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<p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4</p><p>2 AUDITORIA ................................................................................................ 5</p><p>3 CARACTERÍSTICAS E DIFERENÇAS ENTRE AUDITORIA INTERNA E</p><p>EXTERNA .................................................................................................. 6</p><p>3.1 Auditoria interna ................................................................................... 7</p><p>3.2 Auditoria externa ................................................................................ 10</p><p>3.3 Principais diferenças .......................................................................... 11</p><p>4 ÓRGÃOS REGULADORES DA PROFISSÃO DE AUDITOR ................... 13</p><p>4.1 Nacionais ............................................................................................ 13</p><p>4.2 Internacionais ..................................................................................... 14</p><p>5 CUSTOS ................................................................................................... 15</p><p>6 AS TERMINOLOGIAS USADAS NA CONTABILIDADE DE CUSTOS ..... 17</p><p>6.1 Classificação dos custos .................................................................... 19</p><p>7 INICIANDO UMA AUDITORIA .................................................................. 20</p><p>7.1 Riscos e controles .............................................................................. 21</p><p>7.2 Walkthrough ....................................................................................... 23</p><p>7.3 Papéis de trabalho ............................................................................. 24</p><p>8 NORMAS APLICÁVEIS À AUDITORIA PÚBLICA .................................... 26</p><p>9 TESTES .................................................................................................... 28</p><p>10 RESULTADOS DE UMA AUDITORIA ................................................... 31</p><p>10.1 Relatórios de auditoria .................................................................... 32</p><p>10.2 Relatório de auditoria independente e carta de controles internos . 33</p><p>10.3 Conteúdo......................................................................................... 33</p><p>10.4 Estrutura.......................................................................................... 34</p><p>10.5 Relatório de auditoria interna .......................................................... 36</p><p>10.6 Benefícios ....................................................................................... 37</p><p>11 RESULTADOS DE AUDITORIA PÚBLICA ............................................ 38</p><p>11.1 Relatório de auditoria ...................................................................... 39</p><p>11.2 Comunicação dos resultados .......................................................... 40</p><p>11.3 Relatório de auditoria pública .......................................................... 42</p><p>11.4 O que não deve constar no corpo do relatório ................................ 43</p><p>11.5 Elementos do relatório de auditoria ................................................. 44</p><p>12 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 47</p><p>4</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Prezado aluno!</p><p>O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante</p><p>ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um</p><p>aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma</p><p>pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é</p><p>que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a</p><p>resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas</p><p>poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em</p><p>tempo hábil.</p><p>Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa</p><p>disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das</p><p>avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora</p><p>que lhe convier para isso.</p><p>A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser</p><p>seguida e prazos definidos para as atividades.</p><p>Bons estudos!</p><p>5</p><p>2 AUDITORIA</p><p>Fonte: meuamigocontador.com.br</p><p>A palavra auditoria, segundo Basso (2005, p. 93), “em Latim, quer dizer “alguém</p><p>que ouve e pensa, que tem a função de informar a um tribunal sobre a legalidade dos</p><p>atos”, e o “termo auditor, [...] “aquele que ouve”, ou “ouvinte”, [...] aquele que daria</p><p>opinião sobre algo que comprovou ser verdade ou não. ” (SÁ, 2002, p. 21).</p><p>Com o crescimento do mercado de auditoria ao longo dos anos, muitos nichos</p><p>importantes foram explorados. Neste contexto, dois principais escopos no mercado</p><p>de auditoria surgiram. Na Itália do século XV, os primeiros auditores surgiram através</p><p>do trabalho excepcional como guarda-livros, que trabalhavam para os mercadores da</p><p>época.</p><p>Dentre os vários conceitos de auditoria, destaca-se o de Sá (1998, p.25), o qual</p><p>afirma que a auditoria é uma tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos</p><p>registros, demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração</p><p>contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões críticas e orientações sobre</p><p>situações ou fenômenos patrimoniais da riqueza aziendal, pública ou privada, quer</p><p>ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados.</p><p>Franco (1992, p.22), por sua vez, define auditoria como, a técnica contábil que</p><p>através de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de</p><p>registros e documentos, inspeções, e na obtenção de informações e confirmações,</p><p>relacionados com o controle do patrimônio de uma entidade – objetiva obter elementos</p><p>de convicção que permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo</p><p>6</p><p>com os princípios fundamentais e normas de Contabilidade e se as demonstrações</p><p>contábeis dele decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira</p><p>do patrimônio, os resultados de período administrativo examinado e as demais</p><p>situações nela demonstradas.</p><p>Segundo Jund (2001, p. 5), Apesar de formalmente organizada em 26 de março</p><p>de 1957, quando formado o Instituto de Contadores Públicos no Brasil, em São Paulo,</p><p>a auditoria foi oficialmente reconhecida apenas em 1968, por ato do Banco Central do</p><p>Brasil. O fortalecimento da atividade, todavia, ocorreu em 1972, por regulamentações</p><p>do Banco Central do Brasil, Conselho Federal de Contabilidade e pela Formação de</p><p>um órgão nacional para congregação e autodisciplinação dos profissionais, o Instituto</p><p>dos Auditores Independentes do Brasil.</p><p>Ao longo dos anos, com a regulamentação da profissão, surgiram empresas</p><p>especializadas, ocupando o nicho de serviços de auditorias independentes. Para</p><p>regulamentar esse trabalho, foi necessária a criação de regras e padrões. Nasciam,</p><p>então, os principais órgãos vinculados à profissão de auditoria.</p><p>3 CARACTERÍSTICAS E DIFERENÇAS ENTRE AUDITORIA INTERNA E</p><p>EXTERNA</p><p>Pode-se classificar auditoria de duas formas: externa e interna.</p><p>De acordo com Attie (1998, p.174), a auditoria externa, “é aquela realizada por</p><p>profissional liberal, auditor independente, sem vínculo de emprego com a entidade</p><p>auditada, e que poderá ser contratado para auditoria permanentemente ou</p><p>eventualmente”.</p><p>Com relação a auditoria interna, Attie (1998, p.175), afirma que, é aquela</p><p>exercida por funcionários da própria empresa, em caráter permanente. Apesar de seu</p><p>vínculo à empresa, o auditor interno deve exercer sua função com absoluta</p><p>independência profissional, preenchendo todas as condições necessárias ao auditor</p><p>externo, mas também exigindo da empresa o cumprimento daquelas que lhe cabem.</p><p>Ele deve exercer sua função com total obediência às normas de auditoria e o vínculo</p><p>Portanto, é recomendável que o relatório demonstre de forma analítica os</p><p>pontos, a causa e as ações de correções e melhorias que apurou e alinhou com os</p><p>responsáveis diretos pelas áreas.</p><p> Não esqueça das exceções</p><p>Trabalhos especiais são comuns em áreas de auditoria interna, por isso, para</p><p>esse tipo de trabalho poderá fugir do padrão, adaptar-se a necessidade do cliente</p><p>interno, que, via de regra, é da alta administração. Nesses casos, o resultado do</p><p>trabalho poderá ser apresentado por um simples e-mail, porém pode também</p><p>demandar a criação e um dossiê, pois não há uma regra geral. Apenas siga o mesmo</p><p>padrão de objetividade e responsabilidade dos outros dois itens citados anteriormente.</p><p>10.6 Benefícios</p><p>MATTOS (2017), cita que são inúmeros os benefícios de uma auditoria, e essa</p><p>afirmativa é tão verdade, que o reconhecimento por esse escopo de mercado vem</p><p>crescendo anualmente.</p><p>A contribuição das auditorias para o desenvolvimento organizacional e</p><p>manutenção das boas práticas de gestão são reconhecidas pelos grandes</p><p>38</p><p>empresários do Brasil e do mundo. Além disso, trabalhos de auditores estão sendo</p><p>levados à justiça para compor pastas de provas em ações criminais de grande escala.</p><p>Independentemente do tipo de auditoria, se o trabalho for bem feito, sempre</p><p>irá agregar valor as empresas. Uma auditoria de gestão, por exemplo, pode</p><p>contribuir junto a novos projetos, apoiando as áreas de avaliação de riscos e</p><p>oportunidades. Já uma auditoria operacional pode identificar falhas nos</p><p>processos que geram perdas financeiras para as empresas, minimizar riscos,</p><p>além de identificar fraudes, desvios éticos e comportamentais. MATTOS,</p><p>2017.</p><p>Lembre-se que identificar fraudes não é o principal objetivo de uma auditoria,</p><p>portanto, não pode ser considerado o principal benefício. A identificação de fraudes é</p><p>uma consequência do trabalho. Mesmo que a demanda seja relacionada a uma</p><p>denúncia de desvio de conduta, o auditor sempre agirá de forma imparcial na</p><p>apuração dos fatos, para evitar cometer injustiças. Contudo, sempre irá prezar pelos</p><p>interesses da empresa, e tomar as ações cabíveis para salvaguardar o patrimônio</p><p>físico e não físico da entidade auditada.</p><p>MATTOS, (2017) conclui que a abrangência dos benefícios gerados por uma</p><p>auditoria externa, extrapolam os limites da pessoa jurídica auditada, pois seus</p><p>resultados, na maioria dos casos, afetam indivíduos fora das dependências da</p><p>empresa. O parecer imparcial da auditoria independente leva confiança aos dados e,</p><p>por sua vez, permite ao investidor uma avaliação segura sobre a auditada e lhe apoia</p><p>significativamente em seu julgamento de quão apropriado é a manutenção de seus</p><p>recursos financeiros investidos na referida empresa.</p><p>11 RESULTADOS DE AUDITORIA PÚBLICA</p><p>A comunicação dos resultados de auditoria é de grande relevância, tanto no</p><p>setor público quanto no setor privado; essa comunicação é feita por meio dos</p><p>relatórios de auditoria, os quais guardam diferenças e semelhanças entre si. As</p><p>principais diferenças entre os relatórios do setor público e do privado se baseiam no</p><p>fato de que o leque de utilizadores da informação financeira do setor público é muito</p><p>mais amplo, e as administrações públicas devem sempre prestar contas de suas</p><p>ações aos cidadãos.</p><p>39</p><p>Segundo Marques e Almeida (2004 apud GONÇALVES, 2019), as</p><p>semelhanças entre esses relatórios se baseiam nas exigências dos utilizadores</p><p>externos em relação à informação, como:</p><p> O conhecimento da boa gestão dos recursos e dos planos para o presente</p><p>e o futuro;</p><p> A relevância e a confiabilidade das informações; e</p><p> A obtenção dos dados com base em critérios técnicos, por meio de</p><p>auditorias realizadas por profissionais independentes e experientes.</p><p>Especificamente com relação à auditoria no setor público, os cidadãos são os</p><p>utilizadores externos dos serviços públicos e, potencialmente, são os interessados em</p><p>ter acesso à informação sobre a atuação dos responsáveis políticos que elegeram.