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<p>1</p><p>2</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 4</p><p>2 HISTÓRIA DA AUDITORIA ..................................................................... 5</p><p>2.1 Auditoria em saúde .......................................................................... 6</p><p>3 TIPOS DE AUDITORIA ........................................................................... 7</p><p>3.1 Auditoria operacional ........................................................................ 9</p><p>3.2 Auditoria retrospectiva .................................................................... 14</p><p>3.3 Outras classificações...................................................................... 14</p><p>4 AUDITORIA EM ENFERMAGEM ......................................................... 17</p><p>4.1 A enfermagem e a auditoria ........................................................... 19</p><p>4.2 O Enfermeiro auditor ...................................................................... 20</p><p>4.3 Atribuições do Enfermeiro Auditor – COFEN ................................. 22</p><p>4.4 Processos das auditorias relacionadas à Enfermagem .................. 25</p><p>5 TIPOS DE AUDITORIAS DO SISTEMA COFEN – CONSELHO</p><p>FEDERAL DE ENFERMAGEM ............................................................................. 28</p><p>5.1 Auditoria de gestão (Cofen, 2015) .................................................. 29</p><p>5.2 Auditoria de programas .................................................................. 29</p><p>5.3 Normas relativas à pessoa do auditor (Cofen, 2015) ..................... 31</p><p>5.4 Conhecimento técnico (Cofen, 2015) ............................................. 32</p><p>5.5 Outras normas (Cofen,2015) .......................................................... 33</p><p>6 AUDITORIA PELO SUS – MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017 .................. 34</p><p>6.1 Processo de auditoria.(BRASIL, 2017) ........................................... 35</p><p>6.2 Procedimento da auditoria (BRASIL, 2017) .................................... 36</p><p>6.3 Fase analítica (BRASIL, 2017) ....................................................... 37</p><p>3</p><p>6.4 Fase operativa ou in loco ............................................................... 38</p><p>6.5 Fase de Relatório Final .................................................................. 40</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 43</p><p>4</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Prezado aluno!</p><p>O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante</p><p>ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um</p><p>aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma</p><p>pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum</p><p>é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão</p><p>a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as</p><p>perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão</p><p>respondidas em tempo hábil.</p><p>Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da</p><p>nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à</p><p>execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da</p><p>semana e a hora que lhe convier para isso.</p><p>A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser</p><p>seguida e prazos definidos para as atividades.</p><p>Bons estudos!</p><p>5</p><p>2 HISTÓRIA DA AUDITORIA</p><p>Fonte: contabilidade-financeira.com</p><p>Etimologicamente, o termo auditoria deriva-se do latim audire, que significa</p><p>ouvir. Inicialmente foi traduzido pelos ingleses como auditing, para designar termos</p><p>técnicos para a revisão dos registros contábeis, mas atualmente o entendimento de</p><p>seu sentido é mais amplo e consiste na ação independente de confrontar</p><p>determinada condição com um critério preestabelecido, que se configura como a</p><p>situação ideal para que se possa opinar ou comentar a respeito de algo ou de</p><p>alguma situação. (ARAÚJO, 2001 apud SOUZA, et al, 2010.)</p><p>A auditoria tem origem no início da atividade mercantil, tendo como objetivo</p><p>principal conferir os registros das transações comerciais para encontrar e punir os</p><p>infratores, conforme dados históricos do século XIII. Com o início do capitalismo, no</p><p>século XIX, e a crescente exploração dos mercados consumidores, surgiu a</p><p>necessidade de aumentar a capacidade produtiva das empresas — ou seja,</p><p>começaram os anseios da produção em larga escala para o alcance desse</p><p>objetivo.(CORDEIRO, 2011 apud SILVA, 2020)</p><p>6</p><p>Mas, para alguns autores como Sá (apud SOUZA, DYNIEWICZ,</p><p>KALINOWSKI, 2010), a auditoria nasceu na era antes de Cristo na Antiga Suméria,</p><p>e em seguida, surgiu nas províncias romanas no primeiro século depois de Cristo;</p><p>porém, foi no século 18 na Inglaterra, com a Revolução Industrial, que houve grande</p><p>desenvolvimento da auditoria mediante o surgimento das grandes empresas, das</p><p>necessidades por parte dos investidores de acompanhamento do capital investido</p><p>e da taxação do imposto de renda com base no lucro.</p><p>No Brasil, a primeira evidência concreta pode ser constatada no Decreto n°</p><p>2.935, de 16 de junho de 1862, que aprovava a reorganização da Cia. de</p><p>Navegação por Vapor – Bahiana – Anonyma, e determinava que os auditores</p><p>deveriam ser convocados anualmente em assembleia ordinária, os quais teriam</p><p>como função analisar e examinar as contas da empresa. (SOUZA, DYNIEWICZ,</p><p>KALINOWSKI, 2010)</p><p>2.1 Auditoria em saúde</p><p>A Auditoria votada para a área da saúde, teve início quando o enfoque</p><p>passou a ser não apenas contábil, mas em uma linha também administrativa, que</p><p>tinha como objetivo avaliar a eficácia e a efetividade da aplicação dos controles</p><p>internos. (ALBERTON, 2002 apud SOUZA, DYNIEWICZ, KALINOWSKI, 2010)</p><p>Nessa área, as atividades em auditoria foram iniciadas pelo médico George</p><p>Gray Ward, em 1918, nos Estados Unidos, que analisou a qualidade do atendimento</p><p>prestado aos pacientes através da verificação dos prontuários (ARAÚJO, 1978 apud</p><p>WATANABE, KUBOTA, LIMA, 2009).</p><p>No Brasil a auditoria em saúde foi instituída em 1984, por meio da resolução</p><p>45 de 12 de julho de 1984, pelo extinto Instituto Nacional de Assistência Médica da</p><p>Previdência Social (INAMPS), que a exprime como um conjunto de ações</p><p>administrativas, técnicas e observacionais, que buscam a caracterização definida</p><p>do desempenho assistencial, efetuado pelos integrantes de todos os níveis de</p><p>execução, notadamente os referenciados às unidades médico-assistenciais</p><p>7</p><p>próprias, contratadas, conveniadas e em regime de cogestão.(ALBERTON, 2002</p><p>apud SOUZA, DYNIEWICZ, KALINOWSKI, 2010)</p><p>A auditoria na área da saúde surgiu com o objetivo de avaliar a eficácia e a</p><p>efetividade dos processos nas diversas áreas de uma instituição, averiguando se</p><p>os serviços disponibilizados são de qualidade e cumprem com as normas e leis</p><p>estabelecidas. Além disso, a assistência prestada ao paciente envolve diversos</p><p>recursos, entre eles, os recursos financeiros, pois estes são responsáveis pela</p><p>manutenção do cuidado. É imprescindível, portanto, que eles sejam controlados a</p><p>fim de assegurar a qualidade da assistência no que tange a esses aspectos.</p><p>(MOURA, 2019)</p><p>3 TIPOS DE AUDITORIA</p><p>Fonte: sstonline.com.br</p><p>A auditoria é peça-chave em uma organização, seja ela operada por uma</p><p>equipe interna ou externa. O fato é que, tratando-se de um mercado extremamente</p><p>competitivo, é de extrema importância que as operações empresariais sejam</p><p>realizadas de forma justa, ou seja, sem margens para desvios operacionais. Neste</p><p>8</p><p>sentido, a auditoria trabalha para apoiar na otimização da operação e na</p><p>manutenção de um ambiente de controles internos sustentável. Além disso, a</p><p>auditoria, em determinadas circunstâncias,</p><p>poderá apoiar a alta administração na</p><p>tomada de decisões futuras. (MATTOS, 2016)</p><p>Na área da saúde, segundo Santos (2014 apud SILVA, 2020), a auditoria em</p><p>saúde utilizando os termos que envolvem a definição de auditoria, como fiscalização</p><p>e exame sistemático, adotados pela auditoria contábil. Acrescenta ainda a</p><p>fiscalização, baseada em ensaio e outras técnicas apropriadas para uma atividade</p><p>que tem como propósito verificar e adequar os resultados obtidos com os</p><p>determinantes previamente almejados, de acordo com normas e legislações</p><p>vigentes.