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<p>CONTRAINCÊNDIO</p><p>Av.Monteiro Lobato 6365, Cumbica - Guarulhos SP -CEP 07184000</p><p>http://www.ila.intraer - http://www2.fab.mil.br/ila/</p><p>Tel: (11) 2465-2009 - (11) 2465-6416</p><p>COMANDO DA AERONÁUTICA</p><p>COMANDO GERAL DE APOIO</p><p>INSTITUTO DE LOGÍSTICA DA AERONÁUTICA</p><p>Aptl 92-00</p><p>PROTEÇÃO CONTRAINCÊNDIO</p><p>2020</p><p>Rejeição de Responsabilidade</p><p>O presente trabalho foi desenvolvido para uso didático, em cursos que são oferecidos pelo Insti-</p><p>tuto de Logística da Aeronáutica (ILA). O seu conteúdo é fruto de pesquisa em fontes citadas na</p><p>referência bibliográfi ca, e que o(s) autor(es)/revisor(es) acreditam ser confi áveis. No entanto,</p><p>nem o ILA, nem o(s) autor(es)/revisor(es) garantem a exatidão e a atualização das informações</p><p>aqui apresentadas, rejeitando a responsabilidade por quaisquer erros e/ou omissões, ou por</p><p>danos e prejuízos que possam advir do uso dessas informações. Esse trabalho é publicado com</p><p>o objetivo de suprir informações acerca dos temas nele abordados, não devendo ser entendido</p><p>como um substituto dos serviços prestados por profi ssionais da área, ou das publicações técni-</p><p>cas específi cas que tratam de assuntos correlatos.</p><p>Aptl 92-00/2020</p><p>OBJETIVOS</p><p>(Cn) - Identificar o conceito de fogo, os elementos que o compõe e suas carac</p><p>terísticas;</p><p>(Cn) - Identificar o conceito de incêndio, suas características, fases, classifica</p><p>ção e formas de extinção;</p><p>(Cn) - Identificar o fenômeno de reação em cadeia;</p><p>(Cn) - Identificar os diversos tipos de combustíveis e suas características;</p><p>(Cn) - Identificar as fontes de calor, formas de propagação e seus efeitos;</p><p>(Cn) - Identificar o processo de combustão e suas consequências;</p><p>(Cn) - Identificar os fatores que ocasionam incêndio;</p><p>(Cn) - Enumerar as situações que contribuem para que ocorra o incêndio;</p><p>(Ap) - Praticar as ações de prevenção de contraincêndio;</p><p>(Cn) - Identificar os agentes extintores principais e complementares;</p><p>(Cn) - Identificar as características dos agentes extintores;</p><p>(An) - Distinguir as maneiras de aplicação dos agentes extintores; e</p><p>(Cp) - Discutir as desvantagens dos agentes extintores.</p><p>Aptl 92-00/2020</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 PROTEÇÃO CONTRAINCÊNDIO EM EDIFICAÇÕES ...........................................7</p><p>1.1 ESTRUTURAS DAS EDIFICAÇÕES EM INCÊNDIOS ..............................................8</p><p>1.1.1 PROTEÇÃO CONTRAINCÊNDIO ...............................................................................8</p><p>1.1.2 DESENVOLVIMENTO DE UM INCÊNDIO...............................................................9</p><p>1.1.3 RESISTÊNCIA DA ESTRUTURA DA EDIFICAÇÃO AO FOGO .........................10</p><p>1.1.4 REVESTIMENTOS, SELAGENS E VEDAÇÕES DE PROTEÇÃO ......................10</p><p>1.2 PROTEÇÃO PASSIVA CONTRA O FOGO ..................................................................14</p><p>1.2.1 PROTEÇÃO DAS ESTRUTURAS DAS EDIFICAÇÕES ........................................15</p><p>1.2.2 ISOLAMENTO DE UMA EDIFICAÇÃO EM RELAÇÃO À OUTRA ...................15</p><p>1.2.3 COMPARTIMENTAÇÃO DA EDIFICAÇÃO ...........................................................16</p><p>1.2.4 PROTEÇÃO DE CABOS ELÉTRICOS ......................................................................18</p><p>1.2.5 CONTROLE DO MATERIAL DE ACABAMENTO .................................................19</p><p>1.2.6 CONTROLE DO MATERIAL DEPOSITADO NA EDIFICAÇÃO .........................20</p><p>1.2.7 IGNIFUGAÇÃO ............................................................................................................20</p><p>1.2.8 ISOLAMENTO DE RISCOS DENTRO DA EDIFICAÇÃO ....................................21</p><p>1.2.9 