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<p>Filosofia</p><p>O método experimental e indutivo em Francis Bacon</p><p>Contribuições de F. Bacon:</p><p>1) Sua concepção de pensamento crítico, contida na teoria dos ídolos;</p><p>2) Sua defesa do método indutivo antiespeculativo e integrado com a técnica;</p><p>A filosofia de Bacon é caracterizada por:</p><p>- romper com as tradições anteriores, sobretudo a escolástica de inspiração aristotélica;</p><p>Segundo Bacon, Aristóteles “estabelecia antes as conclusões, não consultava devidamente a experiência para o estabelecimento das suas relações e axiomas. E tendo, ao seu arbítrio, assim decidido, submetia a experiência como a uma escrava para conformá-la às suas opiniões”.</p><p>- Preocupação fundamental de Bacon: formulação de um método que evite o erro e coloque o homem no caminho do conhecimento correto.</p><p>- Para isso, o homem deve se libertar de preconceitos, ilusões e distorções – ídolos: que “bloqueiam a mente do homem”.</p><p>Teoria dos ídolos</p><p>Bacon conduz sua obra em duas partes:</p><p>1ª – “antecipação da mente”: destinada ao “cultivo das ciências”, destina à “descoberta científica”.</p><p>2ª – “interpretação da natureza”: terá como objetivo “conhecer a verdade de forma clara e manifesta” e obter a “vitória sobre a natureza, pela ação” – estabelecerá a “restauração do saber e da ciência”.</p><p>Os ídolos são de quatro tipos:</p><p>- os ídolos da tribo: resultam da própria natureza humana. “Tribo” significa espécie humana.</p><p>O homem por natureza não tem nenhuma relação com o universo que permita que o conheça tal como é.</p><p>“O intelecto humano é semelhante a um espelho que reflete desigualmente os raios das coisas e, dessa forma, os distorce e corrompe”.</p><p>- os ídolos da caverna: consequências das características individuais de cada homem, de sua constituição física e mental, das influências que sofre do seu meio.</p><p>“O espírito humano – tal como se acha disposto em cada um – é coisa vária, sujeita a múltiplas perturbações, e até certo ponto sujeita ao acaso”.</p><p>- os ídolos do foro (ou de mercado): resultados das relações entre os homens, da comunicação e do discurso, sendo que “as palavras forçam o intelecto e o perturbam por completo. E os homens são arrastados a inúmeras e inúteis controvérsias e fantasias”.</p><p>-os ídolos do teatro: são derivados das doutrinas filosóficas e científicas antigas e novas, que “figuram mundos fictícios e teatrais”.</p><p>- Bacon propõe uma nova ciência: o homem deve despir-se de seus preconceitos, tornando-se “uma criança da natureza”. – só assim alcançará o verdadeiro saber.</p><p>O novo método científico é a indução – com base em observações, permite o conhecimento do funcionamento da natureza e, observando a regularidade entre os fenômenos e estabelecendo relações entre eles, permite formular leis científicas que são generalizações indutivas.</p><p>Modelo defendido na obra Novum organum – a ciência aplicada, que interage com a técnica e nos possibilita o controle da natureza para o benefício do homem.</p><p>“Saber é poder” – ao conhecer as leis que explicam o funcionamento dos fenômenos da natureza, podemos fazer previsões e tentar controlar os fenômenos de modo que nos seja proveitoso.</p><p>O conhecimento se desenvolve à medida em que adotamos o método correto, tendo a experiência como guia.</p><p>Empirismo vs Racionalismo</p><p>A problemática filosófica sobre a origem do conhecimento na gênese da modernidade.</p><p>Quem predomina no processo de conhecimento: sujeito ou objeto.</p><p>O conhecimento se origina no objeto: EMPIRISMO</p><p>Locke/Bacon</p><p>“Não há pensamento que não tenha passado pelos sentidos”.</p><p>-O empirismo afirma que a origem do conhecimento se encontra na experiência.