</p><p>Os auditores que têm formação em áreas além da saúde são também de</p><p>extrema importância e realizam alguns tipos de auditorias, como, por exemplo, a</p><p>externa, entre outras. (SOUZA, DYNIEWICZ, KALINOWSKI, 2010)</p><p>Considerando que a auditoria em saúde tem como base as normas e</p><p>legislações vigentes, pode-se admitir outra característica dos fundamentos da</p><p>auditoria: a intenção regulatória. O perfil regulador resulta em parâmetros que, por</p><p>conseguinte, evoluem para o estabelecimento de níveis de serviço — no caso, dos</p><p>serviços de saúde. (SILVA, 2020)</p><p>Assim sendo, quando estabelecidos níveis ou classificações para</p><p>determinado conjunto ou grupo de serviços, podem-se destacar qualidades, e se</p><p>pode estabelecer uma relação entre auditoria e qualidade nos serviços de saúde,</p><p>incluindo a qualidade da assistência. (BURMESTER, 2017 apud SILVA, 2020)</p><p>9</p><p>3.1 Auditoria operacional</p><p>Fonte: José Moreira da, Silva Neto & Ribeiro, Ricardo,2012.</p><p>A auditoria operacional é uma das frentes de trabalho no mercado de</p><p>auditoria que está em constante crescimento. Muitas empresas estão percebendo</p><p>a necessidade de manter em suas estruturas uma equipe de auditoria interna e, por</p><p>vezes, quando consideram muito alto o custo de manutenção de uma equipe</p><p>interna, acabam contratando equipes externas. Porém, com o intuito de que</p><p>realizem o trabalho de uma auditoria operacional. (MATTOS, 2016)</p><p>Essa auditoria também é conhecida como auditoria dos 3 Es (Economia,</p><p>Eficiência e Eficácia), sendo o conceitos desses termos são definidos como: (JUND,</p><p>2002 apud MATOS, 2009)</p><p>Economicidade</p><p>É o grau em que uma organização, programa, processo, projeto, operação,</p><p>atividade, função ou sistema minimiza o custo de recursos humanos, financeiros</p><p>e materiais, adquiridos ou utilizados, tendo em conta a quantidade e qualidade</p><p>apropriada, ou seja, é a prática por parte da gerência das virtudes de poupança e</p><p>boa economia doméstica (gastando menos).</p><p>10</p><p>Eficiência</p><p>É a relação entre os produtos, bens e serviços produzidos ou outros resultados</p><p>atingidos por uma unidade ou entidade econômica, tendo em conta a quantidade</p><p>e qualidade apropriada e os recursos utilizados para produzi-los ou atingi-los;</p><p>menor custo, maior velocidade, melhor qualidade.</p><p>Eficácia</p><p>É o grau que uma organização, programa, processo, projeto, operação, atividade,</p><p>função ou sistema atinge os objetivos da política, as metas operativas</p><p>estabelecidas e outros resultados e feitos previstos.</p><p>Etapas da auditoria operacional</p><p>Uma auditoria operacional é baseada em método, que, se adequadamente</p><p>aplicado, melhora de forma signifi cativa a qualidade da auditoria. Logo, ao fi nal do</p><p>processo, a probabilidade do trabalho gerar bons resultados também aumenta. Se</p><p>tratando de metodologia, cabe salientar que existem duas abordagens para a</p><p>auditoria operacional, porém os conceitos do método de ambas as formas serão</p><p>semelhantes à prática de gestão PDCA. (MATTOS, 2016)</p><p>O Ciclo PDCA, também conhecido como Ciclo de Shewhart ou Ciclo</p><p>de Deming, é uma ferramenta de gestão muito utilizada pelas empresas do mundo</p><p>todo e tem como foco principal a melhoria contínua. Seu objetivo principal é tornar</p><p>os processos da gestão de uma empresa mais ágeis, claros e objetivos. Pode ser</p><p>utilizado em qualquer tipo de empresa, como forma de alcançar um nível de gestão</p><p>melhor a cada dia, atingindo ótimos resultados dentro do sistema de gestão do</p><p>negócio.(PERIARD, 2011)</p><p>P = Plan (planejamento): Nesta etapa, o gestor deve estabelecer metas e/ou</p><p>identificar os elementos causadores do problema que impede o alcance das</p><p>metas esperadas. É preciso analisar os fatores que influenciam este problema,</p><p>bem como identificar as suas possíveis causas. Ao final, o gestor precisa definir</p><p>um plano de ação eficiente.</p><p>11</p><p>D = Do (fazer, execução) : Aqui é preciso realizar todas as atividades que foram</p><p>previstas e planejadas dentro do plano de ação.</p><p>C = Check (checagem, verificação) : Após planejar e por em prática, o gestor</p><p>precisa monitorar e avaliar constantemente os resultados obtidos com a execução</p><p>das atividades. Avaliar processos e resultados, confrontando-os com o planejado,</p><p>com objetivos, especificações e estado desejado, consolidando as informações,</p><p>eventualmente confeccionando relatórios específicos.</p><p>A = Act (ação) : Nesta etapa é preciso tomar as providências estipuladas nas</p><p>avaliações e relatórios sobre os processos. Se necessário, o gestor deve traçar</p><p>novos planos de ação para melhoria da qualidade do procedimento, visando</p><p>sempre a correção máxima de falhas e o aprimoramento dos processos da</p><p>empresa.</p><p>Fonte: sobreadministracao.com</p><p>12</p><p>Aplicando na auditoria operacional, as etapas do cicllo PDCA, a primeira</p><p>abordagem do PDCA é relacionada ao ponto de vista das pessoas que irão</p><p>coordenar os trabalhos de auditoria operacionais, uma vez que esses indivíduos</p><p>têm uma função extremamente importante: a missão de dar cobertura aos riscos</p><p>aos quais a empresa e os processos estão expostos e, ainda, atender aos anseios</p><p>da alta administração em relação a outros fatores, como trabalhos especiais de</p><p>cunho ético e retornos financeiros na identificação de perdas e</p><p>oportunidades.(MATTOS, 2016)</p><p>Em seguida, outras etapas devem ser seguidas, ainda na primeira</p><p>abordagem: (MATTOS, 2016)</p><p>Após o planejamento, o coordenador acompanhará os trabalhos, orientando os</p><p>auditores em relação a montagem do plano de testes e garantindo a qualidade da</p><p>execução do trabalho</p><p>O coordenador analisará se todos os aspectos de riscos do processo auditado</p><p>foram cobertos no trabalho</p><p>O coordenador deve fazer o acompanhamento do tempo, para que o trabalho seja</p><p>realizado dentro do prazo inicialmente previsto.</p><p>Ao final de cada trabalho, é importante que o gestor/coordenador exercite o</p><p>feedback com os auditores.</p><p>Já na segunda abordagem referente ao PDCA, o auditor também precisa</p><p>cumprir algumas etapas importantes que irão garantir a qualidade do trabalho.</p><p>(MATTOS, 2016)</p><p>Planejamento</p><p>Nesta fase o auditor deve conhecer o tema que será auditado, se existe relatórios</p><p>anteriores, de outras auditorias. Se existirem, recomenda-se a realização da</p><p>leitura para conhecer as fragilidades anteriormente identificadas.</p><p>Se a equipe possuir um mapeamento de riscos, deve-se avaliar essa matriz, para</p><p>entender os riscos da área que será auditada, se não tiver uma matriz, deve-se</p><p>13</p><p>mapear os riscos e criar um plano de testes direcionado a eles. Além disso, a</p><p>leitura das diretrizes operacionais do processo também é primordial nessa fase.</p><p>Execução</p><p>O auditor iniciará a coleta de dados e a seleção das amostras que serão utilizadas</p><p>durante o trabalho. Após a seleção das amostras, serão realizados os testes,</p><p>tanto substantivos como de observância.</p><p>A integração com a área auditada durante o processo é de extrema importância</p><p>para a manutenção de uma boa relação e, consequentemente, facilitará o</p><p>encerramento do trabalho, que é a última parte na execução do trabalho de</p><p>auditoria.</p><p>No encerramento do trabalho serão apresentadas à área auditada, todos os</p><p>desvios e inconformidades identificadas durante o trabalho; e será feito o</p><p>alinhamento das causas e planos de ação que devem ser executados para corrigir</p><p>as possíveis falhas.</p><p>Acompanhamento e avaliação</p><p>Após a realização do trabalho, é importante</p><p>que o auditor realize uma</p><p>autoavaliação e, também, uma avaliação formal do trabalho junto ao seu gestor,</p><p>para que revisem se o plano e os objetivos iniciais foram atingidos.</p><p>Ainda nessa etapa, cabe ao auditor acompanhar a implantação das ações que</p><p>foram acordadas com os auditados no final dos trabalhos, garantindo que os</p><p>riscos identificados foram mitigados.