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<p>UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ</p><p>CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE</p><p>DEPARTAMENTO DE BIOFÍSICA E FISIOLOGIA</p><p>CURSO: NUTRIÇÃO</p><p>PROFESSOR: ACÁCIO SALVADOR VERAS E SILVA</p><p>ANNA GABRIELA MORAES SOUSA SANTOS</p><p>AÇÕES REFLEXAS SOMÁTICAS E VISCERAIS NA ESPÉCIE HUMANA</p><p>TERESINA-PI</p><p>SETEMBRO-2024</p><p>ANNA GABRIELA MORAES SOUSA SANTOS</p><p>AÇÕES REFLEXAS SOMÁTICAS E VISCERAIS NA ESPÉCIE HUMANA</p><p>Relatório apresentado a disciplina</p><p>Fisiologia do curso de Nutrição da</p><p>Universidade Federal do Piauí.</p><p>Orientador: Prof. Dr, Acácio Salvador</p><p>Veras e Silva.</p><p>TERESINA-PI</p><p>SETEMBRO-2024</p><p>2</p><p>1.INTRODUÇÃO</p><p>O sistema nervoso, segundo Ganong, é fundamental para a regulação e</p><p>coordenação das funções corporais, integrando os estímulos internos e externos com as</p><p>respostas do corpo. Ele é dividido em duas partes principais: o sistema nervoso central</p><p>(SNC), que inclui o cérebro e a medula espinhal, e o sistema nervoso periférico (SNP),</p><p>composto por nervos e gânglios fora do SNC. O cérebro é responsável pelas funções</p><p>cognitivas e sensoriais, enquanto a medula espinhal atua como uma via de transmissão</p><p>de sinais entre o corpo e o cérebro. O SNP, por sua vez, é dividido em sistema nervoso</p><p>somático, que controla os movimentos voluntários, e o sistema nervoso autônomo, que</p><p>regula as funções involuntárias, como os batimentos cardíacos e a digestão.</p><p>Por outro lado, o sistema nervoso autônomo é subdividido em simpático e</p><p>parassimpático, que atuam de maneira antagonista para manter a homeostase. O sistema</p><p>simpático prepara o corpo para situações de "luta ou fuga", aumentando a frequência</p><p>cardíaca, a pressão arterial e a dilatação das pupilas. O sistema parassimpático, por outro</p><p>lado, promove o estado de "repouso e digestão", diminuindo a frequência cardíaca e</p><p>promovendo a conservação de energia. O equilíbrio entre essas duas divisões é crucial</p><p>para o funcionamento adequado do organismo. Ganong também enfatiza a importância</p><p>das sinapses e dos neurotransmissores, que são responsáveis pela comunicação entre os</p><p>neurônios e pelos processos de excitação e inibição que ocorrem nas redes neurais.</p><p>Os reflexos somáticos e viscerais são fundamentais para a manutenção da</p><p>homeostase e a adaptação do organismo a diferentes condições ambientais, conforme</p><p>destacado por Guyton. Os reflexos somáticos envolvem respostas motoras rápidas e</p><p>involuntárias a estímulos externos, permitindo que o corpo reaja rapidamente a situações</p><p>de perigo ou desconforto. Por exemplo, o reflexo patelar e o reflexo de retirada são</p><p>essenciais para a proteção do corpo, garantindo que reações motoras ocorram antes</p><p>mesmo que a informação alcance o cérebro. Essa rapidez de resposta é crucial em</p><p>situações de emergência, onde cada segundo pode fazer a diferença.