</p><p>Portanto, apenas com uma adequada divulgação dessas informações é possível</p><p>conseguir uma maior transparência da gestão do setor público, cujo objetivo se</p><p>assenta em uma nova filosofia de prestação de contas, da qual faz parte o relatório</p><p>de auditoria, conforme apontam Marques e Almeida (2004 apud GONÇALVES, 2019).</p><p>11.1 Relatório de auditoria</p><p>De acordo com GONÇALVES, (2019) o processo de auditoria envolve a</p><p>elaboração de um relatório de auditoria, para comunicar os seus resultados às partes</p><p>interessadas, aos responsáveis pela governança e ao público em geral, com o</p><p>propósito de facilitar o monitoramento de ações corretivas. No caso dos tribunais de</p><p>contas brasileiros, que têm em suas atribuições a função jurisdicional, isso pode incluir</p><p>a emissão de relatórios juridicamente vinculantes ou decisões judicantes ou seja,</p><p>relatórios que trazem obrigações de fazer ou não fazer aos respectivos órgãos</p><p>auditados, de acordo com a Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras</p><p>Superiores (INTOSAI, 2013 apud GONÇALVES, 2019 ). É por essa razão que os</p><p>relatórios de auditoria devem ser objetivos e justos, incluindo somente informações</p><p>respaldadas por evidências de auditoria suficientes e apropriadas. Devem, ainda,</p><p>assegurar que os achados sejam colocados em perspectiva e dentro do respectivo</p><p>contexto. O relatório de auditoria é o principal produto da auditoria. Ele é o instrumento</p><p>formal e técnico por meio do qual os auditores comunicam o objetivo e as questões</p><p>de auditoria, a metodologia usada, os achados, as conclusões e as propostas de</p><p>encaminhamento, ao final de cada auditoria. Nele, devem ser registrados os achados,</p><p>40</p><p>cujo conteúdo deve ser de fácil compreensão, livre de ideias vagas e ambíguas,</p><p>trazendo somente informações que sejam apoiadas por evidências competentes e</p><p>relevantes, sendo independentes, objetivos, justos e construtivos, de acordo com o</p><p>Tribunal de Contas da União (TCU), (BRASIL, 2010 apud GONÇALVES, 2019).</p><p>11.2 Comunicação dos resultados</p><p>A redação do relatório de auditoria deve orientar-se pelos requisitos resumidos</p><p>na palavra CERTO: clareza, concisão, convicção, exatidão, relevância,</p><p>tempestividade e objetividade, conforme demonstrado na figura.</p><p>Fonte: Princípios da comunicação de resultados.</p><p> Clareza</p><p>O princípio da clareza indica que a produção dos textos do relatório deve</p><p>almejar a fácil compreensão por parte dos leitores. Assim, deve-se evitar a erudição,</p><p>o preciosismo, os jargões, as expressões em outros idiomas e a ambiguidade, a fim</p><p>de que o texto possa ser lido pelo mais amplo grupo de pessoas, com conhecimentos</p><p>diversos, segundo o TCU (BRASIL, 2010a).</p><p>Da mesma forma, termos técnicos pouco conhecidos e siglas menos</p><p>conhecidas devem ser utilizados apenas em casos muito necessários e devidamente</p><p>41</p><p>definidos no glossário. Sempre que possível, as informações textuais devem ser</p><p>complementadas com ilustrações, figuras e tabelas (BRASIL, 2010b).</p><p>Por fim, deve-se usar palavras e expressões em seu sentido comum, com</p><p>frases curtas e concisas. As orações devem ser, preferencialmente, na ordem direta</p><p>e na terceira pessoa, dando preferência ao tempo presente ou ao futuro simples do</p><p>presente, evitando-se preciosismos, neologismos e adjetivações dispensáveis</p><p>(BRASIL, 2010a).</p><p> Convicção</p><p>O autor do texto deve expor os achados de auditoria e as conclusões com</p><p>firmeza e evitar o uso de expressões que denotem insegurança, como “salvo melhor</p><p>juízo”, “parece que” ou “entendemos”. A convicção no discurso denotará a precisão e</p><p>a objetividade do texto do relatório. O leitor não pode ficar em dúvida quanto aos</p><p>resultados obtidos e quanto às proposições do relatório, que deve passar segurança</p><p>a quem lê e evitar ambiguidades (BRASIL, 2010a).</p><p> Concisão</p><p>O texto deve ser preciso e ir direto ao assunto, devendo evitar comentários</p><p>complementares que sejam desnecessários. Também deve permanecer</p><p>na ideia</p><p>central, de modo a evitar desvios que possam distrair o leitor do foco central,</p><p>dificultando o seu entendimento. Não devem ser utilizados comentários entre aspas</p><p>com sentido dúbio ou irônico; deve ser descrito apenas o que é requerido, de modo</p><p>econômico, evitando-se o supérfluo, o floreio, as fórmulas e os clichês.</p><p>A transcrição de trechos de doutrina ou da jurisprudência que componham o</p><p>critério deve restringir-se ao mínimo necessário. A transcrição de trechos de</p><p>evidências documentais somente deverá ser feita quando for essencial ao</p><p>entendimento do raciocínio (BRASIL, 2010a). O relatório não deve exceder 30 páginas</p><p>excluídos a folha de rosto, o resumo, o sumário, as listas de figuras e tabelas, os</p><p>anexos e os documentos juntados, exceto quando houver achados de alta</p><p>complexidade ou em grande quantidade (BRASIL, 2010b).</p><p> Exatidão</p><p>A exatidão diz respeito à apresentação das necessárias evidências para</p><p>sustentação dos achados, das conclusões e das propostas, de modo a não deixar</p><p>42</p><p>espaço para contra-argumentos. Serve também para assegurar ao leitor que o que foi</p><p>relatado é fidedigno e confiável e demonstra a justeza e a razoabilidade dos fatos. Um</p><p>erro de exatidão pode pôr em dúvida a validade de todo o relatório e pode desviar a</p><p>atenção da substância do que se quer comunicar (BRASIL, 2010a).</p><p> Relevância</p><p>Esse critério assegura que deve ser exposto apenas aquilo que tem importância</p><p>dentro do contexto a ser levado em consideração. Não se deve discorrer sobre</p><p>ocorrências que não resultem em conclusões fundamentadas, conforme aponta o</p><p>TCU (BRASIL, 2010a).</p><p> Tempestividade</p><p>Outro princípio basilar que deve ser observado na redação de um relatório de</p><p>auditoria é o estrito cumprimento dos prazos estabelecidos para a elaboração do</p><p>relatório. É importante ressaltar, no entanto, que, em situações especiais e</p><p>dependendo das circunstâncias, deve-se ter o cuidado para que essa observância não</p><p>comprometa a qualidade do conteúdo (BRASIL, 2010a).</p><p> Objetividade</p><p>O relatório deve ser apresentado de forma equilibrada em termos de conteúdo</p><p>e tom; ou seja, a credibilidade de um relatório é reforçada pela forma como as</p><p>evidências são apresentadas, dentro da imparcialidade necessária. A comunicação</p><p>proporcionada pelo relatório deve resguardar-se de qualquer tendência de exagero ou</p><p>superenfatização de deficiências. Interpretações devem ser baseadas no</p><p>conhecimento e na compreensão de fatos e de condições (BRASIL, 2010a).</p><p>11.3 Relatório de auditoria pública</p><p>O que deve constar no corpo do relatório de auditoria? E o que não deve</p><p>constar? Como regra, podemos dizer que aquelas ocorrências que não geram</p><p>conclusões ou propostas de encaminhamento não devem constar no corpo do</p><p>relatório de auditoria pública; porém, em situações em que o relato dos fatos sirva</p><p>para avaliar a equipe, ou dependendo da natureza da ocorrência, o relator pode</p><p>entender como necessário e importante trazer ao texto esses apontamentos. Porém,</p><p>43</p><p>esse relato deve ser sucinto e de forma bem resumida, para manter a objetividade do</p><p>relatório (BRASIL, 2010c).</p><p>11.4 O que não deve constar no corpo do relatório</p><p>É importante lembrar que o relatório é o produto de todo o processo de</p><p>auditoria, que passou pelas fases de planejamento e execução, com as suas</p><p>respectivas etapas, as quais devem ser devidamente documentadas. Contudo, nem</p><p>todos os registros que foram feitos pela equipe de auditoria precisam ser levados de</p><p>forma detalhada ao relatório final, apesar de sua importância. Algumas informações,</p><p>cujo registro é mais adequado nos relatórios sobre o trabalho de fiscalização</p><p>realizado, podem ficar de fora do corpo do relatório; outras, porém, podem ser</p><p>colocadas nos anexos do relatório, caso haja o entendimento de sua importância,</p><p>conforme destaca o TCU (BRASIL, 2010c).</p><p>As orientações de auditoria de conformidade consideram ainda que não devem</p><p>ser incluídas seções adicionais, como “Considerações adicionais” ou “Exames</p><p>realizados”, à estrutura do relatório, a não ser que essas seções constem na matriz</p><p>de planejamento, de acordo com o TCU (BRASIL, 2010c, documento on-line).</p><p>O relato de impropriedades ou irregularidades, porventura identificadas, deve</p><p>ter o tratamento de achados, mesmo que estes sejam decorrentes de</p><p>questões de auditoria não previstas na matriz de planejamento inicial; por</p><p>outro lado, o relato de não identificação de impropriedades ou irregularidades,</p><p>que somente deve ser feito em casos excepcionais, caso a equipe julgue</p><p>necessário, deve ser feito de forma resumida na seção “Conclusão”.</p><p>É desnecessária também a inclusão de tópicos que objetivem relatar as ações</p><p>realizadas (procedimentos) e as técnicas e a amostragem utilizadas ou que busquem</p><p>informar a situação de execução dos processos analisados e os resultados obtidos</p><p>ou, ainda, as eventuais limitações da auditoria. Cada um desses itens deve ser</p><p>registrado em seções específicas do relatório. Por exemplo, segundo o TCU (BRASIL,</p><p>2010b):</p><p> As técnicas e amostragens utilizadas devem ser descritas na seção</p><p>“Metodologia utilizada e limitações inerentes à auditoria”;</p><p> As ações realizadas devem ser descritas na matriz de planejamento;</p><p>44</p><p> A situação de execução dos processos e os resultados obtidos que não</p><p>implicaram achados devem ser descritos na introdução, se for o caso, e assim</p><p>por diante.</p><p>11.5 Elementos do relatório de auditoria</p><p>A título de padronização, o TCU (BRASIL, 2010c), por meio das “Orientações</p><p>para Auditorias de Conformidade”, recomenda que o relatório contenha os elementos</p><p>descritos a seguir.</p><p>Folha de rosto: registro de informações relevantes relativas à identificação do</p><p>processo.</p><p>Resumo: apresentação concisa e seletiva da auditoria, com o objetivo de dar</p><p>uma visão dos principais aspectos do trabalho, devendo ser o mais sucinto possível,</p><p>apresentando os achados, as conclusões e as propostas de encaminhamento de</p><p>forma concisa, sem detalhamento. Deve ressaltar: o objetivo, as questões de</p><p>auditoria, a metodologia utilizada, o volume de recursos fiscalizados, os benefícios</p><p>estimados, os achados, as conclusões e as propostas de encaminhamento mais</p><p>importantes.</p><p>Sumário: lista dos títulos e subtítulos das partes que lhe sucedem.</p><p>Apresentação: relato de informações que visem a contextualizar o trabalho</p><p>realizado, com a descrição da forma como se organiza o relatório, fazendo menção a</p><p>algumas especificidades ou características peculiares da fiscalização, caso seja</p><p>necessário.</p><p>Introdução: registro das informações importantes sobre a auditoria realizada,</p><p>a deliberação que a originou e, se for o caso, as razões que motivaram a realização</p><p>da fiscalização, contendo a descrição do objeto fiscalizado, compreendendo as</p><p>seguintes características:</p><p> Legislação aplicável;</p><p> Objetivos institucionais do órgão fiscalizado;</p><p> Pontos críticos e deficiências no sistema de controle.</p><p>Objetivo da fiscalização: o seu escopo e as questões de auditoria.</p><p>Metodologia: descrição dos procedimentos e das técnicas adotadas, do tipo</p><p>de amostragem utilizado, das limitações inerentes à auditoria (descrevendo</p><p>45</p><p>claramente aquilo que não pôde ser investigado em profundidade sufi ciente para a</p><p>formulação de conclusões, apresentando as justificativas pertinentes).</p><p>Achados de auditoria: as irregularidades ou impropriedades constatadas ao</p><p>longo da execução devem ser relatadas de forma estruturada, por achado,</p><p>destacando-se, pelo menos, os seguintes atributos: descrição (título ou enunciado do</p><p>achado), situação encontrada, objetos nos quais o achado foi constatado, critério de</p><p>auditoria, evidências, causas da ocorrência, conclusão da equipe e proposta de</p><p>encaminhamento (BRASIL, 2010c).