicitando as providências que julgar necessárias;</p><p>Como Chefe de Governo.</p><p>XII - conceder indulto e comutar penas, com</p><p>audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em</p><p>lei;</p><p>Como Chefe de Governo</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 170</p><p>170</p><p>379</p><p>Enquanto o indulto é coletivo e espontâneo, a graça</p><p>é individual e provocada.</p><p>São insuscetíveis de graça e anistia: os crimes de</p><p>terrorismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes</p><p>e drogas afins e os crimes hediondos.</p><p>Decorrem da discricionariedade do Chefe do</p><p>Executivo.</p><p>A atribuição pode ser delegada aos Ministros de</p><p>Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao</p><p>Advogado-Geral da União.</p><p>XIII - exercer o comando supremo das Forças</p><p>Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do</p><p>Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-</p><p>generais e nomeá-los para os cargos que lhes são</p><p>privativos;</p><p>Como Chefe de Governo e das Forças Armadas.</p><p>XIV - nomear, após aprovação pelo Senado</p><p>Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal</p><p>e dos Tribunais Superiores, os Governadores de</p><p>Territórios, o Procurador-Geral da República, o</p><p>presidente e os diretores do banco central e outros</p><p>servidores, quando determinado em lei;</p><p>Como *Chefe de Estado: nomeação de Ministros do</p><p>Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais</p><p>Superiores.</p><p>+ Para José Afonso da Silva, uma vez que tais</p><p>autoridades integram outros Poderes.</p><p>Como Chefe de Governo: em relação aos</p><p>Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da</p><p>República, o presidente e os diretores do banco</p><p>central e outros servidores.</p><p>XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os</p><p>Ministros do Tribunal de Contas da União;</p><p>Como Chefe de Estado.</p><p>+ Para José Afonso da Silva, uma vez que tais</p><p>autoridades integram outros Poderes.</p><p>XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos</p><p>nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;</p><p>Em relação aos magistrados, como Chefe de Estado.</p><p>+ Para José Afonso da Silva, uma vez que tais</p><p>autoridades integram outros Poderes.</p><p>Em relação ao AGU, como Chefe da Administração</p><p>Pública.</p><p>XVII - nomear membros do Conselho da República,</p><p>nos termos do art. 89, VII;</p><p>Convoca e preside como Chefe de Governo.</p><p>XVIII - convocar e presidir o Conselho da República</p><p>e o Conselho de Defesa Nacional;</p><p>Convoca como Chefe de Governo.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 171</p><p>171</p><p>379</p><p>*Para Novelino, atua como Chefe de Estado.</p><p>XIX - declarar guerra, no caso de agressão</p><p>estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional</p><p>ou referendado por ele, quando ocorrida no</p><p>intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas</p><p>condições, decretar, total ou parcialmente, a</p><p>mobilização nacional;</p><p>Como Chefe de Estado.</p><p>Depende de autorização do Congresso Nacional,</p><p>por meio de decreto legislativo.</p><p>XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo</p><p>do Congresso Nacional;</p><p>Como Chefe de Estado.</p><p>Depende de autorização do Congresso Nacional,</p><p>por meio de decreto legislativo.</p><p>XXI - conferir condecorações e distinções</p><p>honoríficas;</p><p>Como Chefe de Estado.</p><p>XXII - permitir, nos casos previstos em lei</p><p>complementar, que forças estrangeiras transitem</p><p>pelo território nacional ou nele permaneçam</p><p>temporariamente;</p><p>Como Chefe de Estado.</p><p>Depende de autorização do Congresso Nacional.</p><p>XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano</p><p>plurianual, o projeto de lei de diretrizes</p><p>orçamentárias e as propostas de orçamento</p><p>previstos nesta Constituição;</p><p>Como Chefe de Governo.</p><p>As leis orçamentárias são de iniciativa privativa do</p><p>Chefe do Executivo.</p><p>XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso</p><p>Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura</p><p>da sessão legislativa, as contas referentes ao</p><p>exercício anterior;</p><p>Como Chefe de Governo.</p><p>Quem julga as contas do Presidente é o Congresso.</p><p>TCU emite parecer prévio.</p><p>XXV - prover e extinguir os cargos públicos</p><p>federais, na forma da lei;</p><p>Como Chefe da Administração Pública.</p><p>A atribuição de prover e desprover cargos públicos</p><p>pode ser delegada aos Ministros de Estado, ao</p><p>Procurador-Geral da República ou ao Advogado-</p><p>Geral da União.</p><p>A delegação não abrange a extinção dos cargos,</p><p>exceto se estiverem vagos.</p><p>+ cargos públicos vagos podem ser extintos por</p><p>decreto autônomo.</p><p>XXVI - editar medidas provisórias com força de lei,</p><p>nos termos do art. 62;</p><p>Como Chefe de Governo.</p><p>Edição de MP com força de lei, ante a presença dos</p><p>pressupostos de relevância e urgência.</p><p>XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta</p><p>Constituição.</p><p>Rol exemplificativo.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 172</p><p>172</p><p>379</p><p>XXVIII - propor ao Congresso Nacional a decretação</p><p>do estado de calamidade pública de âmbito</p><p>nacional previsto nos arts. 167-B, 167-C, 167-D,</p><p>167-E, 167-F e 167-G desta Constituição.</p><p>Como Chefe de Governo</p><p>Quem decreta o estado de calamidade é o</p><p>Congresso Nacional por decreto legislativo.</p><p>Acerca de tais atribuições, é muito explorada pelas bancas a diferença entre decreto autônomo e decreto</p><p>regulamentar. Observe atentamente:</p><p>DECRETO AUTÔNOMO DECRETO REGULAMENTAR</p><p>Ato normativo primário Ato infralegal</p><p>Pode inovar no ordenamento Não pode inovar no ordenamento</p><p>Encontra fundamento na CF Encontra fundamento na lei</p><p>Destinado à fiel execução da lei. Rol taxativo de hipóteses</p><p>Pode ser objeto de controle concentrado Não pode sofrer controle concentrado</p><p>Surgiu pela EC n.º 32/01 Norma originária da CF.</p><p>• Das responsabilidades: o Presidente da República pode ser responsabilizado pelas seguintes</p><p>condutas:</p><p>➢ Crime comum: são infrações penais previstas em leis federais, os quais são praticados ainda</p><p>que o sujeito ativo não exerça cargo ou função pública. Os responsáveis podem ser</p><p>submetidos a pena privativa de liberdade. Abrange crimes eleitorais, crimes dolosos contra</p><p>a vida e até mesmo as contravenções penais</p><p> Foro por prerrogativa de função: compete ao STF processar e julgar (não se aplica a</p><p>ações populares, ações civis públicas, etc.)</p><p> Depende de autorização por 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados.</p><p> Imunidades:</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 173</p><p>173</p><p>379</p><p>▪ Quanto à prisão: enquanto não sobrevier sentença condenatória (não admite</p><p>qualquer prisão cautelar), nas infrações comuns, o Presidente da República</p><p>não estará sujeito a prisão.</p><p>▪ Quanto ao processo: na vigência de seu mandato, não pode ser</p><p>responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (poderá ser</p><p>processado por crime no exercício do mandato ou em razão dele).</p><p>▪ Apenas poderá ser processado por atos estranhos ao mandado quando este</p><p>for encerrado.</p><p>▪ A imunidade formal não é extensível a codenunciados que não se encontram</p><p>investidos em tais funções (Inq. 4.483 AgR).</p><p>▪ Não são aplicadas ao Governador e aos Prefeitos, pois são próprias</p><p>do Chefe</p><p>de Estado (ADI 978).</p><p> Procedimento:</p><p>→ Denúncia é remetida ao STF, que solicitará autorização da Câmara.</p><p>→ Se houver autorização, o STF decidirá se recebe ou não a denúncia.</p><p>→ Caso o STF receba-a, o Presidente ficará suspenso de suas funções por até 180</p><p>dias. Decorrido o prazo sem julgamento, cessará o seu afastamento.</p><p>→ Decisão condenatória: provoca suspensão dos direitos políticos, enquanto</p><p>perdurarem os efeitos da condenação, com perda do mandato. Pode ser</p><p>aplicada pena privativa de liberdade.</p><p>➢ Crime de responsabilidade: são infrações político-administrativas que importam a aplicação</p><p>das sanções de perda do cargo e inabilitação para o exercício de função pública.</p><p> Regência do art. 85 da CF e da Lei n.º 1.079/1950.</p><p> Competência privativa da União: definição dos crimes de responsabilidade e o</p><p>estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento (Súmula vinculante</p><p>n.º 46).</p><p> Estados, DF e Municípios não podem legislar sobre tais crimes:</p><p>▪ Governadores: crimes de responsabilidade regidos pela Lei n.º 1.079/50.</p><p>▪ Prefeitos: crimes de responsabilidade regidos pelo Decreto-Lei n.º 201/67</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 174</p><p>174</p><p>379</p><p> É possível a aplicação subsidiária dos Regimentos das Casas legislativas desde que</p><p>limitada a atos interna corporis (ADPF 378 MC).</p><p> Espécies de crime:</p><p> Procedimento:</p><p>→ Denúncia: pode ser feita por qualquer cidadão perante a Câmara dos</p><p>Deputados.</p><p>→ Admissão da acusação (juízo político de admissibilidade): Câmara dos</p><p>Deputados poderá admitir a denúncia por 2/3 de seus membros.</p><p>▪ Primeiro, o Presidente da Câmara realiza análise do preenchimento das</p><p>formalidades (não cabe recurso dessa decisão e não há, aqui,</p><p>contraditório e nem de ampla defesa).</p><p>▪ Se recebida por ele, após parecer de comissão especial, o Plenário</p><p>realizará votação nominal. Se a denúncia for admitida por dois terços</p><p>será encaminhada ao Senado.</p><p>→ A Câmara dos Deputados elegerá uma comissão de três membros para</p><p>acompanhar o julgamento do acusado (23, §4º, da Lei n.º 1.079/1950).</p><p>→ Processo e julgamento: ocorrem perante o Senado Federal, presidido pelo</p><p>Presidente do STF (este sem poder decisório).