</p><p>O conhecimento se origina no sujeito:</p><p>RACIONALISMO</p><p>Descartes, Liebniz</p><p>“Primeiramente, considero haver em certas noções primitivas, as quais são como originais, sob cujo padrão nós formamos todos os nossos outros conhecimentos”.</p><p>-A origem do conhecimento está no sujeito, no</p><p>pensamento que já carrega elementos inatos.</p><p>Criticismo/Apriorismo</p><p>Kant unifica os pensamentos</p><p>Tanta a percepção como a razão podem dar origem ao conhecimento.</p><p>- Nem empirismo, nem racionalismo tradicionais.</p><p>A teoria Kantiana do conhecimento: consiste numa ultrapassagem ou superação quer do empirismo, quer do racionalismo.</p><p>Para Kant: o empirismo conduz ao cepticismo, à descrença na possibilidade do conhecimento científico ou objetivo.</p><p>Pensar que o conhecimento se baseia exclusivamente (deriva) no que é dado pela experiência ou intuição sensível e não contém nada mais é ter uma concepção errada do conhecimento;</p><p>O criticismo/apriorismo de Kant: afirma que todo conhecimento começa com a experiência, mas que a experiência sozinha não nos dá o conhecimento. Ou seja, é preciso um trabalho do sujeito a priori, isto é, antes de qualquer experiência, e conclui que existem no homem certas faculdades e estruturas (denominadas formas de sensibilidade e entendimento) que possibilitam a experiência e determinam o conhecimento.</p><p>O conhecimento pressupõe:</p><p>- Sujeito (conhecedor) e Objeto (conhecido)</p><p>- Aprender/representar</p><p>- Conhecer é;</p><p>- Representar “bem” o objeto em nosso pensamento.</p><p>Existe uma relação entre um sujeito conhecedor (nossa consciência, nossa mente) e um objeto conhecido (a realidade, o mundo, os inúmeros fenômenos.)</p><p>Só haverá conhecimento se o sujeito conseguir apreender o objeto, isto é, conseguir representa-lo mentalmente.</p><p>A questão da validação do conhecimento: sobre a verdade na ciência</p><p>A cultura ocidental forjou três conceitos de verdade:</p><p>-Alethéia (grego): significa o que está desvelado ou descoberto e que se manifesta com clareza; refere-se especialmente ao presente;</p><p>-Veritas (latim): quer dizer o que é exato e rigoroso;</p><p>-Emunah (hebreu): que significa assentir (dar amém) com confiança.</p><p>As diferentes posições sobre a verdade no conhecimento.</p><p>- CETICISMO:</p><p>Corrente filosófica que questiona a possibilidade do espírito humano de conhecer a verdade.</p><p>Segundo Pirro (séc. IV a.C) nossos conhecimentos são provenientes dos sentidos que não são dignos de confiança, pois podem induzir ao erro;</p><p>-Existem outras correntes que vão na mesma direção do ceticismo:</p><p>-RELATIVISMO: entende que não existem verdades absolutas, mas apenas verdades relativas, que têm uma validade limitada a um certo tempo, a uma situação determinada etc.</p><p>-PROBABILISMO: propõe que nosso conhecimento é incapaz de atingir a certeza plena. O que podemos alcançar é uma verdade provável. Essa probabilidade pode ser digna de maior ou menor credibilidade, mas nunca chegará ao nível da certeza completa, da verdade absoluta..</p><p>-PRAGMATISMO: abandona-se a pretensão de alcançar a verdade, estendendo-se verdade como concordância entre o pensamento e a realidade.</p><p>Verdadeiro é aquilo que é útil, que dá certo, que serve aos interesses das pessoas na sua vida prática.</p><p>-DOGMATISMO: defende a possibilidade de atingirmos a verdade e conhecer de forma absoluta o objeto. Existem duas formas de dogmatismo;</p><p>*dogmatismo ingênuo: é predominante no senso comum.</p><p>*dogmatismo crítico: acredita em nossa capacidade de conhecer a verdade mediante um esforço, conjugado de nossos sentidos e nossa inteligência. Confia que, através de um trabalho metódico, racional e científico o ser humano se torna capaz de conhecer a realidade do mundo.</p><p>David Hume</p><p>Representante do ceticismo na Idade Moderna.</p><p>-Questiona a pretensão de universalidade da ciência.