</p><p>Conclusão: sintetização dos fatos apurados, de modo a responder as questões</p><p>de auditoria e os achados resultantes da investigação de outros fatos não previstos</p><p>no planejamento</p><p>inicial, podendo ser utilizada para (BRASIL, 2010c):</p><p> Considerações adicionais sobre o trabalho realizado;</p><p> Breves relatos de não detecção de impropriedades na investigação de</p><p>questões de auditoria;</p><p> Breves relatos na apuração de denúncias cujas irregularidades apontadas</p><p>não foram constatadas;</p><p> Relato resumido de boas práticas.</p><p>Propostas de encaminhamento: registro das medidas preventivas, corretivas,</p><p>processuais ou materiais que a equipe avaliadora determina que sejam adotadas para</p><p>os fatos identificados, balizadas na análise de causa e efeito desses achados. Ou</p><p>seja, a causa é o elemento indutor da discrepância entre o critério e a situação</p><p>encontrada e deverá ser o alvo das medidas propostas, as quais devem ser</p><p>formuladas para cada achado de auditoria, conforme aponta o TCU (BRASIL, 2010c).</p><p>Anexos do relatório: documentos que, embora diretamente relacionados aos</p><p>assuntos tratados no relatório, não sejam essenciais à sua compreensão: memórias</p><p>de cálculo, protocolos de teste, descrições mais detalhadas, além daqueles</p><p>documentos que, por seu tamanho ou disposição gráfica, não possam constar no</p><p>corpo do relatório, como tabelas, gráficos e fotografias (BRASIL, 2010c).</p><p>Comparando-se os relatórios de auditoria do setor público com os do setor</p><p>privado, destacam-se as particularidades de que se reveste a administração pública e</p><p>o distanciamento dos cidadãos de suas ações, comparativamente ao</p><p>acompanhamento realizado pelos acionistas de uma empresa quanto às decisões e</p><p>ações de seus gestores. Isso faz com que se exija mais dos relatórios dos auditores</p><p>46</p><p>públicos. Nas auditorias públicas, estão sendo avaliadas a gestão e a confiabilidade</p><p>da informação. Além disso, enquanto no setor privado principal objetivo é o lucro, no</p><p>setor público pretende-se o fornecimento de um leque mais vasto de serviços e</p><p>informações, conforme apontam Marque e Almeida (2004).</p><p>47</p><p>12 BIBLIOGRAFIA</p><p>AZEVEDO, Iraneide. Análise de Custo, [S. l.], p. 1-15, 25 abr. 2018.</p><p>GIACOMELLI, Cinthia Louzada Ferreira. Auditoria no setor público, [S. l.], p. 1-13, 24</p><p>ago. 2017.</p><p>GONÇALVES, Guilherme Corrêa. Fase da comunicação dos resultados da auditoria</p><p>pública. 1-16, [S. l.], p. 1-16, 9 dez. 2019.</p><p>MATTOS, João Guterres de. AUDITORIA. Conceitos relacionados à auditoria, [S. l.],</p><p>p. 1-18, 12 dez. 2016.</p><p>___________ Etapas da auditoria., [S. l.], p. 1-12, 12 jan. 2017.</p><p>PORTAL DE CONTABILIDADE. NBC T- 11 - Normas de auditoria independente das</p><p>demonstrações contábeis. São Paulo, c2016. Disponível em:</p><p>. Acesso em: 12 dez. 2016.</p><p>PORTAL DE CONTABILIDADE. NBC T- 12 - Da auditoria interna. São Paulo, c2016.</p><p>Disponível em: . Acesso em:</p><p>12 dez. 2016.</p><p>SANTOS, Aline Alves dos. Análise de Custo, [S. l.], p. 1-11, 6 fev. 2018</p><p>PORTAL DE CONTABILIDADE. Normas brasileiras de contabilidade interpretação</p><p>técnica: NBC T 11 – IT – 02 Papéis de trabalho e documentação da auditoria. São</p><p>Paulo, c2016. Disponível em: . Acesso em: 12 jan. 2017.</p><p>48</p><p>CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas brasileiras de contabilidade:</p><p>NBC TA – de auditoria independente: NBC TA estrutura conceitual, NBC TA 200 a</p><p>810/ Conselho Federal de Contabilidade. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade,</p><p>2012.</p><p>MANUAL DE CONTABILIDADE APLICADO AO SETOR PÚBLICO – 6ª edição</p><p>NBCASP – Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público sob a</p><p>Ótica das IPSAS: publicação. 2ª edição, CRCRS, outubro/2014.</p><p>CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas brasileiras de contabilidade:</p><p>NBC TG - geral - normas completas, NBC TG – estrutura conceitual e NBC TG 01 a</p><p>40 (exceto 34 e 42)/ Conselho Federal de Contabilidade. -- Brasília: Conselho Federal</p><p>de Contabilidade, 2011.</p><p>CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas brasileiras de contabilidade:</p><p>contabilidade aplicada ao setor público: NBCs T 16.1 a 16.11/ Conselho Federal de</p><p>Contabilidade. -- Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2012.</p><p>CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TA 706: parágrafos de ênfase e</p><p>parágrafosde outros assuntos no relatório do auditor independente. Brasília, DF, 2016.</p><p>Disponível em: .</p><p>Acesso em: 12 jan. 2017.</p><p>CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº 1.231/09. Brasília,</p><p>DF, 2009.Disponível em: . Acesso em:</p><p>12 jan. 2017.</p><p>INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENDENTES DO BRASIL. Ibracon emite</p><p>Comunicado Técnico nº 02/2016. São Paulo, 2016. Disponível em:</p><p>. Acesso</p><p>em: 12 jan. 2017.</p><p>PORTAL DE AUDITORIA. Introdução ao relatório de auditoria. Curitiba, [c2016].</p><p>Disponívelem:</p><p>.Acesso em: 12 jan. 2017.</p><p>49</p><p>ATTIE, William.Auditoria Interna.São Paulo:Atlas,1986.</p><p>______. Auditoria Interna.São Paulo:Atlas,1987.</p><p>______. Auditoria Interna.São Paulo:Atlas,1988.</p><p>______. Auditoria Interna. 2ª ed.São Paulo:Atlas,1992.</p><p>______. Auditoria: conceitos e aplicações.2.ed.São Paulo:Atlas, 1993.</p><p>______. Auditoria: conceitos e aplicações.3.ed.São Paulo:Atlas, 1998.</p><p>SÁ, Antônio Lopes de. Auditoria Interna. São Paulo:Atlas, 1976.</p><p>________. Curso de Auditoria. São Paulo: Atlas, 1978.</p><p>________. Curso de Auditoria. 8.ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Atlas, 1998.</p><p>PAULA, Maria Goreth Miranda Almeida. Auditoria Interna – Embasamento Conceitual</p><p>e Suporte Tecnológico. São Paulo: Atlas, 1999.</p><p>BASSO, Irani Paulo. Introdução à Auditoria. 3.ed. Ijuí: Unijuí, 2005.</p><p>CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 2.ed. São Paulo:</p><p>Atlas, 2002.</p><p>______. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2011.</p><p>FRANCO, Hilário; MARRA, Ernesto. Auditoria Contábil. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2001.</p><p>JUND, Sergio. Auditoria: Conceitos, Normas, Técnicas e Procedimentos. Rio de</p><p>Janeiro: Impetus, 2001.</p><p>SÁ, A. Lopes de. Curso de Auditoria. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2002.</p><p>de emprego não lhe deve tirar a independência profissional, pois sua subordinação à</p><p>administração da empresa deve ser apenas com o aspecto funcional.</p><p>7</p><p>Conforme MATTOS (2016), o trabalho do auditor interno e do auditor externo,</p><p>na maioria das vezes, tem focos diferentes, no entanto, em ambos os campos de</p><p>atuação os trabalhos devem ser pautados por compromisso ético, dedicação e técnica</p><p>que requer a profissão de auditor. Em determinados casos, os trabalhos dos auditores</p><p>internos e externos podem ser compartilhados com os auditores externos, o que</p><p>demonstra que, do ponto de vista técnico, as profissões se assemelham.</p><p>3.1 Auditoria interna</p><p>Ainda de acordo com MATTOS (2016), a auditoria interna é uma área de staff</p><p>dentro da empresa, trata-se de uma equipe de auditores que possui vínculo</p><p>empregatício com a empresa e trabalha a serviço da alta administração. Ainda que o</p><p>auditor interno faça parte do quadro laboral da empresa, seu trabalho precisa ser</p><p>realizado com maior grau de independência possível, ou seja, a área de auditoria deve</p><p>se reportar para o mais alto nível hierárquico da empresa, para que toda e qualquer</p><p>inconformidade seja devidamente levada a conhecimento da alta administração.</p><p>Além disso, outros dois fatores são de extrema importância no trabalho da</p><p>auditoria interna:</p><p> Periodicidade dos testes: a equipe de auditores internos trabalha em tempo</p><p>integral dentro de uma única empresa, os trabalhos de averiguações de áreas</p><p>e controles-chave acontecem com maior frequência.</p><p> Profundidade dos testes: os testes feitos pela auditoria interna tendem a ser</p><p>realizados com excelente nível técnico, pois além dos conhecimentos básicos</p><p>da profissão de auditor, a equipe interna, geralmente, tem grande</p><p>conhecimento dos processos e normas da empresa e conseguem fornecer</p><p>excelente cobertura aos riscos dos negócios no qual operam.</p><p>De acordo com Paula (1999, p.40), a auditoria interna é importante para a</p><p>entidade porque:</p><p> É parte essencial do sistema global de controle interno;</p><p> Leva ao conhecimento da alta administração o retrato fiel do</p><p>desempenho da empresa, seus problemas, pontos críticos e</p><p>necessidades de providências, sugerindo soluções;</p><p> Mostra os desvios organizacionais existentes no processo decisório</p><p>e no planejamento;</p><p> É uma atividade abrangente, cobrindo todas as áreas da empresa;</p><p> É medida pelos resultados alcançados na assessoria à alta</p><p>administração e à estrutura organizacional, quanto ao cumprimento</p><p>8</p><p>das políticas traçadas, da legislação aplicável e dos normativos</p><p>internos;</p><p> Apresenta sugestões para a melhoria dos controles implantados ou</p><p>em estudos de viabilização;</p><p> Recomenda redução de custos, eliminação de desperdícios,</p><p>melhoria da qualidade e aumento da produtividade;</p><p> Assegura que os controles e as rotinas estejam sendo corretamente</p><p>executados, que os dados contábeis merecem confiança e refletem</p><p>a realidade da organização e que as diretrizes traçadas estão sendo</p><p>observadas;</p><p> Estimula o funcionamento regular do sistema de custos, controle</p><p>interno e o cumprimento da legislação;</p><p> Coordena o relacionamento com os órgãos de controle</p><p>governamental;</p><p> Avalia, de forma independente, as atividades desenvolvidas pelos</p><p>diversos órgãos da companhia e por empresas controladas e</p><p>coligadas;</p><p> Ajuda a administração na busca de eficiência e do melhor</p><p>desempenho, nas funções operacionais e na gestão dos negócios da</p><p>companhia.</p><p>Uma equipe de auditoria interna, para gerar valor para à empresa, precisa estar</p><p>apta a realizar diferentes tipos de auditoria. Precisa ter conhecimento sobre normas</p><p>técnicas e práticas de mercado relativas à contabilidade, para poder averiguar os</p><p>dados contábeis e acompanhar o trabalho de auditoria interna. Também necessita</p><p>conhecer as diretrizes operacionais internas, bem como detalhes dos processos para</p><p>realizar trabalhos operacionais, contribuindo, assim, com a identificação de riscos e</p><p>melhoria contínuas. Além disso, precisa ter habilidade técnica para conduzir auditorias</p><p>de gestão, além de apoiar a empresa em projetos e reestruturações.</p><p>A auditoria interna desempenha uma função extremamente importante dentro</p><p>das organizações, seu papel é prestar serviço a alta administração da</p><p>empresa, apoiando no controle dos bens ativos, no acompanhamento do</p><p>andamento de processos e cumprimento das normas internas. Cabe à</p><p>auditoria interna garantir um ambiente de controles internos saudável, bem</p><p>como realizar as devidas recomendações sobre possíveis melhorias, quando</p><p>necessário. MATTOS, 2016.</p><p>Por isso, o conhecimento técnico e a formação acadêmica da uma equipe de</p><p>auditores internos pode variar, pois precisa acompanhar as necessidades dos</p><p>negócios. Profissionais de administração de empresas e contabilidade são</p><p>mandatórios na composição de uma equipe de auditoria interna, pois somente eles</p><p>podem dar cobertura a alguns tipos de trabalhos.