</p><p>▪ A priori, o Senado decidirá se instaura ou não o procedimento (maioria</p><p>simples).</p><p>▪ Insaturado, o Presidente da República ficará suspenso de suas funções</p><p>por até 180 dias. Decorrido o prazo sem julgamento, cessará o seu</p><p>afastamento.</p><p>▪ No julgamento pelo Senado, em votação nominal, haverá condenação</p><p>por voto de 2/3 dos seus membros (decisão irrecorrível).</p><p>SÃO CRIMES DE RESPONSABILIDADE (CF + LEI N.º 1.079/50)</p><p>A existência da União;</p><p>O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos</p><p>Poderes constitucionais das unidades da Federação;</p><p>O exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;</p><p>A segurança interna do País;</p><p>A probidade na administração;</p><p>A lei orçamentária;</p><p>A guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos;</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 175</p><p>175</p><p>379</p><p>▪ Renúncia ao cargo, apresentada na sessão de julgamento, quando já</p><p>iniciado este, não paralisa o processo de impeachment (MS 21.689).</p><p>▪ Penas: perda do cargo com inabilitação, por oito anos, para o exercício</p><p>de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis</p><p>(No julgamento da ex-Presidente Dilma Rousseff fez duas votações</p><p>distintas).</p><p>→ Aplicação subsidiária dos regimentos internos da Câmara dos Deputados e do</p><p>Senado Federal, bem como do Código de Processo Penal.</p><p>❖ Cuidado! Diferentemente dos demais agentes políticos, o Presidente da República não é</p><p>submetido à responsabilização por ato de improbidade administrativa (STF. Pet. 3240).</p><p>8.3 – MINISTROS DE ESTADO</p><p>• Ministros de Estado: são agentes políticos, nomeados e exonerados livremente pelo Presidente da</p><p>República, que o auxiliam no exercício de suas atribuições.</p><p>REQUISITOS</p><p>1) Nacionalidade brasileira (nato ou naturalizado).</p><p>Obs.: Ministro do Estado da Defesa deve ser obrigatoriamente nato.</p><p>2) Maiores de vinte e um anos.</p><p>3) Exercício dos direitos políticos.</p><p>• Atribuições: para o STF a competência dos ministérios é definida primariamente por lei e</p><p>secundariamente mediante atos do Presidente da República, o qual pode delegar atribuições aos</p><p>ministros mesmo inexistindo lei expressa a esse respeito (ADI 1.397).</p><p>I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração</p><p>federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente</p><p>da República;</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 176</p><p>176</p><p>379</p><p>+ A referenda de Ministro não é requisito de validade de ato do Presidente (STF. MS 22.706 MC).</p><p>+ A referenda confere corresponsabilidade ao Ministro (responsabilidade solidária).</p><p>II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;</p><p>+ As instruções expedidas por Ministro de Estado, qualificar-se-ão como regulamentos executivos,</p><p>subordinados aos limites jurídicos definidos na regra legal, pois o exercício ministerial do poder</p><p>regulamentar não pode transgredir a lei (ADI 1.075)</p><p>III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;</p><p>IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo</p><p>Presidente da República.</p><p>O Presidente da República poderá ainda delegar a Ministro de Estado:</p><p>1) expedir decreto autônomo;</p><p>2) concessão de indulto e comutação penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos</p><p>em lei;</p><p>3) prover e desprover os cargos públicos federais, na forma da lei.</p><p>• Responsabilidade dos Ministros</p><p>➢ Por crime comum: julgamento perante o STF.</p><p>➢ Por crime de responsabilidade: dependerá da conexão ou não com o do Presidente.</p><p>▪ Conexão com o Presidente da República: julgamento pelo Senado Federal.</p><p>+ autorização de 2/3 dos membros da Câmara dos Deputados.</p><p>▪ Sem conexão com o Presidente da República: julgamento perante o STF.</p><p>CRIMES DE RESPONSABILIDADE PREVISTOS NA LEI N.º</p><p>1.079/50</p><p>CRIMES DE RESPONSABILIDADE PREVISTOS NA CF</p><p>1 - os atos definidos nesta lei, quando por eles</p><p>praticados ou ordenados;</p><p>Art. 50, caput: falta de comparecimento sem</p><p>justificação, perante a Câmara dos Deputados</p><p>ou o Senado Federal, ou qualquer das suas</p><p>comissões, quando uma ou outra casa do</p><p>Congresso os convocar para pessoalmente,</p><p>prestarem informações acerca de assunto</p><p>previamente determinado.</p><p>2 - os atos previstos nesta lei que os Ministros</p><p>assinarem com o Presidente da República ou</p><p>por ordem deste praticarem;</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 177</p><p>177</p><p>379</p><p>3 - A falta de comparecimento sem justificação,</p><p>perante a Câmara dos Deputados ou o Senado</p><p>Federal, ou qualquer das suas comissões,</p><p>quando uma ou outra casa do Congresso os</p><p>convocar para pessoalmente, prestarem</p><p>informações acerca de assunto previamente</p><p>determinado;</p><p>Art. 50, § 2º: Não prestarem dentro em trinta</p><p>dias e sem motivo justo, a qualquer das Câmaras</p><p>do Congresso Nacional, as informações que ela</p><p>lhes solicitar por escrito, ou prestarem-nas com</p><p>falsidade</p><p>4 - Não prestarem dentro em trinta dias e sem</p><p>motivo justo, a qualquer das Câmaras do</p><p>Congresso Nacional, as informações que ela lhes</p><p>solicitar por escrito, ou prestarem-nas com</p><p>falsidade.</p><p>8.4 – CONSELHO DA REPÚBLICA E DE DEFESA NACIONAL</p><p>• Conselho da República: órgão superior de consulta do Presidente da República, cuja organização</p><p>será regida por</p><p>lei.</p><p>• Conselho da Defesa Nacional: órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos</p><p>relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, cuja organização será</p><p>regida por lei.</p><p>• Composição dos Conselhos:</p><p>CONSELHO DA REPÚBLICA CONSELHO DA DEFESA NACIONAL</p><p>Vice-Presidente da República (brasileiro nato) Vice-Presidente da República (brasileiro nato)</p><p>Presidente da Câmara dos Deputados (brasileiro</p><p>nato)</p><p>Presidente da Câmara dos Deputados (brasileiro</p><p>nato)</p><p>Presidente do Senado Federal (brasileiro nato) Presidente do Senado Federal (brasileiro nato)</p><p>Ministro da Justiça Ministro da Justiça</p><p>Líderes da maioria e da minoria na Câmara dos</p><p>Deputados;</p><p>Ministro de Estado da Defesa (brasileiro nato);</p><p>Ministro das Relações Exteriores; Ministro do</p><p>Planejamento.</p><p>Líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;</p><p>Seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta</p><p>e cinco anos de idade:</p><p>- Dois nomeados pelo Presidente da República,</p><p>- Dois eleitos pelo Senado Federal -</p><p>Comandantes da Marinha, do Exército e da</p><p>Aeronáutica (brasileiro nato).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 178</p><p>178</p><p>379</p><p>- Dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos</p><p>com mandato de três anos, vedada a recondução</p><p>• Atribuições:</p><p>CONSELHO DA REPÚBLICA CONSELHO DA DEFESA NACIONAL</p><p>Pronunciar sobre questões relevantes para a</p><p>estabilidade das instituições democrática.</p><p>Opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de</p><p>celebração da paz, nos termos desta constituição;</p><p>Pronunciar sobre intervenção federal, estado de</p><p>defesa e estado de sítio.</p><p>Opinar sobre a decretação do estado de defesa, do</p><p>estado de sítio e da intervenção federal;</p><p>O Presidente da República poderá convocar</p><p>Ministro de Estado para participar da reunião do</p><p>Conselho da REPÚBLICA, quando constar da pauta</p><p>questão relacionada com o respectivo Ministério</p><p>Propor os critérios e condições de utilização de</p><p>áreas indispensáveis à segurança do território</p><p>nacional e opinar sobre seu efetivo uso,</p><p>especialmente na faixa de fronteira e nas</p><p>relacionadas com a preservação e a exploração dos</p><p>recursos naturais de qualquer tipo;</p><p>Estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento</p><p>de iniciativas necessárias a garantir a</p><p>independência nacional e a defesa do estado</p><p>democrático.</p><p>9. PODER JUDICIÁRIO</p><p>• Desempenho da função típica de exercício da jurisdição.</p><p>• No esquema brasileiro, adota-se o sistema de jurisdição una (sistema inglês).</p><p> Somente as decisões proferidas pelo Poder Judiciário são aptas a produzir coisa julgada</p><p>material.</p><p> Aplica-se o princípio da inafastabilidade da jurisdição.</p><p>• De forma atípica, o Judiciário pode exercer função administrativa (sua própria administração) e</p><p>legislativa (regimento interno, resolução).</p><p>• Ativismo judicial surge como atividade que maximiza a força normativa da Constituição.</p><p> Judicial self‐restraint (conhecido como autocontenção): trata-se do papel do Judiciário em</p><p>relação aos outros Poderes, com a finalidade de conter o ativismo demasiado.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 179</p><p>179</p><p>379</p><p>• Estatuto da Magistratura: observa princípios como ingresso na carreira, promoção e criação de órgão</p><p>especial, entre outros.</p><p> Regido por lei complementar de iniciativa do STF.</p><p> A Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN - Lei Complementar n.º 35/1979)</p><p>foi parcialmente recepcionada pela Constituição Federal e cumprirá o papel do</p><p>mencionado Estatuto</p><p> Para o STF, o rol de direitos e vantagens previsto na LOMAN é considerado taxativo.</p><p>➢ Ingresso na carreira: concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos</p><p>Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos</p><p>de atividade jurídica.</p><p> Para o CNJ e o STF, o triênio de atividade jurídica deve ocorrer no momento da inscrição</p><p>definitiva do concurso.</p><p>➢ Promoção: mediante critérios alternados de antiguidade e merecimento.</p><p> Há inconstitucionalidade quando é desrespeitada a aplicação alternada dos requisitos.