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CRIMES HEDIONDOS

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CRIMES HEDIONDOS
LEI 8072/90
O Direito Penal trabalha com 3 correntes:
1ª) Abolicionista: O abolicionismo radical do Direito Penal, que tem nas pessoas do criminólogo holandês Louk Hulsman e de Faucault seus principais teóricos, tem por meta, como o próprio nome sugere, uma política criminal de eliminação total do ordenamento jurídico penal como forma de controle social formal. Essa corrente jurídico-filosófica parte dos fracassos dos fundamentos do Direito Penal e dos fins da pena na defesa da sua tese.
Então para essa corrente, deveria acabar com o Direito Penal; porém, há críticas, pois nesse caso, a quem ficaria o encargo de punir que é do Estado?
2ª) Minimalismo: Claus Roxim 
Movimento ideológico considerado ideal pela novel doutrina, o minimalismo prega que a finalidade do Direito Penal é a proteção exclusiva dos bens mais importantes ao convívio social.
O Direito Penal deve ser usado apenas nos casos mais graves, deixando os menos graves para o Juizado Especial.
3ª) Maximalismo: O Brasil vive hoje o maximalismo:
Máximo
Inimigo
Janela quebrada (teoria)
Lei/ordem
Teoria das Janelas Quebradas: por esta teoria, se aquele que comete o crime não for punido, gerará a sensação de impunidade.
Teoria da Lei e da Ordem: Todos deveriam ser punidos
Direito Penal do Inimigo: todo aquele que comete crime é considerado criminoso.
Direito Penal Máximo: a lei de Crimes hediondos é o maximalismo, o endurecimento das penas.
Art 5º, XLIII da CF: a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.
Portanto, tráfico, terrorismo e tortura não são crimes hediondos, mas são EQUIPARADOS A HEDIONDOS. A lei de tortura foi criada em 1997 (lei 9455/97), a de tráfico era a 6368/76 e o terrorismo não tem lei específica, por isso trabalha-se com a lei 7170/83 (lei de segurança nacional).
Com o advento da CF/88 ainda não se sabia o que era crimes hediondos, uma vez que estes foram criados em 1990.
A célula mater dos crimes hediondos foi o delito de extorsão mediante seqüestro.
Conceito de Crimes Hediondos:
Para definir crime hediondo trabalhou-se com sistemas, que são:
Judicial: o fato deveria ser grave e ficaria a critério do juiz decidir se aquele crime é ou não hediondo. No entanto, caso ficasse a critério do juiz não teríamos segurança jurídica, temos que ter um padrão.
Legal: por este sistema a lei é que vai definir através de um rol (numerus clausus) quais são os crimes hediondos.
Misto:
Nós adotamos o Sistema Legal, pois para ser considerado crime hediondo tem que estar previsto no art 1º da lei 8072/90.
Portanto, CRIME HEDIONDO é uma conduta delituosa revestida de excepcional gravidade, seja na execução, quando a agente revela total desprezo pela vítima, insensível ao sofrimento físico e moral a que a submete, seja quanto à natureza do bem jurídico ofendido, seja ainda, pela especial condição das vítimas.
Rol dos Crimes Hediondos – art. 1º
  Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: 
        I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V)
        II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);
        III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);
        IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); 
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);  (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
        VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).
        VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). 
        Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado.
E terrorismo, tóxicos e tortura – equiparados a hediondos
HOMICÍDIO
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos.
O homicídio não nasceu como crime hediondo, entrou para o rol de crimes hediondos somente com a Lei 8930/94(Lei Daniela Perez), alterando assim a lei 8072/90. No entanto, o homicídio culposo não está incluso nos crimes hediondos.
OBS: Nenhum crime culposo é considerado hediondo.
Nem todas as figuras típicas do homicídio são consideradas crimes hediondos. Das quatro – simples, privilegiado, qualificado e culposo, apenas o qualificado é sempre hediondo, e o simples o é circunstancialmente.
O homicídio simples será considerado crime hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente. Lembre-se que todo homicídio tem motivação e no caso de grupo de extermínio, o homicídio simples deixará de o ser e passará a ser qualificado por meios, modos e motivação.
Homicídio Privilegiado
... por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção: circunstância subjetiva
Homicídio Qualificado
motivo torpe e motivo fútil: Subjetivo
meios, modos e conexão: Objetivos
Homicídio Privilegiado- Qualificado
Pode-se ter um crime (homicídio) qualificado e privilegiado ao mesmo tempo. 
Posicionamento de Antonio Lopes Monteiro (Livro Crimes Hediondos): em princípio, não admite a concomitância do homicídio qualificado e privilegiado. Contudo, a doutrina, com raras exceções e a jurisprudência, de forma quase pacífica, aceitam-na desde que as qualificadoras sejam de natureza OBJETIVA. Isso porque sendo as circunstâncias legais do parágrafo 1º de natureza subjetiva, não há incompatibilidade entre ambas.
