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<p>Oncologia em Saúde</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Prof.ª M.ª Regina Aparecida Cabral</p><p>Revisão Textual:</p><p>Prof.ª M.ª Sandra Regina Fonseca Moreira</p><p>Revisor Técnico:</p><p>Prof. Dr. Julio Cesar</p><p>Introdução à Oncologia</p><p>v1.1</p><p>Introdução à Oncologia</p><p>• Compreender o processo de evolução do câncer e sua relação com a promoção da saúde e</p><p>com a prevenção da doença.</p><p>OBJETIVO DE APRENDIZADO</p><p>• Introdução;</p><p>• Epidemiologia;</p><p>• Fisiopatologia;</p><p>• Nomenclatura dos Tumores;</p><p>• Estadiamento;</p><p>• Fatores de Risco para o Câncer;</p><p>• Medidas de Prevenção.</p><p>UNIDADE Introdução à Oncologia</p><p>Introdução</p><p>O câncer agrega um conjunto de doenças com mais de 100 diferentes tipos, que têm</p><p>como características em comum a malignidade, diferentes tipos morfológicos, com cres-</p><p>cimento celular desordenado e dividindo-se descontroladamente, formando os tumores,</p><p>que podem invadir tecidos vizinhos ou órgãos, ou se disseminar para outros órgãos.</p><p>Por longo período, a cura do câncer pareceu improvável, porém, com a evolução do</p><p>conhecimento científico e os avanços tecnológicos foi possível melhorar a qualidade de</p><p>vida em pacientes cuja doença persiste, e observar remissão completa em alguns casos</p><p>de neoplasias. Esses benéficos no tratamento evoluem crescentemente, transformando</p><p>os grandes avanços científicos em sucessos terapêuticos.</p><p>Epidemiologia</p><p>O câncer é considerado no mundo como principal problema de saúde pública, em vá-</p><p>rios países, é o causador de morte de pessoas antes dos 70 anos de idade. A incidência e</p><p>mortalidade por câncer, em parte, relaciona-se com o envelhecimento e crescimento da</p><p>população, como também o aumento da incidência de vários fatores de risco, fortemente</p><p>pautados nos hábitos de vida, na cultura e exposição a fatores ambientais.</p><p>A estimativa para cada ano do triênio 2020-2022 aponta que ocorrerão</p><p>625 mil casos novos de câncer (450 mil, excluindo os casos de câncer</p><p>de pele não melanoma). O câncer de pele não melanoma será o mais</p><p>incidente (177 mil), seguido pelos cânceres de mama e próstata (66 mil</p><p>cada), cólon e reto (41 mil), pulmão (30 mil) e estômago (21 mil).  Os tipos</p><p>de câncer mais frequentes em homens, à exceção do câncer de pele não</p><p>melanoma, serão próstata (29,2%), cólon e reto (9,1%), pulmão (7,9%), es-</p><p>tômago (5,9%) e cavidade oral (5,0%). Nas mulheres, exceto o câncer de</p><p>pele não melanoma, os cânceres de mama (29,7%), cólon e reto (9,2%),</p><p>colo do útero (7,5%), pulmão (5,6%) e tireoide (5,4%) figurarão entre os</p><p>principais. O câncer de pele não melanoma representará 27,1% de todos</p><p>os casos de câncer em homens e 29,5% em mulheres. (INCA, 2020)</p><p>Incidência do Câncer no Brasil, disponível em: https://bit.ly/3fU1Zoh</p><p>Fisiopatologia</p><p>O crescimento e a divisão celular são processos cuidadosamente controlados, que</p><p>dependem da interação precisa de múltiplos fatores reguladores. Na neoplasia, em vez</p><p>de um processo normal, a nova célula não obedece às leis do crescimento em razão das</p><p>perdas de restrições fisiológicas ao crescimento e à divisão celular. As três principais</p><p>classes de genes envolvidos no desenvolvimento do câncer são: oncogenes, genes</p><p>supressores de tumores e genes de reparo do DNA.</p><p>8</p><p>9</p><p>Os oncogenes são genes derivados de proto-oncogenes celulares que com algum</p><p>estímulo podem reproduzir-se de forma desordenada, resultando em tumores.