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<p>PO</p><p>RT</p><p>U</p><p>G</p><p>U</p><p>ÊS</p><p>69</p><p>estará dando, certamente, sua impressão de momento; há</p><p>centenas de céus extraordinários. Ele porém, na véspera, esta-</p><p>va dentro de uma sala qualquer e não viu céu nenhum. Se aca-</p><p>so tivesse chegado à janela e visto, agora seria feliz em saber</p><p>que em outro ponto da cidade ela também vira. Mas isso não</p><p>aconteceu, e ele tem ciúmes. Sente que sua amada foi infiel; ela</p><p>incorporou a si mesma alguma coisa nova que ele não viveu.</p><p>Será um louco apenas na medida em que o amor é loucura.</p><p>É horrível levar as coisas a fundo. O amigo que procura</p><p>manter suas amizades distantes e manda longas cartas sen-</p><p>timentais tem sempre um ar de náufrago fazendo um apelo.</p><p>Naufragamos a todo instante no mar bobo do tempo e do</p><p>espaço, entre as ondas de coisas de todo dia.</p><p>Assim somos na paixão do amor, absurdos e tristes. Por</p><p>isso nos sentimos tão felizes e livres quando deixamos de</p><p>amar. Que maravilha, que liberdade sadia em poder viver a</p><p>vida por nossa conta! Sentimo-nos fortes, sólidos e tranquilos.</p><p>Até que começamos a desconfiar de que estamos sozinhos,</p><p>trancados do lado de fora da vida.</p><p>(Adaptado de: BRAGA, Rubem. Melhores crônicas. Global Editora, edição</p><p>digital)</p><p>Na verdade há amigos espalhados pelo mundo.</p><p>Agora começamos a aprender o que há de irremissível nas</p><p>separações.</p><p>há centenas de céus extraordinários</p><p>Respeitando-se as regras de concordância verbal, a permuta</p><p>da forma verbal de “haver” por “existir” tem como resultado,</p><p>respectivamente:</p><p>a) existe – existe – existem</p><p>b) existe – existe – existe</p><p>c) existem – existe – existem</p><p>d) existe – existem – existe</p><p>e) existem – existem – existe</p><p>203. (FCC – 2022) Atenção: Para responder à questão, baseie-se</p><p>no texto abaixo.</p><p>Flores</p><p>Minha terra, o Recife, é fraca de flores, de maneira que as</p><p>poucas que nascem são guardadas para os enterros – minha</p><p>terra é forte de enterros. Ninguém fazia essa coisa romântica</p><p>de dar uma rosa à namorada ou despertar a mulher bonita</p><p>(que se viu na véspera, pela primeira vez) com uma caixa de</p><p>orquídeas e aquele cartão astucioso, dizedor de poucas e boas</p><p>palavras. Passei anos, já no Rio, associando cheiro de flor aos</p><p>muitos enterros da minha família.</p><p>Meus tios, meu pai, minha irmã de olhos azuis, à medida</p><p>que Deus chamava, eles iam e o cheiro da sala onde a gen-</p><p>te chorava me acompanhou até meses atrás. Cheiro úmido,</p><p>abafado, de flores de uma cidade que se chama Garanhuns,</p><p>depois de umas dez horas de trem da Great Western. Devo</p><p>mesmo confessar uma certa malquerença por tudo que era</p><p>flor fora do talo – sentia nelas uma espécie de cumplicidade</p><p>nos enterros que saíram da minha casa.</p><p>Mas com o tempo fui me habituando à presença e ao</p><p>perfume das flores. As tristes lembranças não resistiram aos</p><p>caminhos de Teresópolis, tampouco às quaresmeiras, que têm</p><p>sido tantas, neste verão de passeios compridos. Agora mesmo</p><p>a empregada mudou as rosas do jarro do escritório. São chei-</p><p>rosas. Eu olho para trás e não morreu ninguém.</p><p>(Adaptado de: MARIA, Antônio. Vento vadio. As crônicas de Antônio</p><p>Maria. Org. de Guilherme Tauil. São Paulo: Todavia, 2021, p. 317)</p><p>As normas de concordância verbal encontram-se plenamente</p><p>atendidas na frase:</p><p>a) Devem-se às primeiras lembranças despertadas pelas flo-</p><p>res a impressão que delas se guardam para sempre.</p><p>b) As primeiras impressões causadas pelas flores só haveria</p><p>de ser relativizadas quando do contato do autor com novas</p><p>paisagens.</p><p>c) A visão das flores já sem os talos proporcionavam ao autor</p><p>sentimentos hostis, que muito lhe custavam superar.