Prévia do material em texto
<p>2</p><p>Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais</p><p>Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes - EJEF</p><p>Rua Raul Pompeia, 101, 7º andar, Centro, Belo Horizonte/MG</p><p>CEP 30330-080</p><p>Endereço eletrônico: www.ejef.tjmg.jus.br</p><p>E-mail: gejur@tjmg.jus.br</p><p>Este é um trabalho colaborativo das unidades judiciárias do Tribunal de Justiça do Estado</p><p>de Minas Gerais.</p><p>Sugestões deverão ser encaminhadas ao e-mail gejur@tjmg.jus.br.</p><p>Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.</p><p>C37 CAVALLI, Ana Clara de Lima</p><p>Apostila para estagiários cível e criminal / Ana Clara de Lima Cavalli; Ana</p><p>Maria da Silva Barros Rosa -- Belo Horizonte: Tribunal de Justiça do Estado</p><p>de Minas Gerais, 2023.</p><p>105 p.</p><p>1. Estagiário – Manual. I. Título. II. ROSA, Ana Maria da Silva Barros</p><p>CDDir: 342.65181</p><p>CDU: 373.27</p><p>Ficha catalográfica elaborada pela</p><p>Coordenação de Biblioteca do TJMG - COBIB</p><p>3</p><p>Autoras:</p><p>Ana Clara de Lima Cavalli</p><p>Ana Maria da Silva Barros Rosa</p><p>APOSTILA PARA ESTAGIÁRIOS</p><p>CÍVEL E CRIMINAL</p><p>Belo Horizonte</p><p>Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais</p><p>2023</p><p>4</p><p>Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais</p><p>Desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho</p><p>Presidente</p><p>Desembargador Alberto Vilas Boas Vieira de Sousa</p><p>Primeiro Vice-Presidente</p><p>Desembargador Renato Luís Dresch</p><p>Segundo Vice-Presidente</p><p>Desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta</p><p>Terceira Vice-Presidente</p><p>Desembargador Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior</p><p>Corregedor-Geral de Justiça</p><p>Desembargadora Yeda Monteiro Athias</p><p>Vice-Corregedora-Geral de Justiça</p><p>Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes</p><p>Comitê Técnico</p><p>Desembargador Renato Luís Dresch</p><p>Desembargadora Lílian Maciel Santos</p><p>Desembargador Osvaldo Oliveira Araújo Firmo</p><p>Desembargador Paulo Calmon Nogueira da Gama</p><p>Desembargador Saulo Versiani Penna</p><p>Juiz de Direito Carlos Márcio de Souza Macedo</p><p>Diretora Executiva de Desenvolvimento de Pessoas: Ana Paula Andrade Prosdocimi da</p><p>Silva</p><p>Diretor Executivo de Gestão da Informação Documental: Fernando Rosa de Sousa</p><p>Produção Editorial</p><p>Gerência de Jurisprudência, Biblioteca e Publicações Técnicas - GEJUR/DIRGED</p><p>Coordenação de Jurisprudência e Publicações Técnicas - COJUR</p><p>Centro de Tecnologia e Mídias Digitais - CETED</p><p>Projeto gráfico: Alex Zannon</p><p>5</p><p>SUMÁRIO</p><p>ORIENTAÇÕES AOS ESTAGIÁRIOS DAS VARAS CÍVEIS ...................................... 7</p><p>1 PROCESSO DE CONHECIMENTO .................................................................................. 8</p><p>1.1 PETIÇÕES INICIAIS ..................................................................................................... 10</p><p>1.2 CARTA PRECATÓRIA - Art. 260 do CPC ................................................................. 13</p><p>1.3 BUSCA E APREENSÃO - Dec. nº 911 com pedido liminar .................................... 14</p><p>1.4 REINTEGRAÇÃO DE POSSE DE BEM MÓVEL com pedido liminar - art.</p><p>560/566 do CPC c/c § 15 do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/69 ...................................... 15</p><p>1.5 EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL prevista nos arts. 719 a 913 do</p><p>CPC............................................................................................................................................ 16</p><p>1.6 EMBARGOS DO DEVEDOR - art. 914 do CPC ...................................................... 17</p><p>1.7 EMBARGOS DE TERCEIRO - art. 674 do CPC ...................................................... 18</p><p>1.8 MONITÓRIA - art. 700 CPC ......................................................................................... 19</p><p>1.9 RECONVENÇÃO ........................................................................................................... 20</p><p>1.10 EXTINÇÕES SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO - art. 485 do CPC ................. 21</p><p>1.10.1 INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL - art. 330 c/c art. 485, I, do</p><p>CPC............................................................................................................................................ 22</p><p>1.10.2 DESISTÊNCIA: art. 485, VIII, e § 4º, do CPC ...................................................... 22</p><p>1.10.3 INÉRCIA - art. 485, III, e § 6º, do CPC .................................................................. 24</p><p>1.10.4 NEGLIGÊNCIA - art. 485, II, do CPC .................................................................. 25</p><p>1.10.5 EXTINÇÃO POR AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS válidos de constituição</p><p>e de desenvolvimento do processo (art. 485, IV, do CPC) ................................................ 26</p><p>1.10.6 EXTINÇÃO POR NÃO CONCORRER QUALQUER DAS CONDIÇÕES</p><p>DA AÇÃO - legitimidade das partes e interesse processual (art. 485, VI, do CPC) ...... 26</p><p>1.11 EXTINÇÕES COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO - Art. 487 DO CPC ............ 27</p><p>1.11.1 RENÚNCIA - art. 487, III, c, do CPC ...................................................................... 27</p><p>1.11.2 HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO: art. 487, III, b, do CPC .............................. 28</p><p>1.12 DESPACHO SANEADOR .......................................................................................... 30</p><p>1.13 ORIENTAÇÕES PONTUAIS ..................................................................................... 32</p><p>1.14 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: é baseada em um título executivo judicial -</p><p>que é a SENTENÇA ............................................................................................................... 33</p><p>1.15 PONTOS IMPORTANTES À EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL E AO</p><p>CUMPRIMENTO DE SENTENÇA .................................................................................. 34</p><p>6</p><p>1.16 EXTINÇÃO PELO ART. 924 DO CPC .................................................................... 35</p><p>1.17 PASSO A PASSO PARA ANALISAR O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA</p><p>NOS PRÓPRIOS AUTOS .................................................................................................... 37</p><p>1.18 PASSO A PASSO PARA ANALISAR O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA</p><p>DISTRIBUÍDO PELA PARTE ............................................................................................ 38</p><p>1.19 IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA .................................. 39</p><p>1.20 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 40</p><p>ORIENTAÇÕES AOS ESTAGIÁRIOS DAS VARAS CRIMINAIS ........................... 42</p><p>1 RESUMO - PROCESSO CRIMINAL ................................................................................. 43</p><p>2 TABELA DE COBRANÇA DE CUSTAS E MULTA ..................................................... 52</p><p>3 SEEU - IMPLANTAÇÃO DE GUIA DE RECOLHIMENTO..................................... 55</p><p>4 SEEU - AGRAVO DE EXECUÇÃO PENAL ................................................................... 77</p><p>5 EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO .................................................................. 83</p><p>6 EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ DE SOLTURA (SEEU) ..................................................... 89</p><p>7 COMUNICAÇÕES AO TRE ................................................................................................ 99</p><p>7</p><p>ORIENTAÇÕES AOS ESTAGIÁRIOS DAS VARAS</p><p>determina quantos ―dias-multa‖</p><p>deverão ser pagos pelo réu, e será calculado, ainda, o valor total a ser liquidado. Durante</p><p>a execução, o réu será intimado para pagar essa quantia, assim como as custas</p><p>processuais caso não seja isento, recebendo um prazo de 10 dias para tal. Não sendo</p><p>recolhidos tais valores, é necessário expedir certidões que atestem o não pagamento de</p><p>custas e multa, para posterior processamento pela AGE ou execução de multa pelo MP;</p><p>as tabelas a seguir resumem a forma como tais certidões devem ser expedidas:</p><p>Tabela 1</p><p>Data da</p><p>expedição da</p><p>guia</p><p>Quem faz o</p><p>cálculo</p><p>Quem</p><p>intima</p><p>Quem grava</p><p>as certidões</p><p>No caso de não</p><p>pagamento de</p><p>custas/multa,</p><p>expedir:</p><p>Até 29/5/2017</p><p>Secretaria</p><p>Criminal</p><p>Secretaria</p><p>Criminal</p><p>Secretaria</p><p>Criminal</p><p>- 1 CNPDP para a</p><p>multa</p><p>- 1 CNPDP para custas</p><p>29/5/2017 até</p><p>22/1/2020</p><p>Secretaria</p><p>Criminal</p><p>VEP VEP</p><p>- 1 CNPDP para a</p><p>multa</p><p>- 1 CNPDP para custas</p><p>A partir de</p><p>23/1/2020</p><p>VEP VEP VEP</p><p>- 1 CNPDP para custas</p><p>- 1 Certidão de dívida</p><p>de pena de multa</p><p>(modelo) → remeter ao</p><p>MP para execução</p><p>53</p><p>Para o caso de o tempo de condenação ser menor/igual ao tempo de prisão</p><p>no processo de conhecimento, e for decretada a extinção da punibilidade por</p><p>cumprimento de pena:</p><p>Tabela 2</p><p>Data do trânsito da</p><p>sentença</p><p>Quem faz</p><p>No caso de não</p><p>pagamento de</p><p>custas/multa, expedir:</p><p>Antes de 23/1/2020 Vara Criminal</p><p>- 1 CNPDP para a multa</p><p>- 1 CNPDP para as custas</p><p>Depois de 23/1/2020 Vara Criminal</p><p>- 1 CNPDP para custas</p><p>- 1 Certidão de dívida de</p><p>pena de multa (modelo) →</p><p>remeter ao MP para</p><p>execução</p><p>Obs.:</p><p>- O cálculo deve ser atualizado para o ano civil da intimação;</p><p>- A CNPDP é gravada pelo RUPE (Certidões > CNPDP > Cadastro de CNPDPs),</p><p>utilizando o nº do processo de conhecimento;</p><p>- A Certidão de dívida de pena de multa deve ser expedida no SEEU, cujo modelo</p><p>encontra-se em Juntar documento: Certidão > Adicionar > Tipo do arquivo: certidão ></p><p>Modelo: CERTIDÃO DE DÍVIDA DE MULTA PENAL - TÍTULO EXECUTIVO</p><p>54</p><p>PARA O MP. Após a expedição, movimentar o processo no SEEU por Remessa ></p><p>Ministério Público;</p><p>Obs.: Pode-se expedir a certidão também por Ordenar Cumprimentos > Certidão de</p><p>Dívida de Multa e adicionar um arquivo on-line com o mesmo modelo acima.</p><p>- Caso o MP não execute a multa penal em 90 dias, a VEP deverá gravar uma CNPDP</p><p>da multa;</p><p>- Ao transferir a execução para outra comarca, ou receber a execução, atentar para qual</p><p>etapa da cobrança de custas/multa o processo se encontra e dar continuidade de acordo</p><p>com a tabela.</p><p>Casos extraordinários:</p><p>- No caso de extinção da punibilidade nos autos da execução penal, havendo</p><p>condenação a despesas processuais referentes à execução penal e não ocorrendo o</p><p>pagamento, deverá ser gravada uma CNPDP de custas utilizando o número do processo</p><p>de execução;</p><p>- Caso haja restituição de fiança e o valor seja suficiente para o pagamento dos</p><p>encargos devidos, o processo será extinto na Vara Criminal. Caso não seja suficiente, a</p><p>forma de cobrança e expedição de certidões seguirá as datas e competências da Tabela 1;</p><p>55</p><p>- Caso a condenação seja exclusivamente em pena de multa, a Vara Criminal será</p><p>responsável por realizar a cobrança, na forma da Tabela 1, linha vermelha;</p><p>- No caso de condenação de pessoa jurídica em custas e multa, a Vara Criminal será</p><p>responsável por realizar a cobrança — se a sentença transitou antes de 23/1/2020, na</p><p>forma da Tabela 1, linha verde, se transitou após 23/1/2020, na forma da Tabela 1, linha</p><p>vermelha.</p><p>3 SEEU - IMPLANTAÇÃO DE GUIA DE RECOLHIMENTO</p><p>Peças principais:</p><p>● Guia de recolhimento (provisória ou definitiva);</p><p>● Denúncia;</p><p>● Capa do inquérito policial;</p><p>● Auto de prisão em flagrante ou portaria;</p><p>● Documentos de prisão e soltura (se houver) - mandados de prisão, alvarás de soltura,</p><p>ofícios do presídio, etc.;</p><p>● Recebimento da denúncia;</p><p>● Atas de audiência que interfiram no estado de prisão do réu;</p><p>● Sentença.