</p><p>-A observação dos fenômenos só pode nos dar um conhecimento probabilístico da realidade.</p><p>-A regularidade é a garantia de que uma coisa pode ser verdadeira.</p><p>-Segundo Hume, a experiência escreve e grava em nosso espírito as ideias, e a razão irá associá-las, combiná-las ou separá-las, formando todos os nossos pensamentos;</p><p>-Da conjunção constante entre dois objetos explica a força do hábito e, consequentemente, o procedimento da inferência.</p><p>-A hipótese do hábito é consequente com a teoria de Hume: de que todo o nosso conhecimento é construído por experiência e observação.</p><p>-Se a causalidade fosse construída a priori e de modo necessário, não seria preciso recorrer à experiência e a repetição para que de uma causa fosse extraído o respectivo efeito.</p><p>-É o hábito que nos permite ultrapassar</p><p>os dados empíricos, os quais possuímos seja na forma de impressão seja na forma de ideias, e afirmar mais do que aquilo o qual pode ser alcançado na experiência imediata.</p><p>-A ideia de causa é apenas uma ideia geral constituída pela associação de ideias e baseada na crença formada pelo hábito. Segundo Hume, somente o costume, e não a razão, pode ser apontado como sendo o responsável peça conclusões acerca da relação de causa e efeito, às quais as pessoas chegam com base na experiência.</p><p>-Hume procura mostrar o mecanismo psicológico pelo qual a crença se fixa na imaginação.</p><p>Modernidade e o otimismo da razão iluminista</p><p>Movimento filosófico, conhecido como esclarecimento, ilustração ou século das luzes. Se desenvolve na França (Lumiéres), Alemanha (AufklÄrung) e Inglaterra (Enlightment) no séc. XVIII.</p><p>-Caracterizando-se por:</p><p>-defesa da ciência e da racionalidade crítica;</p><p>-contra a fé, a superstição e o dogma religioso;</p><p>-Já no renascimento, se desenvolvia uma luta contra o princípio de autoridade e a busca dos próprios poderes humanos, pelos quais o homem tecerá ele próprio, a trama do destino.</p><p>-Substrato filosófico do iluminismo: racionalismo e empirismo do século XVII (Descartes e Locke);</p><p>-Projeto civilizatório do iluminismo: afirmava que a razão e o método científico são as únicas fontes de conhecimento válido.</p><p>-Rejeita qualquer concepção de mundo derivada do dogma, da superstição e da fantasia;</p><p>-Sustenta-se em três ingredientes conceituais:</p><p>*universalidade;</p><p>*individualidade;</p><p>*autonomia;</p><p>-Visava que todos os homens, enquanto pessoas concretas, independente de fronteiras nacionais, étnicas ou culturais, mas ao mesmo tempo, tais pessoas deveriam agir por si mesmas, participando ativamente de um projeto público e adquirindo por seus próprios meio as condições de subsistência;</p><p>-Estava condicionado à determinação racional dos fins;</p><p>-Saudava a criatividade humana, a descoberta científica e a busca de excelência individual em nome do progresso, acolhia o turbilhão das mudanças, da transitoriedade e da fragmentação, sem as quais a modernização não poderia se realizar.</p><p>-A modernidade se constitui no resultado daquele processo de racionalização preconizado pelas luzes – ligação do conhecimento patrocinado pelas ciências com os valores universais de progresso social e individual;</p><p>-Modernização social: através de Weber: a diferenciação da economia com o advento da economia capitalista, que supõe a existência da força de trabalho formalmente livre, a organização racional do trabalho e da produção, o cálculo contábil e a utilização técnica de conhecimentos científicos – características que levaram a expansão das nações capitalistas dos séculos XIX e XX com suas metrópoles industriais, meios de comunicação e fontes de energia, bem como o estabelecimento do poder da burguesia capitalista proprietária dos bens.