</p><p>Os genes supressores de tumores atuam como reguladores negativos de crescimento</p><p>celular, ou seja, reparam erros no DNA ou indicam a apoptose. São considerados re-</p><p>cessivos no seu modo de ação, ao contrário do efeito dominante das mutações em on-</p><p>cogenes. Quando os genes supressores do tumor não fazem sua função corretamente,</p><p>o crescimento celular fica desorganizado e sem controle, podendo levar ao surgimento</p><p>do câncer.</p><p>Os genes de reparo do DNA são capazes de reparar danos no DNA da célula e pre-</p><p>venir mutação dos genes, regulando o crescimento da célula e apoptose. Essa condição</p><p>é resultado da habilidade da célula normal.</p><p>Sendo assim, o câncer surge quando mutações alteram o controle do crescimento</p><p>em células normais, diretamente, provocando crescimento celular, ou, indiretamente,</p><p>impedindo os mecanismos normais que restringem a divisão celular.</p><p>Você Sabia?</p><p>O processo de formação dos tumores malignos também é denominado carcinogênese</p><p>ou oncogênese, e que normalmente acontece vagarosamente e pode levar anos para</p><p>que o tumor seja visível aos exames de imagens, ou mesmo palpável. A exposição a dife-</p><p>rentes agentes cancerígenos ou carcinógenos são os responsáveis pelo início, promoção</p><p>e progressão.</p><p>Figura 1</p><p>Fonte: Adaptada de inca.gov.br</p><p>A carcinogênese é um processo dinâmico, caracterizado pelas etapas de iniciação, promo-</p><p>ção e progressão.</p><p>• Estágio de iniciação: Constitui o primeiro passo para o desenvolvimento da neoplasia.</p><p>Corresponde à interação do agente iniciador com o DNA da célula alvo. O agente ini-</p><p>ciador pode ser químico, biológico ou físico, capaz de modificar de forma permanente,</p><p>direta e irreversível, a estrutura molecular do DNA celular. Portanto, a célula iniciada</p><p>9</p><p>UNIDADE Introdução à Oncologia</p><p>apresenta genoma alterado, mas não expresso, com fenótipo ainda normal, ou seja, as</p><p>células estão somente preparadas/iniciadas para a ação de um segundo agente;</p><p>Figura 2</p><p>Fonte: Adaptada de inca.gov.br</p><p>• Estágio de promoção: Nesse estágio, há expressão da alteração do genoma ocor-</p><p>rida na iniciação. Em geral, os agentes promotores não reagem diretamente com o</p><p>material genético da célula, mas afetam sua expressão por diferentes mecanismos.</p><p>Por exemplo, interagem com receptores da membrana celular, com os receptores</p><p>dos fatores de crescimento, com proteínas de membranas reguladoras de canais</p><p>de íons, ou ainda, com proteínas nucleares indutoras de mitose. Dessa forma, os</p><p>cancerígenos promotores estimulam a proliferação celular, resultando em expansão</p><p>clonal das células iniciadas e modulando a expressão fenotípica da alteração do</p><p>genoma. No entanto, essas alterações podem ser reversíveis, com a interrupção do</p><p>contato aos agentes promotores;</p><p>Figura 3</p><p>Fonte: Adaptada de inca.gov.br</p><p>10</p><p>11</p><p>• Estágio de progressão: Caracteriza-se pela multiplicação descontrolada e irre-</p><p>versível das células alteradas, transformando-as em um tumor caracterizado por</p><p>alterações na taxa de crescimento, potencial invasivo e frequência de metástases.</p><p>Nesse estágio, o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras</p><p>manifestações clínicas da doença.</p><p>Figura 4</p><p>Fonte: Adaptada de inca.gov.br</p><p>Câncer</p><p>Figura 5</p><p>Fonte: Adaptada de inca.gov.br</p><p>Você sabe o que é metástase?