</p><p>Caso a guia de recolhimento seja definitiva:</p><p>● Acórdão (e outros recursos, se houver);</p><p>● Trânsito em julgado;</p><p>● Cálculo de custas e multa.</p><p>56</p><p>Pesquisar se já existe processo de execução do réu: só pode haver um</p><p>processo de execução penal, no qual será implantado todo e qualquer processo criminal</p><p>que resulte em condenação. Esse processo também ―segue‖ o réu. Caso este seja</p><p>transferido para presídio de outra comarca ou seja solto e declare endereço em comarca</p><p>diversa, os autos serão redistribuídos para tal comarca. Caso haja execução ativa para o</p><p>réu, implantar como NOVO PROCESSO CRIMINAL → PULAR PARA ETAPA 2.</p><p>Se não houver, implantar nova execução (Cadastrar Nova Ação).</p><p>1 Cadastro de NOVO processo de execução</p><p>1.1 Informações iniciais</p><p>57</p><p>Escolhemos ―Meio Aberto‖ porque o réu está solto. Caso estivesse preso,</p><p>escolheríamos já ―Meio Fechado‖. O que importa não é o regime ao qual ele foi</p><p>condenado, mas sim se está preso ou solto no momento do cadastro.</p><p>1.2 Informações processuais</p><p>Ao selecionar a classe processual, escolher 7790 (pena restritiva de direitos) ou</p><p>7791 (pena privativa de liberdade) de acordo com a sentença.</p><p>Assunto secundário: selecionar o crime cometido, pesquisando-o na descrição (ex.:</p><p>Tráfico de drogas = 3607).</p><p>58</p><p>1.3 Partes do processo</p><p>Deverão constar:</p><p>POLO ATIVO - ESTADO DE MG.</p><p>POLO PASSIVO - RÉU.</p><p>Caso seja necessário, adicionar o cadastro do réu — os dados estarão na guia.</p><p>Lembrar de colocar o endereço atualizado (CASO PRESO, COLOCAR</p><p>ENDEREÇO PRESÍDIO) e confirmar a seleção.</p><p>59</p><p>1.4 Representantes</p><p>Para réu incapaz, geralmente não há, podendo pular a etapa.</p><p>1.5 Advogados</p><p>Se houver, poderá ser cadastrado pelo nome ou número da OAB.</p><p>1.6 Informações adicionais</p><p>Ver na guia.</p><p>Obs.: ―Data de conhecimento‖ = data de recebimento da denúncia.</p><p>1.7 Juntada de documentos</p><p>Selecionar arquivos e abrir todos as peças.</p><p>60</p><p>Cada peça deve receber seu tipo adequado — após, assinar com certificado.</p><p>61</p><p>62</p><p>Imprimir e juntar esse comprovante ao processo físico, ou salvar como PDF e</p><p>juntar pelo PJe.</p><p>2 - Processos criminais</p><p>Será cadastrado o processo de conhecimento que deu origem à execução.</p><p>63</p><p>64</p><p>Obs.: Caso a guia seja PROVISÓRIA e houve recurso após a sentença, selecionar</p><p>―Processo em grau de recurso‖: SIM.</p><p>65</p><p>Cadastrar desmembramentos</p><p>Quando a condenação é em mais de um crime, é preciso cadastrar os</p><p>desmembramentos da pena.</p><p>Concurso material = quando as penas serão somadas → cadastrar SEPARADO.</p><p>Quando terminar de cadastrar uma, marcar a checkbox do canto inferior direito.</p><p>CONTINUAR CADASTRANDO antes de salvar.</p><p>Obs.: O tempo de pena somado de todas as penas deverá dar o total da</p><p>sentença/acórdão.</p><p>66</p><p>Concurso formal = quando é aplicada a pena mais gravosa → cadastrar a pena maior e</p><p>nas observações (complemento) escrever a outra.</p><p>Obs.:</p><p>*SURSIS (SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA) → SUSPENSO? = SIM.</p><p>*DATA DA SUSPENSÃO = DIA DA CERIMÔNIA ADMONITÓRIA.</p><p>*OBSERVAÇÕES = SUSPENSÃO EM RAZÃO DA SURSIS APLICADA AO</p><p>REEDUCANDO.</p><p>3 Eventos</p><p>ADICIONAR TODAS AS PRISÕES E SOLTURAS!</p><p>Não se deve lançar conversões de prisão - o que interessa ao sistema é</p><p>prender e soltar.</p><p>Ex.: Réu foi preso, em 25/1/2021, em flagrante. Convertida, em 30/1/2021, em</p><p>preventiva. Concedida liberdade provisória em 30/4/2021. Sentenciado à prisão definitiva</p><p>67</p><p>em 30/6/2021. Serão lançadas:</p><p>PRISÃO (FLAGRANTE): 25/1/2021;</p><p>INTERRUPÇÃO (LIBERDADE PROVISÓRIA): 30/4/2021;</p><p>PRISÃO (DEFINITIVA): 30/6/2021.</p><p>68</p><p>A data deve ser a da primeira prisão do réu, por exemplo, do flagrante dele, a</p><p>partir do qual começará a contagem</p><p>dos dias de pena.</p><p>Esses dias serão contabilizados, mesmo sendo antes da sentença, para</p><p>DETRAÇÃO DE PENA.</p><p>**Para SURSIS (SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA) = A data será a</p><p>DATA DA CERIMÔNIA ADMONITÓRIA.</p><p>69</p><p>Ao lançar soltura, na data, deve-se colocar a do CUMPRIMENTO do alvará de</p><p>soltura (ofício do presídio), pois essa data pode divergir da decisão do juiz e também da</p><p>expedição do alvará.</p><p>3 - Incidentes concedidos</p><p>Deverão constar os regimes prisionais do réu. Posteriormente, nesta aba, estarão</p><p>também as progressões de regime, alterações de data-base, homologação de faltas graves,</p><p>benefícios concedidos, etc.</p><p>70</p><p>Este será o primeiro lançamento de regime para o réu, escolhendo, então,</p><p>FIXAÇÃO DE REGIME.</p><p>71</p><p>72</p><p>**PARA O CASO DE SURSIS → ESCOLHER a opção SURSIS e data início =</p><p>data da cerimônia admonitória</p><p>Evento:</p><p>Incidentes concedidos:</p><p>73</p><p>Após concluída a implantação da guia, os autos deverão ser remetidos para o MP.</p><p>Com a manifestação do MP, enviar o processo concluso para recebimento da</p><p>execução, quando os cálculos serão homologados, e a guia, recebida.</p><p>Obs. 1: Caso essa não seja a primeira guia a ser implantada na execução, os passos serão</p><p>os mesmos a partir de ―2 - Processos criminais‖, exceto que não será lançado incidente</p><p>concedido, uma vez que já houve regime inicial anteriormente. A guia será juntada por</p><p>―Juntar documentos > Guia de recolhimento - Carta de guia‖, com as mesmas peças</p><p>indicadas, e os eventos devem ser lançados. Após, o processo é remetido ao MP, e com a</p><p>manifestação, vão conclusos para unificação da pena. Uma vez retornando da conclusão,</p><p>aí, sim, poderá ser lançado o incidente concedido ―Unificação‖. Se necessário, caso o</p><p>regime de unificação seja diverso ao anterior, também será lançado ―Fixação/alteração de</p><p>regime‖.</p><p>74</p><p>Obs. 2: Na hipótese da juntada de guia definitiva quando já houve anterior implantação</p><p>de guia provisória referente ao processo, uma vez que já foi cadastrado o processo</p><p>criminal na aba ―Processos‖, será necessário apenas atualizar as informações:</p><p>● Selecionar ―guia definitiva‖;</p><p>● Adicionar datas de trânsito;</p><p>● No cadastro de penas, atualizar com os dados do acórdão que deu origem à guia</p><p>definitiva.</p><p>75</p><p>76</p><p>77</p><p>4 SEEU - AGRAVO DE EXECUÇÃO PENAL</p><p>O agravo de execução é o recurso utilizado para impugnação de despacho, decisão</p><p>ou sentença proferida pelo juiz na execução, no prazo de 5 dias após intimação da decisão.</p><p>Uma vez que a parte interpõe agravo, deve ser certificada a sua tempestividade, e o</p><p>processo, enviado concluso para recebimento do recurso. As partes serão intimadas para</p><p>razões e contrarrazões, e novamente será feita conclusão para juízo de retratação. Não</p><p>ocorrendo retratação, será determinada a remessa à 2ª instância.</p><p>Para tal, devem ser baixadas todas as peças que compõem o agravo:</p><p>1. Interposição de recurso;</p><p>2. Razões de recurso;</p><p>3. Recebimento do agravo;</p><p>4. Certidão de tempestividade;</p><p>5. Peças indicadas nas razões;</p><p>6. Contrarrazões;</p><p>7. Juízo de retratação;</p><p>8. Decisão agravada/combatida.</p><p>Da decisão do juízo de retratação, movimenta-se o processo > Ordenar</p><p>cumprimentos.</p><p>78</p><p>● Ordenar cumprimentos:</p><p>○ Agravo-diligências;</p><p>○ Assinado: NÃO;</p><p>○ Marcar a parte que pediu o agravo (polo ativo = acusação/passivo = defesa);</p><p>○ Necessita retorno: SIM;</p><p>○ Prazo: 180 dias.</p><p>Após ordenamento, o cumprimento aparecerá na tela inicial do processo, como</p><p>79</p><p>―Agravo - diligências: 01‖. Clicando nele, abre-se a tela para análise e upload dos</p><p>documentos, utilizando a opção ―Anexar arquivo‖:</p><p>Adicionam-se todos os arquivos com suas respectivas descrições, um a um.</p><p>Por fim, deve-se digitar uma certidão de remessa, com o seguinte texto:</p><p>80</p><p>―Certifico que nesta data foi expedido o Agravo em Execução interposto (pelo MP/MG)</p><p>(pela I. Defesa), para envio automatizado ao Eg. TJMG, conforme Orientação</p><p>CGJ/SEEU/Nº 13, publicada em maio de 2021. Ademais, o agravo em diligência possui</p><p>todas as peças obrigatórias indicadas pelas partes para compor o recurso mencionado.‖</p><p>Findo o upload de arquivos, clicar em ―Salvar e Concluir‖, e, após, ―Assinar e</p><p>Expedir‖.</p><p>O agravo será remetido automaticamente e distribuído na 2ª instância, podendo ser</p><p>conferido no JPe a qualquer momento.</p><p>Retorno do agravo - Acórdão</p><p>Quando houver acórdão, dependendo de seu conteúdo, poderá ser enviado ofício</p><p>imediatamente à Secretaria para que procedam às alterações necessárias, uma vez que</p><p>pode ocasionar alcance de benefícios, expedição de alvará de soltura, etc.</p><p>Assim, é possível que seja enviado só o resultado do acórdão, ou o resultado e o</p><p>acórdão na íntegra.</p><p>81</p><p>Abrir o cumprimento (Agravo - Diligências: 01) expedido e não lido.</p><p>82</p><p>Caso tenha sido recebido o acórdão, marcar ―Recebido? SIM‖.</p><p>Caso seja só o resultado, marcar ―Recebido? NÃO‖.</p><p>Clicar novamente em Agravo - Diligências: 01, na tela inicial do processo.</p><p>Clicar em ―Cumprir‖.</p><p>Expedir uma certidão simples: ―Certifico e dou fé que juntei o acórdão em</p><p>sequencial X‖.</p><p>83</p><p>5 EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE PRISÃO</p><p>RUPE:</p><p>1. Expedir a FAC do réu;</p><p>2. Salvar e manter aberto;</p><p>3. Expedir o mandado de prisão.</p><p>Todos os campos devem ser preenchidos exatamente como está na FAC!</p><p>Qualquer divergência (até mesmo de letra trocada ou acento) poderá impedir que o</p><p>mandado seja cumprido.</p><p>O tipo de prisão deve-se conferir na decisão → tem específico CONVERSÃO</p><p>EM PREVENTIVA (696).</p><p>CASO TENHA HAVIDO AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA, marcar</p><p>FLAGRANTEADO CIENTIFICADO.</p><p>84</p><p>CASO SEJA RÉU PRESO, fica tudo igual, mas coloca o endereço do presídio.</p><p>85</p><p>Após a expedição do mandado e download, ir para o PJe:</p><p>● Juntar documentos → Juntada - Mandado de Prisão - Termo de juntada geral →</p><p>adicionar o mandado;</p><p>● Intimar o MP da decisão do juiz sobre a prisão.</p><p>86</p><p>FÍSICO:</p><p>87</p><p>PR = AGUARDA PRISÃO</p><p>SEEU:</p><p>Movimentar a partir do sequencial da decisão > Ordenar cumprimentos.</p><p>88</p><p>● Remessa ao MP (ciência) e intimação da Defesa.</p><p>89</p><p>6 EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ DE SOLTURA (SEEU)</p><p>Entrar no RUPE:</p><p>1) Selecionar Alvará de soltura - ASE → Alvarás → Novo;</p><p>2) Digitar o nº do processo e clicar em ―buscar‖. Na lista de partes do processo, selecio-</p><p>nar o correspondente, clicando na seta. Selecionar o motivo da soltura, considerando que</p><p>―APF/Custódia‖ deve ser utilizado quando não for possível disponibilizar o alvará para</p><p>assinatura por algum erro do sistema;</p><p>90</p><p>3) Na aba ―Documentos‖, clicando em ―+‖, devem ser adicionadas as CACs de todas as</p><p>comarcas onde o sentenciado possui guia de recolhimento (ou seja, observar os processos</p><p>na aba ―Processos criminais‖ no SEEU e quais as comarcas de origem destes e do próprio</p><p>processo de execução), além da CAC de Itajubá, e a decisão de soltura;</p><p>4) A classificação das CACs é ―Certidão de Antecedentes Criminais‖, e da decisão,</p><p>―Outros‖;</p><p>5) Em ―Dados complementares‖, devem ser selecionados, em ―Feitos alcançados‖, todos</p><p>os processos que estiverem na aba de ―Processos criminais‖, ou seja, que façam parte da</p><p>execução, e também a própria execução, para que não acusem impedimento.</p><p>91</p><p>De forma similar, os ―mandados alcançados‖ serão todos aqueles vinculados a</p><p>processos criminais da execução, ou feitos correlacionados, por exemplo, um APFD que</p><p>deu origem a um processo criminal da execução, porque todos estes fazem parte da</p><p>execução e não podem ser um impedimento para a soltura.