</p><p>-A modernização social foi responsável pela consolidação do estado nacional como provedor de serviços de controle, baseado no poder militar permanente, no monopólio da legislação, no sistema tributário centralizado e no crescente processo de burocratização.</p><p>-modernização cultural: Weber; nos faz entender a dessacralização e a racionalização das visões de mundo e sua substituição por esferas axiológicas diferenciadas, até então embutidas na religião: a ciência , a moral e a arte;</p><p>-intervenção da racionalidade nos domínios da:</p><p>a) a natureza é dessacralizada: desvinculada da religião;</p><p>-A natureza é reduzida a uma simples dimensão material, mecânica;</p><p>Abandona-se a personificação e divinização das forças da natureza;</p><p>-A natureza está sujeita às leis necessárias para cujo conhecimento, o saber, se encaminha.</p><p>-A natureza ao ser “coisificada” está apta a ser explorada e manipulada pelo homem segundo os seus próprios interesses;</p><p>-Bacon “saber é poder”: princípio ético da modernidade. Incentiva a ideia da necessidade do desenvolvimento tecnocientífico à custa da natureza e visando a intensificação das transformações do conhecimento humano sobre as dinâmicas e configurações naturais.</p><p>-Passa-se duma concepção organicista e perpassada pelo mistério da Idade Média, para a percepção dum conjunto mecânico ou amontoado de recursos que cabe ao homem conhecer, explorar e transformar, através do uso da ciência e da técnica;</p><p>b) na política: as ideias liberais se opõem ao absolutismo e à tese do direito divino dos reis.</p><p>-Maquiavel: propõe a tese da constituição de um estado, partindo do terreno realista da experiência e prescindindo de qualquer valor espiritual e transcendente, ético e religioso.</p><p>-Segundo Maquiavel, é preciso constituir uma ciência política sobre a base de um utilitarismo rigoroso onde o conceito de eficiência e eficácia será o definidor;</p><p>-A política de Montesquieu – essencialmente racionalista.</p><p>-se caracteriza pela busca de um justo equilíbrio entre a autoridade do poder e a liberdade do cidadão. Por isso propõe a separação entre poder legislativo, poder executivo e poder judiciário.</p><p>-Concepção racionalista das leis que não resultam dos caprichos arbitrários do soberano, mas são “relações necessárias que derivam da natureza das coisas”.</p><p>-São elaboradas as teorias contratualistas: segundo as quais a sociedade resulta do pacto entre os indivíduos. Emerge a figura do Déspota esclarecido.</p><p>c) Na economia: são preconizadas as leis de distribuição de riquezas, caracterizadas pela expressão “laissez faire, laissez passer”.</p><p>-Caracterizando o liberalismo clássico.</p><p>-Adam Smith: “Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações”. Base do pensamento econômico liberal que se desenvolveria com o iluminismo, atacando os fundamentos do mercantilismo.</p><p>-O liberalismo defendia que era preciso deixar a economia se autorregular. O mercado seria orientado pela lei da oferta e da procura, em lugar dos metais preciosos que os Estados mercantilistas acumulavam como símbolo de riqueza, o trabalho – verdadeira fonte geradora de riqueza.</p><p>-A tese de Adam Smith valorizava o papel de cada indivíduo na dinâmica econômica, já que suas iniciativas dependiam o comportamento do mercado.</p><p>d) naturalização da moral: Rousseau elabora uma proposta pedagógica baseada no retorno à natureza, na realização da espontaneidade e do sentimento a fim de evitar os preconceitos que corrompem a vida moral.</p><p>-A moral deu origem a uma ética do trabalho, para Weber, ligada ao protestantismo e motivacional para o desenvolvimento capitalista.</p><p>- O advento da psicanalise: os mecanismos da repressão foram desvelados invertendo-se a hierarquia tradicional entre a razão e as paixões com a valorização da espontaneidade e a supremacia do desejo em relação à racionalidade.