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<p>PO</p><p>RT</p><p>U</p><p>G</p><p>U</p><p>ÊS</p><p>113</p><p>questões profundas como o significado da ciência, as ideias</p><p>fundamentais da relatividade, as ligações entre ciência, religião</p><p>e ética, a paz mundial, os riscos de destruição da humanidade</p><p>e os direitos das minorias perseguidas.</p><p>De suas convicções e crenças ressaltam preocupações com</p><p>a decadência moral, com a defesa e a preservação da liberdade</p><p>humana e com os compromissos éticos dos cientistas. O autor</p><p>não se furta a abordar o tema polêmico das relações entre</p><p>ciência e religião, para, demarcando os respectivos domínios</p><p>de ação, registrar a dimensão religiosa de sua visão de mundo</p><p>− que não incorporava a ideia de um Deus pessoal, construído</p><p>à nossa imagem e semelhança.</p><p>Os métodos educacionais repressivos e impositivos vão</p><p>merecer de Einstein críticas acerbas: o autor defende uma</p><p>educação fundada na liberdade, no estímulo à criatividade e</p><p>à responsabilidade coletiva dos jovens. Ressalta sempre que</p><p>sua condição de cientista ou de celebridade não lhe confere,</p><p>nas questões de que trata, direitos distintos nem competência</p><p>particular acima de outros homens e mulheres.</p><p>Frequentemente criticado, de um lado, pelos conservado-</p><p>res − acusado de defensor do comunismo − e de outro pela</p><p>esquerda dogmática, que o vê como ingênuo e incapaz de</p><p>entender as imposições da luta de classes, Einstein faz sua</p><p>profissão de fé por um socialismo fundado na liberdade e não</p><p>deixa de criticar o consumismo nem de atacar com vigor o cer-</p><p>ceamento à liberdade nos regimes totalitários.</p><p>(Adaptado da “orelha” (sem indicação autoral) de EINSTEN, Albert. Escritos</p><p>da maturidade. Trad, Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Nova</p><p>Fronteira, 1994)</p><p>Da leitura do último parágrafo do texto, depreende-se que</p><p>Einstein</p><p>a) frustrava os políticos mais conservadores a cada vez que pare-</p><p>cia condescender com os valores dos regimes autoritários.</p><p>b) considerava o consumismo como uma tendência crescente</p><p>entre aqueles que promoviam intransigentemente a luta de</p><p>classes.</p><p>c) posicionava-se contra tendências políticas já polarizadas,</p><p>acionando a liberdade de crítica e a busca de justiça social.</p><p>d) amparava-se nas teses mais extremadas do socialismo para</p><p>evitar que os comunistas impusessem sua visão de luta de</p><p>classes.</p><p>e) combatia os dogmatismos tanto dos conservadores quan-</p><p>to dos socialistas, por estarem comprometidos ambos com</p><p>um poder totalitário.</p><p>355. (FCC – 2022) Atenção: Para responder à questão, baseie-se</p><p>no texto abaixo.</p><p>Lembram-se da história de Tristão e Isolda? O enredo gira</p><p>em torno da transformação da relação entre os dois protagonis-</p><p>tasa. Isolda pede à criada, Brangena, que lhe prepare uma poção</p><p>letal, mas, em vez disso, ela prepara-lhe um “filtro de amor”,</p><p>que tanto Tristão como Isolda bebem sem saber o efeito que</p><p>irá produzir. A misteriosa bebida desperta neles a mais profun-</p><p>da das paixões e arrasta-os para um êxtase que nada consegue</p><p>dissipar − nem sequer o fato de ambos estarem traindo infame-</p><p>mente o bondoso rei Mark. Na ópera Tristão e Isolda, Richard</p><p>Wagner captou a força da ligação entre os amantesb numa das</p><p>passagens mais exaltadas da história da música.</p><p>Devemos interrogar-nos sobre o que o atraiu para essa his-</p><p>tóriac e por que motivo milhões de pessoas, durante mais de um</p><p>século, têm partilhado o fascínio de Wagner por ela.</p><p>A resposta à primeira pergunta é que a composição cele-</p><p>brava uma paixão semelhante e muito real da vida de Wagner.</p><p>Wagner e Mathilde Wesendonck tinham se apaixonado de for-</p><p>ma não menos insensatae, se considerarmos que Mathilde era</p><p>a mulher do generoso benfeitor de Wagner e que Wagner era</p><p>um homem casado. Wagner tinha sentido as forças ocultas e</p><p>indomáveis que por vezes conseguem se sobrepor à vontade</p><p>própria e que, na ausência de explicações mais adequadas, têm</p><p>sido atribuídas à magia ou ao destino. A resposta à segunda</p><p>questão é um desafio ainda mais atraente.