</p><p>Por fim, cabe salientar que os resultados de uma auditoria operacional podem</p><p>contribuir com as empresas em diversos aspectos, desde o ajuste de processo</p><p>para atender demandas legais até a identificação de perdas recuperáveis.</p><p>Além disso, em alguns casos, a auditoria operacional acaba por identificar</p><p>fraudadores, o que resulta na demissão desses indivíduos.</p><p>14</p><p>3.2 Auditoria retrospectiva</p><p>É o tipo de auditoria que avalia os resultados obtidos e, se possível, corrige</p><p>determinadas falhas. Ela é a mais comum nas instituições de saúde e é realizada</p><p>quando o paciente tem alta e quando o seu documento/prontuário se encontra por</p><p>completo no setor administrativo da instituição. (MOURA, 2019)</p><p>A auditoria retrospectiva é realizada após o cliente receber os serviços</p><p>(MARQUIS; HUSTON, 2005), acompanhando os fatos depois de sucedidos os</p><p>fenômenos (SÁ, 2000), ou seja, consiste na análise da relação entre os critérios</p><p>estabelecidos e os dados encontrados na revisão dos registros após a saída do</p><p>cliente.(apud MATOS, 2009)</p><p>3.3 Outras classificações</p><p>A auditoria também pode ser classificada ainda quanto aos tipos, conforme</p><p>Ribeiro (2009 apud SOUZA, DYNIEWICZ, KALINOWSKI, 2010):</p><p>Auditoria analítica: é o conjunto de procedimentos especializados para</p><p>análise de relatórios, processos e documentos, visando avaliar se os serviços ou</p><p>sistemas de saúde atendem às normas e padrões previamente definidos;</p><p>Auditoria operativa: é a verificação de processos e documentos</p><p>comparados aos requisitos legais/normativos que regulamentam o</p><p>SUS/Operadoras de Saúde (OPS) e as atividades relativas à área de saúde, por</p><p>meio do exame direto dos fatos, documentos e situações;</p><p>Auditoria de gestão: atividades que abrangem áreas de controle,</p><p>fiscalização orçamentária, financeira e contábil, avaliação técnica da atenção à</p><p>saúde, avaliação de resultados e comprovação de qualidade;</p><p>Auditoria contábil: avaliação sistemática de transações, procedimentos,</p><p>rotinas e demonstrações contábeis de uma entidade versus cumprimento de metas</p><p>previstas em planos de saúde e/ou de trabalho, apuração de resultados,</p><p>15</p><p>comprovação de qualidade, para o cumprimento das atividades de controle</p><p>financeiro, contábil e patrimonial nas instituições.</p><p>Quanto à forma de intervenção, a auditoria se classifica em interna e externa:</p><p>(MATOS, 2009)</p><p> Auditoria interna: a avaliação é realizada por profissionais da própria</p><p>instituição, constituindo um serviço, uma seção ou um departamento,</p><p>que pode interferir em todos os setores de forma autônoma, ou seja,</p><p>sem subordinação às linhas de autoridade que venham prejudicar as</p><p>suas possibilidades de indagação.</p><p> Auditoria externa: é realizada por elementos que não compõem o</p><p>quadro de pessoal da instituição, tais como: profissionais liberais ou</p><p>por associações de profissionais liberais.</p><p>Quanto à forma de intervenção</p><p>Auditoria interna: a avaliação é</p><p>realizada por profissionais da própria</p><p>instituição, constituindo um serviço,</p><p>uma seção ou um departamento, que</p><p>pode interferir em todos os setores de</p><p>forma autônoma, ou seja, sem</p><p>subordinação às linhas de autoridade</p><p>que venham prejudicar as suas</p><p>possibilidades de indagação.</p><p>Auditoria externa: é realizada</p><p>por elementos que não compõem o</p><p>quadro de pessoal da instituição, tais</p><p>como: profissionais liberais ou por</p><p>associações de profissionais liberais.</p><p>Quanto ao tempo</p><p>Auditoria contínua – ou permanente</p><p>ou de acompanhamento, se executa</p><p>sem interrupção, em períodos certos,</p><p>especialmente mensais ou no máximo</p><p>trimestrais. As diversas avaliações têm</p><p>o caráter de continuidade – iniciada a</p><p>Auditoria periódica – ou temporária,</p><p>é executada apenas em períodos pré-</p><p>definidos, geralmente semestrais ou</p><p>anuais, ou mesmo qüinqüenais. Não</p><p>possuindo características de</p><p>continuidade quanto aos pontos de</p><p>16</p><p>partir da anterior e direcionando à</p><p>posterior. Com ela, é realizada uma</p><p>permanente assistência ao cliente,</p><p>fazendo cobertura integral quanto ao</p><p>tempo de execução, ou seja, durante</p><p>todo o exercício ou todo um período</p><p>determinado.</p><p>partida das verificações, observa</p><p>apenas isoladamente determinados</p><p>períodos.</p><p>Quanto à natureza</p><p>Auditoria normal – é aquela que se</p><p>realiza com objetivos regulares de</p><p>comprovação, sem finalidades isoladas</p><p>ou específicas, abrangendo a gestão</p><p>administrativa sem particularização de</p><p>fatos de qualquer natureza.</p><p>Auditoria especial – ou específica.</p><p>Realizada para obtenção de resultados</p><p>e conclusões sobre fatos particulares</p><p>da gestão ou da atividade de um</p><p>elemento certo, visando a um objeto</p><p>específico.</p><p>Quanto ao limite</p><p>Auditoria total: atinge todo o</p><p>patrimônio, não deixando de objetivar</p><p>sequer um componente, ou seja,</p><p>abrange todos os setores, programas,</p><p>processos, projetos, operações, bem</p><p>como os produtos, bens e serviços</p><p>produzidos pela instituição.</p><p>Auditoria parcial:, a avaliação se situa</p><p>em alguns pontos, podendo ser um</p><p>setor, um serviço, etc.</p><p>Fonte: adaptado de MATOS, 2009.</p><p>A auditoria pode ser agrupada ainda quanto à área (BRASIL,1996 apud</p><p>SOUZA, DYNIEWICZ, KALINOWSKI, 2010):</p><p>Auditoria interna ou de 1ª parte: executada por auditores habilitados da</p><p>própria organização auditada, que tem como função examinar os controles e avaliar</p><p>a eficiência e eficácia da gestão. Essa área da auditoria tem por finalidade promover</p><p>melhoria nos controles operacionais e na gestão de recursos;</p><p>17</p><p>Auditoria externa ou de 2ª parte: executada por auditores ou empresa</p><p>independente contratada para verificar as atividades e resultados de uma</p><p>determinada organização ou sistema. É o exame das demonstrações contábeis ou</p><p>de alguma área específica ou procedimento predefinido como objeto de trabalho</p><p>especial;</p><p>Auditoria de 3ª parte: avaliação aplicada por uma entidade certificadora</p><p>4 AUDITORIA EM ENFERMAGEM</p><p>Fonte: aherj.com.br</p><p>Embora fatos históricos, que datam de mais de 4.500 anos antes de Cristo,</p><p>evidenciem a origem da auditoria como sendo da área contábil, em épocas mais</p><p>remotas, desde a antiga Suméria (SÁ, 2000 apud MATOS, 2009), a história da</p><p>auditoria se perdeu no tempo, continuando ignorado, talvez para sempre, o nome</p><p>do primeiro auditor (JUND, 2002 apud MATOS, 2009 ).</p><p>Diante do papel assumido pela auditoria, com a pretensão de conferir</p><p>documentos, o vocábulo foi muito bem apropriado aos setores administrativos e de</p><p>contabilidade. Porém, mesmo nessa área, e com a evolução do conceito —</p><p>18</p><p>considerando-se as possibilidades que uma auditoria confere —, ainda assim ele</p><p>remete, primeiramente, ao senso comum de fiscalização, como se fosse esse o</p><p>único propósito a ser atendido.(SILVA, 2020)</p><p>Segundo Moura, Lopes e Barbosa (2017 apud SILVA, 2020) a auditoria tem</p><p>uma postura observacional e analítica perante o objeto auditado, seja ele um</p><p>demonstrativo, um registro, um dado, um documento, entre outros.</p><p>Resumidamente, a auditoria tem um princípio controlador e carece de algo que</p><p>possa ser medido, para a emissão de relatórios e pareceres, visando à proteção de</p><p>bens e direitos das instituições contra danos como fraudes, desvios e desfalques.</p><p>As atividades da auditoria concentram-se nos processos e resultados da</p><p>prestação de serviços e pressupõem o desenvolvimento de um modelo de atenção</p><p>adequado em relação às normas de acesso, diagnóstico, tratamento e reabilitação.