</p><p>Attie (1988, p.29) resume os objetivos da auditoria interna da seguinte forma:</p><p>9</p><p> Examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras</p><p>operacionais e os meios utilizados para aferir, localizar, classificar e comunicar</p><p>estas informações;</p><p> Examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância às políticas,</p><p>planos, leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto sobre</p><p>operações e relatórios, e determinar se a organização está em conformidade</p><p>com as diretrizes;</p><p> Examinar os meios usados para a proteção dos ativos e, se necessário,</p><p>comprovar sua existência real;</p><p> Verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e econômica;</p><p> Examina operações e programas e verificar se os resultados são compatíveis</p><p>com os planos e se estas operações e estes programas são executados de</p><p>acordo com o que foi planejado; e</p><p> Comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas</p><p>as providências necessárias a respeito de suas descobertas.</p><p>Por vezes, a auditoria interna acaba prestando serviços de consultoria para as</p><p>mais variadas áreas da empresa, pois antes de os gestores das referidas áreas</p><p>tomarem uma decisão estratégica, acabam consultado a auditoria interna com o intuito</p><p>de averiguar os reflexos das ações desejadas em outras áreas da empresa ou até</p><p>mesmo em termos de compliance das normas externas. Porém, cabe salientar que a</p><p>auditoria interna não tem poder de decisão sobre os processos, apenas faz</p><p>recomendações baseadas em aspectos técnicos.</p><p>Os trabalhos de auditoria interna são baseados em princípios éticos,</p><p>procedimentos técnicos e metodologia, como descritos a seguir:</p><p> Testes de observância: visam à obtenção de uma segurança razoável quanto</p><p>aos controles internos estabelecidos pela administração, se estão em efetivo</p><p>funcionamento e, inclusive, quanto ao seu cumprimento pelos funcionários da</p><p>entidade.</p><p> Teste substantivos: visam à obtenção de evidência quanto à suficiência,</p><p>exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informações da</p><p>entidade.</p><p> Papéis de trabalho: são compostos por evidências (documentos) e</p><p>apontamentos feitos pelo auditor ao longo do trabalho, visando a amparar as</p><p>informações citadas em seu parecer.</p><p>10</p><p>3.2 Auditoria externa</p><p>MATTOS (2016), afirma quer auditoria externa, ou auditoria independente,</p><p>cumpre uma função muito importante na sociedade. Seu trabalho se assemelha ao</p><p>trabalho do auditor interno em alguns aspectos, porém há importantes fatores que</p><p>diferenciam esses profissionais. O primeiro deles, e de maior importância é o vínculo</p><p>trabalhista. O auditor externo não tem vínculo trabalhista com a empresa auditada, ele</p><p>é um prestador de serviço, fato que gera maior independência nos trabalhos e,</p><p>consequentemente, na emissão do parecer.</p><p>A independência é tão importante para o trabalho do auditor externo, que a</p><p>comissão de valores imobiliários (CVM) institui normas relativas ao prazo em que uma</p><p>firma</p><p>de auditoria pode permanecer prestando serviço para uma empresa auditada. A</p><p>norma estipula um prazo máximo de vínculo de 5 anos, depois desse prazo, a auditada</p><p>deve buscar uma nova firma de auditoria externa para avaliar suas demonstrações</p><p>contábeis, e só poderá recontratar o antigo parceiro, depois de três anos. Está regra</p><p>se aplica, fundamentalmente, a todas as empresas vinculadas a CVM. Lembrando</p><p>que a CVM é a comissão de valores mobiliários, responsável pela regulamentação do</p><p>mercado de capitais no Brasil.</p><p>O objetivo principal de uma auditoria externa é examinar os registros contábeis,</p><p>por meio de procedimentos técnicos e emitir parecer em parcial acerca dos dados</p><p>averiguados. Como consequência deste trabalho, é possível identificar uma fraude.</p><p>Além disso, é preciso saber que não é escopo do auditor externo emitir parecer e</p><p>recomendações sobre a qualidade de produtos, em geral, essas atividades são</p><p>desempenhadas por áreas específicas dentro das empresas e, por vezes, passam por</p><p>auditoria interna.</p><p>Segundo Attie (1992, p.35),</p><p>A existência de auditoria externa não elimina a necessidade da auditoria</p><p>interna e tampouco a recíproca é verdadeira, pois cada uma delas dispõe de</p><p>uma função e tem diferentes objetivos. O trabalho conjugado entre ambas</p><p>deve ser incentivado como forma de evitar duplicidade de trabalho, assim</p><p>como promover a redução de custos de ambas as partes.</p><p>É mandatório que os profissionais de auditoria externa, que realizam auditorias</p><p>de balanço, tenham formação em ciências contábeis, contudo, uma empresa de</p><p>auditoria também conta com profissionais de outras áreas, responsáveis pela</p><p>cobertura de outros serviços ofertados por essas firmas. Cabe, no entanto, salientar</p><p>11</p><p>que o principal produto e o mais reconhecido no mercado é de fato a auditoria das</p><p>demonstrações financeiras e controles-chave relacionados à contabilidade.</p><p>Outro ponto importante e característico do trabalho da auditoria externa é a</p><p>profundidade dos testes. O auditor externo possui algumas limitações em relação aos</p><p>auditores internos no que se refere ao grau de conhecimento dos negócios e, também,</p><p>não tem o mesmo prazo para realização dos testes, geralmente é menor. Dessa</p><p>forma, a profundidade dos testes não é a mesma obtida em uma auditoria interna.</p><p>3.3 Principais diferenças</p><p>Agora que já conheceu um pouco mais das características das auditorias</p><p>interna e externa e que o dever ético, o escopo e os testes dos auditores internos</p><p>externos são tecnicamente semelhantes, vamos elencar e comparar as diferenças.</p><p>Segundo Crepaldi (2011, p. 39), ambas possuem diferenças em relação ao seu</p><p>trabalho e as principais características são a:</p><p> Extensão dos trabalhos: o escopo dos trabalhos feitos pelo auditor interno</p><p>normalmente é determinado pela gerência, enquanto a extensão do exame do</p><p>auditor externo é determinada pelas normas usuais reconhecidas no país ou</p><p>requeridas por legislação específica;</p><p> Direção: o auditor interno dirige seus trabalhos para assegurar que o sistema</p><p>contábil e de controle interno funcionam eficientemente, a fim de que os dados</p><p>contábeis fornecidos à gerencia apresentem os fatos com exatidão. Os</p><p>trabalhos do auditor externo, entretanto, são determinados por seu dever de</p><p>fazer com que as demonstrações contábeis a serem apresentadas a terceiros,</p><p>como por exemplo a acionistas, investidores, fornecedores, à fiscalização,</p><p>reflitam com propriedade a situação contábil de uma empresa em certa data, e</p><p>os resultados das operações do período examinado;</p><p> Responsabilidade: a responsabilidade do auditor interno é para com a</p><p>gerência, ao passo que a responsabilidade do auditor externo geralmente é</p><p>mais ampla. É evidente que o auditor interno, sendo funcionário da empresa,</p><p>não tem a condição de total independência que possui o auditor externo;</p><p> Método: não obstante as diferenças apontadas, os trabalhos de ambos são</p><p>efetuados em geral por métodos idênticos. O auditor interno segue mais as</p><p>rotinas de cunho interno, ou seja, observa o cumprimento rígido das normas</p><p>12</p><p>internas, pois ele tem domínio da cultura da empresa, enquanto o auditor</p><p>externo observa mais o cumprimento das normas associadas às leis de forma</p><p>bem ampla, ele tem melhor domínio dos aspectos de interesse coletivo.</p><p>Veja, nos Quadros abaixo, mais algumas das principais diferenças entre essas</p><p>duas profissões.</p><p>Fonte: Apostila do Curso de Formação de Auditores do Banco do Brasil -BB, (97/98)</p><p>Fonte: Características das profissões por MATTO, (2016)</p><p>13</p><p>4 ÓRGÃOS REGULADORES DA PROFISSÃO DE AUDITOR</p><p>O crescimento da demanda no mercado de auditoria acompanhou a</p><p>globalização e as respectivas evoluções do mercado ao redor do mundo. Por esse</p><p>motivo, surgiu a necessidade da formação de fóruns e comitês para discutir o tema</p><p>auditoria e outros relacionados à profissão do auditor. Cabe salientar que o auditor</p><p>precisa estar atento as mudanças legislativas no mercado interno e externo, pois</p><p>essas mudanças afetam diretamente seu dia a dia. Logo, é possível afirmar que o</p><p>estudo sobre o trabalho e abrangência dos órgãos reguladores é de primordial</p><p>importância para a formação do auditor.</p><p>4.1 Nacionais</p><p> CVM – Comissão de Valores Mobiliários</p><p>A CVM é um órgão nacional, vinculado ao ministério da fazenda, que tem como</p><p>finalidade acompanhar o mercado de valores mobiliários no Brasil. Por meio de sua</p><p>Instrução Normativa nº 308, delibera sobre os direitos e deveres das auditorias</p><p>independentes, tratando de trabalhos envolvendo empresas que operam no mercado</p><p>de capitais brasileiro.</p><p> IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil</p><p>O IBRACON tem como principal objetivo a luta em prol do fortalecimento da</p><p>profissão de auditor independente e das estruturas de mercado no Brasil, além disso</p><p>é a instituição autorizada a traduzir o Livro Normas Internacionais de Relatório</p><p>Financeiro (IFRS).</p><p> CFC e CRC – Conselho Federal e Regional de Contabilidade</p><p>O CFC é responsável pela regulamentação da profissão contábil e pela</p><p>emissão de normas que norteiam o trabalho de contadores e auditores internos e</p><p>externos, em relação a trabalhos de auditoria contábil ou de avaliação de controles</p><p>internos que afetam a situação patrimonial ou resultado das empresas.</p><p> IIA Brasil – Instituto dos Auditores Internos do Brasil</p><p>14</p><p>O IIA Brasil tem como preocupações promover o valor dos auditores internos</p><p>nas organizações, proporcionar condições para o desenvolvimento e a capacitação</p><p>dos executivos do setor e, ainda, disseminar o papel desse profissional no mercado.</p><p>4.2 Internacionais</p><p> IASB – International Accounting Standards Board</p><p>Criado em 2001, com sede em Londres, o IASB é responsável pelo estudo e</p><p>divulgação das normas contábeis internacionais (IFRS, do inglês International</p><p>Financial Standards Reports).</p><p> FASB – Financial Accounting Standards Board</p><p>Também é responsável pelo estudo e divulgação de normas técnicas da</p><p>contabilidade chamadas FAS, do inglês financial accounting standards. Porém as</p><p>normas emitidas por essa entidade estão restritas a empresas do mercado financeiro</p><p>americano. Não são consideradas normas internacionais como o IFRS.</p><p>IFAC – International Federation of Accountants</p><p>Criado em 1977, com sede nos Estado Unidos, o IFAC é responsável por emitir</p><p>orientações contábeis e de auditoria em aspectos como:</p><p>IAS (normas e procedimentos internacionais de auditoria) por meio do apoio ao</p><p>IAASB;</p><p>Código de ética sobre dos profissionais de contabilidade;</p><p>Procedimentos internacionais de contabilidade gerencial e governamental.</p><p>IAASB – International Auditing and Assurance Standards Board</p><p>Criado em 1978, nos Estados Unidos, é intitulado como organismo de</p><p>normatização e tem como finalidade estabelecer normas internacionais sobre</p><p>auditoria, revisão, outras assegurações, controle de qualidade e serviços</p><p>relacionados. Também trabalha para melhorar</p><p>a qualidade da prática dos auditores</p><p>em todo o mundo.</p><p>PCAOB – Public Company Accounting Oversight Board</p><p>Ativo desde 2002, também com sede nos Estado Unidos, foi criado em conjunto</p><p>com a Lei SOX (Sarbanes-Oxley), com a fi nalidade de fi scalizar auditores e,</p><p>consequentemente, proteger os interesses dos investidores. Embora aplicável às</p><p>15</p><p>empresas que estão submetidas a SOX, o PCAOB tem como missão estabelecer as</p><p>normas de auditoria, controle de qualidade, ética e independência em relação aos</p><p>processos de inspeção e a emissão dos relatórios de auditoria.</p><p>5 CUSTOS</p><p>Fonte:blbbrasil.com.br</p><p>De acordo com SANTOS, (2018) a contabilidade de custos é importante em</p><p>decorrência da utilização dos dados constantes na contabilidade, a fim de identificar</p><p>o desempenho e a escolha do método adequado pelas empresas. Vale destacar que</p><p>os custos auxiliam as organizações a atingirem suas metas.</p><p>As informações relativas à contabilidade de custos devem ser fornecidas</p><p>adequadamente para embasar a tomada de decisão das organizações, tanto em nível</p><p>gerencial, quanto estratégico.