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* * * MIGRAÇÕES INTERNAS NO BRASIL Maria da Conceição Borges Andrade * * * Objetivo: Caracterizar e contextualizar os diferentes tipos de fluxos migratórios internos e as atuais tendências no território brasileiro. Sumário Geografia e espaço geográfico Abordagens da investigação dos deslocamentos migratórios Migrações e conjuntura histórico-econômica-social Tendências atuais das migrações internas no Brasil Considerações finais. Referências bibliográficas * * * Geografia e espaço geográfico Objeto: a sociedade humana através da sua interação com a Natureza. Trialética: Sociedade Natureza Técnica Espaço geográfico Espaço banal Organização Espacial Território Usado Paisagem Região Lugar Território Sistema de Objetos Sistema de Ações Forma Função Escala Processo Estrutura Tempo Totalidade Santos, 1985, 2003 Santos, 1996 Santos, 1978 * * * Diferenciação do Espaço: dualidades perigosas Diferenciação Espacial Técnicas: distribuição desigual Luminosos Opacos Acelerados Lentos Urbano Rural Cidade Campo Origem Atração Repulsão Destino Manchas Pontos Dicotomia “falácia” Geografia Física Geografia Humana Santos, 1996 Lencioni,2007 * * * Migração Forma de deslocamento espacial de uma população, grupo ou indivíduo Desterritorialização e reterritorialização Agente de transformação da sociedade Fenômeno social ligado à: Dinâmicas da sociedade humana Mobilidade espacial do trabalho Extrapola: Origem/ destino e residência da população Causas e consequências do espaço transformado * * * Migrações: Abordagens Clássica e Neoclássica Clássica (George; Sorre; Demangeon). Dualidades: “origem”/“destino”; “forças de atração”/ “forças de repulsão”. Teoria Geral dos Sistemas: “motor”, “dinâmicas”. Neoclássica Espaço = “Mercado” * * * Migrações: Abordagem Crítica Paul Singer (1973) Recorte espacial: o país (totalidade) Dialética marxista Análise conjuntural: histórica-econômica-social Migração: Caráter histórico, Agente de transformação da sociedade e do espaço Rompimento com a dualidade “origem-destino” Revela movimentos na estrutura capitalista Coexistência e articulação de processos espaciais: Concentração (capital e espacial) Desigualdades espaciais Áreas desfavorecidas geram pobreza e fluxos migratórios internos Fatores de expulsão: Estagnação: Pressão populacional sobre as áreas cultiváveis Mudanças: Novas relações produção capitalista (aumentar produtividade) * * * Sec XVII Brasil: Evolução Econômica Fonte: THÉRY; MELLO, 2005, p. 19, 37-41, 43. * * * Sec. XIX Brasil: Evolução Econômica Fonte: THÉRY; MELLO, 2005, p. 19, 37-41, 43. * * * Sec. XX Brasil: Evolução Econômica Fonte: THÉRY; MELLO, 2005, p. 19, 37-41, 43. * * * Anos 1990: Os planos plurianuais Fonte: BNDES, 2003 Brasil em Ação – PPA 1996/99 Avança Brasil – 2000/03 Globalização Formação de Blocos econômicos Fragilização do Estado-nação Novos espaços comunitários ´Refuncionalização das metrópoles e das cidades Constituição de espaços sub-nacionais * * * Plano Nacional de Ordenamento Territorial (2003) * * * Brasil: de arquipelágo a continente Construção: Rio-Bahia Urbanização acelerada Exodo Rural Industrialização Neoliberalismo “Avança Brasil” “Brasil em Ação” Corredores de Exportação Desconcentração Agro-exportadora Monocultura Latifúndio Trabalho escravo Fonte: THÉRY; MELLO, 2005, p. 19, 37-41, 43. * * * Migrações internas: “anos dourados” (1945/73) Anos1940: Estudos pioneiros sobre o fenômeno migratório no Brasil Plano Empírico: Aceleração da urbanização. Transferência da população rural para as cidades. Plano Conceitual: Êxodo rural: categoria explicativa “Êxodo rural” = migração. Deslocamento fisico e natural Realidade dada Anos 1950 Industrialização na região Sudeste Deslocamentos migratórios Migrações: um recurso para o “desenvolvimento” Anos 1960 “Anos de chumbo”: autoritarismo Questão geopolítica Preencher os grandes “vazios” do território nacional Construção de estradas (projeto Calha Norte, Transamazônica) Projetos de colonização * * * Migrações internas: anos 1970 Penetração do capitalismo: produção e sociedade Refuncionalização do Estado: propiciar mudanças territoriais Censo 1970: Qualificação dos fluxos migratórios Migrações: Interurbanas: êxodo rural Expansão das fronteiras agrícolas: Centro-oeste e Amazônia Centro-Norte: despovoamento, emigração, frentes pioneiras; Mobilidade espacial do trabalho: produtividade e expansão física do Capital. Seletividade: absorção parcial dos fluxos migratórios; Retenção migratória: hierarquia dos centros urbanos nível sócio-econômico-educacional dos migrantes; Destino dos “não-ficantes” Conjuntura regional depende: Política regional Grupos dominantes Capitalismo internacional Migração: Estratégia: acesso às oportunidades espaço-temporalmente desiguais Agente transformador da sociedade e do espaço * * * Interiorização da população: constituição do espaço físico e social mercados regionais de trabalho inter-relacionados: Redes: Transportes Info-comunicacionais Estado e sua ação integradora no território: