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<p>ENEM</p><p>Teoria da Comunicação</p><p>IT0027 - (Enem)</p><p>Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-</p><p>sucedida: aceitar a mudança da língua como um fato. Isso</p><p>deve significar que a escola deve aceitar qualquer forma</p><p>da língua em suas a�vidades escritas? Não deve mais</p><p>corrigir? Não!</p><p>Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo</p><p>real da escrita, não existe apenas um português correto,</p><p>que valeria para todas as ocasiões: o es�lo dos contratos</p><p>não é o mesmo do dos manuais de instrução; o dos juízes</p><p>do Supremo não é o mesmo do dos cordelistas; o dos</p><p>editoriais dos jornais não é o mesmo do dos cadernos de</p><p>cultura dos mesmos jornais. Ou do de seus colunistas.</p><p>POSSENTI, S. “Gramá�ca na cabeça”. Língua Portuguesa,</p><p>ano 5, n. 67, maio 2011 (adaptado).</p><p>Sírio Possen� defende a tese de que não existe um único</p><p>"português correto". Assim sendo, o domínio da língua</p><p>portuguesa implica, entre outras coisas, saber</p><p>a) descartar as marcas de informalidade do texto.</p><p>b) reservar o emprego da norma-padrão aos textos de</p><p>circulação ampla.</p><p>c) moldar a norma-padrão do português pela linguagem</p><p>do discurso jornalís�co.</p><p>d) adequar as formas da língua a diferentes �pos de</p><p>texto e contexto.</p><p>e) desprezar as formas da língua previstas pelas</p><p>gramá�cas e manuais divulgados pela escola.</p><p>IT0347 - (Enem)</p><p>O complexo de falar di�cil</p><p>O que importa realmente é que o(a) detentor(a) do</p><p>notável saber jurídico saiba quando e como deve fazer</p><p>uso desse português versão 2.0, até porque não tem</p><p>necessidade de alguém entrar numa padaria de manhã</p><p>com aquela cara de sono falando o seguinte: “Por</p><p>obséquio, Vossa Senhoria teria a hipoté�ca possibilidade</p><p>de estabelecer com minha pessoa uma relação de</p><p>compra e venda, mediante as imposições dos códigos</p><p>Civil e do Consumidor, para que seja possível a obtenção</p><p>de 10 pãezinhos em temperatura estável para que a</p><p>relação pecuniária no valor de R$ 5,00 seja plenamente</p><p>legí�ma e capaz de saciar minha fome ma�nal?”.</p><p>O problema é que temos uma cultura de valorizar quem</p><p>demonstra ser inteligente ao invés de valorizar quem é.</p><p>Pela nossa lógica, todo mundo que fala di�cil tende a ser</p><p>mais inteligente do que quem valoriza o simples, e 99,9%</p><p>das pessoas que es�vessem na padaria iriam ficar</p><p>boquiabertas se alguém fizesse uso das palavras que eu</p><p>disse acima em plenas 7 da manhã em vez de dizer: “Bom</p><p>dia! O senhor poderia me vender cinco reais de pão</p><p>francês?”.</p><p>Agora entramos na parte interessante: o que realmente é</p><p>falar di�cil? Simplesmente fazer uso de palavras que a</p><p>maioria não faz ideia do que seja é um ato de falar di�cil?</p><p>Eu penso que não, mas é assim que muita gente age.</p><p>Falar di�cil é fazer uso do simples, mas com coerência e</p><p>coesão, deixar tudo amarradinho grama�calmente</p><p>falando. Falar di�cil pode fazer alguém parecer</p><p>inteligente, mas não por muito tempo. É claro que em</p><p>alguns momentos não temos como fugir do português</p><p>rebuscado, do juridiquês propriamente dito, como no</p><p>caso de documentos jurídicos, entre outros.</p><p>ARAÚJO, H. Disponível em: www.diariojurista.com.</p><p>Acesso em: 20 nov. 2021 (adaptado).</p><p>Nesse ar�go de opinião, ao fazer uso de uma fala</p><p>rebuscada no exemplo da compra do pão, o autor</p><p>evidencia a importância de(a)</p><p>a) se ter um notável saber jurídico.</p><p>b) valorização da inteligência do falante.</p><p>c) falar di�cil para demonstrar inteligência.</p><p>d) coesão e da coerência em documentos jurídicos.</p><p>e) adequação da linguagem à situação de comunicação.</p><p>IT0030 - (Enem)</p><p>Óia eu aqui de novo xaxando</p><p>Óia eu aqui de novo para xaxar</p><p>Vou mostrar pr'esses cabras</p><p>1@professorferretto @prof_ferretto</p><p>Que eu ainda dou no couro</p><p>Isso é um desaforo</p><p>Que eu não posso levar</p><p>Que eu aqui de novo cantando</p><p>Que eu aqui de novo xaxando</p><p>Óia eu aqui de novo mostrando</p><p>Como se deve xaxar</p><p>Vem cá morena linda</p><p>Ves�da de chita</p><p>Você é a mais bonita</p><p>Desse meu lugar</p><p>Vai, chama Maria, chama Luzia</p><p>Vai, chama Zabé, chama Raque</p><p>Diz que eu tou aqui com alegria</p><p>BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em:</p><p>www.Iuizluagonzaga.mus.br. Acesso em: 5 maio 2013</p><p>(fragmento).</p><p>A letra da canção de Antônio de Barros manifesta</p><p>aspectos do repertório linguís�co e cultural do Brasil. O</p><p>verso que singulariza uma forma caracterís�ca do falar</p><p>popular regional é:</p><p>a) “Isso é um desaforo”.</p><p>b) “Diz que eu tou aqui com alegria”.</p><p>c) “Vou mostrar pr'esses cabras”.</p><p>d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”.</p><p>e) “Vem cá morena linda, ves�da de chita”.</p><p>IT0024 - (Enem)</p><p>As narra�vas indígenas se sustentam e se perpetuam por</p><p>uma tradição de transmissão oral (sejam as histórias</p><p>verdadeiras dos seus antepassados, dos fatos e guerras</p><p>recentes ou an�gos; sejam as histórias de ficção, como</p><p>aquelas da onça e do macaco). De fato, as comunidades</p><p>indígenas nas chamadas “terras baixas da América do</p><p>Sul” (o que exclui as montanhas dos Andes, por exemplo)</p><p>não desenvolveram sistemas de escrita como os que</p><p>conhecemos, sejam alfabé�cos (como a escrita do</p><p>português), sejam ideogramá�cos (como a escrita dos</p><p>chineses) ou outros. Somente nas sociedades indígenas</p><p>com estra�ficação social (ou seja, já divididas em</p><p>classes), como foram os astecas e os maias, é que surgiu</p><p>algum �po de escrita. A história da escrita parece mesmo</p><p>mostrar claramente isso: que ela surge e se desenvolve -</p><p>em qualquer das formas - apenas em sociedades</p><p>estra�ficadas (sumérios, egípcios, chineses, gregos etc.).</p><p>O fato é que os povos indígenas no Brasil, por exemplo,</p><p>não empregavam um sistema de escrita, mas garan�ram</p><p>a conservação e con�nuidade dos conhecimentos</p><p>acumulados, das histórias passadas e, também, das</p><p>narra�vas que sua tradição criou, através da transmissão</p><p>oral. Todas as tecnologias indígenas se transmi�ram e se</p><p>desenvolveram assim. E não foram poucas: por exemplo,</p><p>foram os índios que domes�caram plantas silvestres e,</p><p>muitas vezes, venenosas, criando o milho, a mandioca</p><p>(ou macaxeira), o amendoim, as morangas e muitas</p><p>outras mais (e também as desenvolveram muito; por</p><p>exemplo, somente do milho criaram cerca de 250</p><p>variedades diferentes em toda a América).</p><p>D’ANGELIS, W. R. Histórias dos índios lá em casa:</p><p>narra�vas indígenas e tradição oral popular no Brasil.</p><p>Disponível em: www.portalkaingang.org. Acesso em: 5</p><p>dez. 2012.</p><p>A escrita e a oralidade, nas diversas culturas, cumprem</p><p>diferentes obje�vos. O fragmento aponta que, nas</p><p>sociedades indígenas brasileiras, a oralidade possibilitou</p><p>a) a conservação e a valorização dos grupos detentores</p><p>de certos saberes.</p><p>b) a preservação e a transmissão dos saberes e da</p><p>memória cultural dos povos.</p><p>c) a manutenção e a reprodução dos modelos</p><p>estra�ficados de organização social.</p><p>d) a restrição e a limitação do conhecimento acumulado</p><p>a determinadas comunidades.</p><p>e) o reconhecimento e a legi�mação da importância da</p><p>fala como meio de comunicação.</p><p>IT0349 - (Enem)</p><p>Assentamento</p><p>Zanza daqui</p><p>Zanza pra acolá</p><p>Fim de feira, periferia afora</p><p>A cidade não mora mais em mim</p><p>Francisco, Serafim</p><p>Vamos embora</p><p>Ver o capim</p><p>Ver o baobá</p><p>Vamos ver a campina quando flora</p><p>A piracema, rios contravim</p><p>Binho, Bel, Bia, Quim</p><p>Vamos embora</p><p>Quando eu morrer</p><p>Cansado de guerra</p><p>Morro de bem</p><p>Com a minha terra:</p><p>Cana, caqui</p><p>Inhame, abóbora</p><p>Onde só vento se semeava outrora</p><p>Amplidão, nação, sertão sem fim</p><p>Ó Manuel, Miguilim</p><p>Vamos embora</p><p>2@professorferretto @prof_ferretto</p><p>BUARQUE, C. As cidades. Rio de Janeiro: RCA, 1998</p><p>(fragmento).</p><p>Nesse texto, predomina a função poé�ca da linguagem.</p><p>Entretanto, a função emo�va pode ser iden�ficada no</p><p>verso:</p><p>a) “Zanza pra acolá”.</p><p>b) “Fim de feira, periferia afora”.</p><p>c) “A cidade não mora mais em mim”.</p><p>d) “Onde só vento se semeava outrora”.</p><p>e) “Ó Manuel, Miguilim”.</p><p>IT0008 - (Enem)</p><p>Falso moralista</p><p>Você condena o que a moçada anda fazendo</p><p>e não aceita o teatro de revista</p><p>arte moderna pra você não vale nada</p><p>e até vedete você diz não ser ar�sta</p><p>Você se julga um tanto bom e até perfeito</p><p>Por qualquer coisa deita logo falação</p><p>Mas eu conheço bem o seu defeito</p><p>e não vou fazer segredo não</p><p>Você é visto toda sexta no Joá</p><p>e não é só no Carnaval que vai pros bailes se acabar</p><p>Fim de</p><p>se já es�vesse pronto dentro de mim.</p><p>Gosto desse poema porque vejo nele, em escorço, toda a</p><p>minha vida; [...] Não sou arquiteto, como meu pai</p><p>desejava, não fiz nenhuma casa, mas reconstruí e “não</p><p>de uma forma imperfeita neste mundo de aparências’,</p><p>uma cidade ilustre, que hoje não é mais a Pasárgada de</p><p>Ciro, e sim a “minha” Pasárgada.</p><p>BANDEIRA, M. I�nerário da Pasárgada. Rio de Janeiro:</p><p>Nova Fronteira; Brasília: INL, 1984</p><p>Os processos de interação comunica�va preveem a</p><p>presença a�va de múl�plos elementos da comunicação,</p><p>entre os quais se destacam as funções da linguagem.</p><p>Nesse fragmento, a função da linguagem predominante</p><p>é</p><p>a) emo�va, porque o poeta expõe os sen�mentos de</p><p>angús�a que o levaram à criação poé�ca.</p><p>b) referencial, porque o texto informa sobre a origem do</p><p>nome empregado em um famoso poema de</p><p>Bandeira.</p><p>c) metalinguís�ca, porque o poeta tece comentários</p><p>sobre a gênese e o processo de escrita de um de seus</p><p>poemas.</p><p>d) poé�ca, porque o texto aborda os elementos esté�cos</p><p>de um dos poemas mais conhecidos de Bandeira.</p><p>e) apela�va, porque o poeta tenta convencer os leitores</p><p>sobre sua dificuldade de compor um poema.</p><p>IT0341 - (Enem)</p><p>Morte lenta ao luso infame que inventou a calçada</p><p>portuguesa. Maldito D. Manuel I e sua corja de tenentes</p><p>Eusébios. Quadrados de pedregulho irregular socados à</p><p>mão. À mão! É claro que ia soltar, ninguém reparou que</p><p>ia soltar? Branco, preto, branco, preto, as ondas do mar</p><p>de Copacabana. De que me servem as ondas do mar de</p><p>Copacabana? Me deem chão liso, sem protuberâncias</p><p>calcárias. Mosaico estúpido. Mania de mosaico. Joga</p><p>concreto em cima e aplaina. Buraco, cratera, pedra solta,</p><p>bueiro-bomba. Depois dos setenta, a vida se transforma</p><p>numa interminável corrida de obstáculos. A queda é a</p><p>maior ameaça para o idoso. “Idoso”, palavra odienta.</p><p>Pior, só “terceira idade”. A queda separa a velhice da</p><p>senilidade extrema. O tombo destrói a cadeia que liga a</p><p>cabeça aos pés. Adeus, corpo. Em casa, vou de corrimão</p><p>em corri - mão, tateio móveis e paredes, e tomo banho</p><p>sentado. Da poltrona para a janela, da janela para a</p><p>cama, da cama para a poltrona, da poltrona para a janela.</p><p>Olha aí, outra vez, a pedrinha traiçoeira atrás de me</p><p>pegar. Um dia eu caio, hoje não.</p><p>TORRES, F. Fim. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.</p><p>O recurso que caracteriza a organização estrutural desse</p><p>texto é o(a)</p><p>a) justaposição de sequências verbais e nominais.</p><p>b) mudança de eventos resultante do jogo temporal.</p><p>c) uso de adje�vos qualifica�vos na descrição do cenário.</p><p>d) encadeamento semân�co pelo uso de substan�vos</p><p>sinônimos.</p><p>e) inter-relação entre orações por elementos linguís�cos</p><p>lógicos.</p><p>IT0012 - (Enem)</p><p>Relatos de viagem: nas curvas da Nacional 222, em</p><p>Portugal</p><p>19@professorferretto @prof_ferretto</p><p>Em abril deste ano, fomos a Portugal para uma</p><p>viagem de um mês que esperávamos há um ano. Pois no</p><p>dia 4 de maio, chegávamos ao Aeroporto Francisco Sá</p><p>Carneiro, no Porto. Que linda a “an�ga, muy nobre,</p><p>sempre leal e invicta” cidade do Porto! “Encantei-me”,</p><p>diriam eles... pelas belas paisagens, construções</p><p>históricas com lindas fachadas, parques e praças muito</p><p>bem cuidados.</p><p>Os tripeiros, sinônimo de portuenses, têm orgulho</p><p>de sua cidade, apelidada de Invicta – nunca foi invadida.</p><p>E valorizam tudo o que há de bom ali, como “a melhor</p><p>estrada para se dirigir do mundo”, a Nacional 222.</p><p>Pois na manhã do 25 de abril, dia da Revolução</p><p>dos Cravos, resolvemos conhecer a tal maravilha. A cada</p><p>10 km �nhamos que encostar: corríamos, dançávamos,</p><p>tomávamos chocolate quente, sopa, tudo que fosse</p><p>quen�nho. E lá íamos para mais uma etapa. Uma</p><p>aventura deliciosa. Depois de três horas – mais ou menos</p><p>o dobro do tempo necessário, não fossem as paradas</p><p>para aquecimento –, chegamos a casa! Congelados, mas</p><p>maravilhados e invictos!</p><p>Disponível em: h�ps://oglobo.globo.com. Acesso em: 6</p><p>dez. 2017 (adaptado).</p><p>Nesse texto, busca-se seduzir o leitor por meio da</p><p>exploração de uma voz externa sobre a iden�dade</p><p>histórica do povo português. O trecho que evidencia esse</p><p>procedimento argumenta�vo é</p><p>a) “Que linda a ‘an�ga, muy nobre, sempre leal e invicta’</p><p>cidade do Porto!”.</p><p>b) “Encantei-me’, diriam eles... pelas belas paisagens,</p><p>construções históricas com lindas fachadas [...]”.</p><p>c) “Os tripeiros, sinônimo de portuenses, têm orgulho de</p><p>sua cidade [...]”.</p><p>d) “E valorizam tudo o que há de bom ali, como ‘a</p><p>melhor estrada para se dirigir do mundo’ [...]”.</p><p>e) “Pois na manhã do 25 de abril, dia da Revolução dos</p><p>Cravos, resolvemos conhecer a tal maravilha”.</p><p>IT0034 - (Enem)</p><p>Irerê, meu passarinho do sertão do Cariri,</p><p>Irerê, meu companheiro,</p><p>Cadê viola? Cadê meu bem? Cadê Maria?</p><p>Ai triste sorte a do violeiro cantadô!</p><p>Ah! Sem a viola em que cantava o seu amô,</p><p>Ah! Seu assobio é tua flauta de irerê:</p><p>Que tua flauta do sertão quando assobia,</p><p>Ah! A gente sofre sem querê!</p><p>Ah! Teu canto chega lá no fundo do sertão,</p><p>Ah! Como uma brisa amolecendo o coração,</p><p>Ah! Ah!</p><p>Irerê, solta teu canto!</p><p>Canta mais! Canta mais!</p><p>Prá alembrá o Cariri!</p><p>VILLA-LOBOS, H. Bachianas Brasileiras n. 5 para soprano e</p><p>oito violoncelos (1938-1945). Disponível em:</p><p>h�p://euterpe.blog.br. Acesso em: 23 abr. 2019.</p><p>Nesses verbos, há uma exaltação ao sertão do Cariri em</p><p>uma ambientação linguis�camente apoiada no(a)</p><p>a) uso recorrente de pronomes.</p><p>b) variedade popular da língua portuguesa.</p><p>c) referência ao conjunto da fauna nordes�na.</p><p>d) exploração de instrumentos musicais eruditos.</p><p>e) predomínio de regionalismos lexicais nordes�nos.</p><p>IT0339 - (Enem)</p><p>Ela era linda. Gostava de dançar, fazia teatro em São</p><p>Paulo e sonhava ser atriz em Hollywood. Tinha 13 anos</p><p>quando ganhou uma câmera de vídeo – e uma irmã. As</p><p>duas se tornaram suas companheiras de</p><p>experimentações. Adolescente, Elena vivia a criar</p><p>filminhos e se empenhava em dirigir a pequena Petra nas</p><p>cenas que inventava. Era exigente com a irmã. E</p><p>acreditava no potencial da menina para sa�sfazer seus</p><p>arroubos de diretora precoce. Por cinco anos, integrou</p><p>algumas das melhores companhias paulistanas de teatro</p><p>e par�cipou de preleções para filmes e trabalhos na TV.</p><p>Nunca foi chamada. No início de 1990, Elena �nha 20</p><p>anos quando se mudou para Nova York para cursar artes</p><p>cênicas e batalhar uma chance no mercado americano.</p><p>Deslocada, ansiosa, frustrada após alguns testes de</p><p>elenco malsucedidos, decepcionada com a ausência de</p><p>reconheci mento e vi�mada por uma depressão que se</p><p>agravava com a falta de perspec�vas, Elena pôs fim à vida</p><p>no segundo semestre. Petra �nha 7 anos. Vinte anos</p><p>depois, é ela, a irmã caçula, que volta a Nova York para</p><p>percorrer os úl�mos passos da irmã, vasculhar seus</p><p>arquivos e transformar suas memórias em imagem e</p><p>poesia.</p><p>Elena é um filme sobre a irmã que parte e sobre a irmã</p><p>que fica. É um filme sobre a busca, a perda, a saudade,</p><p>mas também sobre o encontro, o legado, a memória. Um</p><p>filme sobre a Elena de Petra e sobre a Petra de Elena,</p><p>sobre o que ficou de uma na outra e, essencialmente, um</p><p>filme sobre a delicadeza.</p><p>VANUCHI, C. Época, 19 out. 2012 (adaptado).</p><p>O texto é exemplar de um gênero discursivo que cumpre</p><p>a função social de</p><p>20@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) narrar, por meio de imagem e poesia, cenas da vida</p><p>das irmãs Petra e Elena.</p><p>b) descrever, por meio das memórias de Petra, a</p><p>separação de duas irmãs.</p><p>c) sinte�zar, por meio das principais cenas do filme, a</p><p>história de Elena.</p><p>d) lançar, por meio da história de vida do autor, um filme</p><p>autobiográfico.</p><p>e) avaliar, por meio de análise crí�ca, o filme em</p><p>referência.</p><p>IT0025 - (Enem)</p><p>TEXTO l</p><p>Ditado popular é uma frase sentenciosa, concisa, de</p><p>verdade comprovada, baseada na secular experiência do</p><p>povo, exposta de forma poé�ca, contendo uma norma de</p><p>conduta ou qualquer outro ensinamento.</p><p>WEITZEL, A. H. Folclore literário e linguís�co. Juiz de Fora:</p><p>Esdeva, 1984 (fragmento).</p><p>TEXTO II</p><p>Rindo brincalhona, dando-lhe tapinhas nas costas, prima</p><p>Constança disse isto, dorme no assunto, ouça o</p><p>travesseiro, não tem melhor conselheiro.</p><p>Enquanto</p><p>prima Biela dormia no assunto, toda a casa se</p><p>alvoroçava.</p><p>[Prima Constança] ia rezar, pedir a Deus para iluminar</p><p>prima Biela. Mas ia também tomar suas providências.</p><p>Casamento e mortalha, no céu se talha. Deus escreve</p><p>direito por linhas tortas. O que for soará. Dizia os ditados</p><p>todos, procurando interpretar os desígnios de Deus,</p><p>transformar os seus desejos nos desígnios de Deus. Se</p><p>achava um instrumento de Deus.</p><p>DOURADO, A. Uma vida em segredo. Rio de Janeiro:</p><p>Francisco Alves, 1990 (fragmento).</p><p>O uso que prima Constança faz dos ditados populares, no</p><p>texto II, cons�tui uma maneira de u�lizar o �po de saber</p><p>definido no texto l, porque</p><p>a) cita-os pela força do hábito.</p><p>b) os aceita como verdade absoluta.</p><p>c) aciona-os para jus�ficar suas ações.</p><p>d) toma-os para solucionar um problema.</p><p>e) considera-os como uma orientação divina.</p><p>IT0020 - (Enem)</p><p>Texto I</p><p>Entrevistadora – eu vou conversar aqui com a professora</p><p>A. D. ... o português então não é uma língua di�cil?</p><p>Professora – olha se você parte do princípio... que a</p><p>língua portuguesa não é só regras grama�cais... não se</p><p>você se apaixona pela língua que você... já domina que</p><p>você já fala ao chegar na escola se o teu professor ca�va</p><p>você a ler obras da literatura. ... obras da/dos meios de</p><p>comunicação... se você tem acesso a revistas... é... a</p><p>livros didá�cos... a... livros de literatura o mais formal o</p><p>e/o di�cil é porque a escola transforma como eu já disse</p><p>as aulas de língua portuguesa em análises grama�cais.</p><p>Texto II</p><p>Entrevistadora – Vou conversar com a professora A. D. O</p><p>português é uma língua di�cil?</p><p>Professora – Não, se você parte do princípio que a língua</p><p>portuguesa não é só regras grama�cais. Ao chegar à</p><p>escola, o aluno já domina e fala a língua. Se o professor</p><p>mo�vá-lo a ler obras literárias, e se tem acesso a revistas,</p><p>a livros didá�cos, você se apaixona pela língua. O que</p><p>torna di�cil é que a escola transforma as aulas de língua</p><p>portuguesa em análises grama�cais.</p><p>MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita:a�vidades de</p><p>retextualização.</p><p>São Paulo: Cortez, 2001 (adaptado).</p><p>O Texto I é a transcrição de uma entrevista concedida por</p><p>uma professora de português a um programa de rádio. O</p><p>Texto II é a adaptação dessa entrevista para a modalidade</p><p>escrita.</p><p>Em comum, esses textos</p><p>a) apresentam ocorrências de hesitações e</p><p>reformulações.</p><p>b) são modelos de emprego de regras grama�cais.</p><p>c) são exemplos de uso não planejado da língua.</p><p>d) apresentam marcas da linguagem literária.</p><p>e) são amostras do português culto urbano.</p><p>IT0427 - (Enem PPL)</p><p>Diante de uma fórmula consagrada, mas dando</p><p>indícios de desgaste, a Federação Internacional de Vôlei</p><p>quis mudar. No calendário há quase três décadas, a Liga</p><p>Mundial e o Grand Prix deram origem à nova Liga das</p><p>Nações. Mas, além das mudanças de formato, a</p><p>compe�ção promete revolucionar a forma com que o</p><p>esporte chega ao público e também atende a um pedido</p><p>an�go das mulheres: a igualdade na premiação. A</p><p>compe�ção dará US$ 1 milhão para o campeão de cada</p><p>gênero. Há algumas temporadas, as mulheres</p><p>contestavam a diferença na premiação. A nova Liga das</p><p>21@professorferretto @prof_ferretto</p><p>Nações, no entanto, atende ao pedido e iguala o valor</p><p>recebido nos dois naipes. “Estamos compreendendo</p><p>antes dos demais o espaço das mulheres no esporte. Até</p><p>então �nhamos a Liga Mundial masculina, que pagava 1</p><p>milhão de dólares para o campeão, e o Grand Prix, que</p><p>distribuía para a campeã feminina US$ 350 mil. Já no ano</p><p>passado, o prêmio do Grand Prix subiu para US$ 600 mil.</p><p>Com a criação da Liga das Nações, igualamos as</p><p>premiações. Ao dar a mesma premiação para os dois</p><p>gêneros, estamos dizendo ao mundo inteiro que homens</p><p>e mulheres devem ter os mesmos direitos” — disse o</p><p>presidente da FIVB.</p><p>Disponível em: h�ps://globoesporte.globo.com. Acesso</p><p>em: 9 jun. 2018 (adaptado).</p><p>A modalidade espor�va apresentada no texto</p><p>caracteriza-se por ser</p><p>a) inovadora, ao equiparar a premiação para ambos os</p><p>sexos.</p><p>b) obsoleta, ao premiar homens e mulheres de forma</p><p>desigual.</p><p>c) reconhecida, ao manter o formato de seus eventos por</p><p>décadas.</p><p>d) desgastada, ao não atender a uma demanda do</p><p>público espectador.</p><p>e) conservadora, ao resis�r à mudança do formato de</p><p>seus eventos.</p><p>IT0430 - (Enem PPL)</p><p>Foi o caso que um homenzinho, recém-aparecido na</p><p>cidade, veio à casa do Meu Amigo, por questão de vida e</p><p>morte, pedir providências. Meu Amigo sendo de vasto</p><p>saber e pensar, poeta, professor, ex-sargento de cavalaria</p><p>e delegado de polícia. Por tudo, talvez, costumava</p><p>afirmar: — “A vida de um ser humano, entre outros seres</p><p>humanos, é impossível. O que vemos é apenas milagre;</p><p>salvo melhor raciocínio.” Meu Amigo sendo fatalista.</p><p>Na data e hora, estava-se em seu fundo de quintal,</p><p>exercitando ao alvo, com carabinas e revólveres,</p><p>revezadamente. Meu Amigo, a bom seguro que, no</p><p>mundo, ninguém, jamais, a�rou quanto ele tão bem —</p><p>no agudo da pontaria e rapidez em sacar arma; gastava</p><p>nisso, por dia, caixas de balas. Estava justamente</p><p>especulando: — “Só quem entendia de tudo eram os</p><p>gregos. A vida tem poucas possibilidades”. Fatalista como</p><p>uma louça, o Meu Amigo. Sucedeu nesse comenos que o</p><p>vieram chamar, que o homenzinho o procurava.</p><p>ROSA, J. G. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: J. Olympio,</p><p>1967.</p><p>Os procedimentos de construção conferem originalidade</p><p>ao es�lo do autor e produzem, no fragmento, efeito de</p><p>sen�do apoiado na</p><p>a) reflexão filosófica em torno da brevidade da vida.</p><p>b) tensão progressiva ante a chegada do estranho.</p><p>c) nota irônica do perfil intelectual do personagem.</p><p>d) curiosidade natural despertada pelo anonimato.</p><p>e) erudição su�l da alusão ao pensamento grego.</p><p>IT0431 - (Enem PPL)</p><p>Reciclagem de hábitos ajuda a enfrentar a crise</p><p>Todo início de ano as pessoas fazem uma lista de</p><p>propósitos para serem perseguidos ao longo dos</p><p>próximos 12 meses. Ao que tudo indica, o próximo ano</p><p>será um período de extrema dificuldade. Reciclar pode</p><p>ser uma alterna�va.</p><p>Esse conceito — por ser muito abrangente — nos</p><p>propicia uma reflexão. No dia a dia pessoal, dentro de</p><p>casa, podemos reciclar roupas, sapatos, objetos de uso</p><p>pessoal etc. Ou seja, ao adotarmos tal a�tude, não</p><p>gastamos o escasso e suado dinheiro disponível. Vale</p><p>também minimizar desperdícios. A vantagem dessa</p><p>“consciência ecológica” acaba por beneficiar o meio</p><p>ambiente e também o bolso.</p><p>Reciclar hábitos é muito di�cil. Quantos se lembram</p><p>de apagar a luz quando deixam um ambiente? E de</p><p>desligar o chuveiro quando estão se ensaboando?</p><p>Se estou desempregado ou com pouco dinheiro, não</p><p>preciso ir à academia (e me endividar ainda mais) para</p><p>cuidar da saúde. Caminhar pelos parques ou jardins pode</p><p>ser uma alterna�va. Quantas vezes nos deparamos com</p><p>pessoas andando — ou correndo — nas ruas? Isso pode</p><p>ser imitado. Não tem custo algum!</p><p>E nas finanças pessoais? Disciplina, disciplina. Reduzir</p><p>o consumo desenfreado, os gastos desnecessários e</p><p>pesquisar muito antes de comprar o que é realmente</p><p>essencial: supermercado, farmácia etc. Na verdade, as</p><p>compras passam por gestão. Se compro roupa nova</p><p>(necessária), deixo para comprar sapato ou bolsa no mês</p><p>que vem. Além de evitar o endividamento numa hora de</p><p>emprego di�cil e renda baixa, o planejamento de gastos</p><p>torna-se essencial.</p><p>Quem consegue poupar R$ 10,00 por semana terá R$</p><p>40,00 no final do mês. Ao longo do ano, terá acumulado</p><p>quase R$ 500. Sem sofrimento. Não foi uma reciclagem</p><p>de hábito?</p><p>CALIL, M. Disponível em: h�p://no�cias.uol.com.br.</p><p>Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado).</p><p>Para convencer o leitor de que a reciclagem de hábitos</p><p>ajuda a enfrentar a crise, o autor desse texto</p><p>22@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) sugere o planejamento dos gastos familiares com o</p><p>acompanhamento de um gestor.</p><p>b) revela o sofrimento ocasionado pela reciclagem de</p><p>hábitos já arraigados na sociedade.</p><p>c) u�liza perguntas retóricas direcionadas a um público</p><p>leitor engajado em causas ambientais.</p><p>d) apresenta sua preocupação em relação à dificuldade</p><p>enfrentada pela indústria da reciclagem.</p><p>e) faz um paralelo entre os ganhos da reciclagem para o</p><p>meio</p><p>ambiente e para as finanças pessoais.</p><p>IT0434 - (Enem PPL)</p><p>Domés�cas, de Fernando Meirelles e Nando Olival (2001)</p><p>Drama de trabalhadoras domés�cas na cidade de São</p><p>Paulo, mostradas a par�r do co�diano de Cida, Roxane,</p><p>Quitéria, Raimunda e Créo. Uma quer se casar; a outra é</p><p>casada, mas sonha com um marido melhor; uma sonha</p><p>em ser ar�sta de novela e a outra acredita que tem por</p><p>missão na Terra servir a Deus e à sua patroa. Todas têm</p><p>sonhos dis�ntos, mas vivem a mesma realidade:</p><p>trabalhar como empregada domés�ca. Conduzido com</p><p>humor (e uma trilha musical dos hits populares do Brasil</p><p>brega dos anos 1970), o filme de Meirelles e Olival retrata</p><p>o universo par�cular dessa categoria de trabalhadoras</p><p>domés�cas. É curioso que, em nenhum momento,</p><p>aparecem patrões ou patroas. A narra�va</p><p>de Domés�cas se desenvolve segundo a ó�ca</p><p>con�ngente das classes subalternas, dos de baixo, com</p><p>seus anseios e sonhos, expecta�vas e frustrações. Não</p><p>aparecem situações de luta social por direitos, o que</p><p>sugere que o filme se detém na epiderme da consciência</p><p>de classe con�ngente, expressando, desse modo, a</p><p>fragmentação das perspec�vas de vida e trajetórias das</p><p>domés�cas (quase como um des�no, como observa na</p><p>palavra final a domés�ca Roxane). Do mesmo modo, ao</p><p>retratar Zé Pequeno (em Cidade de Deus), Meirelles</p><p>tratou sua sina de bandido quase como des�no. É</p><p>baseado na peça de teatro de Renata Melo (2005).</p><p>Disponível em: www.telacri�ca.org. Acesso em: 25 ago.</p><p>2017 (adaptado).</p><p>A sinopse, para convencer o leitor a assis�r ao</p><p>filme Domés�cas, lança mão da seguinte estratégia de</p><p>linguagem:</p><p>a) Reflexão sobre a língua u�lizada pelas personagens do</p><p>filme.</p><p>b) Avaliação posi�va do filme disfarçada de comparação.</p><p>c) Referência à mídia cinematográfica.</p><p>d) Descrição de cenas do filme.</p><p>e) Apelação ao leitor.</p><p>IT0435 - (Enem PPL)</p><p>TEXTO I</p><p>Há uma geração inteira sem conseguir emprego.</p><p>Grande parte sonha com um concurso público. Não é</p><p>novidade, mul�dões sempre correram atrás de emprego</p><p>municipal, estadual ou federal. Espanta é a disposição</p><p>para trabalhar em qualquer área, fora do que</p><p>consideravam sua vocação. Em crise, vocação é ter</p><p>salário. Há quem con�nue na casa dos pais,</p><p>indefinidamente. Ou quem volte. O problema é que nem</p><p>sempre dá certo. Mães e pais que têm aposentadoria</p><p>ainda asseguram a sobrevivência dos filhos. É uma</p><p>geração à deriva.</p><p>CARRASCO, W. Disponível em: h�p://epoca.globo.com.</p><p>Acesso em: 23 ago. 2017 (adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>Ah, a casa da avó! Sinônimo de comidinha gostosa,</p><p>muita brincadeira, vontades feitas. O imaginário de muita</p><p>gente traz da infância as melhores lembranças da casa da</p><p>avó. Mas o que para muitos é apenas um local para</p><p>brincadeiras e férias, para outros, nos úl�mos tempos,</p><p>tem sido sinônimo da casa principal, onde os netos</p><p>moram e são criados.</p><p>Não só o mercado de trabalho levou as crianças para</p><p>a casa das avós em tempo integral, mas também a</p><p>sociedade moderna, com o divórcio e as novas</p><p>cons�tuições familiares. Com o divórcio, a correria do dia</p><p>a dia no mercado de trabalho e a própria emancipação da</p><p>mulher, muitas mães delegaram aos avós a tarefa de criar</p><p>seus filhos.</p><p>MAIA, K. Disponível em: www.cnte.org.br. Acesso em: 23</p><p>ago. 2017 (adaptado).</p><p>Nessa postagem dirigida aos seus seguidores de rede</p><p>social, o autor u�liza uma linguagem</p><p>a) ao aconchego que os filhos e netos encontram nesses</p><p>lugares.</p><p>b) ao fator econômico, que é a causa do problema nos</p><p>dois casos.</p><p>c) aos problemas de relacionamento que surgem nessas</p><p>situações.</p><p>d) ao divórcio, que é apontado como comum nos dias de</p><p>hoje.</p><p>e) à independência da mulher, que causa a ausência das</p><p>mães.</p><p>IT0439 - (Enem PPL)</p><p>O lobo que não é mau</p><p>A primeira coisa a saber é que o guará não é, na</p><p>verdade, um lobo. Embora seja o maior canídeo silvestre</p><p>da América do Sul, sua espécie (Chrysocyon brachyurus)</p><p>23@professorferretto @prof_ferretto</p><p>é de di�cil classificação. Alguns cien�stas dizem que é</p><p>parente das raposas, outros, que é parente do cachorro-</p><p>vinagre sul-americano. Mas, de lobo mesmo, ele não tem</p><p>nada. Além disso, é um animal onívoro. Porém, em</p><p>algumas regiões, a sua dieta chega a quase 70% de</p><p>frutas, especialmente da lobeira, uma árvore �pica das</p><p>savanas brasileiras, que contribui para a saúde do animal,</p><p>prevenindo um �po de verminose que ataca os rins do</p><p>guará.