</p><p>Os tumores malignos têm essa propriedade, que é a capacidade de invadir tecidos</p><p>vizinhos e de se disseminar para outros órgãos. Sendo assim, a metástase estabe-</p><p>lece o crescimento neoplásico secundário, à distância, sem continuidade com o foco</p><p>primitivo, ou seja, ocorre quando as células cancerosas viajam através da corrente</p><p>sanguínea ou dos vasos linfáticos para outras áreas do corpo.</p><p>Antes das células cancerígenas se disseminarem para outras partes do</p><p>corpo, elas passam por várias mudanças:</p><p>• Precisam se desprender do tumor primário e entrar na corrente sanguí-</p><p>nea ou sistema linfático, que as transportará para outra parte do corpo ;</p><p>• Em algum momento, elas precisam aderir à parede de um vaso sanguí-</p><p>neo ou linfático e alcançar um novo órgão ;</p><p>• Precisam ser capazes de crescer e se multiplicar em sua nova localização ;</p><p>• Precisam ser capazes de evitar ataques do sistema imunológico do corpo</p><p>(INSTITUTO ONCOGUIA, 2019).</p><p>11</p><p>UNIDADE Introdução à Oncologia</p><p>Em casos de metástases, as células do novo tumor podem ser diferentes das células</p><p>do tumor primário, porém, têm características semelhantes. Dessa forma, fica mais</p><p>difícil obter sucesso no tratamento.</p><p>A imagem abaixo mostra as etapas do desenvolvimento do câncer.</p><p>Agentes Canceriogênicos</p><p>Figura 6</p><p>Fonte: Adaptada de inis.iaea.org</p><p>Nomenclatura dos Tumores</p><p>A denominação dos tumores tem por referência sua histogenicidade e histopatologia,</p><p>ou seja, é feita de acordo com seu tecido de origem.</p><p>As neoplasias benignas são designadas pelo acréscimo do sufixo -oma (tumor) ao</p><p>nome do tecido que as originou.</p><p>Exemplos:</p><p>• Condroma: refere-se ao tumor benigno do tecido cartilaginoso;</p><p>• Lipoma: refere-se ao tumor benigno do tecido gorduroso;</p><p>• Adenoma: refere-se ao tumor benigno do tecido glandular.</p><p>Para as neoplasias malignas, é necessário considerar o tecido embrionário e o tipo,</p><p>ou célula, que lhe deu origem. Assim, temos:</p><p>Nos tumores originados de tecidos mesenquimais, utiliza-se o sufixo -sarcoma (raiz</p><p>sarc “carne”), precedido pelo nome de tecido ou célula que o originou, tais como:</p><p>• Condrossarcoma: tumor maligno do tecido cartilaginoso;</p><p>• Lipossarcoma: tumor maligno do tecido gorduroso.</p><p>12</p><p>13</p><p>Os tumores originados de tecidos epiteliais diferenciam-se conforme os aspectos fun-</p><p>cionais no tecido de origem, tais como:</p><p>• Carcinomas: quando originados do tecido epitelial não glandular, por exemplo, o</p><p>carcinoma basocelular da face de origem ectodérmica, carcinoma de células transi-</p><p>cionais de origem mesodérmica, e carcinoma broncogênico de origem endodérmica ;</p><p>• Adenocarcinoma: são aqueles originados do tecido epitelial glandular (glându-</p><p>las e esboços glandulares, ou que apresenta atividade secretora). Nesse caso,</p><p>deve-se indicar o órgão de origem sempre que possível, por exemplo, adeno-</p><p>carcinoma gástrico.</p><p>Entretanto, caro(a) aluno(a), atente-se para as exceções:</p><p>• As exceções são representadas por alguns adenocarcinomas que são denominados</p><p>simplesmente carcinomas, por exemplo, carcinoma de mama;</p><p>• Alguns tumores têm a sua denominação consagrada pelo uso, embora de forma</p><p>inadequada. Exemplificando: melanoma, que é o tumor maligno originário da</p><p>proliferação dos melanócitos; e linfoma, que é o tumor maligno originário da</p><p>proliferação de linfócitos;</p><p>• Existem tumores cujos nomes se referem ao do cientista que primeiro os descreveu,</p><p>sendo denominados epônimos, por exemplo, linfoma de Burkitt; sarcoma de Ewing;</p><p>sarcoma de Kaposi; tumor de Wilms; doença de Hodkin; dentre outros. Isso se deve</p><p>à demora em esclarecer sua origem, ou simplesmente à consagração pelo uso.