Monitorar fluxos populacionais. Captar e acionar força de trabalho, capital, informações e mercadorias por meio das redes urbanas. Cidades: lócus do excedente da forças de trabalho. * * * Migrações internas: Contexto atual Intensa mobilidade espacial do trabalho: expansão de sucessivas fronteiras. Fluxos (capital e trabalho) diacrônicos Ênfase: Dispersão das atividades Mobilidade espacial do trabalho Flexibilidade dos mercados (trabalho e consumo) e processos Inovações (tecnológicas, produtos, informacionais, institucionais) Redistribuição espacial da população: competitividade do País. Precarização do trabalho, desemprego e pobreza * * * Atuais Tendências Conjunturas espaciais ocasionam mudanças sócio-econômicas e territoriais. As migrações internas no Brasil: Refletem mudanças estruturais geram: novas migrações, novos territórios, novas territorialidades. São estratégias (resistência) dos hegemonizados que, para alcançar novas oportunidades espaciais, criam novas fronteiras, novos territórios, novas formas de reprodução social. Internalização territorial da população com a construção de diferentes territorialidades. Migrações: Curta distância (intra-regionais): sazonais (modernização agrícola) e inter-municipais (maior urbanização); Retorno (aposentados, rede estratégica familiar, retornados das fronteiras agricolas, de países vizinhos) Solitária Familiar unipessoais (albergados, de rua, de comunidades, famílias “quebradas”, etc) Nomadismo: “trecheiros” e “pardais” Interiorização da urbanização, expansão da agricultura, concentração fundiária provocam a continentalização dos conflitos: brasiguaios, brasilianos * * * Faixa de Fronteiras e Migrações limítrofes brasiguaios brasivianos brazuelanos Almeida, 1995 Novas identidades Continentalização de conflitos e tensões * * * Reversão do movimento migratório Fonte: IBGE – PNAD, 2006 Gráf2 8 1 18 19 11 44 São Paulo: Emigrados 2001/06 (%) Plan1 Pernambuco 8 Bahia 18 Minas Gerais 19 Paraná 11 Outros 44 Plan1 Emigrados de São Paulo - 2001/2006 (%) Plan2 1 São Paulo: Emigrados 2001/06 (%) Plan3 Gráf3 65 35 Bahia: migrantes procedentes de São Paulo 2001/06 (%) Plan1 Retornados 65 Outros 35 Pernambuco 8 Bahia 18 Minas Gerais 19 Paraná 11 Outros 44 Plan1 Emigrados de São Paulo - 2001/2006 (%) Plan2 1 São Paulo: Emigrados 2001/06 (%) Plan3 Bahia: migrantes procedentes de São Paulo 2001/06 (%) * * * Reversão dos fluxos migratórios Desestímulo do Sudeste como local de destino: Reestruturação produtiva Eliminação trabalhos executados por imigrantes. Dificuldade de inserção no mercado de trabalho. Atratividade dos locais de origem Investimentos na produção Políticas públicas (Pronaf e Bolsa-família): retenção da população em areas de pequena urbanização. * * * Caracterizar e contextualizar os diferentes tipos de fluxos migratórios internos e as atuais tendências no território brasileiro. Geografia e espaço geográfico; Abordagens da investigação dos deslocamentos migratórios (Clássica, Neoclássica e Crítica); Fundamentando-se na Abordagem Crítica relacionou-se fluxos migratórios e conjunturas históricas-econômicas-sociais; Tendências atuais das migrações internas. Conclusões: Predominam fluxos migratórios de curta distância; Involução metropolitana e a busca por cidades médias e pequenas; Interiorização da população propicia a continentalização dos conflitos internos ocasionando tensões diplomáticas e geopolíticas; Reversão nos fluxos migratórios nos quais se destacam a grande quantidade de retornados * * * Referências ALMEIDA, Alfredo. Exportações das tensões sociais na Amazonia: brasivianos, brazuelanos e brajolas: Identidades construidas no conflito. Revista Travessia n 21. São Paulo, 1995. CORRÊA, Roberto Lobato. Região e Organização Espacial. São Paulo: Ática, 2000. DAMIANI, Amélia. População e geografia. São Paulo: Contexto, 2006. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2006. LENCIONI, Sandra. Região e Geografia: a noção de região no pensamento geográfico. In: Carlos, A.F.A. (org.) Novos Caminhos da Geografia Física. São Paulo: Contexto, 2007. MENEZES, Maria Lucia Pires. Tendências atuais das Migrações Internas no Brasil. Scripta Nova. 69 (45) Barcelona: 2000. SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. São Paulo: Hucitec, 1996. _________. Por uma Geografia Nova. São Paulo: Hucitec, 1978. _________. Economia Espacial. São Paulo: Hucitec, 2003. _________. O retorno do território. SANTOS, M; SOUZA, M. A.de; SILVEIRA, M. L. (orgs.) Território: globalização e fragmentação. São Paulo: Hucitec, 1994. p.15-19. _________. Espaço e método. São Paulo: Nobel, 1985. SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001. SOUZA, Jorge Luiz. Migrações invertem o sinal.Desafios do desenvolvimento. Ano 4, 37, p. 20-26. Brasília: IPEA, 2007 THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. Atlas do Brasil: Disparidades e Dinâmicas do Território. São Paulo: EDUSP: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2005, p. 19, 37-41, 43.
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