Portanto, tendo em vista que as hipóteses de privilégio são de natureza subjetiva, haverá necessariamente, de coexistir com as qualificadoras de natureza objetiva.
Obs: subjetiva+subjetiva= qualificado / Subjetiva+objetiva= privilegiado. Neste caso prevalece o privilegiado, pois tem circunstância subjetiva (do privilegiado) e objetiva (do qualificado)
LATROCÍNIO
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: 
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa
O latrocínio, ou roubo qualificado pelo resultado morte, é um tipo penal cuja objetividade jurídica é complexa. Tutela-se o patrimônio e, além deste, também a liberdade individual e a vida da pessoa humana.
É um crime preterdoloso e patrimonial. Preterdoloso, pois tem dolo no antecedentee culpa no conseqüente.
O latrocínio já nasceu hediondo
Art 121, § 2º, V x art. 157, § 3º:
Art 121, § 2º, V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
art. 157, § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa
Se o outro crime for de cunho patrimonial será latrocínio (conflito aparente entre normas), prevalecerá o latrocínio em virtude do princípio da especialidade.
Ação penal: no crime de latrocínio a ação penal é pública incondicionada. A competência é do juiz singular e não do tribunal do júri. É um crime contra o patrimônio, embora haja o evento morte.
EXTORSÃO
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. 
§ 3o  Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente
A lei 8072/90 erigiu à condição de crime hediondo a extorsão qualificada pela morte e a extorsão mediante seqüestro, esta última na forma simples e nas formas qualificadas.
A extorsão é um crime contra o patrimônio, mas estão tuteladas por este dispositivo também a liberdade e a incolumidade da pessoa, e na qualificada, a vida.
Obs: No roubo a vítima não tem comportamento e na extorsão a vítima tem comportamento volitivo, que é de espontânea vontade. Na extorsão, por pior que seja, tem-se a opção. Portanto, é a partir disso que se diferencia a extorsão do roubo.
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: 
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. 
§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. 
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos
§ 3º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. 
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
Este crime sempre foi considerado o de maior gravidade pela legislação brasileira.
Ao contrário da extorsão a que se refere o art. 158 do Código Penal, considerada crime hediondo apenas na forma qualificada pela morte, aqui, a lei considera crime hediondo todas as formas de extorsão mediante seqüestro, desde a simples, do caput, até aquela em que ocorre a morte da vítima.
Trabalha-se com o seqüestro, que é um crime meio – art 148, CP e com a extorsão, que é o crime fim – art 158, CP
Neste tipo de extorsão não se fala em violência, mas sim do fato, tanto que o art 159 dispõe que “se do fato resulta a morte” e não se da violência, ou seja, independe de violência.
A célula mater dos crimes hediondos foi o delito de extorsão mediante seqüestro.
O bem jurídico protegido é o patrimônio e com ele também a liberdade individual, a integridade e a vida da pessoa.
ESTUPRO
Art. 213.  Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
 Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
 § 1o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:  
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
§ 2o  Se da conduta resulta morte:  
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 
Foi alterado pela Lei 12015/09, agora temos crimes contra a Dignidade Sexual
Antes tínhamos: no art. 213 o estupro e no 214 o atentado violento ao pudor.
Hoje, a figura do atentado foi introduzida/ unida no delito de estupro
Com essa alteração, o autor desse delito foi beneficiado, uma vez que não haverá concurso entre o delito de estupro e do atentado violento ao pudor, pois ele responderá por um só delito, o estupro.
ESTUPRO DE VULNERÁVEL
Antes tinha a presunção de violência, no art. 224 do CP, chamada de estupro presumido:
Art 224 (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) Presume-se a violência, se a vítima: 
a) não é maior de catorze anos; 
b) é alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância; 
c) não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência. 
Hoje, tem-se o estupro de vulnerável, no art. 217- A
Art. 217-A.  Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos:  
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.  
§ 1o  Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.  
§ 2o  (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3o  Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: 
 Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.  
§ 4o  Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
Qualquer ato libidinoso, desde que tenha contato físico, mesmo que não haja conjunção carnal, é considerado estupro. 
Portanto, não há mais estupro presumido, agora se fala em estupro de vulnerável. Esse tipo penal é conseqüência da revogação do artigo 224 do Código Penal que previa as hipóteses de presunção de violência, agora transformadas em elementos do crime de estupro de vulnerável.
Ainda, Além disso, o estupro de vulnerável, em todas as suas formas (simples e qualificadas), foi incluído no rol dos crimes hediondos (art. 1º, VI, da Lei 8.072/90).
EPIDEMIA COM RESULTADO MORTE
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. 
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos
Neste caso, a lei protege a saúde pública, dentro de um contexto mais amplo, que é a incolumidade coletiva.
A ocorrência desses crimes, mais do que a de outros, fere a consciência do povo, não só por sua abrangência, mas sobretudo pela forma de cometimento.
