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<p>Na caracterização do conceito de interlíngua, o linguista Larry Selinker  pensou nos seguintes dados como sendo psicologicamente relevantes para a aprendizagem de segunda língua:</p><p>I - Enunciados produzidos pelo aprendiz na sua língua nativa.</p><p>II - Enunciados produzidos pelo aprendiz na sua interlíngua.</p><p>III - Enunciados produzidos por falantes nativos na segunda língua.</p><p>O papel desses dados no desenvolvimento da interlíngua pode ser observado nos cinco processos psicolinguísticos que Selinker considera centrais à noção de interlíngua:</p><p>(1) Transferência linguística: ocorre quando há influência da L1.</p><p>(2) Transferência pelo treinamento: ocorre quando há influência de especificidades da instrução da L2.</p><p>(3) Estratégias de aprendizagem: ocorre devido a uma forma particular com a qual o aprendiz absorve o input da L2.</p><p>(4) Estratégias de comunicação: ocorre quando há influência de input produzido por falantes nativos da L2.</p><p>(5) Supergeneralização: ocorre quando há extensão de alguma regra específica da L2.</p><p>Finalmente, esses processos explicam o fenômeno da fossilização na interlíngua do aprendiz, o qual consiste na permanência de regras e formas linguísticas da L1 durante o processo de aprendizagem de L2.</p><p>Neste Desafio, imagine que você é professor de Língua Inglesa em uma turma de brasileiros, na qual você observa os seguintes casos de fossilização:</p><p>Como professor, você deve (A) explicar o erro do aluno; (B) identificar qual o processo psicolinguístico que ele protagonizou para resultar nos itens, estruturas ou subsistemas fossilizados; e (C) identificar qual o conjunto de dados está envolvido em cada processo.</p><p>Caso 1</p><p>(A) Erros: o /e/ final que não é pronunciado no inglês está sendo pronunciado pelo aluno como /i/ de acordo com a fonética do português, e a ordem do inglês (advérbio + adjetivo + substantivo) está invertida para a ordem do português (substantivo + advérbio + adjetivo).</p><p>(B) Processo: transferência linguística.</p><p>(C) Conjunto de dados: enunciados produzidos pelo aluno na sua língua nativa (português).</p><p>Caso 2</p><p>(A) Erro: evitação do verbo auxiliar (be) no início da interrogativa.</p><p>(B) Processo: estratégias de comunicação.</p><p>(C) Conjunto de dados: enunciados produzidos por falantes nativos de inglês.</p><p>Caso 3</p><p>(A) Erros: extensão do morfema do plural /s/ para substantivos cujo plural é outra forma linguística (children), assim como do morfema do passado simples /ed/ para um verbo irregular (took) e para o verbo principal em uma interrogativa (What did they want?).</p><p>(B) Processo: supergeneralização.</p><p>(C) Conjunto de dados: enunciados produzidos pelo aluno na sua interlíngua.</p><p>C. um sistema linguístico que existe na estrutura psicológica do aprendiz e parte do sistema da sua língua nativa e do sistema da segunda língua que está aprendendo.</p><p>A interlíngua é um sistema linguístico que faz parte da estrutura psicológica, e não linguística, latente do aprendiz, que pode ou não se manifestar na forma estrutural da língua-alvo, a depender do sucesso da aprendizagem, contudo, lembre-se que a interlíngua não satisfaz a análise do sucesso ou do insucesso do aprendiz.</p><p>E. pela forma com a qual o material linguístico da segunda língua é particularmente abordado durante o processo de aprendizagem.</p><p>Observa-se a fossilização de elementos e regras da L2 na interlíngua do aprendiz devido a estratégias de aprendizagem de segunda língua em relação à maneira particular que ele aborda o material linguístico da L2 durante a aprendizagem.</p><p>A influência dos enunciados produzidos na L1 e da metodologia adotada pelo instrutor de L2 dizem respeito à transferência linguística e à transferência pelo treinamento, respectivamente. A exposição a enunciados produzidos por nativos na L2 e a extensão de regras específicas referem-se aos processos de estratégias de comunicação na segunda língua e de supergeneralização, respectivamente.</p><p>D. as interlínguas compartilham funções comunicativas com as línguas naturais, podendo suas regras e formas serem aplicadas de maneira estável ou instável por parte do aprendiz.</p><p>Há dois tipos de usuários de interlíngua: os caracterizados pela estabilidade e os caracterizados pela instabilidade, ou seja, a aplicação de regras e formas linguísticas da L2 na interlíngua não é sempre estável. O retrocesso na L2 está relacionado à uma norma da interlíngua do aprendiz, e não a sua língua materna. Contudo, essa norma sofre variabilidade porque o sistema da interlíngua é remodelado durante todo o processo de aprendizagem. Além da variabilidade característica da interlíngua enquanto processo, há, também, variabilidade na interlíngua entre os aprendizes. O que faz com que usuários de interlíngua consigam se comunicar sem grande esforço é o fato das interlínguas compartilharem funções de comunicação com as línguas naturais</p><p>B.a IL é um continuum entre a L1 e a L2.</p><p>A IL não é uma etapa do processo de aprendizagem de L2, pois atravessa toda a aprendizagem, sendo ela mesma um processo transicional entre L1 e L2, um verdadeiro continuum. Enquanto L1 e L2 mantêm uma relação de dialeto, independentemente de compartilharem ou não suas regras, a IL é o resultado dessa relação, logo, depende dela. Com a IL modelada, o aprendiz formula hipóteses sobre o sistema e as regras da L2.</p><p>C. a emergência da fala ocorre quando o aprendiz já verifica hipóteses na interlíngua.</p><p>A interlíngua começa a ser construída na exposição do aprendiz a input na língua-alvo, o que acontece logo no primeiro estágio de aquisição de L2, pois, embora o aprendiz não se comunique oralmente, ele está processando informações. Então, para que haja produção inicial e emergência da fala na língua-alvo, o aprendiz realiza verificação de hipóteses na sua interlíngua. Quanto mais input, mais hipóteses; e quanto mais hipóteses verificadas, mais output, de modo que, quando o aprendiz adquire um vocabulário de cerca de 6.000 formas linguísticas da L2, na sua interlíngua, ele atinge o estágio de proficiência intermediária. Contudo, é somente no estágio de proficiência avançada que se espera um nível comparável ao nativo quanto ao uso da gramática e do vocabulário adquirido da L2.</p><p>image1.wmf</p>

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