</p><p>Existem, com efeito, poções em nossos organismos e cére-</p><p>bros capazes de impor comportamentos que podemos ser</p><p>capazes ou não de eliminar por meio da chamada força de von-</p><p>tade. Um exemplo elementar é a substância química oxitocina.</p><p>No caso dos mamíferos, incluindo os seres humanos, essa subs-</p><p>tância é produzida tanto no cérebro como no corpo. De modo</p><p>geral, influencia toda uma série de comportamentos, facilita as</p><p>interações sociais e induz a ligação entre os parceiros amorosos.</p><p>Não há dúvida de que os seres humanos estão constan-</p><p>temente usando muitos dos efeitos da oxitocina,d conquanto</p><p>tenham aprendido a evitar, em determinadas circunstâncias, os</p><p>efeitos que podem vir a não ser bons. Não se deve esquecer que</p><p>o filtro de amor não trouxe bons resultados para o Tristão e Isol-</p><p>da de Wagner. Ao fim de três horas de espetáculo, eles encontram</p><p>uma morte desoladora.</p><p>(Adaptado de: DAMÁSIO, António. O erro de Descartes. São Paulo:</p><p>Companhia das Letras, edição digital)</p><p>Como recurso discursivo, o autor emprega uma comparação no</p><p>seguinte segmento:</p><p>a) O enredo gira em torno da transformação da relação entre</p><p>os dois protagonistas.</p><p>b) Na ópera Tristão e Isolda, Richard Wagner captou a força da</p><p>ligação entre os amantes</p><p>c) Devemos interrogar-nos sobre o que o atraiu para essa</p><p>história</p><p>d) Não há dúvida de que os seres humanos estão constante-</p><p>mente usando muitos dos efeitos da oxitocina</p><p>e) Wagner e Mathilde Wesendonck tinham se apaixonado de</p><p>forma não menos insensata</p><p>356. (FCC – 2022) Atenção: Para responder à questão, leia o texto</p><p>de John Gledson.</p><p>Na década de 1880, Machado de Assis publicou cerca de</p><p>oitenta contos, numa espantosa explosão de criatividade, que</p><p>também rendeu seu primeiro grande romance, Memórias pós-</p><p>tumas de Brás Cubas (1880).</p><p>Como isso aconteceu − por que aconteceu, e por que nesse</p><p>momento? Nada é mais difícil de explicar do que a explosão de</p><p>um gênio criador − e não devemos duvidar que é disso que se</p><p>trata. Contos podem parecer fáceis, escritos algo apressada-</p><p>mente como uma espécie de subproduto de um trabalho mais</p><p>sério ou até como sintomas de uma incapacidade passageira</p><p>de empreender “obras de maior tomo” (palavras de Dom Cas-</p><p>murro), mas nada está mais longe da verdade. Contos não são</p><p>romances imperfeitos − existem com seus direitos próprios,</p><p>e quando Machado começou a escrever os seus melhores, o</p><p>gênero estava conquistando uma nova dignidade.</p><p>O traço mais importante de seus contos é a ironia, com fre-</p><p>quência fixada por um estilo que muitas vezes emprega certo</p><p>registro de linguagem a fim de estabelecer, desde a primeira</p><p>palavra, que nada ali é para ser levado inteiramente a sério,</p><p>que aquilo não é a fala direta do autor: “A coisa mais árdua</p><p>do mundo, depois do ofício de governar, seria dizer a idade</p><p>exata de Dona Benedita”. Machado podia parodiar qualquer</p><p>tipo de linguagem, da Bíblia à dos jornais (essa, de fato, era</p><p>a que satirizava com mais frequência). No começo dos anos</p><p>1880, Machado não só estabelecera seu direito a falar do uni-</p><p>verso, mas também principiara a fazer o retrato da sociedade</p><p>brasileira sob uma luz inteiramente nova. Os romances bem-</p><p>-educados dos anos 1870, que elevavam a vida social, deram</p><p>lugar à sátira selvagem de Memórias póstumas de Brás Cubas,</p><p>que mostrava realidades − adultério, prostituição, escravatura,</p><p>o tratamento dado aos agregados − com uma nitidez e uma</p><p>cólera inteiramente impossíveis alguns anos antes.</p><p>Uma coisa é certa: a expansão do material possível de</p><p>Machado e o distanciamento irônico que ele adota são inse-</p><p>paráveis. Digamos assim: se ele não tivesse encontrado modos</p><p>dos mais variados (irônicos, sarcásticos, mas sempre semiocul-</p><p>tos) de se expressar a respeito de coisas sobre as quais não</p><p>devia falar, ou às quais só podia se referir de soslaio, suas his-</p><p>tórias jamais teriam existido; podemos sentir sua satisfação</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Natalia Feijó Ribeiro - 096.457.457-80, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a</p><p>sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil</p><p>e criminal.</p>

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