Prévia do material em texto
<p>CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI – UNIASSELVI</p><p>CURSO DE ENFERMAGEM</p><p>Dejane Sousa Loiola</p><p>Filipe Oliveira dos Santos</p><p>Tairone da Silva Pereira</p><p>A CAPOEIRA COMO PRÁTICA DE EDUCAÇÃO NAS ESCOLAS</p><p>JACUNDÁ-PA</p><p>2024</p><p>CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI – UNIASSELVI</p><p>CURSO DE ENFERMAGEM</p><p>Dejane Sousa Loiola</p><p>Filipe Oliveira dos Santos</p><p>Tairone da Silva Pereira</p><p>A CAPOEIRA COMO PRÁTICA DE EDUCAÇÃO NAS ESCOLAS</p><p>Trabalho apresentado ao curso de educação física do Centro Universitário Leonardo da Vinci.</p><p>Tutora externa: Danielle Brizuena Holosbach Pagliosa</p><p>JACUNDÁ-PA</p><p>2024</p><p>A CAPOEIRA COMO PRÁTICA DE EDUCACÃO NAS ESCOLAS</p><p>Dejane Sousa Loiola¹</p><p>Filipe Oliveira dos Santos</p><p>Tairone da Silva Pereira</p><p>Danielle Brizuena Holosbach Pagliosa²</p><p>1. INTRODUÇÃO</p><p>Este trabalho foi fruto da reflexão dos pesquisadores que teve como objetivo, destacar a importância do ensino da capoeira como prática de educação nos ambientes escolares e como tal prática poder conscientizar e divulgar a história e a cultura afro-brasileira, além de fortalecer a inclusão e a cidadania pode contribuir na área educacional no Brasil.</p><p>Yahn (2013) enfatiza a importância da expressão do conhecimento tradicional e popular por meio de canções, mitos e fundamentos, e a Lei nº 11.645/2018, que estabelece a obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena/2008 (Brasil, 2008), além de instaurar a cultura nas instituições de ensino de todo o país, também promulgou a Lei nº 12.288/2010.</p><p>Dada a importância do tema discutido no ambiente escolar, a área da educação física proporciona excelente espaço para abordar a história e a cultura afro-brasileira a partir dos ensinamentos da capoeira, enfatiza-se também a importância de considerar os aspectos sociais e societais, com base no ritmo, no movimento e na amplitude narrativa por meio de atividades lúdicas, da historicidade associada aos contextos culturais e políticos (Soares, 2012).</p><p>Segundo Campos (2013), incorporar a capoeira nas escolas contribui para o desenvolvimento completo dos alunos, pois integra habilidades físicas, criatividade, emoções e conhecimentos intelectuais. No entanto, Santos et al. (1985) afirmam que a capoeira é uma atividade física completa que afeta direta e indiretamente aspectos motores, emocionais e cognitivos e, portanto, é multidirecional.</p><p>Estudos demonstraram que a luta tem um efeito positivo no desenvolvimento das capacidades motoras, diminuindo a força muscular, a flexibilidade, o equilíbrio e a autoconsciência, e contribuindo para o desenvolvimento das funções cognitivas (Rodrigues, 2016; Silva et al, 2020).</p><p>Portanto, pode melhorar as habilidades motoras, as habilidades socioemocionais dos alunos, a consciência cívica e fornecer conhecimento cultural. Por fim, considerando todas as dinâmicas e aspectos envolvidos nesta prática, há uma abordagem que traz um caráter dialógico e integrador entre a capoeira e a experiência educativa em sala de aula.</p><p>A importância e o reconhecimento da transmissão da cultura afro-brasileira no ambiente educacional ficam claros quando se considera a sua relevância na sociedade atual, pois faz parte da construção da democracia e da constituição da subjetividade. Reconhecendo essa importância, este estudo contribui para a sociedade, as escolas e os ambientes acadêmicos e, por meio de um levantamento bibliográfico, proporciona a compreensão de como o conhecimento sobre a capoeira, prática que os professores de educação física podem praticar nos ambientes escolares, pode ser ampliado com intenção de esta cultura é importante não só pelos benefícios do esporte para os estudantes, mas também como forma de inclusão e cidadania, levando isso em consideração, este estudo analisa a contribuição do ensino da capoeira em ambiente escolar e destaca seus benefícios, com base no contexto histórico deste esporte como parte da cultura afro-brasileira capoeira.