</p><p>As decisões são tomadas com base nas informações adquiridas mediante a</p><p>análise dos custos, pois é imprescindível obter informações fidedignas em relação aos</p><p>custos para assim alcançar um resultado operacional positivo.</p><p>A inexistência de informações sobre os custos poderá ameaçar a</p><p>permanência da organização no mercado, tendo em vista que todas as</p><p>decisões operacionais e financeiras da empresa são influenciadas pelo</p><p>conhecimento da composição dos custos dos produtos, das mercadorias ou</p><p>dos serviços que a empresa oferece. SANTOS, 2018.</p><p>Santos, (2018) destaca que mesmo as empresas que fazem uso das</p><p>informações dos custos podem sofrer ameaças. Isso ocorrerá se os gestores não</p><p>utilizarem essas informações de modo apropriado para a tomada de decisão.</p><p>16</p><p>Ao tomarem decisões sobre produtos, preço e redução de custos, que são de</p><p>extrema relevância para qualquer organização, os gestores dependem da execução</p><p>do controle total e eficaz relativa aos custos, já que, por meio de tais informações, é</p><p>possível verificar a conduta dos gestores nas ações desempenhadas pela entidade.</p><p>A contabilidade de custos é utilizada na tomada de decisão devido à sua</p><p>precisão na apuração, à análise e à apresentação das informações, proporcionando</p><p>análise e controle dos custos unitários. Dessa forma, os gestores podem tomar</p><p>decisões relevantes e ágeis que coloquem a organização à frente das suas</p><p>concorrentes no mercado de forma competitiva, proporcionando, assim, a</p><p>maximização da lucratividade.</p><p>Diante da concorrência do mercado e da globalização, torna-se indispensável</p><p>o gerenciamento dos custos para garantir que a organização tenha continuidade com</p><p>lucratividade no mercado em que está inserida.</p><p>A importância da contabilidade de custos para os gestores na tomada de</p><p>decisão de acordo com Bruni e Famá (2004 apud SANTOS , 2018).</p><p> Tomada de decisão - O gestor decide pelas informações dos custos sobre a</p><p>população, envolvendo o quê, quanto, como e quando produzir, tomando</p><p>decisões sobre a formação de preços e sobre a escolha entre produção própria</p><p>ou terceirização.</p><p> Controle - A aplicação dos custos permite o monitoramento das operações e</p><p>dos recursos, como estoques, modificação dos padrões e orçamentos e análise</p><p>entre o previsto e o realizado.</p><p> Definição do lucro - Aplicando dados reais do registro convencionais contábeis,</p><p>procedendo de modo diferente, fazendo com que sejam mais úteis à gestão da</p><p>empresa.</p><p>Assim podemos concluir que o gestor faz uso das informações dos custos para</p><p>decidir sobre a expansão da produção de um bem ou serviço.</p><p>É possível que algumas vezes também seja preciso decidir sobre comprar um</p><p>produto para revenda ou produzi-lo, o que também implica decisões importantes que</p><p>dependem da análise dos custos que acarretarão sobre o processo.</p><p>17</p><p>6 AS TERMINOLOGIAS USADAS NA CONTABILIDADE DE CUSTOS</p><p>Ainda de acordo com SANTOS, (2018) nas organizações em que há</p><p>profissionais de diferentes áreas, as palavras gastos, custos e despesas podem</p><p>remeter ao mesmo significado, do mesmo modo como desembolso e investimento,</p><p>também podem levar ao mesmo entendimento.</p><p>A área de custos possui suas próprias terminologias, porém, em alguns</p><p>momentos, estas podem ser utilizadas de maneira equivocada, dessa forma, é preciso</p><p>entender o que significa cada uma dessas nomenclaturas. Portanto, analise a</p><p>terminologia utilizada em custos direto, indireto, fixo, variável, semivariável e semifixo:</p><p> Gasto: é o valor que a empresa contrai, a fim de adquirir bens ou serviços,</p><p>correspondendo à entrega ou ao compromisso de entrega de ativos</p><p>(geralmente em dinheiro). No gasto, existe a transferência para a propriedade</p><p>da empresa do bem ou do serviço, que é quando ocorre o reconhecimento</p><p>contábil da dívida que a empresa adquiriu ou mesmo da redução do ativo</p><p>oferecido como pagamento.</p><p>Dessa forma, podemos entender que o gasto está vinculado à aquisição de um</p><p>produto ou serviço qualquer que terá, por consequência, um sacrifício financeiro da</p><p>empresa.</p><p> Desembolso: corresponde ao valor que deve ser pago em decorrência da</p><p>compra de um bem ou serviço. O desembolso pode ocorrer em momento</p><p>diferentes, ou seja, antes, durante ou depois da entrada do objeto adquirido.</p><p> Investimento: corresponde ao gasto estimulado em virtude da sua vida útil ou</p><p>de seus benefícios atribuíveis a um período futuro, que, em consequência do</p><p>seu uso, consumo ou venda, poderá se transformar em custo, despesa ou</p><p>ainda em perda.</p><p>Os investimentos podem ser de diversas naturezas, bem como de períodos de</p><p>ativação variados. Por exemplo, a matéria-prima se refere a um gasto que é</p><p>contabilizado provisoriamente como investimento circulante, já que se transforma em</p><p>custo no momento em que é transferida para a produção, assim como a máquina</p><p>corresponde a um gasto que se transforma em investimento, localizado no ativo não</p><p>circulante, entre outros.</p><p>18</p><p> Custo: significa um gasto que a organização possui relacionado ao bem ou</p><p>serviço usado na produção de outros bens e serviços.</p><p>O custo também corresponde a um gasto, porém, é identificado como custo no</p><p>instante da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), a fim de produzir um</p><p>bem ou cumprir um serviço.</p><p>Exemplos:</p><p>A matéria-prima corresponde a um gasto na sua aquisição, que posteriormente</p><p>se transforma em investimento, ficando assim durante o tempo da sua estocagem. No</p><p>instante da sua utilização na produção de um bem, surge o custo da matéria-prima,</p><p>que se refere a uma parte complementar do bem que foi produzido. Desse modo, o</p><p>bem produzido é um novo investimento.</p><p>A energia elétrica é um gasto quando adquirida, porém, passa a ser custo</p><p>devido ao seu uso, fazendo parte do valor agregado ao custo do produto.</p><p>A máquina resultou de um gasto quando foi adquirida, passando a ser um</p><p>investimento e, parceladamente, transformando-se em custo, por intermédio da</p><p>depreciação, conforme for usada no processo de produção.</p><p> Despesa: são todos os gastos que a entidade possui com bens e serviços e</p><p>que não são usados nas atividades de produção. São bens e serviços</p><p>consumidos, de forma direta ou indireta, a fim de obter receitas.</p><p>Entende-se que quase todas as despesas da empresa foram ou são gastas.</p><p>No entanto, existem gastos que não são transformados em despesas.</p><p>Diversos gastos são imediatamente transformados em despesas, já outros</p><p>passam pela etapa de custos, existindo também os que passam por todo o processo,</p><p>dessa forma, passando pelas etapas de investimento, custo e depois despesa.</p><p>Exemplos:</p><p>Salários e encargos dos colaboradores da área de vendas e do administrativo,</p><p>energia elétrica do escritório, aluguel e seguro correspondente ao prédio onde</p><p>funciona o administrativo, depreciação dos equipamentos do escritório.</p><p> Perda: representa um gasto</p><p>proposital oriundo de elementos externos</p><p>acidentais. Considera-se a perda como sendo da mesma natureza das</p><p>despesas, sendo contabilizada de forma direta contra o resultado do</p><p>período.</p><p>A perda não deve ser confundida com a despesa, nem com o custo, a diferença</p><p>fica evidente devido à sua característica de remeter a uma eventualidade e ser</p><p>19</p><p>instintiva, dessa forma, não representando um sacrifício que possui o intuito de</p><p>adquirir receitas.</p><p>As perdas se referem a itens que vão diretamente para as contas de resultado,</p><p>do mesmo modo que as despesas. É habitual o uso da expressão perdas de materiais</p><p>na elaboração de bens e serviços, no entanto, a maioria dessas perdas representa</p><p>um custo, considerando que são valores comprometidos de forma normal no processo</p><p>de produção, pertencendo a um sacrifício conhecido por antecipação, a fim de adquirir</p><p>um produto ou serviço e também à receita pretendida.</p><p>Diversas perdas de valores mais baixos são, na prática, normalmente avaliadas</p><p>dentro dos custos ou das despesas, sem sua divisão, sendo concedidas em virtude</p><p>do seu baixo valor. (SANTOS, 2018).</p><p>Esta é uma técnica utilizada para identificar, mensurar e informar os custos</p><p>dos produtos e/ou serviços. Ela tem a função de gerar informações precisas</p><p>e rápidas para a administração e para a tomada de decisões. CREPALDI</p><p>(2002, apud AZEVEDO, 2018).</p><p>6.1 Classificação dos custos</p><p>Além de várias classificações possíveis, muitos conceitos são utilizados para</p><p>diferenciar custos de mão de obra.</p><p>Quanto ao grau de agregação:</p><p> Custo total: é o montante despendido no período para fabricar todos os</p><p>produtos.</p><p> Custo unitário: é o custo para fabricar uma unidade do produto.</p><p>Quanto à apropriação dos produtos:</p><p> Custos diretos: segundo Crepaldi (2002), é o custo de qualquer trabalho</p><p>humano diretamente identificável e mensurável com o produto. Exemplos:</p><p>salários, inclusive os encargos sociais (13º, férias, FGTS, INSS), dos</p><p>empregados que trabalham diretamente na produção.</p><p> Custos indiretos: diz respeito ao pessoal que trabalha com vários produtos</p><p>ou setores e, por isso, necessita de algum critério de rateio para que os custos</p><p>de mão de obra sejam distribuídos proporcionalmente a cada setor. Exemplos:</p><p>em um supermercado, o pessoal que trabalha na reposição de mercadorias, ou</p><p>nos caixas, têm os seus custos de mão de obra com a característica indireta.</p><p>Os trabalhadores encarregados da reposição das mercadorias e os caixas do</p><p>20</p><p>supermercado necessitam de critérios de rateio para que os seus custos de</p><p>mão de obra sejam distribuídos aos vários setores de um supermercado.</p><p>Os critérios de rateio representam a forma como serão distribuídos os custos</p><p>indiretos de fabricação (CIFs) aos produtos, ao centro de custos e ao centro</p><p>de despesas ou receitas geradas. Esses critérios são normalmente arbitrados</p><p>pelo gestor responsável pelo custo. Esse critério pode proporcionar</p><p>distorções nos resultados finais. AZEVEDO, 2018.</p><p>Quanto à sua espécie:</p><p> Custo com mão de obra: são os custos envolvidos com a mão de obra utilizada</p><p>dentro da empresa. Tais custos são representados pelos salários, pelos</p><p>encargos sociais e por outros custos ligados à mão de obra. Esses custos</p><p>podem ser divididos em: Mão de obra direta: os custos com a mão de obra</p><p>direta são aqueles provenientes da utilização de mão de obra empregada</p><p>diretamente na transformação do produto e Mão de obra indireta: os custos</p><p>com a mão de obra indireta são aqueles oriundos da utilização de mão de obra</p><p>que não tenha atuação direta no produto.</p><p>7 INICIANDO UMA AUDITORIA</p><p>Fonte: blogdaqualidade.com.br</p><p>As informações de um trabalho de auditoria são de suma importância para os</p><p>negócios das empresas e, podem alterar estruturas e processos. Dessa forma, é</p><p>necessário que haja uma formalização de todos os testes realizados, os quais devem</p><p>21</p><p>ser de extrema qualidade técnica e sigilo. É parte do trabalho de um auditor</p><p>recomendar algumas melhorias no ambiente de controle, a partir da identificação de</p><p>inconformidades encontradas na etapa de testes.