</p><p>O lobo-guará não é um animal perigoso ao homem.</p><p>Não existe nenhum registro, em toda a história, de um</p><p>guará que tenha atacado uma pessoa, mas, ainda assim,</p><p>são vistos como “maléficos”. Por quê? Porque, em</p><p>ambientes degradados, o lobo, para sobreviver, acaba</p><p>atacando galinheiros ou comendo aves que são criadas</p><p>soltas. Com a desculpa de “proteger sua criação”, pessoas</p><p>com baixo nível de consciência ecológica acabam</p><p>matando os animais.</p><p>Se não bastassem a matança e a destruição de</p><p>ambientes naturais, o lobo-guará ainda apresenta grande</p><p>índice de morte por atropelamento em estradas.</p><p>O fato é que o lobo-guará precisa de nós mais do que</p><p>nunca na história.</p><p>FERRAREZI JR., C. Revista QShow, n. 20, nov. 2015</p><p>(adaptado).</p><p>Esse texto de divulgação cien�fica u�liza como principal</p><p>estratégia argumenta�va a:</p><p>a) sedução, mostrando o lado delicado e afetuoso do</p><p>animal por meio da negação de seu nome popular.</p><p>b) comoção, relatando a perseguição que o animal sofre</p><p>constantemente pelos fazendeiros com baixo grau de</p><p>instrução.</p><p>c) intertextualidade, buscando contraponto numa</p><p>famosa história infan�l, confrontada com dados</p><p>concretos e fatos históricos.</p><p>d) chantagem, modificando a verdadeira índole do lobo-</p><p>guará para proteger as criações de animais domés�cos</p><p>em áreas degradadas.</p><p>e) in�midação, explorando os efeitos de sen�do</p><p>desencadeados pelo uso de palavras como “matança”,</p><p>“perigoso”, “degradados” e “atacando”.</p><p>IT0440 - (Enem PPL)</p><p>Preconceito: do la�m prae, antes, e conceptus, conceito,</p><p>esse termo pode ser definido como o conjunto de</p><p>crenças e valores aprendidos, que levam um indivíduo ou</p><p>um grupo a nutrir opiniões a favor ou contra os membros</p><p>de determinados grupos, antes de uma efe�va</p><p>experiência com eles. Tecnicamente, portanto, existe um</p><p>preconceito posi�vo e um nega�vo, embora, nas relações</p><p>raciais e étnicas, o termo costume se referir ao aspecto</p><p>nega�vo de um grupo herdar ou gerar visões hos�s a</p><p>respeito de um outro, dis�nguível com base em</p><p>generalizações. Essas generalizações derivam</p><p>invariavelmente da informação incorreta ou incompleta a</p><p>respeito do outro grupo.</p><p>CASHMORE, E. Dicionário de relações étnicas e raciais.</p><p>São Paulo: Selo Negro, 2000 (adaptado).</p><p>Nesse verbete de dicionário, a apropriação adequada do</p><p>uso padrão da língua auxilia no estabelecimento</p><p>a) da precisão das informações veiculadas.</p><p>b) da linguagem conota�va caracterís�ca desse gênero.</p><p>c) das marcas do interlocutor como uma exigência para a</p><p>validade das ideias.</p><p>d) das sequências narra�vas como recurso de progressão</p><p>textual.</p><p>e) do processo de contraposição argumenta�va para</p><p>conseguir a adesão do leitor.</p><p>IT0441 - (Enem PPL)</p><p>Nessa conversa por aplica�vo, em que se evidencia uma</p><p>forma de preconceito, a atendente avaliou a candidata a</p><p>uma vaga de emprego pelo(a)</p><p>24@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) ausência de autocorreção durante um diálogo.</p><p>b) desleixo com a pontuação adequada durante um bate-</p><p>papo.</p><p>c) desprezo pela linguagem u�lizada em entrevistas de</p><p>emprego.</p><p>d) descuido com os padrões linguís�cos no contexto de</p><p>busca por emprego.</p><p>e) negligência com a correção automá�ca de palavras</p><p>pelo corretor de textos do celular.</p><p>IT0442 - (Enem PPL)</p><p>A busca do “texto oculto” na leitura de no�cias</p><p>Os meus colegas jornalistas que me perdoem, mas</p><p>não dá mais para ler uma no�cia de jornal apenas pelo</p><p>que está publicado. O nosso universo informa�vo ficou</p><p>muito mais complexo depois do surgimento da avalanche</p><p>informa�va na internet.</p><p>Esse fenômeno, inédito na história do jornalismo, está</p><p>nos obrigando a tomar uma no�cia de jornal apenas</p><p>como um ponto de par�da para uma análise que,</p><p>necessariamente, envolve a preocupação em descobrir o</p><p>contexto do que foi publicado. A no�cia de jornal não é</p><p>mais a verdade defini�va, mas</p><p>a porta de entrada numa</p><p>realidade desconhecida e inevitavelmente complexa,</p><p>contraditória e diversa.</p><p>A principal mudança que todos nós teremos que</p><p>incorporar às nossas ro�nas informa�vas é a necessidade</p><p>de sermos crí�cos em relação às no�cias que leremos,</p><p>ouviremos ou assis�remos.</p><p>A busca de um novo modelo de formatação de</p><p>no�cias baseado numa cultura da diversificação</p><p>informa�va está apenas começando. O público passou a</p><p>ter uma importância estratégica na a�vidade profissional</p><p>porque os jornalistas necessitam, cada vez mais, dos</p><p>blogs pessoais, das páginas da web e das postagens em</p><p>redes sociais como fonte de no�cias. A histórica</p><p>dependência de fontes governamentais e corpora�vas</p><p>está rapidamente sendo subs�tuída pela no�cia oriunda</p><p>de comunidades, grupos sociais organizados e</p><p>influenciadores digitais. A agenda de no�cias das elites</p><p>perde espaço para a agenda do público.</p><p>É essa nova forma de ver a realidade que está na base</p><p>da necessidade do chamado “texto oculto”, um jargão</p><p>acadêmico para uma diversificação na nossa nova forma</p><p>de ler, ouvir e ver no�cias.</p><p>CASTILHO, C. Disponível em:</p><p>www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 30</p><p>out. 2021 (adaptado).</p><p>Ao problema�zar os modos de ler no�cias e a</p><p>necessidade de se buscar o chamado “texto oculto”, o</p><p>texto defende que esse processo implicará</p><p>a) adaptação na forma como a imprensa e o jornalismo</p><p>abordam a informação.</p><p>b) alteração na prá�ca interacional entre os usuários de</p><p>redes sociais.</p><p>c) ampliação da quan�dade de informação disponível na</p><p>internet.</p><p>d) demanda por informações fidedignas em fontes</p><p>oficiais.</p><p>e) percepção da no�cia como um produto acabado.</p><p>IT0443 - (Enem PPL)</p><p>TEXTO I</p><p>De casa para a escola</p><p>Saber respeitar limites, esperar, suportar, ter seus</p><p>desejos frustrados, fazer trocas e planejar é ter educação</p><p>financeira. E o exemplo vem de casa. Mas as a�tudes dos</p><p>pais somente serão referências para a educação</p><p>financeira se eles mesmos usarem o dinheiro de forma</p><p>consciente, fizerem pesquisa de preço, comprarem à</p><p>vista, pedirem descontos, �verem controle de suas</p><p>finanças, souberem o quanto têm e o quanto podem</p><p>gastar, inves�r e poupar. Portanto, boa parte das razões</p><p>que levam um adulto a se tornar consumista e a se</p><p>endividar está na educação que recebe quando criança</p><p>ou na adolescência.</p><p>MACEDO, C. Revista Carta Fundamental, n. 37, abr. 2012</p><p>(adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>Educação financeira para crianças</p><p>Ensinar para os filhos o valor das coisas é</p><p>responsabilidade dos pais, mas, se lidar com dinheiro é</p><p>complicado para adultos, passar esse conhecimento para</p><p>crianças é uma tarefa bem mais delicada. De acordo com</p><p>a especialista em educação financeira infan�l Cássia</p><p>D’Aquino, o momento certo de começar a ensinar a</p><p>criança a lidar com as finanças é anunciado pela própria,</p><p>na primeira vez em que pede aos pais para lhe</p><p>comprarem alguma coisa. Isso costuma acontecer por</p><p>volta dos dois anos e meio, e, nessa hora, o pequeno</p><p>mostra que já percebeu o que é dinheiro e que o dinheiro</p><p>“compra” as coisas que ele pode vir a querer. À medida</p><p>que os pequenos vão crescendo, os filhos vão convivendo</p><p>com a forma com que seus pais trabalham com o</p><p>dinheiro. Para Cássia, a melhor base para uma educação</p><p>financeira eficiente é aquela transmi�da por meio de</p><p>a�tudes simples na ro�na do relacionamento entre pais e</p><p>filhos. Assim que a criança manifestar uma noção básica</p><p>em relação a dinheiro, os pais já podem, de maneira</p><p>gradual, adotar uma postura educa�va.</p><p>Disponível em: h�p://brasil.gov.br. Acesso em: 27 fev.</p><p>2013.</p><p>25@professorferretto @prof_ferretto</p><p>Sob diferentes perspec�vas, os textos I e II abordam o</p><p>tema educação financeira. No entanto, em ambos os</p><p>textos, os autores sustentam a opinião de que</p><p>a) os modelos familiares impostos na infância e na</p><p>juventude são espelhos para os filhos.</p><p>b) o sucesso da educação financeira está ligado à forma</p><p>como a escola trabalha o tema.</p><p>c) uma das tarefas mais di�ceis do processo de educação</p><p>é estabelecer limites.</p><p>d) a educação imposta pela sociedade subs�tui aquela</p><p>recebida em casa.</p><p>e) os filhos devem poupar na infância para inves�rem</p><p>quando adultos.</p><p>IT0444 - (Enem PPL)</p><p>A criança e a lógica</p><p>Uma menina vê a foto da mãe grávida e ouve a</p><p>seguinte explicação: “Você estava na minha barriga,</p><p>filha”. Imediatamente, a criança chega à incrível</p><p>conclusão: “Mamãe, então você é o lobo mau?”. A par�r</p><p>dos 2 anos, a criança começa a dominar as palavras, mas</p><p>sua lógica, que difere da do adulto, surpreende os pais</p><p>pelas associações. Para uma psicóloga infan�l, esse</p><p>raciocínio se explica pelo fato de que a lógica, nos</p><p>primeiros anos de vida, é primi�va e rígida, não admite</p><p>que para a mesma questão existam várias possibilidades.</p><p>Quando a mãe diz que vai chegar em casa à noite, a</p><p>criança não compreende por que, afinal, a promessa</p><p>ainda não foi cumprida se já está escuro. Ou se ela já</p><p>ouviu que as pessoas morrem quando estão velhinhas e</p><p>de repente acontece de alguém próximo perder a vida</p><p>ainda jovem, ela pode custar a se conformar. “O</p><p>importante é falar a verdade e ter paciência. Com o</p><p>tempo, as crianças percebem que um fato pode ter mais</p><p>de uma explicação, e vários fatos influenciam uma</p><p>mesma situação. A lógica vai, assim, aprimorando-se e</p><p>ficando mais próxima da do adulto entre os 5 e 6 anos”,</p><p>afirma a especialista.</p><p>Disponível em: h�p://revistacrescer.globo.com. Acesso</p><p>em: 15 nov. 2014 (adaptado).</p><p>O texto cita a opinião de uma psicóloga como estratégia</p><p>argumenta�va para</p><p>a) explicar as associações inesperadas das crianças de 2 a</p><p>5 anos.</p><p>b) apresentar dados cien�ficos sobre a falta de lógica na</p><p>infância.</p><p>c) gerar efeitos de credibilidade às informações</p><p>apresentadas.</p><p>d) jus�ficar a natureza rudimentar do raciocínio infan�l.</p><p>e) ajudar os adultos na interlocução com as crianças.</p><p>IT0447 - (Enem PPL)</p><p>Tiranos de nós mesmos: a servidão voluntária na era da</p><p>sociedade do desempenho</p><p>Byung-Chul Han, no opúsculo Sociedade do cansaço,</p><p>discute a ascensão de um novo paradigma social, em que</p><p>a sociedade disciplinar de Foucault é subs�tuída pela</p><p>sociedade do desempenho. Esse novo modelo social é</p><p>movido por um impera�vo de maximizar a produção.</p><p>Nós, sujeitos de desempenho, somos constante e</p><p>sistema�camente pressionados a aperfeiçoar nossa</p><p>performance e a aumentar nossa produção.</p><p>A crença subjacente, segundo Han, é a de que nada é</p><p>impossível. Nós podemos fazer tudo. Estamos</p><p>constantemente pressionados por um poder fazer</p><p>ilimitado. É um excesso de posi�vidade, que se cons�tui</p><p>em verdadeira violência neuronal.</p><p>E por isso produzimos. Produzimos até a exaustão. E,</p><p>mesmo cansados, con�nuamos produzindo. Uma meta é</p><p>sempre subs�tuída por outra. A tarefa nunca acaba. É</p><p>frustrante e esgotante. O resultado é uma sociedade que</p><p>gera fracassados e depressivos, a quem só resta recorrer</p><p>a medicamentos para con�nuar produzindo mais</p><p>eficientemente.</p><p>Disponível em: h�p://jus�ficando.cartacapital.com.br.</p><p>Acesso em: 24 ago. 2017 (adaptado).</p><p>Com base nessa reflexão acerca do livro Sociedade do</p><p>cansaço, que discute o novo modelo da sociedade do</p><p>desempenho, o resenhista a</p><p>a) conceitua, apresenta seus fundamentos e conclui com</p><p>suas consequências.</p><p>b) fundamenta com argumentos, apresenta sua</p><p>conclusão e oferece exemplos.</p><p>c) descreve, apresenta suas consequências e conclui com</p><p>sua conceituação.</p><p>d) exemplifica, apresenta sua fundamentação e avalia</p><p>seus resultados.</p><p>e) discute, apresenta seu conceito e promove uma</p><p>discussão.</p><p>IT0448 - (Enem PPL)</p><p>Trechos do discurso de Ulysses Guimarães na</p><p>promulgação da Cons�tuição em 1988</p><p>Senhoras e senhores cons�tuintes.</p><p>Dois de fevereiro de 1987. Ecoam nesta sala as</p><p>reivindicações das ruas. A Nação quer mudar. A Nação</p><p>deve mudar. A Nação vai mudar. São palavras constantes</p><p>do discurso de posse como presidente da Assembleia</p><p>Nacional Cons�tuinte.</p><p>Hoje, 5 de outubro de 1988, no que tange à</p><p>Cons�tuição, a Nação mudou. A Cons�tuição mudou na</p><p>sua elaboração, mudou na definição dos Poderes. Mudou</p><p>26@professorferretto @prof_ferretto</p><p>restaurando a federação, mudou quando quer mudar o</p><p>homem cidadão. E é só cidadão quem ganha</p><p>justo e</p><p>suficiente salário, lê e escreve, mora, tem hospital e</p><p>remédio, lazer quando descansa.</p><p>A Nação nos mandou executar um serviço. Nós o</p><p>fizemos com amor, aplicação e sem medo.</p><p>A Cons�tuição certamente não é perfeita. Ela própria</p><p>o confessa ao admi�r a reforma. Quanto a ela, discordar,</p><p>sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca.</p><p>Quando, após tantos anos de lutas e sacri�cios,</p><p>promulgamos o Estatuto do Homem, da Liberdade e da</p><p>Democracia, bradamos por imposição de sua honra.</p><p>Nós, os legisladores, ampliamos os nossos deveres.</p><p>Teremos de honrá-los. A Nação repudia a preguiça, a</p><p>negligência e a inépcia.</p><p>O povo é o superlegislador habilitado a rejeitar pelo</p><p>referendo os projetos aprovados pelo Parlamento.</p><p>Não é a Cons�tuição perfeita, mas será ú�l, pioneira,</p><p>desbravadora.</p><p>Termino com as palavras com que comecei esta fala.</p><p>A Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação</p><p>vai mudar. A Cons�tuição pretende ser a voz, a letra, a</p><p>vontade polí�ca da sociedade rumo à mudança.</p><p>Que a promulgação seja o nosso grito. Mudar para</p><p>vencer.</p><p>Muda, Brasil.</p><p>Disponível em: www.senadofederal.br. Acesso em: 30</p><p>out. 2021.</p><p>O discurso de Ulysses Guimarães apresenta</p><p>caracterís�cas de duas funções da linguagem: ora revela</p><p>a subje�vidade de quem vive um momento histórico, ora</p><p>busca informar a população sobre a Carta Magna. Essas</p><p>duas funções manifestam-se, respec�vamente, nos</p><p>trechos:</p><p>a) “São palavras constantes do discurso de posse como</p><p>presidente da Assembleia Nacional Cons�tuinte.” e “A</p><p>Cons�tuição pretende ser a voz, a letra, a vontade</p><p>polí�ca da sociedade rumo à mudança”.</p><p>b) “Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo.” e</p><p>“A Cons�tuição mudou na sua elaboração, mudou na</p><p>definição dos Poderes”.</p><p>c) “Quando, após tantos anos de lutas e sacri�cios,</p><p>promulgamos o Estatuto do Homem, da Liberdade e</p><p>da Democracia, bradamos por imposição de sua</p><p>honra.” e “Nós, os legisladores, ampliamos os nossos</p><p>deveres. Teremos de honrá-los”.</p><p>d) “O povo é o superlegislador habilitado a rejeitar pelo</p><p>referendo os projetos aprovados pelo Parlamento.” e</p><p>“Termino com as palavras com que comecei esta fala”.</p><p>e) “Não é a Cons�tuição perfeita, mas será ú�l, pioneira,</p><p>desbravadora.” e “Que a promulgação seja o nosso</p><p>grito”.</p><p>IT0449 - (Enem PPL)</p><p>A vida deveria nos oferecer um lugarzinho no rodapé</p><p>da nossa história pessoal para eventuais erratas, como</p><p>em tese de doutorado. Pelas vezes em que na infância e</p><p>adolescência a gente foi bobo, foi ingênuo, foi</p><p>indesculpavelmente român�co, cego e teimoso, devia</p><p>haver uma errata possível. Como quando a gente</p><p>acreditou que se fosse bonzinho ganharia aquela</p><p>bicicleta; que todos os professores eram sábios e justos e</p><p>todas as autoridades decentes; e quando a gente</p><p>acreditou que pai e mãe eram imortais ou perfeitos.</p><p>Devia haver erratas que anulassem bobagens adultas:</p><p>botei fora aquela oportunidade, não cuidei da minha</p><p>grana, fui onipotente, perdi quem era tão precioso para</p><p>mim, escolhi a gostosona em lugar da parceira alegre e</p><p>terna; fiquei com aquele cara porque com ele seria mais</p><p>diver�do, mas no fundo eu não o queria como meu</p><p>amigo e pai dos meus filhos. Profissionalmente não me</p><p>preparei, não me preveni, não refle�, não entendi nada,</p><p>tomei as piores decisões. Ah, que bom seria se essas</p><p>trapalhadas pudessem ser anuladas com uma boa errata!</p><p>Em geral, não podem.</p><p>Por todas as vezes que desviamos o olhar lúcido ou</p><p>recolhemos o dedo denunciador, pagaremos — talvez</p><p>num futuro não muito distante — um alto preço, durante</p><p>um tempo incalculavelmente longo. E não haverá</p><p>erratas.</p><p>LUFT, L. Errata de pé de página. Veja, n. 28, 18 jul. 2007</p><p>(adaptado).</p><p>No texto, a autora propõe o uso metafórico da errata</p><p>como recurso para</p><p>a) assumir uma posição humilde diante da efemeridade</p><p>da vida.</p><p>b) evitar decisões equivocadas advindas da</p><p>inexperiência.</p><p>c) antecipar as consequências das nossas ações.</p><p>d) promover um maior amadurecimento intelectual.</p><p>e) rever a�tudes realizadas no passado.</p><p>IT0451 - (Enem PPL)</p><p>27@professorferretto @prof_ferretto</p><p>As informações con�das no texto dessa campanha têm o</p><p>obje�vo de</p><p>a) avaliar as polí�cas públicas para melhorar a qualidade</p><p>dos serviços prestados ao povo brasileiro.</p><p>b) apresentar os canais de par�cipação social, como os</p><p>Conselhos previstos na Cons�tuição Federal de 1988.</p><p>c) descrever o ciclo e as etapas de organização de uma</p><p>polí�ca pública como incen�vo à par�cipação social.</p><p>d) fazer a dis�nção entre as polí�cas de governo e as</p><p>polí�cas de Estado a fim de incen�var a busca por</p><p>direitos.</p><p>e) es�mular a par�cipação da sociedade civil em polí�cas</p><p>públicas para fortalecer a cidadania e o bem comum.</p><p>IT0454 - (Enem PPL)</p><p>Em nenhum outro �po de literatura a fantasia</p><p>desempenha papel tão importante. Sapos se</p><p>transformam em príncipes, animais conversam com</p><p>humanos, mesas se põem sozinhas e contratempos</p><p>insolúveis se resolvem de um parágrafo para outro. Essa</p><p>falta de verossimilhança não afasta o leitor. Pelo</p><p>contrário, juntamente com o anonimato dos príncipes e</p><p>princesas, que não têm personalidade definida e vivem</p><p>em terras distantes sem localização exata, ela facilita a</p><p>iden�ficação com os personagens. O mundo da fantasia</p><p>abre espaço para que coisas desagradáveis, que não</p><p>seriam toleradas em outros �pos de história, passem</p><p>incólumes, como bruxas comedoras de criancinha e</p><p>anões cruéis que roubam bebês. Boa parte do fascínio</p><p>dos contos tem origem justamente nesse mundo</p><p>sombrio. Contos de fadas não cons�tuem sempre</p><p>histórias agradáveis polvilhadas com açúcar, como a casa</p><p>de pão de ló de João e Maria. Pelo contrário, as tramas</p><p>são recheadas de malvadezas que sobrevivem às dezenas</p><p>de adaptações. Podem passar despercebidas, mas estão</p><p>lá. Ou é inofensiva a história de uma menina e sua avó</p><p>que são devoradas vivas por um lobo? Ou é inocente o</p><p>conto da menina que é sequestrada e obrigada a passar a</p><p>juventude trancada no alto de uma torre? E o que dizer</p><p>do bebê condenado à morte no dia do seu ba�zado?</p><p>Disponível em: h�ps://super.abril.com.br. Acesso em: 20</p><p>jun. 2019 (adaptado).</p><p>As perguntas ao final do texto estão relacionadas ao</p><p>argumento segundo o qual contos de fadas</p><p>a) manifestam aspectos obscuros da condição humana.</p><p>b) es�mulam a fantasia e a imaginação dos leitores.</p><p>c) favorecem a iden�ficação com os personagens.</p><p>d) são inadequados para a maioria das crianças.</p><p>e) são adaptados aos valores de cada época.</p><p>IT0456 - (Enem PPL)</p><p>O sucesso das redes sociais é fruto da combinação</p><p>inteligente da capacidade de interagir dentro de uma</p><p>mesma página da internet e do uso de sistemas de</p><p>avaliação. Existem duas dinâmicas psicossociais</p><p>legi�mando tais recursos de avaliação. Na primeira,</p><p>alguém produz conteúdo e é recompensado com essas</p><p>reações. Já na segunda dinâmica, a produção de</p><p>conteúdo serve de balão de ensaio para a vida off-line.</p><p>Prazer e aprendizado são, portanto, as duas</p><p>promessas originais das redes sociais (anteriores à</p><p>mone�zação), nas quais os algoritmos de recomendação</p><p>prometem reduzir o tempo e a energia para encontrar</p><p>aquilo que interessa a cada um, no mar de opções</p><p>disponibilizadas, levando a situação a outro patamar, pela</p><p>exposição reiterada dos usuários aos conteúdos que</p><p>agravam sua ansiedade.</p><p>Assim, por exemplo, pessoas que estão insa�sfeitas</p><p>com o seu corpo fazem buscas que refletem esse</p><p>desconforto, procurando postagens relacionadas a essa</p><p>temá�ca. O algoritmo, então, passa a recomendar cada</p><p>vez mais conteúdos nessa linha e, o que é pior, a</p><p>convergir para os mais extremos, já que estes tendem a</p><p>fixar mais a atenção. Em pouco tempo, o usuário</p><p>“desconfortável” está sendo bombardeado por vídeos</p><p>que elevam em muito o seu pessimismo e que muitas</p><p>vezes servem de caminho à anorexia, à bulimia e à</p><p>depressão.</p><p>Di DIAS, A. M. Disponível em: www.uol.com.br. Acesso</p><p>em: 5 nov. 2021 (adaptado).</p><p>As sociedades têm evoluído concomitantemente ao</p><p>desenvolvimento de tecnologias que buscam, cada vez</p><p>mais, automa�zar a gestão das informações. No texto,</p><p>uma consequência nega�va desse processo é o fato de</p><p>ele</p><p>28@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) ser dirigido</p><p>por um sistema de recomendações</p><p>individualizado.</p><p>b) estar vinculado ao aumento da sa�sfação e da prá�ca</p><p>dos usuários.</p><p>c) sobrecarregar o usuário com um fluxo massivo de</p><p>informações.</p><p>d) guiar-se pela confluência das interações on-line em</p><p>busca de avaliações posi�vas.</p><p>e) focar no engajamento dos usuários em detrimento de</p><p>suas necessidades concretas.</p><p>IT0401 - (Enem PPL)</p><p>TEXTO I</p><p>Você vai ficar obsoleto</p><p>Vivemos numa época em que as coisas ficam</p><p>obsoletas cada vez mais rápido. Produtos e serviços</p><p>desaparecem subs�tuídos por outros, como também</p><p>indústrias inteiras, devoradas por formas mais eficientes</p><p>de trabalho. O comportamento das pessoas também está</p><p>mudando; hoje aceitamos a inovação muito mais rápido.</p><p>Você sabia que a eletricidade demorou 46 anos para</p><p>ser adotada por pelos menos 25% da população norte-</p><p>americana? Para o telefone foram necessários 35 anos,</p><p>31 para o rádio, 26 para a televisão, 16 para o</p><p>computador, 13 para o celular e apenas 7 para a</p><p>internet.</p><p>Dessa forma, tecnologia e empreendedorismo</p><p>formam uma combinação explosiva que afeta os</p><p>tradicionais setores econômicos, transformando modelos</p><p>de negócios inteiros e acelerando o envelhecimento das</p><p>coisas. Portanto, a chave para lidar com isso nos exige</p><p>sair constantemente da zona de conforto. Deixar para</p><p>trás o velho e abrir-se ao novo é despir-se do medo do</p><p>desconhecido. É deixar-se dominar pelo entusiasmo, pela</p><p>curiosidade e pela vontade de viver e fazer diferente.</p><p>SENGER, A. Disponível em: www.cloudcoaching.com.br.</p><p>Acesso em: 20 nov. 2021 (adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>A ro�na obsoleta</p><p>Ser do tempo da máquina de escrever não me assusta</p><p>mais. Já é objeto de museu. De colecionador. Até seu</p><p>sucessor, o computador de mesa, está com os dias</p><p>contados. Tão mais prá�co o laptop! Mas também existe</p><p>o tablet, e quem sabe o que logo mais.</p><p>É surpreendente a velocidade com que meu co�diano</p><p>se transforma. Objetos essenciais até um tempinho atrás</p><p>desapareceram.</p><p>Inventa-se um disposi�vo, todo mundo tem, e, dali a</p><p>pouco, ele é trocado por outro, mais avançado. A</p><p>velocidade da mudança supera as eras anteriores.</p><p>O próprio papel está perdendo a razão de ser.</p><p>Documentos on-line são aceitos. Posso assinar um</p><p>contrato por e-mail. Houve um tempo em que ter xerox</p><p>de RG com firma reconhecida era um avanço. Hoje…</p><p>Quem faz xerox? Imagine, eu sou do tempo em que</p><p>na escola se faziam apos�las em xerox! Hoje, a gente</p><p>recebe on-line.</p><p>Parece estável? Vai sumir. A vida se torna obsoleta a</p><p>cada segundo. Mas o novo vai surgir. Isso torna a vida</p><p>fascinante. A realidade é deliciosamente instável.</p><p>CARRASCO, W. Disponível em: h�ps://veja.abril.com.br.</p><p>Acesso em: 20 nov. 2021).</p><p>Os textos I e II abordam a temá�ca da obsolescência e</p><p>têm em comum a</p><p>a) expressão de uma latente nostalgia.</p><p>b) crí�ca à velocidade das inovações tecnológicas.</p><p>c) percepção de uma constante sensação de inu�lidade.</p><p>d) opinião desfavorável a mudanças de hábitos e</p><p>comportamentos.</p><p>e) perspec�va o�mista diante da impermanência do</p><p>mundo contemporâneo.</p><p>IT0402 - (Enem PPL)</p><p>Nessa postagem dirigida aos seus seguidores de rede</p><p>social, o autor u�liza uma linguagem</p><p>a) própria de manifestações poé�cas.</p><p>b) aplicada em contextos da área despor�va.</p><p>c) caracterís�ca àquela atribuída a falantes escolarizados.</p><p>d) empregada por falantes urbanos jovens de</p><p>determinada região.</p><p>e) marcada por uma relação de distanciamento entre os</p><p>interlocutores.</p><p>IT0403 - (Enem PPL)</p><p>Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a</p><p>máquina de escrever, que a gente olha de cima, com</p><p>superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho.</p><p>Ele nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu</p><p>desprezível pré-eletrônico, mostre o que você sabe fazer.</p><p>A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo</p><p>29@professorferretto @prof_ferretto</p><p>que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz</p><p>tudo que ele manda. Ou precisa fazer tudo ao modo dele,</p><p>senão ele não aceita. Às vezes, quando a gente erra, ele</p><p>faz “bip”. Assim, para todo mundo ouvir. Comecei a usar</p><p>o computador na redação do jornal e volta e meia errava.</p><p>E lá vinha ele: “Bip!” “Olha aqui, pessoal: ele errou.” “O</p><p>burro errou!”.</p><p>Outra coisa: ele é mais inteligente que você. Esse</p><p>negócio de que qualquer máquina só é tão inteligente</p><p>quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido,</p><p>nas suas relações com o computador, que você jamais</p><p>aproveitará metade das coisas que ele tem para oferecer.</p><p>A máquina de escrever podia ter recursos que você</p><p>nunca usaria, mas não �nha o mesmo ar de quem só</p><p>aguentava os humanos por falta de coisa melhor, no</p><p>momento. E a máquina, mesmo nos seus instantes de</p><p>maior impaciência conosco, jamais faria “bip” em</p><p>público.</p><p>VERISSIMO, L. F. Pai não entende nada. Porto Alegre:</p><p>L&PM, 1990.</p><p>Ao descrever sua relação com a máquina de escrever e o</p><p>computador, o cronista adota uma perspec�va que</p><p>a) põe em evidência a disparidade entre tecnologias.</p><p>b) cri�ca a quan�dade de recursos dos disposi�vos.</p><p>c) defende a u�lização de equipamentos obsoletos.</p><p>d) sobrepõe a inteligência humana à da máquina.</p><p>e) refuta o progresso técnico da comunicação.</p><p>IT0407 - (Enem PPL)</p><p>Plantas superpoderosas</p><p>A bióloga Joanne Chory já �nha 60 anos e um</p><p>diagnós�co de Parkinson quando decidiu se dedicar a um</p><p>projeto que capturasse gás carbônico da atmosfera —</p><p>coisa que as plantas fazem regularmente há 2,8 bilhões</p><p>de anos. Para isso, a pesquisadora começou a estudar</p><p>algumas espécies e alterá-las por meio de técnicas de</p><p>hor�cultura e manipulação gené�ca. A ideia é que</p><p>capturem mais carbono e o armazenem em suas raízes.</p><p>Uma dessas plantas, um �po de mostarda, já cresce no</p><p>delta do rio Mississipi. Caso funcione, a pesquisa tem</p><p>potencial para diminuir em 46% o excesso de CO2 jogado</p><p>anualmente na atmosfera. “Provavelmente não estarei</p><p>aqui para ver os resultados. Mas prefiro ser parte da</p><p>solução a me sentar e reclamar”, diz Joanne. Que as</p><p>superplantas criadas pela bióloga vinguem e vicejem!</p><p>CARNEIRO, F. Disponível em: h�ps://veja.abril.com.br.</p><p>Acesso em: 23 out. 2021 (adaptado).</p><p>Esse texto descreve a pesquisa inovadora realizada por</p><p>uma bióloga de 60 anos com diagnós�co de Parkinson. O</p><p>trecho que permite uma referência indireta a essa</p><p>condição �sica é</p><p>a) “decidiu se dedicar a um projeto que capturasse gás</p><p>carbônico”.</p><p>b) “a pesquisadora começou a estudar algumas</p><p>espécies”.</p><p>c) “Caso funcione, a pesquisa tem potencial para</p><p>diminuir em 46% o excesso de CO2”.</p><p>d) “‘Provavelmente não estarei aqui para ver os</p><p>resultados’”.</p><p>e) “Que as superplantas criadas pela bióloga vinguem e</p><p>vicejem!”.</p><p>IT0408 - (Enem PPL)</p><p>Terça-feira, 30 de maio de 1893.</p><p>Eu gosto muito de todas as festas de Diaman�na; mas</p><p>quando são na igreja do Rosário, que é quase pegada à</p><p>chácara de vovó, eu gosto ainda mais. Até parece que a</p><p>festa é nossa. E este ano foi mesmo. Foi sorteada para</p><p>rainha do Rosário uma ex-escrava de vovó chamada Júlia</p><p>e para rei um negro muito entusiasmado que eu não</p><p>conhecia. Coitada de Júlia! Ela vinha há muito tempo</p><p>ajuntando dinheiro para comprar um rancho. Gastou</p><p>tudo na festa e ainda ficou devendo. Agora é que eu vi</p><p>como fica caro para os pobres dos negros serem reis por</p><p>um dia. Júlia com o ves�do e a coroa já gastou muito.</p><p>Além disso, teve de dar um jantar para a corte toda. A</p><p>rainha tem uma caudatária que vai atrás segurando na</p><p>capa que tem uma grande cauda. Esta também é negra</p><p>da chácara e ajudou no jantar. Eu acho graça é no</p><p>entusiasmo dos pretos neste reinado tão curto. Ninguém</p><p>rejeita o cargo, mesmo sabendo a despesa que dá.</p><p>MORLEY, H. Minha vida de menina. São Paulo: Cia. das</p><p>Letras, 1998.</p><p>O trecho apresenta marcas textuais que jus�ficam o</p><p>emprego da linguagem coloquial. O tom informal do</p><p>discurso se deve ao fato de que se trata de um (a)</p><p>30@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) narra�va regionalista, que procura reproduzir as</p><p>caracterís�cas mais �picas da região, como as falas</p><p>dos personagens e o contexto social a que pertencem.</p><p>b) carta pessoal, escrita pela autora e endereçada a um</p><p>des�natário específico, com o qual ela tem in�midade</p><p>suficiente para suprimir as formalidades</p><p>da</p><p>correspondência oficial.