</p><p>Por outro lado, os reflexos viscerais regulam funções internas do organismo, como</p><p>a frequência cardíaca, a pressão arterial e a digestão. Esses reflexos são mediadores da</p><p>comunicação entre o sistema nervoso e os órgãos internos, permitindo uma resposta</p><p>adequada às mudanças nas condições internas e externas. Guyton enfatiza que a</p><p>3</p><p>integridade dos circuitos reflexos viscerais é vital para o funcionamento saudável do</p><p>sistema autônomo, uma vez que disfunções podem levar a distúrbios em processos</p><p>fisiológicos críticos, como a regulação da pressão arterial e a resposta ao estresse. Assim,</p><p>tanto os reflexos somáticos quanto os viscerais são essenciais para a sobrevivência e o</p><p>bem-estar do organismo.</p><p>O objetivo desse relatório é analisar as atividades realizadas durante a prática,</p><p>destacando a observação das respostas reflexas e suas implicações fisiológicas. O</p><p>relatório visa fornecer uma visão clara e organizada dos métodos utilizados, dos</p><p>resultados obtidos e das discussões sobre a importância clínica desses reflexos.</p><p>4</p><p>2.METODOLOGIA</p><p>A prática foi conduzida no laboratório de Fisiologia da Universidade Federal do</p><p>Piauí, no dia 25 de setembro, de forma presencial, com a orientação do professor Acácio</p><p>Veras. Durante a execução da atividade, a turma foi dividida em grupos, e todos os</p><p>grupos tiveram acesso aos materiais necessários para facilitar a realização dos testes.</p><p>A prática foi composta por dois tipos de testes: reflexos somáticos e reflexos</p><p>viscerais, totalizando oito testes realizados.</p><p>2.1 REFLEXOS SOMÁTICOS</p><p>2.1.1 Reflexo Plantar</p><p>Neste teste, a ponta de uma caneta foi utilizada para atritar a planta do pé, próximo</p><p>ao lado medial, de cada participante do grupo.</p><p>2.1.2 Reflexo Corneal</p><p>Para realizar este teste, inicialmente foi feito um toque na córnea com a ponta de</p><p>um lenço de papel, seguido de um toque na esclerótica de cada membro. Dessa forma, foi</p><p>possível observar os reflexos resultantes de cada ação.</p><p>2.1.3 Reflexo Patelar</p><p>Com a pessoa sentada em uma superfície elevada e as pernas livres, um martelo</p><p>de borracha foi usado para aplicar uma leve batida no ligamento patelar do indivíduo,</p><p>visando desencadear um possível reflexo.</p><p>2.1.4 Reflexo Aquileu</p><p>Com o joelho apoiado em uma cadeira, foi feita uma leve percussão no tendão de</p><p>Aquiles utilizando o martelo, resultando em uma reação ao estímulo.</p><p>5</p><p>2.1.5 Reflexo Tricipital</p><p>Neste teste, uma percussão foi realizada no tendão de inserção do tríceps braquial,</p><p>utilizando o martelo de borracha.</p><p>2.2 REFLEXOS VISCERAIS</p><p>2.2.1 Reflexo Fotomotor</p><p>Foi solicitado ao indivíduo que fixasse o olhar em um ponto iluminado para verificar</p><p>se as pupilas estavam isocóricas. Em seguida, pediu-se que ele cobrisse os olhos com as</p><p>mãos por 10 segundos, sem permitir a entrada de luz. Após esse período, o participante</p><p>retirou rapidamente uma das mãos, enquanto o observador registrava o que ocorria com a</p><p>pupila.</p><p>2.2.2 Reflexo Espino-ciliar</p><p>De maneira surpreendente, a nuca de um membro do grupo foi beliscada, e foi</p><p>observado o que acontecia com os diâmetros das pupilas.</p><p>2.2.3 Reflexo Bradicárdico</p><p>Primeiramente, dois alunos mediram a frequência cardíaca de um indivíduo, que,</p><p>em seguida, mergulhou o rosto em uma bacia com água e gelo por 15 segundos. Após</p><p>esse tempo, foi feita uma nova medição da frequência cardíaca do participante.