</p><p>1.1 Objetivos</p><p>1.1.1 Objetivo geral</p><p>Este trabalho tem como objetivo investigar as consequências da capoeira como esporte nas escolas.</p><p>1.1.2.Objetivos específicos</p><p>•Analisar os estudos sobre a capoeira no contexto escolar no Brasil.</p><p>•Determinar o conceito do termo capoeira, discutindo as contribuições na relação de ensino aprendizagem da cultura afro-brasileira nas escolas.</p><p>•Refletir sobre a prática da capoeira nas escolas.</p><p>2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA</p><p>Desde o início da história da humanidade, há registros de batalhas que eram vistas como uma forma de superioridade e dominação dos mais fortes, enquanto os mais fracos eram capturados e até mesmo forçados a diversos tipos de trabalho. A luta tem origem no Oriente e é manifestação de uma cultura baseada no uso do corpo as artes marciais já foram consideradas uma arte marcial, mas mudaram ao longo dos anos e agora perseguem uma variedade de propósitos, incluindo: autodefesa, melhora da aptidão física, competições, desenvolvimento motor, lazer e recreacional (Franchini; Del Vecchio, 2011).</p><p>Considerando a situação atual, é evidente que o público-alvo desta modalidade está a aumentar gradualmente a capoeira é uma arte marcial de raízes africanas que se consolidou no Brasil.</p><p>2.1 A origem da capoeira no Brasil</p><p>Segundo Mestre Bola Sete (2005), a capoeira não tem data, nem autor específico. O que se sabe é que foi criado por um grupo africano em terras do Brasil:</p><p>Não se sabe, ao certo, a verdadeira origem da capoeira. Isso porque muitos dos documentos que se referiam à escravidão no Brasil foram queimados por ordem de Ruy Barbosa, Ministro da Fazenda daquela época. Tudo o que conseguimos até agora é resultado da transmissão oral de negros africanos, dentre eles grandes mestres de capoeira [...] (Bola Sete, 2005, p. 19).</p><p>Segundo esses relatos, há evidências de que tenha se originado no Brasil colonial. Carvalho (2007) relata que após a chegada dos portugueses ao território brasileiro, houve tentativas de escravizar os povos indígenas, porém, encontrando dificuldades, decidiram trazer escravos africanos para trabalhar na agricultura e nas minas freqüentemente, eram negociados por açúcar, tabaco e conhaque e vendidos por proprietários.</p><p>Quando os negros africanos chegaram ao Brasil para a escravidão, descobriram o movimento físico como forma de expressão e defesa contra os abusos que sofriam e usaram instrumentos musicais e movimentos rítmicos para mascarar suas lutas na dança (Silva, 2003).</p><p>O combate era utilizado como forma de libertação, lutando e fugindo em grandes florestas e quilombos (Bola Sete, 2005). Segundo Bola Sete (2005, p20), o termo capoeira ainda é utilizado em locais onde os negros praticavam o combate, nas matas de várzea onde era mais fácil aprender e aperfeiçoar a prática. Quando o escravo fugiu e o capataz voltou sem ser capturado, o dono da fazenda respondeu: " - você me pegou jogando capoeira" (Silva, 2003, p35).</p><p>A capoeira é assim definida como um combate, uma dança, uma brincadeira física, uma arte brasileira, mas é também “uma resistência popular integrada às massas, a uma cultura, a uma raça, enfim: é um fenômeno inacabado”.</p><p>A capoeira se espalhou por todo o Brasil, principalmente nos grandes centros urbanos, e sua associação com os negros gerou perseguições e repressão. Dois anos após a emancipação dos escravos, foi promulgado o Decreto nº 847, de 11 de outubro de 1890, que introduziu a Proibição da Capoeira no código penal da República dos Estados Unidos do Brasil com base na capoeira, o seu crescimento tem sido retardado pela criminalidade e insegurança que lhe estão associadas e pelo facto de ser praticado por ex-escravos negros (Silva, 2003).