</p><p>Consistem em controlar e avaliar o grau de atenção efetivamente prestada pelo</p><p>sistema, comparando-a a um modelo definido. (CALEMAN, MOREIRA e SANCHEZ,</p><p>1998)</p><p>Atualmente</p><p>é grande o número de profissionais que realizam auditoria em</p><p>saúde e, para que seja realizada de forma efetiva, é preciso que os auditores</p><p>(internos) conheçam as atividades que estão sendo auditadas, além do fluxo de</p><p>auditoria e custos de materiais e medicamentos. (SOUZA, DYNIEWICZ,</p><p>KALINOWSKI, 2010)</p><p>Isso torna a auditoria em saúde ainda mais específica, pois é necessário um</p><p>auditor médico para auditar os procedimentos médicos, um enfermeiro para os</p><p>procedimentos de enfermagem e, assim, para cada classe de profissionais da</p><p>saúde, pois o auditor atua junto aos profissionais da assistência, a fim de monitorar</p><p>o estado clínico de paciente internado, verificando a procedência e gerenciando o</p><p>internamento, auxiliando na liberação de procedimentos ou materiais e</p><p>medicamentos de alto custo, e também verificando a qualidade da assistência</p><p>prestada. (BRASIL, 2001 apud SOUZA, DYNIEWICZ, KALINOWSKI, 2010)</p><p>19</p><p>4.1 A enfermagem e a auditoria</p><p>Fonte: pt.slideshare.net</p><p>Em sua evolução histórica, a enfermagem sempre teve que responder às</p><p>mudanças tecnológicas e às forças sociais. As responsabilidades administrativas</p><p>têm evoluído em resposta às necessidades institucionais, mercadológicas e</p><p>assistenciais, tornando decisivo o papel do enfermeiro para o cuidado, efetivo e com</p><p>qualidade, do paciente (MARQUIS; HUSTON, 2005 apud MATOS, 2009).</p><p>A equipe de enfermagem é a mais próxima do paciente, sendo responsável</p><p>por uma assistência direta e contínua e, por isso, está diretamente envolvida com o</p><p>processo de auditoria dentro das instituições de saúde na sua rotina de trabalho</p><p>(SANTANA; SILVA, 2009 apud MOURA, 2019).</p><p>A auditoria tem diversas características e funcionalidades, no entanto, na</p><p>enfermagem, ela pode ter dois enfoques e ser realizada por meio de duas</p><p>perspectivas. Na auditoria de custos, o auditor avalia as contas hospitalares,</p><p>verificando a compatibilidade de informações presentes no prontuário e a cobrança</p><p>efetuada pelo setor financeiro por meio de cruzamento de informações. Em geral</p><p>essa auditoria é realizada após a alta do paciente. (MOURA, 2019).</p><p>20</p><p>Na auditoria da qualidade, a análise é realizada sob as atividades da equipe</p><p>de enfermagem e também pela análise do prontuário do paciente com foco nos</p><p>registros de enfermagem, visando a avaliar a assistência prestada para garantir a</p><p>qualidade do cuidado (KURCGANT, 2005 apud MOURA, 2019). Com isso, a</p><p>auditoria pode verificar inadequações do trabalho assistencial da equipe de</p><p>enfermagem, apontando falhas e necessidades de melhorias.</p><p>Na Enfermagem, a auditoria faz comparação entre a assistência prestada</p><p>com os padrões definidos. Sendo assim, a melhoria da qualidade da assistência de</p><p>Enfermagem tem configurado uma necessidade de revisar e modificar a prática e o</p><p>papel do profissional de Enfermagem no sentido de imprimir uma nova característica</p><p>à sua atuação.(MATOS, 2009)</p><p>Quanto à finalidade da auditoria em Enfermagem, de acordo com Pereira e</p><p>Takahashi (1991 apud MATOS, 2009), esta abrange a identificação das áreas</p><p>deficientes no serviço de Enfermagem. Essas áreas podem ser uma unidade, um</p><p>programa e/ou as ações de Enfermagem (assistencial, administrativa, educativa).</p><p>Busca-se fornecer informação visando à elaboração de novos programas de</p><p>Enfermagem e a melhoria dos programas já existentes; fornecer dados para</p><p>melhoria da qualidade assistencial e seus registros; obter subsídios para a</p><p>elaboração de programas de desenvolvimento de recursos humanos em</p><p>Enfermagem.</p><p>4.2 O Enfermeiro auditor</p><p>Através da Resolução 266/2001 do COFEN- Conselho Federal de</p><p>Enfermagem, instituída em 05 de outubro de 2001, foi aprovada as atividades do</p><p>Enfermeiro Auditor. Além da apovação, essa resolução também especificou as</p><p>atividades que o Enfermeiro Auditor pode desenvolver.(COFEN, 2001)</p><p>O conhecimento sobre a prática dos enfermeiros auditores, ainda esta</p><p>começando no Brasil, onde poderá contribuir para a melhor utilização dos recursos</p><p>físicos e materiais disponíveis nos serviços de saúde, também poderá contribuir</p><p>21</p><p>com o desenvolvimento das pessoas, melhorando, o planejamento e a execução</p><p>técnica do trabalho, a relação custo-benefício para o paciente, o hospital e o</p><p>comprador de serviços de saúde. A auditoria, quando entendida como um processo</p><p>educativo fornece subsídios para a implantação e gerenciamento de uma</p><p>assistência de qualidade (PINTO; MELO, 2009 apud MARCON, 2014).</p><p>A qualidade da assistência à saúde deve maximizar medidas abrangentes</p><p>para o completo bem-estar do cliente, equilibrando ganhos e perdas, inerentes ao</p><p>processo da atenção médico-hospitalar. Na enfermagem, a qualidade da</p><p>assistência prestada aos clientes pode ser mensurada através da auditoria, um dos</p><p>instrumentos internos que o serviço de enfermagem dispõe para o gerenciamento</p><p>da qualidade (ADAMI, 2000 apud SOUZA, DYNIEWICZ, KALINOWSKI, 2010)</p><p>O enfermeiro auditor tem uma participação importante na administração de</p><p>um hospital, dando maior ênfase ao paciente, verificando a qualidade dos serviços</p><p>prestados e a satisfação deste e seguindo todo padrão ético e legal da sua função</p><p>(BRASIL, 2001 apud MOURA, 2019).</p><p>Ele desenvolve todas as atividades de sua competência na auditoria de</p><p>acordo com aspectos técnicos, atentando às legislações vigentes do Ministério da</p><p>Saúde, Agência Nacional de Saúde Suplementar, Agência Nacional de Vigilância</p><p>Sanitária, às Normas de Auditoria de Enfermagem, ao Código de Ética de</p><p>Enfermagem e Legislação do Conselho Federal de Enfermagem, Conselho</p><p>Regional de Enfermagem, lei 9.656/1998, Lei do Código de Defesa do Consumidor,</p><p>contratos e coberturas contratuais, exclusões de cobertura e Tabelas contratuais,</p><p>sempre mantendo os padrões de qualidade da instituição. (VAITSMAN, 2008 apud</p><p>SOUZA, DYNIEWICZ, KALINOWSKI, 2010</p><p>Dessa forma, o profissional enfermeiro auditor que audita as contas</p><p>hospitalares poderá ser membro da instituição onde atua, realizar a auditoria</p><p>correlacionada aos representantes dos planos de saúde que executam os</p><p>pagamentos ou, ainda, ser um auditor externo sem qualquer vínculo empregatício</p><p>com o local auditado. (MOURA, 2019)</p><p>22</p><p>Devido às exigências das instituições e do cenário de saúde atual, o</p><p>enfermeiro auditor acaba direcionando o seu trabalho mais para questões</p><p>financeiras do que para a qualidade assistencial, no entanto, mesmo nesse aspecto,</p><p>ou nessa condição, ele ainda contribui com a equipe de enfermagem, o paciente e</p><p>a instituição, uma vez que busca pela manutenção do equilíbrio financeiro das</p><p>organizações, de modo a possibilitar diretamente a continuidade dos atendimentos</p><p>prestados (GARCIA; FERREIRA; SILVA, 2018 apud MOURA, 2019).</p><p>O processo de auditagem visa o benefício dos pacientes através da melhoria</p><p>dos serviços prestados. Estas melhorias tornam-se possíveis por meio de obtenção</p><p>de conhecimento, e de capacitação dos profissionais envolvidos no processo</p><p>assistencial. Além do paciente, a equipe também apresenta benefícios, sendo estes</p><p>evidenciados através de reflexão de aspectos positivos e negativos, gerados a partir</p><p>do desenvolvimento profissional, perante a equipe e/ou a si próprio (KURGANT,</p><p>2008 apud SOUZA, DYNIEWICZ, KALINOWSKI, 2010).</p><p>4.3 Atribuições do Enfermeiro Auditor – COFEN</p><p>O COFEN - Conselho Federal de Enfermagem é uma autarquia federal e</p><p>órgão disciplinador do exercício da profissão dos profissionais de enfermagem no</p><p>Brasil. Portanto ele delibera e institui resoluções sobre as diversas atuações da</p><p>Enfermagem. Dentre elas, através do anexo da Resolução 266/2001, estabeleceu</p><p>as atividades atribuídas ao Enfermeiro Auditor:(COFEN, 2001)</p><p>I- É da competência privativa do Enfermeiro Auditor no Exercício de suas</p><p>atividades:</p><p>Organizar, dirigir, planejar, coordenar e avaliar, prestar consultoria, auditoria</p><p>e emissão de parecer sobre os serviços de Auditoria de Enfermagem.