</p><p>Em ―Outros feitos‖, pode-se escrever feitos que não foram listados nas duas</p><p>categorias acima. O</p><p>essencial é que estejam listados, no mínimo:</p><p>● Todos os processos criminais integrantes da execução em questão;</p><p>● Todos os APFDs que deram origem a esses processos criminais;</p><p>● Números de execuções antigas, físicas, que correspondam às mesmas guias e</p><p>execução atuais.</p><p>92</p><p>6) Em ―Despacho‖, é possível copiar o trecho da decisão de soltura que a determina, ou</p><p>escrever ―ANEXO‖, uma vez que esta foi anexada ao alvará na aba ―Documentos‖;</p><p>7) Em ―Condições‖, colar as condições estipuladas na decisão que o sentenciado deve</p><p>cumprir.</p><p>93</p><p>Alvará de soltura (PJe)</p><p>Os alvarás de soltura serão mais simples de serem expedidos, uma vez que,</p><p>geralmente, abrangem apenas um ou dois feitos. O passo a passo é exatamente igual,</p><p>sendo que, nos ―Dados complementares‖, serão selecionados apenas o APFD e o</p><p>processo de conhecimento no qual foi determinada a expedição do alvará.</p><p>No PJe, movimenta-se o processo para ―Expedir alvará de soltura‖, e, na</p><p>movimentação, é anexado o alvará; com isso, o processo ficará na caixa ―Aguardando</p><p>cumprimento de alvará‖.</p><p>Análise de impedimentos</p><p>Quando um alvará é expedido e assinado, antes de ser cumprido pelo presídio, ele</p><p>será encaminhado ao SETARIN, que fará uma análise dos processos e mandados de</p><p>prisão em nome do réu para determinar se existe alguma pendência que o impeça de</p><p>ser solto. Na decisão de soltura, quase sempre é declarado: ―seja posto em liberdade</p><p>incontinenti, se por outro motivo não estiver preso‖ — isso significa que o réu está sendo</p><p>solto apenas do processo em questão, o que não assegura que não esteja respondendo</p><p>a outros processos nos quais sua prisão foi decretada.</p><p>Por exemplo, considerando um sentenciado com um processo de execução (nº</p><p>4.2020) que engloba 3 processos criminais já transitados (nos 1.2020, 2.2021, 3.2021), e</p><p>que figura como réu em 2 outros processos de conhecimento mais recentes (nos 5.2022 e</p><p>6.2022). Ele encontra-se recolhido, cumprindo a pena de sua execução; no processo nº</p><p>5.2022, é decretada sua prisão preventiva e expedido mandado de prisão (mesmo já</p><p>estando preso, apenas para vinculá-lo a esse processo). Se, porventura, o sentenciado</p><p>alcançar o benefício do regime aberto em sua execução, o juiz determinará a expedição de</p><p>alvará de soltura, o qual englobará toda a sua execução, inclusive os 3 processos que</p><p>deram origem a ela.</p><p>O alvará terá como feitos alcançados: nos 4.2020, 1.2020, 2.2021, 3.2021, e todos os</p><p>mandados de prisão e APFDs ligados a estes.</p><p>94</p><p>Quando o alvará for analisado pelo SETARIN, a prisão de nº 5.2022 ainda está</p><p>vigente e será acusada como impedimento. Ser solto na execução não o torna</p><p>automaticamente solto de todos os processos nos quais é réu, portanto, o sentenciado não</p><p>será colocado em liberdade. Mais à frente, se sua prisão preventiva for revogada, o</p><p>sentenciado finalmente será solto, uma vez que já existe o alvará anterior, e em todos os</p><p>processos em que um dia já esteve preso estão abrangidos por alvarás de soltura.</p><p>Além dessa questão, é importante saber apontar como feitos alcançados os APFDs</p><p>que deram origem aos processos criminais abrangidos. Para tal, será feita a análise da CAC.</p><p>Como exemplo, faremos um estudo de caso:</p><p>Para o seguinte alvará, de uma execução na qual foi concedido ao sentenciado o</p><p>benefício da prisão domiciliar:</p><p>Foram juntadas CACs de Itajubá, Pouso Alegre e Cambuí/MG:</p><p>Uma vez que o sentenciado possui processos nas 2 últimas comarcas, e sua</p><p>execução encontrava-se em Itajubá.</p><p>95</p><p>Analisando a CAC de Cambuí, de onde os processos de conhecimento são</p><p>provenientes:</p><p>O 1º processo, 0015914-16.2018.8.13.0106, tem como DATA DO FATO</p><p>25/04/2018:</p><p>96</p><p>Procurando em sua CAC por data similar, encontramos o seguinte APFD:</p><p>Cuja data de autuação é um dia após o fato do processo; isso ocorre muitas vezes</p><p>porque a autuação não é imediata, porém é possível perceber que esse APFD é o que deu</p><p>origem ao 1º processo. Dessa forma, ele precisa ser abrangido pelo alvará de soltura</p><p>da execução.</p><p>De forma similar, vejamos o 2º processo, 0014909-56.2018.8.13.0106:</p><p>97</p><p>Procurando por data similar, encontramos o APFD:</p><p>Cuja data de autuação é 1 dia após a data do fato do processo, sendo o APFD</p><p>originário do mesmo.</p><p>Além da data, também é indicado analisar se o enquadramento dos dois feitos é o</p><p>mesmo (perceba que, no 1º caso, ambos são art. 157 do CP, e, no 2º caso, ambos art. 33</p><p>da Lei nº 11.343/06), o que corrobora para a interpretação.</p><p>Dessa forma, o alvará de soltura foi expedido da seguinte maneira:</p><p>98</p><p>Nos feitos alcançados, foram marcados os dois processos criminais que fazem</p><p>parte da execução no SEEU; nos mandados alcançados, poderíamos ter selecionado o</p><p>único que foi mostrado, uma vez que é um mandado referente ao APFD que vimos</p><p>ser parte de um dos processos, no entanto, o RUPE não permitiu a assinatura do alvará</p><p>ao selecioná-lo. Esse tipo de problema ocorre com certa frequência, e, para solucioná-lo,</p><p>basta copiar o número da checkbox na caixa de ―Outros Feitos‖. Além disso, colocamos na</p><p>mesma caixa o outro APFD referente ao 2º processo criminal. O alvará foi expedido,</p><p>assinado, considerado sem impedimentos, e o sentenciado foi solto.</p><p>99</p><p>7 COMUNICAÇÕES AO TRE</p><p>As comunicações ao TRE são realizadas após o trânsito em julgado de uma</p><p>condenação, e, depois da extinção de punibilidade, pelo sistema INFODIP:</p><p>Obs. 1: Quando ocorre a extinção de punibilidade (ex.: término de pena), é necessário</p><p>fazer INFODIP de todos os processos de conhecimento vinculados à execução.</p><p>100</p><p>Obs. 2: Quando um processo possui mais de um réu e ocorre condenação criminal destes,</p><p>é necessário fazer INFODIP de cada um dos réus individualmente.</p><p>101</p><p>Obs. 3: No caso de SURSIS, também é feito o INFODIP, indicando no campo da ―pena</p><p>imposta‖.</p><p>102</p><p>103</p><p>Após gravar, clicar diretamente no NÚMERO da comunicação (será a última da</p><p>lista).</p><p>104</p><p>Emitir comprovante e imprimir (se processo físico) ou salvar como PDF na tela de</p><p>impressão.</p><p>Juntar ao processo.</p><p>No SISCOM:</p><p>Lançar movimentação “Expedição de CDJ”.</p><p>105</p><p>CÍVEIS</p><p>Ana Maria da Silva Barros Rosa</p><p>Servidora da 4ª Vara Cível da Comarca de Betim</p><p>É com alegria que os recebemos nesta fase tão produtiva da vida de vocês!</p><p>Logo de início, é perceptível o volume de trabalho, de orientações, de práticas</p><p>necessárias ao desempenho das funções, que assustam todo estagiário e também</p><p>servidores.</p><p>Todavia, a ansiedade e as preocupações naturais de todo começo aos poucos vão</p><p>sumindo, à medida que vão se adaptando com a rotina de trabalho.</p><p>Para trazer mais tranquilidade aos estagiários, pensamos em um manual que</p><p>facilitará, em muito, as atividades desenvolvidas.</p><p>Em pouco tempo, terão assimilado o que deve ser feito e prestarão seu serviço</p><p>com muita eficiência.</p><p>Mesmo que já tenham um conhecimento prévio consolidado, usem este manual</p><p>como um guia neste começo da sua jornada. Releiam sempre que necessário, façam</p><p>anotações, tirem suas dúvidas.</p><p>Estamos todos prontos a ajudá-los a se desenvolver, a entender o processo como</p><p>um todo e em todas as suas fases.</p><p>Nada melhor do que iniciar com uma visão geral sobre o processo de</p><p>conhecimento.</p><p>8</p><p>1 PROCESSO DE CONHECIMENTO</p><p>É a fase do processo em que o juiz conhece do pedido do autor, da defesa do</p><p>requerido, em que as provas são produzidas. Vai desde a petição inicial, momento em que</p><p>a parte declina para o juiz sua pretensão, até o trânsito em julgado da sentença, que julgou</p><p>procedente ou improcedente o pedido. Trata-se de procedimento comum.</p><p>Na fase de conhecimento, é apresentado o pedido inicial, o qual é analisado, com</p><p>base nos arts. 319 e 320 do CPC, para se dar o despacho inicial, ocasião em que se</p><p>analisam eventuais pedidos de tutela provisória (arts. 300 a 311 do CPC).</p><p>Em seguida, a parte contrária é citada e apresenta defesa (arts. 335 e 343 do CPC).</p><p>Ato contínuo, a parte autora impugna a defesa apresentada (arts. 350 e 351 do</p><p>CPC).</p><p>Segue-se com a especificação de provas (art. 348 c/c arts. 350 e 351 do CPC).</p><p>É proferido o despacho saneador (art. 357 do CPC), ocasião em que são sanadas</p><p>eventuais irregularidades de representação ou nulidades, são resolvidas as questões</p><p>preliminares arguidas pelo requerido e são apreciados os pedidos de provas efetivados</p><p>pelas partes, que podem ser deferidos ou indeferidos, mediante fundamentação.</p><p>As provas (previstas nos arts. 369 e 484 do CPC) deferidas são produzidas, em</p><p>audiência de instrução e julgamento, ou fora dela, conforme for o caso (arts. 358 e</p><p>seguintes do CPC).</p><p>Encerrada a produção de provas, o juiz pode dar vista às partes, para alegações</p><p>finais (art. 364 do CPC).</p><p>Segue-se com a sentença de mérito (art. 487 do CPC).</p><p>Se não houver apelação, ocorre o trânsito em julgado, encerrando-se a fase de</p><p>conhecimento.</p><p>Se houver apelação (art. 1.009 do CPC) ou for caso de remessa necessária (art.</p><p>496), o feito é remetido para o TJMG, para o STJ, para o STF, conforme forem os</p><p>recursos aviados. Somente após o trânsito em julgado, encerra-se a fase de conhecimento.</p><p>9</p><p>Aqui importante trazer uma distinção entre sentença com resolução do mérito,</p><p>prevista do no art. 487 do CPC, e sentença sem resolução do mérito, art. 485 do CPC.</p><p>Quando o juiz analisa o mérito do pedido do autor, ou seja, o problema trazido</p><p>pelo autor na sua petição inicial, dando uma sentença procedente, procedente em parte ou</p><p>improcedente, tem-se que a sentença é COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. Em um</p><p>exemplo simples: na petição inicial, o autor pede indenização por danos materiais por</p><p>conta de um acidente de trânsito. Na sentença de mérito, o juiz pode julgar procedente o</p><p>pedido, determinando o pagamento da indenização pretendida, ou parcialmente</p><p>procedente, determinando o pagamento, mas não do valor pretendido pelo autor, ou,</p><p>então, julgar improcedente o pedido porque entendeu que o autor não tem qualquer</p><p>direito de ser indenizado. Também ocorre resolução do mérito quando o juiz homologa</p><p>um acordo entre as partes, ou reconhece a prescrição ou decadência do direito, ou ainda</p><p>quando a parte autora renuncia a seu pedido.</p><p>Nesses casos, o juiz apreciou o mérito da questão, o problema trazido ao Judiciário,</p><p>e resolveu o caso, pondo fim ao processo, com resolução do mérito, com base no art. 487</p><p>do CPC.</p><p>Com a resolução do mérito, seja por qualquer dos incisos do art. 487 do CPC, a</p><p>parte não poderá ajuizar novamente a mesma ação, com os mesmos pedidos, pois existe a</p><p>coisa julgada a respeito.</p><p>Entretanto, existem situações em que o processo é extinto sem que o juiz analise o</p><p>problema trazido pelo autor. Tome-se por exemplo o mesmo pedido de indenização por</p><p>danos materiais acima. Pode acontecer que a petição inicial não esteja de acordo com a lei,</p><p>e o juiz mande a parte corrigi-la, e esta não o faz. Assim, o juiz nem recebe a petição</p><p>inicial, indeferindo-a. Note-se que não houve apreciação do problema do autor.</p><p>Também pode acontecer que, depois de recebido o processo, a parte não promova</p><p>alguma diligência que o juiz tenha determinado, ou, ainda, que a parte autora desista do</p><p>processo. Nessas situações, e nas demais previstas no art. 485 do CPC, o juiz põe fim ao</p><p>processo, mas SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. Ou seja, o processo é extinto por</p><p>questões processuais. Não é analisada a pretensão do direito trazida na petição inicial.