MEIOS DE FUGA ..........................................................................................................21</p><p>1.2.10 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA ........................................................................38</p><p>1.2.11 CORES UTILIZADAS NA SEGURANÇA EM EDIFICAÇÕES ...........................42</p><p>1.2.12 SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS</p><p>ATMOSFÉRICAS - SPDA ........................................................................................43</p><p>1.2.13 PLANTAS DE RISCO .................................................................................................50</p><p>1.2.14 ACESSO PARA VIATURAS DE BOMBEIROS ......................................................52</p><p>1.3 PROTEÇÃO ATIVA CONTRAINCÊNDIO ...................................................................52</p><p>1.3.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR EXTINTORES ......................................................53</p><p>1.3.2 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR HIDRANTES ........................................................54</p><p>1.3.3 LINHAS DE MANGUEIRA .........................................................................................58</p><p>1.3.4 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR MANGOTINHOS ................................................63</p><p>1.3.5 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR CHUVEIROS AUTOMÁTICOS</p><p>(SPRINKLERS) .............................................................................................................63</p><p>1.3.6 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR GASES EXTINTORES .......................................81</p><p>1.3.7 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA ..................................................82</p><p>1.3.8 SISTEMA DE DETECÇÃO, ALARME E COMUNICAÇÕES ................................83</p><p>1.3.9 BRIGADA CONTRAINCÊNDIO ................................................................................94</p><p>1.3.10 MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO ..................................................95</p><p>2 EXTINTORES DE INCÊNDIO PORTÁTEIS: SOBRE RODAS E</p><p>REBOCÁVEIS ....................................................................................................................96</p><p>2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS EXTINTORES .......................................................................96</p><p>2.1.1 APRESENTAÇÃO .........................................................................................................96</p><p>2.1.2 PORTABILIDADE ........................................................................................................97</p><p>2.1.3 PRESSÃO DE TRABALHO .........................................................................................97</p><p>2.1.4 PRESSURIZAÇÃO .......................................................................................................97</p><p>2.1.5 INDICADOR DE PRESSÃO ........................................................................................98</p><p>2.1.6 CILINDRO DE PRESSURIZAÇÃO ...........................................................................99</p><p>2.1.7 AGENTES EXPELENTES ...........................................................................................99</p><p>2.1.8 CÂMARA DE EXPANSÃO (OU DE PRESSURIZAÇÃO) ......................................99</p><p>2.1.9 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ........................................................................99</p><p>2.1.10 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA .......................................................................100</p><p>2.1.11 RÓTULO .....................................................................................................................102</p><p>2.1.12 