</p><p>Segundo Crepaldi (2011), as normas de execução dos trabalhos do auditor são:</p><p> Planejamento e supervisão: no planejamento o auditor deve ter conhecimento</p><p>da atividade, legislação e as práticas operacionais da empresa, e a supervisão</p><p>direciona o trabalho dos assistentes, se os objetivos do trabalho foram</p><p>alcançados;</p><p> Relevância: deve ser considerada na determinação da natureza, oportunidade</p><p>e extensão dos procedimentos;</p><p> Risco de auditoria: é a expressão da opinião do auditor de forma isoladamente</p><p>inadequada sobre as demonstrações contábeis;</p><p> Supervisão e controle de qualidade: a supervisão dos trabalhos é a avaliação</p><p>do cumprimento do planejamento e do programa, se as tarefas distribuídas à</p><p>equipe estão sendo cumpridas, se os trabalhos foram documentados e os</p><p>objetivos dos procedimentos alcançados, e se as conclusões dos trabalhos do</p><p>auditor permitem fundamentar sua opinião, e o controle de qualidade o auditor</p><p>avalia periodicamente se os serviços executados estão sendo realizados</p><p>segundo as Normas Profissionais do Auditor Independente;</p><p> Avaliação do sistema contábil e controle interno: são os métodos e</p><p>procedimentos adotados pela empresa para proteger seu patrimônio, que é de</p><p>responsabilidade da administração, devendo o auditor avaliar aplicando os</p><p>procedimentos de auditoria, efetuando sugestões para o aprimoramento; e,</p><p> Papel da auditoria na redução de riscos: a demanda da auditoria é crescente,</p><p>pois a maior preocupação dos investidores é o risco, e uma forma de protegê-</p><p>los é por meio da auditoria.</p><p>7.1 Riscos e controles</p><p>MATTOS, (2017) afirma que a avaliação dos riscos é uma das principais etapas</p><p>do processo de auditoria, pois, embora a empresa auditada já tenha constituída uma</p><p>matriz de riscos, o auditor deve iniciar o trabalho revisando, junto aos auditados, se</p><p>não há alterações relevantes no processo que culminaram na extinção ou criação de</p><p>novos riscos que não estavam previstos inicialmente na matriz. Em contrapartida,</p><p>22</p><p>deve-se verificar a existência de controles internos, sejam eles formais ou informais,</p><p>que possam mitigar esses riscos. Alguns riscos são comuns a diversas empresas,</p><p>pois estão vinculados a processos chave para o funcionamento de uma estrutura de</p><p>pessoa jurídica, por exemplo, os riscos vinculados à área financeira, vendas, compras</p><p>e fiscal.</p><p>MATTOS, (2017) ressalta que na área financeira, existem riscos de</p><p>manipulação de saldos bancários, de desvios de dinheiro, fraudes em baixa de títulos</p><p>de clientes e risco operacional por falhas nos processos de pagamentos, o que gera</p><p>passivos de juros indevidos.</p><p>O auditor deverá averiguar a existência de controles mitigatórios para esses</p><p>riscos e, não identificando mecanismos que mitiguem ou ao menos minimizem esses</p><p>riscos, deverá trabalhar fortemente em evidências que demonstrem a materialização</p><p>do risco. Caso essas evidências existam, deve demonstrar a empresa a importância</p><p>de controlar esses pontos chaves da área financeira, a fim de evitar reincidência de</p><p>perdas. Ao final do trabalho, o auditor deve recomendar a criação ou aprimoramento</p><p>desses controles.</p><p>Já em relação à área de vendas, compras e fiscal, há riscos de manipulação</p><p>nos cálculos de comissões para os vendedores, concessões comerciais indevidas,</p><p>concessões indevidas de adiantamento, compras superfaturadas ou sem</p><p>necessidade, além de sonegações fiscais. Para esses riscos, é preciso avaliar se</p><p>existem controles de acompanhamento ou revisão analítica de pagamentos de</p><p>comissões, segregação de função e estrutura hierárquica na aprovação de condições</p><p>comerciais diferenciadas e nas compras, bem como verificar a existência de</p><p>mecanismos de avaliação dos níveis de estoques antes de realizar compras e também</p><p>garantir que haja uma concorrência saudável entre os fornecedores.</p><p>Já na área fiscal,</p><p>é recomendável a existência de um controle de conciliação</p><p>sobre o fluxo de notas de entradas e saída com as respectivas obrigações fiscais</p><p>sobre esses eventos. A exemplo do que ocorre com a área financeira, se não constatar</p><p>a falta de mecanismos semelhantes a estes, nas áreas que for realizar auditoria, há</p><p>forte tendência de encontrar desvios nos processos. Ao final do trabalho, o auditor</p><p>poderá recomendar a implantação desses controles, a fim de equilibrar a balança risco</p><p>x controles da empresa.</p><p>23</p><p>7.2 Walkthrough</p><p>De acordo com MATTOS, (2017) é bastante comum, principalmente em se</p><p>tratando de auditorias independentes, a realização de uma etapa de auditoria</p><p>chamada de walkthrough. Trata-se de uma etapa inicial do trabalho, em que os</p><p>auditores realizam uma avaliação sobre o ambiente de controles e avaliam se as</p><p>transações e processos estão ocorrendo conforme informado pelos auditados. Nessa</p><p>etapa, pode-se averiguar também alguma alteração ocorrida desde a última auditoria,</p><p>como processos extintos ou absorvidos pela área ao longo do tempo.</p><p>O auditor pode obter as respostas que busca no walkthrough questionando os</p><p>usuários sobre o fluxo do processo e, assim, reavaliando os pontos de riscos, mas</p><p>também pode realizar testes com amostras reduzidas para confirmar se os controles</p><p>de fato estão funcionando.</p><p>Em uma auditoria operacional, o teste de walkthrough servirá como um</p><p>termômetro para o auditor avaliar a intensidade dos testes que serão aplicados.</p><p>Porém, se tratando de auditorias independentes, a etapa de walkthrough é</p><p>determinante para o andamento do trabalho e, se um controle apresentar falha nessa</p><p>etapa, com amostras aleatórias reduzidas, o auditor externo terá a prerrogativa, por</p><p>metodologia, de negativar o controle e não realizar novos testes.</p><p>A alternativa neste caso, tanto da área auditada como da auditoria interna, é</p><p>apresentar aos auditores independentes uma lista de controles de contingência, que</p><p>servem como mitigadores dos riscos vinculados aos controles negativados na etapa</p><p>de walkthrough. Essa etapa da auditoria também é utilizada por auditores internos e</p><p>serve como termômetro para avaliação inicial dos controles e aderência a normas.</p><p>Embora não sigam exatamente os mesmos padrões e formalidades utilizadas por um</p><p>auditor externo, os auditores internos também realizam o walkthrough para mapear</p><p>riscos e iniciar o processo de avaliação de controles. Porém, ao contrário do que</p><p>ocorre em trabalhos de auditorias externas, o auditor não irá negativar o os controles</p><p>em função da falha inicial das primeiras amostras. Para um auditor interno, uma falha</p><p>em testes de walkthrough representa um sinal de alerta e, a partir dessas informações,</p><p>ele pode direcionar os esforços para identificar as causas e possíveis perdas que</p><p>estão ocorrendo no processo.</p><p>24</p><p>7.3 Papéis de trabalho</p><p>MATTOS, (2017) afirma que todo o trabalho de auditoria deve,</p><p>impreterivelmente, estar embasado em evidências, que, via de regra, são</p><p>classificadas em evidências de finalidade e evidências de natureza. Uma evidência</p><p>pode ser formada por um dado ou informação, seja ela documental ou não</p><p>documental, mas, também, pode ser formada por um conjunto de informações, que</p><p>correlacionadas demonstram a existência de fatos anormais ou até mesmo apontam</p><p>e demonstram fraudes.</p><p>Para formação de evidências, existem estruturas organizadas dentro de um</p><p>trabalho de auditoria, que são denominados papéis de trabalho. Nos papéis de</p><p>trabalho todas as informações relevantes encontradas ao longo do caminho são</p><p>arquivadas para garantir a salvaguarda dos dados e amparar a opinião do auditor.</p><p>Lembre-se que o parecer do auditor (interno ou externo) pode impactar de forma</p><p>relevante, tanto o processo auditado como, dependendo da relevância do problema</p><p>identificado, a continuidade das operações empresariais.</p><p>Dessa forma, pode-se dizer que a arquitetura de dados, estruturada para</p><p>amparar o resultado de uma auditoria, é de fundamental importância no trabalho do</p><p>auditor, esses documentos podem inclusive ser solicitados em juízo, como prova em</p><p>possíveis ações cíveis, trabalhistas ou até mesmo criminais, que podem ocorrer como</p><p>eventos subsequentes a um trabalho de auditoria.</p><p>Portanto, veja a seguir algumas características acerca dos objetivos e</p><p>finalidade dos papéis de trabalho:</p><p>Objetivos:</p><p> Apoiar a organização dos testes e emissão de parecer.</p><p> Arquivar as evidências.</p><p> Proporcionar consultas rápidas sobre os dados analisados e raciocínio de</p><p>testes.</p><p> Possibilitar revisões sobre os testes realizados.</p><p> Possibilitar reflexões sobre melhorias na metodologia de trabalho</p><p> e testes.</p><p>Conteúdo:</p><p> Fonte dos dados (p. ex., quais relatórios, quem foram os entrevistados,</p><p> etc.).</p><p>25</p><p> Evidências e fatos relevantes identificados.</p><p> Escopo e planejamento de testes.</p><p> Conclusões.</p><p>Cuidados:</p><p> Informações claras e objetivas.</p><p> Deve conter todas as informações úteis para revisão futura.</p><p> Deve respeitar a tempestividade do trabalho.</p><p> Deve conter uma trilha de identificação dos cruzamentos.</p><p>Conforme citado, os dados dos papéis de trabalho devem estar estruturados</p><p>de forma organizada, para que as informações possam ser facilmente identificadas,</p><p>portanto, em determinados tipos de trabalho são exigidas estruturas comuns, como</p><p>em auditorias contábeis realizadas por auditorias externas. Uma inteligência na</p><p>organização de dados é requerida para facilitar o entendimento da lógica utilizada para</p><p>chegar ao parecer, mas também para facilitar a revisão dos testes.</p><p>MATTOS, (2017) ressalta que nos demais tipos de auditoria, se faz necessário</p><p>preservar a organização dos papéis, respeitando hierarquias e criando codificações</p><p>que possibilitem a identificação do raciocínio. Essa codificação pode ser indicada por</p><p>meio de um índice, em que para cada operação auditada é atribuída uma letra ou</p><p>número. Também são comuns em papéis de auditoria a utilização dos chamados ticks.</p><p>Por exemplo, ao realizar uma auditoria na área financeira de uma empresa e</p><p>está realizando testes sobre contas bancárias. Dessa forma o auditor poderá utilizar</p><p>uma letra para identificar cada um dos bancos que será avaliado e símbolos para</p><p>indicar os testes realizados.</p><p>Por fim, cabe salientar que os papéis de trabalho são de propriedade dos</p><p>auditores e devem ficar sobre a salvaguarda dessa equipe. Não é recomendável que</p><p>esses documentos sejam compartilhados com os auditados. Os papéis de trabalho</p><p>devem estar à disposição para eventuais consultas por pelo menos cinco anos,</p><p>devendo-se manter a confidencialidade absoluta sobre o seu conteúdo.</p><p>26</p><p>8 NORMAS APLICÁVEIS À AUDITORIA PÚBLICA</p><p>O surgimento da auditoria pública está associado à prática que a administração</p><p>pública realizava no controle da arrecadação de tributos e na respectiva destinação</p><p>dos recursos. Esses processos, como se pode imaginar, se configuravam como</p><p>oportunidade para o mau uso do dinheiro público. Crepaldi (2011, p. 225), conceitua</p><p>normas de auditoria, da seguinte forma:</p><p>São regras estabelecidas pelos órgãos regulares da profissão contábil, em</p><p>todos os países, com o objetivo de regulamentar o exercício da função do</p><p>auditor, estabelecendo orientação e diretrizes a serem seguidas por esses</p><p>profissionais no exercício de suas funções. Elas estabelecem conceitos</p><p>básicos sobre exigências em relação à pessoa do auditor, a execução de seu</p><p>trabalho e ao parecer que deverá por ele ser emitido.</p><p>No território brasileiro, a auditoria governamental encontra seu amparo legal na</p><p>Lei n° 4.728, de julho de 1965 (BRASIL, 1965 apud MATTOS, 2017). Essa lei veio</p><p>normatizar o funcionamento do mercado financeiro e criou a obrigatoriedade da</p><p>prática da auditoria governamental no Brasil.</p><p>Atualmente, estabelece-se que a auditoria governamental deve comprovar a</p><p>legalidade das ações empreendidas pelos órgãos e entidades que compõem</p><p>a</p><p>administração pública direta e indireta. Ela abrange as esferas federal, estadual e</p><p>municipal.</p><p>MATTOS (2017) afirma que, a auditoria governamental é um importante</p><p>instrumento de controle. Ela possibilita uma melhor alocação de recursos públicos.</p><p>Dessa forma, contribui para detectar e propor a correção dos desperdícios de</p><p>recursos, da improbidade administrativa, da negligência e da omissão. Além disso, e</p><p>principalmente, se antecipa a essas ocorrências. Portanto, procura garantir a</p><p>observância de normas que regulamentam a aplicação desses recursos. Também</p><p>busca garantir os resultados pretendidos em consonância com as boas práticas de</p><p>transparência da administração pública.