</p><p>10</p><p>Quando o processo é extinto SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO, a parte autora</p><p>poderá ajuizar novamente a mesma ação para discutir o seu alegado direito.</p><p>Importante entender essa distinção!</p><p>Com base nessa orientação acima, passemos a entender pontualmente algumas</p><p>fases do processo de conhecimento:</p><p>Primeiramente, muita atenção: verificar sempre se os MODELOS de</p><p>despacho/decisão/sentença que serão utilizados estão adequados ao CPC.</p><p>1.1 PETIÇÕES INICIAIS</p><p>Em qualquer processo deve ser feita uma análise padrão:</p><p>- A petição inicial deverá trazer os documentos na seguinte ordem de sequência</p><p>cronológica e lógica, de acordo com o art. 119 do Provimento 355/2018 da Corregedoria-</p><p>Geral de Justiça:</p><p>I – petição inicial;</p><p>II – procuração;</p><p>III – documentos pessoais;</p><p>IV – documentos necessários à instrução da causa corretamente indexados.</p><p>- Se há documentos irregulares ou ilegíveis, caso em que deve ser determinada a</p><p>regularização, sob pena de extinção.</p><p>- Se a autuação está correta (por exemplo, se o nome da ação corresponde ao pedido), os</p><p>dados das partes constantes da página inicial do processo coincidem com os dados</p><p>constantes de documentos existentes nos autos.</p><p>11</p><p>- Se o advogado que assinou a petição inicial tem procuração, ou substabelecimento</p><p>derivado de alguma procuração constante dos autos.</p><p>- Se o autor for incapaz, a procuração do representante legal.</p><p>- Se o autor for pessoa jurídica, se os atos constitutivos foram juntados.</p><p>- Se o autor for analfabeto, é indispensável a procuração por instrumento público, ou seja,</p><p>lavrada em Cartório de Notas.</p><p>- Se há pedido de justiça gratuita de pessoa física, se tem a declaração de pobreza ou a</p><p>procuração com poderes específicos para pedir gratuidade. Se houver indícios de</p><p>capacidade econômica (que se verifica pela leitura da petição inicial e documentos — ou</p><p>ausência deles, intimar para comprovação. Para pessoa física é necessário dar prazo para</p><p>comprovar a alegada hipossuficiência - § 2º do art. 99 do CPC).</p><p>- Se há pedido de gratuidade judiciária de pessoa jurídica, os documentos comprobatórios</p><p>da hipossuficiência devem acompanhar a inicial, sob pena de indeferimento de plano.</p><p>- Se a procuração é genérica, com poderes ad judicia, pode ser usada em qualquer processo.</p><p>Se for procuração específica, só pode ser utilizada no processo para o qual fora outorgada.</p><p>- Verificar também se a data em que a procuração foi outorgada é recente. Procurações</p><p>outorgadas em datas anteriores a seis meses causam estranheza e deve-se exigir uma</p><p>atualizada.</p><p>- Se há o comprovante de recolhimento das custas</p><p>processuais (caso não haja pedido de</p><p>justiça gratuita).</p><p>12</p><p>- Se há pedido de dependência ou de associação, observar se é de fato dependência</p><p>(conexão ou continência) - art. 286 do CPC, ou caso de remessa para livre distribuição .</p><p>- Analisar a certidão de triagem efetivada pela Secretaria, pois nela há referência a</p><p>processos que podem ser conexos, devendo ser analisada essa situação, para avaliar se é o</p><p>caso de associar os processos, remeter para outra Vara ou avocar o processo.</p><p>- Se a petição preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 do CPC, do contrário, tem que</p><p>emendar.</p><p>- Se há algum pedido de emenda ou aditamento (observar art. 329), deve ser objeto de</p><p>deliberação no despacho. Não esquecer de mencioná-lo.</p><p>- Se o valor da causa atende ao art. 292 do CPC. Se não, o juiz pode corrigir de ofício (art.</p><p>292, § 3º).</p><p>- Se houver pedido de inversão do ônus da prova, ver a viabilidade de analisar sobre isso.</p><p>A inversão só deve ser deferida caso comprovado que o autor não possa produzir tal</p><p>prova, seja porque está negando algum débito, seja porque a prova é exclusiva do</p><p>demandado.</p><p>- Marcar audiência de conciliação na CEJUSC somente em ações com o rito ordinário.</p><p>- Observar se a ação tem alguma especificidade que a inicial deva observar: consignação,</p><p>monitória, reintegração, busca e apreensão, execução de título extrajudicial, oposição,</p><p>demarcatória, usucapião, etc. — usar o modelo específico para o despacho inicial de cada</p><p>um desses procedimentos. Nesses casos, evite marcar audiência na CEJUSC. Isso porque,</p><p>conforme for o rito de cada tipo de ação, pode gerar confusão quanto ao prazo de</p><p>resposta. Melhor evitar!</p><p>13</p><p>- Tratando-se de pedido de cumprimento de sentença distribuído pela parte, observar se</p><p>houve digitalização das peças necessárias ao cumprimento, especialmente as procurações</p><p>das partes, o título judicial e a certidão de trânsito em julgado (salvo se for cumprimento</p><p>provisório).</p><p>- Não estando a petição inicial e documentos que a acompanham adequados, deve ser</p><p>oportunizado à parte o direito de emendar a inicial (art. 321 do CPC), indicando, com</p><p>precisão, o que deve ser corrigido ou completado pela parte.</p><p>- Outra coisa muito importante: ao ordenar a emenda à inicial, constar todas as questões</p><p>que devam ser emendadas, para evitar que o processo fique indo e voltando com ordens</p><p>de emenda, o que atrasa a prestação jurisdicional.</p><p>- O prazo de emenda à inicial é de 15 dias.</p><p>Passemos, agora, ao que deve ser analisado em casos específicos, além da análise</p><p>padrão da petição inicial:</p><p>1.2 CARTA PRECATÓRIA - Art. 260 do CPC</p><p>- Deve-se verificar na CP qual a finalidade.</p><p>- Se o juiz a assinou.</p><p>- Se apresenta as seguintes peças: cópias da petição inicial, contestação (caso não se trate</p><p>de citação), procurações concedidas aos advogados, despacho do juiz que ordenou o ato</p><p>deprecado.</p><p>14</p><p>- Se a CP for para ouvir testemunha ou depoimento pessoal, necessário despacho</p><p>específico para agendamento de audiência. Importante verificar se não é o caso de</p><p>utilização de sala passiva, em que o próprio juízo deprecante que colhe o depoimento.</p><p>- Se foram recolhidas as custas processuais, taxa judiciária e verba indenizatória (observar</p><p>pela certidão de triagem da Secretaria).</p><p>- Carta precatória em que já houve despacho mandando devolver ao deprecado, para dar</p><p>nova ordem de cumprimento, depende de recolhimento de novas custas ou de despacho</p><p>do juízo deprecante mandando desentranhar a CP.</p><p>- CP sem o cumprimento do art. 260 do CPC ou sem o recolhimento de custas, mandar</p><p>devolver ao deprecante.</p><p>1.3 BUSCA E APREENSÃO - Dec. nº 911 com pedido liminar</p><p>- Inicial com relato dos fatos mencionando o contrato, o bem, o inadimplemento e o</p><p>pedido de liminar de busca e apreensão.</p><p>- O contrato de alienação fiduciária havido entre as partes, assinado pelo requerido, com</p><p>expressa cláusula de garantia de alienação fiduciária, é documento indispensável.</p><p>- O veículo indicado no contrato tem que ser o mesmo descrito na inicial.</p><p>- Notificação extrajudicial endereçada ao requerido e recebida pelo devedor pessoalmente</p><p>ou por outra pessoa em seu endereço (desde que o endereço descrito na inicial seja o</p><p>mesmo constante do contrato).</p><p>15</p><p>- Alternativamente, comprovante de protesto através do cartório de protestos, desde que</p><p>o endereço do requerido citado na certidão do cartório seja o mesmo indicado na inicial e</p><p>no contrato.</p><p>- Observar quem ficará como depositário do bem (o autor ou um representante seu – isso</p><p>está no pedido).</p><p>- Deliberar sobre o pedido de restrição via Renajud, consignando que, deferido o Renajud,</p><p>tão logo seja efetivada a apreensão, deve-se dar baixa no impedimento.</p><p>- Estudar o Decreto-Lei nº 911/1969.</p><p>1.4 REINTEGRAÇÃO DE POSSE DE BEM MÓVEL com pedido liminar - art.</p><p>560/566 do CPC c/c § 15 do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/69</p><p>- Relato dos fatos descrevendo o contrato, o bem, o inadimplemento, a data do</p><p>inadimplemento.</p><p>- Contrato de arrendamento mercantil com cláusula que dispõe sobre a reintegração do</p><p>bem em caso de inadimplência, assinado pelo requerido.</p><p>- Cópia do documento do veículo (dispensável se os dados do veículo estiverem todos no</p><p>contrato).</p><p>- Planilha do débito (dispensável).</p><p>- Notificação extrajudicial ou protesto.</p><p>- Observar o disposto no § 15 do art. 3º do Decreto-Lei nº 911/1969.</p><p>16</p><p>1.5 EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL prevista nos arts. 719 a 913 do</p><p>CPC</p><p>- É baseada em um título de crédito extrajudicial (art. 784 do CPC).</p><p>- Analisar se a inicial é instruída com um título executivo extrajudicial, algum daqueles do</p><p>art. 784 do CPC, ou outro, desde que haja previsão legal para tanto.</p><p>- Analisar os requisitos do art. 319 no que couber.</p><p>- Atenção aos requisitos do título executivo extrajudicial: certeza, liquidez e exigibilidade.</p><p>- A certeza da obrigação é a prova da existência do crédito.</p><p>- A liquidez, em execução por quantia certa, consiste simplesmente no conhecimento</p><p>exato do valor do crédito exequendo.</p><p>- Por sua vez, a exigibilidade está ligada ao vencimento da obrigação, ao implemento do</p><p>termo e/ou condição.</p><p>- Os títulos de crédito têm força executiva. Eles valem por si só, por força de lei. Não é</p><p>necessário explicar para o juiz a origem daquele direito. Por isso, dispensa-se a fase de</p><p>conhecimento.</p><p>- O executado é citado para pagar no prazo de três dias (art. 829 do CPC), sob pena de</p><p>penhora, podendo opor embargos do devedor (art. 914 do CPC), mesmo sem penhora.</p><p>Esses embargos são uma ação de conhecimento, com todos os seus trâmites.</p><p>17</p><p>- No prazo de embargos, o executado pode pedir o parcelamento do débito executado</p><p>(art. 916 do CPC).</p><p>- Via de regra, os embargos não suspendem a execução, podendo as duas ações tramitar</p><p>normalmente (art. 919 do CPC).</p><p>- Não ocorrendo o pagamento, os atos processuais destinam-se a localizar bens do</p><p>devedor que garantam a satisfação da dívida, prosseguindo-se na busca de bens para</p><p>penhora através do SISBAJUD, Renajud, Infojud, etc., até localizá-los, levar a leilão,</p><p>podendo haver alienação ou adjudicação.</p><p>- A extinção da execução extrajudicial se dá com base no art. 924 do CPC, em que estão</p><p>previstas as hipóteses.</p><p>1.6 EMBARGOS DO DEVEDOR - art. 914 do CPC</p><p>- Os embargos do devedor são a defesa do executado, citado da ação de execução</p><p>extrajudicial. Esses embargos são uma ação de conhecimento, com todos os seus trâmites.</p><p>- Via de regra, os embargos não suspendem a execução, podendo as duas ações tramitar</p><p>normalmente (art. 919 do CPC).</p><p>- Pode ser deferida a suspensão da execução se comprovados os requisitos de uma tutela</p><p>de urgência e se houver penhora, depósito ou caução que garanta a execução (art. 919 do</p><p>CPC).</p><p>- Está previsto no art. 914 e seguintes</p><p>do CPC.</p><p>- Não depende de que tenha havido penhora nos autos da execução.</p><p>18</p><p>- Deve ser distribuído por dependência à execução, instruído com as peças relevantes</p><p>(procurações, título em discussão, comprovante da data de sua citação - para verificar a</p><p>tempestividade).</p><p>- Tempestividade: é requisito indispensável a analisar, observar o art. 915 do CPC.</p><p>- Se os embargos não forem instruídos com as peças relevantes e se não demonstrada a</p><p>tempestividade, deve-se determinar a emenda.</p><p>- O executado pode alegar as matérias descritas no art. 917 para fundamentar seus</p><p>embargos.</p><p>- Os embargos podem ser rejeitados liminarmente, em algumas situações, art. 918 do CPC.</p><p>- Verificar sempre se os processos (execução e embargos) estão associados no sistema. Se</p><p>não estiverem, fazer constar essa ordem do despacho.