</p><p>Em 1935, a capoeira deixou de ser uma arte proibida e recuperou a fama ee Clubes e organizações começaram a ver a Capoeira como um esporte e arte cultural afro-brasileira. Uma figura notável na história da capoeira brasileira é Manoel dos Reis Machado, conhecido como Mestre Bimba, que criou um estilo de jogo "capoeira regional" e revolucionou a capoeira (Almeida apud Carvalho, 2007, pp. 36-37).</p><p>Segundo Carvalho (2007), Mestre Bimba ingressou no palácio do governo em 1961 e foi o primeiro capoeirista a reconhecer a capoeira como esporte. A partir desse marco, a capoeira ganhou importância crescente na sociedade brasileira, abrindo novos requintes, uso de instrumentos e espaço de expressão no Brasil e no mundo (Silva, 2003).</p><p>Figura 1.1 – Mestre Bimba. Fonte:https://www.blognegronicolau.com.br/2014/09/personalidades- negras-que-mudaram-o28.html</p><p>2.2 A cultura corporal na capoeira</p><p>A capoeira, é uma das expressões mais importantes da cultura física afro-brasileira, combina a fisicalidade e seu vasto mundo simbólico, bem como as influências ecológicas, culturais, sociais e educacionais tecidas nos círculos de Capoeira. É apresentada como uma possibilidade de criar uma compreensão da interface entre aspectos. A controvérsia em torno da sua origem baseia-se na afirmação de alguns autores de que está relacionada com as danças rituais dos povos Bantu do Sudoeste Africano, como a dança Ngoro e a dança Zebra, enquanto outros sugerem que as suas origens são de ascendência africana. Alguns afirmam que são brasileiros e têm origem afro-brasileira, disto surgiu a necessidade de libertação da opressão da escravidão. Ao longo de sua história, recebeu vários nomes que continuam a causar confrontos e conflitos até hoje, segue exemplos como dança, jogos, lutas, arte, esportes nacionais, atividades esportivas.</p><p>Esse universo armazena importantes saberes e rituais orais relacionados à linhagem com aspectos relacionados aos processos de resistência históricos e identitários da classe subalterna (ABIB, 2005). Por exemplo, as canções de capoeira contêm conotações relacionadas ao fato de a capoeira ser considerada um importante elemento cultural e educacional. Porque a Capoeira inclui uma compreensão holística do corpo e aspectos de expressão física, musical, social, ritual e filosófica, ao discutir valores como solidariedade, coletividade, cooperação, camaradagem e autonomia, consideramos as possibilidades e consideramos possíveis temas para a história, considerando a situação política do Brasil e os atuais cortes educacionais, esta prática cultural pode ser de suma importância para as práticas educativas para a libertação humana, além disso, a questão de pensar a educação e sua relação com o corpo e a cultura permanece pouco explorada nas pesquisas acadêmicas, evidenciando o surgimento de pesquisas voltadas para tais categorias.</p><p>2.3 A musicalidade na capoeira</p><p>A africanidade é onipresente, os símbolos e comportamentos que nos conectam à África, à cultura afro-brasileira e até à Mãe África, deste ponto de vista, deve-se notar que neste contexto africano existem muitas possibilidades pedagógicas e didáticas que podem contribuir para o trabalho educativo. A capoeira é uma delas, uma prática de ensino em sala de aula baseada no estudo da história, da fisicalidade, da tradição oral, da musicalidade e de muitos outros elementos. A música cantada e tocada nas rodas de capoeira é uma alternativa educativa e lúdica ótima para o trabalho em sala de aula.