</p><p> Obrigatoriedade de promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco</p><p>alternadas em lista de merecimento.</p><p> Se for por merecimento: exige-se dois anos de exercício na respectiva entrância e</p><p>integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade desta, salvo se não houver</p><p>com tais requisitos quem aceite o lugar vago;</p><p> Tribunal apenas poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois</p><p>terços de seus membros.</p><p> Merecimento será medido com base no desempenho e nos critérios objetivos de</p><p>produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela frequência e aproveitamento</p><p>em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento</p><p> Vedação à promoção: aplica-se ao juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu</p><p>poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho</p><p>ou decisão;</p><p>➢ Permuta externa e EC n.º 130/23: possibilita a permuta entre juízes de diferentes Tribunais,</p><p>inclusive para os integrantes da Justiça Estadual. Não se estende à remoção de ofício.</p><p>➢ Acesso aos tribunais de segundo grau: far-se-á por dois modos:</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 180</p><p>180</p><p>379</p><p>A) promoção (antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou</p><p>única entrância); ou</p><p>B) quinto constitucional (será estudado adiante).</p><p>➢ Criação de Órgão Especial: trata-se de uma faculdade conferida aos tribunais com número</p><p>superior a vinte e cinco julgadores.</p><p> Composição: mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros.</p><p> Atribuições: administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal</p><p>pleno.</p><p> Pode declarar a inconstitucionalidade de uma norma.</p><p>➢ Publicidade: princípio da Administração Pública que é aplicado às decisões proferidas pelo</p><p>Poder Judiciário.</p><p>- Regra: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e</p><p>fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.</p><p>- Exceção: lei pode limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a</p><p>seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à</p><p>intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.</p><p>+ As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as</p><p>disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros.</p><p>+ Para o STF não há violação à obrigação constitucional de motivação dos atos decisórios a</p><p>decisão de turma recursal de juizados especiais que, em consonância com a Lei 9.099/1995,</p><p>adota como razões de decidir os fundamentos contidos na sentença recorrida (RE 635. 729).</p><p>➢ Prestação Jurisdicional: deverá ser marcada pelas seguintes características:</p><p> Caráter ininterrupto: vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau,</p><p>funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão</p><p>permanente.</p><p> Proporcionalidade do número de magistrados: dependerá da efetiva demanda judicial e</p><p>da respectiva população;</p><p> Distribuição imediata de processos em todos os graus.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 181</p><p>181</p><p>379</p><p> Delegação aos servidores: prática de atos de administração e atos de mero expediente</p><p>sem caráter decisório.</p><p>➢ Subsídio: fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional,</p><p>abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. Verbas indenizatórias</p><p>não estão vedadas.</p><p>1) Teto:</p><p>subsídio dos Ministros do STF.</p><p>2) Subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores: 95% por cento do subsídio dos Ministros</p><p>do STF.</p><p>3) Demais magistrados: fixados por lei.</p><p> escalonados, em nível federal e estadual, não podendo a diferença entre uma e</p><p>outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento.</p><p> Não pode exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros</p><p>dos Tribunais Superiores.</p><p> Para o STF, magistratura estadual está sujeita ao mesmo teto da magistratura</p><p>federal, qual seja o subsídio mensal dos Ministros do STF (ADI 3.854).</p><p>➢ Aposentadoria: regidas pelos mesmos critérios fixados para os servidores públicos ocupantes</p><p>de cargo efetivo (art. 40 da CF).</p><p>❖ A aposentadoria compulsória dos magistrados ocorre aos 75 anos de idade (LC</p><p>152/2015).</p><p>❖ STF decidiu que não é possível a instituição de regime previdenciário destinado</p><p>exclusivamente para a magistratura, haja vista o rol taxativo das normas (ADI</p><p>3.297/DF).</p><p>• Quinto Constitucional: trata-se do instituto de reserva de um quinto das vagas de determinados</p><p>tribunais a advogados e membros do Ministério Público.</p><p>➢ A quem se aplica: Tribunais de Justiça e TJDFT, Tribunais Regionais Federais, Tribunais</p><p>Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho.</p><p>➢ Requisitos:</p><p>→ Advogados: notório saber jurídico e de reputação ilibada + mais de dez anos</p><p>de efetiva atividade profissional.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 182</p><p>182</p><p>379</p><p>→ Membros do MP: mais de dez anos de carreira.</p><p>➢ Formação da lista e processo de escolha: os órgãos de representação de classes elaborarão</p><p>lista sêxtupla cos seus membros e a remeterá ao Tribunal.</p><p> Recebida a lista, o Tribunal elabora uma lista tríplice e a envia ao Poder Executivo</p><p>para que, em vinte dias, escolha um de seus integrantes para nomeação.</p><p>▪ TJ dos Estados: cabe ao Governador a escolha.</p><p>▪ TJDFT e Tribunais da União: Cabe ao da Presidente República.</p><p>• Garantia dos Magistrados</p><p>➢ Vitaliciedade: perda do cargo só poderá ocorrer por sentença judicial transitada em julgado.</p><p>→ No 1º grau: é adquirida após dois anos de exercício (obrigatória a participação em</p><p>curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de</p><p>magistrados).</p><p>▪ Antes da aquisição da vitaliciedade, a perda do cargo pode ocorrer mediante</p><p>deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado.</p><p>▪ Ministros do STF podem perder o cargo quando condenados por crime de</p><p>responsabilidade, com julgamento no Senado.</p><p>→ No 2º grau: é adquirida na respectiva posse.</p><p>➢ Inamovibilidade: impede remoção compulsória, ressalvada no caso de interesse público (não</p><p>veda a remoção de ofício).</p><p>→ Remoção por interesse público: depende da maioria absoluta do respectivo tribunal</p><p>ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada a ampla defesa.</p><p>→ Admite-se também a remoção como sanção administrativa aplicada pelo CNJ.</p><p>→ Aplica-se a todo a magistratura (juízes substitutos e titulares).</p><p>➢ Irredutibilidade do subsídio: não garante o valor real do subsídio (não evita os efeitos da</p><p>inflação). Não é absoluta, uma vez que pode sofrer redução relativa ao abate teto e a impostos</p><p>e contribuições previdenciárias.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 183</p><p>183</p><p>379</p><p>❖ A CF assegura aos magistrados foro por prerrogativa de função: aplica-se apenas aos magistrados</p><p>que estão em atividade (STF, RE 549.560).</p><p>MAGISTRADO TIPO DE CRIME TRIBUNAL COMPETENTE</p><p>Juízes do TJ e do TJDFT</p><p>Crime comum</p><p>TJ e TJDFT,</p><p>respectivamente</p><p>Crime eleitoral TRE</p><p>Juízes do Trabalho,</p><p>Militares, Federais</p><p>Crime comum TRF</p><p>Crime eleitoral TRE</p><p>Membros dos tribunais</p><p>de 2º grau (TJ, TJDFT,</p><p>TRF, TRT, TRE)</p><p>Crimes comum e de</p><p>responsabilidade</p><p>STJ</p><p>Ministros dos Tribunais</p><p>Superiores</p><p>Crimes comum e de</p><p>responsabilidade</p><p>STF</p><p>Ministros do STF</p><p>Crime comum próprio STF</p><p>Crime de responsabilidade Senado</p><p>• Vedações aos Magistrados: objetivam assegurar a imparcialidade necessária à atuação jurisdicional.</p><p>I - Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de</p><p>magistério;</p><p>+ A atuação do magistrado no campo do ensino há de ficar limitada ao</p><p>magistério, não alcançando participação em deliberações da entidade que o</p><p>implemente (MS 29.883)</p><p>+ Para o STF é possível o exercício de mais de uma atividade de magistério,</p><p>condicionada ao não prejuízo da atividade judicante (ADI 3.126).</p><p>II - Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;</p><p>+ Abrange também os juízes de paz (STF).</p><p>III - Dedicar-se à atividade político-partidária.</p><p>+ São impedidos de se candidatar aos pleitos (STF).</p><p>IV - Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas</p><p>físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 184</p><p>184</p><p>379</p><p>• Autonomia financeira do Poder Judiciário: refere-se à prerrogativa de elaboração de suas propostas</p><p>orçamentárias, com base na LDO, que devem ser encaminhadas ao Executivo.</p><p>▪ Quem encaminha:</p><p>→ Na União: Presidentes do STF e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos</p><p>respectivos tribunais.</p><p>→ Nos Estados e DF: Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos</p><p>respectivos tribunais.</p><p>Apresentada a proposta no prazo certo, não cabe ao Executivo realizar qualquer juízo de valor</p><p>sobre o montante ou o impacto financeiro. Todavia, cabe-lhe apenas consolidar a proposta</p><p>encaminhada e remetê-la ao órgão legislativo correspondente, sem introduzir nela quaisquer</p><p>reduções ou modificações (ADI 5287).</p><p>▪ Não encaminhada no prazo: Poder Executivo considerará os valores aprovados na lei</p><p>orçamentária vigente, com os ajustes pertinentes.</p><p>▪ Encaminhadas em desacordo com os limites da LDO: Poder Executivo procederá aos</p><p>ajustes necessários.</p><p>▪ Vedação: despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos</p><p>na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a</p><p>abertura de créditos suplementares ou especiais.