</p><p>1.7 EMBARGOS DE TERCEIRO - art. 674 do CPC</p><p>- Os embargos de terceiro são a defesa de uma pessoa que, não sendo parte no processo</p><p>de conhecimento, cumprimento de sentença ou execução extrajudicial, sofreu constrição</p><p>ou ameaça de constrição sobre seus bens.</p><p>- Esses embargos são uma ação de conhecimento, com todos os seus trâmites.</p><p>- Deve-se fazer a análise da petição inicial normalmente.</p><p>- Eles podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento, enquanto não</p><p>transitada em julgado a sentença, no cumprimento de sentença ou execução até cinco dias</p><p>após a adjudicação, alienação ou arrematação, antes de ser assinada a carta.</p><p>19</p><p>- Polo passivo é quem o ato de constrição aproveita, geralmente o exequente, que pediu a</p><p>penhora do bem, ou mesmo o executado, se foi ele quem indicou o bem à penhora.</p><p>- Verificar sempre se os processos (principal e embargos de terceiro) estão associados no</p><p>sistema. Se não estiverem, fazer constar essa ordem do despacho.</p><p>- Muito importante verificar se o processo principal pertence à Vara.</p><p>- Os embargos devem acompanhar o processo principal.</p><p>- Se este for de outra Vara e os embargos foram distribuídos livremente, deve-se</p><p>determinar a remessa dos autos à Vara onde tramita o processo principal aos embargos</p><p>(tanto do devedor quanto de terceiro).</p><p>1.8 MONITÓRIA - art. 700 CPC</p><p>- Analisar a existência de título sem força executiva. Qualquer documento assinado pelo</p><p>devedor vale para subsidiar a ação monitória;</p><p>- Demais requisitos dos arts. 319, 700 e 701.</p><p>- Uma vez citado o requerido, ele pode aviar embargos monitórios.</p><p>- Desses embargos o autor tem vista para impugnação.</p><p>- Segue a especificação de provas, saneador e, por fim, a decisão desses embargos</p><p>monitórios.</p><p>20</p><p>- Resolvidos os embargos monitórios, no caso de improcedência, ou procedência parcial,</p><p>ou ainda no caso em que eles não sejam interpostos, deve-se fazer a conversão da ação</p><p>monitória em cumprimento de sentença, seguindo o processo com os mesmos requisitos</p><p>de um cumprimento de sentença.</p><p>1.9 RECONVENÇÃO</p><p>- Quando o requerido é citado da ação, ele pode concordar com a pretensão do autor ou</p><p>contestá-la e, ainda, reconvir. Pode haver reconvenção sem a contestação.</p><p>- Reconvenção é o pedido que o requerido faz contra o autor e inclusive terceiros, desde</p><p>que conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa (art. 343 do CPC).</p><p>- A reconvenção deve ser analisada como se fosse uma petição inicial do réu, o pedido</p><p>deve ser certo e determinado; indicado o valor da reconvenção, com base no art. 292 do</p><p>CPC.</p><p>- Ela também deve ser preparada, ou seja, recolhidas as custas (pelo valor de metade das</p><p>custas – ver Provimento nº 75/2018 – art. 15). Havendo pedido de gratuidade judiciária,</p><p>este deve ser deliberado com o mesmo rigor da petição inicial.</p><p>- Pode acontecer que o autor já tenha manifestado sobre a reconvenção no momento em</p><p>que fora dada vista da contestação para impugnação. Então basta verificar se a</p><p>reconvenção preenche os requisitos e seguir com o processo.</p><p>- Na sentença, o juiz resolverá o mérito acerca do pedido do autor (petição inicial) e sobre</p><p>o pedido do requerido, apresentado na reconvenção.</p><p>21</p><p>1.10 EXTINÇÕES SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO - art. 485 do CPC</p><p>Orientações gerais, cabíveis em todos os tipos de extinção sem resolução do</p><p>mérito:</p><p>- Decisões de extinção devem ser sucintas e claras.</p><p>- Nunca usar ―custas na forma da lei‖. Causa confusão e dificuldade na secretaria,</p><p>contadoria ou para as partes. Dizer expressamente quem vai pagar as custas.</p><p>- Verificar se alguma das partes tem assistência judiciária gratuita (AJG) e, se for o caso,</p><p>suspender exigibilidade.</p><p>- Verificar se há pedido de AJG pendente de apreciação.</p><p>- Caso a parte não tenha AJG, determinar, não sendo pagas as custas, a expedição da</p><p>Certidão de Não Pagamento de Despesas Processuais – CNPDP.</p><p>- Constar que, após o trânsito em julgado, o processo deve ser arquivado.</p><p>- Conferir se há pendência de algum recurso dirigido ao Tribunal, caso em que se deve</p><p>mandar oficiar ao TJMG, dando conhecimento da extinção sem resolução do mérito.</p><p>- Verificar se há algum valor a ser liberado e resolver sobre isso.</p><p>- Verificar se há alguma tutela/liminar que se deva tornar sem efeito ou liberar alguma</p><p>constrição.</p><p>- Observar se o MP atua no processo, caso em que ele deve ser intimado.</p><p>22</p><p>- Caso formada a tríade processual, é preciso condenar em custas e honorários</p><p>sucumbenciais a parte que ensejou a extinção do feito, ainda que suspenda em razão da</p><p>concessão da gratuidade judiciária.</p><p>1.10.1 INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL - art. 330 c/c art. 485, I, do</p><p>CPC</p><p>- Toda vez que for ordenada a emenda à petição inicial e a parte deixar transcorrer o</p><p>prazo sem efetivar a emenda, a inicial deve ser indeferida de plano.</p><p>- Ainda que tenha havido emenda, mas a petição da parte autora não atende ao que foi</p><p>determinado pelo Juízo, deve ser indeferida a petição inicial.</p><p>- Pedido de dilação do prazo para emenda à inicial enseja o indeferimento da inicial de</p><p>imediato, salvo se justificado.</p><p>- Alguns casos específicos e raros podem ensejar o indeferimento da inicial de imediato,</p><p>sem mesmo haver ordem de emenda (por exemplo: impossibilidade jurídica do pedido,</p><p>rejeição liminar de embargos - art. 918 do CPC, dentre outros casos raros).</p><p>- Verificar se há algum valor a ser liberado, via alvará, ao autor, por conta de algum</p><p>depósito judicial efetivado, deliberando sobre isso.</p><p>1.10.2 DESISTÊNCIA: art. 485, VIII, e § 4º, do CPC</p><p>- Na maioria dos casos, ocorre quando o réu ainda não foi citado.</p><p>- Se o demandado já contestou a ação, é necessária a sua intimação para ter ciência do</p><p>pedido e manifestar a concordância.</p><p>23</p><p>- Se decorrer o prazo do demandado, presume-se a sua anuência.</p><p>- Se não houve apresentação de contestação, mas houve citação, não há necessidade de</p><p>anuência com o pedido do autor. O que determina a necessidade da concordância é a</p><p>existência de contestação.</p><p>- Na desistência, as custas são a cargo da pessoa que desistiu, mesmo se for beneficiária da</p><p>gratuidade judiciária, é necessário condenar e, em seguida, suspender a cobrança, com</p><p>base no art. 98, § 3º, do CPC.</p><p>- Verificar se foi o autor quem pediu a desistência da ação. Esse pedido deve ser exclusivo</p><p>do autor. O réu pode desistir da reconvenção.</p><p>- Averiguar se o advogado tem poderes específicos para fazer esse requerimento (art. 105</p><p>do CPC).</p><p>- Ver se foi concedida alguma tutela, observar se ela deverá ser revogada.</p><p>- Ver se precisa oficiar algum órgão ou tribunal quanto a essa sentença proferida.</p><p>- Só oficiar Detran ou outro órgão, se houve alguma ordem desse juízo, no sentido de</p><p>qualquer providência que deve ser cancelada.</p><p>- Se a parte contrária tiver contestado a ação e não concordar com o pedido de desistência,</p><p>não pode ser dada essa sentença, o feito tem que continuar.</p><p>- Verificar se</p><p>há algum valor a ser liberado, via alvará, ao autor da ação, por conta de</p><p>algum depósito judicial efetivado, deliberando sobre isso.</p><p>24</p><p>1.10.3 INÉRCIA - art. 485, III, e § 6º, do CPC</p><p>- Verificar se realmente era necessário que a parte desse andamento ao processo (exemplo:</p><p>fornecer endereço para citação; indicar que bem pretende penhorar). A falta de</p><p>manifestação sobre provas e a não apresentação de réplica não geram extinção e serão</p><p>sopesadas quando do julgamento de mérito do processo.</p><p>- As custas são pela parte que gerou a extinção.</p><p>- Observar eventual concessão de AJG.</p><p>- Depende de pedido do requerido, se houve contestação.</p><p>- Não tendo o réu sido citado, ou, caso citado, não tenha apresentado contestação, a</p><p>decretação de eventual inércia do autor não está vinculada ao pedido do demandado.</p><p>Basta que o autor não cumpra alguma ordem e que, intimado a fazê-lo pessoalmente,</p><p>deixe transcorrer o prazo sem qualquer manifestação.</p><p>- Analisar se a parte autora foi intimada para cumprir determinado despacho e não se</p><p>manifestou.</p><p>- Seguido ao aludido despacho, deverá constar o despacho determinando a intimação</p><p>pessoal da parte autora para, no prazo de cinco dias, dar andamento ao feito, sob pena de</p><p>extinção.</p><p>- Atenção: a intimação da parte autora é pessoal, deve estar nos autos a certidão do oficial</p><p>de justiça comprovando a intimação, aceitando-se também o AR assinado.</p><p>- Se a parte, mais uma vez, quedou-se inerte, poderá ser prolatada a sentença de inércia.</p><p>25</p><p>- Se a certidão do oficial de justiça disser que não localizou a parte autora, porque ela se</p><p>mudou, ou o AR for devolvido por esse motivo, há um modelo próprio de sentença de</p><p>inércia. Isso porque a parte não informou o novo endereço, que seria sua obrigação (art.</p><p>274, parágrafo único, do CPC ).</p><p>- Ver se é caso de tornar sem efeito alguma tutela concedida.</p><p>- Havendo contestação, é preciso condenar em custas e honorários sucumbenciais, ainda</p><p>que suspenda em razão da concessão da gratuidade judiciária.</p><p>- Verificar se há algum valor a ser liberado, via alvará, seja ao autor ou ao requerido, por</p><p>conta de algum depósito judicial efetivado, deliberando sobre isso.</p><p>1.10.4 NEGLIGÊNCIA - art. 485, II, do CPC</p><p>- Não depende de pedido do requerido, basta a verificação do decurso do prazo de um</p><p>ano. Se o processo ficou parado por mais de um ano, é caso de extinção por essa forma.</p><p>- Analisar se a parte autora foi intimada para cumprir determinado despacho e não se</p><p>manifestou.</p><p>- Seguido ao aludido despacho, deverá constar o despacho determinando a intimação da</p><p>parte autora para, no prazo de cinco dias, dar andamento ao feito, sob pena de extinção.</p><p>Essa intimação é pessoal, aceitando-se carta com AR.</p><p>- Se a parte, mais uma vez, quedou-se inerte, poderá ser prolatada a sentença de</p><p>negligência.</p><p>26</p><p>- Se a certidão do oficial de justiça disser que não localizou a parte autora porque ela se</p><p>mudou, ou o AR for devolvido por esse motivo, há um modelo próprio de sentença de</p><p>negligência. Isso porque a parte não informou o novo endereço, que seria sua obrigação</p><p>(art. 274, parágrafo único, do CPC ).</p><p>- Ver se é caso de tornar sem efeito alguma tutela concedida.</p><p>- Verificar se há algum valor a ser liberado, via alvará, a alguma das partes, por conta de</p><p>algum depósito judicial efetivado, e deliberar sobre isso.</p><p>1.10.5 EXTINÇÃO POR AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS válidos de</p><p>constituição e de desenvolvimento do processo (art. 485, IV, do CPC)</p><p>- São casos bem específicos. Não tem jeito de a ação prosseguir, porque aconteceu alguma</p><p>coisa que impede que o processo prossiga, ou houve perda do objeto. Veja alguns</p><p>exemplos:</p><p>- Uma ação para internar alguém e essa pessoa veio a falecer; uma ação para fazer uma</p><p>certa cobrança e essa dívida foi objeto de acordo em outro feito, ou houve o pagamento</p><p>extrajudicial; uma ação para despejo e o requerido já deixou o imóvel; uma parte que está</p><p>sem advogado nos autos, seja porque não o tem, seja porque este renunciou, etc.</p><p>1.10.6 EXTINÇÃO POR NÃO CONCORRER QUALQUER DAS CONDIÇÕES</p><p>DA AÇÃO - legitimidade das partes e interesse processual (art. 485, VI, do CPC)</p><p>- São casos também específicos. Não há como a ação prosseguir, porque as partes não são</p><p>legítimas, ou não há interesse processual. Veja alguns exemplos:</p><p>27</p><p>- Uma pessoa ajuíza ação de indenização em favor de outra, que é plenamente capaz – ou</p><p>seja, falta legitimidade; pedir internação de pessoa que já estava internada – falta interesse</p><p>processual.</p><p>1.11 EXTINÇÕES COM RESOLUÇÃO DO MÉRITO - Art. 487 DO CPC</p><p>1.11.1 RENÚNCIA - art. 487, III, c, do CPC</p><p>- Verificar se o autor foi quem a pediu.