</p><p>c) registro no diário da autora, conforme indicam a data,</p><p>o emprego da primeira pessoa, a expressão de</p><p>reflexões pessoais e a ausência de uma intenção</p><p>literária explícita na escrita.</p><p>d) narra�va de memórias, na qual a grande distância</p><p>temporal entre o momento da escrita e o fato narrado</p><p>impõe o tom informal, pois a autora tem dificuldade</p><p>de se lembrar com exa�dão dos acontecimentos</p><p>narrados.</p><p>e) narra�va oral, em que a autora deve escrever como se</p><p>es�vesse falando para um interlocutor, isto é, sem se</p><p>preocupar com a norma-padrão da língua portuguesa</p><p>e com referências exatas aos acontecimentos</p><p>mencionados.</p><p>IT0409 - (Enem PPL)</p><p>Nesse cartum, a predominância da função poé�ca da</p><p>linguagem manifesta-se na</p><p>a) ênfase dada à dificuldade de compreensão de um</p><p>atlas.</p><p>b) ar�culação entre a expressão verbal e as imagens</p><p>representadas.</p><p>c) singularidade da percepção da autora sobre a área de</p><p>geografia.</p><p>d) construção de uma representação cartográfica</p><p>diferente.</p><p>e) forma de organização das informações do mapa-</p><p>múndi.</p><p>IT0410 - (Enem PPL)</p><p>Uma marca de eletrodomés�cos que retornou para o</p><p>mercado brasileiro posicionou painéis em pontos</p><p>estratégicos da cidade de São Paulo com frases que</p><p>trazem histórias reais de mulheres que desafiaram</p><p>padrões e estereó�pos, com a premissa de trazer uma</p><p>reflexão sobre o Dia da Igualdade Feminina.</p><p>Cada uma das 9 frases traz um contraponto ins�gante</p><p>e atualiza uma nova ideia em sintonia com o ambiente,</p><p>dialogando com a cidade, como “O cara que inventou a</p><p>cerveja foi uma mulher”, perto de bares, e “O melhor</p><p>ar�lheiro da seleção é uma mulher nordes�na”, em</p><p>frente a estádios de futebol.</p><p>Frases como “O pai do wi-fi foi uma mulher, atriz e</p><p>refugiada”; “O gênio por trás do GPS foi uma mulher</p><p>negra”; “O arquiteto que projetou o MASP foi uma</p><p>mulher imigrante”; “O ator que mais vezes venceu o</p><p>Oscar foi uma mulher”; “O cien�sta precursor da energia</p><p>limpa foi uma mulher”; “O primeiro piloto de testes da</p><p>história foi uma mulher” e “O autor do primeiro romance</p><p>do mundo foi uma mulher japonesa” estavam presentes</p><p>em 15 pontos da cidade de São Paulo.</p><p>ALVES, S. Disponível em: www.b9.com.br. Acesso em: 5</p><p>nov. 2021 (adaptado).</p><p>Ao provocar a reflexão sobre o Dia da Igualdade</p><p>Feminina, a campanha descrita nesse texto fundamenta-</p><p>se no(a)</p><p>a) oposição proposital entre as referências de gênero</p><p>presentes nas frases.</p><p>b) relação entre os dizeres do painel e o local estratégico</p><p>de instalação.</p><p>c) alusão a grandes feitos cien�ficos que são</p><p>amplamente conhecidos.</p><p>d) padrão das frases que favorece a assimilação da</p><p>mensagem.</p><p>e) apresentação de temá�cas muito presentes no dia a</p><p>dia.</p><p>IT0411 - (Enem PPL)</p><p>A palavra saudade faz parte do vocabulário co�diano</p><p>dos portugueses e, também, do povo brasileiro. Mas</p><p>afinal, qual é a sua verdadeira origem? Existem algumas</p><p>especulações sobre a origem de saudade. Há quem</p><p>defenda que a palavra vem do árabe saudah. Outros</p><p>entendem que a sua origem vem do la�m sólitas, que</p><p>significa solidão.</p><p>Alguns especialistas indicam que palavras</p><p>como saud, saudá e suaida significam “sangue pisado” e</p><p>“preto dentro do coração”. A metáfora perfeita para</p><p>alguém que carrega no seu coração uma profunda</p><p>tristeza, tristeza esta que pode ser causada pela saudade.</p><p>Os árabes u�lizam o termo as-saudá quando querem se</p><p>referir a uma doença do �gado, diagnos�cada por eles</p><p>como “melancolia do paciente”.</p><p>Em certos idiomas, o significado de solitate foi</p><p>man�do, como é o caso do castelhano (soledad), do</p><p>italiano (solitudine) ou do francês (solitude). Em</p><p>português e no galego (soidade), alterou-se com o</p><p>tempo. Assim sendo, quando alguém dizia “tenho</p><p>31@professorferretto @prof_ferretto</p><p>saudades de casa” significava que sen�a “solidão” por</p><p>não estar em casa. De qualquer forma, os portugueses</p><p>foram atribuindo outros significados a saudade. Dizem</p><p>até que passou a fazer parte do dicionário dos</p><p>portugueses no tempo dos Descobrimentos Marí�mos.</p><p>Saudade definia a solidão que os portugueses �nham da</p><p>sua terra, familiares e amigos, quando estes par�am para</p><p>o Brasil.</p><p>Disponível em: www.natgeo.pt. Acesso em: 24 nov. 2021</p><p>(adaptado).</p><p>Esse texto, que trata da acepção da palavra “saudade”</p><p>em vários idiomas, tem como obje�vo</p><p>a) ques�onar sua evolução histórica.</p><p>b) especular sobre suas origens e�mológicas.</p><p>c) explicar seu processo de dicionarização.</p><p>d) problema�zar seus diferentes sen�dos na sociedade.</p><p>e) defender a tese acerca de sua origem desconhecida.</p><p>IT0415 - (Enem PPL)</p><p>TEXTO I</p><p>A nova opinião pública e as redes digitais</p><p>Todas as vezes que os injus�çados do mundo ganham</p><p>espaço nas telinhas dos gadgets de úl�ma geração e nas</p><p>correntes caudalosas de e-mails, e o barulho digital é</p><p>tanto que chega até aos veículos de comunicação</p><p>tradicionais, muita gente destaca as boas qualidades do</p><p>que chamam de uma nova opinião pública.</p><p>É di�cil não nos confrontarmos com as novas formas</p><p>que a sociedade u�liza para se inteirar, integrar-se,</p><p>persuadir, manipular, controlar, aprender, fazer-se ver e</p><p>ser vista, conversar e fofocar. Isso porque, o tempo todo,</p><p>as mul�dões estão opinando, capturando imagens em</p><p>quan�dade descomunal e disponibilizando-as facilmente</p><p>para audiências abrangentes.</p><p>Essa produção midiá�ca da mul�dão, muitas vezes</p><p>formatada sem preocupações técnicas, é�cas e esté�cas,</p><p>com certeza não contribui para a consolidação de uma</p><p>conversação democrá�ca, que respeite a alteridade, dê</p><p>tempo ao contraditório e à comunicação. Essa nova</p><p>opinião pública é rápida em linchamentos simbólicos e</p><p>em expressar preconceitos em mensagens rapidinhas, de</p><p>140 caracteres.</p><p>AMADEU, S. Disponível em: www.sescsp.org.br. Acesso</p><p>em: 26 nov. 2021 (adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>Uma nova opinião pública. Será?</p><p>A internet inverteu o ecossistema comunicacional. O</p><p>di�cil não é falar. Agora, o grande problema é ser ouvido.</p><p>Todavia, quando alguém fala algo que todos queriam</p><p>ouvir, uma onda imediatamente se forma no oceano</p><p>informacional e pode gerar ações concretas nas ruas, nos</p><p>mercados, nas bolsas de valores.</p><p>A rede é um ar�culador cole�vo de diversas causas.</p><p>Não podemos ter a ilusão de que somente ideias</p><p>democra�zantes e ligadas à nobre causa da defesa</p><p>ambiental é que geram adeptos. Uma análise mais</p><p>aprofundada das ações e do a�vismo em rede permite</p><p>observar que cada vez mais se formam redes de opinião</p><p>dis�ntas e muitas vezes opostas.</p><p>Por fim, também é preciso notar que a internet é uma</p><p>rede de arquitetura distribuída. Por isso, sua natureza é</p><p>mais propícia às ações democra�zadoras, livres e</p><p>favoráveis ao compar�lhamento do que às posturas que</p><p>visam simplesmente à dominação, ao controle autoritário</p><p>e ao impedimento da troca de arquivos digitais.</p><p>NASSAR, P. Disponível em: www.sescsp.org.br. Acesso</p><p>em: 26 nov. 2021 (adaptado).</p><p>Com relação à produção da opinião pública na</p><p>contemporaneidade, os textos I e II divergem sobre o(a)</p><p>a) compreensão da internet como espaço de construção</p><p>democrá�ca.</p><p>b) uso mal-intencionado das tecnologias de informação e</p><p>comunicação.</p><p>c) entendimento da internet como meio de exposição de</p><p>pensamentos.</p><p>d) impacto das postagens nas redes de defensores de</p><p>causas minoritárias.</p><p>e) falta de curadoria dos conteúdos disponíveis nos</p><p>ambientes virtuais.</p><p>IT0421 - (Enem PPL)</p><p>Rebeca Andrade superou a si mesma, fazendo</p><p>história. Aos 22 anos, entrou para o Olimpo da ginás�ca</p><p>mundial, ostentando a medalha de prata no individual</p><p>geral feminino e subindo ao topo do pódio olímpico na</p><p>prova de salto. Sua caminhada começou graças a uma �a</p><p>que viu seu talento e a apresentou à técnica de ginás�ca</p><p>da cidade. Não demorou para que ganhasse o apelido de</p><p>“Daiane dos Santos 2”. A atleta dá sequência a um legado</p><p>iniciado por ginastas como Daniele Hypólito e Daiane dos</p><p>Santos, respec�vamente, primeira medalhista e primeira</p><p>campeã em campeonatos mundiais. Rebeca tornou-se a</p><p>primeira medalhista e campeã olímpica do Brasil na</p><p>modalidade. Daiane afirmou que admira a jovem atleta,</p><p>cuja vitória é permeada por simbolismos importantes.</p><p>“Durante muito tempo disseram que as pessoas negras</p><p>não podiam fazer alguns</p><p>esportes, e a gente vê hoje a</p><p>primeira medalha, de uma menina negra. Tem uma</p><p>representa�vidade muito grande atrás de tudo isso”,</p><p>falou. A ginasta Nádia Comaneci, dona da primeira nota</p><p>10 na ginás�ca, parabenizou a brasileira em suas redes.</p><p>32@professorferretto @prof_ferretto</p><p>Disponível em: h�ps://brasil.elpais.com. Acesso em: 10</p><p>nov. 2021 (adaptado).</p><p>A relevância social da conquista de Rebeca Andrade na</p><p>ginás�ca se traduz no(a)</p><p>a) con�nuidade de um legado iniciado por outras atletas.</p><p>b) reconhecimento por atletas ícones da modalidade.</p><p>c) ingresso no esporte por intermédio da família.</p><p>d) visibilidade étnico-racial no esporte.</p><p>e) medalha de ouro na modalidade.</p><p>IT0463 - (Enem PPL)</p><p>Estresse é um termo que se vulgarizou nos úl�mos</p><p>tempos. Queixa-se de estresse o homem que chega em</p><p>casa depois de um dia de muito trabalho, de trânsito</p><p>pesado e das filas do banco. Queixa-se a mulher que</p><p>enfrentou uma maratona de a�vidades domés�cas,</p><p>profissionais e com os filhos. À noite, terminado o jantar,</p><p>com as crianças recolhidas, os dois mal têm forças para</p><p>trocar de roupa e cair na cama.</p><p>A palavra estresse não cabe nesse contexto. O que</p><p>eles sentem é cansaço, estão exaustos e uma noite de</p><p>sono é um santo remédio para recompor as energias e</p><p>revigorá-los para as tarefas do dia seguinte.</p><p>A palavra estresse, na verdade, caracteriza um</p><p>mecanismo fisiológico do organismo sem o qual nós, nem</p><p>os outros animais, teríamos sobrevivido. Se nosso</p><p>antepassado das cavernas não reagisse imediatamente,</p><p>ao se deparar com uma fera faminta, não teria deixado</p><p>descendentes. Nós exis�mos porque nossos ancestrais se</p><p>estressavam, isto é, liberavam uma série de mediadores</p><p>químicos (o mais popular é a adrenalina), que</p><p>provocavam reações fisiológicas para que, diante do</p><p>perigo, enfrentassem a fera ou fugissem.</p><p>Disponível em: h�p://drauziovarella.com.br. Acesso em:</p><p>2 jun. 2015.</p><p>Ao lançar mão do mecanismo de comparação, o autor do</p><p>texto conduz os leitores a</p><p>a) minimizarem os receios contra o estresse.</p><p>b) evitarem situações que causem estresse.</p><p>c) dis�nguirem os vários sintomas do estresse.</p><p>d) saberem da existência dos �pos de estresse.</p><p>e) compreenderem o significado do termo estresse.</p><p>IT0464 - (Enem PPL)</p><p>Sou leitor da revista e, acompanhando a entrevista da</p><p>juíza Kenarik Bouijikian, observo que há uma informação</p><p>passível de contestação histórica. Na página 14, a</p><p>meri�ssima cita que “�vemos uma lei que proibia a</p><p>entrada de africanos escravizados no Brasil (Lei Eusébio</p><p>de Queirós), e sabemos que mais de 500 mil entraram no</p><p>país mesmo após a promulgação da lei”. Sou professor de</p><p>História e, apesar de, após a Lei Eusébio de Queirós, de</p><p>1850, africanos escravizados terem entrado</p><p>clandes�namente no país, o número me parece</p><p>exagerado. É possível que meio milhão de africanos</p><p>tenham entrado ilegalmente após uma lei an�tráfico de</p><p>1831, a Lei Feijó, que exatamente por seu não</p><p>cumprimento passou a ser no anedotário jurídico</p><p>chamada de “lei para inglês ver”. Como a afirmação está</p><p>entre parênteses, me parece ter sido uma nota</p><p>equivocada do entrevistador, e não da juíza entrevistada.</p><p>De toda sorte, há a ilegalidade do trânsito de</p><p>escravizados para o Brasil apesar da existência de uma lei</p><p>restri�va.</p><p>J. C. C.</p><p>Cult, n. 229, nov. 2017 (adaptado)</p><p>A função social da carta do leitor está contemplada nesse</p><p>texto porque, em relação a uma publicação em edição</p><p>anterior de uma revista, ele apresenta um(a)</p><p>a) posicionamento relacionado a uma informação</p><p>con�da em uma entrevista.</p><p>b) relato de acontecimentos históricos norteadores de</p><p>uma entrevista.</p><p>c) sistema�zação de dados apresentados em uma</p><p>entrevista.</p><p>d) descrição de uma entrevista.</p><p>e) síntese de uma entrevista.</p><p>IT0468 - (Enem PPL)</p><p>TEXTO I</p><p>Para que seja caracterizada como bullying, e não</p><p>como uma agressão ocasional, a ação pra�cada e sofrida</p><p>pela ví�ma deve responder a alguns critérios: a</p><p>agressividade (�sica, verbal, social) e a intencionalidade</p><p>do ato, ou seja, o desejo de causar dor e</p><p>constrangimento; a frequência da agressão, uma vez que</p><p>o bullying é um ato repe��vo; e a desigualdade na</p><p>relação de poder, manifestada pela diferença de força</p><p>�sica ou social entre o agressor e a ví�ma.</p><p>ABDALLA, S. Bullying na escola: uma ameaça que não é</p><p>brincadeira. Disponível em: www.gazetadopovo.com.br.</p><p>Acesso em: 9 ago. 2017 (adaptado).</p><p>33@professorferretto @prof_ferretto</p><p>De acordo com as caracterís�cas apresentadas nos</p><p>textos, depreende-se que o bullying nas aulas de</p><p>educação �sica escolar tem sido resultante das</p><p>a) a�tudes constantes de desrespeito à diversidade nas</p><p>prá�cas corporais.</p><p>b) lesões provocadas durante jogos de contato por</p><p>estudantes agressivos.</p><p>c) disputas entre os alunos para ocuparem posições de</p><p>destaque nas equipes.</p><p>d) assimetria entre meninos e meninas durante a</p><p>vivência das a�vidades propostas.</p><p>e) prá�cas de inclusão de alunos com menos habilidade</p><p>motora nos jogos cole�vos.</p><p>IT0472 - (Enem PPL)</p><p>Letramento entra em cena</p><p>Houve uma significa�va mudança conceitual com a</p><p>entrada em cena da ideia de letramento ou níveis de</p><p>alfabe�smo, a par�r da década de 1980. Trocando em</p><p>miúdos, deixou-se de lado a divisão entre indivíduos</p><p>alfabe�zados (capacitados para codificar e decodificar os</p><p>elementos linguís�cos) e analfabetos. O letramento</p><p>implica associar escrita e leitura a prá�cas sociais que</p><p>tenham sen�do para aqueles que as u�lizam, além de</p><p>pressupor níveis de domínio das prá�cas que exigem</p><p>essas habilidades.</p><p>BARROS, R. Disponível em:</p><p>h�p://revistaeducacao.uol.com.br.</p><p>Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).</p><p>A ideia de letramento compreende a alfabe�zação de</p><p>forma processual. Pela leitura e análise do texto, para</p><p>que o cidadão entre efe�vamente no mundo da escrita, a</p><p>escola deve dar condições a ele de</p><p>a) dar sen�do ao que é lido.</p><p>b) decodificar as palavras.</p><p>c) expressar-se oralmente.</p><p>d) assinar o próprio nome.</p><p>e) soletrar as palavras.</p><p>IT0473 - (Enem PPL)</p><p>Na tarefa diária de fazer jornalismo, bons �tulos que</p><p>apresentem de maneira clara o conteúdo da matéria são</p><p>uma arte. Um leitor tem apontado, insistentemente, ao</p><p>longo deste ano, �tulos com sen�do ambíguo em O Povo.</p><p>No dia 8 de agosto, na editoria Brasil, o �tulo destacava:</p><p>“Jus�ça suspende processo por homicídio de acidente em</p><p>Mariana”. Mais uma vez, ele apontou: “Do jeito como</p><p>está escrito, ficou a dúvida: o acidente de Mariana</p><p>cometeu ou sofreu o homicídio? Matou ou morreu?”. O</p><p>leitor ainda deu a sugestão de como poderia ser:</p><p>“Poderia ter sido assim: Suspenso o processo por</p><p>homicídio resultante do acidente em Mariana”. Entendo</p><p>que a insistência do leitor em apontar ambiguidades nos</p><p>�tulos é uma maneira de cobrar mais atenção com eles. É</p><p>nossa obrigação, como jornalistas, oferecer �tulos</p><p>precisos e coerentes, mesmo que o espaço para escrevê-</p><p>los seja delimitado por colunas e caracteres.</p><p>Disponível em: www.opovo.com.br. Acesso em: 10 dez.</p><p>2017 (adaptado).</p><p>Esse texto é de uma coluna de jornal escrita por um</p><p>ombudsman, profissional que, de maneira independente,</p><p>cri�ca o material publicado e responde às queixas dos</p><p>leitores. Quais trechos do texto ra�ficam o papel desse</p><p>profissional?</p><p>a) “Do jeito como está escrito, ficou a dúvida” e “No dia 8</p><p>de agosto, na editoria Brasil”.</p><p>b) “Entendo que a insistência” e “É nossa obrigação,</p><p>como jornalistas”.</p><p>c) “Na tarefa diária de fazer jornalismo” e “Suspenso o</p><p>processo por homicídio”.</p><p>d) “O leitor ainda deu a sugestão” e “apontar</p><p>ambiguidades nos �tulos”.</p><p>e) “o acidente de Mariana cometeu ou sofreu o</p><p>homicídio?” e “Matou ou morreu?”.</p><p>IT0474 - (Enem PPL)</p><p>Não cobra assinatura. Não cobra para fazer o</p><p>download. Não tem anúncios. Não tem compras dentro</p><p>do aplica�vo. Mas, então, como o WhatsApp ganha</p><p>dinheiro? Ou melhor, que �po de magia fez o Facebook</p><p>decidir comprar o app por R$ 19 bilhões, em 2014?</p><p>Quando fundado em 2009, o WhatsApp cobrava US$</p><p>1 por instalação em alguns países. Em outros, a empresa</p><p>34@professorferretto @prof_ferretto</p><p>cobrava US$ 1 por ano como forma simbólica de</p><p>assinatura. E, em alguns outros, o app era</p><p>completamente gratuito, caso do Brasil.</p><p>Em</p><p>agosto de 2014, ano da compra pelo Facebook,</p><p>cerca de 600 milhões de pessoas usavam o aplica�vo de</p><p>mensagens. Até setembro do mesmo ano, os relatórios</p><p>financeiros do Facebook apontavam que o faturamento</p><p>da empresa não ultrapassava a casa do US$ 1,3 milhão,</p><p>menos de um centésimo do valor da compra. Se você</p><p>pensou “então o WhatsApp não dá dinheiro”, isso faz</p><p>algum sen�do. O que levou o Facebook a gastar tanto,</p><p>então?</p><p>Especialistas apontam o “big data” — campo da</p><p>tecnologia que lida com grandes volumes de dados</p><p>digitais — como impulsionador da compra. Com mais</p><p>informações, a empresa pode analisar melhor o</p><p>comportamento dos usuários.</p><p>Em agosto de 2016, o WhatsApp começou a</p><p>compar�lhar dados com o Facebook. O obje�vo?</p><p>Fomentar relações entre as bases de Facebook,</p><p>WhatsApp e Instagram — sugerir amizades em uma rede</p><p>com base em contatos da outra, por exemplo — mas,</p><p>principalmente, o�mizar a recomendação de publicidade.</p><p>Afinal, é aí que está o maior volume de faturamento do</p><p>Facebook atualmente.</p><p>Disponível em: h�ps://no�cias.uol.com.br. Acesso em: 4</p><p>jun. 2019 (adaptado).</p><p>As estratégias descritas no texto para a obtenção de lucro</p><p>de forma indireta fundamentam-se no(a)</p><p>a) reconhecimento da mudança de comportamento dos</p><p>usuários.</p><p>b) necessidade de monopolizar o mercado de redes</p><p>sociais.</p><p>c) importância de arriscar na compra de concorrentes.</p><p>d) valor das informações no mundo contemporâneo.</p><p>e) impacto social de oferecer soluções gratuitas.</p><p>IT0484 - (Enem PPL)</p><p>Os números preocupantes sobre a saúde do brasileiro</p><p>indicam que alguns hábitos alimentares favoreceram o</p><p>crescimento da incidência dos índices de sobrepeso e</p><p>obesidade e, paralelamente, de doenças como diabetes e</p><p>hipertensão arterial. Isso sinaliza que o Brasil precisa</p><p>reforçar suas polí�cas públicas para a conscien�zação</p><p>sobre alimentação adequada. Entre as diversas ações em</p><p>curso, merece destaque a questão da rotulagem dos</p><p>produtos industrializados.</p><p>O “modelo semafórico nutricional”, que indica as</p><p>quan�dades de ingredientes como açúcar, gorduras e sal</p><p>na parte frontal da embalagem, de acordo com</p><p>recomendações de consumo diário adotadas em alguns</p><p>países da Europa e EUA, ou das “figuras geométricas” na</p><p>cor preta com inscrições como “alto em açúcar” ou “alto</p><p>em gordura saturada”, adotado no Chile, são algumas das</p><p>alterna�vas. Esse seria, segundo alguns representantes</p><p>do setor, o modelo mais eficiente na transmissão da</p><p>mensagem ao consumidor. Mas cabe a pergunta: mais</p><p>eficiente em informar ou em aterrorizar?</p><p>Disponível em: www.gazetadopovo.com.br. Acesso em:</p><p>11 dez. 2017.</p><p>Apoiando-se na premissa de que alguns dados con�dos</p><p>nas embalagens dos alimentos podem influenciar hábitos</p><p>alimentares, esse texto faz uma crí�ca a quê?</p><p>a) À forma de organizar as informações nos rótulos dos</p><p>produtos.</p><p>b) Às prá�cas de consumo e sua relação com a saúde</p><p>alimentar do brasileiro.</p><p>c) À relação entre os índices de sobrepeso e</p><p>determinadas epidemias.</p><p>d) Às polí�cas públicas de saúde adotadas por países</p><p>estrangeiros.</p><p>e) Ao desconhecimento da população sobre a</p><p>composição dos alimentos.</p><p>IT0487 - (Enem PPL)</p><p>Espaço e memória</p><p>O termo “Na minha casa...” é uma metáfora que</p><p>guarda múl�plas acepções para o conjunto de pessoas,</p><p>de adeptos, dos que creem nos orixás. Múl�plos deuses</p><p>que a diáspora negra trouxe para o Brasil. Refere-se ao</p><p>espaço onde as comunidades edificaram seus templos,</p><p>referência de orgulho, aludindo ao patrimônio cultural de</p><p>matriz africana, reelaborado em novo território.</p><p>O espaço é fundamental na cons�tuição da história de</p><p>um povo. Halbwachs (1941, p. 85), ao afirmar que “não</p><p>há memória cole�va que não se desenvolva em um</p><p>quadro espacial”, aponta para a importância de aspecto</p><p>tão significa�vo no desenvolvimento da vida social.</p><p>Lugar para onde está voltada a memória, onde</p><p>aqueles que viveram a condição-limite de escravo</p><p>podiam pensar-se como seres humanos, exercer essa</p><p>humanidade e encontrar os elementos que lhes</p><p>conferiam e garan�am uma iden�dade religiosa</p><p>diferenciada, com caracterís�cas próprias, que cons�tuiu</p><p>um “patrimônio simbólico do negro brasileiro (a memória</p><p>cultural da África), afirmou-se aqui como território</p><p>polí�co-mí�co-religioso para sua transmissão e</p><p>preservação” (SODRÉ, 1988, p. 50).</p><p>BARROS, J. F. P. Na minha casa. Rio de Janeiro: Pallas,</p><p>2003.</p><p>Na construção desse texto acadêmico, o autor se vale de</p><p>estratégia argumenta�va bastante comum a esse gênero</p><p>textual, a intertextualidade, cujas marcas são</p><p>35@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) aspas, que representam o ques�onamento parcial de</p><p>um ponto de vista.</p><p>b) citações de autores consagrados, que garantem a</p><p>autoridade do argumento.</p><p>c) construções sintá�cas, que privilegiam a coordenação</p><p>temporal de argumentos.</p><p>d) comparações entre dois pontos de vista, que são</p><p>antagônicos.</p><p>e) parênteses, que representam uma digressão para as</p><p>considerações do autor.</p><p>IT0488 - (Enem PPL)</p><p>Par�ndo a pé do Museu Mineiro pelo trajeto mais curto</p><p>até a próxima atração com tradução em Libras, serviço de</p><p>alimentação e venda de livros, o leitor do mapa passará</p><p>em frente ao(à)</p><p>a) Escola de Design.</p><p>b) Academia Mineira de Letras.</p><p>c) Museu das Minas e do Metal.</p><p>d) Espaço do Conhecimento UFMG.</p><p>e) Casa do Patrimônio Cultural de Minas Gerais.</p><p>IT0490 - (Enem PPL)</p><p>Considerando-se os contextos de uso de “Todas chora”,</p><p>essa expressão é um exemplo de variante linguís�ca</p><p>a) �pica de pessoas despreocupadas em seguir as regras</p><p>de escrita.</p><p>b) usada como recurso para atrair a atenção de</p><p>interlocutores e consumidores.</p><p>c) transposta de situações de interação �picas de</p><p>ambientes rurais do interior do Brasil.</p><p>d) incompa�vel com ambientes frequentados por</p><p>usuários da norma-padrão da língua.</p><p>e) condenável em produtos voltados para uma clientela</p><p>exigente e interessada em novidades.</p><p>IT0491 - (Enem PPL)</p><p>A verdade sobre o envelhecimento das populações</p><p>Tem se tornado popular produzir grandes projeções</p><p>de redução de prosperidade baseada no envelhecimento</p><p>demográfico. Mas será que isso é realmente um</p><p>problema?</p><p>A média de idade nos Estados Unidos é atualmente de</p><p>36 anos. Na E�ópia, a média é de 18 anos. O país com</p><p>maior número de idosos é a Alemanha, onde a média de</p><p>idade é de 45 anos. Países em que a população mais</p><p>jovem domina são mais pobres, e aqueles com a</p><p>população dominante mais idosa são mais ricos. Então</p><p>por que temer o envelhecimento da população?</p><p>Existem pelo menos duas razões. A primeira é</p><p>psicológica: em analogia ao envelhecimento das pessoas,</p><p>sugere que, à medida que as populações envelhecem,</p><p>tornam-se mais fracas e perdem acuidade mental. A</p><p>segunda decorre dos economistas e de um indicador</p><p>conhecido como razão de dependência, que pressupõe</p><p>que todos os adultos com menos de 65 anos contribuem</p><p>para a sociedade, e todos com mais de 65 anos são um</p><p>peso. E a proporção de pessoas com mais de 65 anos</p><p>tende a aumentar.</p><p>LUTZ, W. Azul Magazine, ago. 2017 (adaptado).</p><p>A ar�culação entre as informações do texto leva à</p><p>compreensão de que ele propõe um(a)</p><p>a) levantamento das causas do envelhecimento das</p><p>populações.</p><p>b) análise dos dados demográficos de diferentes países</p><p>do mundo.</p><p>c) comparação entre a idade da população</p><p>economicamente a�va no mundo.</p><p>d) ques�onamento sobre o impacto nega�vo do</p><p>envelhecimento da população.</p><p>e) alerta aos economistas sobre as contribuições da</p><p>população abaixo dos 65 anos.</p><p>36@professorferretto @prof_ferretto</p><p>IT0493 - (Enem PPL)</p><p>Autobiografia de José Saramago</p><p>Nasci numa família de camponeses sem terra, em</p><p>Azinhaga, uma pequena povoação situada na província</p><p>do Ribatejo, na margem direita do Rio Almonda, a uns</p><p>cem quilômetros a nordeste de Lisboa. Meus pais</p><p>chamavam-se José de Sousa e Maria da Piedade. José de</p><p>Sousa teria sido também o meu nome se o funcionário</p><p>do Registro Civil, por sua própria inicia�va, não lhe</p><p>�vesse acrescentado a alcunha por que a família de meu</p><p>pai era conhecida na aldeia: Saramago. (Cabe esclarecer</p><p>que saramago é uma planta herbácea espontânea, cujas</p><p>folhas, naqueles tempos, em épocas de carência, serviam</p><p>como alimento na cozinha dos pobres.) Só aos</p><p>sete anos,</p><p>quando �ve de apresentar na escola primária um</p><p>documento de iden�ficação, é que se veio a saber que o</p><p>meu nome completo era José de Sousa Saramago... Não</p><p>foi este, porém, o único problema de iden�dade com que</p><p>fui fadado no berço. Embora �vesse vindo ao mundo no</p><p>dia 16 de novembro de 1922, os meus documentos</p><p>oficiais referem que nasci dois dias depois, a 18: foi</p><p>graças a esta pequena fraude que a família escapou ao</p><p>pagamento da multa por falta de declaração do</p><p>nascimento no prazo legal.</p><p>Disponível em: www.josesaramago.org. Acesso em: 7</p><p>dez. 2017 (adaptado).</p><p>No texto, o autor discute o poder que os documentos</p><p>oficiais exercem sobre a vida das pessoas. Qual fato torna</p><p>isso evidente?</p><p>a) A sua entrada na escola aos sete anos de idade.</p><p>b) A alusão a uma planta no nome da família.</p><p>c) O problema de iden�dade originado desde o berço.</p><p>d) A isenção da multa por falta de declaração do</p><p>nascimento.</p><p>e) O seu nascimento em uma aldeia de camponeses.</p><p>IT0494 - (Enem PPL)</p><p>Brasil tem quase 3 mil lixões ou aterros irregulares, diz</p><p>levantamento</p><p>Apesar da lei que acabou com lixões, vazadouros</p><p>funcionam normalmente.</p><p>O Brasil ainda despeja 30 milhões de toneladas de lixo</p><p>por ano, de forma inadequada, expondo os cidadãos ao</p><p>risco de doenças. E isso, apesar da lei que determinou o</p><p>fim dos lixões. Corta, descasca, abre a embalagem, joga</p><p>fora os restos, espreme, corta mais, descasca mais, abre</p><p>outra embalagem. Quantas vezes essas cenas se repetem</p><p>por dia em milhões de lares brasileiros?</p><p>Disponível em: h�p://g1.globo.com. Acesso em: 11 dez.</p><p>2017.</p><p>O recurso linguís�co que interrompe o fluxo</p><p>argumenta�vo para incluir o leitor na problemá�ca do</p><p>texto é a</p><p>a) apresentação de dados esta�s�cos imprecisos sobre</p><p>os lixões.</p><p>b) descrição de ambientes destruídos pelos descartes</p><p>incorretos.</p><p>c) enumeração de a�vidades ilustra�vas de ações</p><p>co�dianas.</p><p>d) discussão das leis sobre a redução dos lixões nas</p><p>cidades.</p><p>e) explicitação dos riscos de doenças via contaminação.</p><p>IT0499 - (Enem PPL)</p><p>Os smartphones estão sugando a sua produ�vidade.</p><p>Você abriria mão deles?</p><p>Telefones inteligentes drenam nossa atenção mesmo</p><p>quando desligados. E isso não é nada bom para a sua</p><p>carreira. Pesquisadores e empresas tentam achar uma</p><p>solução para o problema.</p><p>Funcionários estão distraídos com seus smartphones,</p><p>browsers web, aplica�vos de mensagem, sites de</p><p>compras e muitas redes sociais.</p><p>Os trabalhadores distraídos são improdu�vos. Uma</p><p>pesquisa da CareerBuilder descobriu que os gerentes de</p><p>contratação acreditam que os funcionários são</p><p>extremamente improdu�vos e mais da metade desses</p><p>gerentes acreditam que os smartphones são culpados.</p><p>Alguns empregadores disseram que os smartphones</p><p>degradam a qualidade do trabalho, diminuem a moral,</p><p>interferem no relacionamento entre chefe e empregado e</p><p>fazem com que os funcionários percam os prazos. (Os</p><p>funcionários entrevistados discordaram e apenas 10%</p><p>disseram que os telefones prejudicam a produ�vidade</p><p>durante o horário de trabalho.)</p><p>A única solução é uma combinação entre</p><p>treinamento, educação e melhor gerenciamento.</p><p>Os departamentos de RH devem procurar um</p><p>problema maior: a distração extrema do smartphone</p><p>pode significar que os funcionários estão completamente</p><p>desa�vados do trabalho. Os mo�vos para isso devem ser</p><p>iden�ficados e abordados.</p><p>A pior “solução” é a negação.</p><p>ELGAN, M. Disponível em: h�p://idgnow.com.br. Acesso</p><p>em: 24 ago. 2017 (adaptado).</p><p>Ao expor um problema contemporâneo do mercado de</p><p>trabalho e apontar uma solução, o texto evidencia a</p><p>37@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) relação entre as carreiras e as tecnologias de</p><p>informação e comunicação.</p><p>b) discordância entre empregadores e funcionários no</p><p>que diz respeito à produção.</p><p>c) nega�vidade do impacto das tecnologias de</p><p>informação e comunicação no mercado de trabalho.</p><p>d) desvinculação entre o desenvolvimento das</p><p>tecnologias de informação e comunicação e a</p><p>produ�vidade no trabalho.</p><p>e) necessidade de uma compreensão ampla e cuidadosa</p><p>do impacto das tecnologias de informação e</p><p>comunicação no mercado de trabalho.