</p><p>6</p><p>3.RESULTADOS E DISCUSSÃO</p><p>3.1 REFLEXOS SOMÁTICOS</p><p>PARTICIPAN</p><p>TES</p><p>REFLEXO</p><p>PLANTAR</p><p>REFLEXO</p><p>CORNEAL</p><p>REFLEXO</p><p>PATELAR</p><p>REFLEXO</p><p>AQUILEU</p><p>REFLEXO</p><p>TRICIPITAL</p><p>Amanda Houve</p><p>movimento</p><p>no pé</p><p>Córnea: hipo-</p><p>reflexo</p><p>Esclerótica:</p><p>hiper-reflexo</p><p>Hiper-reflexo Hipo-reflexo Sem reflexo</p><p>Anna</p><p>Gabriella</p><p>Houve</p><p>movimento</p><p>no pé</p><p>Córnea: hipo-</p><p>reflexo</p><p>Esclerótica:</p><p>hiper-reflexo</p><p>Hiper-reflexo Sem reflexo Sem reflexo</p><p>Bruno Houve</p><p>movimento</p><p>no pé</p><p>Córnea: hipo-</p><p>reflexo</p><p>Esclerótica:</p><p>hiper-reflexo</p><p>Hiper-reflexo Hipo-reflexo Hipo-reflexo</p><p>Cassius Houve</p><p>movimento</p><p>no pé</p><p>Córnea: hipo-</p><p>reflexo</p><p>Esclerótica:</p><p>hiper-reflexo</p><p>Hiper-reflexo Hiper-reflexo Sem reflexo</p><p>Francielly Houve</p><p>movimento</p><p>no pé</p><p>Córnea: hipo-</p><p>reflexo</p><p>Esclerótica:</p><p>hiper-reflexo</p><p>Hiper-reflexo Hiper-reflexo Sem reflexo</p><p>Kauanni Houve</p><p>movimento</p><p>no pé</p><p>Córnea: hipo-</p><p>reflexo</p><p>Esclerótica:</p><p>hiper-reflexo</p><p>Hiper-reflexo Hipo-reflexo Hipo-reflexo</p><p>Maria</p><p>Eduarda</p><p>Bezerra</p><p>Houve</p><p>movimento</p><p>no pé</p><p>Córnea: hipo-</p><p>reflexo</p><p>Esclerótica:</p><p>hiper-reflexo</p><p>Hipo-reflexo Sem reflexo Sem reflexo</p><p>Tabela 1: Resultados referentes aos dados observados dos reflexos somáticos.</p><p>7</p><p>Reflexo Plantar: . Os resultados do teste do reflexo plantar mostraram respostas</p><p>consistentes em todos os participantes, com movimento observado no pé em todas as</p><p>tentativas. Isso indica a integridade do arco reflexo, envolvendo nervos periféricos,</p><p>medula espinhal e sistema nervoso central.</p><p>Reflexo Corneal: Os resultados do teste de reflexo corneal mostraram hipo-reflexo ao</p><p>estímulo na córnea e hiper-reflexo na esclerótica, de forma consistente em todos os</p><p>participantes. Essa diferença indica menor sensibilidade corneal em comparação</p><p>à</p><p>esclerótica, que apresentou maior resposta reflexa.</p><p>Reflexo Patelar: O reflexo patelar mostrou predominância de hiper-reflexo entre os</p><p>participantes, com apenas um caso de hipo-reflexo. O hiper-reflexo sugere uma resposta</p><p>neuromuscular aumentada, enquanto o hipo-reflexo pode indicar redução na atividade</p><p>reflexa, apontando possíveis diferenças neurológicas entre os indivíduos.</p><p>Reflexo Aquileu: O teste do reflexo aquileu apresentou resultados variados, com hipo-</p><p>reflexo em três casos, ausência de reflexo em dois, e hiper-reflexo em outros dois. A</p><p>ausência ou redução do reflexo pode indicar comprometimento neuromuscular, enquanto</p><p>o hiper-reflexo sugere maior atividade reflexa.</p><p>Reflexo Tricipital: Os resultados do teste do reflexo tricipital mostraram a ausência de</p><p>reflexo na maioria dos participantes, com quatro sem resposta e dois apresentando hipo-</p><p>reflexo. Essa falta de reflexo pode indicar comprometimento nas vias nervosas, enquanto</p><p>o hipo-reflexo sugere uma resposta reduzida.