</p><p>Neoplasias Definicoes e Nomenclatura . Disponível em: https://youtu.be/zU7zggY44iA</p><p>Estadiamento</p><p>Estágio ou estádio é um sistema de classificação baseado na extensão anatômica apa-</p><p>rente da neoplasia maligna. Um sistema universal de estadiamento permite a comparação</p><p>de cânceres de origem celulares semelhantes. A classificação ajuda a definir o plano tera-</p><p>pêutico e o diagnóstico em cada cliente, contribuir para pesquisa sobre o câncer humano,</p><p>comparar resultados de tratamento entre instituições e analisar estatísticas mundiais.</p><p>O estadiamento consiste na avaliação da extensão da doença no sítio de origem,</p><p>nos órgãos e estruturas vizinhas, nos linfonodos regionais e à distância. O diagnóstico</p><p>completo de uma neoplasia maligna é fundamental para o estadiamento e planejamento</p><p>terapêutico. Os dados de anamnese, exame físico completo com locorregional detalha-</p><p>do, exames complementares e biópsia do resultado e histopatológico devem ser consi-</p><p>derados em conjunto.</p><p>Embora várias patologias têm sistemas de estadiamento próprios, o mais aceito e</p><p>recomendado universalmente é o preconizado pela União Internacional para o Con-</p><p>trole do Câncer (UICC), representado pela sigla TNM.</p><p>13</p><p>UNIDADE Introdução à Oncologia</p><p>Esse sistema envolve avaliação de três componentes básicos:</p><p>• Extensão local do tumor (T);</p><p>• Ausência ou presença de gânglios ou nódulos linfáticos regionais (N);</p><p>• Ausência ou presença de metástase à distância (M).</p><p>Assim, esse estadiamento é basicamente anatômico, não considera outros fatores</p><p>relativos ao tumor, ao paciente e ao tratamento que podem influenciar no prognóstico,</p><p>varia com a história natural de cada neoplasia e com a progressão e disseminação, e</p><p>considera o contexto de cada tumor.</p><p>Quadro 1</p><p>T –Tumor primário (Tu)</p><p>• TX: Tu primário não pode ser avaliado;</p><p>• T0: Não é evidência Tu primário;</p><p>• Tis: Tu in situ;</p><p>• T1 a T4: variam com o diâmetro do tu e extensão local.</p><p>N – Linfonodo (N)</p><p>• NX: Linfonodos regionais não podem ser avaliados;</p><p>• N0: Sem evidência de envolvimento de linfonodos regionais;</p><p>• N1 – 1: Envolvimento progressivo de linfonodos regionais.</p><p>M – Metástase</p><p>à distância</p><p>• MX: Não podem ser avaliadas;</p><p>• M0: Não há metástase à distância;</p><p>• M1: Presença de metástases à distância.</p><p>É importante ressaltar que existem outras formas de estadiamento, por exemplo,</p><p>quando expressam a classificação do tumor através de letras maiúsculas (A, B, C, D),</p><p>como observado na classificação dos cânceres de próstata, bexiga e intestino. Outro</p><p>exemplo que difere é verificado no estadiamento dos tumores ovarianos, conforme</p><p>orientação da UICC e Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia – Figo.</p><p>Os parâmetros de estadiamento devem incluir os fatores relacionados ao</p><p>tumor e ao hospedeiro, quais sejam:</p><p>• Órgão e tecido de origem do tumor;</p><p>• Classificação histopatológica do tumor;</p><p>• Extensão do tumor primário: tamanho ou volume; invasão de tecidos</p><p>adjacentes; comprometimento de nervos, vasos ou sistema linfático;</p><p>• Locais das metástases detectadas;</p><p>• Dosagem de marcadores tumorais;</p><p>• Estado funcional do paciente. (INCA, 2019)</p><p>Você sabe o que são os marcadores tumorais?