</p><p>É possível considerar a auditoria governamental uma especialização dentro do</p><p>campo da auditoria. Isso porque, apesar de seguir princípios e normas técnicas</p><p>semelhantes às práticas de auditores em organizações privadas, ela apresenta</p><p>peculiaridades na aplicação e sistemática específica.</p><p>27</p><p>A auditoria no setor público, especificamente, é o conjunto de técnicas que</p><p>visa a avaliar a gestão pública e a aplicação de recursos públicos por</p><p>entidades de direito público e privado. Isso se dá mediante a confrontação</p><p>entre a situação encontrada e determinado critério técnico, operacional ou</p><p>legal. MATTOS, 2017.</p><p>De acordo com o que prevê a Instrução Normativa nº 01/2001 (BRASIL, 2001</p><p>apud MATTOS, 2017), da Secretaria Federal de Controle, as auditorias na área</p><p>governamental são executadas das seguintes formas:</p><p>Direta: quando se tratam das atividades de auditoria executadas diretamente</p><p>por servidores em exercício nos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do</p><p>Poder Executivo Federal, sendo subdivididas em:</p><p> Centralizada: executada exclusivamente por servidores em exercício nos</p><p>órgãos central ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo</p><p>Federal.</p><p> Descentralizada: executada exclusivamente por servidores em exercício nas</p><p>unidades regionais ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder</p><p>Executivo Federal.</p><p> Integrada: executada conjuntamente por servidores em exercício nos órgãos</p><p>central, setoriais, unidades regionais e/ou setoriais do Sistema</p><p>de Controle Interno do Poder Executivo Federal.</p><p>Indireta: quando se tratam das atividades de auditoria executadas com a</p><p>participação de servidores não lotados nos órgãos e unidades do Sistema de Controle</p><p>Interno do Poder Executivo Federal. Estes desempenham atividades de auditoria em</p><p>quaisquer instituições da administração pública federal ou entidade privada.</p><p>Subdividem-se em:</p><p> Compartilhada: coordenada pelo Sistema de Controle Interno do</p><p>Poder Executivo Federal com o auxílio de órgãos/instituições públicas</p><p>ou privadas.</p><p> Terceirizada: executada por instituições privadas, ou seja, pelas denominadas</p><p>empresas de auditoria externa.</p><p>Para que a auditoria no setor público seja desenvolvida com credibilidade e</p><p>profissionalismo, é fundamental seguir algumas normas e diretrizes. A Organização</p><p>Internacional das Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI) desenvolveu as</p><p>Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores (ISSAI). Elas</p><p>28</p><p>pretendem promover a realização de auditorias independentes e eficazes, de acordo</p><p>com as Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS).</p><p>Nível 1: aborda os princípios fundamentais da estrutura.</p><p>Nível 2 (ISSAI 10-99): estabelece critérios para o funcionamento adequado e a</p><p>conduta profissional das EFS. São requisitos como independência, transparência ética</p><p>e controle de qualidade, que são essenciais para todas as auditorias das EFS.</p><p>Níveis 3 e 4: tratam do desenvolvimento de cada espécie de auditoria e</p><p>abrangem princípios profissionais reconhecidos. Estes estabelecem condições para</p><p>uma auditoria eficiente e independente das entidades do setor público.</p><p>9 TESTES</p><p>Fonte: portaldeauditoria.com.br</p><p>MATTOS, (2017) afirma que os testes de auditoria devem ser profundos e</p><p>claros e podem estar amparados em fatos, mas também em hipóteses, ou seja, em</p><p>cenários elaborados pelo auditor. Se tratando de auditorias contábeis, podemos dizer</p><p>que há um padrão de testes a serem seguidos, pois eles irão determinar se as</p><p>empresas estão ou não em compliance com a legislação vigente e, por vezes, poderão</p><p>até mesmo identificar manipulações de informações.</p><p>No entanto, no caso de auditorias operacionais, os testes não seguem</p><p>obrigatoriamente um padrão, podem variar de auditor para auditor e de empresa para</p><p>empresa, pois há diversas formas de se chegar ao mesmo resultado, além disso,</p><p>29</p><p>deve-se respeitar outras variáveis, como cenários econômicos, segmento de atuação</p><p>e sazonalidades. Contudo, a lógica de alguns testes é semelhante,</p><p>independentemente das variáveis, pois, assim como em uma matriz de riscos e</p><p>sistemas de controles, existem áreas chaves e riscos chaves, portanto há testes para</p><p>verificar se ocorreu materialização dos riscos. Há alguns testes que podem ser</p><p>aplicados em trabalhos de auditorias para averiguar a existências de irregularidades</p><p>operacionais e, por vezes, identificar desvios éticos.</p><p>Iniciando pela área financeira, podemos observar que são inúmeros os testes</p><p>vinculados a essa área, porém alguns deles são bastante importantes e críticos, sendo</p><p>aplicados de forma geral. O primeiro deles está vinculado à avaliação de carteira de</p><p>clientes inadimplentes. O auditor deve avaliar se a carteira de clientes está sendo</p><p>devidamente monitorada e se todas as ações de cobrança estão ocorrendo</p><p>normalmente, pois pode estar ocorrendo fraudes e procrastinação intencional das</p><p>ações de cobrança, com objetivo de beneficiar um ou outro cliente. Além disso, pode</p><p>existir, também, um contas a receber fictício, ou seja, uma venda inexistente que está</p><p>registrada com a finalidade de inflar as receitas da empresa.</p><p>Por segundo, MATTOS , (2017) afirma ainda que dentro de um contexto de</p><p>recebíveis, deve-se avaliar se estão ocorrendo os registros e reconhecimentos de</p><p>provisão de devores duvidosos (PDD), pois a empresa pode estar manipulando a</p><p>qualidade de seu contas a receber, deixando de realizar as provisões de perdas para</p><p>os casos em que o aging list1 de clientes excede os padrões estabelecidos pela</p><p>contabilidade da empresa. Outro teste que deve realizar é o teste de origem de</p><p>liquidações, ou seja, deve averiguar se os créditos utilizados para baixar as</p><p>duplicatas a receber, realmente possuem contrapartida em banco, ou se foram</p><p>baixados contra contas de despesas ou custos.</p><p>Já na parte de pagamentos, o auditor deve realizar uma avaliação nas notas</p><p>que foram pagas para averiguar se não foram realizados pagamentos em duplicidade,</p><p>ou sem entrada de notas. Deve-se ter muita atenção em relação aos pagamentos</p><p>manuais, ou seja, aqueles que não possuem documento fiscal atrelado, pois possuem</p><p>forte característica de fraude. Avalie toda a documentação e as aprovações dos</p><p>pagamentos. Extraia um relatório de adiantamentos e verifique se o fornecedor possui</p><p>histórico e volume de entregas adequadas para comportar o montante de</p><p>1 Aging list pode ser traduzido livremente como uma “lista de envelhecimento”. Ela é uma forma</p><p>de listar as informações das contas a pagar e receber da empresa em tabelas separadas por períodos.</p><p>30</p><p>adiantamento que foi concedido e se os adiantamentos estão sendo devidamente</p><p>descontados com as entregas que o fornecedor emitiu após a concessão do recurso.</p><p>Analise os pagamentos e confira as datas das notas para validar se o regime de</p><p>competência está sendo devidamente respeitado, em adição, acione os principais</p><p>fornecedores para confirmação de saldos e, por fim, acompanhe os pagamentos</p><p>subsequentes para averiguar se não há manipulações de passivos.</p><p>Em relação à área comercial, MATTOS, (2017) afirma ainda que os principais</p><p>testes a realizar estão vinculados ao reconhecimento e</p><p>veracidade das receitas de</p><p>vendas, ao volume de comissões pagas e às condições comerciais concedidas aos</p><p>clientes. Outras inconformidades relacionadas ao atendimento a clientes e pós-</p><p>vendas podem ser apontadas, porém esses testes irão depender de outras variáveis,</p><p>como a estrutura de processos da empresa.</p><p>Um teste muito comum em auditorias externas é o de reconhecimento da</p><p>receita, que deverá seguir os padrões contábeis, para verificar se a área vem</p><p>cumprindo esse procedimento adequadamente. É preciso avaliar o tipo de frete de</p><p>cada uma das vendas e validar se eles estão adequados a tempestividade do registro</p><p>da receita na contabilidade. Cabe salientar que, em alguns casos, esse processo está</p><p>sob responsabilidade da área contábil, mas ainda assim poderá avaliar esse tópico</p><p>em trabalhos na área comercial e criticar o inconterm2 utilizado na operação. Outro</p><p>teste bastante importante é o de veracidade das vendas, no qual o auditor poderá</p><p>confirmar, averiguando a efetiva saída de mercadorias dos estoques, analisando o</p><p>comprovante de entrega dos materiais e também analisando a liquidação dos</p><p>recebíveis.</p><p>Fraudes em comissões e concessões comerciais são bastante comuns na área</p><p>comercial das empresas, para averiguar a existência de irregularidades, o auditor</p><p>deve procurar concentrações de vendas, criar critérios de avaliação analítica de</p><p>percentuais de comissões e valores de comissões pagas e avaliar se os clientes dos</p><p>vendedores que receberam a comissão realmente estão pagando suas duplicatas.</p><p>Além de analisar as condições comerciais, como prazo de pagamento e descontos</p><p>concedidos, deve ficar atento às vendas fora da política da empresa e, novamente,</p><p>avaliar a concentração de descontos ou alongamento de prazo para um determinado</p><p>cliente.</p><p>2 Os Incoterms ou termos internacionais de comércio são cláusulas contratuais aplicadas nas</p><p>transações de compra e venda internacional.</p><p>31</p><p>Outra frente de bastante relevância, que carece atenção em termos de testes,</p><p>é a logística e gestão de estoques. Durante a auditoria desses processos, deve-se</p><p>analisar diversos aspectos, o primeiro deles está relacionado ao fluxo de fretes.</p><p>O auditor pode cruzar a base de vendas e compras, dependendo do caso CIF</p><p>ou FOB, para validar se todo o frete realizado ou pago realmente possui uma</p><p>contrapartida (venda ou compra), além disso, deve criticar as negociações de valores</p><p>de fretes, para ver se há consistência entre os trechos e cobrança das transportadoras</p><p>ou KM rodada por motoristas, se a logística for própria. Já na gestão de estoques, o</p><p>auditor deve estar atento ao giro dos materiais, principalmente se a empresa possuir</p><p>itens com validade pré-determinada, para isso é preciso, primeiramente, identificar</p><p>qual é a política de movimentações de estoques e averiguar, por meio do estoque</p><p>físico, se esses itens estão girando adequadamente. Ainda, para identificar possíveis</p><p>desvios, o auditor poderá realizar contagem física de itens, confrontando-as com o</p><p>estoque contábil e as movimentações de estoque que antecederam a auditoria.</p><p>10 RESULTADOS DE UMA AUDITORIA</p><p>O trabalho de auditoria poderá ser concluído após a emissão de uma peça</p><p>chamada relatório de auditoria. Independentemente do tipo de auditoria, o produto</p><p>desse trabalho será sempre o relatório, o qual será estruturado de acordo com cada</p><p>tipo de auditoria, primordialmente, nos casos de auditorias internas e externas. O</p><p>conhecimento dessas peças e das informações-chave para sua elaboração é de</p><p>fundamental importância para o trabalho do auditor; além disso, deve-se ter o pleno</p><p>entendimento da mensagem que deseja enviar ao elaborar o relatório, pois o teor dele</p><p>poderá refletir no funcionamento da entidade e também na vida das pessoas.</p><p>De acordo com Franco e Marra (2001, p. 34), a auditoria oferece as seguintes</p><p>vantagens para a administração, investidores e fisco:</p><p>Para a administração da empresa, a auditoria oferece as seguintes vantagens:</p><p> Fiscaliza a eficiência dos controles internos.</p><p> Assegura maior correção dos registros contábeis.</p><p> Opina sobre a adequação das demonstrações contábeis.</p><p> Dificulta desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos de despesas.