</p><p>II- Quanto integrante de equipe de Auditoria</p><p>em Saúde:</p><p>a) Atuar no planejamento, execução e avaliação da programação de</p><p>saúde;</p><p>23</p><p>b) Atuar na elaboração, execução e avaliação dos planos assistênciais</p><p>de saúde;</p><p>c) Atuar na elaboração de medidas de prevenção e controle sistemático</p><p>de danos que possam ser causados aos pacientes durante a assistência de</p><p>enfermagem;</p><p>d) Atuar na construção de programas e atividades que visem a</p><p>assistência integral à saúde individual e de grupos específicos, particularmente</p><p>daqueles prioritários e de alto risco;</p><p>e) Atuar na elaboração de programas e atividades da educação sanitária,</p><p>visando a melhoria da saúde do indivíduo, da família e da população em geral;</p><p>f) Atuar na elaboração de Contratos e Adendos que dizem respeito à</p><p>assistência de Enfermagem e de competência do mesmo;</p><p>g) Atuar em bancas examinadoras, em matérias específicas de</p><p>Enfermagem, nos concursos para provimentos de cargo ou contratação de</p><p>Enfermeiro ou pessoal Técnico de Enfermagem, em especial Enfermeiro</p><p>Auditor, bem como de provas e títulos de especialização em Auditoria de</p><p>Enfermagem, devendo possuir o título de Especialização em Auditoria de</p><p>Enfermagem;</p><p>h) Atuar em todas as atividades de competência do Enfermeiro e</p><p>Enfermeiro Auditor, de conformidade com o previsto nas Leis do Exercício da</p><p>Enfermagem e Legislação pertinente;</p><p>i) O Enfermeiro Auditor deverá estar regularmente inscrito no COREN da</p><p>jurisdição onde presta serviço, bem como ter seu título registrado, conforme</p><p>dispõe a Resolução COFEN Nº 261/2001;</p><p>j) O Enfermeiro Auditor, quando da constituição de Empresa Prestadora</p><p>de Serviço de Auditoria e afins, deverá registrá-la no COREN da jurisdição onde</p><p>se estabelece e se identificar no COREN da jurisdição fora do seu Foro de</p><p>origem, quando na prestação de serviço;</p><p>24</p><p>k) O Enfermeiro Auditor, em sua função, deverá identificar-se fazendo</p><p>constar o número de registro no COREN sem, contudo, interferir nos registros</p><p>do prontuário do paciente;</p><p>l) O Enfermeiro Auditor, segundo a autonomia legal conferida pela Lei e</p><p>Decretos que tratam do Exercício Profissional de Enfermagem, para exercer</p><p>sua função não depende da presença de outro profissional;</p><p>m) O Enfermeiro Auditor tem autonomia em exercer suas atividades sem</p><p>depender de prévia autorização por parte de outro membro auditor, Enfermeiro,</p><p>ou multiprofissional;</p><p>n) O Enfermeiro Auditor para desempenhar corretamente seu papel, tem</p><p>o direito de acessar os contratos e adendos pertinentes à Instituição a ser</p><p>auditada;</p><p>o) O Enfermeiro Auditor, para executar suas funções de Auditoria, tem o</p><p>direito de acesso ao prontuário do paciente e toda documentação que se fizer</p><p>necessário;</p><p>p) O Enfermeiro Auditor, no cumprimento de sua função, tem o direito de</p><p>visitar/entrevistar o paciente, com o objetivo de constatar a satisfação do mesmo</p><p>com o serviço de Enfermagem prestado, bem como a qualidade. Se necessário</p><p>acompanhar os procedimentos prestados no sentido de dirimir quaisquer</p><p>dúvidas que possam interferir no seu relatório.</p><p>III- Considerando a interface do serviço de Enfermagem com os diversos</p><p>serviços, fica livre a conferência da qualidade dos mesmos no sentido de coibir o</p><p>prejuízo relativo à assistência de Enfermagem, devendo o Enfermeiro Auditor</p><p>registrar em relatório tal fato e sinalizar aos seus pares auditores, pertinentes à área</p><p>específica, descaracterizando sua omissão.</p><p>IV- O Enfermeiro Auditor, no exercício de sua função, tem o direito de solicitar</p><p>esclarecimento sobre fato que interfira na clareza e objetividade dos registros, com</p><p>fim de se coibir interpretação equivocada que possa gerar</p><p>glosas/desconformidades, infundadas.</p><p>25</p><p>V- O Enfermeiro, na função de auditor, tem o direito de acessar, in loco toda</p><p>a documentação necessária, sendo-lhe vedada a retirada dos prontuários ou cópias</p><p>da instituição, podendo, se necessário, examinar o paciente, desde que</p><p>devidamente autorizado pelo mesmo, quando possível, ou por seu representante</p><p>legal. Havendo identificação de indícios de irregularidades no atendimento do</p><p>cliente, cuja comprovação necessite de análise do prontuário do paciente, é</p><p>permitida a retirada de cópias exclusivamente para fins de instrução de auditoria.</p><p>VI- O Enfermeiro Auditor, quando no exercício de suas funções, deve ter</p><p>visão holística, como qualidade de gestão, qualidade de assistência e quântico-</p><p>econômico-financeiro, tendo sempre em vista o bem estar do ser humano enquanto</p><p>paciente/cliente.</p><p>4.4 Processos das auditorias relacionadas à Enfermagem</p><p>Fonte: nucleodoconhecimento.com.br</p><p>26</p><p>As auditorias utilizadas no serviço de Enfermagem incluem avaliações de</p><p>resultado, de processo e de estrutura (MARQUIS;e HUSTON, 2005 apud MATOS,</p><p>2009):</p><p>Resultado</p><p>O resultado significa uma mudança do status na saúde do paciente que possa ser</p><p>atribuída à prestação de algum cuidado de saúde (DONABEDIAN, 1994) e, dessa</p><p>forma, conforme Marquis e Huston (2005) afirmam, as “auditorias de resultados</p><p>determinam quais resultados foram alcançados em conseqüência de</p><p>intervenções específicas de Enfermagem” (apud MATOS, 2009)</p><p>Auditorias de processos</p><p>As auditorias de processos residem na procura da qualidade do conjunto de</p><p>atividades desenvolvidas, pela equipe de Enfermagem, voltadas para o</p><p>atendimento das expectativas dos clientes. Este conjunto de atividades recebe o</p><p>nome de Processo de Enfermagem, e é esse processo de trabalho que deve ser</p><p>enfocado e analisado quando os indicadores assistenciais apontam falhas no</p><p>resultado do atendimento de Enfermagem (FONSECA et al., 2005). Para</p><p>D’INNOCENZO (2006), elas “focalizam se os padrões da prática foram satisfeitos</p><p>ou não, presumindo a relação entre a qualidade do enfermeiro e a qualidade do</p><p>cuidado oferecido” (apud MATOS, 2009)</p><p>Auditoria de estrutura</p><p>A auditoria de estrutura, por sua vez, monitora o local em que se dá o cuidado ao</p><p>paciente. Inclui a aplicação de recursos, como o ambiente em que é prestado o</p><p>atendimento, além de todos aqueles elementos existentes antes da interação</p><p>entre o cliente e o profissional de saúde, como, por exemplo, dimensionamento</p><p>de pessoal, tempo de espera em setores de atendimento de emergência,</p><p>equipamentos de transporte interno de paciente, que são componentes</p><p>estruturais para exame da qualidade dos cuidados. Pressupõe-se existir uma</p><p>relação entre o cuidado qualificado e a estrutura adequada (D’INNOCENZO,</p><p>2006; MARQUIS; HUSTON, 2005 apud MATOS, 2009).</p><p>Auditoria prospectiva</p><p>27</p><p>O método de auditoria prospectiva, sob o foco da função assistencial, não incide</p><p>diretamente sobre o cuidado de Enfermagem, ocorrendo quase sempre sobre</p><p>procedimentos médicos, como, por exemplo: “emissão de um parecer pelo</p><p>médico auditor da operadora de plano de saúde sobre um determinado tratamento</p><p>ou procedimento, sendo que cabe a ele [...], recomendar ou não o procedimento.”</p><p>(MOTTA, 2003 apud MATOS, 2009).</p><p>No entanto sob o enfoque da função administrativa do enfermeiro, a auditoria</p><p>prospectiva assume o papel de auditoria de gestão, que, de acordo com o autor</p><p>Gil (2000 apud MATOS, 2009), representa a avaliação e/ou emissão de opinião</p><p>sobre processos ou resultados exercidos na produção de serviços no horizonte</p><p>temporal presente/futuro.</p><p>Auditoria operacional</p><p>É feita enquanto o paciente está hospitalizado ou em atendimento ambulatorial, é</p><p>orientada para uma revisão dos cuidados prestados, dentro de um esquema</p><p>preventivo de resultados finais de menor qualidade. Pode ser realizada através</p><p>do exame do paciente, confrontando as necessidades de assistência com a</p><p>prescrição, bem como com a realização de entrevistas com o paciente, os</p><p>familiares, o funcionário da equipe de Enfermagem, etc. (PEREIRA e</p><p>TAKAHASHI, 1999; POSSARI, 2005; D’INNOCENZO, 2006 apud MATOS,2009)</p><p>Auditoria retrospectiva</p><p>A auditoria retrospectiva, que é realizada após a alta hos pitalar, ou após a</p><p>realização</p><p>da assistência ambulatorial, por meio dos registros em prontuário, não</p><p>possibilita a reversão de benefícios diretos para o paciente, mas contribui para a</p><p>melhoria da assistência de maneira global e futura (PEREIRA; TAKAHASHI,</p><p>1991), em função de não ir diretamente ao(s) fato(s), e sim aos elementos que o</p><p>evidenciam (POSSARI, 2005 apud MATOS,2009).