</p><p>Os marcadores tumorais são substâncias dosadas no sangue ou em tecidos de pa-</p><p>cientes com doenças malignas, comumente elas não estão presentes, ou aparecem</p><p>em quantidades menores em indivíduos normais.</p><p>14</p><p>15</p><p>Marcadores Tumorais, disponível em: https://bit.ly/3VUdcdx</p><p>TNM – Classificação de Tumores Malignos, disponível em: https://bit.ly/2QbiGk6</p><p>Veja no quadro a seguir, como é realizado o estadiamento do câncer colorretal:</p><p>Quadro 2</p><p>Tumor primário (T)</p><p>• TX: Tumor primário não pode ser avaliado;</p><p>• T0: Sem evidência de tumor primário;</p><p>• Tis: Carcinoma in situ: intra-epitelial ou invasão da lâmina própria;</p><p>• T1: Tumor invade a submucosa ;</p><p>• T2: Tumor invade a muscular própria ;</p><p>• T3: Tumor invade além da muscular própria, sem ultrapassar a sub-</p><p>serosa ou os tecidos desperitonizados pericólicos ou perirretais ;</p><p>• T4: Tumor invade diretamente utros órgãos ou estruturas e/ou</p><p>perfura o peritônio visceral.</p><p>Linfonodo regionais (N)</p><p>• NX: N Não podem ser avaliados;</p><p>• NO: Ausênsia de metástase linfonodal;</p><p>• N1: Metástase para 1-3 linfonodos;</p><p>• N2: Metástase para mais de 4 linfonodos .</p><p>Metástase (M)</p><p>• MX: M Não pode ser avaliadas;</p><p>• M0: Ausência de metástase;</p><p>• M1: Presença de metástase .</p><p>Fonte: Adaptada de sbcp.org.br</p><p>Fatores de Risco para o Câncer</p><p>Fator de risco é definido como a probabilidade de um indivíduo sadio, em exposição</p><p>a um agente, poder desenvolver uma doença ou algum dano. O câncer pode ser de-</p><p>senvolvido por fatores multicausais ou uni causais. Um pré-requisito para a prevenção</p><p>do câncer consiste na identificação dos determinantes do risco à doença. Os fatores de</p><p>riscos podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis.</p><p>De maneira adversa, os fatores de proteção são aqueles que reduzem esse</p><p>risco. Exemplo: ingestão diária de pelo menos cinco porções de frutas, legumes</p><p>e verduras.</p><p>Fatores de Risco Modificáveis</p><p>Diversos fatores de risco classificados como modificáveis já foram identificados como:</p><p>uso de tabaco e álcool, hábitos alimentares inadequados, inatividade física, agentes in-</p><p>fecciosos, radiação ultravioleta, exposições ocupacionais, poluição ambiental, radiação</p><p>ionizante, alimentos contaminados, obesidade e situação socioeconômica.</p><p>Acrescenta-se nessa relação o uso de drogas hormonais, fatores reprodutivos e imu-</p><p>nossupressão.</p><p>15</p><p>UNIDADE Introdução à Oncologia</p><p>A exposição a esses fatores é cumulativa com o tempo e, desse modo, o risco de</p><p>câncer também aumenta com a idade.</p><p>Assim, podemos dizer que: o risco individual de câncer é o resultado da interação</p><p>entre os fatores modificáveis e os não modificáveis.</p><p>Uma notícia favorável é que parte desses fatores ambientais</p><p>depende do compor-</p><p>tamento do indivíduo, que pode ser modificado, reduzindo o risco de desenvolver um</p><p>câncer. Algumas dessas mudanças dependem somente do indivíduo, enquanto outras</p><p>requerem alterações em nível populacional e comunitário.</p><p>Um exemplo de uma modificação em nível individual é a interrupção do uso do taba-</p><p>co e, em nível comunitário, a introdução de uma vacina para o controle de um agente</p><p>infeccioso associado com o desenvolvimento do câncer, como o vírus da hepatite B.</p><p>Importante ressaltar que um alto percentual de mortes por câncer pode ser evitado,</p><p>mas, para isso acontecer, todos devem contribuir para modificar o risco de desenvolvi-</p><p>mento do câncer.