</p><p>- Desnecessário dar vista à parte contrária, porque, se a parte renunciou ao direito, jamais</p><p>poderá ajuizar novamente a mesma ação.</p><p>- Averiguar se o advogado tem poderes específicos para fazer esse requerimento.</p><p>- Ver se foi concedida alguma liminar ou antecipação de tutela, caso em que deverão ser</p><p>revogadas.</p><p>- Ver se precisa oficiar algum órgão ou tribunal quanto a essa sentença proferida.</p><p>- Somente oficiar ao Detran ou a outro órgão, se houve alguma ordem desse juízo, no</p><p>sentido de qualquer providência que deva ser cancelada.</p><p>- Atentar para a gratuidade judiciária, se foi concedida.</p><p>- Condenar em custas e honorários sucumbenciais (neste caso, se houve contestação),</p><p>ainda que suspenda em razão da concessão da gratuidade judiciária.</p><p>- Verificar se tem algum valor a ser liberado, via alvará, a alguma das partes, por conta de</p><p>algum depósito judicial efetivado, e deliberar sobre isso.</p><p>28</p><p>1.11.2 HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO: art. 487, III, b, do CPC</p><p>- Ver se os procuradores das partes que pedem a homologação do acordo assinaram o</p><p>aludido termo.</p><p>- Ver se os advogados têm procuração nos autos com poderes específicos para transigir</p><p>ou firmar acordos.</p><p>- Para um melhor esclarecimento, é necessário apenas uma das partes possuir</p><p>representação processual (advogado) para assinar a transação, ou seja, se apenas o</p><p>advogado do autor assinar a transação ou somente o advogado do requerido o fizer,</p><p>juntamente com a assinatura da outra parte, a transação poderá ser homologada, mas com</p><p>a utilização de um modelo de minuta diferente.</p><p>- Atenção: pode ser caso de acordo parcial. Caso apenas uma das partes possuir advogado</p><p>devidamente qualificado, e apenas este assinou a transação, deverá utilizar o modelo de</p><p>―transação extrajudicial‖, pois uma das partes certamente não possuía representação</p><p>processual (geralmente o requerido).</p><p>- Analisar se é necessário dar vista ao Ministério Público (em caso de haver algum menor</p><p>ou incapaz). Nesses casos, só pode ocorrer homologação após a vista ao Parquet.</p><p>- Ver se foi concedida alguma liminar ou antecipação de tutela, caso em que deverá haver</p><p>manifestação a respeito (ratificando-a ou não, conforme for o caso e o acordo).</p><p>- Verificar se precisa oficiar a algum órgão ou tribunal quanto a essa sentença proferida.</p><p>- Só oficiar ao Detran ou a outro órgão, se houve alguma ordem desse juízo, no sentido de</p><p>qualquer providência que deva ser cancelada. Se houver alguma restrição imposta por esse</p><p>29</p><p>Juízo, deve constar o seguinte parágrafo: ―Eventuais restrições determinadas por este</p><p>Juízo devem ser baixadas‖. Caso o juiz não tenha determinado nenhuma restrição e,</p><p>mesmo assim, as partes pediram baixa, o pedido será indeferido, constando o seguinte</p><p>parágrafo: ―Indefiro o pedido de baixa de restrição requerido pelas partes, uma vez que</p><p>não houve nenhuma determinação deste Juízo neste sentido‖.</p><p>- No acordo, as partes costumam estabelecer como ficará o pagamento das custas. Se elas</p><p>falarem sobre isso no acordo, basta colocar na sentença ―custas conforme transação‖. Se</p><p>nada falarem a respeito, observar o art. 90 do CPC e o art. 92, §</p><p>2º, do Provimento</p><p>Conjunto 75/2018, valendo lembrar que, se alguma parte for beneficiária da gratuidade</p><p>judiciária, suspender a cobrança das custas, impreterivelmente.</p><p>- Ver se pediram expedição de alvará, devendo constar tal ordem na sentença, sendo</p><p>possível.</p><p>- Analisar se as partes renunciaram ao prazo recursal. Se sim, deve-se acrescentar o</p><p>seguinte parágrafo: ―Defiro a dispensa do prazo recursal‖.</p><p>- Observar se foi deferida alguma liminar. Se sim, deve constar o seguinte parágrafo:</p><p>―Torno sem efeito a liminar/tutela concedida‖, se for o caso. Há casos em que a liminar</p><p>deve persistir.</p><p>- Conferir se a minuta está assinada pelas partes ou se o advogado tem poderes para</p><p>transacionar. Caso não esteja assinado ou não constem poderes para o advogado, tem que</p><p>mandar regularizar (pode intimar partes para trazer a minuta assinada ou intimar parte</p><p>contrária para confirmar).</p><p>- Conferir se o acordo foi firmado antes ou depois da sentença. Se for antes, custas isentas</p><p>conforme art. 90, § 3º, do CPC. Se for depois, a regra é que as custas sejam divididas</p><p>entre as partes (art. 90, § 2º, do CPC). As partes podem dispor sobre as custas. Todavia, se</p><p>30</p><p>imputarem o pagamento de toda a verba para quem tem AJG, houve renúncia tácita ao</p><p>benefício. Nesse caso, condenar a pessoa ao pagamento das custas e não suspender a</p><p>exigibilidade.</p><p>- Se o pedido de homologação foi efetivado após a sentença de mérito, é possível a</p><p>homologação, utilizando um modelo específico, especialmente por conta das custas.</p><p>1.12 DESPACHO SANEADOR</p><p>- No despacho saneador, serão resolvidas todas as questões do processo: sanam-se</p><p>irregularidades de representação processual, de citação, verifica-se a existência de</p><p>reconvenção, de denunciação à lide ou alguma outra intervenção de terceiro (art. 119 e</p><p>seguintes, CPC) ainda não apreciada, decide-se sobre preliminares (art. 337 do CPC), de</p><p>modo que o processo esteja preparado para a produção de provas ou para o julgamento.</p><p>- Primeiramente, verificar se as partes estão regularmente representadas; isso vale inclusive</p><p>para os subestabelecimentos. É comum escritórios grandes juntarem subestabelecimentos</p><p>que não derivam de procuração constante dos autos. Deve ser oportunizada a</p><p>regularização no prazo de 15 dias (art. 76 do CPC).</p><p>- Verificar se todos os requeridos foram citados (lembrar que a citação de pessoa física</p><p>por carta com AR deve ser recebida em mãos próprias, vide exceção no art. 248 do CPC).</p><p>Se houver pendência de citação, o processo não pode prosseguir sem tal regularização.</p><p>- Verificar eventual reconvenção: se foi recebida. Se ainda não foi, deve-se apreciá-la como</p><p>se aprecia uma petição inicial. Ela também deve ser preparada (pelo valor de metade das</p><p>custas - ver Provimento 75/2018 - art. 15), ou, havendo pedido de gratuidade judiciária,</p><p>deve ser deliberado com o mesmo rigor da petição inicial.</p><p>31</p><p>- Pode ser que o autor já tenha se manifestado sobre a reconvenção. Então basta verificar</p><p>se ela preenche os requisitos e seguir com o saneador.</p><p>- Normalmente, o pedido de gratuidade judiciária do requerido é decidido no despacho</p><p>saneador. Se for pessoa física e não estiver demonstrada a hipossuficiência, no final do</p><p>saneador, deve ser intimado para comprovar (prazo de 15 dias), e, após, os autos deverão</p><p>vir conclusos para deliberação. Obs.: Se for o caso de deferir prova pericial pleiteada pelo</p><p>réu, deve haver despacho pedindo para comprovar a hipossuficiência, e depois vir</p><p>concluso para saneador (se for deferida a gratuidade, o perito será nomeado pelo sistema</p><p>AJG).</p><p>- Verificar a existência de denunciação à lide ou alguma outra intervenção de terceiro</p><p>ainda não apreciada, caso em que deve ser analisada, seja para deferir ou indeferir,</p><p>observando os critérios específicos a cada caso (art. 119 e seguintes do CPC). Nesse caso,</p><p>também, o processo não será saneado até que se estabeleça a lide secundária.</p><p>- Passa-se à análise das preliminares. Importante: As preliminares estão descritas no art.</p><p>337 do CPC. Qualquer outra questão, ainda que indicada como preliminar, mas que não</p><p>se refira ao art. 337, deve ser resolvida com o mérito da demanda, ou seja, na sentença.</p><p>- Se a matéria versada no processo for exclusivamente de direito, não precisa analisar as</p><p>preliminares. Encaminhar o processo para sentença (ainda que só etiqueta) e na sentença</p><p>serão resolvidas.</p><p>- Se for o caso de acolher as prejudiciais de mérito (prescrição e decadência), elas deverão</p><p>ser apreciadas primeiro.</p><p>32</p><p>1.13 ORIENTAÇÕES PONTUAIS</p><p>- Se tiver pedido de provas, observar bem se é o caso de deferimento. Há ações em que a</p><p>parte pede prova pericial ou testemunhal, mas é caso de indeferimento, como revisional</p><p>de contrato (qual a utilidade da prova testemunhal?) ou reintegração de posse com pedido</p><p>de perícia (nesse caso, testemunhal bastaria). Se for caso de indeferimento, encaminhar</p><p>para sentença, que lá será indeferida.</p><p>- Deferimento de prova pericial em ação de inexigibilidade de débito: somente em último</p><p>caso, se der para julgar com os documentos, julga! Confrontar as assinaturas existentes</p><p>nos autos (procuração, documento e o contrato juntado pelo demandado). Se estiverem</p><p>parecidas, sentença. Havendo necessidade de prova pericial, designar.</p><p>- Toda nomeação de perito deve ser pelo Sistema de Assistência Judiciária do TJMG,</p><p>estejam as partes amparadas ou não pela AJG .</p><p>- Depoimento pessoal: excepcionalmente. Em regra, não é uma prova produtiva e não vai</p><p>esclarecer nada. Indefere-se dizendo que não é necessário, que as demais provas são</p><p>suficientes, que o fato vai ser elucidado com o depoimento das testemunhas.</p><p>- Depoimento pessoal do requerido, pessoa jurídica. Indeferir, via de regra,</p><p>principalmente de empresas, cujos depoimentos dos representantes, na maioria das vezes,</p><p>não são nada esclarecedores. Só repetem o que está na contestação.</p><p>- Importante saber qual é o ponto controvertido da lide, ou seja, o que o autor quer e o</p><p>demandado não concorda. É sobre isso que serão as provas. Não se produz prova para</p><p>fato que não é controverso. Qual a finalidade disso? O ponto controvertido servirá apenas</p><p>para nos orientar na análise do pedido de provas, para deferi-las ou não.</p><p>33</p><p>- Na organização da pauta de audiência de instrução, observar a complexidade da matéria</p><p>discutida, a fim de adequar o tempo necessário para a realização do ato.</p><p>- Na medida do possível, priorizar designação de audiências de processo com prioridade</p><p>de tramitação e designar audiências da mesma matéria para o mesmo dia.</p><p>1.14 CUMPRIMENTO DE SENTENÇA: é baseada em um título executivo</p><p>judicial - que é a SENTENÇA</p><p>- Há casos em que a sentença não fixa valores, sendo necessária a liquidação da sentença</p><p>para apurar o valor, para posterior cumprimento de sentença (art. 509/512 do CPC).</p><p>- Apurado o valor devido, ou quando a sentença é líquida (ou seja, tem o valor da</p><p>condenação), o requerido pode vir e pagar espontaneamente, ou o autor pode pedir o</p><p>início do cumprimento de sentença.</p><p>- Ocorre o pagamento espontâneo quando o requerido, sabendo da sentença, antes que</p><p>o juiz o intime, cumpre a sentença. Nesse caso, ele é liberado do pagamento das custas</p><p>relativas ao cumprimento de sentença;</p><p>- Havendo pedido de cumprimento de sentença pelo credor, este deve atender o disposto</p><p>nos arts. 513/538 do CPC, observadas as peculiaridades do cumprimento a ser efetivado.</p><p>- Observe que, no cumprimento de sentença, o devedor não é citado para pagamento. Ele</p><p>é apenas intimado. Pois citado ele já fora na ação de conhecimento.</p><p>- Nesse caso, podem ocorrer duas situações:</p><p>pagamento voluntário - o autor pede o cumprimento de sentença, o executado é</p><p>intimado para pagar no prazo de 15 dias, acrescido de custas (art. 523 do CPC);</p><p>34</p><p>pagamento forçado - decorrido</p><p>o prazo de pagamento voluntário, o débito é acrescido</p><p>de multa de 10% e honorários de advogado, também de 10% (sobre o valor executado) -</p><p>art. 523, § 1º, do CPC.</p><p>- No cumprimento de sentença, não cabe o parcelamento previsto no art. 916 do CPC.</p><p>- Se não houver o pagamento espontâneo, voluntário ou forçado, todos os atos</p><p>processuais destinam-se a localizar bens do devedor que garantam a satisfação da dívida,</p><p>prosseguindo-se na busca de bens para penhora Sisbajud, Renajud, Infojud, etc., até</p><p>localizá-los, levar a leilão, podendo haver alienação ou adjudicação.