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<p>TÍTULO</p><p>A Ludicidade como prática pedagógica no ensino aprendizagem da Educação Especial</p><p>Nome do autor</p><p>Claudinéia da Rocha Vilela</p><p>RESUMO</p><p>Este artigo tem o intuito de tentar mostrar a importância da ludicidade na área da educação especial, tentando exemplificar como é a educação especial e como o lúdico pode e deve contribuir para o ensino aprendizagem dessas crianças que apresentam alguma deficiência. Vimos que a ludicidade é uma ferramenta que pode contribuir positivamente nas habilidades e que todo o conhecimento possa ser de forma prazerosa. Citaremos a história da educação especial e seu conceito, a importância quanto a parte pedagógica ser tão essencial para alunos com alguma deficiência e o reflexo que a ludicidade reflete sobre a educação especial. Através de pesquisas bibliográficas, alguns desses estudiosos, Piaget, Vygostky, Oliveira, Corrêa, Nhary, entre outros, procuram defender as práticas pedagógicas e de como essas práticas são eficazes no ensino aprendizagem da Educação Especial. O lúdico é a base para que o aluno consiga um desenvolvimento essencial onde inclui suas emoções, a cognitividade, o afetivo e como a criança passa a conhecer seu próprio corpo através dessas atividades lúdicas. As crianças com algum tipo de deficiência tem o direito de estudar em escola regular, e não somente no ensino fundamental como também ensino médio e superior.Com todo esse processo, a escola tem um grande papel para conseguir cumprir esse processo de inclusão, visando uma educação para todos. Cabe ao educador o desempenho e motivação em buscar conhecimento nessa área e a partir de uma iniciativa de usar o lúdico em sala de aula, a partir daí tudo contribui para o conhecimento dos alunos que apresentarem alguma deficiência, onde os profesores poderão propor atividades de motivação e socialização no seu desenvolvimento cognitivo e motor. E finalizando podemos ver que a ludicidade aplicada em sala de aula de forma prazerosa na educação especial proporcionará aos alunos grandes progressos em sua aprendizagem, agregando com isso suas mais diversas habilidades e cabe ao professor se aperfeiçoar nessa prática educativa favorecendo os alunos com necessidades especiais.</p><p>Palavras-chave: Educação Especial; Ensino Aprendizagem; Ludicidade.</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>Nesse artigo estaremos dando um ênfase sobre a “ludicidade como prática pedagógica no ensino aprendizagem da Educação Especial. É uma reflexão de como o lúdico se torna tão importante para esse processo de ensino aprendizado, podendo notar de como a criança poderá representar suas emoções e sensações através de atividades lúdicas.</p><p>Estudiosos defendem sobre essas práticas pedagógicas e como essas mesmas práticas podem contribuir no ambiente escolar de uma forma mais eficaz e prazerosa.</p><p>As atividades lúdicas se tornam prazerosas para esses alunos com necessidades especiais, desenvolvendo sua imaginação, o seu raciocínio lógico, consegue superar desafios e envolve também ações e estratégias nas disciplinas e impõe limites.</p><p>O objetivo principal é deixar claro de como a ludicidade pode se tornar uma facilitadora nesse processo da Educação Especial e como conseguirá contribuir na inclusão desses alunos com deficiência.</p><p>Podemos destacar ainda que o lúdico é uma base de formação essencial no desenvolvimento do aluno, pois, colabora com seus aspectos físicos, emocionais, cognitivos, afetivos e aprende através dessas atividades lúdicas se conscientizar da importância do seu próprio corpo, porque a criança quando brinca ela consegue desenvolver aptidões com o meio social em que vive, sempre sendo uma observadora.</p><p>Portanto o caráter lúdico proprorciona ao aluno a sua participação efetiva no seu processo de ensino aprendizagem, não deixando de citar o quanto o papel do professor é fundamental para que isso aconteça tornando seu aprendizado como uma forma ativa e não passiva.</p><p>2. A história da Educação Especial e seu conceito</p><p>A Educação Especial no Brasil começou no início de 1854 quando D. Pedro ll fundou o Instituto dos Meninos Cegos e hoje conhecido como Instituto Benjamin Constant e nomeado como Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES.</p><p>Essas instituições foi de grande valia para que pudessem dar assistência a portadores de deficiências, mas não conseguiam abranger a toda demanda brasileira, e a preferência era para deficientes visuais e auditivos e com o passar dos anos outras instituições foram surgindo no Brasil as quais já não atendiam somente surdos e cegos mas passaram a dar atendimento também para deficientes físicos e mentais.