</p><p>Conheça a relação dos principais fatores de risco modificáveis:</p><p>Uso de tabaco</p><p>É a principal causa dos cânceres de pulmão, laringe, cavidade oral e esôfago. Tem</p><p>um importante papel nos cânceres de bexiga, leucemia mieloide, pâncreas, colo do</p><p>útero e outros.</p><p>Câncer: prevenção − Superando o tabagismo. Disponível em: https://youtu.be/ex8tI2A-RzI</p><p>Alimentação inadequada</p><p>Uma alimentação rica em gordura saturada e pobre em frutas, legumes e verduras</p><p>aumenta o risco dos cânceres de mama, cólon, próstata e esôfago. Uma alimentação</p><p>rica em alimentos de alta densidade energética aumenta o risco de ganho de peso de</p><p>desenvolvimento da obesidade, que é um fator de risco para diversos tipos de câncer.</p><p>No entanto, consumir frutas, legumes e verduras diminui o risco de cânceres de pul-</p><p>mão, pâncreas, cólon e reto, próstata, esôfago, boca, faringe e laringe.</p><p>Ainda assim, a contaminação de alimentos pode ocorrer naturalmente, como no</p><p>caso das aflatoxinas (câncer de fígado).</p><p>Alimentação e cancêr dicas de preveção. Disponível em: https://bit.ly/3Jk12CU</p><p>Inatividade física</p><p>A prática regular de atividade física diminui o risco de câncer de cólon e reto, de</p><p>mama (na pós-menopausa) e de endométrio; além disso, reduz o risco de desenvolver</p><p>obesidade (fator de risco para diversos tipos de câncer).</p><p>16</p><p>17</p><p>Obesidade</p><p>É um fator de risco importante para os cânceres de endométrio, próstata, rim, vesí-</p><p>cula biliar e mama.</p><p>Consumo excessivo de bebidas alcoólicas</p><p>O uso excessivo de bebidas alcoólicas pode causar cânceres de boca, faringe, laringe,</p><p>esôfago, fígado, mama e cólon e reto.</p><p>Você Sabia?</p><p>O risco de desenvolver câncer de cavidade oral é aumentado quando há associação ao fumo.</p><p>Agentes infecciosos</p><p>Eles respondem por 18% dos cânceres no mundo. O vírus do papiloma humano</p><p>(HPV), o vírus da hepatite B e a bactéria Helicobacter pylori respondem pela maioria</p><p>dos cânceres associados a infecções.</p><p>Radiação ultravioleta/ionizante ultravioleta</p><p>A luz do sol é a maior fonte de raios ultravioleta causadores do câncer de pele. Ioni-</p><p>zante: a mais importante radiação ionizante é proveniente dos Raios X, mas ela também</p><p>pode ocorrer na natureza em pequenas quantidades.</p><p>Exposições ocupacionais</p><p>Substâncias encontradas no ambiente de trabalho, tais como: asbesto, arsênio,</p><p>benzeno, sílica, radiação, agrotóxico, poeira de madeira e de couro e fumaça do</p><p>tabaco são carcinogênicos.</p><p>A poluição tabagista ambiental é a principal poluição em ambientes fechados, segun-</p><p>do a OMS, sendo classificada como tabagismo passivo.</p><p>A poluição ambiental, da água, do ar e do solo respondem por 1% a 4% dos cânceres</p><p>em países desenvolvidos.</p><p>A radiação ionizante e as drogas utilizadas no tratamento quimioterápico aumentam</p><p>o risco de leucemia, câncer de pulmão e mama em profissionais expostos a altas ou</p><p>moderadas doses desses métodos terapêuticos.</p><p>Nível socioeconômico</p><p>A associação do nível socioeconômico com vários tipos de cânceres provavelmente</p><p>se refere ao seu papel como marcador do modo de vida e de exposição das pessoas a</p><p>outros fatores de risco do câncer.</p><p>Comportamento sexual</p><p>Iniciar precocemente as atividades sexuais, possuir parceiro(a) sexual com múltiplas</p><p>parcerias e possuir múltiplos parceiro(a)s sexuais são fatores relacionados ao desenvol-</p><p>17</p><p>UNIDADE Introdução à Oncologia</p><p>vimento de infecção pelo HPV, que é o principal fator de risco para o desenvolvimento</p><p>do câncer do colo do útero.