</p><p>O STF reconheceu a inconstitucionalidade da limitação das despesas previstas em folha</p><p>complementar pertencentes ao Poder Judiciário e ao Ministério Público a percentual do gasto</p><p>anual da folha normal de pagamento, sem a devida participação efetiva desses órgãos</p><p>financeiramente autônomos no ato de estipulação em conjunto dessa limitação na Lei de</p><p>Diretrizes Orçamentárias (ADI 7340 MC).</p><p>• Autonomia administrativa do Poder Judiciário: refere-se à organização interna dos órgãos.</p><p>➢ Competência privativa dos tribunais:</p><p>a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos.</p><p>V - Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de</p><p>decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou</p><p>exoneração (quarentena de saída).</p><p>+ Pode advogar em outros juízos, exceto perante o juízo do qual se afastou pelo</p><p>prazo de 3 anos.</p><p>+ Não se aplica aos dois advogados que integram o TRE, nem aos dois advogados</p><p>que integram o TSE (exercem mandato de 2 anos).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 185</p><p>185</p><p>379</p><p>b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem</p><p>vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;</p><p>c) prover os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;</p><p>d) propor a criação de novas varas judiciárias;</p><p>e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, os cargos</p><p>necessários à administração</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 13</p><p>13</p><p>379</p><p>Nas Constituições flexíveis, não há previsão de mecanismo de alteração do texto</p><p>constitucional (utiliza-se o mesmo procedimento de alteração das demais leis).</p><p>Constituição super-rígida: caracterizada pela existência de núcleo intangível, sendo as</p><p>demais normas alteráveis por processo legislativo mais qualificado que o ordinário.</p><p>• Quanto à correspondência com a realidade (ontológica de Karl Loewenstein):</p><p>NORMATIVA NOMINATIVA SEMÂNTICA</p><p>Cumpre seu papel de forma</p><p>efetiva, de modo que há uma</p><p>conformação entre seu texto e a</p><p>realidade.</p><p>Possui validade jurídica, mas sem</p><p>adaptação de seu texto ao</p><p>processo político. Logo, inexiste</p><p>plena integração das normas com</p><p>a realidade social.</p><p>Apenas objetiva legitimar o</p><p>poder nas mãos de poucos.</p><p>Assim, trata-se de mera</p><p>formalização da situação</p><p>existente entre os detentores do</p><p>poder político.</p><p>• Quanto à dogmática (ideologia):</p><p>CONSTITUIÇÃO ECLÉTICA CONSTITUIÇÃO ORTODÓXICA</p><p>Concilia várias ideologias, ainda que opostas.</p><p>Marcada pelo pluralismo político.</p><p>Admite apenas uma ideologia política.</p><p>• Quanto ao objeto:</p><p>CONSTITUIÇÃO LIBERAL CONSTITUIÇÃO SOCIAL</p><p>Caracterizada pela mínima intervenção estatal na</p><p>liberdade individual e pela prevalência dos direitos</p><p>fundamentais de primeira dimensão.</p><p>Contempla normas específicas de proteção ao bem-</p><p>estar social. Está firmada em direitos fundamentais</p><p>de segunda dimensão.</p><p>• Quanto à origem de decretação:</p><p>CONSTITUIÇÃO AUTÔNOMA CONSTITUIÇÃO HETERÔNOMA</p><p>Constituição elaborada por um órgão constituinte</p><p>do próprio Estado regido por ela.</p><p>Produzida por órgão internacional ou órgão</p><p>constituinte de outro Estado. Manifesta-se pela</p><p>relativização da soberania do Estado (ex. Carta do</p><p>Canadá e da Nova Zelândia).</p><p>• Quanto ao sistema:</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 14</p><p>14</p><p>379</p><p>CONSTITUIÇÃO PRINCIPIOLÓGICA CONSTITUIÇÃO PRECEITUAL</p><p>Apresenta normas dotadas de elevado grau de</p><p>abstração e de valores a serem mediados pelo</p><p>Estado.</p><p>Manifesta preferência às regras jurídicas, com</p><p>pouco grau de abstração.</p><p>A Constituição Federal de 1988 é classificada como: formal, escrita, dogmática, analítica,</p><p>dirigente, promulgada, rígida, normativa, eclética, autoconstituição, social e principiológica.</p><p>1.5 – HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS</p><p>De 1822 até hoje, o Brasil já conheceu várias constituições. As principais características de cada uma delas,</p><p>vez ou outra, são cobradas em provas em provas objetivas de procuradorias.</p><p>• Constituição de 1824</p><p> Constituição do Império, classificada, quanto à origem, como outorgada.</p><p> Previsão de limitação temporal ao poder de reforma por quatro anos.</p><p> Considerada como semirrígida (um procedimento mais complexo e um simples).</p><p> Existência de quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Poder Moderador.</p><p> O Estado era unitário, com divisão apenas administrativa em províncias.</p><p> Forma de governo: monarquia hereditária, constitucional e representativa.</p><p> Poder Executivo: chefiado pelo Imperador, por meio dos Ministros de Estado.</p><p> Poder Legislativo era representado por Assembleia Geral:</p><p>- Deputados com mandatos eletivos e temporários.</p><p>- Senadores eram vitalícios e escolhidos pelo Imperador, a partir de lista tríplice.</p><p> Sufrágio censitário (aspectos econômicos), vedado às mulheres e aos analfabetos.</p><p> Catolicismo como religião oficial, sob o regime de padroado.</p><p>O que é a Constituição da Mandioca?</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 15</p><p>15</p><p>379</p><p>Trata-se de um projeto constitucional de 1823 anterior à Carta</p><p>de 1824, que pretendia estabelecer o voto com base na renda</p><p>mínima anual em alqueires de mandioca.</p><p>(Assunto já cobrado na prova de advocacia pública).</p><p>• Constituição de 1891</p><p> Adotou a República como forma de governo e o presidencialismo como sistema de governo.</p><p> Forma de Estado: Federação, com autonomia dos estados-membros.</p><p> Quanto à origem, é classificada como promulgada (Assembleia Nacional Constituinte).</p><p> Inspirada na Constituição Liberal dos Estados Unidos.</p><p> Houve a extinção do Poder Moderador.</p><p> Poder Executivo, chefiado pelo Presidente da República, eleito para mandado de quatro anos.</p><p> Parlamento bicameral: Câmara dos Deputados (mandato de 3 anos) e Senado (mandato de 9</p><p>anos).</p><p> Supremo Tribunal Federal como órgão máximo do Judiciário.</p><p> Adoção do controle difuso de constitucionalidade com efeitos inter partes.</p><p> Abolição do voto censitário: voto aberto garantido aos brasileiros maiores de 21 anos (vedado</p><p>aos analfabetos e às mulheres, entre outros)</p><p> Surgimento do habeas corpus, inclusive o preventivo.</p><p>• Constituição de 1934</p><p> Inspirada na Constituição de Weimar, introduziu direitos fundamentais de segunda geração.</p><p> Quanto à origem, é classificada como promulgada.</p><p> Composição da Câmara dos Deputados:</p><p>- Deputados eleitos, segundo o sistema proporcional;</p><p>- Deputados classistas, profissionais eleitos por suas respectivas categorias;</p><p> Houve mitigação das atividades do Senado.</p><p> Coube ao Senado suspender a aplicação lei declarada inconstitucional pelo STF (erga omnes).</p><p> Criação da ação direta de inconstitucionalidade interventiva.</p><p> Surgimento do recurso extraordinário.</p><p> O voto passou a ser secreto, assegurado, inclusive, às mulheres.</p><p> Instituição do mandado de segurança e da ação popular.</p><p>• Constituição de 1937</p><p> Conhecida como "a Polaca", inspirada na constituição fascista da Polônia.</p><p> Quanto à origem, é classificada como outorgada.</p><p> Início do Estado Novo (a fase ditatorial de Vargas).</p><p> Autoritária e centralista, conferiu amplos poderes ao Presidente da República.</p><p> Redução da autonomia dos estados-membros.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 16</p><p>16</p><p>379</p><p> Instituiu a censura prévia e a pena de morte.</p><p> Dissolução dos partidos políticos.</p><p> Criação do Tribunal de Segurança Nacional (Tribunal de exceção).</p><p> Extinção da Justiça Federal e da Eleitoral.</p><p> Mandado de segurança deixou de ter garantia constitucional.</p><p>• Constituição de 1946</p><p> Marcada pela redemocratização do país.</p><p> Quanto à origem, é classificada como promulgada.</p><p> Forma de governo: República.</p><p> Forma de Estado: Federação.</p><p> Retorno do princípio da separação dos poderes.</p><p> Mandado do Presidente da República: cinco anos, vedada a recondução.</p><p> Equilíbrio de atuação entre Câmara dos Deputados e Senado Federal.</p><p> Recriação da Justiça Eleitoral.</p><p> Ampla proteção dos direitos fundamentais: vedação à prisão perpétua e à pena de morte,</p><p>salvo guerra declarada).</p><p> Sufrágio universal e o voto direto e secreto.</p><p> Constitucionalização do direito de greve.</p><p> Pluralismo político e caráter nacional dos partidos políticos.</p><p>• Constituição de 1967</p><p> Concentração de poder no Executivo.</p><p> Enfraquecimento do Legislativo e do Judiciário.</p><p> Considerada outorgada, para fins de prova, NÃO foi fruto dos representantes do povo,</p><p>embora consultado o Congresso Nacional.</p><p> Chefe do Executivo eleito de forma por sufrágio do Colégio Eleitoral mediante votação</p><p>nominal.</p><p> Restringiu a proteção dos direitos fundamentais, em especial a liberdade de pensamento.</p><p> Fechamento do Congresso Nacional em 1968.</p><p> Edição do Ato Institucional Nº. 5 de 1968, que excluiu da apreciação do Judiciário todos os</p><p>atos praticados conforme suas disposições.</p><p>• Emenda Constitucional n.º 1 de 1969 (há divergência doutrinária se é considerada ou não uma nova</p><p>Constituição).</p><p> Classificada como outorgada.</p><p> Permitiu a aplicação das penas da legislação</p><p>da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;</p><p>f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e</p><p>servidores que lhes forem imediatamente vinculados;</p><p>➢ Competência privativa do STF, dos Tribunais Superiores e dos TJ's: propor ao Poder</p><p>Legislativo (dependem de lei).