</p><p>Através de muitas manifestações da sociedade que os alunos portadores de alguma deficiência conseguiram adquirir seus direitos garantidos pela Constituição Federal do Brasil. Segundo Miranda (2003 apud SOARES, 2010, p.7), a Lei nº 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) garante aos portadores de necessidades especiais os seguintes direitos nos artigos citados abaixo:</p><p>Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: l – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; ll – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; lll – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns. lV – educação especial para o trabalho, visando sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção de trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora. (Brasil, 2005, p.18).</p><p>Soares (2010) destaca que aconteceram diversas situações a favor da inclusão do deficiente, entre os quais, a Organização de Congressos Internacionais que foram de suma importância para se discutir os movimentos em favor dos portadores de necessidades especiais, onde originou-se as seguintes declarações: Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948); Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994).</p><p>Todo ser humano, em todas suas dimensões, é o centro e o foco de qualquer movimento para a sua promoção. O princípio é válido, tanto para as pessoas normais e para as ligeiramente afetadas como, também, para os gravemente prejudicados, que exige uma ação íntegra de responsabilidade e de realizações pluridirecionais (CORRÊA, 2010, p. 55).</p><p>Por esse motivo, toda criança que seja portadora de alguma deficiência tem a garantia legalmente da inclusão no sistema regular de ensino, não somente no ensino fundamental mas também no ensino médio e superior. Não deixando de citar que o ensino especial não substitui o ensino regular, os alunos com deficiência devem ser matriculados e assegurados às condições de sua permanência na escola, no ensino regular comum, para que se obtenha realmente resultados de seus direitos na prática.</p><p>No Brasil, a educação inclusiva que visa inserir as crianças com necessidades educacionais especiais no ensino regular, fundamenta-se na Constituição Federal de 1988, a qual garante a todos o direito há igualdade (Art. 5). Todos os seres humanos devem ser protegidos e respeitados com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos. A violação desses direitos afeta a dignidade de muitos outros direitos.</p><p>Assim, a escola tem um grande desafio pela frente em cumprir essa proposta de inclusão, ou seja, desenvolver um trabalho visando à educação para todos. Hoje já podemos ver</p><p>muitas salas de ensino regular com alunos com deficiência sensoriais, mentais ou físicas junto com crianças que são consideradas normais. São “as escolas para todos” a qual é respeitado e reconhecida às diferenças, para que se consiga promover um aprendizado de qualidade e atender às necessidades de iguais e desiguais.</p><p>2.1 O reflexo sobre a ludicidade na Educação Especial</p><p>As possibilidades de trabalhar a ludicidade são bem maiores do que o lazer, podendo assim relacionar também ao prazer, pois não está preso há um tempo definido. Valle (2008) ressalta que:</p><p>Ludicidade é envolver-se numa atividade, utilizando objetos, em geral brinquedos, que trazem prazer à criança. Nesse contexto, o papel do professor seria ajudar o aluno a aprender novos conteúdos com o uso de estratégias e atividades prazerosas. O brincar é uma ação que está presente em todos os períodos do desenvolvimento. Os objetos que despertam o interesse lúdico mudam dependendo da fase em que o ser humano se encontra. (Valle,2008, -. 20).</p><p>O lúdico está cada vez mais presente na sala de aula, mas cabe ao educador saber se a receptividade e o avanço da criança nessa ferramenta é realmente satisfatório, pois é através das brincadeiras que a criança consegue se reinventar, mostrar suas emoções e consegue mostrar também sua necessidade de conhecer.</p><p>De acordo com Nhary (2006), as atividades lúdicas são fundamentais no desenvolvimento do sujeito que possua ou não algum tipo de limitação, no decorrer das atividades lúdicas todos são tidos como capacitados de realizar a atividade coletivamente, dentro de suas habilidades física, intelectuais e sociais.</p><p>2.2 Qual a importância da prática pedagógica do ensino aprendizagem na educação especial</p><p>No processo de ensino aprendizagem na sala de aula com alunos especiais, o uso de atividade lúdica tende a favorecer o aluno, sendo essas atividades um elemento transformador, facilitador e motivador, onde esses alunos conseguem compreender com maior clareza todo conteúdo aplicado em aula, onde também conseguem vivenciar os valores e atitudes de uma forma divertida e prazerosa.