</p><p>IT0503 - (Enem PPL)</p><p>Entre as tenta�vas de encontrar o melhor ângulo para</p><p>re�rar o terneiro, meu irmão, o guri e seu pai tentavam</p><p>convencer Jaqueline de que a morte da vaca não seria</p><p>uma grande perda: “não é a mesma coisa que perder um</p><p>pai, um avô, que a gente lembra para o resto da vida, fica</p><p>lá no cemitério”, “bicho é bicho”. Jefferson, o guri, repe�a</p><p>tudo que o pai dizia, mas já afastado, pois havia sido</p><p>corrido pela mãe.</p><p>Jaqueline repete: “pra mim não tem diferença! Os</p><p>bichos estão tudo na volta. Eles sabem quando eu chego,</p><p>me conhecem, sabem o meu cheiro. Sou eu que dou</p><p>comida. Não tem diferença nenhuma!”. O pai tenta</p><p>concordar sem afrontar os caras, dizendo que as pessoas</p><p>desenvolvem valor de es�ma pelos animais.</p><p>KOSBY, M. F. Mugido (ou diário de uma doula). Rio de</p><p>Janeiro: Garupa, 2017.</p><p>No fragmento, as reações à perda de um animal refletem</p><p>concepções fortalecidas pela</p><p>a) sensibilidade adquirida com a lida no campo.</p><p>b) banalização da morte em função de sua recorrência.</p><p>c) expecta�va do sofrimento na visão do des�no</p><p>humano.</p><p>d) certeza da efemeridade da vida como fator de</p><p>pessimismo.</p><p>e) empa�a gerada pela interseção entre o homem e seu</p><p>ambiente.</p><p>IT0506 - (Enem PPL)</p><p>Álvaro, me adiciona</p><p>“Nunca conheci quem �vesse levado porrada. Todos</p><p>os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.”</p><p>Espanta que Álvaro de Campos tenha dito isso antes do</p><p>advento das redes sociais. O heterônimo parece estar</p><p>falando da minha �meline: “Arre, estou farto de</p><p>semideuses! Onde é que há gente no mundo?”.</p><p>Humblebrag é uma palavra que faz falta em</p><p>português. Composta pela junção das</p><p>palavras humble (humilde) e brag(gabar-se), seria algo</p><p>como a gabação modesta. Em vez de simplesmente</p><p>gabar-se: “Ganhei um prêmio de melhor ator no Fes�val</p><p>de Gramado”, você diz: “O Fes�val de Gramado está</p><p>muito decadente. Para vocês terem uma ideia, me deram</p><p>um prêmio de melhor ator.”</p><p>Atenção: se todo post é vaidoso, toda coluna também.</p><p>Percebam o uso de palavras em inglês, a citação a</p><p>Fernando Pessoa. Tudo o que eu mais quero é que vocês</p><p>me achem o máximo. “Então sou só eu que sou vil e</p><p>errôneo nessa terra?”. Não, Álvaro. Me adiciona.</p><p>DUVIVIER, G. Caviar é uma ova. São Paulo: Cia. das Letras,</p><p>2016 (adaptado).</p><p>O texto traz uma crí�ca ao uso que as pessoas fazem da</p><p>linguagem nas redes sociais. Qual passagem exemplifica</p><p>linguis�camente essa crí�ca?</p><p>a) “‘Nunca conheci quem �vesse levado porrada. Todos</p><p>os meus conhecidos têm sido campeões em tudo’.”</p><p>b) “O heterônimo parece estar falando da</p><p>minha �meline: ‘Arre, estou farto de semideuses!</p><p>Onde é que há gente no mundo?’”.</p><p>c) “Humblebrag é uma palavra que faz falta em</p><p>português. Composta pela junção das</p><p>palavras humble (humilde) e brag(gabar-se), seria algo</p><p>como a gabação modesta.”</p><p>d) “‘O Fes�val de Gramado está muito decadente. Para</p><p>vocês terem uma ideia, me deram um prêmio de</p><p>melhor ator’.”</p><p>e) “Tudo o que eu mais quero é que vocês me achem o</p><p>máximo. ‘Então sou só eu que sou vil e errôneo nessa</p><p>terra?’. Não, Álvaro. Me adiciona.”</p><p>IT0509 - (Enem PPL)</p><p>Com o fim da versão impressa do Diário Oficial da</p><p>União, o presidente da República assinou um decreto que</p><p>traz novas normas a serem seguidas nas publicações</p><p>oficiais, que agora estarão disponíveis apenas na versão</p><p>on-line.</p><p>Os atos a serem divulgados devem ser encaminhados</p><p>ao órgão exclusivamente por meio eletrônico. O jornal</p><p>será publicado de segunda a sexta, uma vez por dia,</p><p>exceto nos feriados nacionais e nos pontos faculta�vos</p><p>da administração pública federal.</p><p>O decreto reforça que o Diário Oficial trará os atos</p><p>com conteúdo norma�vo, exceto os atos de aplicação</p><p>exclusivamente interna que não afetem interesses de</p><p>terceiros, e os atos oficiais da administração pública</p><p>federal direta, autárquica e fundacional.</p><p>Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 6 dez. 2017</p><p>(adaptado).</p><p>38@professorferretto @prof_ferretto</p><p>O decreto incide sobre a prá�ca de leitura do Diário</p><p>Oficial em todo o Brasil e pressupõe que</p><p>a) o país dispõe de uma cultura</p><p>semana você deixa a companheira</p><p>e no bar com os amigos bebe bem a noite inteira</p><p>Segunda-feira chega na repar�ção</p><p>pede dispensa para ir ao oculista</p><p>e vai curar sua ressaca simplesmente</p><p>Você não passa de um falso moralista</p><p>NELSON SARGENTO. Sonho de um sambista. São Paulo:</p><p>Eldorado, 1979.</p><p>As letras de samba normalmente se caracterizam por</p><p>apresentarem marcas informais do uso da língua. Nessa</p><p>letra de Nelson Sargento, são exemplos dessas marcas</p><p>a) “falação” e “pros bailes”.</p><p>b) “você” e “teatro de revista”.</p><p>c) “perfeito” e “Carnaval”.</p><p>d) “bebe bem” e “oculista”.</p><p>e) “curar” e “falso moralista”.</p><p>IT0033 - (Enem)</p><p>TEXTO I</p><p>An�gamente</p><p>An�gamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos</p><p>pais e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair</p><p>nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não</p><p>devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir</p><p>nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem</p><p>de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda</p><p>cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos</p><p>penates. Não ficava mangando na rua nem escapulia do</p><p>mestre, mesmo que não entendesse patavina da</p><p>instrução moral e cívica. O verdadeiro smart calçava</p><p>bo�na de botões para comparecer todo liró ao copo</p><p>d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse,</p><p>para evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício,</p><p>jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita</p><p>cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de</p><p>molho diante de um treteiro de topete, depois de fintar e</p><p>engambelar os coiós, e antes que se pudesse tudo em</p><p>pratos limpos, ele abria o arco.</p><p>ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de janeiro: nova</p><p>Aguilar, 1983 (fragmento).</p><p>TEXTO II</p><p>3@professorferretto @prof_ferretto</p><p>Na leitura do fragmento do texto An�gamente constata-</p><p>se, pelo emprego de palavras obsoletas, que itens lexicais</p><p>outrora produ�vos não mais o são no português</p><p>brasileiro atual. Esse fenômeno revela que</p><p>a) a língua portuguesa de an�gamente carecia de termos</p><p>para se referir a fatos e coisas do co�diano.</p><p>b) o português brasileiro se cons�tui evitando a</p><p>ampliação do léxico proveniente do português</p><p>europeu.</p><p>c) a heterogeneidade do português leva a uma</p><p>estabilidade do seu léxico no eixo temporal.</p><p>d) o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para</p><p>ser reconhecido como língua independente.</p><p>e) o léxico do português representa uma realidade</p><p>linguís�ca variável e diversificada.</p><p>IT0005 - (Enem)</p><p>Reaprender a ler no�cias</p><p>Não dá mais para ler um jornal, revista ou assis�r a um</p><p>telejornal da mesma forma que fazíamos até o</p><p>surgimento da rede mundial de computadores. O</p><p>Observatório da Imprensa antecipou isso lá nos idos de</p><p>1996 quando cunhou o slogan “Você nunca mais vai ler</p><p>jornal do mesmo jeito”. De fato, hoje já não basta mais</p><p>ler o que está escrito ou falado para estar bem</p><p>informado. É preciso conhecer as entrelinhas e saber que</p><p>não há obje�vidade e nem isenção absolutas, porque</p><p>cada ser humano vê o mundo de uma forma diferente.</p><p>Ter um pé atrás passou a ser a regra básica número um</p><p>de quem passa os olhos por uma primeira página, capa</p><p>de revista ou chamadas de um no�ciário na TV.</p><p>Há uma diferença importante entre desconfiar de tudo e</p><p>procurar ver o maior número possível de lados de um</p><p>mesmo fato, dado ou evento. Apenas desconfiar não</p><p>resolve porque se trata de uma a�tude passiva. É claro,</p><p>tudo começa com a dúvida, mas a par�r dela é</p><p>necessário ser proa�vo, ou seja, inves�gar, estudar,</p><p>procurar os elementos ocultos que sempre existem numa</p><p>no�cia. No começo é um esforço solitário que pode se</p><p>tornar cole�vo à medida que mais pessoas descobrem</p><p>sua vulnerabilidade informa�va.</p><p>Disponível em: www.observatoriodaimprensa.com.br.</p><p>Acesso em 30 set. 2015 (adaptado).</p><p>No texto, os argumentos apresentados permitem inferir</p><p>que o obje�vo do autor é convencer os leitores a</p><p>a) buscarem fontes de informação comprome�das com a</p><p>verdade.</p><p>b) privilegiarem no�cias veiculadas em jornais de grande</p><p>circulação.</p><p>c) adotarem uma postura crí�ca em relação às</p><p>informações recebidas.</p><p>d) ques�onarem a prá�ca jornalís�ca anterior ao</p><p>surgimento da internet.</p><p>e) valorizarem reportagens redigidas com imparcialidade</p><p>diante dos fatos.</p><p>IT0009 - (Enem)</p><p>Comportamento geral</p><p>Você deve estampar sempre um ar de alegria</p><p>E dizer: tudo tem melhorado</p><p>Você deve rezar pelo bem do patrão</p><p>E esquecer que está desempregado</p><p>Você merece</p><p>Você merece</p><p>Tudo vai bem, tudo legal</p><p>Cerveja, samba, e amanhã, seu Zé</p><p>Se acabarem com teu carnaval</p><p>Você deve aprender a baixar a cabeça</p><p>E dizer sempre: muito obrigado</p><p>São palavras que ainda te deixam dizer</p><p>Por ser homem bem disciplinado</p><p>Deve pois só fazer pelo bem da nação</p><p>Tudo aquilo que for ordenado</p><p>Pra ganhar um fuscão no juízo final</p><p>E diploma de bem-comportado</p><p>GONZAGUINHA. Luiz Gonzaga Jr. Rio de Janeiro: Odeon.</p><p>1973 (fragmento).</p><p>Pela análise do tema e dos procedimentos</p><p>argumenta�vos u�lizados na letra da canção composta</p><p>por Gonzaguinha na década de 1970, infere-se o obje�vo</p><p>de</p><p>a) ironizar a incorporação de ideias e a�tudes</p><p>conformistas.</p><p>b) convencer o público sobre a importância dos deveres</p><p>cívicos.</p><p>c) relacionar o discurso religioso à resolução de</p><p>problemas sociais.</p><p>d) ques�onar o valor atribuído pela população às festas</p><p>populares.</p><p>e) defender uma postura cole�va indiferente aos valores</p><p>dominantes.</p><p>4@professorferretto @prof_ferretto</p><p>IT0337 - (Enem)</p><p>TEXTO I</p><p>A língua não é uma nomenclatura, que se opõe a uma</p><p>realidade pré-categorizada, ela é que classifica realidade.</p><p>No léxico, percebe-se, de maneira mais imediata, o fato</p><p>de que a língua condensa as experiências de um dado</p><p>povo.</p><p>FIORIN, J. L. Língua, modernidade e tradição. Diversitas,</p><p>n. 2, mar.-set. 2014.</p><p>TEXTO II</p><p>As expressões coloquiais ainda estão impregnadas de</p><p>discriminação contra os negros. Basta recordar algumas</p><p>delas, como passar um “dia negro”, ter um “lado negro”,</p><p>ser a “ovelha negra” da família ou pra�car “magia negra”.</p><p>Disponível em: h�ps:/brasil.elpais.com. Acesso em: 22</p><p>maio 2018.</p><p>O Texto II exemplifica o que se afirma no Texto I, na</p><p>medida em que defende a ideia de que as escolhas</p><p>lexicais são resultantes de um</p><p>a) expediente próprio do sistema linguís�co que nos</p><p>apresenta diferentes possibilidades para traduzir</p><p>estados de coisas.</p><p>b) ato inven�vo de nomear novas realidades que surgem</p><p>diante de uma comunidade de falantes de uma língua.</p><p>c) mecanismo de apropriação de formas linguís�cas que</p><p>estão no acervo da formação do idioma nacional.</p><p>d) processo de incorporação de preconceitos que são</p><p>recorrentes na história de uma sociedade.</p><p>e) recurso de expressão marcado pela obje�vidade que</p><p>se requer na comunicação diária.</p><p>IT0001 - (Enem)</p><p>A volta do marido pródigo</p><p>– Bom dia, seu Marrinha! Como passou de ontem?</p><p>– Bem. Já sabe, não é? Só ganha meio dia. [...]</p><p>Lá além, Generoso cotuca Tercino:</p><p>– [...] Vai em festa, dorme que-horas, e, quando chega,</p><p>ainda é todo enfeitado e salamistrão!...</p><p>– Que é que hei de fazer, seu Marrinha... Amanheci com</p><p>uma nevralgia... Fiquei com cisma de apanhar friagem...</p><p>– Hum...</p><p>– Mas o senhor vai ver como eu toco o meu serviço e</p><p>ainda faço este povo trabalhar...</p><p>[...]</p><p>Pintão suou para desprender um pedrouço, e teve de</p><p>pular para trás, para que a laje lhe não esmagasse um pé.</p><p>Pragueja:</p><p>– Quem não tem brio engorda!</p><p>– É... Esse sujeito só é isso, e mais isso... – opina Sidu.</p><p>– Também, tudo p’ra ele sai bom, e no fim dá certo...</p><p>– diz Correia, suspirando e retomando o enxadão. – “P’ra</p><p>uns, as vacas morrem ... p’ra outros até boi pega a</p><p>parir...”.</p><p>Seu Marra já concordou:</p><p>– Está bem, seu Laio, por hoje, como foi por doença, eu</p><p>aponto o dia todo. Que é a úl�ma vez!... E agora, deixa de</p><p>conversa fiada e vai pegando a ferramenta!</p><p>ROSA, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967.</p><p>Esse texto tem importância singular como patrimônio</p><p>linguís�co para a preservação da cultura nacional devido</p><p>a) à menção a enfermidades que indicam falta de</p><p>cuidado pessoal.</p><p>b) à referência a profissões já ex�ntas</p><p>digital consolidada.</p><p>b) a publicação on-line dificulta o acesso ao texto oficial.</p><p>c) a decisão torna obrigatória a leitura de textos oficiais.</p><p>d) as repar�ções públicas dispensam a leitura de texto</p><p>impresso.</p><p>e) a mudança traz novos modelos para a administração</p><p>pública.</p><p>IT0510 - (Enem PPL)</p><p>No texto, o trecho “Cê tá muito louco, véio” caracteriza</p><p>um uso social da linguagem mais comum a</p><p>a) jovens em situação de conversa informal.</p><p>b) pessoas conversando num cinema.</p><p>c) homens com problemas de visão.</p><p>d) idosos numa roda de bate-papo.</p><p>e) crianças brincando de viajar.</p><p>IT0513 - (Enem PPL)</p><p>O resgate de um barco com 25 imigrantes africanos na</p><p>costa do Maranhão reacendeu a discussão sobre o</p><p>quanto o Brasil estaria, cada vez mais, atraindo pessoas</p><p>de outros países em busca de refúgio ou de melhores</p><p>condições de vida.</p><p>O país recebeu 33866 pedidos de refúgio de</p><p>imigrantes no ano de 2017, segundo um relatório recente</p><p>do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do</p><p>Ministério da Jus�ça.</p><p>A definição clássica de refugiado é “o imigrante que</p><p>sofre de fundado temor de perseguição por mo�vos de</p><p>raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões</p><p>polí�cas”.</p><p>No entanto, a Acnur, agência da ONU para refugiados,</p><p>já tem um entendimento ampliado do que pode</p><p>configurar um refugiado, incorporando também as</p><p>caracterís�cas de uma crise humanitária: fome</p><p>generalizada, ausência de acesso a medicamentos e</p><p>serviços básicos e perda de renda.</p><p>Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 22 maio 2018</p><p>(adaptado).</p><p>Nesse texto, a função metalinguís�ca tem papel</p><p>fundamental, pois revela que o direito de o imigrante ser</p><p>tratado como refugiado no Brasil depende do(a)</p><p>a) número de pedidos de refúgio já registrados no</p><p>relatório do Conare.</p><p>b) compreensão que o Ministério da Jus�ça tem da</p><p>palavra “refugiado”.</p><p>c) crise humanitária que se abate sobre os países mais</p><p>pobres do mundo.</p><p>d) profundidade da crise econômica pela qual passam</p><p>determinados países.</p><p>e) autorização da Acnur, que gerencia a distribuição de</p><p>refugiados pelos países.</p><p>IT0525 - (Enem PPL)</p><p>No que diz respeito ao uso de recursos expressivos em</p><p>diferentes linguagens, o cartum produz humor brincando</p><p>com a</p><p>a) caracterização da linguagem u�lizada em uma esfera</p><p>de comunicação específica.</p><p>b) deterioração do conhecimento cien�fico na sociedade</p><p>contemporânea.</p><p>c) impossibilidade de duas cobras conversarem sobre o</p><p>universo.</p><p>d) dificuldade inerente aos textos produzidos por</p><p>cien�stas.</p><p>e) complexidade da reflexão presente no diálogo.</p><p>IT0527 - (Enem PPL)</p><p>É através da linguagem que uma sociedade se</p><p>comunica e retrata o conhecimento e entendimento de si</p><p>própria e do mundo que a cerca. É na linguagem que se</p><p>refletem a iden�ficação e a diferenciação de cada</p><p>comunidade e também a inserção do indivíduo em</p><p>diferentes agrupamentos, estratos sociais, faixas etárias,</p><p>39@professorferretto @prof_ferretto</p><p>gêneros, graus de escolaridade. A fala tem, assim, um</p><p>caráter emblemá�co, que indica se o falante é brasileiro</p><p>ou português, francês ou italiano, alemão ou holandês,</p><p>americano ou inglês, e, mais ainda, sendo brasileiro, se é</p><p>nordes�no, sulista ou carioca. A linguagem também</p><p>oferece pistas que permitem dizer se o locutor é homem</p><p>ou mulher, se é jovem ou idoso, se tem curso primário,</p><p>universitário ou se é iletrado. E, por ser um parâmetro</p><p>que permite classificar o indivíduo de acordo com sua</p><p>nacionalidade e naturalidade, sua condição econômica</p><p>ou social e seu grau de instrução, é frequentemente</p><p>usado para discriminar e es�gma�zar o falante.</p><p>LEITE, Y.; CALLOU, D. Como falam os brasileiros. Rio de</p><p>Janeiro: Jorge Zahar, 2002.</p><p>Nesse texto acadêmico, as autoras fazem uso da</p><p>linguagem formal para</p><p>a) estabelecer proximidade com o leitor.</p><p>b) a�ngir pessoas de vários níveis sociais.</p><p>c) atender às caracterís�cas do público leitor.</p><p>d) caracterizar os diferentes falares brasileiros.</p><p>e) atrair leitores de outras áreas do conhecimento.</p><p>IT0535 - (Enem PPL)</p><p>A expansão do português no Brasil, as variações</p><p>regionais com suas possíveis explicações e as raízes das</p><p>inovações da linguagem estão emergindo por meio do</p><p>trabalho de linguistas que estão desenterrando as raízes</p><p>do português brasileiro ao examinar cartas pessoais e</p><p>administra�vas, testamentos, relatos de viagens,</p><p>processos judiciais, cartas de leitores e anúncios de</p><p>jornais desde o século XVI, coletados em ins�tuições</p><p>como a Biblioteca Nacional e o Arquivo Público do Estado</p><p>de São Paulo. No acervo de documentos que servem para</p><p>estudos sobre o português paulista está uma carta de</p><p>1807, escrita pelo soldado Manoel Coelho, que teria</p><p>seduzido a filha de um fazendeiro. Quando soube, o pai</p><p>da moça, enfurecido, forçou o rapaz a se casar com ela. O</p><p>soldado, porém, bateu o pé: “Nem por bem, nem por</p><p>mar!”, não se casaria. Um linguista pesquisador</p><p>estranhou a citação, já que o fato se passava na Vila de</p><p>São Paulo, mas depois percebeu: “Ele quis dizer ‘nem por</p><p>bem, nem por mal!’. O soldado escrevia como falava. Não</p><p>se sabe se casou com a filha do fazendeiro, mas deixou</p><p>uma prova valiosa de como se falava no início do século</p><p>XIX.”</p><p>FIORAVANTI, C. Ora pois, uma língua bem brasileira.</p><p>Pesquisa Fapesp, n. 230, abr. 2015 (adaptado).</p><p>O fato relatado evidencia que fenômenos presentes na</p><p>fala podem aparecer em textos escritos. Além disso,</p><p>sugere que</p><p>a) os diferentes falares do português provêm de textos</p><p>escritos.</p><p>b) o �po de escrita usado pelo soldado era</p><p>despres�giado no século XIX.</p><p>c) os fenômenos de mudança da língua portuguesa são</p><p>historicamente previsíveis.</p><p>d) as formas variantes do português brasileiro atual já</p><p>figuravam no português an�go escrito.</p><p>e) as origens da norma-padrão do português brasileiro</p><p>podem ser observadas em textos an�gos.</p><p>IT0536 - (Enem PPL)</p><p>Qual a diferença entre publicidade e propaganda?</p><p>Esses dois termos não são sinônimos, embora sejam</p><p>usados indis�ntamente no Brasil. Propaganda é a</p><p>a�vidade associada à divulgação de ideias (polí�cas,</p><p>religiosas, par�dárias etc.) para influenciar um</p><p>comportamento. Alguns exemplos podem ilustrar, como</p><p>o famoso Tio Sam, criado para incen�var jovens a se</p><p>alistar no exército dos EUA; ou imagens criadas para</p><p>“demonizar” os judeus, espalhadas na Alemanha pelo</p><p>regime nazista; ou um pôster promovendo o poderio</p><p>militar da China comunista. No Brasil, um exemplo</p><p>regular de propaganda são as campanhas polí�cas em</p><p>período pré-eleitoral.</p><p>Já a publicidade, em sua essência, quer dizer tornar</p><p>algo público. Com a Revolução Industrial, a publicidade</p><p>ganhou um sen�do mais comercial e passou a ser uma</p><p>ferramenta de comunicação para convencer o público a</p><p>consumir um produto, serviço ou marca. Anúncios para</p><p>venda de carros, bebidas ou roupas são exemplos de</p><p>publicidade.</p><p>VASCONCELOS, Y. Disponível em:</p><p>h�ps://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 22 ago.</p><p>2017 (adaptado).</p><p>A função sociocomunica�va desse texto é</p><p>a) ilustrar como uma famosa figura dos EUA foi criada</p><p>para incen�var jovens a se alistar no exército.</p><p>b) explicar como é feita a publicidade na forma de</p><p>anúncios para venda de carros, bebidas ou roupas.</p><p>c) convencer o público sobre a importância do consumo.</p><p>d) esclarecer dois conceitos usados no senso comum.</p><p>e) divulgar a�vidades associadas à disseminação de</p><p>ideias.</p><p>IT0540 - (Enem PPL)</p><p>O craque crespo</p><p>Desde que Neymar despontou no futebol, uma de</p><p>suas marcas registradas é o cabelo. Sempre com um</p><p>visual novo a cada campeonato. Mas nesses anos de</p><p>40@professorferretto @prof_ferretto</p><p>carreira ainda faltava o ídolo fazer uma aparição nos</p><p>gramados com seu cabelo crespo natural, que ele</p><p>assumiu recentemente para a alegria e a autoes�ma dos</p><p>meninos cacheados que sonham ser craques um dia.</p><p>É di�cil assumir os cachos e abandonar a ditadura do</p><p>alisamento em um mundo onde o cabelo liso é �do como</p><p>o padrão de beleza ideal. Quando conseguimos fazer a</p><p>transição capilar, esse gesto nos aproxima da nossa real</p><p>iden�dade e nos empodera. Falo por experiência própria.</p><p>Passei 30 anos usando cabelos lisos e já nem me</p><p>lembrava de como eram meus fios naturais. Recuperar a</p><p>textura crespa, para além do</p><p>cuidado esté�co, foi um ato</p><p>polí�co, de aceitação, de autorreconhecimento e de</p><p>redescoberta da minha negritude.</p><p>O discurso dos fios naturais tem ganhado uma</p><p>representação cada vez mais posi�va, valorizando a volta</p><p>dos cachos sem cair no estereó�po do “exó�co”, muito</p><p>comum no Brasil. O cabelo crespo, defini�vamente, não é</p><p>uma moda passageira. Torço que para Neymar também</p><p>não seja.</p><p>Alexandra Loras é ex-consulesa da França em São</p><p>Paulo, empresária, consultora de empresas e autora de</p><p>livros.</p><p>LORAS, A. O craque crespo. Disponível em:</p><p>h�p://diploma�que.org.br. Acesso em: 1 set. 2017.</p><p>Considerando os procedimentos argumenta�vos</p><p>presentes nesse texto, infere-se que o obje�vo da autora</p><p>é</p><p>a) valorizar a a�tude do jogador ao aderir à moda dos</p><p>cabelos crespos.</p><p>b) problema�zar percepções iden�tárias sobre padrões</p><p>de beleza.</p><p>c) apresentar as novas tendências da moda para os</p><p>cabelos.</p><p>d) relatar sua experiência de redescoberta de suas</p><p>origens.</p><p>e) evidenciar a influência dos ídolos sobre as crianças.</p><p>IT0544 - (Enem PPL)</p><p>O debate sobre o conceito de saúde refere-se à</p><p>importância de minimizar a simplificação que abrange o</p><p>entendimento do senso comum sobre esse fenômeno. É</p><p>possível entendê-lo de modo reducionista, tão somente,</p><p>à luz dos pressupostos biológicos e das associações</p><p>esta�s�cas presentes nos estudos epidemiológicos. Os</p><p>problemas que daí decorrem são: a) o foco centra-se na</p><p>doença; b) a culpabilização do indivíduo frente à sua</p><p>própria doença; c) a crença na possibilidade de resolução</p><p>do problema encerrando-se uma suposta causa, a qual</p><p>recai no processo de medicalização; d) a naturalização da</p><p>doença; e) o ce�cismo em relação à contribuição de</p><p>diferentes saberes para auxiliar na compreensão dos</p><p>fenômenos relacionados à saúde.</p><p>BAGRICHEVSKY, M. et al. Considerações teóricas acerca</p><p>das questões relacionadas à promoção da saúde. In:</p><p>BAGRICHEVSKY, M.; PALMA, A.; ESTEVÃO, A. (Org.). A</p><p>saúde em debate na educação �sica. Blumenau: Edibes,</p><p>2003.</p><p>O texto apresenta uma reflexão crí�ca sobre o conceito</p><p>de saúde, que deve ser entendida mediante</p><p>a) dados esta�s�cos presentes em estudos</p><p>epidemiológicos.</p><p>b) pressupostos relacionados à ausência de doenças nos</p><p>indivíduos.</p><p>c) responsabilização dos indivíduos pela adoção de</p><p>hábitos saudáveis.</p><p>d) intervenção da medicina nos diferentes processos que</p><p>acometem a saúde.</p><p>e) compreensão dos fenômenos sociais, polí�cos e</p><p>econômicos relacionados à saúde.</p><p>IT0548 - (Enem PPL)</p><p>As cores</p><p>Maria Alice abandonou o livro onde seus dedos</p><p>longos liam uma história de amor. Em seu pequeno</p><p>mundo de volumes, de cheiros, de sons, todas aquelas</p><p>palavras eram a perpétua renovação dos mistérios em</p><p>cujo seio sua imaginação se perdia. [...] Como seria cor e</p><p>o que seria? [...]. Era, com certeza, a nota marcante de</p><p>todas as coisas para aqueles cujos olhos viam, aqueles</p><p>olhos que tantas vezes palpara com inveja calada e que</p><p>se fechavam, quando os tocava, sensíveis como pássaros</p><p>assustados, palpitantes de vida, sob seus dedos trêmulos,</p><p>que diziam ser claros. Que seria o claro, afinal? Algo que</p><p>aprendera, de há muito, ser igual ao branco. [...]</p><p>E agora Maria Alice voltava outra vez ao Ins�tuto. E ao</p><p>grande amigo que lá conhecera. [...]. Lembrava-se da</p><p>ternura daquela voz, da beleza daquela voz. De como se</p><p>adivinhavam entre dezenas de outros e suas mãos se</p><p>encontravam. De como as palavras de amor �nham</p><p>irrompido e suas bocas se encontrado...De como um dia</p><p>seus pais haviam surgido inesperadamente no Ins�tuto e</p><p>a haviam levado à sala do diretor e se haviam queixado</p><p>da falta de vigilância e moralidade no estabelecimento. E</p><p>de como, no momento em que a re�ravam e quando ela</p><p>disse que pretendia se despedir de um amigo pelo qual</p><p>�nha grande afeição e com quem se queria casar, o pai</p><p>exclamara, horrorizado:</p><p>— Você não tem juízo, criatura? Casar-se com um</p><p>mulato? Nunca!</p><p>Mulato era cor. Estava longe aquele dia. Estava longe</p><p>o Ins�tuto, ao qual não saberia voltar, do qual nunca mais</p><p>�vera no�cia, e do qual somente restara o privilégio de</p><p>41@professorferretto @prof_ferretto</p><p>caminhar sozinha pelo reino dos livros, tão parecido com</p><p>a vida dos outros, tão cheio de cores.</p><p>LESSA, O. Seleta de Orígenes Lessa. Rio de Janeiro: José</p><p>Olympio, 1973.</p><p>No texto, a condição da personagem e os</p><p>desdobramentos da narra�va conduzem o leitor a</p><p>compreender o(a)</p><p>a) percepção das cores como metáfora da discriminação</p><p>racial.</p><p>b) privação da visão como elemento definidor das</p><p>relações humanas.</p><p>c) contraste entre as representações do amor de</p><p>diferentes gerações.</p><p>d) prevalência das diferenças sociais sobre a liberdade</p><p>das relações afe�vas.</p><p>e) embate entre a ingenuidade juvenil e a manutenção</p><p>de tradições familiares.</p><p>IT0551 - (Enem PPL)</p><p>Como a percepção do tempo muda de acordo com a</p><p>língua</p><p>Línguas diferentes descrevem o tempo de maneiras</p><p>dis�ntas — e as palavras usadas para falar sobre ele</p><p>moldam nossa percepção de sua passagem.</p><p>O estudo “Distorção temporal whorfiana:</p><p>representando duração por meio da ampulheta da</p><p>língua”, publicado no jornal da APA (Associação</p><p>Americana de Psicologia), mostra que conceitos</p><p>abstratos, como a percepção da duração do tempo, não</p><p>são universais.</p><p>Os autores não só verificaram uma mudança da</p><p>percepção temporal conforme a língua falada como</p><p>observaram que a transição de uma língua para outra por</p><p>um mesmo indivíduo modificava sua es�ma�va de uma</p><p>duração de tempo. Isso implica que visões diferentes de</p><p>tempo convivem no cérebro de um indivíduo bilíngue.</p><p>“O fato de que pessoas bilíngues transitam entre essas</p><p>diferentes formas de es�mar o tempo sem esforço e</p><p>inconscientemente se encaixa nas evidências crescentes</p><p>que demonstram a facilidade com que a linguagem se</p><p>entremeia fur�vamente em nossos sen�dos mais básicos,</p><p>incluindo nossas emoções, percepção visual e, agora, ao</p><p>que parece, nossa sensação de tempo”, disse o</p><p>pesquisador ao site Quartz.</p><p>LIMA, J. D. Disponível em: www.nexojornal.com.br.</p><p>Acesso em: 24 ago. 2017.</p><p>O texto relata experiências e resultados de um estudo</p><p>que reconhece a importância</p><p>a) da compreensão do tempo pelo cérebro.</p><p>b) das pesquisas cien�ficas sobre a cognição.</p><p>c) da teoria whorfiana para a área da linguagem.</p><p>d) das linguagens e seus usos na vida das pessoas.</p><p>e) do bilinguismo para o desenvolvimento intelectual.</p><p>IT0553 - (Enem PPL)</p><p>— Não digo que seja uma mulher perdida, mas</p><p>recebeu uma educação muito livre, saracoteia sozinha</p><p>por toda a cidade e não tem podido, por conseguinte,</p><p>escapar à implacável maledicência dos fluminenses.</p><p>Demais, está habituada ao luxo, ao luxo da rua, que é o</p><p>mais caro; em casa arranjam-se ela e a �a sabe Deus</p><p>como. Não é mulher com quem a gente se case. Depois,</p><p>lembra-te que apenas começas e não tens ainda onde</p><p>cair morto. Enfim, és um homem: faze o que bem te</p><p>parecer.</p><p>Essas palavras, proferidas com uma franqueza por</p><p>tantos mo�vos autorizada, calaram no ânimo do</p><p>bacharel. In�mamente ele es�mava que o velho amigo</p><p>de seu pai o dissuadisse de requestar a moça, não pelas</p><p>consequências morais do casamento, mas pela obrigação,</p><p>que este lhe impunha, de sa�sfazer uma dívida de vinte</p><p>contos de réis, quando, apesar de todos os seus esforços,</p><p>não conseguira até então pôr de parte nem o terço</p><p>daquela quan�a.</p><p>AZEVEDO, A. A dívida. Disponível em:</p><p>www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 20 ago. 2017.</p><p>O texto, publicado no fim do século XIX, traz à tona</p><p>representações sociais da sociedade brasileira da época.</p><p>Em consonância com a esté�ca realista, traços da visão</p><p>crí�ca do narrador manifestam-se na</p><p>a) caracterização pejora�va do comportamento da</p><p>mulher solteira.</p><p>b) concepção irônica acerca dos valores morais inerentes</p><p>à vida conjugal.</p><p>c) contraposição entre a idealização do amor e as</p><p>imposições do trabalho.</p><p>d) expressão caricatural do casamento pelo viés do</p><p>sen�mentalismo burguês.</p><p>e) sobreposição da preocupação financeira em relação</p><p>ao sen�mento amoroso.