</p><p>A música tem sido defendida como um dos elementos fundamentais da paternidade, a música oferece muitas oportunidades importantes para que todos possam desfrutar da utilização de cantos e cantigas utilizadas nas rodas de Capoeira surge como aplicação da Lei 10639/03 e como metodologia para o estudo da educação interracial. Essas canções são apresentadas como ponto de partida para a compreensão da visão de mundo afro-brasileira e para o reconhecimento das culturas africanas e afro-brasileiras que muitas vezes são esquecidas no cotidiano dos estudantes. Ao abordar a Capoeira não apenas como esporte ou forma de artes marciais, mas também de forma cultural e artística no campo educacional, é importante enfatizar que os alunos são livres para usar sua imaginação e criar instrumentos musicais a partir de resíduos, criar brochuras, folhetos e outros materiais com fins educativos para apresentar às escolas e comunidades a importância da capoeira no fortalecimento da identidade nacional</p><p>As letras dessas músicas podem ser importantes recursos de pesquisa para aprender mais sobre a história e as raízes negras na sala de aula porque, segundo (SANTOS e BATISTA, 2011, p31), “a música oferece vários pontos de entrada”,para desenvolver isso na prática, os professores precisam aprender mais sobre temas que influenciam o uso da capoeira construção do conhecimento. A sala de aula inclui: e desenvolver trabalhos que possam contribuir para a formação intelectual e pessoal dos alunos, que consiste no respeito à diversidade cultural de origem africano. No entanto, é necessário que as secretarias municipais de educação forneçam treinamento aos professores para que possam discutir o uso da capoeira e sua filosofia geral em sala de aula. O professor deve ser autônomo e ser capaz de criar nos seus alunos o desejo de aprender e conhecer a capoeira, não só nos aspectos de jogo e combate, mas também em todos os conhecimentos que a capoeira traz.</p><p>2.4 A capoeira no cenário educacional</p><p>A educação física é uma disciplina introduzida nas escolas desde o século XIX, mas a sua existência remonta a um século na Europa (Darido, 2001). Segundo Soares (2012), o século XIX foi um momento importante em que os primeiros conceitos fundamentais sobre o corpo e seu uso geraram debates e pesquisas mais aprofundadas. A educação física passou por várias etapas e foi influenciada por ideias diferentes dependendo da época em que foi utilizada, muitas vezes foi influenciado por ideias e tendências políticas da época, tais como: eugenista, higienista, Atleta (Iório; Darido, 2005). Paralelamente à sua história, com o passar dos anos passou a incorporar diversos esportes em seu currículo, entre eles a capoeira.</p><p>A capoeira existe no mundo cultural da prática e expressão afro-brasileira e é uma forma de identidade cultural neste país (Abib, 2007; Falcão, 2004; Frigério, 1989), por sua relevância e história, tem sido debatido no meio acadêmico e científico, especialmente no que diz respeito à importância da edição nos ambientes educacionais brasileiros e nos espaços dedicados às aulas de educação física (Falcão, 2004).</p><p>Segundo Falcão (2004), os primeiros esforços na pedagogia da capoeira começaram no final do século XIX, quando o sistema educacional brasileiro tinha caráter elitista e médico-higiênico. Segundo o autor, dentre diversas propostas metodológicas de meados da década de 1930, destacam-se Mestre Bimba, que criou a capoeira regional, e Mestre Pastinha, que deu vida à capoeira angolana. O Mestre Bimba acredita que na capoeira da região é necessário reinventar e mudar a capoeira para atrair novos praticantes, criando assim novas técnicas e formas de partilha e aumentando o número de interessados.</p><p>A Capoeira Angola é considerada mais tradicional e visa preservar as tradições e costumes africanos (Capoeira, 1999), este método foi desenvolvido através da formação de grupos, este impulso inicial levou esses grupos a tornarem-se mais integrados e a procurarem reconhecimento e integração na sociedade, especialmente para incluir instituições como as escolas. “Porque esta associação garantia um certo reconhecimento social que contrariava a imagem tradicionalmente associada aos vagabundos” […]” e à violência” (Radicchi, 2011, p17).