</p><p>- Havendo pagamento da dívida, espontânea ou voluntariamente, determina-se o</p><p>arquivamento do processo.</p><p>- Dando-se início aos atos expropriatórios, após o pagamento, deve-se fazer a sua</p><p>extinção pelo art. 924, II, do CPC.</p><p>- Quando é obtido o pagamento, o que deve ser comunicado ao credor, ou por ele</p><p>informado, a sentença extintiva é com base no art. 924 do CPC.</p><p>1.15 PONTOS IMPORTANTES À EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL E AO</p><p>CUMPRIMENTO DE SENTENÇA</p><p>- Todos eles visam ao pagamento do débito.</p><p>- Todos buscam por bens do devedor, quando não há o pagamento, para a satisfação da</p><p>dívida.</p><p>- A citação só ocorre na execução de título extrajudicial.</p><p>35</p><p>- No cumprimento de sentença, só ocorre a intimação do devedor para pagamento do</p><p>débito.</p><p>- Para deferir qualquer ato expropriatório (penhora, etc.), é imprescindível que tenha</p><p>havido a intimação do devedor no cumprimento de sentença e citação na execução</p><p>extrajudicial.</p><p>1.16 EXTINÇÃO PELO ART. 924 DO CPC</p><p>- Verificar se foi o exequente quem comunicou que houve o pagamento do débito.</p><p>- Em regra, o executado não precisa concordar para extinguir a execução. Só precisa</p><p>concordar se a execução tiver sido embargada.</p><p>- Se foi o executado quem comunicou o pagamento do débito, pedindo a extinção pelo</p><p>art. 924 do CPC, deve-se necessariamente dar vista ao credor.</p><p>- Observar a questão das custas atribuídas para quem tem AJG.</p><p>- Observar pedido de suspensão do processo até pagamento do débito. Se a suspensão for</p><p>por mais de seis meses, indeferir e dizer que fica permitida a retomada do processo em</p><p>caso de não pagamento.</p><p>- Não se aplica o art. 90, § 3º, do CPC.</p><p>- Esse tipo de extinção é cabível em ações de execução de título extrajudicial, em</p><p>cumprimento de sentença (art. 523 do CPC).</p><p>36</p><p>- Importante lembrar que, nas execuções ou cumprimento de sentença, as partes podem</p><p>eventualmente fazer acordo e pedir a homologação. Pode-se fazer a homologação do</p><p>acordo com base no art. 487, III, do CPC, sem problemas.</p><p>- Mas, se as partes pedirem a suspensão do feito, o pedido deve ser deferido,</p><p>suspendendo-se o feito pelo prazo concedido pelo credor ao devedor para pagamento da</p><p>dívida, findo o qual o feito será extinto com base no art. 924 do CPC.</p><p>- Também sentencia com base no art. 924 do CPC quando, no caso de acordo, tiver</p><p>decorrido o prazo concedido pelo credor, quer tenha ele manifestado que o devedor</p><p>pagou o débito, quer tenha ficado em silêncio.</p><p>- A extinção com base no pagamento (art. 924, II, do CPC) deve ocorrer quando o</p><p>devedor depositar o valor cobrado (desde que não seja para garantia do juízo), não</p><p>impugne o cumprimento de sentença ou embargue a execução, lembrando sempre que o</p><p>credor deve ser intimado, quando o devedor comprovar algum pagamento. Isso porque o</p><p>credor é quem, a princípio, pode informar se houve a quitação. Por isso, imprescindível</p><p>dar chance a ele de conhecer sobre o pagamento efetivado.</p><p>- Muita atenção: às vezes o executado deposita o dinheiro para poder impugnar o</p><p>cumprimento de sentença ou para embargar uma execução extrajudicial (isso confunde</p><p>muito, pois não é necessário garantir o juízo - veja art. 525 do CPC - para impugnar o</p><p>cumprimento de sentença, e art. 914 do CPC - para embargos à execução). Isso faz</p><p>parecer que ele está pagando o débito. Tem que ler sua petição e extrair dela a intenção do</p><p>executado, para saber se é dado em pagamento ou em garantia.</p><p>- Havendo impugnação ao cumprimento de sentença, verificar se é o caso de cobrança de</p><p>custas previstas no art. 12 do Provimento Conjunto 75/2018. Se for o caso e não houver</p><p>tal comprovação, mandar o processo à Contadoria para cálculo e intimação do executado</p><p>para pagamento, sob pena de não recebimento da impugnação.</p><p>37</p><p>1.17 PASSO A PASSO PARA ANALISAR O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA</p><p>NOS PRÓPRIOS AUTOS</p><p>1º - Ver quando transitou em julgado: a data do trânsito que define se o requerido vai ser</p><p>intimado pessoalmente, por carta com AR, ou por procurador. Adequar a redação do</p><p>modelo do despacho de acordo com o art. 513 do CPC.</p><p>- É dispensável a certidão de trânsito em julgado. Você tem que saber contar o prazo de</p><p>15 dias depois da intimação da sentença, para saber se transitou mesmo. Geralmente, os</p><p>acórdãos vêm acompanhados de certidão de trânsito, o que facilita nosso trabalho.</p><p>- Mas, nas sentenças irrecorridas, geralmente, a Secretaria não faz essa certidão. Se tiver,</p><p>melhor!</p><p>2º - Ler o teor da sentença ou do acórdão para saber o que tem que ser executado (se é</p><p>obrigação de pagar – que, nesse caso, depende só de cálculos, geralmente) ou se precisa</p><p>fazer a liquidação de sentença.</p><p>- Pode ser o caso de pedido de liquidação de sentença.</p><p>- Fazer a liquidação de sentença (art. 509 e seguintes) quando, da sentença ou acórdão,</p><p>não puder definir o valor que é devido.</p><p>- Há casos ainda em que a sentença é parte líquida e parte ilíquida. Deve-se separar para</p><p>não haver confusão. O CPC permite que seja efetivada a execução da parte líquida nos</p><p>próprios autos e a liquidação da sentença - da parte ilíquida - em autos apartados (art. 509,</p><p>§ 1º, do CPC).</p><p>38</p><p>- Mas atenção: há casos, como em revisionais de contrato bancário, em que a parte pede</p><p>liquidação, contudo, ela tem condições de fazer o cálculo, porque os parâmetros estão</p><p>estabelecidos na sentença. Se for o caso, é preciso emendar.</p><p>- Se for o caso de liquidação de sentença e pela sentença ou acórdão não der para saber</p><p>quanto será pago ao credor, como, por exemplo, quando se condena a pagar por</p><p>benfeitorias cujo valor ainda não está definido, então a quantia terá que ser apurada por</p><p>meio de perícia de engenharia. Mas pode ser caso de perícia contábil, ou médica.</p><p>- É necessário estudar o processo para saber a solução a ser adotada.</p><p>1.18 PASSO A PASSO PARA ANALISAR O CUMPRIMENTO DE SENTENÇA</p><p>DISTRIBUÍDO PELA PARTE</p><p>Isso ocorre em processos de conhecimento que tramitavam pela via física. O</p><p>cumprimento de sentença deve ser eletrônico (parágrafo único do art. 150 do</p><p>Provimento Conjunto 355/2018) e distribuído pela própria parte.</p><p>1º - Analisar se foram juntados os documentos indispensáveis: sentença, acórdão (se</p><p>houver), certidão de trânsito em julgado, procurações e eventuais subestabelecimentos de</p><p>ambas as partes e, por fim, algum documento que tenha sido citado na sentença e que seja</p><p>indispensável para apuração do cálculo.</p><p>- A certidão de trânsito em julgado, muitas vezes, não acompanha. Você tem que saber</p><p>contar o prazo de 15 dias depois da intimação da sentença para saber se transitou mesmo.</p><p>Geralmente, os acórdãos vêm acompanhados de certidão de trânsito, o que facilita nosso</p><p>trabalho. Mas, nas sentenças, geralmente, a Secretaria não faz essa certidão. Se tiver,</p><p>melhor.</p><p>39</p><p>2º - Veja a data do trânsito em julgado e se o executado tem advogado - isso influi na</p><p>forma como se dará a intimação do executado, atentar para o art. 513 do CPC.</p><p>3º - Ler o teor da sentença ou do acórdão, para saber o que tem que ser executado (se é</p><p>obrigação de pagar – que, nesse caso, depende só de cálculos, geralmente) ou se precisa</p><p>fazer a liquidação de sentença.</p><p>4º - Veja se o exequente fez o pedido de cumprimento de sentença, que, basicamente, se</p><p>restringe a indicar o valor</p><p>devido e pedir a intimação do executado para pagamento. Se</p><p>não apresentou valor, é preciso mandar emendar.</p><p>5º - É comum os advogados indicarem o valor já incluindo a multa de 10% e honorários</p><p>de 10% previstos no art. 523 do CPC. Mandar decotar isso, porque só se o demandado</p><p>não pagar no prazo de 15 dias a contar da intimação é que podem ser cobrados tais</p><p>valores.</p><p>- Se não tiver nenhuma emenda a ser efetivada, este a seguir é o modelo padrão para o</p><p>despacho inicial em cumprimento de sentença distribuído pela parte (autos apartados).</p><p>1.19 IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA</p><p>- Sempre analisar se foi no prazo de 15 dias após o decurso do prazo de 15 dias para o</p><p>pagamento (art. 525 do CPC).</p><p>- A partir de outubro de 2020, depende de preparo (art. 12 do Provimento Conjunto</p><p>75/2018).</p><p>- Não depende de penhora, garantia ou caução.</p><p>40</p><p>- Se arguir excesso de execução, é preciso apresentar planilha indicando o demonstrativo</p><p>discriminado e atualizado do valor que entende correto (SE NÃO FIZER ISSO, pode</p><p>rejeitar liminarmente a impugnação - se esse for o único motivo da impugnação. Se</p><p>houver outro motivo, analisar só esse).</p><p>- A concessão de efeito suspensivo depende de penhora, caução ou depósito suficientes,</p><p>se os fundamentos do pedido forem relevantes, causa de grave dano de difícil ou incerta</p><p>reparação.</p><p>- Se a impugnação for rejeitada, não cabe fixar honorários sucumbenciais.</p><p>1.20 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>- Estude o processo com muita atenção e leia o artigo de lei sempre, mesmo que já o</p><p>tenha assimilado. Veja que o artigo está inserido em um contexto: livro, título, capítulo,</p><p>seção, e, muitas vezes, compreender o contexto em que está inserido o aludido artigo</p><p>contribui muito para o entendimento da questão em análise.</p><p>- Também pesquise o site do TJMG, tanto os atos normativos quanto a jurisprudência,</p><p>que são bastante esclarecedores a respeito de qualquer matéria.</p><p>- Ao estudar o processo, leia com atenção as decisões do juiz da Vara, para compreender</p><p>seu raciocínio, seu entendimento a respeito das questões trazidas pelas partes. Isso será de</p><p>muita valia quando se deparar com situações similares.</p><p>- ATENÇÃO: não se trata de copiar e colar. É necessária uma análise aprofundada de</p><p>cada processo, de cada petição, de cada documento, para uma minuta mais acertada.</p><p>41</p><p>Estas são algumas orientações prévias e básicas, que o ajudarão a desempenhar o trabalho</p><p>proposto. Mas lembre-se de que é o empenho e a dedicação que o levarão a bons</p><p>resultados!</p><p>Sempre à disposição para auxílio.</p><p>Ana Maria da Silva Barros Rosa</p><p>4ª Vara Cível de Betim</p><p>42</p><p>ORIENTAÇÕES AOS ESTAGIÁRIOS DAS VARAS CRIMINAIS</p><p>Ana Clara de Lima Cavalli</p><p>Servidora da 2ª Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Itajubá</p><p>É com alegria que os recebemos nesta fase tão produtiva da vida de vocês!</p><p>Logo de início, é perceptível o volume de trabalho, de orientações, de práticas</p><p>necessárias ao desempenho das funções, que assustam todo estagiário e também</p><p>servidores.</p><p>Todavia, a ansiedade e as preocupações naturais de todo começo aos poucos vão</p><p>sumindo, à medida que vão se adaptando com a rotina de trabalho.</p><p>Para trazer mais tranquilidade aos estagiários, pensamos em um manual que</p><p>facilitará, em muito, as atividades desenvolvidas.</p><p>Em pouco tempo, terão assimilado o que deve ser feito e prestarão seu serviço</p><p>com muita eficiência.</p><p>Mesmo que já tenham um conhecimento prévio consolidado, usem este manual</p><p>como um guia neste começo da sua jornada. Releiam sempre que necessário, façam</p><p>anotações, tirem suas dúvidas.</p><p>A sua chefia está pronta a ajudá-lo a se desenvolver, a entender o processo como</p><p>um todo e em todas as suas fases.</p><p>43</p><p>1 RESUMO - PROCESSO CRIMINAL</p><p>Ação penal pública:</p><p>● Peça inicial = DENÚNCIA = apresentada pelo MP;</p><p>● Dividida em:</p><p>○ Ação penal pública incondicionada → independe da vontade da vítima; e</p><p>○ Ação penal pública condicionada:</p><p>■ à representação (da vítima);</p><p>■ à requisição (pelo Ministro da Justiça).</p><p>Ação penal privada:</p><p>● Peça inicial = QUEIXA-CRIME = apresentada pela vítima ou seu advogado;</p><p>● Calúnia, difamação, injúria;</p><p>● Feita na Vara Criminal.