</p><p>a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores (demanda de lei e</p><p>iniciativa privativa do próprio Tribunal - ADI 3.362)</p><p>b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos</p><p>juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e</p><p>dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver;</p><p>c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;</p><p>d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;</p><p>• Súmula Vinculante: refere-se ao processo de aprovação, revisão ou cancelamento (Lei n.º</p><p>11.417/06), com aplicação subsidiária do Regimento Interno do STF.</p><p>➢ Órgão Competente: STF, de ofício ou mediante provocação dos legitimados abaixo.</p><p> Proposta não autoriza a suspensão de processos sobre a mesma questão.</p><p>ROL DE LEGITIMADOS</p><p>Autônomos Incidentais</p><p>I - o Presidente da República;</p><p>O Município poderá propor,</p><p>incidentalmente ao curso de processo</p><p>em que seja parte, a edição, a revisão ou</p><p>o cancelamento de enunciado de súmula</p><p>vinculante, o que não autoriza a</p><p>suspensão do processo.</p><p>(Cara de prova de PGM!)</p><p>II - a Mesa do Senado Federal;</p><p>III – a Mesa da Câmara dos Deputados;</p><p>IV – o Procurador-Geral da República;</p><p>V - o Conselho Federal da Ordem dos</p><p>Advogados do Brasil;</p><p>VI - o Defensor Público-Geral da União;</p><p>VII – partido político com representação</p><p>no Congresso Nacional;</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 186</p><p>186</p><p>379</p><p>VIII – Confederação sindical ou entidade</p><p>de classe de âmbito nacional;</p><p>IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou</p><p>da Câmara Legislativa do Distrito</p><p>Federal;</p><p>X - o Governador de Estado ou do Distrito</p><p>Federal;</p><p>XI - os Tribunais Superiores, TJs e TJDFT,</p><p>TREs, TRFs, TRTs e os Tribunais Militares.</p><p>➢ Manifestação prévia do PGR.</p><p>➢ Requisitos: decisão de 2/3 dos membros do STF (sessão plenária), após reiteradas decisões</p><p>sobre matéria constitucional.</p><p>➢ Eficácia: efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à</p><p>administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.</p><p> Produção imediata de efeitos, salvo modulação (segurança jurídica ou de excepcional</p><p>interesse público) por decisão de 2/3 (dois terços) dos membros do STF:</p><p>1) para restringir os efeitos vinculantes; ou</p><p>2) decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento.</p><p>➢ Objeto: a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas.</p><p> Exige-se uma controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante</p><p>multiplicação de processos sobre idêntica questão.</p><p>➢ Publicação do enunciado: em 10 dias contados da sessão, na seção especial do Diário da</p><p>Justiça e do Diário Oficial da União.</p><p>➢ Admissão de Amicus Curiae: decisão irrecorrível.</p><p>➢ Revogação ou modificação de ato normativo que fundou a súmula:</p><p> Regra: deve ser revisada ou cancelada a referida súmula (Tese do Tema n.º 477 de RG).</p><p> Exceção: desnecessidade de revisão ou cancelamento, por decisão do STF, baseada</p><p>nas circunstâncias fáticas.</p><p>➢ Requisitos para revisão ou cancelamento de súmula vinculante (STF):</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 187</p><p>187</p><p>379</p><p> Evidente superação da jurisprudência do STF no trato da matéria; ou</p><p> Alteração legislativa quanto ao tema; ou</p><p> Modificação substantiva de contexto político, econômico ou social.</p><p>➢ Violação do enunciado de súmula vinculante: caberá reclamação, para o STF, em face de</p><p>decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante,</p><p>negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente.</p><p> Esgotamento das vias ordinárias: exigido para os casos de omissão ou ato da</p><p>administração pública.</p><p> Procedência da reclamação pelo STF: anula-se o ato administrativo ou cassa-se a</p><p>decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem</p><p>aplicação da súmula, conforme o caso.</p><p>9.1 – REGIME DE PRECATÓRIOS</p><p>• Conceito: trata-se do sistema constitucionalmente previsto para os pagamentos devidos pela</p><p>Fazenda Pública (Federal, Estadual, Distrital e Municipal), em virtude de sentença judiciária,</p><p>mediante observância da ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos</p><p>respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos</p><p>adicionais abertos para este fim.</p><p>→ Apenas se refere à obrigação de pagar (não impede execução provisória de obrigação de</p><p>fazer contra a Fazenda Pública - RE 573.872).</p><p>→ Não é aplicado aos pagamentos devidos por Conselho Profissional (Tema n.º 877 de RG).</p><p>→ Via de Regra, não é aplicado às empresas públicas e às sociedades de economia mista.</p><p> Exceção: aplica-se o sistema de precatórios às empresas estatais prestadoras</p><p>de serviço próprio de Estado e em regime não concorrencial, a exemplo da Casa</p><p>da Moeda do Brasil (ADPF 387).</p><p>→ Não se aplica ao sistema de pagamento de obrigações mediante requisição de pequeno</p><p>valor.</p><p> Cada ente possui autonomia para fixar seu "pequeno valor" por lei, com base em</p><p>sua capacidade econômica.</p><p> Limite mínimo fixado pela CF: valor do maior benefício do RGPS.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 188</p><p>188</p><p>379</p><p> STF (Info 1125/2024): É vedado aos entes ampliar a dispensa de precatórios para</p><p>hipóteses não previstas na CF, sob pena de ofensa ao princípio da isonomia, uma</p><p>vez consideradas as situações não abarcadas pelo privilégio.</p><p> O art. 87 do ADCT estabeleceu o que é considerado pequeno valor para Estados e</p><p>Municípios que não editaram suas leis:</p><p>1) Estados: 40 salários mínimos.</p><p>2) Municípios: 30 salários mínimos.</p><p> O "pequeno valor" da União corresponde a 60 salários mínimos.</p><p>O regime de precatória é um dos temas que o(a) aluno(a) não pode deixar de revisar para fazer</p><p>uma prova de procuradoria. Assim, vale destacar que o STF fixou a seguinte tese para o Tema</p><p>n.º 1.321 da RG:</p><p>(I) As unidades federadas podem fixar os limites das respectivas requisições de pequeno valor</p><p>em patamares inferiores aos previstos no artigo 87 do ADCT, desde que o façam em consonância</p><p>com sua capacidade econômica.</p><p>(II) A aferição da capacidade econômica, para este fim, deve refletir não somente a receita, mas</p><p>igualmente os graus de endividamento e de litigiosidade do ente federado.</p><p>(III) A ausência de demonstração concreta da desproporcionalidade na fixação do teto das</p><p>requisições de pequeno valor impõe a deferência do Poder Judiciário ao juízo político-</p><p>administrativo externado pela legislação local.</p><p>• Obrigatoriedade de inclusão no orçamento: os entes públicos devem incluir, em seus orçamentos,</p><p>verba necessária ao pagamento de precatórios apresentados até 2 de abril.</p><p> Pagamento: até o final do exercício seguinte (31 de dezembro do ano posterior),</p><p>quando terão seus valores atualizados monetariamente.</p><p> Consignação das dotações orçamentárias diretamente ao Poder Judiciário: cabe ao</p><p>Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento</p><p>integral.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 189</p><p>189</p><p>379</p><p>+ Atos do Presidente do Tribunal possuem não possuem natureza jurisdicional</p><p>- natureza administrativa (Súmula n.º 311 do STJ) - e não são passíveis de</p><p>recurso</p><p>militar em tempo de paz.</p><p> Restringiu a liberdade das ciências, letras e arte, através da censura.</p><p> Revogação do AI-5 em 1978. Marca-se o início do processo da redemocratização no país.</p><p>• Constituição de 1988</p><p> Constituição promulgada em 05 de outubro de 1988, considerada a "Constituição Cidadã".</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 17</p><p>17</p><p>379</p><p> Ampliou o rol de direitos e garantias fundamentais.</p><p> Estabeleceu o habeas data e o mandado de injunção.</p><p> Primeira Carta a se preocupar com a tutela do meio ambiente.</p><p> Adoção do sistema de freios e contrapesos.</p><p> Previsão de eleições diretas para a Chefia do Executivo.</p><p> Criação da ADC, ADI por omissão e da ADPF.</p><p> Ampliação do rol de legitimados da ADI.</p><p>❖ Obs: Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988 foi convocada por uma emenda à Constituição</p><p>anterior - EC n.º 26/85.</p><p>1.6 – APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS</p><p>Em relação à aplicabilidade das normas constitucionais, a doutrina apresenta variadas classificações a</p><p>depender do doutrinador. Abaixo, colaciona-se as classificações imprescindíveis para a prova.</p><p>• Classificação de José Afonso da Silva:</p><p>Normas de eficácia plena</p><p>Uma vez publicada a CF, produzem todos os</p><p>efeitos jurídicos, independentemente de</p><p>complementação, sem comportar restrição</p><p>legal (ex.: art. 5º, III, da CF/88).</p><p>Trata-se de aplicabilidade direta, imediata e</p><p>integral.</p><p>Normas de eficácia contida</p><p>Apresentam capacidade de produção, desde</p><p>logo, de todos os seus efeitos jurídicos, mas</p><p>admitem de restrições legais (ex.: Art. 5º, XIII, da</p><p>CF/88).</p><p>Trata-se de aplicabilidade direta, imediata e</p><p>possivelmente não integral ou restringível.</p><p>Normas de eficácia limitada</p><p>Não possui aptidão para produzir desde logo</p><p>todos os seus efeitos, uma vez que demanda a</p><p>complementação pelo legislador ordinário.</p><p>Trata-se de aplicabilidade indireta, mediata e</p><p>reduzida.</p><p> As normas de eficácia limitada são subdivididas em duas categorias:</p><p>➢ Normas limitadas de princípio institutivo: são aquelas que traçam esquemas</p><p>gerais de estruturação e atribuições de órgãos, entidades ou institutos, a serem</p><p>efetivados pelo legislador ordinário (ex.: Art. 18, §3º, da CF/88).</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 18</p><p>18</p><p>379</p><p>➢ Normas limitadas de princípio programático: buscam a implementação de</p><p>política, diretrizes e fins de governo a ser seguida pelo legislador ordinário (ex.:</p><p>Art. 7º, XXVII, da CF/88). Criam direito subjetivo negativo, cujo desrespeito a tais</p><p>normas implica em inconstitucionalidade.