TRANSPORTE DOS APARELHOS EXTINTORES .............................................103</p><p>2.1.13 APARELHOS EXTINTORES PORTÁTEIS ..........................................................103</p><p>2.1.14 APARELHOS EXTINTORES SOBRE RODAS (CARRETAS) ...........................120</p><p>2.1.15 APARELHOS EXTINTORES REBOCÁVEIS .......................................................128</p><p>2.1.16 APARELHOS EXTINTORES FIXOS .....................................................................129</p><p>Aptl 92-00/2020</p><p>3 NOÇÕES DE SEGURANÇA DO TRABALHO .........................................................132</p><p>3.1 NOÇÕES DE SEGURANÇA NO TRABALHO APLICADA ÀS ATIVIDADES DE</p><p>BOMBEIRO ....................................................................................................................132</p><p>3.1.1 CONCEITOS DE ACIDENTE DE TRABALHO .....................................................132</p><p>3.1.2 INCIDENTE DO TRABALHO ..................................................................................134</p><p>a lotação admitida (Fig. 108).</p><p>Lotação Máxima:</p><p>150 pessoas sentadas</p><p>d) Demarcar áreas utilizadas para depósito de materiais, instala-</p><p>ções de máquinas e/ou equipamentos industriais, e locais destinados a estacionamen-</p><p>to de veículos, com o objetivo de defi nir um layout no piso que garanta o acesso do pú-</p><p>blico às rotas de saída e aos equipamentos de combate a incêndio e alarme (Fig. 109).</p><p>Quando se tratar de hidrante e extintor de incêndio instalados em garagem, área de fabricação,</p><p>depósito e locais utilizados para movimentação de mercadorias e de grande varejo, deve ser</p><p>implantada também a sinalização de piso (Fig. 110).</p><p>Figura - 105</p><p>Figura - 106</p><p>Figura - 108</p><p>Figura - 109</p><p>Figura - 110</p><p>Figura - 107</p><p>Figuras - 105 a 107</p><p>Aptl 92-00/202042/152</p><p>e) Identifi car, através de pintura diferenciada, as tubulações e acessórios uti-</p><p>lizados para sistemas de hidrantes e chuveiros automáticos. As tubulações aparentes, quando</p><p>não embutidas na alvenaria (parede e piso), devem ter pintura na cor vermelha (Fig. 111).</p><p>No sistema de chuveiros automáticos, as tubulações dos ramais podem ser pintadas na cor</p><p>branca, desde que os chuveiros automáticos sejam facilmente visualizados para identifi ca-</p><p>ção do sistema; caso contrário, a tubulação na cor branca deverá receber pintura em forma</p><p>de anel, em cor vermelha, com largura não inferior a 30 mm (3 cm), distanciadas entre si de</p><p>3,0 m a 4,0 m ao longo da rede (Fig. 112). Os acessórios hidráulicos (válvulas de retenção,</p><p>registros de paragem, válvulas de governo e alarme) devem receber pintura na cor amarela.</p><p>A tampa de abrigo do registro de recalque deve ser pintada na cor vermelha (Figs. 113 e 114).</p><p>1.2.11 CORES UTILIZADAS NA SEGURANÇA EM EDIFICAÇÕES</p><p>VERMELHO</p><p>É empregado para identifi car equipamentos de combate a incêndio.</p><p>AMARELO</p><p>• Canalizações de gases não liquefeitos;</p><p>• Bordos desguarnecidos de aberturas no solo (poço, entradas subterrâneas,</p><p>plataformas, etc) que não possam ter corrimões;</p><p>• Vigas colocadas à baixa altura;</p><p>• Pilastras, vigas, postes, colunas e partes salientes de estruturas e equipamen-</p><p>tos em que se possa esbarrar;</p><p>• Listras (verticais ou inclinadas) e quadrados pretos serão utilizados sobre o</p><p>amarelo quando houver necessidade de melhorar a visibilidade da sinaliza-</p><p>ção.</p><p>AZUL</p><p>Deve ser utilizado em canalização contendo ar comprimido.</p><p>VERDE</p><p>• Canalização de água potável;</p><p>• Caixas de equipamento de socorro de urgência;</p><p>• Chuveiros de emergência;</p><p>• Macas;</p><p>• Fontes lavadoras de olhos.