</p><p>28</p><p>5 TIPOS DE AUDITORIAS DO SISTEMA COFEN – CONSELHO FEDERAL DE</p><p>ENFERMAGEM</p><p>Fonte: Cofen</p><p>Em 2015 o Cofen – Conselho Federal de Enfermagem, elaborou e publicou</p><p>o Manual de Auditoria do Sistema COFEN/Conselhos Regionais, que objetiva</p><p>fornecer aos membros de todo o sistema uma visão detalhada dos procedimentos</p><p>de auditoria aplicados nos trabalhos desenvolvidos pela Controladoria Geral do</p><p>COFEN, bem como propiciar aos gestores das Autarquias o gerenciamento dos</p><p>controles internos, aplicados no desenvolvimento das rotinas executadas em suas</p><p>unidades. (COFEN, 2015)</p><p>Esse manual tem como objetivo, informar e orientar sobre os procedimentos</p><p>básicos e auxiliares dos serviços de auditoria, permitindo a visualização dos</p><p>objetivos a serem alcançados no cumprimento dos trabalhos da competência da</p><p>Controladoria Geral, servindo como ferramenta de facilitação ao desempenho</p><p>destas atribuições. (COFEN, 2015)</p><p>29</p><p>5.1 Auditoria de gestão (Cofen, 2015)</p><p>Atua nas áreas inter-relacionadas da Autarquia, certificando a regularidade</p><p>das contas, verificando a execução de contratos, convênios, acordos ou ajustes,</p><p>avaliando a eficácia dos seus resultados em relação aos recursos materiais,</p><p>humanos e tecnológicos disponíveis, bem como a economicidade e eficiência dos</p><p>controles internos existentes para a gestão dos recursos públicos, compreendendo</p><p>entre outros os seguintes aspectos:</p><p>a) exame das peças que instruem os processos de tomada ou prestação de</p><p>contas;</p><p>b) exame da documentação comprobatória dos atos e fatos administrativos;</p><p>c) verificação da existência física de bens e outros valores;</p><p>d) verificação da eficiência dos sistemas de controles administrativos; e)</p><p>verificação do cumprimento da legislação pertinente;</p><p>f) análise da realização físico financeira em face dos objetivos e metas</p><p>estabelecidos;</p><p>g) análise dos demonstrativos e dos relatórios de acompanhamento</p><p>produzidos com vistas à avaliação dos resultados alcançados e a eficiência</p><p>gerencial;</p><p>h) análise da adequação dos instrumentos de gestão - contratos, convênios,</p><p>acordos, ajustes e outros congêneres - para consecução dos planos, programas,</p><p>projetos e atividades desenvolvidas pelo gestor, inclusive quanto à legalidade e</p><p>diretrizes estabelecidas;</p><p>i) análise da compatibilização das contratações, desligamentos e</p><p>remunerações de pessoal, com a legislação vigente.</p><p>5.2 Auditoria de programas</p><p>Objetiva acompanhar, examinar e avaliar a execução de programas e</p><p>projetos específicos, bem como a aplicação de recursos descentralizados como</p><p>30</p><p>exemplo, termos de cooperação e convênios, compreendendo, entre outros, os</p><p>seguintes aspectos:</p><p>a) análise da realização físico financeira em face dos objetivos e metas</p><p>estabelecidos;</p><p>b) análise dos demonstrativos e dos relatórios de acompanhamento</p><p>produzidos com vistas à avaliação dos resultados alcançados e a eficiência</p><p>gerencial;</p><p>c) verificação da documentação instrutiva e comprobatória, quanto a</p><p>propriedade dos gastos realizados, e</p><p>d) análise da adequação dos instrumentos de gestão – contratos, convênios,</p><p>acordo, ajustes e outros congêneres – para consecução dos planos, programas,</p><p>projetos e atividades desenvolvidas pelo gestor, inclusive quanto à legalidade e</p><p>diretrizes estabelecidas.</p><p>AUDITORIA CONTÁBIL</p><p>Utilizada no exame dos registros e documentos e na coleta de informações e</p><p>confirmações, mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle do</p><p>patrimônio da Autarquia, objetiva obter elementos comprobatórios suficientes que</p><p>permitam opinar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os</p><p>princípios fundamentais de contabilidade.</p><p>AUDITORIA DE SISTEMA</p><p>Objetiva assegurar a adequação, privacidade dos dados e informações oriundas</p><p>dos sistemas eletrônicos de processamento de dados, observando as diretrizes</p><p>estabelecidas e a legislação específica.</p><p>AUDITORIA ESPECIAL</p><p>Objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza</p><p>incomum ou extraordinária, sendo realizadas para atender determinação dos</p><p>dirigentes da autarquia ou pela própria Controladoria. Abrange a realização de</p><p>trabalhos especiais de auditoria, não compreendidos na programação anual da</p><p>área.</p><p>31</p><p>Os trabalhos de Auditoria Especial dependem de designação formal, devendo ser</p><p>objeto de relatório próprio, específico e circunstanciado dos fatos examinados,</p><p>elaborados em caráter restrito ou confidencial.</p><p>Incluem-se nesta modalidade os exames de fraudes, irregularidades,</p><p>desmobilização, contratos especiais de grande vulto, entre outros.</p><p>AUDITORIA OPERACIONAL</p><p>Atua nas áreas inter-relacionadas do órgão/autarquia, avaliando a eficácia dos</p><p>seus resultados em relação aos recursos materiais, humanos e tecnológicos</p><p>disponíveis, bem como a economicidade e eficiência dos controles internos</p><p>existentes para a gestão dos recursos públicos. Sua filosofia de abordagem dos</p><p>fatos é de apoio, pela avaliação do atendimento às diretrizes e normas, bem como</p><p>pela apresentação de sugestões para seu aprimoramento.</p><p>DILIGÊNCIAS - As diligências promovidas pela Controladoria-Geral visam</p><p>buscar informações e esclarecimentos externamente ou junto aos gestores e a</p><p>funcionários do Coren, sobre as razões que levaram a prática de qualquer ato</p><p>orçamentário, financeiro, patrimonial e operacional, seja ele omissivo ou comissivo,</p><p>executado por dirigente ou funcionário da Entidade, a fim de subsidiar os exames,</p><p>atendendo designação, inclusive no apoio institucional ao Sistema de Controle</p><p>Interno.</p><p>Após a diligência, poderá ser emitida nota técnica sobre os assuntos</p><p>levantados, contendo as revelações, conclusões, recomendações e ações</p><p>corretivas adotadas, conforme o caso.</p><p>5.3 Normas relativas à pessoa do auditor (Cofen, 2015)</p><p>Independência: o Auditor no exercício da atividade de auditoria deve manter</p><p>uma atitude de independência que assegure a imparcialidade de seu julgamento,</p><p>nas fases de planejamento, execução e emissão de seu parecer, bem assim nos</p><p>demais aspectos relacionados com sua atividade profissional.</p><p>32</p><p>Soberania: durante o desenvolvimento do seu trabalho, o Auditor deverá</p><p>possuir o domínio do julgamento profissional, pautando-se, exclusiva e livremente</p><p>a seu critério, no planejamento dos seus exames, na seleção e aplicação de</p><p>procedimentos técnicos e testes de auditoria, na definição de suas conclusões e na</p><p>elaboração de seus relatórios e pareceres.</p><p>Imparcialidade: durante seu trabalho, o Auditor está obrigado a abster-se de</p><p>intervir nos casos onde há conflito de interesses que possam influenciar a absoluta</p><p>imparcialidade do seu julgamento.</p><p>Objetividade: na execução de suas atividades, o Auditor se apoiará em fatos</p><p>e evidências que permitam o convencimento razoável da realidade ou a veracidade</p><p>dos fatos, documentos ou situações examinadas, permitindo a emissão de opinião</p><p>em bases consistentes.</p><p>5.4 Conhecimento técnico (Cofen, 2015)</p><p>O Auditor necessita possuir conhecimentos técnicos das diversas áreas</p><p>relacionadas com as atividades auditadas, de tal forma que o permitam comprovar</p><p>a legalidade e legitimidade dos atos de gestão e avaliar a economicidade, eficiência</p><p>e eficácia alcançadas no desempenho dos objetivos da Autarquia sob exame, a</p><p>saber:</p><p>I. Economicidade: operacionalidade ao mínimo custo possível. Administração</p><p>correta dos bens, boa distribuição do tempo, economia de trabalho, tempo e</p><p>dinheiro, redução dos gastos num orçamento. É a administração prática e</p><p>sistemática das operações de uma autarquia ou projeto, assegurando</p><p>custos</p><p>operacionais mínimos ao realizar as funções que lhe são atribuídas.</p><p>II. Eficiência: rendimento efetivo sem desperdício desnecessário. A consecução</p><p>das metas e outros objetivos constantes de programas de maneira sistemática,</p><p>contribuindo para minimizar os custos operacionais, sem diminuir o nível,</p><p>qualidade e oportunidade dos serviços a serem oferecidos pela autarquia, ou</p><p>projeto.