</p><p> Atenção! Ainda não regulamentadas, as normas de eficácia limitada possuem eficácia jurídica:</p><p>→ Revogam dispositivos anteriores;</p><p>→ Impedem que sejam produzidas normas ulteriores que contrariem os seus</p><p>propósitos;</p><p>• Classificação de Maria Helena Diniz:</p><p>Normas de eficácia absoluta Denominadas de supereficazes, são aquelas</p><p>intangíveis e não emendáveis (ex.: cláusulas</p><p>pétreas).</p><p>Normas de eficácia plena Dispõe sobre relações jurídicas ou o processo de</p><p>sua efetivação, com a produção de efeitos</p><p>imediatos.</p><p>Normas de eficácia relativa restringível Emanam ideia semelhante às normas de</p><p>eficácia contida (José Afonso da Silva).</p><p>Normas de eficácia relativa complementável Apresentam concepção idêntica às normas de</p><p>eficácia limitada (José Afonso da Silva).</p><p>• Classificação de Celso Bastos e Ayres Brito:</p><p>Normas de aplicação Caracterizadas pela completude em relação ao</p><p>sentido e alcance. Assim, estão aptas à produção</p><p>de seus efeitos sem a necessidade de</p><p>regulamentação superveniente.</p><p>Normas de integração Dependem de integração por legislação</p><p>infraconstitucional, para completá-las ou reduzi-</p><p>las.</p><p>• Outras definições:</p><p>Normas autoexecutáveis</p><p>São normas constitucionais completas,</p><p>suficientes em si e precisas. Possuem os meios</p><p>pelos quais se possa exercer ou cumprir o seu</p><p>conteúdo.</p><p>Diferentemente, são as normas incompletas ou</p><p>insuficientes, as quais demanda a edição de</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 19</p><p>19</p><p>379</p><p>Normas não autoexecutáveis normas regulamentadoras pelo legislador</p><p>infraconstitucional;</p><p>Normas de eficácia exaurida</p><p>Tratam-se de normas que não mais apresentam</p><p>eficácia jurídica pela cessação dos seus efeitos</p><p>jurídicos.</p><p>(ex.: artigos 1º e 2º do ADCT).</p><p>• A interpretação das normas constitucionais deve levar em consideração a evolução da sociedade.</p><p> É possível a inexistência de correlação perfeita entre a finalidade atual da norma e a almejada</p><p>pelo Poder Legislativo, que a produziu.</p><p>1.7 – NORMAS CONSTITUCIONAIS NO TEMPO</p><p>• Vacatio Constituitionis (ou vacância da Constituição): refere-se ao lapso decorrido entre o dia da</p><p>publicação de uma Constituição e o dia de entrada em vigor de seus dispositivos.</p><p> Inexistindo cláusula especial (prazo diferenciado) para o início de sua vigência, no Brasil a</p><p>Constituição produzirá efeitos imediatos.</p><p> A CF/88 não adotou a vacatio constitutionis e entrou em vigência na sua publicação.</p><p>• Constituição Nova x Constituição Pretérita: a doutrina elenca quatro principais teorias.</p><p>➢ Revogação: o advento da nova Constituição causa a revogação total da anterior, havendo ou</p><p>não compatibilidade com as novas disposições. Em outras palavras, ocorre uma ruptura</p><p>espaço-temporal com a ordem constitucional substituída.</p><p> É a teoria adotada no Brasil.</p><p> Todavia, é possível que normas do ordenamento anterior subsistam se houver</p><p>previsão expressa em tal sentido na nova Carta.</p><p>➢ Desconstitucionalização: ocorre quando, havendo compatibilidade com a nova Constituição,</p><p>normas constitucionais anteriores são mantidas no ordenamento com hierarquia</p><p>infraconstitucional.</p><p> Exige previsão explícita na nova Carta.</p><p>➢ Recepção material: se demonstrarem compatibilidade material com a nova Carta, as normas</p><p>constitucionais do ordenamento anterior continuam válidas ainda que a título secundário e</p><p>com caráter precário de normas constitucionais.</p><p> Exige previsão explícita na nova Carta.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 20</p><p>20</p><p>379</p><p>➢ Repristinação: manifesta-se quando uma norma revogada é restabelecida pelo fato de a</p><p>norma revogadora ter sofrido revogação por uma terceira.</p><p> No Brasil, somente é admitida a repristinação expressa, sendo vedada a tácita.</p><p> Repristinação tácita NÃO se confunde com o efeito repristinatório.</p><p> Efeito repristinatório: ocorre com a concessão de medida cautelar em ADI que resulta</p><p>na suspensão da vigência da norma impugnada, provocando o retorno da legislação</p><p>anteriormente aplicada ao caso, salvo expressa manifestação em sentido contrário.</p><p>• Constituição Nova x Leis Infraconstitucionais: é analisada apenas a compatibilidade material da lei</p><p>pretérita com a nova Carta, independentemente da compatibilidade formal.</p><p>➢ Recepção: leis e os atos normativos pretéritos compatíveis materialmente com a</p><p>Constituição superveniente são recepcionados. São três requisitos:</p><p> Estar vigente quando promulgada a nova Constituição;</p><p> ter conteúdo compatível com a nova Constituição;</p><p> ter sido produzida de modo válido (no Brasil, não é admitida a constitucionalização</p><p>superveniente).</p><p>➢ Revogação: leis e os atos normativos pretéritos incompatíveis materialmente com a</p><p>Constituição superveniente são revogados. O STF (ADI 04) rechaça a chamada</p><p>inconstitucionalidade superveniente.</p><p>• Retroatividade das normas constitucionais em relação aos negócios jurídicos:</p><p>➢ Retroatividade mínima: posição adotada pelo STF (RE 242.740), indica que as normas</p><p>constitucionais</p><p>novas alcançam imediatamente os efeitos futuros de atos pretéritos.</p><p> O entendimento do STF supracitado é aplicado apenas à Constituição Federal (RE</p><p>143.812).</p><p>➢ Retroatividade média: alcançam as prestações pendentes (vencidas e não cumpridas) de</p><p>negócios celebrados pretéritos.</p><p>➢ Retroatividade máxima: a norma nova atinge atos já consumados, inclusive a coisa julgada.</p><p>➢ Irretroatividade: a norma posterior só alcança fatos futuros, após a sua entrada em vigor.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 21</p><p>21</p><p>379</p><p>1.8 – HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL</p><p>A hermenêutica constitucional consiste no âmbito da ciência jurídica responsável pelo estudo dos métodos</p><p>e princípios que auxiliam na interpretação constitucional.</p><p>• Correntes norte-americanas de interpretação:</p><p>➢ Corrente interpretativista (ou procedimentalista): defende que, ao interpretar a</p><p>Constituição, o magistrado está limitado a declarar o sentido expresso em seus dispositivos,</p><p>não podendo ir além dele.</p><p>➢ Corrente não interpretativista (ou substancial): sustenta a possibilidade de o juiz invocar e</p><p>aplicar valores e princípios substantivos, como princípios de liberdade e justiça, na</p><p>interpretação da Constituição.</p><p>O que significa a "sociedade aberta de intérpretes"?</p><p>Expressão defendida por Peter Härbale, referindo-se à missão de toda a</p><p>comunidade de interpretar a Constituição. Isto é, trata-se de processo</p><p>aberto com participação de todos quantos estão sujeitos à jurisdição</p><p>constitucional.</p><p>• Teorias relacionadas à explicação da finalidade da hermenêutica:</p><p>➢ Teoria subjetivista/estática/originalista/voluntarista: sustenta que a lei deve ser</p><p>interpretada para extrair a intenção do legislador no momento da elaboração de uma norma</p><p>jurídica.</p><p>➢ Teoria objetivista/não originalista/não voluntarista): defende que a função da interpretação</p><p>é aplicar a norma jurídica da forma a extrair a sua própria vontade.</p><p>• Teoria dos diálogos institucionais: defende o compartilhamento, entre os Poderes estatais e os</p><p>diversos segmentos da sociedade, da missão de interpretar o sentido da Constituição, sem que se</p><p>destine a qualquer órgão a exclusividade de dizer a "última palavra" (STF. RE 1116485).</p><p> A interpretação constitucional deve ser objeto de um processo de construção plural,</p><p>em busca do aperfeiçoamento de soluções democráticas às questões de interesse</p><p>público.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 22</p><p>22</p><p>379</p><p> Correlaciona-se com a possibilidade de reação legislativa (reversão jurisprudencial ou</p><p>efeito blacklash):</p><p>▪ Efeitos das decisões em controle abstrato de constitucionalidade não vinculam</p><p>o Poder Legislativo.</p><p>▪ Permite-se a edição de emendas constitucionais (observadas as cláusulas</p><p>pétreas e as regras do processo legislativo) ou leis que já tenham sido</p><p>declaradas inconstitucionais pelo STF.</p><p>▪ "Leis in your face": legislação ordinária que colida frontalmente com a</p><p>jurisprudência do STF nasce com presunção relativa de inconstitucionalidade</p><p>(ADI 5105/DF).</p><p>- Escrutínio de constitucionalidade mais rigoroso: caberá ao legislador</p><p>ordinário o ônus de argumentar, fundamentadamente, a necessidade</p><p>de correção do precedente ou comprovar o desaparecimento das</p><p>premissas fáticas e axiológicas que deram base ao posicionamento</p><p>jurisprudencial.</p><p>▪ Decisões do STF encerram a chamada “última palavra provisória”.</p><p>• Princípios de interpretação da Constituição (normas constitucionais dotadas de eficácia):</p><p>→ Princípio da unidade da constituição: as normas constitucionais devem ser analisadas como</p><p>um conjunto unitário de regras e princípios instituídos na Constituição. Devem ser evitadas</p><p>contradições e antinomias entre suas normas.</p><p>→ Princípio da concordância prática ou da harmonização: diante da concorrência entre bens</p><p>constitucionalmente tutelados, deve ser adotada a solução que otimize a realização de todos</p><p>eles, sem haver sacrifício total de um deles.</p><p>→ Princípio da correção funcional (conformidade funcional, ou exatidão funcional, ou</p><p>justeza): tem como finalidade obstar a modificação da repartição de funções estatuídas na</p><p>Constituição. Em outras palavras, veda-se a subversão do esquema organizatório-funcional</p><p>constitucional.