</p><p>Fatores de risco não modificáveis</p><p>Nesse grupo estão relacionados os fatores de risco que não dependem do comporta-</p><p>mento, hábitos e práticas individuais ou coletivas. Também são conhecidos como fatores</p><p>de risco inerentes ao indivíduo. São eles: idade, gênero, etnia/raça e herança genética</p><p>ou hereditariedade.</p><p>Idade</p><p>O risco da maioria dos cânceres aumenta com a idade e, por esse motivo, eles ocor-</p><p>rem mais frequentemente no grupo de pessoas com idade avançada.</p><p>Etnia ou raça</p><p>Os riscos de câncer variam entre grupos humanos de diferentes raças ou etnias. Algu-</p><p>mas dessas diferenças podem refletir características genéticas específicas, enquanto ou-</p><p>tras podem estar relacionadas a estilos de vida e exposições ambientais. Alguns grupos</p><p>étnicos parecem estar protegidos de certos tipos de câncer, como a leucemia linfocítica,</p><p>que é rara em orientais, e os negros dificilmente desenvolvem o Sarcoma de Ewing (uma</p><p>forma de tumor ósseo).</p><p>Hereditariedade</p><p>Com o desenvolvimento da tecnologia e os avanços no campo da genética, muitos es-</p><p>tudos mostram que a origem dos tumores pode ser desencadeada por fatores hereditários.</p><p>Os tumores hereditários mais comuns são os de mama, colorretal e próstata. As</p><p>mutações germinativas já identificadas nos genes supressores de BRCA 1 e BRCA 2</p><p>são responsáveis por 40 a 60% dos casos de câncer de mama e ovário. Outros tumores</p><p>hereditários mais raros são os retinoblastomas, polipose, neuroblastoma e carcinoma</p><p>medular de tireoide.</p><p>No entanto, os estudos muito têm contribuído para os casos hereditários, pois ava-</p><p>liam os indivíduos e famílias com história de câncer e possibilitam recomendações espe-</p><p>cíficas de exames preventivos de rastreamento para o diagnóstico precoce. Grupos de</p><p>estudos nacionais e internacionais estabeleceram critérios para rastrear pessoas assin-</p><p>tomáticas com predisposição para o câncer hereditário. Alguns dos critérios apontam</p><p>que, quando houver pelo menos duas pessoas afetadas pelo câncer de mama na família,</p><p>em pelo menos duas gerações e, principalmente, com diagnóstico antes dos 50 anos,</p><p>deve-se suspeitar do caráter hereditário da doença.</p><p>Gênero</p><p>Quanto ao gênero, certos cânceres ocorrem em apenas um sexo, devido a diferen-</p><p>ças anatômicas, como próstata e colo do útero; enquanto outros ocorrem em ambos os</p><p>sexos, mas com taxas significativas diferentes entre um sexo e outro, como o câncer da</p><p>bexiga (muito mais frequente no homem que na mulher) e o da mama (mais frequente</p><p>na mulher que no homem).</p><p>18</p><p>19</p><p>Assim, quanto aos fatores de risco veja a imagem a seguir:</p><p>Figura 7</p><p>Fonte: Adaptada inca.gov.br</p><p>Medidas de Prevenção</p><p>Você sabe como prevenir o câncer?</p><p>Com conhecimento dos fatores predisponentes para o câncer, passa a ser possível a</p><p>programação de medidas preventivas, de rastreamento e ou detecção precoce.</p><p>De um modo geral, eliminar ou reduzir a exposição aos fatores de risco modificáveis</p><p>é uma medida de prevenção adequada para vários tipos de cânceres.</p><p>O câncer ocupacional possui o mais alto potencial de prevenção uma vez que se co-</p><p>nhece o local e o momento exato da exposição, o que permite interromper a exposição</p><p>mediante a substituição do produto cancerígeno ou da tecnologia empregada.