</p><p>33</p><p>III. Eficácia: considera se eficaz a administração, plano projeto ou autarquia que,</p><p>na consecução de seus objetivos, consegue os efeitos necessários, ou seja,</p><p>atinge as metas a que se propôs.</p><p>5.5 Outras normas (Cofen,2015)</p><p>Capacidade profissional: A capacidade profissional é adquirida pela</p><p>aplicação prática dos conhecimentos técnicos. O somatório de experiências obtidas</p><p>entre diversas situações contribuem para o amadurecimento do julgamento</p><p>profissional, possibilitando o discernimento entre situações gerais e particulares.</p><p>Atualização dos conhecimentos técnicos: O Auditor deve manter sua</p><p>competência técnica, atualizando-se quanto ao avanço de normas, procedimentos</p><p>e técnicas aplicáveis à auditoria.</p><p>Cautela e zelo profissional: no desempenho de suas funções, na</p><p>elaboração do relatório e emissão de sua opinião, o Auditor necessita agir com a</p><p>devida precaução e zelo profissional, devendo acatar as normas de ética</p><p>profissional, o bom senso em seus atos e recomendações, o cumprimento das</p><p>normas gerais de auditoria e o adequado emprego dos procedimentos de aplicação</p><p>geral ou específica.</p><p>Cautela profissional: no desenvolvimento do seu trabalho, o Auditor deve</p><p>manter atitude prudente, com vistas a estabelecer uma adequada extensão dos</p><p>seus exames, bem como aplicar metodologia apropriada à natureza e complexidade</p><p>de cada exame.</p><p>Zelo profissional: o Auditor, no desempenho de suas atividades, deverá</p><p>atuar com habilidade, precaução e esmero de modo a reduzir ao mínimo possível a</p><p>margem de erro.</p><p>Comportamento ético: no desenvolvimento de seu trabalho, o Auditor,</p><p>independentemente de sua formação profissional, deve ter sempre presente que,</p><p>como servidor público, se obriga a proteger os interesses da sociedade, respeitar</p><p>as normas de conduta que regem os servidores públicos, não podendo valer-se da</p><p>34</p><p>função em benefício próprio ou de terceiros. Ficando, ainda, obrigado a guardar</p><p>confidencialidade das informações obtidas, não devendo revelá-las a terceiros, sem</p><p>autorização específica, salvo se houver obrigação legal ou profissional de assim</p><p>proceder.</p><p>6 AUDITORIA PELO SUS – MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017</p><p>Fonte: saude.rj.gov.br</p><p>O Ministério da Saúde publicou em 2017, um manual para definir os</p><p>princípios e os padrões que norteiam a conduta do servidor, bem como aqueles que</p><p>orientam a realização das auditorias visando à qualificação do processo. (BRASIL,</p><p>2017)</p><p>Esse manual,refere-se as etapas para a realização da auditoria,e envolve</p><p>desde o cadastro da demanda até a elaboração e publicação do Relatório Final. Ele</p><p>também apresenta as atribuições dos servidores lotados no DENASUS -</p><p>Departamento Nacional de Auditoria do SUS, e na Seaude seus princípios éticos e</p><p>profissionais que regulam as atividades executadas. (BRASIL, 2017)</p><p>Dentro do DENASUS, o SUS criou o Sistema Nacional de Auditoria (SNA) do</p><p>em 1993 pela Lei n.º 8.689 e regulamentado pelo Decreto n.º 1.651, de 1995. O</p><p>35</p><p>SNA atua de forma descentralizada, conforme preconiza o referido Decreto, e, por</p><p>corolário, possui entes em cada unidade federativa do Brasil. (BRASIL, 2017)</p><p>Uma das atividades do DENASUS foi criar e estabelecer um método para</p><p>executar suas auditorias. Esse método fundamenta padrões, inclusive de conduta,</p><p>com regras quanto à documentação que deve respaldar todo o processo de</p><p>trabalho. A equipe que realiza as auditorias a nível do DENASUS, são lideradas por</p><p>um coordenador e acompanhadas por um supervisor técnico As finalidades de</p><p>auditoria do SUS, incluem: (BRASIL, 2017)</p><p>Aferir a observância dos padrões estabelecidos de qualidade, quantidade, custos</p><p>e gastos da atenção à saúde.</p><p>Avaliar os elementos componentes dos processos da instituição, serviço ou</p><p>sistema auditado, objetivando a melhoria dos procedimentos por meio da</p><p>detecção de desvios dos padrões estabelecidos.</p><p>Conferir a qualidade, a propriedade e a efetividade dos serviços de saúde</p><p>prestados à população.</p><p>Produzir informações para subsidiar o planejamento das ações que contribuam</p><p>para o aperfeiçoamento do SUS.</p><p>6.1 Processo de auditoria.(BRASIL, 2017)</p><p>O processo de auditoria, o qual será processado no Sistema Eletrônico de</p><p>Informação (SEI), iniciará de ofício ou a pedido de interessado, desde que</p><p>preenchidos os requisitos mínimos necessários à identificação da atividade a ser</p><p>realizada. (BRASIL, 2017)</p><p>Os requisitos mínimos necessários referem-se aos aspectos de</p><p> competência,</p><p> interesse público,</p><p> materialidade,</p><p> relevância</p><p>36</p><p> oportunidade.</p><p>Ao iniciar o processo de auditoria, ele deve ser protocolado através de um</p><p>documento contendo (BRASIL, 2017)</p><p>I. órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;</p><p>II. identificação do interessado ou de quem o represente;</p><p>III. domicílio do requerente ou local para recebimento de comunicações, se for o</p><p>caso;</p><p>IV. formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus fundamentos;</p><p>V. data e assinatura do requerente ou de seu representante (BRASIL, 1999, art.</p><p>6º apud BRASIL, 2017).</p><p>6.2 Procedimento da auditoria (BRASIL, 2017)</p><p>O procedimento de auditoria, continua após a criação do processo no SEI,</p><p>deverá haver despacho de designação da equipe que conduzirá as respectivas</p><p>atividades, a qual, preliminarmente, elaborará, sob a orientação do supervisor</p><p>técnico, documento que contenha a tarefa a ser executada. As orientações para a</p><p>equipe, deve conter: (BRASIL, 2017)</p><p>a) o objetivo da auditoria;</p><p>b) as questões a serem respondidas para alcançar o objetivo proposto;</p><p>c) o período de abrangência da auditoria;</p><p>d) as localidades e as unidades organizacionais a serem visitadas;</p><p>e) os processos e as atividades que serão examinados.</p><p>E as principais informações da tarefa deverão ser inseridas no Sisaud/SUS,</p><p>para que se inicie as três fases da atividade de auditoria: (BRASIL, 2017)</p><p>(a) fase analítica;</p><p>(b) fase operativa ou in loco; e</p><p>(c) fase de Relatório Final.</p><p>37</p><p>6.3 Fase analítica</p><p>A fase analítica corresponde ao planejamento da auditoria para que seja</p><p>adequadamente executada pela equipe dentro do prazo estabelecido. O objetivo</p><p>principal é preparar os servidores para a fase operativa ou in loco, propiciando o</p><p>desenvolvimento de uma compreensão mais acurada sobre as atividades</p><p>administrativas imprescindíveis ao bom êxito das fases subsequentes. As etapas</p><p>para a fase analítica, incluem: (BRASIL, 2017)</p><p>Levantamento de informações sobre o objeto da auditoria;</p><p>Construção das matrizes de coleta e análise de informações;</p><p>Elaboração dos papéis de trabalho;</p><p>Cronograma de trabalho;</p><p>Elaboração do Relatório Analítico.</p><p>Levantamento de informações sobre o objeto da auditoria</p><p>A equipe deve levantar informações sobre o objeto da auditoria de modo a obter</p><p>conhecimento suficiente para executar as fases subsequentes.</p><p>Essa etapa possui a finalidade de definir o foco e delimitar a extensão dos</p><p>trabalhos por meio da revisão e do aprimoramento da definição de objetivos e do</p><p>escopo da auditoria, construídos durante a tarefa.</p><p>A equipe deve procurar informações que indiquem os critérios que possam ser</p><p>utilizados para avaliar a situação do objeto de auditoria, tais como:</p><p>a) setores responsáveis, competências e atribuições do órgão auditado;</p><p>b) legislações aplicáveis;</p><p>c) objetivos do órgão ou programa de governo;</p><p>d) desempenho recente por meio da análise de indicadores e resultados;</p><p>e) pontos fracos e deficiências do controle;</p><p>f) outras informações relevantes.</p><p>38</p><p>Podem ser buscadas informações de diversas fontes, desde que permitam à</p><p>equipe estabelecer uma visão geral sobre o objeto e seu contexto, tais como:</p><p>a) auditorias anteriores realizadas pelo DENASUS e pelas Seções de</p><p>Auditoria;</p><p>b) sistemas de informação;</p><p>c) relatórios do órgão responsável e sítio na internet;</p><p>d) bases de legislação e normas;</p><p>e) atividades de controle realizadas por outros órgãos;</p><p>f) artigos acadêmicos;</p><p>g) informações da mídia;</p><p>h) outras fontes relevantes.