</p><p>→ Princípio do efeito integrador: confere ao intérprete, ao solucionar os problemas</p><p>constitucionais, o dever de dar primazia aos critérios favorecedores da integração política e</p><p>social, bem como ao reforço da unidade política.</p><p>→ Princípio da força normativa da constituição: indica que cabe ao intérprete dar à</p><p>Constituição a máxima aplicabilidade possível. Além disso, é devida a garantia de a sua</p><p>permanência e eficácia no ordenamento jurídico.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 23</p><p>23</p><p>379</p><p>→ Princípio da máxima efetividade: aplicado no âmbito dos direitos fundamentais, aduz que,</p><p>inalterados o sentido e o conteúdo da Constituição, cabe ao intérprete buscar a maior</p><p>proximidade possível do texto Carta Suprema.</p><p>→ Princípio da interpretação conforme a Constituição: em se tratando de normas</p><p>polissêmicas, sustenta que os aplicadores do texto constitucional devem conferir o sentido</p><p>que as torne constitucionais. Ou seja, mantém-se a validade da lei, sendo afastadas as</p><p>interpretações inconstitucionais sem redução do texto.</p><p>→ Princípio da proporcionalidade (ou da razoabilidade): princípio não expresso, defende a</p><p>observância de três elementos: a necessidade, a adequação e a proporcionalidade. Refere-</p><p>se aos valores axiológicos de justiça, equidade, bom senso, prudência e moderação.</p><p>→ Princípio da Supremacia da Constituição: responsável por atribuir à Constituição posição de</p><p>superioridade no ordenamento jurídico em relação às demais normas. Assim, a norma</p><p>constitucional serve como fundamento de validade de todo o conjunto de normas jurídicas.</p><p>→ Princípio da presunção da constitucionalidade das leis: reconhece o caráter excepcional da</p><p>declaração de inconstitucionalidade de uma lei (em casos flagrantes e incontestáveis). Logo,</p><p>o intérprete deverá tentar extrair, sempre que possível, a sua validade.</p><p>→ Princípio da primazia da norma mais favorável à pessoa humana (STF, HC 90.983):</p><p>especialmente aplicado no âmbito dos tratados de direitos humanos, a norma que</p><p>consagra maior proteção à pessoa humana possui preferência em relação às demais.</p><p>• Métodos de interpretação: objetivam a melhor aplicação possível da Constituição.</p><p> Método jurídico ou hermenêutico clássico: decorre da ideia de que a Constituição é uma lei,</p><p>que deve ser interpretada da mesma forma que as demais leis. São cinco elementos:</p><p>▪ Elemento filológico (gramatical ou literal): atém-se ao significado das palavras e</p><p>o seu valor semântico.</p><p>▪ Elemento lógico (sistemático): as normas constitucionais devem ser analisadas à</p><p>luz de todo o ordenamento.</p><p>▪ Elemento teleológico (finalidade): indica que o intérprete deve considerar a</p><p>finalidade (a razão de ser) da norma.</p><p>▪ Elemento histórico (genético): observa a vontade do legislador na ocasião da</p><p>criação da norma.</p><p>▪ Comparativo: ao interpretar a Constituição, analisa-se o modo como são</p><p>resolvidas as questões em Estados estrangeiros.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 24</p><p>24</p><p>379</p><p> Método tópico-problemático (Theodor Viehweg): confere primazia à compreensão do</p><p>problema em face da norma. De acordo com Canotilho, são premissas do método em</p><p>comento:</p><p>▪ Caráter prático da interpretação.</p><p>▪ Caráter aberto da lei constitucional.</p><p>▪ Preferência da resolução do problema.</p><p> Método hermenêutico-concretizador</p><p>(Konrad Hesse): defende que a interpretação deve</p><p>partir da norma para o problema. Apresenta três pressupostos:</p><p>▪ Subjetivo: o intérprete tem uma pré-compreensão do texto da norma.</p><p>▪ Objetivo: cabe ao intérprete mediar entre o texto da norma e o contexto fático</p><p>do problema.</p><p>▪ Círculo hermenêutico: refere-se ao movimento de ir e vir do subjetivo para o</p><p>objetivo e vice e versa.</p><p> Método científico-espiritual (Rudolf Smend): Leva em consideração a ordem ou o sistema</p><p>de valores subjacente à Constituição, bem como o sentido e a realidade que esta possui</p><p>como elemento do processo de integração comunitária. Busca superar o "contraste rígido</p><p>entre norma e fato".</p><p> Método normativo-estruturante (Friedrich Muller): sustenta que a norma não se confunde</p><p>com o texto normativo (este é apenas a “ponta do iceberg”). Para o referido método, a norma</p><p>constitucional compreende tanto o texto quanto a realidade social.</p><p>Em que consiste a Teoria dos Poderes Implícitos?</p><p>Trata-se de teoria origem norte-americana, a qual leciona que, quando a Constituição</p><p>confere uma competência a um órgão, implicitamente também confere os poderes</p><p>necessários à execução dessa competência.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 25</p><p>25</p><p>379</p><p>A aplicação da teoria supracitada no Brasil ocorreu quando o STF reconheceu que o</p><p>Tribunal de Contas detém a prerrogativa para aplicar medidas cautelares, ainda que não</p><p>expressa na CF (MS 26.547-MC/DF).</p><p>1.9 – PREÂMBULO E ADCT</p><p>• Conceito de Preâmbulo: consiste na apresentação do texto constitucional e na definição das</p><p>intenções do legislador constituinte.</p><p> Consoante o entendimento do STF (ADI 2076-5), o preâmbulo não possui natureza de norma</p><p>jurídica.</p><p> Natureza de princípio constitucional (doutrina majoritária).</p><p> Marcado pela ausência de força normativa e de caráter vinculante.</p><p> É dotado de relevância política e histórica.</p><p> Pode ser utilizado na interpretação da Constituição, com função argumentativa.</p><p> Não é dispositivo de reprodução obrigatória para os Estados-membros.</p><p> Invocação da proteção de Deus (invocatio Dei): não se trata de norma de reprodução</p><p>obrigatória na Constituição estadual (ADI 2076), não possui força normativa, nem enfraquece</p><p>a laicidade.</p><p>• Normas do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: são normas transitórias, dotadas de</p><p>força normativa, que podem ser divididas em duas categorias:</p><p>➢ Normas de transição: passagem entre a Constituição de 1967/69 e a Carta atual (ex.: art. 9º</p><p>do ADCT).</p><p>➢ Regras transitórias: encontrarão exaurimento na ocorrência de seus efeitos (ex.: art. 2º do</p><p>ADCT).</p><p>→ Embora sem força normativa, normas já exauridas do ADCT podem ser utilizadas na</p><p>interpretação da Constituição, haja vista sua força política.</p><p>2. PODER CONSTITUINTE</p><p>O poder constituinte consiste naquele exercido pelo legislador constituinte ao criar ou ao atualizar normas</p><p>constitucionais.</p><p>→ Para o abade Emmanuel Sieyès, em "O que é o Terceiro Estado", atribuiu a titularidade do</p><p>poder à nação.</p><p>→ Atualmente, a doutrina defende que a titularidade do poder constituinte é do povo.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 26</p><p>26</p><p>379</p><p>• Formas de exercício do poder constituinte:</p><p>→ Democrática (ou poder constituinte legítimo): as normas constitucionais são elaboradas</p><p>pelos representantes eleitos pelo povo.</p><p>→ Autocrática (ou poder constituinte usurpado): as normas constitucionais são impostas ao</p><p>povo por um governante ou por uma minoria (é considerado válido).</p><p>• Poder constituinte direto, indireto ou misto:</p><p>→ Direto: a elaboração ou reforma da Constituição decorre da atuação popular;</p><p>→ Indireto: a elaboração ou reforma decorre da atuação dos representantes eleitos;</p><p>→ Misto: a elaboração ou reforma é realizada pelo povo e seus representantes.</p><p>2.1 – ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE</p><p>• Poder Constituinte Originário (PCO): responsável por criar uma Constituição, considerado como</p><p>político, extraordinário, primário e inaugural, o qual rompe com o ordenamento anterior e instaura</p><p>uma nova ordem.</p><p>➢ Características:</p><p>Inicial Instaura uma nova ordem jurídica.</p><p>Permanente Não se esgota quando a Constituição surge,</p><p>ficando em estado de latência.</p><p>Incondicionado Não se sujeita a qualquer parâmetro pré-</p><p>estabelecido.</p><p>Juridicamente ilimitado Não se sujeita ao direito posto anterior (Brasil</p><p>adotou a teoria positivista).</p><p>Pré-jurídico, político Dá origem ao ordenamento jurídico.</p><p>❖ Cuidado! Para Jorge Miranda, o PCO pode encontra os seguintes limites materiais:</p><p>(apenas respondam com base nessa teoria quando o enunciado der a entender</p><p>que se trata dela, pois a corrente jusnaturalista não é a adotada pelo STF).</p><p>→ Limites transcendentes: referem-se a valores éticos impostos pelo Direito</p><p>Natural.</p><p>→ Limites imanentes: refere-se à identidade estatal.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 27</p><p>27</p><p>379</p><p>→ Limites heterônomos: relaciona-se com outros ordenamentos</p><p>(internacional ou interno).</p><p>➢ Classificações:</p><p>- Quanto ao momento de manifestação:</p><p>PODER HISTÓRICO PODER REVOLUCIONÁRIO</p><p>Refere-se à primeira manifestação do PCO</p><p>em um Estado.</p><p>Todas as demais manifestações do PCO, que</p><p>rompem com a ordem anterior.</p><p>- Quanto ao modo de deliberação constituinte:</p><p>PODER CONCENTRADO PODER DIFUSO</p><p>Ocorrer quando a Carta é elaborada por</p><p>apenas um órgão constituinte.</p><p>Trata-se da elaboração da Carta como fruto de</p><p>costumes e de tradições.</p><p>- Quanto ao modo de elaboração (duas fases):</p><p>PODER CONSTITUINTE MATERIAL PODER CONSTITUINTE FORMAL</p><p>Marcado pela tomada de decisão política de</p><p>criação de um novo Estado.</p><p>Substanciado na elaboração de um documento</p><p>sistematizado.</p><p>• Poder Constituinte Derivado (PCD): responsável pela que atualização da Constituição Federal e pela</p><p>organização da Constituição Estadual.</p><p>➢ Características:</p><p>Jurídico Criado pelo PCO e previsto na Constituição.