</p><p>Figura - 111</p><p>Figura - 112</p><p>Figura - 113</p><p>Figura - 114</p><p>Figuras - 111 a 114</p><p>Aptl 92-00/2020 43/152</p><p>LARANJA</p><p>• Canalizações contendo ácidos;</p><p>• Partes móveis de máquinas e equipamentos;</p><p>• Faces internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos;</p><p>• Faces externas de polias e engrenagens.</p><p>PÚRPURA</p><p>A cor púrpura será utilizada para indicar os perigos provenientes das radiações.</p><p>LILÁS</p><p>Deve ser utilizado em canalizações que contenham álcalis.</p><p>CINZA CLARO</p><p>Deve ser utilizado em canalizações a vácuo.</p><p>CINZA ESCURO</p><p>Deve ser utilizado em eletrodutos.</p><p>ALUMÍNIO</p><p>Deve ser utilizado em canalizações contendo gases liquefeitos, infl amáveis e</p><p>combustíveis de baixa viscosidade (exemplos: óleo diesel, gasolina, querosene, óleo lubrifi can-</p><p>te, etc.).</p><p>Quando houver a necessidade de uma identifi cação mais detalhada (concentra-</p><p>ção, temperatura, pressão, pureza, etc.), ela deverá ser feita por intermédio de faixas de cores</p><p>diferentes, aplicadas sobre a cor básica. Essas faixas devem possibilitar facilmente a sua visua-</p><p>lização em qualquer parte da canalização.</p><p>O sentido de transporte do fl uido, quando necessário, deverá ser indicado por</p><p>meio de seta pintada em cor contrastante sobre a cor básica da canalização.</p><p>1.2.12 SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS - SPDA</p><p>A descarga elétrica atmosférica (raio) é um fenômeno da natureza absolutamen-</p><p>te imprevisível e aleatório, tanto em relação às suas características elétricas (intensidade de</p><p>corrente, tempo de duração, etc.), como</p><p>em relação aos efeitos destruidores de-</p><p>correntes de sua incidência sobre as edi-</p><p>fi cações.</p><p>É sabido que uma descar-</p><p>ga elétrica ou um centelhamento de ori-</p><p>gem atmosférica, pode provocar destrui-</p><p>ção total ou parcial de estruturas, seja por</p><p>incêndio, explosão, perfuração ou rompi-</p><p>mento mecânico, comprometendo a se-</p><p>gurança das pessoas que estejam dentro</p><p>dessas estruturas ou nos seus arredores.</p><p>O sistema de proteção</p><p>contra descargas atmosféricas (SPDA)</p><p>visa proteger as edifi cações e estruturas,</p><p>evitando que a descarga as atinjam diretamente. O sistema estabelece um caminho eletricamen-</p><p>te mais favorável e seguro para a condução da energia elétrica até o solo, e sua dissipação no</p><p>substrato terrestre.</p><p>Nada em termos práticos pode ser feito para impedir a “queda” de uma descarga</p><p>em determinada região. As soluções internacionalmente aplicadas baseiam-se na colocação de</p><p>pontos preferenciais de captação e condução segura da descarga elétrica para o solo, objetivan-</p><p>do apenas minimizar os seus efeitos destruidores.</p><p>Figura - 115</p><p>Aptl 92-00/202044/152</p><p>O SPDA não pára o raio, não atrai o raio e nem evita que o raio caia.!</p><p>O que muitos chamam de “pára-raios” refere-se apenas aos elementos de capta-</p><p>ção, condução e dissipação de energia para o solo. Esse sistema não protege os equipamentos</p><p>elétricos contidos nas edifi cações por ele protegido. Para se conseguir uma efetiva proteção, é</p><p>necessária a correta instalação de supressores de surto ou protetores nos quadros de energia,</p><p>telefonia, TV a cabo, nos equipamentos elétricos e eletrônicos, etc.</p><p>Assim, um SPDA é constituído de um conjunto de elementos de captação (ou</p><p>simplesmente captores), um conjunto de elementos de condução até ao solo (condutores de</p><p>descida, ou simplesmente descidas), um conjunto de elementos de dissipação de energia para o</p><p>solo (ou aterramentos) e de elementos de equalização de potenciais (ou ligação equipotencial)</p><p>que devem ser adequadamente dimensionados para que resistam à passagem das correntes elé-</p><p>tricas desenvolvidas durante a incidência das descargas atmosféricas, e cuidadosamente insta-</p><p>lados, garantindo a integridade física das estruturas e a segurança de seus usuários.