</p><p>d) Às paisagens do Rio e aos caminhos de Teresópolis atri-</p><p>buíram-se, no texto, o poder de transfigurar o sentido das</p><p>flores.</p><p>e) Das flores do passado permaneceu no cronista uma</p><p>impressão forte, a que vieram se somar as sensações vivi-</p><p>das no Rio.</p><p>204. (FCC – 2022) Para responder à questão, baseie-se no texto</p><p>abaixo.</p><p>[Religiões e progresso]</p><p>É conhecida a tese de que nas sociedades pré-modernas,</p><p>como o medievo europeu ou as culturas ameríndias e africa-</p><p>nas tradicionais, a religião não tem uma existência à parte das</p><p>demais esferas da vida, não é um nicho compartimentaliza-</p><p>do de devoção e celebração ritual demarcado no tempo e no</p><p>espaço, mas está integrada à textura do cotidiano comum e</p><p>permeia todas as instâncias da existência.</p><p>A separação radical entre o profano e o sagrado – entre o</p><p>mundo secular regido pela razão, de um lado, e o mundo da fé,</p><p>regido por opções e afinidades estritamente pessoais, de outro</p><p>– seria um traço distintivo da moderna cultura ocidental. Mas</p><p>será isso mesmo verdade? Até que ponto o mundo moderno</p><p>teria de fato banido a emoção religiosa da vida prática e con-</p><p>finado a esfera do sagrado ao gueto das preces, contrições e</p><p>liturgias dominantes? Ou não seria essa compartimentaliza-</p><p>ção, antes, um meio de apaziguar as antigas formas de reli-</p><p>giosidade e ajustar contas com elas ao mesmo tempo em que</p><p>se abre e se desobstrui o terreno visando a liberação da vida</p><p>prática para o culto de outros deuses e de outra fé?</p><p>Não se trata, é claro, de negar o valor desses outros deu-</p><p>ses: a ciência, a técnica, o conforto material, a sede de acumu-</p><p>lação de riquezas. O equívoco está em absolutizar esses novos</p><p>deuses em relação a outros valores, e esperar deles mais do</p><p>que podem oferecer. A ciência jamais decifrará o enigma de</p><p>existir; a tecnologia não substitui a ética; e o aumento inde-</p><p>finido de renda e riqueza não nos conduz a vidas mais livres,</p><p>plenas e dignas de serem vividas, além de pôr em risco o equi-</p><p>líbrio mesmo da bioesfera.</p><p>(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo:</p><p>Companhia das Letras, 2016, p. 152-153)</p><p>As normas de concordância verbal estão plenamente respeita-</p><p>das na frase:</p><p>a) Às manifestações de sacralidade das sociedades pré-</p><p>-modernas sucederam, em nossos dias, o culto de deuses</p><p>profanos.</p><p>b) O culto de valores profanos, tal como muitos sustentam,</p><p>consagram-se hoje à valorização da técnica pela técnica,</p><p>acima da ética.</p><p>c) Já não se revestem de uma sacralização autêntica os hábitos</p><p>que nos levam a adorar os deuses profanos de nossa época.</p><p>d) Tudo o que se imaginava levar a uma vida de valores</p><p>mais autênticos acabaram por se converter em práticas</p><p>materialistas.</p><p>e) Os equívocos ligados ao endeusamento pragmático da vida</p><p>material não faz senão crescer a desilusão quanto ao nosso</p><p>futuro.</p><p>205. (CEBRASPE-CESPE – 2022) Texto CG1A1-I</p><p>No meio científico, a imaginação é conhecida como especu-</p><p>lação e tratada com certa desconfiança –— nas publicações, cos-</p><p>tuma ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte</p><p>da redação de uma pesquisa consiste em limpála de voos fan-</p><p>tasiosos, de conversa fiada e dos milhares de tentativas e erros</p><p>que dão origem até mesmo às menores descobertas. Nem todo</p><p>mundo que lê um estudo quer atravessar muito espalhafato.</p><p>Ainda, os cientistas precisam parecer confiáveis. Entre sorratei-</p><p>ramente nos bastidores da ciência e talvez você não encontre as</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Natalia Feijó Ribeiro - 096.457.457-80, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a</p><p>sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p>

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