</p><p>Limitado Submete-se a restrições de ordem material, circunstancial</p><p>e forma.</p><p>Condicionado Deve observar as regras previamente estabelecidas na</p><p>Carta.</p><p>➢ Classificação:</p><p>➢ Poder Constituinte Derivado Decorrente: detém a atribuição de criar as</p><p>Constituições dos estados-membros com base em sua auto-organização. Deve</p><p>respeitar o princípio da simetria e as normas de observância obrigatória.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 28</p><p>28</p><p>379</p><p>▪ Decorrente Inicial: inaugura a ordem constitucional estadual.</p><p>▪ Decorrente Reformador: modifica a Carta estadual.</p><p>*Doutrina majoritária: não há atuação de Poder Decorrente na criação de lei orgânica dos</p><p>Municípios (não há na CF previsão de poder constituinte às câmaras municipais).</p><p>*Tese dominante: a criação da Lei Orgânica distrital decorre do Poder Decorrente (base na CF e</p><p>tem estatura de Constituição estadual).</p><p>➢ Poder Constituinte Derivado Reformador: possui a finalidade de modificar a</p><p>Constituição através de emendas, mediante processo mais rigoroso e qualificado.</p><p>Merecem destaque as seguintes limitações ao poder de reforma:</p><p>Limitações materiais</p><p>São as cláusulas pétreas.</p><p>1) explícitas: forma federativa de Estado; voto direto,</p><p>secreto, universal e periódico; separação de Poderes; e</p><p>direitos e garantias individuais.</p><p>2) implícitas: a titularidade do Poder Constituinte; o</p><p>exercício do Poder; o próprio processo de modificação; os</p><p>princípios dos artigos 1º ao 4º da CF/88; a forma republica</p><p>e o sistema presidencialista;</p><p>Para o STF, cláusula pétrea pode ser modificada em três</p><p>situações: a) para ampliar; b) para reduzir</p><p>sem prejuízo ao</p><p>núcleo essencial; c) para alterar a expressão literal sem</p><p>afetar o seu núcleo de proteção.</p><p>Obs.: O STF não admite a “dupla revisão”: supressão de</p><p>uma cláusula pétrea por emenda, para que uma nova</p><p>emenda altere dispositivo constitucional anteriormente</p><p>protegido.</p><p>Limitações circunstanciais Vedação à modificação durante o estado de defesa, o</p><p>estado de sítio e a intervenção federal.</p><p>Referem-se ao procedimento de reforma:</p><p>1) Iniciativa: a) mínimo de 1/3 dos membros da Câmara</p><p>dos Deputados; b) mínimo de 1/3 dos membros do Senado</p><p>Federal; c) o Presidente da República; d) mais da metade</p><p>das assembleias Legislativas, manifestando-se, cada uma</p><p>delas, pela maioria relativa de seus membros.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 29</p><p>29</p><p>379</p><p>Limitações formais</p><p>Obs. 1: Não há iniciativa popular de PEC na CF. Por outro</p><p>lado, o STF (ADI 825 AP) permite a iniciativa popular no</p><p>âmbito estadual desde que prevista na Carta estadual.</p><p>Obs. 2: Não há iniciativa privativa de PEC na CF. Já na</p><p>seara estadual, é preciso respeitar a iniciativa reservada.</p><p>2) Turnos de votação: votadas em dois turnos em cada</p><p>Casa legislativa.</p><p>3) Quórum de aprovação: em cada Casa e em cada turno</p><p>de votação, voto de três quintos (60%) dos membros.</p><p>4) Tramitação: PEC emendada só deverá retornar à Casa</p><p>de onde saiu se as alterações forem substanciais.</p><p>5) Promulgação: Mesa da Câmara e pela Mesa do Senado.</p><p>Obs.: não há deliberação executiva (veto ou sanção).</p><p>6) Irrepetibilidade absoluta: a matéria de PEC rejeitada ou</p><p>prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na</p><p>mesma sessão legislativa, sem exceções.</p><p>Limitações temporais Inexiste na CF/88. A única Constituição brasileira que</p><p>trouxe tal limitação foi a de 1824.</p><p>Você não pode ir para a prova sem saber o seguinte:</p><p>1) Emendas à Constituição são espécies normativas primárias;</p><p>2) Entre os dispositivos da Constituição, originários ou não, não existe hierarquia;</p><p>3) Emenda que afronta limitação material, circunstancial ou formal será inconstitucional,</p><p>sujeitando-se tanto ao controle difuso quanto controle concentrado de constitucionalidade.</p><p>4) STF permite a impetração mandado de segurança por parlamentar (legitimidade apenas</p><p>deste) da Casa em que está tramitando a PEC para trancar proposição inconstitucional.</p><p>5) Terceiros não possuem legitimidade para impetração do mandamus, porque não possuem o</p><p>direito subjetivo.</p><p>6) Perda do mandato parlamentar, superveniente à impetração e antes do julgamento, causa a</p><p>extinção sem julgamento de mérito, dada a ilegitimidade ad causam.</p><p>7) Caso a emenda seja promulgada antes do julgamento do MS, haverá perda de objeto.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 30</p><p>30</p><p>379</p><p>8) Emenda constitucional pode ingressar no ordenamento constitucional ainda que não altere</p><p>textualmente as normas constitucionais, a exemplo dos tratados de direitos humanos</p><p>incorporados por processo de emenda.</p><p>➢ Poder Constituinte Derivado Revisor: apresenta o propósito de atualizar a Carta,</p><p>por meio de um processo legislativo mais simples do que o Reformador.</p><p>CARACTERÍSTICAS DO PODER REVISOR</p><p>Procedimento único (não admite nova revisão)</p><p>Cinco anos após a promulgação da CF/88</p><p>Sessão unicameral do Congresso Nacional</p><p>Quórum de maioria absoluta</p><p>Promulgação pela Mesa do Congresso Nacional</p><p>• Poder Constituinte Difuso (mutação constitucional): é o responsável pela alteração informal da</p><p>interpretação da Constituição sem modificar o seu texto.</p><p>➢ Características:</p><p>De fato Não previsto na Constituição.</p><p>Permanente O sentido da norma pode ser modificado mais de uma vez.</p><p>Cartas escritas e rígidas Apresenta manifestação silenciosa.</p><p>• Poder Constituinte Supranacional: Consiste no poder de fato que possui a finalidade de criar e</p><p>atualizar as Constituições transnacionais.</p><p>➢ Características:</p><p>▪ Busca instituir uma comunidade de nações.</p><p>▪ Baseado nos ideais de cidadania universal e integração de povos.</p><p>3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS</p><p>3.1 – PRINCÍPIOS E REGRAS</p><p>• Por ser uma norma jurídica, a Constituição apresenta princípios e regras (não há hierarquia eles).</p><p>➢ Princípios: consistem em enunciações genéricas e abstratas que imprimem sentido lógico às</p><p>normas jurídicas</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 31</p><p>31</p><p>379</p><p>➢ Regras: referem-se aos dispositivos, positivados e coercitivos, que determinam uma conduta.</p><p>• Traços distintivos:</p><p>PRINCÍPIOS REGRAS</p><p>Função argumentativa Aplicação absoluta (Dworkin)</p><p>Positivados ou implícitos Positivadas</p><p>Mandamentos de otimização (Alexy) Mandamentos de definição (Alexy)</p><p>• Resolução de conflitos:</p><p>➢ Conflitos entre princípios: Não se fala em antinomia jurídica (inexiste exclusão de um</p><p>princípio). Ocorre na dimensão da aplicabilidade e não na da validade.</p><p>→ Adota-se a técnica de ponderação ou sopesamento (Alexy), com a análise das</p><p>circunstâncias fáticas e jurídicas no caso concreto. Deve observar os seguintes</p><p>fundamentos:</p><p>- Presunção de constitucionalidade das leis;</p><p>- Separação dos Poderes;</p><p>- Princípio democrático;</p><p>➢ Conflitos entre regras: dependerá do tipo de conflito.</p><p>→ Primeiro grau: resolvido pela fixação de uma cláusula de exceção. Caso não seja</p><p>viável, utiliza-se o critério hierárquico ou do critério da especialidade.</p><p>→ Segundo grau: envolve a aplicação simultânea de mais de um critério.</p><p>▪ Norma constitucional anterior x norma legal posterior: prevalece o critério</p><p>hierárquico.</p><p>▪ Norma geral de lei anterior x norma específica de lei posterior: deve</p><p>prevalecer o critério da especialidade (dependerá do caso concreto).</p><p>▪ Norma constitucional geral x norma legal específica: prevalece o critério da</p><p>hierarquia.</p><p>➢ Conflitos entre princípios e regras:</p><p>→ Mesmo plano: primazia das regras (intérprete não poderá substituir o legislador).</p><p>→ Planos distintos: prevalência dos princípios constitucionais.</p><p>Estratégia Carreira Jurídica</p><p>CREMEGO (Advogado) Direto ao Ponto - Prof.: Estratégia Carreira Jurídica e OAB</p><p>cj.estrategia.com | 32</p><p>32</p><p>379</p><p>3.2 – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS NA CF/88</p><p>• Os princípios fundamentais consistem em mandamentos definidores do núcleo do ordenamento</p><p>jurídico brasileiro.</p><p>➢ São eles: 1) forma de governo; 2) forma de Estado e preservação do vínculo federativo;</p><p>3) regime político; 4) fundamentos; 5) separação de poderes; 6) objetivos e 7)</p><p>princípios que regem as relações internacionais.</p><p>➢ Forma de Governo: República (vide tópico 3.3).</p><p>➢ Forma de Estado: Federação (vide tópico 3.4).</p><p>➢ Regimes políticos: rege a participação popular ou não na tomada de decisão no Estado.</p><p>➢ Autocrático: as decisões são impostas pelos governantes, sem participação do povo.</p><p>➢ Democrático: regido pela soberania popular, a titularidade do poder é do povo.</p><p>▪ Democracia direta: as decisões são tomadas pelo povo por si.</p><p>▪ Democracia indireta ou representativa: as decisões são tomadas pelos</p><p>representantes eleitos pelo povo.</p><p>▪ Democracia semidireta ou participativa: modelo brasileiro, mescla as</p><p>características dos dois modelos anteriores: eleição de representantes e presença</p><p>de instrumentos de atuação direta (plesbicito, referendo, iniciativa popular).</p><p>PLESBICITO REFERENDO INICIATIVA POPULAR</p><p>Consulta prévia à elaboração de</p><p>ato normativo.</p><p>Convocado pelo Congresso</p><p>Nacional mediante decreto</p><p>legislativo.</p><p>Consulta posterior à elaboração</p><p>de ato normativo.</p><p>Convocado pelo Congresso</p><p>Nacional mediante decreto</p><p>legislativo.</p><p>Federal: mínimo 1% do</p><p>eleitorado nacional; ao menos,</p><p>cinco Estados da federação, em</p><p>cada um, pelo menos,</p>