</p><p>IT0554 - (Enem PPL)</p><p>Você vende uma casa, depois de ter morado nela</p><p>durante anos; você a conhece necessariamente melhor</p><p>do que qualquer comprador possível. Mas a jus�ça é,</p><p>então, informar</p><p>o eventual comprador acerca de</p><p>qualquer defeito, aparente ou não, que possa exis�r nela,</p><p>e mesmo, embora a lei não obrigue a tanto, acerca de</p><p>42@professorferretto @prof_ferretto</p><p>algum problema com a vizinhança. E, sem dúvida, nem</p><p>todos nós fazemos isso, nem sempre, nem</p><p>completamente.</p><p>Mas quem não vê que seria justo fazê-lo e que somos</p><p>injustos não o fazendo? A lei pode ordenar essa</p><p>informação ou ignorar o problema, conforme os casos;</p><p>mas a jus�ça sempre manda fazê-lo.</p><p>Dir-se-á que seria di�cil, com tais exigências, ou pouco</p><p>vantajoso, vender casas... Pode ser. Mas onde se viu a</p><p>jus�ça ser fácil ou vantajosa? Só o é para quem a recebe</p><p>ou dela se beneficia, e melhor para ele; mas só é uma</p><p>virtude em quem a pra�ca ou a faz.</p><p>Devemos então renunciar nosso próprio interesse?</p><p>Claro que não. Mas devemos submetê-lo à jus�ça, e não</p><p>o contrário. Senão? Senão, contente-se com ser rico e</p><p>não tente ainda por cima ser justo.</p><p>COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno tratado das grandes</p><p>virtudes. São Paulo: Mar�ns Fontes, 1995.</p><p>No processo de convencimento do leitor, o autor desse</p><p>texto defende a ideia de que</p><p>a) o interesse do outro deve se sobrepor ao interesse</p><p>pessoal.</p><p>b) a a�vidade comercial lucra�va é incompa�vel com a</p><p>jus�ça.</p><p>c) a criação de leis se pauta por princípios de jus�ça.</p><p>d) o impulso para a jus�ça é inerente ao homem.</p><p>e) a prá�ca da jus�ça pressupõe o bem comum.</p><p>IT0556 - (Enem PPL)</p><p>Eu gostaria de comentar brevemente as afinidades</p><p>existentes entre comunidade, comunicação e comunhão.</p><p>Essas afinidades começam no próprio radical das palavras</p><p>em questão. Assim, se nosso alvo são os atos de</p><p>interação comunica�va, temos que incluir em nosso</p><p>objeto de estudo a ecologia dos atos de interação</p><p>comunica�va, que se dão no contexto da ecologia da</p><p>interação comunica�va. No entanto, não basta a</p><p>proximidade espacial para que a comunicação se dê, é</p><p>necessário que os potenciais interlocutores entrem em</p><p>comunhão. Por fim, sem trocadilhos, a comunicação ideal</p><p>se dá no interior de uma comunidade, entre indivíduos</p><p>que entram em comunhão.</p><p>COUTO, H. H. O Tao da linguagem. Campinas: Pontes,</p><p>2012.</p><p>O trecho integra um livro sobre os aspectos ecológicos</p><p>envolvidos na interação comunica�va. Para convencer o</p><p>leitor das afinidades entre comunidade, comunicação e</p><p>comunhão, o autor</p><p>a) nega a força das comunidades interioranas.</p><p>b) joga com a ambiguidade das palavras.</p><p>c) parte de uma informação grama�cal.</p><p>d) recorre a argumentos emo�vos.</p><p>e) apela para a religiosidade.</p><p>IT0561 - (Enem PPL)</p><p>Uma língua, múl�plos falares</p><p>Desde suas origens, o Brasil tem uma língua dividida</p><p>em falares diversos. Mesmo antes da chegada dos</p><p>portugueses, o território brasileiro já era mul�língue.</p><p>Havia cerca de 1,2 mil línguas faladas pelos povos</p><p>indígenas. O português trazido pelo colonizador</p><p>tampouco era uma língua homogênea, havia variações</p><p>dependendo da região de Portugal de onde ele vinha. Há</p><p>de se considerar também que a chegada de falantes de</p><p>português acontece em diferentes etapas, em momentos</p><p>históricos específicos. Na cidade de São Paulo, por</p><p>exemplo, temos primeiramente o encontro linguís�co de</p><p>portugueses com índios e, além dos negros da África,</p><p>vieram italianos, japoneses, alemães, árabes, todos com</p><p>suas línguas. “Todo este processo vai produzindo</p><p>diversidades linguís�cas que caracterizam falares</p><p>diferentes”, afirma um linguista da Unicamp. Daí que na</p><p>mesma São Paulo pode-se encontrar modos de falar</p><p>dis�ntos como o de Adoniran Barbosa, que eternizou em</p><p>suas composições o sotaque �pico de um filho de</p><p>imigrantes italianos, ou o chamado erre retroflexo,</p><p>aquele erre dobrado que, junto com a letra i, resulta</p><p>naquele jeito de falar “cairne” e “poirta” caracterís�co do</p><p>interior de São Paulo.</p><p>MARIUZZO, P. Disponível em: www.labjor.unicamp.br.</p><p>Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).</p><p>A par�r desse breve histórico da língua portuguesa no</p><p>Brasil, um dos elementos de iden�dade nacional,</p><p>entende-se que a diversidade linguís�ca é resultado da</p><p>a) imposição da língua do colonizador sobre as línguas</p><p>indígenas.</p><p>b) interação entre os falantes de línguas e culturas</p><p>diferentes.</p><p>c) sobreposição das línguas europeias sobre as africanas</p><p>e indígenas.</p><p>d) heterogeneidade da língua trazida pelo colonizador.</p><p>e) preservação dos sotaques caracterís�cos</p><p>dos</p><p>imigrantes.</p><p>IT0565 - (Enem PPL)</p><p>Glossário diferenciado</p><p>Outro dia vi um anúncio de alguma coisa que não</p><p>lembro o que era (como vocês podem deduzir, o anúncio</p><p>43@professorferretto @prof_ferretto</p><p>era péssimo). Lembro apenas que o produto era</p><p>diferenciado, funcional e sustentável. Pensando nisso, fiz</p><p>um glossário de termos diferenciados e suas respec�vas</p><p>funcionalidades.</p><p>Diferenciado: um adje�vo que define um substan�vo</p><p>mas também o sujeito que o está usando. Quem fala</p><p>“diferenciado” poderia falar “diferente”. Mas escolheu</p><p>uma palavra diferenciada. Porque ele quer mostrar que</p><p>ele próprio é “diferenciado”. Essa é a função da palavra</p><p>“diferenciado”: diferenciar-se. Por diferençado, entenda:</p><p>“mais caro”. Estudos indicam que a palavra</p><p>“diferenciado” representa um aumento de 50% no valor</p><p>do produto. É uma palavra que faz a diferença.</p><p>FERNANDES, M. In: ANTUNES, I. Língua, texto e ensino:</p><p>outra escola possível. São Paulo: Parábola, 2009</p><p>(adaptado).</p><p>Os gêneros são definidos, entre outros fatores, por sua</p><p>função social. Nesse texto, um verbete foi criado pelo</p><p>autor para</p><p>a) atribuir novo sen�do a uma palavra.</p><p>b) apresentar as caracterís�cas de um produto.</p><p>c) mostrar um posicionamento crí�co.</p><p>d) registrar o surgimento de um novo termo.</p><p>e) contar um fato do co�diano.</p><p>IT0568 - (Enem PPL)</p><p>Não há dúvidas de que, nos úl�mos tempos, em</p><p>função da velocidade, do volume e da variedade da</p><p>geração de informações, questões referentes à</p><p>disseminação, ao armazenamento e ao acesso de dados</p><p>têm se tornado complexas, de modo a desafiar homens e</p><p>máquinas. Por meio de sistemas financeiros, de</p><p>transporte, de segurança e de comunicação interpessoal</p><p>– representados pelos mais variados disposi�vos, de</p><p>cartões de crédito a trens, aviões, passaportes e</p><p>telefones celulares –, circulam fluxos informacionais que</p><p>carregam o DNA da vida co�diana do indivíduo</p><p>contemporâneo. Para além do referido cenário</p><p>informacional contemporâneo, percebe-se, nos contextos</p><p>governamentais, um esforço – gerado por leis e decretos,</p><p>ou mesmo por pressões democrá�cas – em disseminar</p><p>informações de interesse público. No Brasil, está em</p><p>vigor, desde maio de 2012, a Lei de Acesso à Informação</p><p>n. 12.527. Em linhas gerais, a legislação regulamenta o</p><p>direito à informação, já garan�do na Cons�tuição</p><p>Federal, obrigando órgãos públicos a divulgarem os seus</p><p>dados.</p><p>SILVA JR., M. G. Vigiar, punir e viver. Minas faz Ciência, n.</p><p>58, 2014 (adaptado).</p><p>As Tecnologias de Informação e Comunicação propiciam</p><p>à sociedade contemporânea o acesso à grande</p><p>quan�dade de dados públicos e privados. De acordo com</p><p>o texto, essa nova realidade promove</p><p>a) ques�onamento sobre a privacidade.</p><p>b) mecanismos de vigilância de pessoas.</p><p>c) disseminação de informações individuais.</p><p>d) interferência da legislação no uso dos dados.</p><p>e) transparência na relação entre governo e cidadãos.</p><p>IT0569 - (Enem PPL)</p><p>“Escrever não é uma questão apenas de sa�sfação</p><p>pessoal”, disse o filósofo e educador pernambucano</p><p>Paulo Freire, na abertura de suas Cartas a Cris�na,</p><p>revelando a importância do hábito ritualizado da escrita</p><p>para o desenvolvimento de suas ideias, para a</p><p>concre�zação de sua missão e disseminação de seus</p><p>pontos de vista. Freire destaca especial importância à</p><p>escrita pelo desejo de “convencer outras pessoas”, de</p><p>transmi�r seus pensamentos e de engajar aqueles que o</p><p>leem na realização de seus sonhos.</p><p>KNAPP, L. Linha fina. Comunicação Empresarial, n. 88,</p><p>out. 2013.</p><p>Segundo o fragmento, para Paulo Freire, os textos devem</p><p>exercer, em alguma medida, a função cona�va, porque a</p><p>a�vidade de escrita, notadamente, possibilita</p><p>a) levar o leitor a realizar ações.</p><p>b) expressar sen�mentos do autor.</p><p>c) despertar a atenção do leitor.</p><p>d) falar da própria linguagem.</p><p>e) repassar informações.</p><p>IT0575 - (Enem PPL)</p><p>Cores do Brasil</p><p>Ganhou nova versão, revista e ampliada, o livro</p><p>lançado em 1988 pelo galerista Jacques Ardies, cuja</p><p>proposta é ser publicação informa�va sobre nomes do</p><p>“movimento arte naïf do Brasil”, como define o autor.</p><p>Trata-se de um caminho esté�co fundamental na arte</p><p>brasileira, assegura Ardies. O termo em francês foi</p><p>adotado por designar internacionalmente a produção</p><p>que no Brasil é chamada de arte popular ou primi�vismo,</p><p>esclarece Ardies. O organizador do livro explica que a</p><p>obra não tem a pretensão de ser um dicionário. “Falta</p><p>muita gente. São muitos ar�stas”, observa. A nova edição</p><p>veio da vontade de atualizar informações publicadas há</p><p>26 anos. Ela incluiu ar�stas em a�vidade atualmente e</p><p>veteranos que ficaram de fora do primeiro livro. A arte</p><p>naïf no Brasil 2 traz 79 autores de várias regiões do</p><p>Brasil.</p><p>44@professorferretto @prof_ferretto</p><p>WALTER SEBASTIÃO. Estado de Minas, 17 jan. 2015</p><p>(adaptado).</p><p>O fragmento do texto jornalís�co aborda o lançamento</p><p>de um livro sobre arte naïf no Brasil. Na organização</p><p>desse trecho predomina o uso da sequência</p><p>a) injun�va, sugerida pelo destaque dado à fala do</p><p>organizador do livro.</p><p>b) argumenta�va, caracterizada pelo uso de adje�vos</p><p>sobre o livro.</p><p>c) narra�va, construída pelo uso de discurso direto e</p><p>indireto.</p><p>d) descri�va, formada com base em dados editoriais da</p><p>obra.</p><p>e) exposi�va, composta por informações sobre a</p><p>arte naïf.</p><p>IT0586 - (Enem PPL)</p><p>Ela parecia pedir socorro contra o que de algum modo</p><p>involuntariamente dissera. E ele com os olhos miúdos</p><p>quis que ela não fugisse e falou:</p><p>— Repita o que você disse, Lóri.</p><p>— Não sei mais.</p><p>— Mas eu sei, eu vou saber sempre. Você literalmente</p><p>disse: um dia será o mundo com sua impersonalidade</p><p>soberba versus a minha extrema individualidade de</p><p>pessoa, mas seremos um só.</p><p>— Sim.</p><p>Lóri estava suavemente espantada. Então isso era a</p><p>felicidade. De início se sen�u vazia. Depois seus olhos</p><p>ficaram úmidos: era felicidade, mas como sou mortal,</p><p>como o amor pelo mundo me transcende. O amor pela</p><p>vida mortal a assassinava docemente, aos poucos. E o</p><p>que é que eu faço? Que faço da felicidade? Que faço</p><p>dessa paz estranha e aguda, que já está começando a me</p><p>doer como uma angús�a, como um grande silêncio de</p><p>espaços? A quem dou minha felicidade, que já está</p><p>começando a me rasgar um pouco e me assusta? Não,</p><p>não quero ser feliz. Prefiro a mediocridade. Ah, milhares</p><p>de pessoas não têm coragem de pelo menos prolongar-se</p><p>um pouco mais nessa coisa desconhecida que é sen�r-se</p><p>feliz e preferem a mediocridade. Ela se despediu de</p><p>Ulisses quase correndo: ele era o perigo.</p><p>LISPECTOR, C. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres.</p><p>Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990.</p><p>A obra de Clarice Lispector alcança forte expressividade</p><p>em razão de determinadas soluções narra�vas. No</p><p>fragmento, o processo que leva a essa expressividade</p><p>fundamenta-se no</p><p>a) desencontro estabelecido no diálogo do par amoroso.</p><p>b) exercício de análise filosófica conduzido pelo narrador.</p><p>c) registro do processo de autoconhecimento da</p><p>personagem.</p><p>d) discurso fragmentado como reflexo de traumas</p><p>psicológicos.</p><p>e) afastamento da voz narra�va em relação aos dramas</p><p>existenciais.</p><p>IT0627 - (Enem PPL)</p><p>O passado na tela do computador</p><p>Um dos desafios do novo Museu da Imigração é se</p><p>contrapor à imagem deixada pela exibição do acervo</p><p>permanente na época do Memorial do Imigrante, muito</p><p>cri�cada por dar ênfase demasiada aos imigrantes</p><p>estrangeiros e pouca atenção aos brasileiros. Era uma</p><p>representação desproporcional em relação aos números:</p><p>dos 3,5 milhões de pessoas que passaram pela</p><p>hospedaria de imigrantes de São Paulo,</p><p>aproximadamente 1,9 milhão eram estrangeiras (de 75</p><p>nacionalidades e etnias) e 1,6 milhão eram brasileiras,</p><p>oriundas, principalmente, dos estados nordes�nos.</p><p>HEBMÜLLER, P. Problemas brasileiros, n. 414, nov.-dez.</p><p>2012 (adaptado).</p><p>O autor do texto sobre a digitalização do acervo do novo</p><p>Museu da Imigração apresenta a ênfase no imigrante</p><p>estrangeiro como um problema de representação</p><p>equivocada da imigração em São Paulo. Para tanto,</p><p>fundamenta seu ponto de vista no(a)</p><p>a) panorama apresentado como a atual realidade do</p><p>imigrante em São Paulo.</p><p>b) uso da tecnologia para aprimorar a imagem do</p><p>imigrante em São Paulo.</p><p>c) diferença entre o Memorial do Imigrante e os demais</p><p>museus existentes em São Paulo.</p><p>d) diversidade de nacionalidades e etnias como</p><p>parâmetro da imigração em São Paulo.</p><p>e) desequilíbrio nas representações usuais dos</p><p>imigrantes em São Paulo.</p><p>IT0632 - (Enem PPL)</p><p>Parestesia não, formigamento</p><p>Trinta e três regras que mudam a redação de bulas no</p><p>Brasil</p><p>Com o Projeto Bulas, de 2004, voltado para a</p><p>tradução do jargão farmacêu�co para a língua</p><p>portuguesa – aquela falada em todo o Brasil – e a</p><p>regulamentação do uso de medicamentos no país, cinco</p><p>anos depois, o Brasil começou a sair das trevas.</p><p>45@professorferretto @prof_ferretto</p><p>O grupo comandado por uma doutora em Linguís�ca</p><p>da UFRJ sugeriu à Anvisa mudar tudo. Elaborou, também,</p><p>“A redação de bulas para o paciente: um guia com os</p><p>princípios de redação clara, concisa e acessível para o</p><p>leitor de bulas”, disponível em versão adaptada no site da</p><p>Anvisa. Diferentemente do que acontece com outros</p><p>gêneros, na bula não há espaço para inovações de es�lo.</p><p>“O uso de fórmulas repe��vas é bem-vindo, dá força</p><p>ins�tucional ao texto”, explica a doutora. “A bula não</p><p>pode abrir possibilidades de interpretações ao seu</p><p>leitor”.</p><p>Se obedecidas, as 33 regras do guia são de serven�a</p><p>genérica – quem lida com qualquer �po de escrita pode</p><p>se beneficiar de seus ensinamentos. A regra 12, por</p><p>exemplo, manda abolir a linguagem técnica, fonte de</p><p>possível constrangimento para quem não a compreende,</p><p>e recomenda: “Não irrite o leitor.” A regra 14 prega um</p><p>tom cordial, educado e, sobretudo, conciso: “Não faça o</p><p>leitor perder tempo”.</p><p>Disponível em: www2.uol.com.br. Acesso em: 1 ago.</p><p>2012.</p><p>As bulas de remédio têm caráter instrucional e</p><p>complementam as orientações médicas. No contexto de</p><p>mudanças apresentado, a principal caracterís�ca que</p><p>marca sua nova linguagem é o(a)</p><p>a) possibilidade de inclusão de neologismo.</p><p>b) refinamento da linguagem farmacêu�ca.</p><p>c) adequação ao leitor não especializado.</p><p>d) detalhamento de informações.</p><p>e) informalidade do registro.</p><p>IT0633 - (Enem PPL)</p><p>Ao acompanharmos a história do telefone,</p><p>verificamos que esse meio está se mostrando capaz de</p><p>reunir em seu conteúdo uma quan�dade cada vez maior</p><p>de outros meios ‒ envio de e-mails, recebimento de</p><p>no�cias, música através de rádio e mensagens de texto.</p><p>Esta úl�ma função vem servindo como suporte para uma</p><p>nova forma de sociabilidade, o fenômeno do flash mob ‒</p><p>mobilizações relâmpago, que têm como caracterís�ca</p><p>principal realizar uma encenação em algum ponto da</p><p>cidade.</p><p>PAMPANELLI, G. A. A evolução do telefone e uma nova</p><p>forma de sociabilidade: o flash mob. Disponível em:</p><p>www.razonypalabra.org.mx. Acesso em: 1 jun. 2015</p><p>(adaptado).</p><p>De acordo com o texto, a evolução das tecnologias de</p><p>comunicação repercute na vida social, revelando que</p><p>a) o acúmulo de informações promove a sociabilidade.</p><p>b) as mudanças sociais demandam avanços tecnológicos.</p><p>c) o crescimento tecnológico acarreta mobilizações das</p><p>grandes massas.</p><p>d) a ar�culação entre meios tecnológicos pressupõe</p><p>desenvolvimento social.</p><p>e) a apropriação das tecnologias pela sociedade</p><p>possibilita ações inovadoras.</p><p>IT0635 - (Enem PPL)</p><p>o::... o Brasil... no meu ponto de vista... entendeu? o</p><p>país só cresce através da educação... entendeu? Eu penso</p><p>assim... então quer dizer... você dando uma prioridade</p><p>pra... pra educação... a tendência é melhorar mais...</p><p>entendeu? e as pessoas... como eu posso explicar assim?</p><p>as pessoas irem... tomando conhecimento mais das</p><p>coisas... né? porque eu acho que a pior coisa que tem é a</p><p>pessoa alienada... né? a pessoa que não tem noção de</p><p>na::da... entendeu.</p><p>Trecho da fala de J. L., sexo masculino, 26 anos. In:</p><p>VOTRE, S.; OLIVEIRA, M. R. (Coord.). A língua falada e</p><p>escrita na cidade do Rio de Janeiro. Disponível em:</p><p>www.discursoegrama�ca.letras.ufrj.br. Acesso em: 4 dez.</p><p>2012.</p><p>A língua falada caracteriza-se por hesitações, pausas e</p><p>outras peculiaridades. As ocorrências de “entendeu” e</p><p>“né”, na fala de J. L., indicam que</p><p>a) a modalidade oral apresenta poucos recursos</p><p>comunica�vos, se comparada à modalidade escrita.</p><p>b) a língua falada é marcada por palavras dispensáveis e</p><p>irrelevantes para o estabelecimento da interação.</p><p>c) o enunciador procura interpelar o seu interlocutor</p><p>para manter o fluxo comunica�vo.</p><p>d) o tema tratado no texto tem alto grau de</p><p>complexidade e é desconhecido do entrevistador.</p><p>e) o falante manifesta insegurança ao abordar o assunto</p><p>devido ao gênero ser uma entrevista.</p><p>IT0636 - (Enem PPL)</p><p>A carreira nas alturas</p><p>A água está no joelho dos profissionais do mercado.</p><p>As fragilidades na formação em Língua Portuguesa têm</p><p>alimentado um campo de reciclagem em Português nas</p><p>escolas de idiomas e nos cursos de graduação para</p><p>pessoas oriundas do mundo dos negócios. O que antes</p><p>era restrito a profissionais de educação e comunicação,</p><p>agora já faz parte da ro�na de profissionais de várias</p><p>áreas. Para eles, a Língua Portuguesa começa a ser</p><p>assimilada como uma ferramenta para o desempenho</p><p>46@professorferretto @prof_ferretto</p><p>estável. Sem ela, o conhecimento técnico fica restrito à</p><p>própria pessoa, que não sabe comunicá-lo.</p><p>“Embora algumas atuações exijam uma produção oral</p><p>ou escrita mais frequente, como docência e advocacia,</p><p>muitos profissionais precisam escrever relatório, carta,</p><p>comunicado, circular. Na linguagem oral, todos têm de</p><p>expressar-se de forma convincente nas reuniões, para</p><p>ganhar respeito e credibilidade. Isso vale para todos os</p><p>cargos da hierarquia profissional” – explica uma</p><p>professora de Língua Portuguesa da Faculdade de</p><p>Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.</p><p>NATALI, A. Revista Língua, n. 63, jan. 2011 (adaptado).</p><p>Nos usos co�dianos da língua, algumas expressões</p><p>podem assumir diferentes sen�dos. No texto, a</p><p>expressão “a água está no joelho” remete à</p><p>a) exigência de aprofundamento em conhecimentos</p><p>técnicos.</p><p>b) demanda por formação profissional de professores e</p><p>advogados.</p><p>c) procura por escolas de idiomas para o aprendizado de</p><p>línguas.</p><p>d) melhoria do desempenho profissional nas várias áreas</p><p>do conhecimento.</p><p>e) necessidade imediata de aperfeiçoamento das</p><p>habilidades comunica�vas.</p><p>IT0637 - (Enem PPL)</p><p>Ainda os equívocos no combate aos estrangeirismos</p><p>Por que não se reconhece a existência de norma nas</p><p>variedades populares? Para desqualificá-las? Por que só</p><p>uma norma é reconhecida como norma e, não por acaso,</p><p>a da elite?</p><p>Por tantos equívocos, só nos resta lamentar que</p><p>algumas pessoas, imbuídas da crença de que estão</p><p>defendendo a língua, a iden�dade e a pátria, na verdade</p><p>estejam reforçando velhos preconceitos e imposições. O</p><p>português do Brasil há muito distanciou-se do português</p><p>de Portugal e das prescrições dos gramá�cos, cujo</p><p>serviço às classes dominantes é definir a língua do poder</p><p>em face de ameaças – internas e externas.</p><p>ZILLES, A. M. S. In: FARACO, C. A. (Org.). Estrangeirismos:</p><p>guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2004</p><p>(adaptado).</p><p>O texto aborda a linguagem como um campo de disputas</p><p>e poder. As interrogações da autora são estratégias que</p><p>conduzem ao convencimento do leitor de que</p><p>a) o português do Brasil é muito diferente do português</p><p>de Portugal.</p><p>b) as prescrições dos gramá�cos estão a serviço das</p><p>classes dominantes.</p><p>c) a norma linguís�ca da elite brasileira é a única</p><p>reconhecida como tal.</p><p>d) o português do Brasil há muito distanciou-se das</p><p>prescrições dos gramá�cos.</p><p>e) a desvalorização das variedades linguís�cas populares</p><p>tem mo�vação social.</p><p>IT0639 - (Enem PPL)</p><p>Pedra sobre pedra</p><p>Algumas fazendas gaúchas ainda preservam as taipas,</p><p>muros de pedra para cercar o gado. Um �po de cerca</p><p>primi�va. Não há nada que prenda uma pedra na outra,</p><p>cuidadosamente empilhadas com altura de até um</p><p>metro. Engenharia simples que já dura 300 anos. A</p><p>mesma técnica usada no mangueirão, uma espécie de</p><p>curral onde os animais ficavam confinados à noite. As</p><p>taipas são atribuídas aos jesuítas. O obje�vo era domar o</p><p>gado xucro solto nos campos pelos colonizadores</p><p>espanhóis.</p><p>FERRI, M. Revista Terra da Gente, n. 96, abr. 2012.</p><p>Um texto pode combinar diferentes funções de</p><p>linguagem. Exemplo disso é Pedra sobre pedra, que se</p><p>vale da função referencial e da metalinguís�ca. A</p><p>metalinguagem é estabelecida</p><p>a) por tempos verbais ar�culados no presente e no</p><p>pretérito.</p><p>b) pelas frases simples e referência ao ditado “não ficará</p><p>pedra sobre pedra”.</p><p>c) pela linguagem impessoal e obje�va, marcada pela</p><p>terceira pessoa.</p><p>d) pela definição de termos como “taipa” e</p><p>“mangueirão”.</p><p>e) por adje�vos como “primi�vas” e “simples”, indicando</p><p>o ponto de vista do autor.</p><p>IT0641 - (Enem PPL)</p><p>Árvore é cortada para dar lugar à propaganda sobre</p><p>preservação ambiental</p><p>“Uma criança abraça uma árvore com o sorriso no</p><p>rosto. No fundo verde, uma mensagem exalta a</p><p>importância da preservação da natureza e lembra o Dia</p><p>da Árvore”. O que seria um roteiro padrão para uma peça</p><p>publicitária virou mo�vo de revolta e indignação em uma</p><p>cidade do interior de São Paulo. Isso porque uma</p><p>empresa de outdoor derrubou uma árvore centenária em</p><p>um terreno para a instalação de suas placas.</p><p>47@professorferretto @prof_ferretto</p><p>A empresa teria informado que �nha autorização da</p><p>prefeitura e da polícia ambiental para cortar a árvore.</p><p>Sobre a propaganda, a empresa disse que foi “uma infeliz</p><p>coincidência”, já que não sabia o que iria ser anunciado.</p><p>Em nota, a Companhia de Tecnologia de Saneamento</p><p>Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio</p><p>Ambiente do governo paulista, informou que não há</p><p>nenhuma autorização em nome da empresa para o corte</p><p>da árvore.</p><p>A multa, segundo a polícia ambiental, varia entre 100</p><p>reais e 1 000 reais por árvore ou planta cortada.</p><p>Disponível em: h�p://oglobo.globo.com. Acesso em: 21</p><p>set. 2015 (adaptado).</p><p>O texto apresenta uma crí�ca ao uso social de um</p><p>outdoor. Essa crí�ca está associada ao fato de</p><p>a) uma multa de 100 reais e 1 000 reais ser aplicada por</p><p>corte de árvore ou de planta.</p><p>b) a Secretaria do Meio Ambiente ter negado a</p><p>autorização do corte da árvore.</p><p>c) a empresa informar que foi uma “infeliz coincidência”</p><p>o corte da árvore.</p><p>d) uma campanha ambiental ter subs�tuído uma árvore</p><p>centenária.</p><p>e) a empresa u�lizar a imagem de uma criança na</p><p>campanha.</p><p>IT0591 - (Enem PPL)</p><p>O mundo mudou</p><p>O mundo mudou. “O mundo mudou” porque está</p><p>sempre mudando. E sempre estará, até que um dia</p><p>chegue o seu alardeado fim (se é que chegará). Hoje</p><p>vivemos “protegidos” por muitos cuidados e paparicos,</p><p>sempre sob a forma de “serviços”, e desde que você</p><p>tenha dinheiro para usá-los, claro. Carro quebrou na</p><p>marginal? Relaxe, o guincho da seguradora virá em</p><p>minutos resgatá-lo. Tem dificuldade de locomoção?</p><p>Espere, a empresa aérea disporá de uma cadeira de rodas</p><p>para levá-lo ao terminal. Surgiu uma goteira no seu chalé</p><p>em plenas férias de verão? Calma, o moço que conserta</p><p>telhados está correndo para lá agora. Vai ficando para</p><p>trás um outro mundo — de inicia�vas, de gestos</p><p>solidários, de amizade, de improvisação (sim, “quem não</p><p>improvisa se inviabiliza”, eu diria, parafraseando</p><p>Chacrinha). Estamos criando uma geração que não sabe</p><p>bater um prego na parede, trocar um bo�jão de gás,</p><p>armar uma rede. É, o mundo mudou sim. Só nos resta o</p><p>telefone do SAC, onde gastaremos nossa bílis com</p><p>impropérios ao vento; ou o site da loja de</p><p>eletrodomés�cos onde ninguém tem nome (que saudade</p><p>dos Reginaldos, Edmilsons e Velosos!). Ligaremos para</p><p>falar com a nossa própria solidão, a nossa dependência</p><p>do mundo dos serviços e a nossa incapacidade de viver</p><p>com real simplicidade, soterrados por senhas, protocolos</p><p>e pendências vãs. Nem Ka�a poderia sonhar com tal</p><p>mundo.</p><p>ZECA BALEIRO. Disponível em: www.istoe.com.br. Acesso</p><p>em: 18 maio 2013 (adaptado).</p><p>O texto trata do avanço técnico e das facilidades</p><p>encontradas pelo homem moderno em relação à</p><p>prestação de serviços. No desenvolvimento da temá�ca,</p><p>o autor</p><p>a) mostra a necessidade de se construir uma sociedade</p><p>baseada no anonimato, reafirmando</p><p>a ideia de que a</p><p>in�midade nas relações profissionais exerce influência</p><p>nega�va na qualidade do serviço prestado.</p><p>b) apresenta uma visão pessimista acerca de tais</p><p>facilidades porque elas contribuem para que o homem</p><p>moderno se torne acomodado e distanciado das</p><p>relações afe�vas.</p><p>c) recorre a clássicos da literatura mundial para</p><p>comprovar o porquê da necessidade de se viver a</p><p>simplicidade e a solidariedade em tempos de solidão</p><p>quase inevitável.</p><p>d) defende uma posição conformista perante o quadro</p><p>atual, apresentando exemplos, em seu co�diano, de</p><p>boa aceitação da pra�cidade oferecida pela vida</p><p>moderna.</p><p>e) acredita na existência de uma superproteção, que</p><p>impede os indivíduos modernos de sofrerem severos</p><p>danos materiais e emocionais.</p><p>IT0593 - (Enem PPL)</p><p>“Orgulho de ser nordes�no”: esse é o lema de uma</p><p>das torcidas organizadas do Ceará — a Cangaceiros</p><p>Alvinegros — que retrata bem qual o sen�mento dos</p><p>torcedores desse clube, um dos mais expressivos do</p><p>Nordeste. Há entre os torcedores aqueles que torcem</p><p>apenas para o Ceará e aqueles que torcem por um �me</p><p>do Sudeste também. Estes são denominados de</p><p>“torcedores mistos”, e estamos definindo aqui como</p><p>pertencentes ao campo da bifiliação clubís�ca.</p><p>Em geral, a bifiliação clubís�ca permite que</p><p>torcedores se engajem aos �mes do Rio de Janeiro, por</p><p>exemplo, sobretudo pela histórica projeção polí�ca e</p><p>posteriormente midiá�ca da então capital do Brasil.</p><p>Contudo, no interior da Cangaceiros Alvinegros, sustenta-</p><p>se a autoafirmação como nordes�nos, rechaçando</p><p>aqueles que deixam de torcer pelo �me local para se</p><p>apegarem aos clubes mais distantes. Ao serem</p><p>ques�onados sobre como encaravam a bifiliação, um dos</p><p>diretores da Cangaceiros foi enfá�co ao afirmar: “Você já</p><p>viu algum paulista ou carioca torcer pra �me do</p><p>Nordeste? Então por que eu vou torcer pra �me do Sul?”.</p><p>48@professorferretto @prof_ferretto</p><p>CAMPOS, F.; TOLEDO, L. H. O Brasil na arquibancada:</p><p>notas sobre a sociabilidade torcedora. Revista USP, n. 99,</p><p>set.-out.-nov. 2013 (adaptado).</p><p>O texto apresenta duas prá�cas dis�ntas de filiação aos</p><p>clubes de futebol. Nesse contexto, o significado</p><p>expressado pelo lema “Orgulho de ser nordes�no”</p><p>representa o(a)</p><p>a) apreço pela manutenção das tradições nordes�nas por</p><p>meio da bifiliação clubís�ca.</p><p>b) aliança entre torcidas dos clubes do Sudeste e</p><p>Nordeste por meio da bifiliação clubís�ca.</p><p>c) orgulho dos torcedores do Ceará por torcerem para</p><p>um dos clubes mais expressivos do Nordeste.</p><p>d) envaidecimento dos torcedores do Ceará por</p><p>enfrentarem clubes do Sudeste em condições de</p><p>igualdade.</p><p>e) resistência de torcedores dos clubes nordes�nos à</p><p>tendência de bifiliação clubís�ca com clubes do</p><p>Sudeste.</p><p>IT0595 - (Enem PPL)</p><p>Entrei numa lida muito dificultosa. Mar�rio sem fim o</p><p>de não entender nadinha do que vinha nos livros e do</p><p>que o mestre Frederico falava. Estranheza colosso me</p><p>cegava e me punha tonto. Acho bem que foi desse tempo</p><p>o mal que me acompanha até hoje de ser recanteado e</p><p>meio mocorongo. Com os meus, em casa, conversava por</p><p>trinta, �nha ladineza e entendimento. Na rua e na escola</p><p>— nada; era completamente afrásico. As pessoas eram</p><p>bichos do outro mundo que temperavam um palavreado</p><p>grego de tudo. Já sabia ajuntar as sílabas e ler por cima</p><p>toda coisa, mas descrencei e perdi a influência de ir à</p><p>escola, porque diante dos escritos que o mestre me</p><p>passava e das lições marcadas nos livros, fiquei sendo um</p><p>quarta-feira de marca maior. Alívio bom era quando</p><p>chegava em casa.</p><p>BERNARDES, C. Rememórias dois. Goiânia: Leal, 1969).</p><p>O narrador relata suas experiências na primeira escola</p><p>que frequentou e u�liza construções linguís�cas próprias</p><p>de determinada região, constatadas pelo</p><p>a) registro de palavras como “estranheza” e “cegava”.</p><p>b) emprego de regência não padrão em “chegar em</p><p>casa”.</p><p>c) uso de dupla negação em “não entender nadinha”.</p><p>d) emprego de palavras como “descrencei” e “ladineza”.</p><p>e) uso do substan�vo “bichos” para retomar “pessoas”.