</p><p>3.2 REFLEXOS VISCERAIS</p><p>PARTICIPANTES REFLEXO</p><p>FOTOMOTOR</p><p>REFLEXO ESPINO-</p><p>CILIAR</p><p>REFLEXO</p><p>BRADICÁRDICO</p><p>Amanda Sem luz: midríase</p><p>Com luz: miose</p><p>Midríase FC antes: 82 bpm</p><p>FC depois: 96 bpm</p><p>Anna Gabriella Sem luz: midríase</p><p>Com luz: miose</p><p>Midríase FC antes: 70 bpm</p><p>FC depois: 80 bpm</p><p>8</p><p>Bruno Sem luz: midríase</p><p>Com luz: miose</p><p>Midríase FC antes: 80 bpm</p><p>FC depois: 98 bpm</p><p>Cassius Sem luz: midríase</p><p>Com luz: miose</p><p>Midríase FC antes: 66 bpm</p><p>FC depois: 88 bpm</p><p>Francielly Sem luz: midríase</p><p>Com luz: miose</p><p>Midríase FC antes: 72 bpm</p><p>FC depois: 68 bpm</p><p>Kauanni Sem luz: midríase</p><p>Com luz: miose</p><p>Midríase FC antes: 86 bpm</p><p>FC depois: 88 bpm</p><p>Maria</p><p>Eduarda Bezerra</p><p>Sem luz: midríase</p><p>Com luz: miose</p><p>Midríase FC antes: 81 bpm</p><p>FC depois: 90 bpm</p><p>Tabela 2: resultados referentes aos dados observados dos reflexos viscerais.</p><p>Reflexo Fotomotor: Os resultados do reflexo fotomotor mostraram midríase na ausência</p><p>de luz e miose na presença de luz, indicando a funcionalidade do sistema nervoso</p><p>autônomo. Essas respostas são essenciais para a proteção da retina e adaptação visual.</p><p>Reflexo Espino-ciliar: Os resultados do reflexo espino-ciliar mostraram midríase em todos</p><p>os participantes, indicando uma resposta consistente. Essa uniformidade sugere uma</p><p>ativação adequada do sistema nervoso autônomo, especificamente do sistema simpático</p><p>.</p><p>Reflexo Bradicárdico: A maioria dos participantes apresentou um aumento na FC após o</p><p>estímulo, sugerindo que a exposição ao frio provocou uma resposta compensatória do</p><p>sistema nervoso autônomo, especificamente do sistema simpático, que busca aumentar a</p><p>perfusão sanguínea e a oxigenação em resposta ao estresse térmico. Por outro lado, a</p><p>diminuição da FC em um participante, de 72 bpm para 68 bpm, pode sugerir uma</p><p>resposta atípica ao estresse do frio ou uma condição pré-existente que afete a regulação</p><p>da frequência cardíaca. Essa variação individual pode ser influenciada por fatores como o</p><p>nível de condicionamento físico, a saúde cardiovascular prévia ou diferenças na</p><p>reatividade do sistema nervoso autônomo .</p><p>9</p><p>4.CONCLUSÃO</p><p>Em conclusão, o estudo das ações reflexas somáticas e viscerais na espécie</p><p>humana evidenciou sua importância para a manutenção da homeostase e proteção do</p><p>organismo. Os testes realizados demonstraram a integridade do sistema nervoso central e</p><p>periférico por meio de reflexos somáticos, como o patelar e plantar, e a interação do</p><p>sistema nervoso autônomo com funções corporais em reflexos viscerais, como o</p><p>fotomotor e bradicárdico. Os resultados reforçam a relevância do aprendizado prático na</p><p>compreensão dessas respostas fisiológicas, fundamentais para futuros profissionais da</p><p>saúde no diagnóstico e intervenção em disfunções neurológicas e autonômicas.</p><p>10</p><p>REFERENCIAS</p><p>GANONG, William F. Fisiologia médica. 26ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2019.</p><p>GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. 13ª ed. Rio de</p><p>Janeiro: Elsevier, 201</p>