</p><p>Quando uma edifi cação possui antenas ou outras estruturas em seu topo, o SPDA</p><p>deverá possuir mastros com captores localizados acima dessas estruturas.</p><p>Quanto à sua instalação, basicamente existem 2 tipos de SPDA.</p><p>a) SPDA Externo</p><p>Elaborado quando a edifi cação já está construída. As descidas podem ser</p><p>constituídas por barras chatas fi xadas sobre a estrutura, cabos de alumínio ou cobre instalados</p><p>dentro de eletrodutos, ou cabos de alumínio de 16mm com suporte guia, para manter o cabo</p><p>afastado do contato direto com a estrutura protegida (Fig. 117).</p><p>Figura - 116</p><p>Figura - 117</p><p>Aptl 92-00/2020 45/152</p><p>b) SPDA Estrutural</p><p>Elaborado durante a construção. É utilizada a</p><p>própria ferragem da estrutura da edifi cação para servir de con-</p><p>dutor. Deve ser feito um teste de continuidade nas ferragens e,</p><p>caso estas não tenham continuidade elétrica, deverá ser instalado</p><p>um cabo de aço galvanizado em todos os pilares para garantir a</p><p>continuidade da passagem da descarga elétrica (Fig. 118).</p><p>Podemos dividir um SPDA em um subsistema</p><p>externo e outro interno, sendo que, em alguns casos, existe a</p><p>necessidade de apenas um deles.</p><p>c) Subsistema Externo (Fig. 119)</p><p>• É constituído de:</p><p>• Captores;</p><p>• Condutores de descida; e</p><p>• Sistema de aterramento.</p><p>d) Subsistema Interno</p><p>Abrange um conjunto de dispositivos que reduzem os efeitos elétricos e mag-</p><p>néticos, dentro da estrutura protegida, provocados pela passagem da descarga elétrica no sub-</p><p>sistema externo.</p><p>• Condutores de ligação equipotencial;</p><p>• Supressores de surto; e</p><p>• Condutores blindados devidamente aterrados.</p><p>Figura - 118</p><p>Figura - 119</p><p>Aptl 92-00/202046/152</p><p>1.2.12.1 Dimensionamento de um SPDA</p><p>O dimensionamento do SPDA, segundo a norma da ABNT vigente, é realizado</p><p>através de um cálculo complexo que envolve as seguintes variáveis:</p><p>• Dimensões da edifi cação (comprimento, largura e altura);</p><p>• Número de dias de trovoada por ano na região;</p><p>• Tipo de ocupação da edifi cação;</p><p>• Tipo de construção (estrutura);</p><p>• Conteúdo da edifi cação;</p><p>• Localização da edifi cação; e</p><p>• Topografi a da região onde está localizada a edifi cação.</p><p>O responsável pela instalação do SPDA deve fornecer a seguinte documentação:</p><p>• ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), que é o documento de respon-</p><p>sabilidade da empresa e de um engenheiro responsável pela instalação;</p><p>• Projeto detalhado do sistema;</p><p>• Relatório técnico descrevendo como foi feita a instalação; e</p><p>• Um certifi cado, para ser colocado em local visível, garantido que o sistema</p><p>está em perfeitas condições (este certifi cado terá validade de um ano, quando</p><p>deverá ser contratada uma inspeção visual).</p><p>Figura - 120</p><p>Figura - 121</p><p>Aptl 92-00/2020 47/152</p><p>A implantação e a manutenção de um SPDA</p><p>é normalizada internacionalmente pela IEC (International</p><p>Eletrotecnical Comission), e em cada país, por entidades</p><p>próprias, como a ABNT (Brasil) e NFPA (Estados Unidos).</p><p>Somente os projetos elaborados com base</p><p>nas normas em vigor, podem assegurar uma instalação dita</p><p>efi ciente e confi ável. Entretanto, esta efi ciência nunca</p><p>atingirá os 100 %, estando estas instalações, sujeitas a</p><p>falhas de proteção. A ocorrência mais comum numa edifi -</p><p>cação com SPDA corretamente instalado e manutenido é a</p><p>destruição de pequenos trechos do revestimento das facha-</p><p>das ou de quinas da edifi cação.