</p><p>32</p><p> Possibilita apuração de omissões no registro das receitas, na realização</p><p>oportuna de créditos ou na liquidação oportuna de débitos.</p><p> Contribui para obtenção de melhores informações sobre a real situação</p><p>econômica, patrimonial e financeira das empresas.</p><p> Aponta falhas na organização administrativa da empresa e nos controles</p><p>internos.</p><p>Para os investidores, a auditoria oferece as seguintes vantagens:</p><p> Contribui para maior exatidão das demonstrações contábeis.</p><p> Possibilita melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial</p><p>e financeira das empresas.</p><p> Assegura maior exatidão dos resultados apurados.</p><p>Para o fisco, a auditoria oferece as seguintes vantagens:</p><p> Permite maior exatidão das demonstrações contábeis.</p><p> Assegura maior exatidão dos resultados apurados.</p><p> Contribui para maior observância das leis fiscais.</p><p>A auditoria confere maior credibilidade à informação, confiança e segurança</p><p>nos resultados obtidos e apresentados e, ao utilizar a informação para a tomada de</p><p>decisões, a gestão também disponibiliza informação segura aos investidores,</p><p>facilitando desta forma o Investimento de capital, uma vez que a real situação da</p><p>empresa e o cumprimento das obrigações fiscais estão em conformidade com as</p><p>normas governamentais.</p><p>10.1 Relatórios de auditoria</p><p>Com descreve MATTOS, (2017) com o grande volume de escândalos</p><p>veiculados pela imprensa nacional nos últimos anos, principalmente os fatos apurados</p><p>na operação Lava Jato, da Policia Federal, o trabalho dos auditores, tanto interno</p><p>como externos, está cada vez mais em evidência. Os relatórios gerados a partir dos</p><p>trabalhos estão sendo tratados como provas em processos criminais em todo o Brasil.</p><p>Recentemente, o ministério público apresentou uma denúncia ao Supremo</p><p>Tribunal Federal (STF) para apurar irregularidades na construção da arena</p><p>Pernambuco, fato investigado na operação Fair Play, também da Policia Federal, em</p><p>que o relatório de auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) serviu de peça</p><p>33</p><p>chave para amparar as denúncias e, possivelmente, irá constar nos autos dos</p><p>processos e será revisitado no processo de apuração de responsabilidades.</p><p>Embora este documento tenha sido emitido por uma entidade pública, ele</p><p>evidência a extensão e importância de um relatório de auditoria e, com isso, os</p><p>cuidados que devem ser tomados ao se publicar este tipo de documento. Por isso, o</p><p>auditor deve ficar atento, redobrar sua atenção, revisar outra vez, e não deixar</p><p>margens para possíveis distorções de interpretação. É muito importante que não</p><p>invente nada e publique apenas fatos que possa provar.</p><p>10.2 Relatório de auditoria independente e carta de controles internos</p><p>O relatório de auditoria independente é o resumo de um trabalho prestado à</p><p>empresa auditada, mas também aos investidores e até mesmo à sociedade.</p><p>Portanto, o entendimento da estrutura dessa peça é de fundamental</p><p>importância para todos aqueles que estão inseridos no meio empresarial. Já para o</p><p>auditor, esse conhecimento é de fundamental importância para o exercício da</p><p>profissão.</p><p>O parecer de uma auditoria independente possui características muito</p><p>peculiares e são padronizados estruturalmente por determinação dos órgãos</p><p>reguladores. Veja, a seguir, algumas informações relevantes em relação à estrutura e</p><p>ao conteúdo de um relatório de auditoria independente.</p><p>10.3 Conteúdo</p><p>Conforme MATTOS, (2017) o encerramento de um trabalho da auditoria</p><p>externa é representado pela opinião final do auditor em relação às demonstrações</p><p>avaliadas. Esse parecer deve apresentar algumas características, como ser um</p><p>parecer sem ressalva, com</p><p>ressalva, opinião adversa ou, até mesmo, sem emissão</p><p>de opinião por parte do auditor.</p><p>A opinião sem ressalva, ou não modificada, é expressa pelo auditor quando ele</p><p>conclui que as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos</p><p>relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.</p><p>34</p><p>Já a Opinião com ressalva é uma opinião modificada, que deve ocorrer quando</p><p>o auditor concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações</p><p>contábeis tomadas em conjunto apresentam distorções relevantes.</p><p>A opinião adversa é emitida quando o auditor identifica que as distorções são</p><p>substancialmente relevantes e a forma de apresentação das demonstrações é</p><p>inadequada ou incompleta. E, por fim, se o auditor não conseguir obter evidência de</p><p>auditoria apropriada e suficiente para concluir se as demonstrações contábeis</p><p>tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes, poderá se abster de</p><p>emitir parecer conclusivo.</p><p>10.4 Estrutura</p><p>Em relação à estrutura de um parecer, também, é pré-definida por órgãos</p><p>reguladores e depende do resultado dos resultados obtidos no trabalho, ou seja, se o</p><p>auditor emitir um parecer sem ressalvas, a estrutura de apresentação do resultado</p><p>será composta da abertura e mais quatro parágrafos, porém, se caso o parecer do</p><p>auditor for modificado, a estrutura poderá ter mais sete parágrafos.</p><p>A abertura é comum aos dois tipos de relatório e é composta pelo título do</p><p>trabalho e pela descrição dos destinatários. Os outros três primeiros parágrafos,</p><p>também serão comuns a resultados modificados e não modificados, porém os últimos</p><p>parágrafos dependem da opinião do auditor, conforme a seguir:</p><p>A - Título: relatório dos auditores independentes referente às demonstrações</p><p>da empresa X.</p><p>A - Destinatários: aos devidos destinatários.</p><p>1) Introdução: descrição breve sobre o trabalho e escopo atendido.</p><p>2) Responsabilidade da administração: delimita a responsabilidade da</p><p>administração sobre as informações divulgadas.</p><p>3) Responsabilidade dos auditores: delimita a responsabilidade dos</p><p>auditores sobre as informações divulgadas.</p><p>4) Opinião ou base legal para ressalva: se o parecer não for modificado,</p><p>este parágrafo irá apresentar a opinião do auditor sobre os dados</p><p>analisados, porém, se o parecer apresentar ressalva, este parágrafo irá</p><p>apresentar a base legal para ressalva.</p><p>35</p><p>5) Ressalva (opinião modificada): este paragrafo destina-se à</p><p>apresentação da modificação ou ressalva.</p><p>6) Parágrafo de ênfase: é recomendado se a estrutura do relatório</p><p>financeiro aplicável prevista por lei ou regulamento seria inaceitável</p><p>exceto pelo fato de ser prevista por lei ou regulamento, por exemplo,</p><p>falhas na estrutura das demonstrações.</p><p>7) Outros assuntos: o parágrafo de outros assuntos é incluído no relatório</p><p>do auditor que se refere a um assunto não apresentado ou não divulgado</p><p>nas demonstrações contábeis e que, de acordo com o julgamento do</p><p>auditor, é relevante para os usuários entenderem a auditoria, as</p><p>responsabilidades do auditor ou o seu relatório.</p><p>Cabe ressaltar conforme MATTOS, (2017), que a auditoria externa pode prestar</p><p>outros serviços de auditoria para as empresas, é comum as firmas de auditorias</p><p>oferecerem consultorias, auditorias de gestão, revisão de controles e até mesmo</p><p>auditorias operacionais. Porém, o maior volume de serviços prestados por essas</p><p>empresas está direcionado para avaliação das demonstrações financeiras.</p><p>Por isso, o formato mais usual de relatórios de auditores independentes é o</p><p>descrito nesta seção.</p><p>Em relação à carta de controles internos, trata-se de um documento emitido</p><p>pela auditoria externa ao final do trabalho contendo parecer sobre o ambiente de</p><p>controles da empresa auditada. Ele lista e classifica as deficiências identificadas no</p><p>ambiente de controles da auditada. Via de regra, as informações</p><p>desse relatório são remetidas a análise da auditoria interna, que avalia o teor e reporta</p><p>sua posição em relação à opinião dos auditores externos para a alta administração.</p><p>Existem três tipos de classificação para as deficiências de controles que devem</p><p>ser avaliadas e reportadas pela alta administração no formulário de referência que é</p><p>enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anualmente.</p><p>Veja a classificação das deficiências:</p><p>Material Weakness (MW): é uma deficiência ou um conjunto de deficiências</p><p>material, no ambiente de controles que pode distorcer as demonstrações de forma</p><p>material e tem razoável possibilidade de não ser identificada e tratada</p><p>tempestivamente.</p><p>36</p><p>Significant Deficiency (SD): é uma deficiência ou um conjunto de deficiências</p><p>que, embora menos grave do que uma MW, carece de atenção da administração da</p><p>empresa auditada.</p><p>Control Deficiency (CD): são deficiências pouco materiais que não distorcem</p><p>os resultados financeiros apresentados, porém devem ser avaliados pela entidade</p><p>auditada. (MATTOS, 2017).</p><p>10.5 Relatório de auditoria interna</p><p>Para elaborar um relatório de auditoria interna, o auditor deve considerar o tipo</p><p>de auditoria que está sendo realizada e o público que irá receber esse documento.</p><p>MATTOS, (2017) cita como exemplo, mesmo quando o auditor interno for</p><p>realizar um trabalho de auditoria contábil, valendo-se da mesma metodologia e base</p><p>legal utilizada pelo auditor externo, as peças serão diferentes, pois o público, a</p><p>profundidade e a finalidade do trabalho são distintas.</p><p>O auditor externo irá emitir seu parecer para conhecimento público, a fim de</p><p>demonstrar, se houver, as irregularidades existentes na contabilidade da auditada. Já</p><p>o auditor interno irá se reportar para a alta administração e demais envolvidos, e</p><p>recomendar ações de correções e melhorias para adequar os registros contábeis às</p><p>normas legais, sem gerar prejuízo aos cofres da empresa.</p><p>O auditor interno emite relatório mesmo se não identificar inconformidades,</p><p>emite também recomendações acerca de controles internos, porém, diferentemente</p><p>da auditoria externa, as recomendações são feitas, via de regra, dentro de um único</p><p>documento.</p><p>O relatório de auditoria é um instrumento valioso para a alta administração,</p><p>portanto, sua forma de apresentação e redação são extremamente importantes.</p><p>Trabalhos tecnicamente muito bons perdem valor quando sua apresentação e</p><p>redação deixa a desejar, por isso, deve-se ter o máximo de cuidado na confecção</p><p>dessa peça.</p><p>Como o relatório de auditoria é o meio de transmitir a mensagem à alta cúpula</p><p>da empresa, deve-se ter prudência com as palavras e procurar planejar e repensar as</p><p>consequências dos termos que estarão sendo colocados neste documento. Lembre-</p><p>se de reportar apenas os fatos, não gerar hipóteses nem fazer insinuações. MATTOS</p><p>(2017), completa que o auditor deve ser assertivo e firme em seus comentários, para</p><p>37</p><p>que não haja dúvidas em relação ao trabalho realizado, faça sugestão contributivas,</p><p>de preferência que não gerem custos para a entidade.</p><p>Existem diversas formas de apresentação desse documento, diferentemente</p><p>de um relatório de auditoria externa, não há um padrão estabelecido pelos órgãos</p><p>reguladores, porém há algumas boas práticas que, via de regra, são seguidas pelas</p><p>empresas. Veja, a seguir, algumas dicas utilizadas para montar o relatório:</p><p> Pense no público, facilite a vida do leitor</p><p>Criar um relatório sintético, com um pequeno resumo informando os principais</p><p>pontos do trabalho, como área e processo auditado, escopo, objetivo e uma conclusão</p><p>são bastante importantes, considerando que esse documento será lido por diretores</p><p>e presidentes. Lembre-se que eles podem não ter muito tempo para examinar os</p><p>detalhes do seu trabalho, por isso, seja objetivo em sua conclusão.</p><p> Lembre-se do nível tático</p><p>Na maioria dos casos, os relatórios são divulgados aos gerentes e diretores</p><p>das áreas, a esse público, irá interessar o entendimento dos fatos que levaram a sua</p><p>conclusão.</p>