</p><p>Hoje, a presença da capoeira na educação física não é nova, e já existem trabalhos e experiências que abordam a integração da capoeira nesse ambiente, a evolução de sua prática e as dificuldades encontradas (Falcão, 2004; Noronha; Pinto, 2004 ). Segundo Radicchi (2011), grande parte dos resultados que a Capoeira traz para as escolas ainda está atrelada ao esforço pessoal e profissional de professores isolados, pois não estão incluídos no currículo escolarFreire e Scaglia (2003, p 35) relatam que: Recentemente, alguns professores de educação física o incorporaram em suas aulas, e seu potencial educativo nas escolas vai construindo e ampliando gradativamente seu espaço e participação no cotidiano</p><p>de diversas escolas do país (Falcão, 2004). Os autores desenvolvem suas pesquisas sobre a necessidade de pensar mais profundamente sobre o uso da capoeira para fins educacionais e até formativos (Radicchi, 2011), incorporando a capoeira no ambiente escolar e apoiando diferentes abordagens e objetivos.</p><p>No estudo apresentado, fica claro que a avaliação das atividades educativas a partir do contexto social e histórico, juntamente com suas origens afro-brasileiras, desempenha um papel importante na justificação da importância do desenvolvimento da capoeira nas escolas. Falcão (2004) e Martins (2000) destacam que o ambiente escolar é uma das instituições sociais em que a capoeira existe de forma informal.</p><p>Muitos professores da comunidade utilizam o espaço físico desses locais para ministrar aulas extracurriculares e fornecê-las aos alunos da escola e à comunidade externa. Radicchi (2011) afirma que além dessas abordagens informais, há também um número crescente de projetos e parcerias com o setor educacional, bem como pesquisas e atividades acadêmicas. Outro aspecto a considerar é que o ensino da capoeira já está associado à profissionalização dos professores que a ensinam, criando uma relação de emprego como trabalho remunerado e estruturado (Martins, 2000). Além de compreender as características dessa identidade e de suas manifestações culturais, é possível considerar uma série de possibilidades pedagógicas, tais como: B</p><p>Abordando os ritmos, a história, a cultura, os ensinamentos, o diálogo e a expressão física, os jogos, os movimentos, etc presentes na tradição circular (Radicchi, 2011, p20):</p><p>Elementos tradicionais presentes na capoeira tais como músicas e ladainhas, instrumentos próprios, formas específicas de se movimentar e de se comunicar dentro da roda, ou fora dela, aspectos ligados à tradição e à sua história, as diversas experiências sentidas na realização de um jogo com um companheiro, ou seja, uma riqueza de possibilidades de expressão e de experiências que constitui toda uma linguagem que vai desde o falado (ou cantado, no caso da roda) ao não falado e ao que é sentido em sua forma mais sublime.</p><p>Nesse sentido, a capoeira se expressa tanto por meio da linguagem oral (histórias, narrativas, músicas) quanto da linguagem não verbal (movimentos, símbolos, expressões, valores) (Radicchi, 2013), que pode ser transmitida a outras pessoas pessoas que praticam como viver e dão sentido e perspectiva à vida.</p><p>Falcão (2003) identifica diversas categorias que podem auxiliar na elaboração e implementação de estratégias pedagógicas favoráveis ao ensino da capoeira nas escolas, a saber: Lúdica, tríade jogo-luta-dança, referências afro-brasileiras; Radicchi (2013) acredita que os professores podem evitar a utilização desse esporte apenas como treinamento físico e abordar essas categorias sem considerar apenas procedimentos simplificado. Portanto, é importante compreender que para promover a inserção e retenção da capoeira como conteúdo pedagógico, as aulas de capoeira devem focar em um projeto político pedagógico.