</p><p>IT0607 - (Enem PPL)</p><p>A tecnologia está, defini�vamente, presente na vida</p><p>co�diana. Seja para consultar informações, conversar</p><p>com amigos e familiares ou apenas entreter, a internet e</p><p>os celulares não saem das mãos e mentes das pessoas.</p><p>Por esse mo�vo, especialistas alertam: o uso excessivo</p><p>dessas ferramentas pode viciar. O problema, dizem os</p><p>especialistas, é o usuário conseguir diferenciar a</p><p>dependência do uso considerado normal. Hoje, a internet</p><p>e os celulares são ferramentas profissionais e de estudo.</p><p>MATSUURA, S. O Globo, 10 jun. 2013 (adaptado).</p><p>O desenvolvimento da sociedade está relacionado ao</p><p>avanço das tecnologias, que estabelecem novos padrões</p><p>de comportamento. De acordo com o texto, o alerta dos</p><p>especialistas deve-se à</p><p>a) insegurança do usuário, em razão do grande número</p><p>de pessoas conectadas às redes sociais.</p><p>b) a de credibilidade das informações transmi�das pelos</p><p>meios de comunicação de massa.</p><p>c) comprovação por pesquisas de que os danos ao</p><p>cérebro são muito maiores do que se pode imaginar.</p><p>d) subordinação das pessoas aos recursos oferecidos</p><p>pelas novas tecnologias, a ponto de prejudicar suas</p><p>vidas.</p><p>e) possibilidade de as pessoas se isolarem socialmente,</p><p>em razão do uso das novas tecnologias de</p><p>comunicação.</p><p>IT0608 - (Enem PPL)</p><p>Doutor dos sen�mentos</p><p>Veja quem é e o que pensa o português António</p><p>Damásio, um dos maiores nomes da neurociência atual,</p><p>sempre em busca de desvendar os mistérios do cérebro,</p><p>das emoções e da consciência.</p><p>Ele é baixo, usa óculos, tem cabelos brancos</p><p>penteados para trás e costuma ves�r terno e gravata. A</p><p>surpresa vem quando começa a falar. António Damásio</p><p>não confirma em nada o clichê que se tem de cien�sta.</p><p>Preocupado em ser o mais didá�co possível, tenta,</p><p>pacientemente, com certa graça e até ironia, sempre que</p><p>cabível, traduzir para os leigos estudos complexos sobre</p><p>o cérebro. Português, Damásio é um dos principais</p><p>expoentes da neurociência atual.</p><p>Diferentemente de outros neurocien�stas, que acham</p><p>que apenas a ciência tem respostas à compreensão da</p><p>mente, Damásio considera que muitas ideias não provêm</p><p>necessariamente daí. Para ele, um substrato</p><p>imprescindível para entender a mente, a consciência, os</p><p>sen�mentos e as emoções advém da vida intui�va,</p><p>ar�s�ca e intelectual. Fora dos meios cien�ficos, o nome</p><p>de Damásio começou a ser celebrado na década de 1990,</p><p>quando lançou seu primeiro livro, uma obra que fala de</p><p>emoção, razão e do cérebro humano.</p><p>49@professorferretto @prof_ferretto</p><p>TREFAUT, M. P Disponível em:</p><p>h�p://revistaplaneta.terra.com.br.</p><p>Acesso em: 2 set. 2014 (adaptado).</p><p>Na organização do texto, a sequência que atende à</p><p>função sociocomunica�va de apresentar obje�vamente o</p><p>cien�sta António Damásio é a</p><p>a) descri�va, pois delineia um perfil do professor.</p><p>b) injun�va, pois faz um convite à leitura de sua obra.</p><p>c) argumenta�va, pois defende o seu comportamento</p><p>incomum.</p><p>d) narra�va, pois são contados fatos relevantes ocorridos</p><p>em sua vida.</p><p>e) exposi�va, pois traz as impressões da autora a</p><p>respeito de seu trabalho.</p><p>IT0616 - (Enem PPL)</p><p>Pela primeira vez na vida teve pena de haver tantos</p><p>assuntos no mundo que não compreendia e esmoreceu.</p><p>Mas uma mosca fez um ângulo reto no ar, depois outro,</p><p>além disso, os seis anos são uma idade de muitas coisas</p><p>pela primeira vez, mais do que uma por dia e, por isso,</p><p>logo depois, arribou. Os assuntos que não compreendia</p><p>eram uma espécie de tontura, mas o Ilídio era forte.</p><p>Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca</p><p>esqueças de tratar da cabra. O Ilídio não gostava que a</p><p>mãe o mandasse tratar da cabra. Se estava ocupado a</p><p>contar uma história a um guarda-chuva, não queria ser</p><p>interrompido. Às vezes, a mãe escolhia os piores</p><p>momentos para chamá-lo, ele podia estar a contemplar</p><p>um segredo, por isso, assustava-se e, depois, irritava-se.</p><p>Às vezes, fazia birras no meio da rua. A mãe</p><p>envergonhava-se e, mais tarde, em casa, dizia que as</p><p>pessoas da vila nunca �nham visto um menino tão</p><p>velhaco. O Ilídio ficava enxofrado, mas lembrava-se dos</p><p>homens que lhe chamavam reguila, diziam ah, reguila de</p><p>má raça. Com essa memória, recuperava o</p><p>orgulho. Era</p><p>reguila, não era velhaco. Essa certeza dava-lhe forças</p><p>para protestar mais, para gritar até, se lhe apetecesse.</p><p>PEIXOTO, J. L. Livro. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.</p><p>No texto, observa-se o uso caracterís�co do português de</p><p>Portugal, marcadamente diferente do uso do português</p><p>do Brasil. O trecho que confirma essa afirmação é:</p><p>a) “Pela primeira vez na vida teve pena de haver tantos</p><p>assuntos no mundo que não compreendia e</p><p>esmoreceu.”</p><p>b) “Os assuntos que não compreendia eram uma espécie</p><p>de tontura, mas o Ilídio era forte.”</p><p>c) “Essa certeza dava-lhe forças para protestar mais, para</p><p>gritar até, se lhe apetecesse.”.</p><p>d) “Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca</p><p>esqueças de tratar da cabra.”.</p><p>e) “O ão gostava que a mãe o mandasse tratar da cabra.”.</p><p>IT0618 - (Enem PPL)</p><p>A inteligência está na rede</p><p>Pergunta: Há tecnologias que melhoram a vida</p><p>humana, como a invenção do calendário, e outras que</p><p>revolucionam a história humana, como a invenção da</p><p>roda. A internet, o iPad, o Facebook, o Google são</p><p>tecnologias que pertencem a que categoria?</p><p>Resposta: À das que revolucionam a história. O que</p><p>está acontecendo no mundo de hoje é semelhante ao</p><p>que se passou com a sociedade agrária depois da prensa</p><p>móvel de Gutenberg. Antes, o conhecimento estava</p><p>concentrado em oligopólios. A invenção de Gutenberg</p><p>começou a democra�zar o conhecimento, e as</p><p>ins�tuições do feudalismo entraram num processo de</p><p>atrofia. A novidade afetou a Igreja Católica, as</p><p>monarquias, os poderes coloniais e, com o passar do</p><p>tempo, resultou nas revoluções na América La�na, nos</p><p>Estados Unidos, na França. Resultou na democracia</p><p>parlamentar, na reforma protestante, na criação das</p><p>universidades, do próprio capitalismo. Mar�nho Lutero</p><p>chamou a prensa móvel de “a mais alta graça de Deus”.</p><p>Agora, mais uma vez, o gênio da tecnologia saiu da</p><p>garrafa. Com a prensa móvel, ganhamos acesso à palavra</p><p>escrita. Com a internet, cada um de nós pode ser seu</p><p>próprio editor. A imprensa nos deu acesso ao</p><p>conhecimento que já havia sido produzido e estava</p><p>registrado. A internet nos dá acesso ao conhecimento</p><p>con�do no cérebro de outras pessoas em qualquer parte</p><p>do mundo. Isso é uma revolução. E, tal como aconteceu</p><p>no passado, está fazendo com que nossas ins�tuições se</p><p>tornem obsoletas.</p><p>TAPSCOTT, D. Entrevista concedida a Augusto Nunes.</p><p>Veja, 21 abr. 2011 (adaptado).</p><p>Segundo o pesquisador entrevistado, a internet</p><p>revolucionou a história da mesma forma que a prensa</p><p>móvel de Gutenberg revolucionou o mundo no século XV.</p><p>De acordo com o texto, as duas invenções, de maneira</p><p>similar, provocaram o(a)</p><p>50@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) ocorrência de revoluções em busca por governos mais</p><p>democrá�cos.</p><p>b) divulgação do conhecimento produzido em papel nas</p><p>diversas ins�tuições.</p><p>c) organização das sociedades a favor do acesso livre à</p><p>educação e às universidades.</p><p>d) comércio do conhecimento produzido e registrado em</p><p>qualquer parte do mundo.</p><p>e) democra�zação do conhecimento pela divulgação de</p><p>ideias por meio de publicações.</p><p>IT0623 - (Enem PPL)</p><p>Ao longo dos anos 1980, um canal espor�vo de</p><p>televisão fracassou em implantar o basquete como</p><p>esporte mundial, e uma empresa de materiais espor�vos</p><p>teve de lidar, fora do seu programa, com um esporte que</p><p>lhe era estranho. Correndo atrás do prejuízo, ambas</p><p>corrigiram a rota e vieram a fazer da incorporação do</p><p>futebol a seu programa um obje�vo estratégico</p><p>alcançado com sucesso. O ajuste do interesse econômico</p><p>à realidade cultural, no entanto, não deixa de dizer algo</p><p>sobre ela: é significa�vo que o mais mundial dos esportes</p><p>não faça sen�do para os Estados Unidos, e que os</p><p>esportes que fazem mais sen�do para os Estados Unidos</p><p>estejam longe de fazer sen�do para o mundo. O futebol</p><p>ofereceu uma curiosa e nada desprezível contraparte</p><p>simbólica à hegemonia do imaginário norte-americano.</p><p>WISNIK, J. M. Veneno remédio: o futebol e o Brasil.</p><p>São Paulo: Cia. das Letras, 2008 (adaptado).</p><p>De acordo com o texto, em décadas passadas, a</p><p>dificuldade das empresas norte-americanas indica a</p><p>influência de um viés cultural e econômico na</p><p>a) popularização do futebol no país frente à concorrência</p><p>com o basquete.</p><p>b) conquista da alta lucra�vidade por meio do futebol no</p><p>cenário norte-americano.</p><p>c) implantação do basquete como esporte mundial</p><p>frente à força cultural do futebol.</p><p>d) importância dada por empresas espor�vas ao futebol,</p><p>similar àquela dada ao basquete.</p><p>e) tenta�va de fazer com que o futebol transmi�do pela</p><p>TV seja consumido por sua população.</p><p>IT0684 - (Enem PPL)</p><p>O veneno do bem</p><p>Imagine que você cortou o rosto e, em vez de dar</p><p>pontos, o seu médico passa uma supercola feita de</p><p>sangue de boi e veneno de cascavel. Isso pode mesmo</p><p>acontecer. Mas não se assuste. A história moderna das</p><p>serpentes não tem nada a ver com o medo ancestral que</p><p>inspiram. Para a ciência, elas guardam produtos</p><p>u�líssimos nas glândulas letais. O mais recente é uma</p><p>cola de pele genuinamente brasileira, que, segundo os</p><p>testes já feitos, dá uma cicatrização perfeita.</p><p>A descoberta pertence à equipe do professor Benedito</p><p>Barraviera, da Universidade Estadual Paulista, em</p><p>Botucatu. E não é a primeira feita no Brasil. Nos anos</p><p>1960, o médico Sérgio Ferreira, atual presidente da</p><p>Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência,</p><p>descobriu na jararaca uma molécula que em 1977 virou</p><p>remédio contra a hipertensão.</p><p>Disponível em: www.super.abril.com.br. Acesso em: 2</p><p>mar. 2012 (fragmento).</p><p>Nos diferentes textos, pode-se inferir, entre outras</p><p>informações, quais são os obje�vos de seu produtor e</p><p>quem é seu público-alvo. No trecho, para aproximar-se</p><p>do interlocutor, o autor</p><p>a) emprega uma linguagem técnica de domínio do leitor.</p><p>b) enfa�za informações importantes para a vida do leitor.</p><p>c) introduz o tema antecipando possíveis reações do</p><p>leitor.</p><p>d) explora um tema sobre o qual o leitor tem</p><p>reconhecido interesse.</p><p>e) apresenta ao leitor, de forma minuciosa, a descoberta</p><p>dos médicos.</p><p>IT0690 - (Enem PPL)</p><p>mas verdadeira, a constatação de Jairo Marques —</p><p>colunista que tem um talento raro — em seu texto “E a</p><p>mãe ficou velhinha” (“Co�diano”, ontem).</p><p>Aqueles que percebem que a mãe envelheceu sempre</p><p>têm a�tudes diversas. Ou não a procuram mais, porque</p><p>essa é uma forma de negar que um dia perderão o</p><p>amparo materno, ou resolvem estar ao lado dela o maior</p><p>tempo possível, pois têm medo de perdê-la sem ter</p><p>retribuído plenamente o amor que receberam.</p><p>Leonor Souza (São Paulo, SP) — Painel do Leitor. Folha de</p><p>S. Paulo, 29 fev. 2012.</p><p>Os gêneros textuais desempenham uma função social</p><p>específica, em determinadas situações de uso da língua,</p><p>em que os envolvidos na interação verbal têm um</p><p>obje�vo comunica�vo. Considerando as caracterís�cas</p><p>do gênero, a análise do texto Mães revela que sua função</p><p>é</p><p>51@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) ensinar sobre os cuidados que se deve ter com as</p><p>mães, especialmente na velhice.</p><p>b) influenciar o ânimo das pessoas, levando-as a querer</p><p>agir segundo um modelo sugerido.</p><p>c) informar sobre os idosos e sobre seus sen�mentos e</p><p>necessidades.</p><p>d) avaliar matéria publicada em edição anterior de jornal</p><p>ou de revista.</p><p>e) apresentar nova publicação, visando divulgá-la para</p><p>leitores de jornal.</p><p>IT0697 - (Enem PPL)</p><p>Você se preocupa com sua família, com seu trabalho e</p><p>com sua casa.</p><p>E com você?</p><p>A mulher conquistou um espaço de destaque no</p><p>ambiente profissional, além de cuidar da casa e do bem-</p><p>estar da família. Acompanhada por essa mudança,</p><p>também veio uma nova vida, com an�gos hábitos</p><p>�picamente masculinos, como o estresse, a falta de</p><p>tempo para se cuidar, o tabagismo e a maior incidência</p><p>de obesidade e depressão. Isso aumentou muito os casos</p><p>de infarto e doenças cardiovasculares. Elas já respondem</p><p>por 30% do número total dos casos, que matam seis</p><p>vezes mais do que o câncer de mama.</p><p>Cuide-se. Preocupe-se com sua saúde. Visite e</p><p>incen�ve quem você gosta a visitar um cardiologista.</p><p>Cláudia, ano 52, n. 2, fev. 2013 (adaptado).</p><p>Esse texto, publicado em uma revista, inicialmente</p><p>aponta modificações ocorridas na sociedade e, em</p><p>seguida,</p><p>a)</p><p>descreve as diferentes a�vidades das mulheres hoje</p><p>em dia.</p><p>b) es�mula as leitoras a buscar sua realização na vida</p><p>profissional.</p><p>c) alerta as mulheres para a possibilidade de problemas</p><p>cardíacos.</p><p>d) informa as leitoras sobre mortes por câncer de mama</p><p>e por infarto.</p><p>e) valoriza as mulheres preocupadas com o bem-estar da</p><p>família.</p><p>IT0700 - (Enem PPL)</p><p>A internet amplia o que queremos e desejamos.</p><p>Pessoas alienadas se alienam mais na internet. Pessoas</p><p>interessantes tornam a comunicação com a internet mais</p><p>interessante. Pessoas abertas u�lizam a internet para</p><p>promover mais interação e compar�lhamento. Pessoas</p><p>individualistas se fecham mais ainda nos ambientes</p><p>digitais. Pessoas que têm dificuldades de relacionamento</p><p>na vida real muitas vezes procuram mil formas de fuga</p><p>para o virtual. Aproveitaremos melhor as possibilidades</p><p>da internet, se equilibrarmos a qualidade das interações</p><p>presenciais — na vida pessoal, profissional, emocional —</p><p>com as interações digitais correspondentes.</p><p>MORAN, J. M. Disponível em: www.eca.usp.br. Acesso</p><p>em: 31 jul. 2012 (adaptado).</p><p>O texto expressa um posicionamento a respeito do uso</p><p>da internet e suas repercussões na vida co�diana. Na</p><p>opinião do autor, esse sistema de informação e</p><p>comunicação</p><p>a) aumenta o número de pessoas alienadas.</p><p>b) resolve problemas de relacionamento.</p><p>c) soluciona a questão do individualismo.</p><p>d) equilibra as interações presenciais.</p><p>e) potencializa as caracterís�cas das pessoas.</p><p>IT0702 - (Enem PPL)</p><p>Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem</p><p>e ainda sem definição que lhe apanhe em todas as</p><p>pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom</p><p>português. Para a prá�ca, tome-se hipotrélico querendo</p><p>dizer: an�podá�co, sengraçante imprizido; ou talvez,</p><p>vice- dito: indivíduo pedante, importuno agudo, falta de</p><p>respeito para com a opinião alheia. Sob mais que,</p><p>tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se</p><p>verá, embirrando o hipotrélico em não tolerar</p><p>neologismos, começa ele por se negar nominalmente a</p><p>própria existência.</p><p>ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro:</p><p>Nova Fronteira, 2001 (fragmento).</p><p>Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa,</p><p>depreende-se a predominância de uma das funções da</p><p>linguagem, iden�ficada como</p><p>52@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) metalinguís�ca, pois o trecho tem como propósito</p><p>essencial usar a língua portuguesa para explicar a</p><p>própria língua, por isso a u�lização de vários</p><p>sinônimos e definições.</p><p>b) referencial, pois o trecho tem como principal obje�vo</p><p>discorrer sobre um fato que não diz respeito ao</p><p>escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira</p><p>pessoa.</p><p>c) fá�ca, pois o trecho apresenta clara tenta�va de</p><p>estabelecimento de conexão com o leitor, por isso o</p><p>emprego dos termos “sabe-se lá” e “tome-se</p><p>hipotrélico”.</p><p>d) poé�ca, pois o trecho trata da criação de palavras</p><p>novas, necessária para textos em prosa, por isso o</p><p>emprego de “hipotrélico”.</p><p>e) expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a</p><p>subje�vidade do autor, por isso o uso do advérbio de</p><p>dúvida “talvez”.</p><p>IT0703 - (Enem PPL)</p><p>Eu vô transmi� po sinhô logo uma passage muito</p><p>importante, qu’ eu iscutei um velho de nome Ricardo</p><p>Caetano Alves, que era neto do propietário da Fazenda</p><p>do Buraca. O pai dele, ele contava que o pai dele assis�u</p><p>uma cena muito importante aonde ele tava, do</p><p>Jacarandá, o chefe dos iscravo do Joaquim de Paula, com</p><p>o chefe dos iscravo do Vidigal, que chamava, era tratado</p><p>Pai Urubu. O Jacarandá era tratado Jacarandá purque ele</p><p>era um negro mais vermelho, tá intendeno com’ é que é,</p><p>né? Intão é uma imitância de cerno de Jacarandá, intão</p><p>eles apilidaro ele de Pai Jacarandá. Agora, o Pai Urubu,</p><p>diz que era o mais preto de todos os iscravo que era</p><p>cunhicido nessa época. Intão ele ficô com o nome Pai</p><p>Urubu. É quem dirigia, de toda confiança dos sinhores.</p><p>Intão os sinhores cunhiciam eles como “pai”: Pai Urubu,</p><p>Pai Jacarandá, Pai Francisco, que é o chefe da Fazenda</p><p>das Abóbra, Pai Dumingo, que era da Fazenda do Buraca.</p><p>SOUZA, J. Negros pelo vale. Belo Horizonte: Fale-UFMG,</p><p>2009.</p><p>O texto é uma transcrição da narra�va oral contada por</p><p>Pedro Braga, an�go morador do povoado Vau, de</p><p>Diaman�na (MG). Com base no registro da fala do</p><p>narrador, entende-se que seu relato</p><p>a) perpetua a memória e os saberes dos antepassados.</p><p>b) constrói uma voz dissonante da iden�dade nacional.</p><p>c) demonstra uma visão distanciada da cultura negra.</p><p>d) revela uma visão unilateral dos fazendeiros.</p><p>e) transmite pouca experiência e sabedoria.</p><p>IT0706 - (Enem PPL)</p><p>Senhora</p><p>— Mãe, noooosssa! Esse seu cabelo novo ficou lindo!</p><p>Parece que você é, �po, mais jovem!</p><p>— Jura, minha filha? Obrigada!</p><p>— Mas aí você vira de frente e aí a gente vê que, �po,</p><p>não é, né?</p><p>— Coisa linda da mamãe!</p><p>Esse diálogo é real. Claro que achei graça, mas o fato</p><p>de envelhecer já não é mais segredo para ninguém.</p><p>Um belo dia, a vendedora da loja te pergunta: “A</p><p>senhora quer pagar como?” Senhora? Como assim?</p><p>Eu sempre fui a Marcinha! Agora eu sou a dona</p><p>Márcia! Sim, o porteiro, o motorista de táxi, o jornaleiro,</p><p>o garçom, o mundo inteiro resolveu ter um respeito</p><p>comigo que eu não pedi!</p><p>CABRITA, M. Disponível em: www.istoe.com.br. Acesso</p><p>em: 11 ago. 2012 (fragmento).</p><p>A exploração de registros linguís�cos é importante</p><p>estratégia para o estabelecimento do efeito de sen�do</p><p>pretendido em determinados textos. No texto, o recurso</p><p>a diferentes registros indica</p><p>a) mudança na representação social do locutor.</p><p>b) reflexão sobre a iden�dade profissional da mãe.</p><p>c) referência ao tradicionalismo linguís�co da autora do</p><p>texto.</p><p>d) elogio às situações vivenciadas pela personagem mãe.</p><p>e) compreensão do processo de envelhecimento como</p><p>algo prazeroso.</p><p>IT0650 - (Enem PPL)</p><p>O mundo das grandes inovações tecnológicas, dos</p><p>avanços das pesquisas médicas e que já presenciou o</p><p>envio de homens ao espaço é o mesmo lugar onde 1</p><p>bilhão de pessoas dormem e acordam com fome. A</p><p>desnutrição ocupa o primeiro lugar no ranking dos 10</p><p>maiores riscos à saúde e mata mais do que a aids, a</p><p>malária e a tuberculose combinadas. O equivalente às</p><p>populações da Europa e da América do Norte, juntas,</p><p>está de barriga vazia. E um futuro famélico aguarda a</p><p>raça humana. Em 2050, apenas por razões ligadas às</p><p>mudanças climá�cas, o número de pessoas sem comida</p><p>no prato vai aumentar em até 20%.</p><p>Disponível em: www.correiobraziliense.com.br.</p><p>Acesso em: 22 jan. 2012.</p><p>Considerando a natureza do tema, a forma como está</p><p>apresentado e o meio pelo qual é veiculado o texto,</p><p>percebe-se que seu principal obje�vo é</p><p>53@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) divulgar dados esta�s�cos recentes sobre a fome no</p><p>mundo e sobre as inovações tecnológicas.</p><p>b) esclarecer questões cien�ficas acerca dos danos</p><p>causados pela fome e pela aids nos indivíduos.</p><p>c) demonstrar que a fome, juntamente com as doenças</p><p>endêmicas, também é um problema de saúde pública.</p><p>d) convidar o leitor a engajar-se em alguma ação posi�va</p><p>contra a fome, a par�r da divulgação de dados</p><p>alarmantes.</p><p>e) alertar sobre o problema da fome, apresentando-o</p><p>como um contraste no mundo de tantos recursos</p><p>tecnológicos.</p><p>IT0661 - (Enem PPL)</p><p>Mudança linguís�ca</p><p>Ataliba de Cas�lho, professor de língua portuguesa da</p><p>USP, explica que o internetês é parte da metamorfose</p><p>natural da língua.</p><p>— Com a internet, a linguagem segue o caminho dos</p><p>fenômenos da mudança, como o que ocorreu com</p><p>“você”, que se tornou o pronome átono “cê”. Agora, o</p><p>interneteiro pode ajudar a reduzir os excessos da</p><p>ortografia, e bem sabemos que são muitos. Por que o</p><p>acento gráfico é tão importante assim para a escrita? Já</p><p>�vemos no Brasil momentos até mais exacerbados por</p><p>acentos e dispensamos muitos deles. Como toda palavra</p><p>é contextualizada pelo falante, podemos dispensar ainda</p><p>muitos outros. O interneteiro mostra um caminho, pois</p><p>faz um casamento curioso entre oralidade e</p><p>escrituralidade. O internetês pode, no futuro, até tornar</p><p>a comunicação mais eficiente. Ou evoluir para um jargão</p><p>complexo, que, em vez de aproximar as pessoas em</p><p>menor tempo, es�mule o isolamento dos iniciados e a</p><p>exclusão dos leigos.</p><p>Para</p><p>Cas�lho, no entanto, não será uma reforma</p><p>ortográfica que fará a mudança de que precisamos na</p><p>língua. Será a internet. O jeito eh tc e esperar pra ver?</p><p>Disponível em: h�p://revistalingua.com.br. Acesso em: 3</p><p>jun. 2015 (adaptado).</p><p>Na entrevista, o fragmento “O jeito eh tc e esperar pra</p><p>ver?” tem por obje�vo</p><p>a) ilustrar a linguagem de usuários da internet que</p><p>poderá promover alterações de grafias.</p><p>b) mostrar os perigos da linguagem da internet como</p><p>potencializadora de dificuldades de escrita.</p><p>c) evidenciar uma forma de exclusão social para as</p><p>pessoas com baixa proficiência escrita.</p><p>d) explicar que se trata de um erro linguís�co por destoar</p><p>do padrão formal apresentado ao longo do texto.</p><p>e) exemplificar dificuldades de escrita dos interneteiros</p><p>que desconhecem as estruturas da norma padrão.</p><p>IT0663 - (Enem PPL)</p><p>Telecommu�ng redefine o tradicional entendimento</p><p>sobre o espaço de trabalho. Atualmente, as organizações</p><p>estão se focando em novos valores, tais como, inovações,</p><p>sa�sfação, responsabilidades, resultados e ambiente de</p><p>trabalho familiar. A alterna�va do telecommu�ng</p><p>complementa esses princípios e oferece flexibilidade aos</p><p>patrões e empregados. É um conceito novo que, a cada</p><p>dia, ganha mais força ao redor do mundo. Grandes</p><p>empresas escolheram o trabalho de telecommu�ng pelas</p><p>facilidades que ele gera para o empregador. A</p><p>implantação do telecommu�ng determina regras para se</p><p>trabalhar em casa em dias específicos da semana e, nos</p><p>demais dias, trabalhar no escritório. O local de trabalho</p><p>pode ser a casa ou, temporariamente, por mo�vo de</p><p>viagem, outros escritórios.</p><p>FERREIRA JR., J.C. Disponível em: www.ccuec.unicamp.br.</p><p>Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).</p><p>Com o advento das novas tecnologias, a sociedade tem</p><p>vivenciado mudanças de paradigmas em vários setores.</p><p>Nesse sen�do, o telecommu�ng traz novidades para o</p><p>mundo do trabalho porque proporciona prioritariamente</p><p>o(a)</p><p>a) aumento da produ�vidade do empregado.</p><p>b) equilíbrio entre vida pessoal e profissional do</p><p>trabalhador.</p><p>c) fortalecimento da relação entre empregador e</p><p>empregado.</p><p>d) par�cipação do profissional nas decisões da</p><p>organização.</p><p>e) maleabilidade dos locais de atuação do profissional da</p><p>empresa.</p><p>IT0664 - (Enem PPL)</p><p>Perder a tramontana</p><p>A expressão ideal para falar de desorientados e outras</p><p>palavras de perder a cabeça</p><p>É perder o norte, desorientar-se. Ao pé da letra,</p><p>“perder a tramontana” significa deixar de ver a estrela</p><p>54@professorferretto @prof_ferretto</p><p>polar, em italiano stella tramontana, situada do outro</p><p>lado dos montes, que guiava os marinheiros an�gos em</p><p>suas viagens desbravadoras.</p><p>Deixar de ver a tramontana era sinônimo de</p><p>desorientação. Sim, porque, para eles, valia mais o céu</p><p>estrelado que a terra. O Sul era região desconhecida,</p><p>imprevista; já o Norte �nha como referência no</p><p>firmamento um ponto luminoso conhecido como a</p><p>estrela Polar, uma espécie de farol para os navegantes do</p><p>Mediterrâneo, sobretudo os genoveses e os venezianos.</p><p>Na linguagem deles, ela ficava transmontes, para além</p><p>dos montes, os Alpes. Perdê-la de vista era perder a</p><p>tramontana, perder o Norte.</p><p>No mundo de hoje, sujeito a tantas pressões, muita</p><p>gente não resiste a elas e entra em parafuso. Além de</p><p>perder as estribeiras, perde a tramontana...</p><p>COTRIM, M. Língua Portuguesa, n. 15, jan. 2007.</p><p>Nesse texto, o autor remonta às origens da expressão</p><p>“perder a tramontana”. Ao tratar do significado dessa</p><p>expressão, u�lizando a função referencial da linguagem,</p><p>o autor busca</p><p>a) apresentar seus indícios subje�vos.</p><p>b) convencer o leitor a u�lizá-la.</p><p>c) expor dados reais de seu emprego.</p><p>d) explorar sua dimensão esté�ca.</p><p>e) cri�car sua origem conceitual.</p><p>IT0675 - (Enem PPL)</p><p>O primeiro contato dos suruís com o homem branco</p><p>foi em 1969. A população indígena foi dizimada por</p><p>doenças e matanças, mas, recentemente, voltou a</p><p>crescer. Soa contraditório, mas a mesma modernidade</p><p>que quase dizimou os suruís nos tempos do primeiro</p><p>contato promete salvar a cultura e preservar o território</p><p>desse povo. Em 2007, o líder Almir Suruí, de 37 anos,</p><p>fechou uma parceria inédita e levou a tecnologia às</p><p>tribos. Os índios passaram a valorizar a história dos</p><p>anciãos. E a resguardar, em vídeos e fotos on-line, as</p><p>tradições da aldeia. Ainda se valeram de smartphones e</p><p>GPS para delimitar suas terras e iden�ficar os</p><p>desmatamentos ilegais.</p><p>RIBEIRO, A. Não temos o direito de ficar isolados. Época,</p><p>n. 718, 20 fev. 2012 (adaptado).</p><p>Considerando-se as caracterís�cas históricas da relação</p><p>entre índios e não índios, a suposta contradição</p><p>observada na relação entre suruís e recursos da</p><p>modernidade jus�fica-se porque os índios</p><p>a) aderiram à tecnologia atual como forma de assimilar a</p><p>cultura do homem branco.</p><p>b) fizeram uso do GPS para iden�ficar áreas propícias a</p><p>novas plantações.</p><p>c) usaram recursos tecnológicos para registrar a cultura</p><p>do seu povo.</p><p>d) fecharam parceria para denunciar as vidas perdidas</p><p>por doenças e matanças.</p><p>e) resguardaram as tradições da aldeia à custa do</p><p>isolamento provocado pela tecnologia moderna.</p><p>IT0705 - (Enem PPL)</p><p>Contam, numa anedota, que certo dia Rui Barbosa saiu</p><p>às ruas da cidade e se assustou com a quan�dade de</p><p>erros existentes nas placas das casas comerciais e que,</p><p>diante disso, resolveu ins�tuir um prêmio em dinheiro</p><p>para o comerciante que �vesse o nome de seu</p><p>estabelecimento grafado corretamente. Dias depois, Rui</p><p>Barbosa saiu à procura do vencedor. Sa�sfeito, encontrou</p><p>a placa vencedora: “Alfaiataria Águia de Ouro”. No</p><p>momento da entrega do prêmio, ao dizer o nome da</p><p>alfaiataria, Rui Barbosa foi interrompido pelo alfaiate</p><p>premiado, que disse:</p><p>— Sr. Rui, não é “águia de ouro”; é “aguia de ouro”!.</p><p>O caráter polí�co do ensino de língua portuguesa no</p><p>Brasil. Disponível em: h�p://rosabe.sites.uol.com.br.</p><p>Acesso em: 2 ago. 2012.</p><p>A variação linguís�ca afeta o processo de produção dos</p><p>sen�dos no texto. No relato envolvendo Rui Barbosa, o</p><p>emprego das marcas de variação obje�va</p><p>a) evidenciar a importância de marcas linguís�cas</p><p>valorizadoras da linguagem coloquial.</p><p>b) demonstrar incômodo com a variedade caracterís�ca</p><p>de pessoas pouco escolarizadas.</p><p>c) estabelecer um jogo de palavras a fim de produzir</p><p>efeito de humor.</p><p>d) cri�car a linguagem de pessoas originárias de fora dos</p><p>centros urbanos.</p><p>e) estabelecer uma polí�ca de incen�vo à escrita correta</p><p>das palavras.</p><p>IT0682 - (Enem PPL)</p><p>Saiba impedir que os cavalos de troia abram a guarda de</p><p>seu computador</p><p>A lenda da Guerra de Troia conta que gregos</p><p>conseguiram entrar na cidade camuflados em um cavalo</p><p>e, então, abriram as portas da cidade para mais</p><p>guerreiros entrarem e vencerem a batalha. Silencioso, o</p><p>cavalo de troia é um programa malicioso que abre as</p><p>portas do computador a um invasor, que pode u�lizar</p><p>55@professorferretto @prof_ferretto</p><p>como quiser o privilégio de estar dentro de uma</p><p>máquina. Esse malware é instalado em um computador</p><p>de forma camuflada, sempre com o “consen�mento” do</p><p>usuário. A explicação é que essa praga está dentro de um</p><p>arquivo que parece ser ú�l, como um programa ou</p><p>proteção de tela — que, ao ser executado, abre caminho</p><p>para o cavalo de troia. A intenção da maioria dos cavalos</p><p>de troia (trojans) não é contaminar arquivos ou</p><p>hardwares. Atualmente, o obje�vo principal dos cavalos</p><p>de troia é roubar informações de uma máquina. O</p><p>programa destrói ou altera dados com intenção</p><p>maliciosa, causando problemas ao computador ou</p><p>u�lizando-o para fins criminosos, como enviar spams. A</p><p>primeira regra para evitar a entrada dos cavalos de troia</p><p>é: não abra arquivos de procedência duvidosa.</p><p>Disponível em: h�p://idgnow.uol.com.br. Acesso em: 14</p><p>ago. 2012 (adaptado).</p><p>Cavalo de troia é considerado um malware que invade</p><p>computadores, com intenção maliciosa. Pelas</p><p>informações apresentadas no texto, depreende-se que a</p><p>finalidade desse programa é</p><p>a) roubar informações ou alterar dados de arquivos de</p><p>procedência duvidosa.</p><p>b) inserir senhas para enviar spams, através de um</p><p>rastreamento no computador.</p><p>c) rastrear e inves�gar dados do computador sem o</p><p>conhecimento do usuário.