</p><p>e) a religião natural surge contra todos os dogmas e fanatismo. O Deus dos filósofos (deístas) não exige os rituais de culto, mas é apenas o Primeiro Motor, o criador do Universo, o Supremo Relojoeiro.</p><p>-A organização do mundo, sua finalidade interna, só se explica pela existência de um Criador inteligente.</p><p>O iluminismo:</p><p>-Na França: os representantes são: Montesquieu, Voltaire, Rousseau;</p><p>-Na Inglaterra: Newton e Reid –herdeiros de Locke e Hume;</p><p>-Na Alemanha: na segunda metade do século XVIII: na produção literária: Goethe, Herder; musical: Bach, Mozart e Beethoven. Na filosofia:</p><p>Wolff, Lessing e Baugarten, em especial, Kant.</p><p>-Em suma, os iluministas consideravam que o homem poderia se emancipar através da razão e do saber, aos quais todos deveriam ter livre acesso.</p><p>Crítica à razão instrumental: A Teoria Crítica Social</p><p>-A Escola de Frankfurt: surgiu no Instituto de Pesquisa Social, fundado em Frankfurt nos anos 1920. (Hokheimer, Adorno, Fromm, Marcuse, w. Benjamin, Habermas...).</p><p>-teoria crítica social: pretende emergir as contradições fundamentais da sociedade capitalista e aponta para um desenvolvimento que leve à sociedade sem exploração.</p><p>-Pretende ser uma compreensão totalizante e dialética da sociedade humana em seu conjunto e dos mecanismos da sociedade industrial avançada, a fim de promover sua transformação racional que leve em conta o homem, sua liberdade, sua criatividade, seu desenvolvimento</p><p>harmonioso em colaboração aberta e fecunda com os outros, ao invés de um sistema opressor e de sua perpetuação.</p><p>Adorno: em dialética do iluminismo, combater toso tipo de razão que pretendeu racionalizar o mundo para torna-lo manipulável e subjugável por parte do homem: a razão instrumental.</p><p>- A razão instrumental; define-se por ser estritamente formal. Não importam os conteúdos das ideias e dos princípios que possam ser considerados racionais, mas a forma como essas ideias e princípios podem ser utilizados para a obtenção de um fim qualquer. Ou seja, a racionalidade instrumental, formal caracteriza-se pela relação entre meios e fins.</p><p>-Ela só diz respeito aos meios, aos critérios de eficácia na escolha dos meios para atingir os fins, sejam quais eles forem.</p><p>-Indústria Cultural: aparato poderoso, constituído essencialmente pelos Mass-Media (cinema, televisão, rádio, discos, publicidade, material ilustrado, etc.), por meio do qual o poder impõe valores e modelos de comportamentos, cria necessidades e estabelece a linguagem.</p><p>-O homem desejado pela indústria cultural é um ser funcional, é o absolutamente substituível, o puro nada.</p><p>-A dialética é a luta contra o domínio do idêntico, é a rebelião dos particulares contra o mal universal.</p><p>-Por iluminismo, Adorno e Hokheimer, não entendem somente o movimento de pensamento que caracterizou a era das luzes; eles pensam muito mais em um itinerário da razão, que partindo de um determinado espaço amplia por toda a sociedade o seu controle;</p><p>-No iluminismo prevaleceu a ideia de que saber é mais uma técnica do que uma crítica;</p><p>-Segundo Adorno/Hokheimer a razão não oferece mais verdades objetivas e universais as quais se põem agarrar; proporciona unicamente instrumentos para objetivos estabelecidos por quem detêm o poder;</p><p>-Outro importante representante da escola: Hebert Marcuse: critica a sociedade de uma dimensão. Na sociedade tecnológica avançada “a máquina produtiva tende a se tornar totalitária enquanto determina não somente as ocupações, as habilidades e os comportamentos socialmente requeridos, mas também as necessidades e as aspirações individuais.”.</p><p>- “O princípio de desempenho, que é de uma sociedade aquisitiva e antagônica no processo de constante expansão, pressupõe um longo desenvolvimento durante o qual a dominação foi crescentemente racionalizada: o controle sobre o trabalho social reproduz agora a sociedade numa escala ampliada e sob condições repressivas.