</p><p>2.5 Vantagens do ensino da capoeira</p><p>Durante a infância e a adolescência, ou seja, no ambiente escolar, os alunos vivenciam diversas formas de ensino e aprendizagem, sendo importante incluir não apenas conteúdos intelectuais, mas também movimentos motores que contribuam para o desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas e motoras emocional (Sampaio; Tavares, 2007). Estudos mostraram que a prática da capoeira na educação física é eficaz no apoio ao desenvolvimento de crianças e jovens, e que os professores são incentivados a considerar faixas etárias e níveis e a se envolver em atividades que permitam uma variedade de movimentos.</p><p>O desenvolvimento infantil leva em conta cada aluno e promove a liberdade de movimento e a espontaneidade (Columá; Chaves, 2017). Ao ministrar cursos de capoeira, os profissionais devem considerar a riqueza das atividades motoras, emocionais, sociais e cognitivas.Este trabalho deve ser feito de forma crítica e contextualizada (Falcão, 2003). Segundo Abib (2007, p8):</p><p>os resultados obtidos por essas atividades educacionais envolvendo a capoeira, bem como outras manifestações da cultura popular, são considerados excelentes na opinião da maioria de pedagogos e arte-educadores envolvidos nesses processos, pois permitem que sejam trabalhados valores como a autoestima, o respeito pelo outro, a solidariedade e a autossuperação, entre outros benefícios.</p><p>Segundo Costa (1993), a prática da capoeira costuma trazer muitos benefícios, pois pode proporcionar aos praticantes um bom condicionamento físico, o desenvolvimento e o aprimoramento das habilidades sociais e a melhoria da saúde mental. A capoeira é um esporte que não só proporciona aos alunos a oportunidade de compreender melhor seus corpos, mas também lhes permite conviver em comunidade e desenvolver a sociabilidade, ou seja, a integração social.</p><p>Para aproveitar essas vantagens, as atividades propostas devem focar em atividades educativas que sejam lúdicas e possam estimular a consciência crítica tanto dos educadores quanto dos alunos, levando em consideração não só a prática esportiva, mas também a formação educacional que você deve estar adivinhando. Devem ser implementados públicos críticos e agentes de mudança (Campos, 2013). Reis (2001) afirma que a Capoeira contribui efetivamente para a formação de quem pratica capoeira, tanto motora quanto cognitivamente, e tem efeito positivo no desenvolvimento da personalidade, já Costa (1993) reforça essa ideia, descrevendo a capoeira como um elemento rico que contribui para o seu desenvolvimento e traz felicidade aos seus praticante. Outro benefício a considerar é o desenvolvimento da coordenação motora e da musicalidade devido à riqueza da diversidade instrumental e rítmica (Campos, 2013).</p><p>Falcão (2003) mostra que a exposição à música proporciona pedagogicamente aos alunos conhecimentos sobre ritmo, valores artísticos, estéticos, cognitivos e emocionais. Silva e Heine (2008) reforçaram essa ideia ao considerar os diversos usos da capoeira em ambientes educacionais e seus inúmeros benefícios, e descobriram que jovens de famílias com problemas estruturais podem usar o esporte para melhorar suas habilidades que contribuem para o caráter pedagógico deve o seu sentido de cidadania.</p><p>Através da Capoeira você pode conhecer seus direitos e obrigações, desenvolver habilidades importantes para viver bem em sociedade e fortalecer seu senso de responsabilidade pelas necessidades individuais e coletivas. A formação temática através da capoeira permite ensinar presença e presença, acolhimento e direcionamento diante das oportunidades e adversidades da vida e do mundo, dentro e fora da capoeira.</p><p>Ao pesquisar o significado subjetivo da capoeira em suas vidas com os alunos, Radicchi (2013) observou que os alunos pareciam conceituar a capoeira de diferentes maneiras, e como estratégia de sobrevivência diante de situações violentas, o autor ainda está estudando, mas visualiza um grande potencial no ensino da capoeira nas escolas, permitindo-nos trabalhar uma forma de leitura de mundo compatível com contextos existenciais e conturbados.