</p><p>d) induzir o usuário</p><p>a fazer uso criminoso e malicioso de</p><p>seu computador.</p><p>e) usurpar dados do computador, mediante sua execução</p><p>pelo usuário.</p><p>56@professorferretto @prof_ferretto</p><p>que caracterizam a</p><p>vida no campo.</p><p>c) aos nomes de personagens que acentuam aspectos de</p><p>sua personalidade.</p><p>d) ao emprego de ditados populares que resgatam</p><p>memórias e saberes cole�vos.</p><p>e) às descrições de costumes regionais que desmis�ficam</p><p>crenças e supers�ções.</p><p>IT0006 - (Enem)</p><p>Os linguistas têm notado a expansão do tratamento</p><p>informal. “Tenho 78 anos e devia ser tratado por senhor,</p><p>mas meus alunos mais jovens me tratam por você”, diz o</p><p>professor Ataliba Cas�lho, aparentemente sem se</p><p>incomodar com a informalidade, inconcebível em seus</p><p>tempos de estudante. O você, porém, não reinará</p><p>sozinho. O tu predomina em Porto Alegre e convive com</p><p>o você no Rio de Janeiro e em Recife, enquanto você é o</p><p>tratamento predominante em São Paulo, Curi�ba, Belo</p><p>Horizonte e Salvador. O tu já era mais próximo e menos</p><p>formal que você nas quase 500 cartas do acervo on-line</p><p>de uma ins�tuição universitária, quase todas de poetas,</p><p>polí�cos e outras personalidades do final do século XIX e</p><p>início do XX.</p><p>Disponível em: h�p://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso</p><p>em: 21 abr. 2015 (adaptado).</p><p>No texto, constata-se que os usos de pronomes variaram</p><p>ao longo do tempo e que atualmente têm empregos</p><p>diversos pelas regiões do Brasil. Esse processo revela que</p><p>5@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) a escolha de “você” ou de “tu” está condicionada à</p><p>idade da pessoa que usa o pronome.</p><p>b) a possibilidade de se usar tanto “tu” quanto “você”</p><p>caracteriza a diversidade da língua.</p><p>c) o pronome “tu” tem sido empregado em situações</p><p>informais por todo o país.</p><p>d) a ocorrência simultânea de “tu” e de “você” evidencia</p><p>a inexistência da dis�nção entre níveis de</p><p>formalidade.</p><p>e) o emprego de “você” em documentos escritos</p><p>demonstra que a língua tende a se manter</p><p>inalterada.</p><p>IT0026 - (Enem)</p><p>Em bom português</p><p>No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas</p><p>secas. Não é somente pela gíria que a gente é apanhada</p><p>(aliás, já não se usa mais a primeira pessoa, tanto do</p><p>singular como do plural: tudo é “a gente”). A própria</p><p>linguagem corrente vai-se renovando e a cada dia uma</p><p>parte do léxico cai em desuso.</p><p>Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas,</p><p>chamou minha atenção para os que falam assim:</p><p>— Assis� a uma fita de cinema com um ar�sta que</p><p>representa muito bem.</p><p>Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saberão</p><p>dizer que viram um filme com um ator que trabalha bem.</p><p>E irão ao banho de mar em vez de ir à praia, ves�do de</p><p>roupa de banho em vez de biquíni, carregando guarda-sol</p><p>em vez de barraca. Comprarão um automóvel em vez de</p><p>comprar um carro, pegarão um defluxo em vez de um</p><p>resfriado, vão andar no passeio em vez de passear na</p><p>calçada. Viajarão de trem de ferro e apresentarão sua</p><p>esposa ou sua senhora em vez de apresentar sua mulher.</p><p>SABINO, F. Folha de S.Paulo, 13 abr. 1984 (adaptado).</p><p>A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes</p><p>classes socioculturais. O texto exemplifica essa</p><p>caracterís�ca da língua, evidenciando que</p><p>a) o uso de palavras novas deve ser incen�vado em</p><p>detrimento das an�gas.</p><p>b) a u�lização de inovações no léxico é percebida na</p><p>comparação de gerações.</p><p>c) o emprego de palavras com sen�dos diferentes</p><p>caracteriza diversidade geográfica.</p><p>d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos</p><p>iden�ficadores da classe social a que pertence o</p><p>falante.</p><p>e) o modo de falar específico de pessoas de diferentes</p><p>faixas etárias é frequente em todas as regiões.</p><p>IT0007 - (Enem)</p><p>Sinhá</p><p>Se a dona se banhou</p><p>Eu não estava lá</p><p>Por Deus Nosso Senhor</p><p>Eu não olhei Sinhá</p><p>Estava lá na roça</p><p>Sou de olhar ninguém</p><p>Não tenho mais cobiça</p><p>Nem enxergo bem</p><p>Para que me pôr no tronco</p><p>Para que me aleijar</p><p>Eu juro a vosmecê</p><p>Que nunca vi Sinhá</p><p>[…]</p><p>Por que talhar meu corpo</p><p>Eu não olhei Sinhá</p><p>Para que que vosmincê</p><p>Meus olhos vai furar</p><p>Eu choro em iorubá</p><p>Mas oro por Jesus</p><p>Para que que vassuncê</p><p>Me �ra a luz.</p><p>CHICO BUAROUE; JOÃO BOSCO. Chico. Rio de Janeiro:</p><p>Biscoito Fino, 2011 (fragmento).</p><p>No fragmento da letra da canção, o vocabulário</p><p>empregado e a situação retratada são relevantes para o</p><p>patrimônio linguís�co e iden�tário do país, na medida</p><p>em que</p><p>6@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) remetem à violência �sica e simbólica contra os povos</p><p>escravizados.</p><p>b) valorizam as influências da cultura africana sobre a</p><p>música nacional.</p><p>c) rela�vizam o sincre�smo cons�tu�vo das prá�cas</p><p>religiosas brasileiras.</p><p>d) narram os infortúnios da relação amorosa entre</p><p>membros de classes sociais diferentes.</p><p>e) problema�zam as diferentes visões de mundo na</p><p>sociedade durante o período colonial.</p><p>IT0358 - (Enem)</p><p>Projeto na Câmara de BH quer a vacinação gratuita de</p><p>cães contra a leishmaniose</p><p>A doença é grave e vem causando preocupação na região</p><p>metropolitana da capital mineira</p><p>Ela é uma doença grave, transmi�da pela picada do</p><p>mosquito-palha, e afeta tanto os seres humanos quanto</p><p>os cachorros: a leishmaniose. Por ser um problema de</p><p>saúde pública, a doença pode ganhar uma ação</p><p>preven�va importante, caso um projeto de lei seja</p><p>aprovado na Câmara Municipal de Belo Horizonte</p><p>(CMBH). Diante do alto número de casos da doença na</p><p>Grande BH, a Comissão de Saúde e Saneamento da</p><p>CMBH aprovou a proposta de realização de campanhas</p><p>públicas de vacinação gratuita de cães contra a</p><p>leishmaniose, tema do PL 404/17, apreciado pelo</p><p>colegiado em reunião ordinária, no dia 6 de dezembro.</p><p>Disponível em: h�ps://revistaencontro.com.br. Acesso</p><p>em: 11 dez. 2017.</p><p>Essa no�cia, além de cumprir sua função informa�va,</p><p>assume o papel de</p><p>a) fiscalizar as ações de saúde e saneamento da cidade.</p><p>b) defender os serviços gratuitos de atendimento à</p><p>população.</p><p>c) conscien�zar a população sobre grave problema de</p><p>saúde pública.</p><p>d) propor campanhas para a ampliação de acesso aos</p><p>serviços públicos.</p><p>e) responsabilizar os agentes públicos pela demora na</p><p>tomada de decisões.</p><p>IT0361 - (Enem)</p><p>O bebê de tarlatana rosa</p><p>– [...] Na terça desliguei-me do grupo e caí no mar alto da</p><p>depravação, só, com uma roupa leve por cima da pele e</p><p>todos os maus ins�ntos fus�gados. De resto a cidade</p><p>inteira estava assim. É o momento em que por trás das</p><p>máscaras as meninas confessam paixões aos rapazes, é o</p><p>instante em que as ligações mais secretas transparecem,</p><p>em que a virgindade é dúbia e todos nós a achamos</p><p>inú�l, a honra uma caceteação, o bom senso uma fadiga.</p><p>Nesse momento tudo é possível, os maiores absurdos, os</p><p>maiores crimes; nesse momento há um riso que galvaniza</p><p>os sen�dos e o beijo se desata naturalmente.</p><p>Eu estava trepidante, com uma ânsia de acanalhar-me,</p><p>quase mórbida. Nada de raparigas do galarim</p><p>perfumadas e por demais conhecidas, nada do contato</p><p>familiar, mas o deboche anônimo, o deboche ritual de</p><p>chegar, pegar, acabar, con�nuar. Era ignóbil. Felizmente</p><p>muita gente sofre do mesmo mal no carnaval.</p><p>RIO, J. Dentro da noite. São Paulo: An�qua, 2002.</p><p>No texto, o personagem vincula ao carnaval a�tudes e</p><p>reações cole�vas diante das quais expressa</p><p>a) consagração da alegria do povo.</p><p>b) atração e asco perante a�tudes liber�nas.</p><p>c) espanto com a quan�dade de foliões nas ruas.</p><p>d) intenção de confraternizar com desconhecidos.</p><p>e) reconhecimento da festa como manifestação cultural.</p><p>IT0330 - (Enem)</p><p>Urgência emocional</p><p>Se tudo é para ontem, se a vida engata uma primeira e</p><p>sai em disparada, se não há mais tempo para paradas</p><p>estratégicas, caímos fatalmente no vício de querer que os</p><p>amores sejam igualmente resolvidos num á�mo de</p><p>segundo. Temos pressa para ouvir “eu te amo”. Não</p><p>vemos a hora de que fiquem estabelecidas as regras de</p><p>convívio: somos namorados, ficantes, casados, amantes?</p><p>Urgência emocional. Uma cilada. Associamos diversas</p><p>palavras ao AMOR: paixão, romance, sexo, adrenalina,</p><p>palpitação. Esquecemos, no entanto, da palavra que</p><p>viabiliza esse sen�mento: “paciência”. Amor sem</p><p>paciência não vinga. Amor não pode ser mas�gado e</p><p>engolido com emergência, com fome desesperada. É uma</p><p>refeição que pode durar uma vida.</p><p>MEDEIROS, M. Disponível em:</p><p>h�p:/porumavidasimples.blogspot.com.br. Acesso em: 20</p><p>ago. 2017 (adaptado).</p><p>Nesse texto de</p><p>opinião, as marcas linguís�cas revelam</p><p>uma situação distensa e de pouca formalidade, o que se</p><p>evidencia pelo(a)</p><p>7@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) impessoalização ao longo do texto, como em: “se não</p><p>há mais tempo”.</p><p>b) construção de uma atmosfera de urgência, em</p><p>palavras como: “pressa”.</p><p>c) repe�ção de uma determinada estrutura sintá�ca,</p><p>como em: “Se tudo é para ontem”.</p><p>d) ênfase no emprego da hipérbole, como em: “uma</p><p>refeição que pode durar uma vida”.</p><p>e) emprego de metáforas, como em: “a vida engata uma</p><p>primeira e sai em disparada”.</p><p>IT0017 - (Enem)</p><p>TEXTO I</p><p>Terezinha de Jesus</p><p>De uma queda foi ao chão</p><p>Acudiu três cavalheiros</p><p>Todos os três de chapéu na mão</p><p>O primeiro foi seu pai</p><p>O segundo, seu irmão</p><p>O terceiro foi aquele</p><p>A quem Tereza deu a mão</p><p>BATISTA, M. F. B. M.; SANTOS, I. M. F. (Org.). Cancioneiro</p><p>da Paraíba. João Pessoa: Grafset, 1993 (adaptado).</p><p>TEXTO II</p><p>Outra interpretação é feita e par�r das condições sociais</p><p>daquele tempo. Para a ama e para a criança para quem</p><p>cantava a can�ga, e música falava do casamento como</p><p>um des�no natural na vida da mulher, na sociedade</p><p>brasileira do século XIX, marcada pelo patriarcalismo. A</p><p>música prepara a moça para o seu des�no não apenas</p><p>inexorável, mas desejável; o casamento, estabelecendo</p><p>uma hierarquia de obediência (pai, irmão mais velho,</p><p>marido), de acordo com a época e circunstâncias de sua</p><p>vida.</p><p>Disponível em: h�p://provsjose.blogspot.com.br. Acesso</p><p>em: 5 dez. 2012.</p><p>O comentário do Texto II sobre o Texto I evoca a</p><p>mobilização da língua oral que, em determinados</p><p>contextos,</p><p>a) assegura existência de pensamentos contrários à</p><p>ordem vigente.</p><p>b) mantém a heterogeneidade das formas de relações</p><p>sociais.</p><p>c) conserva a influência sobre certas culturas.</p><p>d) preserva a diversidade cultural e comportamental.</p><p>e) reforça comportamentos e padrões culturais.</p><p>IT0029 - (Enem)</p><p>Censura moralista</p><p>Há tempos que a leitura está em pauta. E, diz-se, em</p><p>crise. Comenta-se esta crise, por exemplo, apontando a</p><p>precariedade das prá�cas de leitura, lamentando a falta</p><p>de familiaridade dos jovens com livros, reclamando da</p><p>falta de bibliotecas em tantos municípios, do preço dos</p><p>livros em livrarias, num nunca acabar de problemas e de</p><p>carências. Mas, de um tempo para cá, pesquisas</p><p>acadêmicas vêm dizendo que talvez não seja exatamente</p><p>assim, que brasileiros leem, sim, só que leem livros que</p><p>as pesquisas tradicionais não levam em conta. E, também</p><p>de um tempo para cá, polí�cas educacionais têm tomado</p><p>a peito inves�r em livros e em leitura.</p><p>LAJOLO, M. Disponível em: www.estadao.com.br. Acesso</p><p>em: 2 dez. 2013 (fragmento).</p><p>Os falantes, nos textos que produzem, sejam orais ou</p><p>escritos, posicionam-se frente a assuntos que geram</p><p>consenso ou despertam polêmica. No texto, a autora</p><p>a) ressalta a importância de os professores incen�varem</p><p>os jovens às prá�cas de leitura.</p><p>b) cri�ca pesquisas tradicionais que atribuem a falta de</p><p>leitura à precariedade de bibliotecas.</p><p>c) rebate a ideia de que as polí�cas educacionais são</p><p>eficazes no combate à crise de leitura.</p><p>d) ques�ona a existência de uma crise de leitura com</p><p>base nos dados de pesquisas acadêmicas.</p><p>e) atribui a crise da leitura à falta de incen�vos e ao</p><p>desinteresse dos jovens por livros de qualidade.</p><p>IT0355 - (Enem)</p><p>Notas</p><p>Soluços, lágrimas, casa armada, veludo preto nos portais,</p><p>um homem que veio ves�r o cadáver, outro que tomou a</p><p>medida do caixão, caixão, essa, tocheiros, convites,</p><p>convidados que entravam, lentamente, a passo surdo, e</p><p>apertavam a mão à família, alguns tristes, todos sérios e</p><p>calados, padre e sacristão, rezas, aspersões d’água benta,</p><p>o fechar do caixão, a prego e martelo, seis pessoas que o</p><p>tomam da essa, e o levantam, e o descem a custo pela</p><p>escada, não obstante os gritos, soluços e novas lágrimas</p><p>da família, e vão até o coche fúnebre, e o colocam em</p><p>cima e traspassam e apertam as correias, o rodar do</p><p>coche, o rodar dos carros, um a um... Isto que parece um</p><p>simples inventário eram notas que eu havia tomado para</p><p>um capítulo triste e vulgar que não escrevo.</p><p>ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas.</p><p>www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 25 jul. 2022.</p><p>O recurso linguís�co que permite a Machado de Assis</p><p>considerar um capítulo de Memórias póstumas de Brás</p><p>Cubas como inventário é a</p><p>8@professorferretto @prof_ferretto</p><p>a) enumeração de objetos e fatos.</p><p>b) predominância de linguagem obje�va.</p><p>c) ocorrência de período longo no trecho.</p><p>d) combinação de verbos no presente e no pretérito.</p><p>e) presença de léxico do campo semân�co de funerais.</p><p>IT0344 - (Enem)</p><p>A escrava</p><p>– Admira-me –, disse uma senhora de sen�mentos</p><p>sinceramente abolicionistas —; faz-me até pasmar como</p><p>se possa sen�r, e expressar sen�mentos escravocratas,</p><p>no presente século, no século dezenove! A moral</p><p>religiosa e a moral cívica aí se erguem, e falam bem alto</p><p>esmagando a hidra que envenena a família no mais</p><p>sagrado santuário seu, e desmoraliza, e avilta a nação</p><p>inteira! Levantai os olhos ao Gólgota, ou percorrei-os em</p><p>torno da sociedade, e dizei-me:</p><p>– Para que se deu em sacri�cio, o Homem Deus, que ali</p><p>exalou seu derradeiro alento? Ah! Então não era verdade</p><p>que seu sangue era o resgate do homem! É então uma</p><p>men�ra abominável ter esse sangue comprado a</p><p>liberdade!? E depois, olhai a sociedade... Não vedes o</p><p>abutre que a corrói constantemente!... Não sen�s a</p><p>desmoralização que a enerva, o cancro que a destrói?</p><p>Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela é, e</p><p>sempre será um grande mal. Dela a decadência do</p><p>comércio; porque o comércio e a lavoura caminham de</p><p>mãos dadas, e o escravo não pode fazer florescer a</p><p>lavoura; porque o seu trabalho é forçado.</p><p>REIS, M. F. Úrsula outras obras. Brasília: Câmara dos</p><p>Deputados, 2018.</p><p>Inscrito na esté�ca român�ca da literatura brasileira, o</p><p>conto descor�na aspectos da realidade nacional no</p><p>século XIX ao</p><p>a) revelar a imposição de crenças religiosas a pessoas</p><p>escravizadas.</p><p>b) apontar a hipocrisia do discurso conservador na</p><p>defesa da escravidão.</p><p>c) sugerir prá�cas de violência �sica e moral em nome do</p><p>progresso material.</p><p>d) relacionar o declínio da produção agrícola e comercial</p><p>a questões raciais.</p><p>e) ironizar o comportamento dos proprietários de terra</p><p>na exploração do trabalho.</p><p>IT0022 - (Enem)</p><p>Palavras jogadas fora</p><p>Quando criança, convivia no interior de São Paulo com o</p><p>curioso verbo pinchar e ainda o ouço por lá</p><p>esporadicamente. O sen�do da palavra é o de “jogar</p><p>fora” (pincha fora essa porcaria) ou “mandar embora”</p><p>(pincha esse fulano daqui). Teria sido uma das muitas</p><p>palavras que ouvi menos na capital do estado e, por</p><p>conseguinte, deixei de usar. Quando indago às pessoas se</p><p>conhecem esse verbo, comumente escuto respostas</p><p>como “minha avó fala isso”. Aparentemente, para muitos</p><p>falantes, esse verbo é algo do passado, que deixará de</p><p>exis�r tão logo essa geração an�ga morrer.</p><p>As palavras são, em sua grande maioria, resultados de</p><p>uma tradição: elas já estavam lá antes de nascermos.</p><p>“Tradição”, e�mologicamente, é o ato de entregar, de</p><p>passar adiante, de transmi�r (sobretudo valores</p><p>culturais). O rompimento da tradição de uma palavra</p><p>equivale à sua ex�nção. A gramá�ca norma�va muitas</p><p>vezes colabora criando preconceitos, mas o fator mais</p><p>forte que mo�va os falantes a ex�nguirem uma palavra é</p><p>associar a palavra, influenciados direta ou indiretamente</p><p>pela visão norma�va, a um grupo que julga não ser o seu.</p><p>O pinchar, associado ao ambiente rural, onde há pouca</p><p>escolaridade e refinamento citadino, está fadado à</p><p>ex�nção?</p><p>É louvável que nos preocupemos com a ex�nção de</p><p>ararinhas-azuis ou dos micos-leão-dourados, mas a</p><p>ex�nção de uma palavra não promove nenhuma</p><p>comoção, como não nos comovemos com a ex�nção de</p><p>insetos, a não ser dos extraordinariamente belos. Pelo</p><p>contrário, muitas vezes a ex�nção das palavras é</p><p>incen�vada.</p><p>VIARO, M. E. Língua Portuguesa. n. 77, mar. 2012</p><p>(adaptado).</p><p>A discussão empreendida sobre o (des)uso do verbo</p><p>“pinchar” nos traz uma reflexão sobre a linguagem e seus</p><p>usos, a par�r da qual compreende-se que</p><p>a) as</p><p>palavras esquecidas pelos falantes devem ser</p><p>descartadas dos dicionários, conforme sugere o</p><p>�tulo.</p><p>b) o cuidado com espécies animais em ex�nção é mais</p><p>urgente do que a preservação de palavras.</p><p>c) o abandono de determinados vocábulos está</p><p>associado a preconceitos socioculturais.</p><p>d) as gerações têm a tradição de perpetuar o inventário</p><p>de uma língua.</p><p>e) o mundo contemporâneo exige a inovação do</p><p>vocabulário das línguas.</p><p>IT0035 - (Enem)</p><p>Ó Pátria amada.</p><p>Idolatrada,</p><p>Salve! Salve!</p><p>Brasil, de amor eterno seja símbolo</p><p>O lábaro que ostentas estrelado,</p><p>9@professorferretto @prof_ferretto</p><p>E diga o verde-louro dessa flâmula</p><p>— “Paz no futuro e glória no passado.”</p><p>Mas, se ergues da jus�ça a clava forte,</p><p>Verás que um filho teu não foge à luta,</p><p>Nem teme, quem te adora, a própria morte.</p><p>Terra adorada,</p><p>Entre outras mil,</p><p>És tu, Brasil,</p><p>Ó Pátria amada!</p><p>Dos filhos deste solo és mãe gen�l,</p><p>Pátria amada, Brasil!</p><p>Hino Nacional do Brasil. Letra: Joaquim Osório Duque</p><p>Estrada.</p><p>Música: Francisco Manuel da Silva (fragmento).</p><p>O uso da norma-padrão na letra do Hino Nacional do</p><p>Brasil é jus�ficado por tratar-se de um(a)</p><p>a) reverência de um povo a seu país.</p><p>b) gênero solene de caracterís�ca protocolar.</p><p>c) canção concebida sem interferência da oralidade.</p><p>d) escrita de uma fase mais an�ga da língua</p><p>portuguesa.</p><p>e) artefato cultural respeitado por todo o povo</p><p>brasileiro.</p><p>IT0023 - (Enem)</p><p>Azeite de oliva e óleo de linhaça: uma dupla imba�vel</p><p>Rico em gorduras do bem, ela combate a obesidade, dá</p><p>um chega pra lá no diabete e ainda livra o coração de</p><p>entraves</p><p>Ninguém precisa esquentar a cabeça caso não seja</p><p>possível usar os dois óleos jun�nhos, no mesmo dia.</p><p>Individualmente, o duo também bate um bolão. Segundo</p><p>um estudo recente do grupo EurOlive, formado por</p><p>ins�tuições de cinco países europeus, os polifenóis do</p><p>azeite de oliva ajudam a frear a oxidação do colesterol</p><p>LDL, considerado perigoso. Quando isso ocorre, reduz-se</p><p>o risco de placas de gordura na parede dos vasos, a</p><p>temida aterosclerose - doença por trás de encrencas</p><p>como o infarto.</p><p>MANARINI, T. Saúde é vital. n. 347, fev. 2012 (adaptado).</p><p>Para divulgar conhecimento de natureza cien�fica para</p><p>um público não especializado, Manarini recorre à</p><p>associação entre vocabulário formal e vocabulário</p><p>informal. Altera-se o grau de formalidade do segmento</p><p>no texto, sem alterar o sen�do da informação, com a</p><p>subs�tuição de</p><p>a) “dá um chega pra lá no diabete” por “manda embora o</p><p>diabete”.</p><p>b) “esquentar a cabeça” por “quebrar a cabeça”.</p><p>c) “bate um bolão” por “é um show”.</p><p>d) “jun�nhos” por “misturadinhos”.</p><p>e) “por trás de encrencas” por “causadora de</p><p>problemas”.</p><p>IT0015 - (Enem)</p><p>O Ins�tuto de Arte de Chicago disponibilizou para</p><p>visualização on-line, compar�lhamento ou download</p><p>(sob licença Crea�ve Commons), 44 mil imagens de obras</p><p>de arte em al�ssima resolução, além de livros, estudos e</p><p>pesquisas sobre a história da arte.</p><p>Para o historiador da arte, Bendor Grosvenor, o sucesso</p><p>das coleções on-line de acesso aberto, além de</p><p>democra�zar a arte, vem ajudando a formar um novo</p><p>público museológico. Grosvenor acredita que quanto</p><p>mais pessoas forem expostas à arte on-line, mais visitas</p><p>pessoais acontecerão aos museus.</p><p>A coleção está disponível em seis categorias: paisagens</p><p>urbanas, impressionismo, essenciais, arte africana, moda</p><p>e animais. Também é possível pesquisar pelo nome da</p><p>obra, es�lo, autor ou período. Para navegar pela imagem</p><p>em alta definição, basta clicar sobre ela e u�lizar a</p><p>ferramenta de zoom. Para fazer o download, disponível</p><p>para obras de domínio público, é preciso u�lizar a seta</p><p>localizada do lado inferior direito da imagem.</p><p>Disponível em: www.revistabula.com.</p><p>Acesso em: 5 dez. 2018 (adaptado).</p><p>A função da linguagem que predomina nesse texto se</p><p>caracteriza por</p><p>a) evidenciar a subje�vidade da reportagem com base na</p><p>fala do historiador de arte.</p><p>b) convencer o leitor a fazer o acesso on-line, levando-o</p><p>a conhecer as obras de arte.</p><p>c) informar sobre o acesso às imagens por meio da</p><p>descrição do modo como acessá-las.</p><p>d) estabelecer interlocução com o leitor, orientando-o a</p><p>fazer o download das obras de arte.</p><p>e) enaltecer a arte, buscando popularizá-la por meio da</p><p>possibilidade de visualização on-line.</p><p>IT0340 - (Enem)</p><p>PALAVRA – As gramá�cas classificam as palavras em</p><p>substan�vo, adje�vo, verbo, advérbio, conjunção, prono -</p><p>me, numeral, ar�go e preposição. Os poetas classificam</p><p>as palavras pela alma porque gostam de brincar com elas,</p><p>e para brincar com elas é preciso ter in�midade primeiro.</p><p>É a alma da palavra que define, explica, ofende ou elogia,</p><p>10@professorferretto @prof_ferretto</p><p>se coloca entre o significante e o significado para dizer o</p><p>que quer, dar sen�mento às coisas, fazer sen�do. A</p><p>palavra nuvem chove. A palavra triste chora. A palavra</p><p>sono dorme. A palavra tempo passa. A palavra fogo</p><p>queima. A palavra faca corta. A palavra carro corre. A</p><p>palavra “palavra” diz. O que quer. E nunca desdiz depois.</p><p>As palavras têm corpo e alma, mas são diferentes das</p><p>pessoas em vários pontos. As palavras dizem o que</p><p>querem, está dito, e pronto.</p><p>FALCÃO, A. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São</p><p>Paulo: Salamandra, 2013 (adaptado).</p><p>Esse texto, que simula um verbete para a palavra</p><p>“palavra”, cons�tui-se como um poema porque</p><p>a) tema�za o fazer poé�co, como em “Os poetas</p><p>classificam as palavras pela alma”.</p><p>b) u�liza o recurso expressivo da metáfora, como em “As</p><p>palavras têm corpo e alma”.</p><p>c) valoriza a gramá�ca da língua, como em “substan�vo,</p><p>adje�vo, verbo, advérbio, conjunção”.</p><p>d) estabelece comparações, como em “As palavras têm</p><p>corpo e alma, mas são diferentes das pessoas”.</p><p>e) apresenta informações per�nentes acerca do conceito</p><p>de “palavras”, como em “As gramá�cas classificam as</p><p>palavras”.</p><p>IT0018 - (Enem)</p><p>De domingo</p><p>–– Outrossim...</p><p>–– O quê?</p><p>–– O que o quê?</p><p>–– O que você disse.</p><p>–– Outrossim?</p><p>–– É.</p><p>–– O que é que tem?</p><p>–– Nada. Só achei engraçado.</p><p>–– Não vejo a graça.</p><p>–– Você vai concordar que não é uma palavra de todos os</p><p>dias.</p><p>–– Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.</p><p>–– Se bem que parece mais uma palavra de segunda-</p><p>feira.</p><p>–– Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”.</p><p>–– “Ônus”.</p><p>–– “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.</p><p>–– “Resquício” é de domingo.</p><p>–– Não, não. Segunda. No máximo terça.</p><p>–– Mas “outrossim”, francamente...</p><p>–– Qual o problema?</p><p>–– Re�ra o “outrossim”.</p><p>–– Não re�ro. É uma ó�ma palavra. Aliás é uma palavra</p><p>di�cil de usar. Não é qualquer um que usa “outrossim”.</p><p>VERISSIMO, L. F. Comédias da vida privada.</p><p>Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).</p><p>No texto, há uma discussão sobre o uso de algumas</p><p>palavras da língua portuguesa. Esse uso promove o(a)</p><p>a) marcação temporal, evidenciada pela presença de</p><p>palavras indica�vas dos dias da semana.</p><p>b) tom humorís�co, ocasionado pela ocorrência de</p><p>palavras empregadas em contextos formais.</p><p>c) caracterização da iden�dade linguís�ca dos</p><p>interlocutores, percebida pela recorrência de palavras</p><p>regionais.</p><p>d) distanciamento entre os interlocutores, provocado</p><p>pelo emprego de palavras com significados pouco</p><p>conhecidos.</p><p>e) inadequação vocabular, demonstrada pela seleção de</p><p>palavras desconhecidas por parte de um dos</p><p>interlocutores do diálogo.</p><p>IT0013 - (Enem)</p><p>Seu delegado</p><p>Eu sou viúvo e tenho um filho homem</p><p>Arrumei uma viúva e fui me casar</p><p>A minha sogra era muito teimosa</p><p>Com o meu filho foi se matrimoniar</p><p>Desse matrimônio nasceu um garoto</p><p>Desde esse dia que eu ando é louco</p><p>Esse garoto é filho do meu filho</p><p>E o filho da minha sogra é irmão da minha mulher</p><p>Ele é meu neto e eu sou cunhado dele</p><p>A minha nora é minha sogra</p><p>Meu filho meu sogro é</p><p>Nessa confusão já nem sei quem sou</p><p>Acaba esse garoto sendo meu avô.</p><p>TRIO FORROZÃO. Agitando a rapaziada. Rio de Janeiro:</p><p>Natasha Records, 2009.</p><p>Nessa letra da canção, a suposição do úl�mo verso</p><p>sinaliza a intenção do autor de</p><p>a) ironizar as relações familiares modernas.</p><p>b) reforçar o humor da situação representada.</p><p>c) expressar perplexidade em relação ao parente.</p><p>d) atribuir à criança</p><p>a causa da dúvida existencial.</p><p>e) ques�onar os lugares predeterminados da família.</p><p>IT0031 - (Enem)</p><p>eu acho um fato interessante... né... foi como meu pai e</p><p>minha mãe vieram se conhecer... né... que... minha mãe</p><p>morava no Piauí com toda família... né... meu... meu</p><p>avô... materno no caso... era maquinista... ele sofreu um</p><p>11@professorferretto @prof_ferretto</p><p>acidente... infelizmente morreu... minha mãe �nha cinco</p><p>anos... né... e o irmão mais velho dela... meu padrinho...</p><p>�nha dezessete e ele foi obrigado a trabalhar... foi</p><p>trabalhar no banco... e... ele foi... o banco... no caso...</p><p>estava... com um número de funcionários cheio e ele teve</p><p>que ir para outro local e pediu transferência prum local</p><p>mais perto de Parnaíba que era a cidade onde eles</p><p>moravam e por engano o... o... escrivão entendeu</p><p>Paraíba... né... e meu... e minha família veio parar em</p><p>Mossoró que era exatamente o local mais perto onde</p><p>�nha vaga pra funcionário do Banco do Brasil e ela foi</p><p>parar na rua do meu pai... né... e começaram a se</p><p>conhecer... namoraram onze anos... né... pararam algum</p><p>tempo... brigaram... é lógico... porque todo</p><p>relacionamento tem uma briga... né... e eu achei esse</p><p>fato muito interessante porque foi uma coincidência</p><p>incrível... né... como vieram a se conhecer... namoraram e</p><p>hoje... e até hoje estão juntos... dezessete anos de</p><p>casados...</p><p>CUNHA, M. A. F. (Org.). Corpus discurso & gramá�ca: a</p><p>língua falada e escrita na cidade do Natal. Natal: EdUFRN,</p><p>1998.</p><p>Na transcrição de fala, há um breve relato de experiência</p><p>pessoal, no qual se observa a frequente repe�ção de</p><p>“né”. Essa repe�ção é um(a)</p><p>a) índice de baixa escolaridade do falante.</p><p>b) estratégia �pica de manutenção da interação oral.</p><p>c) marca de conexão lógica entre conteúdos na fala.</p><p>d) manifestação caracterís�ca da fala regional</p><p>nordes�na.</p><p>e) recurso enfa�zador da informação mais relevante da</p><p>narra�va.</p><p>IT0003 - (Enem)</p><p>A draga</p><p>A gente não sabia se aquela draga �nha nascido ali, no</p><p>Porto, como um pé de árvore ou uma duna.</p><p>– E que fosse uma casa de peixes?</p><p>Meia dúzia de loucos e bêbados moravam dentro dela,</p><p>enraizados em suas ferragens.</p><p>Dos viventes da draga era um o meu amigo Mário-pega-</p><p>sapo.</p><p>[...]</p><p>Quando Mário morreu, um literato oficial, em necrológio</p><p>caprichado, chamou-o de Mário-Captura-Sapo! Ai que</p><p>dor!</p><p>Ao literato cujo fazia-lhe nojo a forma coloquial.</p><p>Queria capturaem vez de pega para não macular (sic) a</p><p>língua nacional lá dele...</p><p>Da velha draga</p><p>Abrigo de vagabundos e de bêbados, restaram as</p><p>expressões: estar na draga, viver na draga por estar sem</p><p>dinheiro, viver na miséria</p><p>Que ora ofereço ao filólogo Aurélio Buarque de Hollanda</p><p>Para que as registre em seus léxicos</p><p>Pois que o povo já as registrou.</p><p>BARROS, M. Gramá�ca exposi�va do chão: poesia quase</p><p>toda. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 1990</p><p>(fragmento).</p><p>Ao cri�car o preciosismo linguís�co do literato e ao</p><p>sugerir a dicionarização de expressões locais, o poeta</p><p>expressa uma concepção de língua que</p><p>a) contrapõe caracterís�cas da escrita e da fala.</p><p>b) ironiza a comunicação fora da norma-padrão.</p><p>c) subs�tui regionalismos por registros formais.</p><p>d) valoriza o uso de variedades populares.</p><p>e) defende novas regras grama�cais.</p><p>IT0360 - (Enem)</p><p>Firmo, o vaqueiro</p><p>No dia seguinte, à hora em que saía o gado, estava eu</p><p>debruçado à varanda quando vi o cafuzo que preparava o</p><p>animal viajeiro:</p><p>– Raimundinho, como vai ele?...</p><p>De longe apontou a palhoça.</p><p>– Sim.</p><p>O braço caiu-lhe, olhou-me algum tempo comovido;</p><p>depois, saltando para o animal, levou o polegar à boca</p><p>fazendo estalar a unha nos dentes: “Às quatro da</p><p>manhã... A�rei um verso e disse, para bulir com ele: Pega,</p><p>velho! Não respondeu. Tio Firmo, mesmo velho e doente,</p><p>não era homem para deixar um verso no chão... Fui ver,</p><p>coitado!... estava morto. E deu de esporas para que eu</p><p>não lhe visse as lágrimas.