</p><p>-Para Marcuse: os homens não vivem a própria vida, mas desempenham tão- só funções preestabelecidas. Enquanto trabalham, não satisfazem suas próprias necessidades e faculdades, mas trabalham em alienação.</p><p>-O trabalho tornou-se agora geral, assim, como as restrições impostas à libido/ao prazer: o tempo de trabalho, que ocupa a maior parte do tempo de vida de um indivíduo, é um tempo penoso, visto que o trabalho alienado significa ausência de gratificação, negação do princípio de prazer.</p><p>-Habermas: considerado o mais brilhante representante da 2° geração da Escola de Frankfurt.</p><p>-Sua pretensão era revitalizar os estudos marxistas, atualizando-os para que pudessem dar conta dos desdobramentos da história do capitalismo no nosso século.</p><p>-Objetivo central da obra de Habermas: consiste na caracterização das sociedades contemporâneas como sociedades racionalizadas. Trata-se de uma forma específica de racionalidade- do tipo instrumental- que se pauta pela organização dos meios para o atingimento de um fim determinado.</p><p>-Sua intenção é a denúncia de que nesse mundo tecnicizado, orientado basicamente pelas preocupações relativas desenvolvimento acelerado da economia, uma das dimensões genuínas da espécie humana – a linguagem e a possibilidade de com ela nos comunicarmos- termina por se submeter também às regras da natureza técnica e perder, dessa forma, a sua autonomia.</p><p>-Habermas parte de uma teoria da ação que reconhece duas esferas diferentes da atividade humana: o trabalho (esfera do agir racional-com respeito a afins) e a interação.</p><p>Cada uma dessas esferas se rege de critérios próprios. Mas o que ocorre na contemporaneidade é que os critérios que regem a esfera de interação ou da comunicação tendem a ser absorvidos pelos critérios que regem a esfera do trabalho.</p><p>Essa absorção da esfera da interação ou da comunicação pela esfera de trabalho – grande sonho da tecnocracia.</p><p>-Ao seguirmos essa intenção de autoestabilização de sistemas sociais, análoga à dos instintos, surge uma perspectiva peculiar, segundo a qual a estrutura de um dos dois tipos de ação, a saber, a esfera de funções do agir racional – com respeito a fins- não só se torna preponderante face à contextura institucional, como também absorve pouco a pouco o agir comunicativo como tal.</p><p>-Diagnóstico proposto por Habermas a respeito da submissão da esfera da interação à esfera do trabalho sublinha, sobretudo, as consequências políticas desse processo.</p><p>-No mundo contemporâneo a política deixa de ser entendida como o conjunto das atividades relacionadas à vida prática para se constituir como o campo da mera administração de questões de natureza técnica.</p><p>-O mundo contemporâneo se caracteriza por um processo de despolitização.</p><p>-A atividade do Estado é dirigida para a estabilidade e o crescimento do sistema econômico – a política assume um caráter negativo peculiar: ela visa eliminar as disfunções e evitar os riscos que ameacem o sistema, portanto não para a realização de objetivos práticos, mas para a solução de questões técnicas.</p><p>-O mais preocupante para Habermas: fato de que a submissão da esfera da comunicação pela esfera do trabalho passa a não ser percebida pela massa da população, em função dos efeitos do surgimento de um ideologia tecnocrata.</p><p>-A atuação dessa ideologia é a de subtrair a autocompreensão da sociedade, tanto no sistema de referência do agir comunicativo, como dos conceitos de interação, simbolicamente mediatizados, substituindo-a por um modelo científico;</p><p>-Entra no lugar de uma autocompreensão cultural determinada de um mundo do viver social, a autocoisificação do homem sob as categorias do agir racional-com respeito afins e do comportamento adaptativo.</p>

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