</p><p>Interagimos com os alunos como “pessoas caóticas” que estimularam novas perspectivas sobre o presente e o futuro (Radicchi, 2013). Também foi relatado que “os alunos considerados os mais violentos da escola ou considerados ‘alunos problemáticos’ pelos professores mudaram seu comportamento ao participarem ativamente das aulas de capoeira” (Radicchi, 2013, p27).</p><p>3. METODOLOGIA</p><p>Segundo Minayo (2010), a metodologia inclui as ideias teóricas da abordagem, os equipamentos utilizados e a criatividade do pesquisador, além disso Richardson (1985) define método de pesquisa como a seleção sistemática de abordagens e explicação e estudo de fenômenos. Com base nesta definição, este estudo foi realizado utilizando métodos qualitativos para obter uma compreensão mais profunda do significado do fenômeno.</p><p>Segundo Minayo</p><p>(2010), a pesquisa qualitativa caracteriza-se por abordar as ciências sociais no nível da realidade, que não pode ser quantificada, levando em consideração valores, crenças, significados e outros aspectos relacionais. O procedimento técnico foi uma pesquisa bibliográfica baseada em uma visão geral de materiais já publicados sobre o tema, como livros, artigos científicos e artigos de periódicos em bases de dados on-line: SciELO, Google Scholar, LILACS. Primeiramente, realizamos uma busca utilizando as seguintes palavras-chave: capoeira, escola, inclusão, cultura afro-brasileira. A seguir, selecionamos os trabalhos que julgamos de interesse, levando em consideração os títulos e resumos dos artigos.</p><p>Além disso, foram utilizados os seguintes critérios de inclusão textos que abordam a capoeira como prática educativa no contexto escolar entre o período de 2000 e 2023.</p><p>4. RESULTADOS E DISCUSSÕES</p><p>Hoje, a prática desportiva ainda está, em determinadas situações, associada a um desempenho desportivo baseado em normas impostas e vinculativas, e não mais associada a processos que contribuam para a libertação e autonomia de quem a pratica. Para mudar esse cenário, precisamos proporcionar às crianças e aos jovens oportunidades de vivenciar o sucesso com base em atividades divertidas e significativas.</p><p>A capoeira tem sido um elemento importante na libertação e na história deste país, mas a sua história não tem recebido muita atenção na música ou na arte em geral, isto também se deve à baixa aceitação em ambientes educacionais, a educação fortalece as possibilidades que você busca.</p><p>Nesse sentido, a capoeira, com sua rica história e possibilidades experienciais que incluem movimento, combate, música, instrumentos e expressão física, traz parte de um mundo cultural e simbólico de significado e educação os elementos mágicos podem ser plenamente expressos na vida de nossos alunos.</p><p>Os professores que trabalham com capoeira em ambiente escolar precisam se manter atualizados sobre eventos e conferências que acontecem fora deste ambiente, isso porque esse ambiente é o ambiente cultural em que a capoeira está mais integrada.</p><p>Para atingir esse objetivo é necessário desenvolver com rigor uma metodologia concreta para o ensino da capoeira em ambiente escolar, e não apenas como atividade extracurricular, aliada a uma proposta pedagógica bem estruturada. Considerando a história e o desenvolvimento da educação neste país, conclui-se que a capoeira nas escolas teve grandes avanços ao longo dos anos.</p><p>No entanto, continua claro que precisamos de uma melhor integração nas escolas e que precisamos de pensar e trabalhar nisso de forma crítica e construtiva. Portanto, pensa-se que a falta de identificação com uma escola mais formal também se deve à falta de maiores incentivos e à falta de reconhecimento da capoeira como um esporte que pode trazer diversos benefícios para os atletas e para a sociedade em geral.