</p><p>Assim, a participação efetiva dos profissionais de saúde nos programas de educação</p><p>comunitária para adoção de hábitos saudáveis de vida – parar de fumar, ter uma alimenta-</p><p>ção rica em fibras e frutas e pobre em gordura animal, limitar a ingestão de bebidas alcoó-</p><p>licas, praticar atividade física regularmente e controlar o peso – é de extrema importância.</p><p>A participação de membros da comunidade em atividades educativas pode ser uma</p><p>das estratégias para a informação e divulgação das medidas de controle do câncer. Para</p><p>isso acontecer, os profissionais de saúde devem instruí-los, orientando-os, em primeiro</p><p>lugar, quanto às possíveis medidas alimentares e comportamentais</p><p>que valem a pena</p><p>serem estimuladas: evitar obesidade e sobrepeso, sedentarismo, fumo, alimentos de alta</p><p>concentração calórica e ingestão alcoólica em excesso.</p><p>19</p><p>UNIDADE Introdução à Oncologia</p><p>Quanto à prevenção secundária do câncer, é fundamental detectar e tratar doenças</p><p>pré-malignas, como as lesões causadas pelo vírus HPV, os pólipos intestinais, infecção</p><p>pelo vírus da hepatite C e outras infecções.</p><p>Os avanços na descoberta de infecções virais, como agentes causadores dos diferen-</p><p>tes tipos de câncer, também têm propiciado investigações científicas no desenvolvimen-</p><p>to de vacinas contra os vírus, como ocorre com o HPV e vírus da hepatite, gerando</p><p>assim a resposta imunológica do organismo.</p><p>Figura 8</p><p>Fonte: Adaptada de wcrf.org</p><p>O papel do(a) enfermeiro(a) em oncologia não é somente prestar assistência ao pa-</p><p>ciente durante o tratamento, mas também atuar na prevenção da doença. A constata-</p><p>ção de que as medidas preventivas têm sido a maior defesa na luta contra o câncer e a</p><p>possibilidade de diagnosticar mais precocemente possível algumas neoplasias malignas</p><p>resultam em uma mudança substancial no perfil epidemiológico da doença.</p><p>O(a) enfermeiro(a), no seu papel educador, deve cumprir e fazer cumprir as ações e</p><p>diretrizes traçadas pela política nacional de prevenção e controle do câncer, no que diz:</p><p>Ter um conjunto de ações estabelecidas e contínuas, que levem à conscientização da</p><p>população quanto aos fatores de riscos de câncer, que promovam a detecção precoce</p><p>do câncer e que deem acesso a um tratamento de qualidade, equitativo e em todo o</p><p>território nacional.</p><p>Portaria Nº 874, de 16 de Maio de 2013. Disponível: https://bit.ly/3rYWBTa</p><p>20</p><p>21</p><p>Material Complementar</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:</p><p>Leitura</p><p>A situação do câncer no Brasil</p><p>https://bit.ly/31YJdE3</p><p>Infecções</p><p>https://bit.ly/2PIx0Ru</p><p>Incidência de Câncer no Brasil</p><p>https://bit.ly/39Yruke</p><p>Estadiamento</p><p>https://bit.ly/3t7tyxV</p><p>ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer</p><p>https://bit.ly/3s9TvLX</p><p>Curso de atualização – ABC do câncer: Abordagens Básicas para o Controle do Câncer</p><p>https://bit.ly/3uBF1WR</p><p>21</p><p>UNIDADE Introdução à Oncologia</p><p>Referências</p><p>FIGUEIREDO, N. M. A. Enfermagem oncológica: conceitos e prática. 1. Ed. São</p><p>Caetano: Yendis, 2009.</p><p>FONSECA, S. M.; PEREIRA, S. R. (Coord.). Enfermagem em oncologia. São Paulo:</p><p>Atheneu, 2014.</p><p>LOPES, A. Oncologia para a graduação. 1. Ed. Ribeirão Preto: Tecmed, 2008.</p><p>MOHALLEN, A. G. C.; RODRIGUES, A. B. Enfermagem oncológica. Barueri, SP:</p><p>Manole, 2007.</p><p>22</p>

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