É um crime de perigo presumido, de forma absoluta, mas ao mesmo tempo, de dano em relação aos atingidos, pois constitui em si mesmo evento lesivo.
Somente a modalidade dolosa e com resultado morte que é considerada crime hediondo. Portanto, somente o § 1º do art. 267 que é considerado crime hediondo; o caput e o § 2º não o são.
Não é necessário dolo específico, sendo suficiente o dolo genérico ou o eventual.
Epidemia: é o surto de uma doença acidental e transitória que ataca grande número de indivíduos ao mesmo tempo, em determinado país ou região.
Endemia: é a moléstia que se fixa e permanece em determinada localidade ou região e provém de uma causa habitual, constante e periódica.
Pandemia: é de difusão extensa, atingindo várias regiões do mundo. Ex: AIDS
FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO DE PRODUTOS DESTINADOS A FINS TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS
Arts 272 a 277 do CP, no entanto, somente o art 273 que é HEDIONDO.
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. 
§ 1º - Nas mesmaspenas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. 
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico.
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: 
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; 
II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; 
III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; 
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade
V - de procedência ignorada; 
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. 
Modalidade culposa
§ 2º - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
GENOCÍDIO
Lei 2889/56
Resolução 260 A da ONU
TERRORISMO
Não há um conceito definido sobre o que é o terrorismo. No entanto, alguns elementos são destacados por todos os autores na busca de uma definição. Portanto, são ATOS TERRORISTAS OU ELEMENTOS QUE FORMAM O TERRORISMO:
A criação do terror: consiste em criar na população um estado de alarme e de medo contínuo através de prática reiterada de atos, os quais, isoladamente, pouco significaria. Geralmente, inicia-se pelos menos complexos, e muitas vezes, seu conteúdo é carregado de ideologia.
A violência: no chamado terrorismo clássico, os estragos causados pelos meios utilizados são elemento essencial. Asúa ensina que o terrorismo é um crime ou uma série se crimes que se tipificam pelo “alarma” que produzem, ordinariamente motivado pelos meios de estrago que o terrorista costuma usar. Portanto, os terroristas são extremamente violentos, independente da vítima.
O fim político de agir: sempre, ou quase sempre, está presente o elemento político na atividade terrorista. E isto porque na realidade o agente terrorista dirige sua conduta contra uma ordem social e política vigente que pretende desestabilizar ou destruir.
Organização: o requinte na organização e preparação das atividades, bem como o nível dos membros que delas participam são características que sempre estão presentes no terrorismo.
Segundo Mirabete, o terrorismo não está definido em lei, mas pode ser conceituado como a criação de terror, a prática de violência com fim político e o requinte na organização e preparação das atividades. E que mesmo não estando definido especialmente, pode ser identificado em algumas disposições da Lei de Segurança Nacional.
Lei de Segurança Nacional (Lei 7170/83)
Art. 20: Devastar, saquear, extorquir, roubar, seqüestrar, manter em cárcere privado, incendiar, depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à manutenção de organizações políticas clandestinas ou subversivas.
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até o dobro; se resulta morte, aumenta-se até o triplo.
TORTURA
A tortura não é crime hediondo, mas à sua prática aplicam-se muitos dos dispositivos da Lei 8072/90. A Constituição equipara a prática da tortura aos crimes hediondos em termos de gravidade.
Lei 9455/97:
Art. 1º: Constitui crime de tortura:
        I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ( a dor física, o desgaste corporal) ou mental (é o tormento psíquico, a dor psíquica, a depressão, p. ex. deixar a vítima sem dormir)
        a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
        b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
        c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
        II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento (é muito subjetivo, dependendo do sofrimento de cada um) físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal (ex. castigo aplicado pelos pais ou professores) ou medida de caráter preventivo.
        Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Obs:os casos do inciso I referem-se à TORTURA COMUM e os do inciso II, à TORTURA PRÓPRIA
Subtipos da tortura:
Pessoa presa ou sujeita a medida de segurança:  § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
Tortura por omissão: § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 
Na tortura por omissão, duas são as formas do tipo: a) omissão quanto à prática do crime, ou seja, deveria evitá-lo e não o faz, portanto, pressupõe-se que estava presente ante a conduta praticada por outrem, ou pelo menos a omissão é atual; b) omissão na não apuração, quer dizer, tinha a obrigação de investigar e se omite o que significa uma conduta a posteriori.
Formas qualificadas: § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
Causas especiais de aumento de pena: § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
        I - se o crime é cometido por agente público;
       II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; 
        III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
        § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
        § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
        § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
A tortura é analisada de acordo com a dor e essa dor pode ser tanto física quanto psicológica.
Bem jurídico tutelado: é a integridade física e psíquica da pessoa humana, a saúde física e mental, em suma, a vida humana. Mas sem dúvida, está protegida a liberdade psíquica e física da pessoa em sua autodeterminação.
É um crime essencialmente doloso, não comportando a figura culposa.
Extraterritorialidade: Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
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