</p><p>5. REFERÊNCIAS</p><p>· ABIB, P. R. J. Revitalização de manifestações populares tradicionais brasileiras: re- significação da noção de cultura popular. In: ENCONTRO DE ESTUDOSMULTIDISCIPLINARES EM CULTURA, 3., 2007, Salvador.</p><p>· BOLA SETE, Mestre. A capoeira angola na Bahia. 4. ed. Rio de Janeiro: Pallas, 2005. de_manifestacoes_populares_tradicionais_brasileiras.pdf. Acesso em: 6 mar. 2024.</p><p>· BRASIL. Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2003.</p><p>· BRASIL. Lei no 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília: Presidência da República, 2008. Disponível em: planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 8 mar. 2024.</p><p>· BRASIL. Lei no 12.288, de 20 de julho de 2010. Institui o Estatuto da Igualdade Racial [...]. Brasília: Presidência da República, 2010. Disponível em: planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2010/lei/l12288.htm. Acesso em: 8 mar. 2024.</p><p>· CAMPOS, E. F. G. A prática da capoeira em âmbito escolar. 2013. Monografia (Especialização em Coordenação Pedagógica) — Universidade de Brasília, Brasília, 2013. Disponível em: bdm.unb.br/bitstream/10483/8900/1/ 2013_EleniFernandesGoncalvesCampos.pdf. Acesso em: 10 nov. 2023.</p><p>· CAPOEIRA, Nestor. Capoeira: galo já cantou. Rio de Janeiro: Record, 1999. CARVALHO, Dayton Starley Moita. Proposta metodológica do ensino da capoeira:</p><p>· a capoeira ao seu alcance. Salvador: [s. n.], 2007.</p><p>COLUMÁ, Jorge Felipe; CHAVES, Simone Freitas. Capoeira e psicomotricidade:</p><p>· brincando e aprendendo a jogar. Petrópolis: Vozes, 2017.</p><p>·</p><p>·</p><p>· CAMARANO, A.A. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição demográfica. Rio de Janeiro: Ipea, 2002.</p><p>· ERMIDA, J. G. Avaliação demográfica compreensiva. Temas Geriátricos.Lisboa: Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia, v. 1, 1995.</p><p>· FERRIOLI, E.; MORIGUTI, J. C.; LIMA, N. K. C. O envelhecimento do aparelho digestório. In: FREITAS, E. V. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 636-639.</p><p>· FREITAS, E. V.; MIRANDA, R. D.; NERY, M. R. Parâmetros clínicos do envelhecimento e avaliação geriátrica global. In: FREITAS, E. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 610-617.</p><p>· GORZONI, M. L.; RUSSO, M. R. O envelhecimento respiratório. In: FREITAS, E. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 596- 599.</p><p>· HOEMAN, S. P. Enfermagem de reabilitação: aplicação e processos. 2. ed. Lisboa: Lusociência, 2000.</p><p>· HUGHES, V. et al. Anthropometric assessment of 10-y changes in body `composition in the elderly. Am J Clin Nutr, v. 80, 2004. p. 475-482.</p><p>· MACEDO, M. P. Envelhecimento e parâmetros hematológicos. In: FREITAS, E. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 1040-1048.</p><p>· MATSUDO, S. M.; MATSUDO, V. K. R.; BARROS NETO, T. L. Impacto do envelhecimento nas variáveis antropométricas, neuromotoras e metabólicas da aptidão física. Rev. Bras. Ciên. Mov., v. 8, n. 4, 2000, p. 21-32.</p><p>· PASI - Protocolo de Atenção à Saúde do Idoso: Envelhecimento Saudável em Florianópolis, 2006. PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS, Secretaria Municipal de Saúde, Departamento de Saúde Pública. Disponível em: http://www.pmf.sc.gov.br/saude/protocolos/protocolo_de_atencao_a_saude_do_idoso.pdf. Acesso em: 15 out. 2008.</p><p>· ROSSI, E.; SADER, C. S. O envelhecimento do sistema osteoarticular. In: FREITAS, E. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 792-796.</p><p>· SOUZA, F. P. et al. Sobrevôo: da autogénese passando pela infância e detendo-se na velhice. Rev. Psicofisiologia, v. 2, 1998.</p><p>· SOUZA, R. S. Anatomia do envelhecimento. In: PAPALÉO NETO, M.; CARVALHO FILHO, E. T. Geriatria: Fundamentos, Clínica e Terapêutica. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2002. p. 35-42.</p><p>image1.jpeg</p>