</p><p>1 - Inquérito policial → tramitação direta entre delegacia e MP</p><p>1) APFD: Auto de Prisão em Flagrante Delito: o acusado foi preso em flagrante</p><p>cometendo o crime ou logo após.</p><p>Portaria: Quando há conhecimento de um crime, porém não houve flagrante.</p><p>2) Investigação do crime → polícia apreende objetos (Auto de Apreensão), colhe provas,</p><p>ouve as partes, determina exames, etc.</p><p>3) Indiciamento → delegado conclui pela autoria do crime, se há indícios de materialidade</p><p>e autoria. Não é obrigatório!</p><p>44</p><p>4) Relatório final → remete ao MP.</p><p>O MP irá:</p><p>● Oferecer denúncia, ou</p><p>● Pedir arquivamento (Art. 18 CPP: o inquérito será arquivado, mas pode ser</p><p>desarquivado caso surjam novas provas), ou, ainda,</p><p>● Pedir novas diligências.</p><p>2 - Denúncia</p><p>Uma vez oferecida denúncia, o inquérito será virtualizado, e a ação penal passará</p><p>a tramitar exclusivamente no PJe.</p><p>1) O inquérito físico deverá ser movimentado no SISCOM:</p><p>● Incluir movimentações ―Iniciada virtualização do processo‖ e ―Processo cadastrado no</p><p>PJe‖;</p><p>● Baixar processo → motivo da baixa: 152; e</p><p>● Anotar no processo: ―Baixa PJe‖ e remeter ao arquivo.</p><p>2) Retificação no PJe:</p><p>Conferir, em ―retificar autos‖, se as informações foram corretamente lançadas,</p><p>principalmente:</p><p>● Data e local do fato (inserir ao menos cidade e UF);</p><p>● Partes cadastradas;</p><p>● Indiciamento (selecionar todos os réus no menu suspenso).</p><p>45</p><p>3) Lançar eventos em ―Informações criminais‖:</p><p>● Oferecimento da denúncia;</p><p>● Prisões e solturas.</p><p>4) Caso haja bens apreendidos, salvar o auto de apreensão como PDF e juntá-lo em</p><p>―Juntar documentos > Tipo: Relação de Bens Apreendidos‖.</p><p>5) Emitir e assinar Certidão de triagem criminal.</p><p>6) Enviar Concluso para análise de denúncia.</p><p>3 - Recebimento da denúncia</p><p>1) Lançar como evento nas ―Informações criminais‖.</p><p>2) Movimentar ―Alterar para Ação Penal‖.</p><p>Procedimento comum (283).</p><p>Procedimento sumário → para penas máximas entre 2 e 4 anos.</p><p>Procedimento sumaríssimo → pena máxima abaixo de 2 anos.</p><p>Procedimento especial de tóxicos → tráfico de drogas (Lei nº 11.343/06).</p><p>3) Citação do réu - 10 dias para apresentar.</p><p>Cempe → Mandado de citação.</p><p>611 - Réu solto;</p><p>612 - Réu preso.</p><p>Anexar ao mandado cópia integral da denúncia.</p><p>46</p><p>Com o retorno do mandado cumprido negativo, deve-se abrir vista ao MP para</p><p>que este proceda à pesquisa de endereços em sistemas conveniados, oferecendo um</p><p>relatório de possíveis endereços; serão expedidos mandados de citação para cada um.</p><p>Se, mesmo assim, não for encontrado o réu, o juiz pode realizar pesquisas de</p><p>endereço junto ao TRE, INSS e Receita Federal. Com todas as opções esgotadas, abre-se</p><p>vista ao MP, para que requeira a citação por edital, indo concluso, em seguida, para</p><p>determinação judicial. Com a publicação do edital de citação e decurso do prazo legal,</p><p>estando ainda o réu em local incerto e não sabido, sem manifestação alguma, o processo</p><p>irá concluso. O juiz poderá decretar a suspensão do feito, de acordo com o Art. 366 do</p><p>CPP, suspendendo também o prazo prescricional até que haja encontro do réu; ou</p><p>determinando a produção antecipada de provas e/ou sua prisão preventiva, caso os</p><p>pressupostos estejam presentes.</p><p>Com o retorno do mandado cumprido positivo, observar se o réu declara ter</p><p>condições ou não de constituir advogado:</p><p>● Se possuir condições, cadastrar advogado e intimá-lo (prazo 10 dias) para apresentar</p><p>resposta à acusação.</p><p>● Se não possuir condições, habilitar a Defensoria Pública se réu preso; encaminhar</p><p>para nomeação de</p><p>advogado dativo se réu solto.</p><p>Obs. 1: Em qualquer situação, na inércia, encaminhar para nomeação de advogado dativo.</p><p>Obs. 2: Caso o réu já tenha advogado habilitado, esperar o mandado de citação voltar</p><p>para intimar eletronicamente.</p><p>Obs. 3: Após a citação bem-sucedida, o processo irá continuar mesmo que não seja</p><p>encontrado o réu posteriormente para outras intimações, tendo em vista que é sua</p><p>obrigação manter seu endereço atualizado e estar disponível para os atos processuais</p><p>necessários.</p><p>47</p><p>Após a apresentação de resposta à acusação:</p><p> Caso a Defesa peça revogação ou relaxamento de prisão, dar vista ao MP;</p><p> Caso não apresente nenhuma inovação na resposta, seguimento do feito.</p><p>Enviar Concluso para despacho.</p><p>Obs. 4: Para tráfico de drogas, o procedimento especial inverte a ordem entre resposta à</p><p>acusação e recebimento da denúncia. Após oferecimento da denúncia, o processo vai</p><p>concluso, e o juiz determina a Notificação do acusado. Deve-se expedir mandado de</p><p>notificação, junto à denúncia, com prazo de 10 dias para apresentação de ―defesa prévia‖.</p><p>Apresentada, o processo vai novamente concluso, quando será recebida a denúncia e</p><p>designada audiência.</p><p>4 - Juiz designa Audiência de instrução e julgamento</p><p>No despacho, o juiz designa AIJ para certa data e horário.</p><p>1) Designar audiência no PJe → Movimentar ―(Re)Designar Audiência‖ → Designação</p><p>manual → Selecionar AIJ - Sala de audiência - 30 ou 60 minutos - Data e Hora -</p><p>Confirmar.</p><p>2) Colocar etiquetas ―AUD - mês/ano‖ e ―Expedição - audiência‖;</p><p>3) Intimar eletronicamente o MP e a Defesa para tomar ciência → movimentar ―Atos de</p><p>comunicação‖;</p><p>4) Movimentar para ―Aguardar audiência‖;</p><p>5) Com a proximidade da audiência (1 ou 2 meses), proceder à INTIMAÇÃO:</p><p>48</p><p>a) De todos os réus;</p><p>b) Das testemunhas arroladas em denúncia e na resposta à acusação; e</p><p>c) Das vítimas.</p><p>Mandado de intimação para audiência (254) (conferir data e hora impressas no</p><p>mandado).</p><p>Réu preso → Ofício de requisição ao presídio.</p><p>Testemunhas policiais → Ofício de requisição - enviar por e-mail à PC.</p><p>5 - Audiência realizada</p><p>Após a entrega da ata de audiência, juntar aos autos: movimentar ―Realizar</p><p>audiência‖, escolhendo ―certidão criminal‖ como tipo de documento, anexando a ata em</p><p>―Adicionar‖.</p><p>Caso tenha sido dada sentença em audiência, escolher o tipo de documento</p><p>―Sentença‖ e anexá-la junto da ata.</p><p>Caso haja diligências requeridas em ata, cumpri-las.</p><p>Se a audiência for redesignada para outra data, deve-se proceder da mesma forma</p><p>descrita acima, com a observação de que as testemunhas e vítimas que já</p><p>compareceram não precisam ser reintimadas, salvo se expressamente indicado em ata.</p><p>Porém, é necessário intimar os réus novamente — eles participarão de todas as audiências.</p><p>De forma geral, se não houver necessidade de nova audiência e não for dada</p><p>sentença, haverá abertura de prazo (5 dias) para alegações finais — movimentar ―Atos de</p><p>comunicação‖.</p><p>● Vista ao MP;</p><p>● Vista à Defesa.</p><p>49</p><p>Realizadas todas as diligências e apresentadas alegações finais de todos os réus e da</p><p>acusação, enviar Concluso para julgamento.</p><p>6 - Sentença</p><p>Intimar todos da sentença:</p><p>● MP → eletronicamente (caso seja físico, deve ser o primeiro a ser intimado);</p><p>● RÉUS → mandado de intimação de sentença;</p><p>● DEFESA → eletronicamente (caso seja físico, intimar por movimentação ―Publicar</p><p>intimação‖, exceto para advogados dativos, que devem ser intimados por mandado ―para</p><p>terceiros‖);</p><p>● VÍTIMAS → mandado de intimação de sentença.</p><p>Obs.: Não sendo encontrado réu solto para intimação de sentença, existem algumas</p><p>possibilidades:</p><p>● O MP pode realizar pesquisas de endereço, porém não é obrigatório;</p><p>● A Defesa constituída pode fornecer endereço atualizado se intimada;</p><p>● O juiz pode determinar a intimação de sentença por edital, com prazo de 60 dias, ou de</p><p>90 dias para penas privativas de liberdade de 1 ano ou superior, se não for encontrado</p><p>também o defensor constituído;</p><p>● A intimação apenas da Defesa técnica pode ser considerada suficiente caso esta</p><p>interponha recurso, uma vez que não houve prejuízo do direito de ampla defesa.</p><p>Réu preso deve ser necessariamente intimado pessoalmente da sentença.</p><p>Prazo para recurso: 5 dias.</p><p>Contado a partir do dia da intimação (inicia-se a contagem do prazo 1 dia útil após</p><p>a intimação, sendo contado em dias corridos).</p><p>Se, na certidão de intimação do Oficial de Justiça, o réu declarar que deseja</p><p>50</p><p>recorrer da sentença, seu recurso já será automaticamente tempestivo.</p><p>Para o polo passivo, tanto a intimação da Defesa técnica quanto a do réu podem</p><p>ser utilizadas para contar o prazo recursal, escolhendo aquela que ocorrer por último.</p><p>Para sentença absolutória:</p><p>1. Lançar o evento ―Sentença absolutória‖ nas ―Informações criminais‖;</p><p>2. Intimar todos da sentença, como acima;</p><p>3. Após decorrido o prazo recursal para as partes, certificar trânsito (pela movimentação</p><p>―Certificar trânsito‖, caso o processo esteja nessa caixa, ou por ―Juntar documentos ></p><p>Certidão de trânsito‖);</p><p>4. Movimentar ―Arquivar processo‖.</p><p>Para sentença condenatória:</p><p>1. Lançar o evento ―Sentença condenatória‖ nas ―Informações criminais‖ → o tempo de</p><p>pena deve ser adicionado como ―pena recorrível‖;</p><p>2. Intimar todos da sentença;</p><p>3. Para réu preso → emitir Guia de recolhimento provisória → implantar no SEEU para</p><p>dar início imediato à execução;</p><p>4. Atentar para a seção da sentença que define se o réu poderá recorrer em liberdade: se</p><p>for determinada a prisão do réu, é necessário expedir mandado de prisão se a condenação</p><p>for a regime semiaberto ou fechado;</p><p>5. Após decorrido o prazo recursal para as partes, certificar o trânsito;</p><p>6. Enviar o processo para a Contadoria, para cálculo de eventuais custas e multa;</p><p>7. Fazer a comunicação da condenação ao TRE, via INFODIP, para suspensão dos</p><p>direitos políticos do réu;</p><p>8. Emitir a Guia de recolhimento definitiva e implantá-la no SEEU;</p><p>9. Movimentar ―Arquivar processo‖.</p><p>51</p><p>Obs.: Para réu solto condenado a regime semiaberto ou fechado, quando o trânsito for</p><p>certificado, ele será preso para início de cumprimento da pena. Dessa forma, deve ser</p><p>expedido mandado de prisão, e, apenas uma vez que este for efetivamente cumprido,</p><p>poderá ser expedida a guia de recolhimento e implantada no SEEU.</p><p>7 - Interposição de recurso</p><p>No caso de alguma parte interpor recurso, deve-se certificar a sua tempestividade,</p><p>de acordo com o prazo de 5 dias, e o processo deverá ser enviado concluso.</p><p>O juiz irá receber o recurso e determinar que sejam ofertadas razões e</p><p>contrarrazões de recurso. Cada parte terá 8 dias de prazo para arrazoar, abrindo vista</p><p>primeiro para o recorrente e, após, para o recorrido.</p><p>O processo irá novamente concluso para juízo de retratação, momento em que o</p><p>magistrado irá se retratar ou determinar a remessa para a 2ª instância.</p><p>8 - Após o recurso</p><p>Com o recebimento dos autos após remessa à 2ª instância, ao recurso de apelação</p><p>criminal pode ser dado ou não provimento.</p><p>Uma vez que o processo retorna com o trânsito em julgado certificado, procede-se</p><p>aos passos da seção 5 após trânsito: expedição de guia de recolhimento definitiva, remessa</p><p>à Contadoria para cálculos, comunicação ao TRE e atualização do processo no SEEU,</p><p>inclusive das novas informações do acórdão.</p><p>Com isso, não havendo mais pendências ou manifestação das partes, os autos</p><p>podem ser arquivados em definitivo.</p><p>Findo o processo de conhecimento, resta agora a execução penal.</p><p>52</p><p>2 TABELA DE COBRANÇA DE CUSTAS E MULTA</p><p>Portaria nº 6.758/CGJ/2021</p><p>No processo criminal, existem diversas formas de pena, sendo uma delas a pena</p><p>de multa. Esta é aplicável a diversos crimes juntamente da pena corporal, por exemplo,</p><p>no crime de tráfico de drogas; na sentença, em que o juiz</p>