</p><p>Segundo Oliveira (1984), as atividades lúdicas favorecem o envolvimento dos alunos nas atividades escolares facilitando os avanços no seu processo de aprendizagem como também no seu desenvolvimento intelectual e motor. Assim, o aluno especial é incluído pelo movimento lúdico. Sabendo que o mais importante com essas atividades é o prazer de poder estar junto com o próximo, é o prazer de usufruir do movimento como brincadeira e como aprendizado.</p><p>Piaget (1978) considera ser determinante a prática lúdica, para que seu desenvolvimento infantil seja harmônico, pois esse tipo de atividade proporciona a manifestação do imaginário, a aquisição de regras e a apropriação do conhecimento.</p><p>Vygotsky (1998) enfatiza com muita clareza esse processo ao declarar que a transformação da criança de um estágio de desenvolvimento para outro irá depender das necessidades que a criança manifesta e os incentivos que são capazes para colocá-la em ação, sabendo que a criança entretém certas necessidades no brinquedo. Ainda em consonância com a teoria de Vygotsky, a aprendizagem do indivíduo ocorre em dois níveis: o nível do desenvolvimento real, onde a criança é capaz de desempenhar por si própria, sem precisar da ajuda do outro e o nível de desenvolvimento potencial, onde aquilo que a criança realiza precisa do auxílio de outra pessoa.</p><p>Podemos ver que através das ideias fundamentadas de Piaget (1978) e Vygotsky (1998), podemos afirmar que os jogos, as brincadeiras, os brinquedos tem uma relação com o desenvolvimento e a aprendizagem, e que muitos anos já vem sendo estudados como um grande recurso que poderá auxiliar no desenvolvimento cognitivo dessa criança. A criança vivencia situações enriquecedoras por meio dos jogos, usando os recursos pedagógicos, isso é, tudo que podemos notar dentro desses referenciais teóricos. A importância do ensino lúdico principalmente quando se diz respeito a alunos com necessidades especiais deve ser analisado com mais calma e determinante nessa aprendizagem.</p><p>3 - CONCLUSÃO</p><p>Com base nos estudos levantados podemos concluir o quanto a ludicidade é importante para o ensino aprendizagem na educação especial, sendo essa ferramenta uma base tão acessível tanto para os professores quanto aos alunos.</p><p>Devemos não esquecer de que dentro de uma sala de aula como um jogo pode ser estimulador, motivador e envolver interações positivas nas relações desses alunos.</p><p>Toda atividade lúdica tem um propósito durante o processo de ensino aprendizagem em crianças com AEE, que será uma contribuição no seu desenvolvimento, tanto na coordenação motora como nas habilidades visuais e auditivas.</p><p>Diante de todo conteúdo estudado não podemos esquecer que o educador tem que planejar, refletir e buscar um olhar diferente para essa prática pedagógica, sendo cada criança um ser único, cada crainça possui suas habilidades e diferentes interesses, onde o professor pode incentivar e estimular o aluno a diversas maneiras diferentes para que els consigam também atingir seus objetivos.</p><p>A ludicidade é fundamental no ensino aprendizagem para essas crianças especiais, pois as crianças conseguem desenvolver sua imaginação, consegue uma aprendizagem mais prazerosa, sendo o avanço dessas crianças nessa ferramenta cada vez mais eficaz.</p><p>Concluimos que a partir de todo esse material, o educador poderá contribuir não somente com a criança mas com a própria escola, tendo uma evolução e uma transformação escolar, mesmo que diante de muitos isso possa parecer tão pequeno, mas estarão dando um grande avanço para que a inclusão escolar aconteça realmente.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96.</p><p>CORRÊA, Maria Ângela Monteiro. Educação Especial. V. 1. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010.</p><p>NHARY, Tânia Marta da Costa. O que está em jogo no jogo. Cultura, imagens e simbolismos na formação de professores. Dissertação de Mestrado em Educação. UFF. Niterói: RJ, 2006, RIBAS, RJ.</p><p>MIRANDA, José Rafael. Habilitação em Educação Especial e Formação de Professores: Questões sobre a Política de Inclusão. Dissertação de Mestrado. Universidade Católica de Brasília, 2003.</p><p>OLIVEIRA, R. M. Educação Especial e Educação Inclusiva: Análise Histórica e Política, os Fundamentos do Ensino Aprendizagem, a Influência do Brinquedo, Ambiente, Estímulos e a Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do conhecimento. Ano 02, Vol.13, pp.228-309. Janeiro de 2017 ISSN: 2448-0959. Disponível em: www.nucleodoconhecimento.com.br. Acesso em: 25/08/2024.</p><p>PIAGET, J. A formação do símbolo da criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.</p><p>VYGOSTKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Marins Fontes, 1998.</p><p>image1.png</p>