</p><p>6.4 Fase operativa ou in loco</p><p>Na fase operativa, é realizado, colocado em prática tudo o que foi planejado</p><p>na fase anterior, ou seja, a analítica. Identificar e obter evidências para que se possa</p><p>caracterizar as constatações previamente estabelecidas, de forma consistente,</p><p>resume o objetivo geral dessa fase. E para dar continuidade ao processo, a fase</p><p>operativa possui dois produtos principais: (BRASIL, 2017)</p><p> Matriz de Constatações e o</p><p> Relatório Preliminar.</p><p>A identificação do responsável deverá ser comprovada por meio de atos</p><p>administrativos, na hipótese de servidor público, ou de outro documento oficial, nos</p><p>demais casos, desde que contenham todos os dados necessários à sua</p><p>qualificação, cujos documentos deverão ser anexados ao Relatório Preliminar:</p><p>(BRASIL, 2017)</p><p>39</p><p>As evidências servem para validar o trabalho da equipe e devem ser suficientes,</p><p>adequadas e pertinentes de forma a permitir à equipe obter constatações que</p><p>fundamentem as suas conclusões, razão pela qual devem conter os seguintes</p><p>requisitos:</p><p> Validade – A evidência deve ser legítima, ou seja, baseada em</p><p>informações precisas e confiáveis.</p><p> Confiabilidade – Garantia de que serão obtidos os mesmos resultados</p><p>se a auditoria for repetida.</p><p> Relevância – A evidência é relevante se for relacionada, de forma clara</p><p>e lógica, aos critérios e objetivos da auditoria.</p><p> Suficiência – A quantidade e a qualidade das evidências obtidas devem</p><p>demonstrar que as constatações, as conclusões e as recomendações da</p><p>auditoria estão bem fundamentadas.</p><p>A constatação é o resultado da comparação entre o critério e a situação</p><p>encontrada, a qual deve apresentar os seguintes elementos:</p><p>a) a situação encontrada do objeto, caracterizada por evidências;</p><p>b) a fonte da evidência;</p><p>c) o critério que define a situação ideal do objeto;</p><p>d) a causa que levou à situação;</p><p>e) o efeito gerado;</p><p>f) as recomendações.</p><p>A matriz é a ferramenta utilizada para analisar e organizar as informações</p><p>necessárias à sustentação das constatações obtidas.</p><p>Para as constatações que constituírem irregularidades, deverá ser preenchida a</p><p>Matriz de Qualificação de Responsáveis, contendo a identificação da</p><p>constatação:</p><p> Nome do responsável,</p><p> CPF</p><p> Período de exercício,</p><p>40</p><p> Conduta,</p><p> Nexo de causalidade</p><p> Culpabilidade, cujas informações deverão figurar, também, nas evidências</p><p>das constatações</p><p>Ao finalizar essa fase, é emitido um documento, denominado Relatório</p><p>Preliminar de auditoria, que é elaborado pela equipe com base nas constatações</p><p>preliminares resultantes dos trabalhos desenvolvidos. O conteúdo desse relatório,</p><p>não poderá ser divulgado, exceto para as partes interessadas. (BRASIL, 2017)</p><p>6.5 Fase de Relatório Final</p><p>O Relatório Final é o instrumento formal e técnico utilizado para comunicar o</p><p>objetivo e as questões de auditoria, a metodologia utilizada, as constatações</p><p>encontradas, as recomendações e a conclusão dos trabalhos. Além disso, é</p><p>referência para o monitoramento da atividade. Ele será baseado no Relatório</p><p>preliminar, elaborado no final da fase operativa. (BRASIL, 2017)</p><p>Para redigir esse relatório, a equipe envolvida deverá basear-se e seguir, os</p><p>seguintes critérios: (BRASIL, 2017)</p><p>Clareza: linguagem clara, a fim de que o leitor entenda facilmente, ainda que não</p><p>versado na matéria, o que se quer transmitir, sem necessidade de explicações</p><p>adicionais.</p><p>Concisão: conter apenas informações relevantes para elucidação dos fatos</p><p>auditados, com linguagem direta. Logo, deve-se evitar o uso excessivo de</p><p>adjetivos e emprego de termos que contenham em si só juízo de valor.</p><p>Convicção: relatar de forma consistente as constatações e as evidências,</p><p>permitindo que qualquer pessoa chegue às mesmas conclusões que chegou a</p><p>equipe de auditoria.</p><p>41</p><p>Confiabilidade: apresentar as necessárias evidências para sustentar as</p><p>constatações, conclusões e recomendações, procurando não deixar espaço para</p><p>contra argumentações.</p><p>Tempestividade: deve ser emitido em tempo hábil, a fim de que as providências</p><p>necessárias sejam tomadas oportunamente.</p><p>Imparcialidade: a análise contida no relatório deve ser pautada pelo ceticismo e</p><p>julgamento profissional, livres de opiniões que não se sustentam diante de</p><p>argumentos válidos.</p><p>Além de seguir os critérios estabelecidos, o Relatório Final deverá abordar</p><p>alguns contextos da auditoria, que incluem: (BRASIL, 2017)</p><p>Abordando origem</p><p>Antecedentes,</p><p>Objetivos,</p><p>Escopo e visão geral do objeto</p><p>Os métodos adotados na execução dos trabalhos na fase analítica e na</p><p>fase operativa, incluindo os tipos de documentos analisados, os sistemas</p><p>de informações verificados, as origens/fontes dos recursos financeiros</p><p>analisados (se possível, o percentual), as instituições visitadas na</p><p>atividade, a realização de eventuais visitas domiciliares, a utilização e o</p><p>tipo de instrumentos para coleta de dados, e, se for o caso, circularização,</p><p>entrevistas com usuários, com trabalhadores de Saúde e com gestores.</p><p>Recomendações a serem implementadas pelos gestores competentes, que</p><p>devem ser inclusas no relatório final.</p><p>a) promover a sanação das possíveis irregularidades encontradas; e</p><p>b) melhorar os processos de gerenciamento de riscos, controle e governança.</p><p>As recomendações propostas deverão seguir as seguintes orientações:</p><p>a) não recomendar o que não foi objeto de análise conclusiva;</p><p>b) a redação deverá ser clara e objetiva, com o fim de detalhar a forma que se</p><p>efetuará a providência que deve ser adotada; e</p><p>c) sempre deverá abordar os resultados esperados com a proposta.</p><p>Fonte: Adaptado de BRASIL, 2017</p><p>42</p><p>Após a conlusão do Relatório final, ele será analisado pelo supervisor técnico</p><p>e validada pela COAUD. A versão final será iserida no Processo de auditoria e será</p><p>encaminhada para análise do CGAUD. E somente após essa última análise, ele</p><p>será concluiído e encaminhado à direção do DENASUS. (BRASIL, 2017)</p><p>43</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa.</p><p>Departamento Nacional de Auditoria do SUS. Princípios, diretrizes e regras da</p><p>auditoria do SUS no âmbito do Ministério da Saúde [recurso eletrônico] /</p><p>Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa,</p><p>Departamento Nacional de Auditoria do SUS. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017.</p><p>COFEN – Conselho Federal de Enfermagem. RESOLUÇÃO COFEN-266/2001.</p><p>Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2662001_4303.html. Acesso</p><p>em set. 2021.</p><p>MARCON, J.M. AUDITORIA EM ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.</p><p>Disponível em: https://inisa.ufms.br/files/2019/08/AUDITORIA-EM-ENFERMAGEM-</p><p>UMA-REVIS%C3%83O-INTEGRATIVA.pdf.</p><p>MATTOS, J.G. Tipos de auditoria. [S. l.], p. 1-12. dez. 2016.</p><p>MOURA, L.P. Auditoria em enfermagem. [S. l.], p. 1-20. jul. 2019.</p><p>PERIARD.G. O Ciclo PDCA e a melhoria contínua. Disponível em:</p><p>http://www.sobreadministracao.com/o-ciclo-pdca-deming-e-a-melhoria-continua/.</p><p>Acesso em: set. 2021.</p><p>SANTANA, Ricardo Matos. Auditoria em enfermagem: uma proposta</p><p>metodológica / Ricardo Matos Santana, Verônica Gonçalves da Silva. – Ilhéus:</p><p>Editus, 2009. 67p.</p><p>SILVA, W.A. Auditoria em saúde. [S. l.], p. 1-16. jul. 2020.</p><p>SOUZA, L.A.A. ANA MARIA DYNIEWICZ, A.M. KALINOWSKI, L.C. Auditoria: uma</p><p>abordagem histórica e</p><p>atual. Disponível em: http://sentidounico.com.br/wp-</p><p>content/uploads/2018/05/artigo-9.pdf. Acesso em: set. 2021.</p><p>44</p><p>WATANABE, C.Y.C. KUBOTA, D.Y. LIMA, K.T. AUDITORIA EM ENFERMAGEM:</p><p>importância no processo sistemático do atendimento. Disponível em:</p><p>https://xdocs.com.br/doc/auditoria-em-enfermagem-2017pdf-280qy3vjrdow.</p><p>Acesso em: set. 2021.</p>