</p><p>NETTO, C. In: MARCHEZAN, L. G. (Org.). O conto</p><p>regionalista. São Paulo: Mar�ns Fontes, 2009.</p><p>A passagem registra um momento em que a</p><p>expressividade lírica é reforçada pela</p><p>a) plas�cidade da imagem do rebanho reunido.</p><p>b) sugestão da firmeza do sertanejo ao arrear o cavalo.</p><p>c) situação de pobreza encontrada nos sertões</p><p>brasileiros.</p><p>d) afe�vidade demonstrada ao no�ciar a morte do</p><p>cantador.</p><p>e) preocupação do vaqueiro em demostrar sua virilidade.</p><p>ITT0335 - (Enem)</p><p>12@professorferretto @prof_ferretto</p><p>Ora, sempre que surge uma nova técnica, ela quer</p><p>demonstrar que revogará as regras e coerções que</p><p>presidiram o nascimento de todas as outras invenções do</p><p>passado. Ela se pretende orgulhosa e única. Como se a</p><p>nova técnica carreasse com ela, automa�camente, para</p><p>seus novos usuários, uma propensão natural a fazer</p><p>economia de qualquer aprendizagem. Como se ela se</p><p>preparasse para varrer tudo que a precedeu, ao mesmo</p><p>tempo transformando em analfabetos todos os que</p><p>ousassem repeli-la.</p><p>Fui testemunha dessa mudança ao longo de toda a minha</p><p>vida. Ao passo que, na realidade, é o contrário que</p><p>acontece. Cada nova técnica exige uma longa iniciação</p><p>numa nova linguagem, ainda mais longa na medida em</p><p>que nosso espírito é formatado pela u�lização das</p><p>linguagens que precederam o nascimento da recém-</p><p>chegada.</p><p>ECO, U.; CARRIÈRE, J.-C. Não contem com o fim do livro.</p><p>Rio de Janeiro: Record, 2010 (adaptado).</p><p>O texto revela que, quando a sociedade promove o</p><p>desenvolvimento de uma nova técnica, o que mais</p><p>impacta seus usuários é a</p><p>a) dificuldade na apropriação da nova linguagem.</p><p>b) valorização da u�lização da nova tecnologia.</p><p>c) recorrência das mudanças tecnológicas.</p><p>d) suplantação imediata dos conhecimentos prévios.</p><p>e) rapidez no aprendizado do manuseio das novas</p><p>invenções.</p><p>IT0362 - (Enem)</p><p>Vanda vinha do interior de Minas Gerais e de dentro de</p><p>um livro de Charles Dickens. Sem dinheiro para criá-la,</p><p>sua mãe a dera, com seus sete anos, a uma conhecida.</p><p>Ao recebê-la, a mulher perguntou o que a garo�nha</p><p>gostava de comer. Anotou tudo num papel. Mal a mãe</p><p>virou as costas, no entanto, a fulana amassou a lista e,</p><p>como uma vilã de folhe�m, decretou: “A par�r de hoje,</p><p>você não vai mais nem sen�r o cheiro dessas comidas!”.</p><p>Vanda trabalhou lá até os quinze anos, quando recebeu a</p><p>carta de uma prima com uma nota de cem cruzeiros, saiu</p><p>de casa com a roupa do corpo e fugiu num ônibus para</p><p>São Paulo.</p><p>Todas as vezes que eu e minha irmã a importunávamos</p><p>com nossas demandas de criança mimada, ela nos</p><p>contava histórias da infância de gata-borralheira, fazia-</p><p>nos apertar seu nariz quebrado por uma das filhas da</p><p>“patroa” com um rolo de amassar pão e nos expulsava da</p><p>cozinha: “Sai pra lá, peste, e me deixa acabar essa janta”</p><p>PRATA, A. Nu de botas. São Paulo: Cia. das Letras, 2013</p><p>(adaptado).</p><p>Pela ó�ca do narrador, a trajetória da empregada de sua</p><p>casa assume um efeito expressivo decorrente da</p><p>a) citação a referências literárias tradicionais.</p><p>b) alusão à inocência das crianças da época.</p><p>c) estratégia de ques�onar a bondade humana.</p><p>d) descrição detalhada das pessoas do interior.</p><p>e) representação anedó�ca de atos de violência.</p><p>IT0351 - (Enem)</p><p>As línguas silenciadas do Brasil</p><p>Para aprender a língua de seu povo, o professor Txaywa</p><p>Pataxó, de 29 anos, precisou estudar os fatores que, por</p><p>diversas vezes, quase provocaram a ex�nção da língua</p><p>patxôhã. Mergulhou na história do Brasil e descobriu</p><p>fatos violentos que dispersaram os pataxós, forçados a</p><p>abandonar a própria língua para escapar da perseguição.</p><p>“Os pataxós se espalharam, principalmente, depois do</p><p>Fogo de 1951. Queimaram tudo e expulsaram a gente das</p><p>nossas terras. Isso constrange o nosso povo até hoje”,</p><p>conta Txaywa, estudante da Universidade Federal de</p><p>Minas Gerais e professor na aldeia Barra Velha, região de</p><p>Porto Seguro (BA). Mais de quatro décadas depois,</p><p>membros da etnia retornaram ao an�go local e iniciaram</p><p>um movimento de recuperação da língua patxôhã. Os</p><p>filhos de Sameary Pataxó já são fluentes – e ela, que se</p><p>mudou quando já era adulta para a aldeia, tenta</p><p>aprender um pouco com eles. “É a nossa iden�dade.</p><p>Você diz quem você é por meio da sua</p><p>língua”, afirma a</p><p>professora de ensino fundamental sobre a importância</p><p>de restaurar a língua dos pataxós. O patxôhã está entre as</p><p>línguas indígenas faladas no Brasil: o IBGE es�mou 274</p><p>línguas no úl�mo censo. A publicação Povos indígenas no</p><p>Brasil 2011/2016, do Ins�tuto Socioambiental, calcula</p><p>160. Antes da chegada dos portugueses, elas totalizavam</p><p>mais de mil.</p><p>Disponível em: h�ps://brasil.elpais.com. Acesso em: 11</p><p>jun. 2019 (adaptado).</p><p>O movimento de recuperação da língua patxôhã assume</p><p>um caráter iden�tário peculiar na medida em que</p><p>a) denuncia o processo de perseguição histórica sofrida</p><p>pelos povos indígenas.</p><p>b) conjuga o ato de resistência étnica à preservação da</p><p>memória cultural.</p><p>c) associa a preservação linguís�ca ao campo da pesquisa</p><p>acadêmica.</p><p>d) es�mula o retorno de povos indígenas a suas terras de</p><p>origem.</p><p>e) aumenta o número de línguas indígenas faladas no</p><p>Brasil.</p><p>13@professorferretto @prof_ferretto</p><p>IT0032 - (Enem)</p><p>Futebol: “A rebeldia é que muda o mundo”</p><p>Conheça a história de Afonsinho, o primeiro jogador do</p><p>futebol brasileiro a derrotar a cartolagem e a conquistar</p><p>o Passe Livre, há exatos 40 anos</p><p>Pelé estava se aposentando pra valer pela primeira vez,</p><p>então com a camisa do Santos (porque depois voltaria a</p><p>atuar pelo New York Cosmos, dos Estados Unidos), em</p><p>1972, quando foi ques�onado se, finalmente, sen�a-se</p><p>um homem livre. O Rei respondeu sem �tubear:</p><p>— Homem livre no futebol só conheço um: o Afonsinho.</p><p>Este sim pode dizer, usando as suas palavras, que deu o</p><p>grito de independência ou morte. Ninguém mais. O resto</p><p>é conversa.</p><p>Apesar de suas declarações serem mo�vo de chacota por</p><p>parte da mídia futebolís�ca e até dos torcedores</p><p>brasileiros, o Atleta do Século acertou. E provavelmente</p><p>acertaria novamente hoje.</p><p>Pela admiração por um de seus colegas de clube daquele</p><p>ano. Pelo reconhecimento do caráter e personalidade de</p><p>um dos jogadores mais contestadores do futebol</p><p>nacional. E principalmente em razão da história de luta —</p><p>e vitória — de Afonsinho sobre os cartolas.</p><p>ANDREUCCI, R. Disponível em:</p><p>h�p://carosamigos.terra.com.br. Acesso em: 19 ago.</p><p>2011.</p><p>O autor u�liza marcas linguís�cas que dão ao texto um</p><p>caráter informal. Uma dessas marcas é iden�ficada em:</p><p>a) “[...] o Atleta do Século acertou.”</p><p>b) “O Rei respondeu sem �tubear [...]”.</p><p>c) “E provavelmente acertaria novamente hoje.”</p><p>d) “Pelé estava se aposentando pra valer pela primeira</p><p>vez [...]”.</p><p>e) “Pela admiração por um de seus colegas de clube</p><p>daquele ano.”</p><p>IT0028 - (Enem)</p><p>A forte presença de palavras indígenas e africanas e de</p><p>termos trazidos pelos imigrantes a par�r do século XIX é</p><p>um dos traços que dis�nguem o português do Brasil e o</p><p>português de Portugal. Mas, olhando para a história dos</p><p>emprés�mos que o português brasileiro recebeu de</p><p>línguas europeias a par�r do século XX, outra diferença</p><p>também aparece: com a vinda ao Brasil da família real</p><p>portuguesa (1808) e, par�cularmente, com a</p><p>Independência, Portugal deixou de ser o intermediário</p><p>obrigatório da assimilação desses emprés�mos e, assim,</p><p>Brasil e Portugal começaram a divergir, não só por terem</p><p>sofrido influências diferentes, mas também pela maneira</p><p>como reagiram a elas.</p><p>ILARI, R.; BASSO, R. O português da gente: a língua que</p><p>estudamos, a língua que falamos. São Paulo: Contexto,</p><p>2006.</p><p>Os emprés�mos linguís�cos, recebidos de diversas</p><p>línguas, são importantes na cons�tuição do português do</p><p>Brasil porque</p><p>a) deixaram marcas da história vivida pela nação, como a</p><p>colonização e a imigração.</p><p>b) transformaram em um só idioma línguas diferentes,</p><p>como as africanas, as indígenas e as europeias.</p><p>c) promoveram uma língua acessível a falantes de</p><p>origens dis�ntas, como o africano, o indígena e o</p><p>europeu.</p><p>d) guardaram uma relação de iden�dade entre os</p><p>falantes do português do Brasil e os do português de</p><p>Portugal.</p><p>e) tornaram a língua do Brasil mais complexa do que as</p><p>línguas de outros países que também �veram</p><p>colonização portuguesa.</p><p>IT0346 - (Enem)</p><p>Mas seu olhar verde, inconfundível, impressionante,</p><p>iluminava com sua luz misteriosa as sombrias arcadas</p><p>superciliares, que pareciam queimadas por ela, dizia logo</p><p>a sua origem cruzada e decantada através das misérias e</p><p>dos orgulhos de homens de aventura, contadores de</p><p>histórias fantás�cas, e de mulheres caladas e sofredoras,</p><p>que acompanhavam os maridos e amantes através das</p><p>matas intermináveis, expostas às febres, às feras, às</p><p>cobras do sertão indecifrável, ameaçador e sem fim, que</p><p>elas percorriam com a ambição única de um “pouso”</p><p>onde pudessem viver, por alguns dias, a vida ilusória de</p><p>família e de lar, sempre no encalço dos homens,</p><p>enfebrados pela procura do ouro e do diamante.</p><p>PENNA, C. Fronteira. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.</p><p>Ao descrever os olhos de Maria Santa, o narrador</p><p>estabelece correlações que refletem a</p><p>a) caracterização da personagem com mes�ça.</p><p>b) construção do enredo de conquistas da família.</p><p>c) relação conflituosa das mulheres e seus maridos.</p><p>d) nostalgia do desejo de viver como os antepassados.</p><p>e) marca de an�gos sofrimentos no fluxo de consciência.</p><p>IT0036 - (Enem)</p><p>“Acuenda o Pajubá”: conheça o “dialeto secreto” u�lizado</p><p>por gays e traves�s</p><p>14@professorferretto @prof_ferretto</p><p>Com origem no iorubá, linguagem foi adotada por</p><p>traves�s e ganhou a comunidade</p><p>“Nhaí, amapô! Não faça a loka e pague meu acué, deixe</p><p>de equê se não eu puxo teu picumã!” Entendeu as</p><p>palavras dessa frase? Se sim, é porque você manja</p><p>alguma coisa de pajubá, o “dialeto secreto” dos gays e</p><p>traves�s.</p><p>Adepto do uso das expressões, mesmo nos ambientes</p><p>mais formais, um advogado afirma: “É claro que eu não</p><p>vou falar durante uma audiência ou numa reunião, mas</p><p>na firma, com meus colegas de trabalho, eu falo de ‘acué’</p><p>o tempo inteiro”, brinca. “A gente tem que ter cuidado de</p><p>falar outras palavras porque hoje o pessoal já entende,</p><p>né? Tá na internet, tem até dicionário ...”, comenta.</p><p>O dicionário a que ele se refere é o Aurélia, a dicionária</p><p>da língua afiada, lançado no ano de 2006 e escrito pelo</p><p>jornalista Angelo Vip e por Fred Libi. Na obra, há mais de</p><p>1.300 verbetes revelando o significado das palavras do</p><p>pajubá.</p><p>Não se sabe ao certo quando essa linguagem surgiu, mas</p><p>sabe-se que há claramente uma relação entre o pajubá e</p><p>a cultura africana, numa costura iniciada ainda na época</p><p>do Brasil colonial.</p><p>Disponível em: www.midiamax.com.br. Acesso em: 4 abr.</p><p>2017 (adaptado).</p><p>Da perspec�va do usuário, o pajubá ganha status de</p><p>dialeto, caracterizando-se como elemento de patrimônio</p><p>linguís�co, especialmente por</p><p>a) ter mais de mil palavras conhecidas.</p><p>b) ter palavras diferentes de uma linguagem secreta.</p><p>c) ser consolidado por objetos formais de registro.</p><p>d) ser u�lizado por advogados em situações formais.</p><p>e) ser comum em conversas no ambiente de trabalho.</p><p>IT0021 - (Enem)</p><p>Exmº Sr. Governador:</p><p>Trago a V. Exa. um resumo dos trabalhos realizados pela</p><p>Prefeitura de Palmeira dos Índios em 1928.</p><p>[...]</p><p>ADMINISTRAÇÃO</p><p>Rela�vamente à quan�a orçada, os telegramas custaram</p><p>pouco. De ordinário vai para eles dinheiro considerável.</p><p>Não há vereda aberta pelos matutos que prefeitura do</p><p>interior não ponha no arame, proclamando que a coisa</p><p>foi feita por ela; comunicam-se as datas históricas ao</p><p>Governo do Estado, que não precisa disso; todos os</p><p>acontecimentos polí�cos são badalados. Porque se</p><p>derrubou a Bas�lha - um telegrama; porque se deitou</p><p>pedra na rua - um telegrama; porque o deputado F.</p><p>es�cou a canela - um telegrama.</p><p>Palmeira dos Índios, 10 de janeiro de 1929.</p><p>GRACILlANO RAMOS</p><p>RAMOS, G. Viventes das Alagoas. São Paulo: Mar�ns</p><p>Fontes, 1962.</p><p>O relatório traz a assinatura de Graciliano Ramos, na</p><p>época, prefeito de Palmeira dos Índios, e é des�nado ao</p><p>governo do estado de Alagoas. De natureza oficial, o</p><p>texto chama a atenção por contrariar a norma prevista</p><p>para esse gênero, pois o autor</p><p>a) emprega sinais de pontuação em excesso.</p><p>b) recorre a termos e expressões em desuso no</p><p>português.</p><p>c) apresenta-se na primeira pessoa do singular, para</p><p>conotar in�midade</p><p>com o des�natário.</p><p>d) privilegia o uso de termos técnicos, para demonstrar</p><p>conhecimento especializado.</p><p>e) expressa-se em linguagem mais subje�va, com forte</p><p>carga emocional.</p><p>IT0016 - (Enem)</p><p>A língua tupi no Brasil</p><p>Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de Pira�ninga</p><p>(peixe seco, em tupi) era quase sinônimo de falar língua</p><p>de índio. Em cada cinco habitantes da cidade, só dois</p><p>conheciam o português. Por isso, em 1698, o governador</p><p>da província, Artur de Sá e Meneses, implorou a Portugal</p><p>que só mandasse padres que soubessem “a língua geral</p><p>dos índios”, pois “aquela gente não se explica em outro</p><p>idioma”.</p><p>Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de São Paulo</p><p>se desenvolveu e se espalhou no século XVII, graças ao</p><p>isolamento geográfico da cidade e à a�vidade pouco</p><p>cristã dos mamelucos paulistas: as bandeiras, expedições</p><p>ao sertão em busca de escravos índios. Muitos</p><p>bandeirantes nem sequer falavam o português ou se</p><p>expressavam mal. Domingos Jorge Velho, o paulista que</p><p>destruiu o Quilombo dos Palmares em 1694, foi descrito</p><p>pelo bispo de Pernambuco como “um bárbaro que nem</p><p>falar sabe”. Em suas andanças, essa gente ba�zou lugares</p><p>como Avanhandava (lugar onde o índio corre),</p><p>Pindamonhangaba (lugar de fazer anzol) e Itu (cachoeira).</p><p>E acabou inventando uma nova língua.</p><p>“Os escravos dos bandeirantes vinham de mais de 100</p><p>tribos diferentes”, conta o historiador e antropólogo John</p><p>Monteiro, da Universidade Estadual de Campinas. “Isso</p><p>15@professorferretto @prof_ferretto</p><p>mudou o tupi paulista, que, além da influência do</p><p>português, ainda recebia palavras de outros idiomas.” O</p><p>resultado da mistura ficou conhecido como língua geral</p><p>do sul, uma espécie de tupi facilitado.</p><p>ANGELO. C. Disponível em: h�p://super.abril.com.br.</p><p>Acesso em: 8 ago. 2012 (adaptado).</p><p>O texto trata de aspectos sócio-históricos da formação</p><p>linguís�ca nacional. Quanto ao papel do tupi na formação</p><p>do português brasileiro, depreende-se que essa língua</p><p>indígena</p><p>a) contribuiu efe�vamente para o léxico, com nomes</p><p>rela�vos aos traços caracterís�cos dos lugares</p><p>designados.</p><p>b) originou o português falado em São Paulo no século</p><p>XVII, em cuja base grama�cal também está a fala de</p><p>variadas etnias indígenas.</p><p>c) desenvolveu-se sob influência dos trabalhos de</p><p>catequese dos padres portugueses vindos de Lisboa.</p><p>d) misturou-se aos falares africanos, em razão das</p><p>interações entre portugueses e negros nas inves�das</p><p>contra o Quilombo dos Palmares.</p><p>e) expandiu-se paralelamente ao português falado pelo</p><p>colonizador, e juntos originaram a língua dos</p><p>bandeirantes paulistas.</p><p>IT0352 - (Enem)</p><p>Esaú e Jacó</p><p>Bárbara entrou, enquanto o pai pegou da viola e passou</p><p>ao patamar de pedra, à porta da esquerda. Era uma</p><p>criaturinha leve e breve, saia bordada, chinelinha no pé.</p><p>Não se lhe podia negar um corpo airoso. Os cabelos,</p><p>apanhados no alto da cabeça por um pedaço de fita</p><p>enxovalhada, faziam-lhe um solidéu natural, cuja borla</p><p>era suprida por um raminho de arruda. Já vai nisto um</p><p>pouco de sacerdo�sa. O mistério estava nos olhos. Estes</p><p>eram opacos, não sempre nem tanto que não fossem</p><p>também lúcidos e agudos, e neste úl�mo estado eram</p><p>igualmente compridos; tão compridos e tão agudos que</p><p>entravam pela gente abaixo, revolviam o coração e</p><p>tornavam cá fora, prontos para nova entrada e outro</p><p>revolvimento. Não te minto dizendo que as duas</p><p>sen�ram tal ou qual fascinação. Bárbara interrogou-as;</p><p>Na�vidade disse ao que vinha e entregou-lhe os retratos</p><p>dos filhos e os cabelos cortados, por lhe haverem dito</p><p>que bastava.</p><p>– Basta, confirmou Bárbara. Os meninos são seus filhos?</p><p>– São.</p><p>ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,</p><p>1994.</p><p>No relato da visita de duas mulheres ricas a uma vidente</p><p>no Morro do Castelo, a ironia — um dos traços mais</p><p>representa�vos da narra�va machadiana — consiste no</p><p>a) modo de ves�r dos moradores do morro carioca.</p><p>b) senso prá�co em relação às oportunidades de renda.</p><p>c) mistério que cerca as clientes de prá�cas de vidência.</p><p>d) misto de singeleza e astúcia dos gestos da</p><p>personagem.</p><p>e) interesse do narrador pelas figuras femininas</p><p>ambíguas.</p><p>IT0014 - (Enem)</p><p>Senhor Juiz</p><p>O instrumento do “crime” que se arrola</p><p>Nesse processo de contravenção</p><p>Não é faca, revólver ou pistola,</p><p>Simplesmente, doutor, é um violão.</p><p>Será crime, afinal, será pecado,</p><p>Será delito de tão vis horrores,</p><p>Perambular na rua um desgraçado</p><p>Derramando nas praças suas dores?</p><p>Mande, pois, libertá-lo da agonia</p><p>(a consciência assim nos insinua)</p><p>Não sufoque o cantar que vem da rua,</p><p>Que vem da noite para saudar o dia.</p><p>É o apelo que aqui lhe dirigimos,</p><p>Na certeza do seu acolhimento</p><p>Juntada desta aos autos nós pedimos</p><p>E pedimos, enfim, deferimento</p><p>Disponível em: www.migalhas.com.br. Acesso em: 23 set.</p><p>2020 (adaptado).</p><p>Essa pe�ção de habeas corpus, ao transgredir o rigor da</p><p>linguagem jurídica,</p><p>a) permite que a narra�va seja obje�va e repleta de</p><p>sen�dos denota�vos.</p><p>b) mostra que o cordel explora termos próprios da esfera</p><p>do direito.</p><p>c) demonstra que o jogo de linguagem proposto atenua a</p><p>gravidade do delito.</p><p>d) exemplifica como o texto em forma de cordel</p><p>compromete a solicitação pretendida.</p><p>e) esclarece que os termos “crime” e “processo de</p><p>contravenção” são sinônimos.</p><p>IT0353 - (Enem)</p><p>A senhora manifestava-se por atos, por gestos, e</p><p>sobretudo por um certo silêncio, que amargava, que</p><p>16@professorferretto @prof_ferretto</p><p>esfolava. Porém desmoralizar escancaradamente o</p><p>marido, não era com ela. [...]</p><p>As negras receberam ordem para meter no serviço a</p><p>gente do tal compadre Silveira: as cunhadas, ao fuso; os</p><p>cunhados, ao campo, tratar do gado com os vaqueiros; a</p><p>mulher e as irmãs, que se ocupassem da ninhada.</p><p>Margarida não �vera filhos, e como os desejasse com a</p><p>força de suas vontades, tratava sempre bem aos</p><p>pequenitos e às mães que os estavam criando. Não era</p><p>isso uma sen�mentalidade cristã, uma ternura, era o</p><p>egoísta e cru ins�nto da maternidade, obrando por mera</p><p>simpa�a carnal. Quanto ao pai do lote (referia-se ao</p><p>Antônio), esse que fosse ajudar ao vaqueiro das bestas.</p><p>Ordens dadas, o Quinquim referendava. Cada um</p><p>moralizava o outro, para moralizar-se.</p><p>PAIVA, M. O. Dona Guidinha do Poço. Rio de Janeiro:</p><p>Tecnoprint, s/d.</p><p>No trecho do romance naturalista, a forma como o</p><p>narrador julga comportamentos e emoções das</p><p>personagens femininas revela influência do pensamento</p><p>a) capitalista, marcado pela distribuição funcional do</p><p>trabalho.</p><p>b) liberal, buscando a igualdade entre pessoas</p><p>escravizadas e livres.</p><p>c) cien�fico, considerando o ser humano como um</p><p>fenômeno biológico.</p><p>d) religioso, fundamentado na fé e na aceitação dos</p><p>dogmas do cris�anismo.</p><p>e) afe�vo, manifesto na determinação de acolher</p><p>familiares e no respeito mútuo.</p><p>IT0002 - (Enem)</p><p>Não que Pelino fosse químico, longe disso; mas era sábio,</p><p>era gramá�co. Ninguém escrevia em Tubiacanga que não</p><p>levasse bordoada do Capitão Pelino, e mesmo quando se</p><p>falava em algum homem notável lá no Rio, ele não</p><p>deixava de dizer: “Não há dúvida! O homem tem talento,</p><p>mas escreve: ‘um outro’, ‘de resto’...” E contraía os lábios</p><p>como se �vesse engolido alguma cousa amarga.</p><p>Toda a vila de Tubiacanga acostumou-se a respeitar o</p><p>solene Pelino, que corrigia e emendava as maiores glórias</p><p>nacionais. Um sábio...</p><p>Ao entardecer, depois de ler um pouco o Sotero, o</p><p>Candido de Figueiredo ou o Castro Lopes, e de ter</p><p>passado mais uma vez a �ntura nos cabelos, o velho</p><p>mestre-escola saía vagarosamente de casa, muito</p><p>abotoado no seu paletó de brim mineiro, e encaminhava-</p><p>se para a bo�ca do Bastos a dar dous dedos de prosa.</p><p>Conversar é um modo de dizer, porque era Pelino avaro</p><p>de palavras, limitando-se tão-somente a ouvir. Quando,</p><p>porém, dos lábios de alguém escapava a menor</p><p>incorreção de linguagem, intervinha e emendava. “Eu</p><p>asseguro, dizia o agente do Correio, que…” Por aí, o</p><p>mestre-escola intervinha com mansuetude evangélica:</p><p>“Não diga ‘asseguro’, Senhor Bernardes; em português é</p><p>garanto”.</p><p>E a conversa con�nuava depois da emenda, para ser de</p><p>novo interrompida por uma outra. Por essas</p><p>e outras,</p><p>houve muitos palestradores que se afastaram, mas</p><p>Pelino, indiferente, seguro dos seus deveres, con�nuava</p><p>o seu apostolado de vernaculismo.</p><p>BARRETO, L. A Nova Califórnia. Disponível em:</p><p>www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 24 jul. 2019.</p><p>Do ponto de vista linguís�co, a defesa da norma-padrão</p><p>pelo personagem caracteriza-se por</p><p>a) contestar o ensino de regras em detrimento do</p><p>conteúdo das informações.</p><p>b) resgatar valores patrió�cos relacionados às tradições</p><p>da língua portuguesa.</p><p>c) adotar uma perspec�va complacente em relação aos</p><p>desvios grama�cais.</p><p>d) invalidar os usos da língua pautados pelos preceitos da</p><p>gramá�ca norma�va.</p><p>e) desconsiderar diferentes níveis de formalidade nas</p><p>situações de comunicação.</p><p>IT0004 - (Enem)</p><p>Estojo escolar</p><p>Rio de Janeiro – Noite dessas, ciscando num desses</p><p>canais a cabo, vi uns caras oferecendo maravilhas</p><p>eletrônicas, bastava telefonar e eu receberia um</p><p>notebook capaz de me ajudar a fabricar um navio, uma</p><p>estação espacial.</p><p>[...] Como pretendo viajar esses dias, habilitei-me a</p><p>comprar aquilo que os caras anunciavam como o top do</p><p>top em matéria de computador portá�l.</p><p>No sábado, recebi um embrulho complicado que</p><p>necessitava de um manual de instruções para ser aberto.</p><p>[...] De repente, como vem acontecendo nos úl�mos</p><p>tempos, houve um corte na memória e vi diante de mim</p><p>o meu primeiro estojo escolar. Tinha 5 anos e ia para o</p><p>jardim de infância.</p><p>Era uma caixinha comprida, envernizada, com uma</p><p>tampa que corria nas bordas do corpo principal. Dentro,</p><p>arrumados em divisões, havia lápis coloridos, um</p><p>apontador, uma lapiseira cromada, uma régua de 20 cm e</p><p>uma borracha para apagar meus erros.</p><p>[...] Da caixinha vinha um cheiro gostoso, cheiro que</p><p>nunca esqueci e que me tonteava de prazer. [...]</p><p>O notebook que agora abro é negro e, em matéria de</p><p>cheiro, é abominável. Cheira vilmente a telefone celular,</p><p>a cabine de avião, a aparelho de ultrassonografia onde</p><p>17@professorferretto @prof_ferretto</p><p>outro dia uma moça veio ver como sou por dentro. Acho</p><p>que piorei de estojo e de vida.</p><p>CONY, C. H. Crônicas para ler na escola. São Paulo:</p><p>Obje�va, 2009 (adaptado).</p><p>No texto, há marcas da função da linguagem que nele</p><p>predomina. Essas marcas são responsáveis por colocar</p><p>em foco o(a)</p><p>a) mensagem, elevando-a à categoria de objeto esté�co</p><p>do mundo das artes.</p><p>b) código, transformando a linguagem u�lizada no texto</p><p>na própria temá�ca abordada.</p><p>c) contexto, fazendo das informações presentes no texto</p><p>seu aspecto essencial.</p><p>d) enunciador, buscando expressar sua a�tude em</p><p>relação ao conteúdo do enunciado.</p><p>e) interlocutor, considerando-o responsável pelo</p><p>direcionamento dado à narra�va pelo enunciador.</p><p>IT0019 - (Enem)</p><p>O humor e a língua</p><p>Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase</p><p>em sua cons�tuição linguís�ca. Por isso, embora a</p><p>afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio</p><p>que posso garan�r que se trata de uma verdade quase</p><p>banal: as piadas fornecem simultaneamente um dos</p><p>melhores retratos dos valores e problemas de uma</p><p>sociedade, por um lado, e uma coleção de fatos e dados</p><p>impressionantes para quem quer saber o que é e como</p><p>funciona uma língua, por outro. Se se quiser descobrir os</p><p>problemas com os quais uma sociedade se debate, uma</p><p>coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade,</p><p>etnia/raça e outras diferenças, ins�tuições (igreja, escola,</p><p>casamento, polí�ca), morte, tudo isso está sempre</p><p>presente nas piadas que circulam anonimamente e que</p><p>são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o</p><p>mundo. Os antropólogos ainda não prestaram a devida</p><p>atenção a esse material, que poderia subs�tuir com</p><p>vantagem muitas entrevistas e pesquisas par�cipantes.</p><p>Saberemos mais a quantas andam o machismo e o</p><p>racismo, por exemplo, se pesquisarmos uma coleção de</p><p>piadas do que qualquer outro corpus.</p><p>POSSENTI. S. Ciência Hoje, n. 176, out. 2001 (adaptado).</p><p>A piada é um gênero textual que figura entre os mais</p><p>recorrentes na cultura brasileira, sobretudo na tradição</p><p>oral. Nessa reflexão, a piada é enfa�zada por</p><p>a) sua função humorís�ca.</p><p>b) sua ocorrência universal.</p><p>c) sua diversidade temá�ca.</p><p>d) seu papel como veículo de preconceitos.</p><p>e) seu potencial como objeto de inves�gação.</p><p>IT0011 - (Enem)</p><p>Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário</p><p>público, certo de que a língua portuguesa é emprestada</p><p>ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o falar e o</p><p>escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se</p><p>veem na humilhante con�ngência de sofrer</p><p>con�nuamente censuras ásperas dos proprietários da</p><p>língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os</p><p>autores e os escritores, com especialidade os gramá�cos,</p><p>não se entendem no tocante à correção grama�cal,</p><p>vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os</p><p>mais profundos estudiosos do nosso idioma – usando do</p><p>direito que lhe confere a Cons�tuição, vem pedir que o</p><p>Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como língua</p><p>oficial e nacional do povo brasileiro.</p><p>BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível</p><p>em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 26 jun.</p><p>2012</p><p>Nessa pe�ção da pitoresca personagem do romance de</p><p>Lima Barreto, o uso da norma-padrão jus�fica-se pela</p><p>a) situação social de enunciação representada.</p><p>b) divergência teórica entre gramá�cos e literatos.</p><p>c) pouca representa�vidade das línguas indígenas.</p><p>d) a�tude irônica diante da língua dos colonizadores.</p><p>e) tenta�va de solicitação do documento demandado.</p><p>IT0357 - (Enem)</p><p>Ser cronista</p><p>Sei que não sou, mas tenho meditado ligeiramente no</p><p>assunto.</p><p>Crônica é um relato? É uma conversa? É um resumo de</p><p>um estado de espírito? Não sei, pois antes de começar a</p><p>escrever para o Jornal do Brasil, eu só �nha escrito</p><p>romances e contos.</p><p>E também sem perceber, à medida que escrevia para</p><p>aqui, ia me tornando pessoal demais, correndo o risco de</p><p>em breve publicar minha vida passada e presente, o que</p><p>não pretendo. Outra coisa notei: basta eu saber que</p><p>estou escrevendo para jornal, isto é, para algo aberto</p><p>facilmente por todo o mundo, e não para um livro, que só</p><p>é aberto por quem realmente quer, para que, sem</p><p>mesmo sen�r, o modo de escrever se transforme. Não é</p><p>que me desagrade mudar, pelo contrário. Mas queria que</p><p>fossem mudanças mais profundas e interiores que não</p><p>18@professorferretto @prof_ferretto</p><p>viessem a se refle�r no escrever. Mas mudar só porque</p><p>isso é uma coluna ou uma crônica? Ser mais leve só</p><p>porque o leitor assim o quer? Diver�r? Fazer passar uns</p><p>minutos de leitura? E outra coisa: nos meus livros quero</p><p>profundamente a comunicação profunda comigo e com o</p><p>leitor. Aqui no Jornal apenas falo com o leitor e agrada-</p><p>me que ele fique agradado. Vou dizer a verdade: não</p><p>estou contente.</p><p>LISPECTOR, C. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro:</p><p>Rocco, 1999.</p><p>No texto, ao refle�r sobre a a�vidade de cronista, a</p><p>autora ques�ona caracterís�cas do gênero crônica, como</p><p>a) relação distanciada entre os interlocutores.</p><p>b) ar�culação de vários núcleos narra�vos.</p><p>c) brevidade no tratamento da temá�ca.</p><p>d) descrição minuciosa dos personagens.</p><p>e) público leitor exclusivo.</p><p>IT0010 - (Enem)</p><p>Vou-me embora p’ra Pasárgada foi o poema de mais</p><p>longa gestação em toda a minha obra. Vi pela primeira</p><p>vez esse nome Pasárgada quando �nha os meus</p><p>dezesseis anos e foi num autor grego. [...] Esse nome de</p><p>Pasárgada, que significa “campo dos persas” ou “tesouro</p><p>dos persas”, suscitou na minha imaginação uma</p><p>paisagem fabulosa, um país de delícias, como o</p><p>de L’invita�on au Voyage, de Baudelaire. Mais de vinte</p><p>anos depois, quando eu morava só na minha casa da Rua</p><p>do Curvelo, num momento de fundo desânimo, da mais</p><p>aguda sensação de tudo o que eu não �nha feito em</p><p>minha vida por mo�vo da doença, saltou-me de súbito</p><p>do subconsciente este grito estapafúrdio: “Vou-me</p><p>embora p’ra Pasárgada!” Sen� na redondilha a primeira</p><p>célula de um poema, e tentei realizá-lo, mas fracassei.</p><p>Alguns anos depois, em idên�cas circunstâncias de</p><p>desalento e tédio, me ocorreu o mesmo desabafo de</p><p>evasão da “vida besta”. Desta vez o poema saiu sem</p><p>esforço como</p>