</p><p>A confi abilidade do sistema é fundamental,</p><p>pois um sistema inefi ciente gera uma falsa expectativa: as pessoas acham que estão protegidas,</p><p>mas na realidade não estão. O sistema instalado é inadequado e não vai atuar como deveria, não</p><p>garantindo segurança às pessoas nem à edifi cação onde ele está instalado. Não se pode precisar</p><p>o risco quando um SPDA inadequado é instalado, pois a descarga elétrica que o atingirá não</p><p>será conduzida de forma segura para o solo, gerando centelhamentos perigosos dentro da edi-</p><p>fi cação (pequenas descargas ou arcos elétricos que podem causar lesões nas pessoas, incêndios</p><p>ou a queima de equipamentos eletro-eletrônicos).</p><p>Quando a edifi cação não possui documentação</p><p>referente ao SPDA, o responsável deve procurar a construtora</p><p>ou a empresa que fez a instalação e solicitar a documentação,</p><p>inclusive a ART. Caso eles se neguem a entregar, entre em</p><p>contato com o Conselho Regional de Engenharia e Arquite-</p><p>tura (CREA) da região e faça uma denúncia. Se a construção</p><p>é muito antiga, solicite uma inspeção para saber como está sua</p><p>instalação e como fazer para adequá-la à norma.</p><p>O tipo e o posicionamento do SPDA devem ser</p><p>estudados cuidadosamente no estágio de projeto da edifi cação,</p><p>para se tirar o máximo proveito dos elementos condutores da</p><p>própria estrutura. Isto facilita a elaboração do projeto e a cons-</p><p>trução de uma instalação integrada, que permite melhorar o as-</p><p>pecto estético, aumentar a efi ciência do sistema e minimizar</p><p>custos.</p><p>Figura - 122</p><p>Figura - 123</p><p>Figura - 124</p><p>Aptl 92-00/202048/152</p><p>1.2.12.2 Inspeção Visual de um SPDA</p><p>Para garantir a confi abilidade do SPDA, a NBR 5419 estabelece a realização de</p><p>inspeções. Os procedimentos aqui descritos servem como orientador para os responsáveis pelo</p><p>SESCINC em edifi cações.</p><p>I.1- Veri car se o SPDA está conforme o projeto (se este existir) e se atende as diretrizes atuais da NBR</p><p>5419;</p><p>I.2- Veri car visualmente o estado de todos os componentes do SPDA (se existem tubos de proteção e</p><p>conectores quebrados, cabo de descida partido e existência de corrosão). Constatada alguma irregularidade,</p><p>deve-se providenciar a manutenção;</p><p>I.3- Veri car se o valor da resistência de aterramento seja compatível com o arranjo e com as dimensões</p><p>do subsistema de aterramento, e com a resistividade do solo. Excetuam-se desta exigência os sistemas que</p><p>usam as fundações como eletrodo de aterramento;</p><p>OBS: a resistência pode também ser calculada a partir da estrati cação do solo e com uso de um programa</p><p>adequado. Neste caso ca dispensada a medição da resistência de aterramento</p><p>I.4- Veri car se todas as construções acrescentadas à estrutura posteriormente à instalação original</p><p>estão integradas no volume a proteger, mediante ligação ao SPDA ou ampliação deste;</p><p>Manutenção</p><p>• Verifi car a fi xação de todos os componentes e reapertar ou, se necessário,</p><p>efetuar nova fi xação.</p><p>• Substituir componentes danifi cados;</p><p>• Limpar e/ou remover eventuais corrosões, substituir componentes com corro-</p><p>são e aplicar produtos para inibir novas corrosões.</p><p>Periodicidade das inspeções</p><p>Período Inspeção SPDA</p><p>1 ano I.2 Todas edi cações que possuem SPDA</p><p>1 ano I.1, I.2 e I.3.</p><p>Edi cações contendo munição ou explosivos, ou em locais expostos à corrosão</p><p>atmosférica severa (regiões litorâneas, ambientes industriais com atmosfera</p><p>agressiva etc.).</p><p>3 anos I.1, I.2 e I.3.</p><p>Instalado em edi cações destinadas a grandes concentrações públicas (por</p><p>exemplo: hospitais, escolas, teatros, cinemas, estádios de esporte, centros</p><p>comerciais e pavilhões), indústrias contendo áreas com risco de explosão,</p><p>conforme a NBR 9518, e depósitos de material in amável;</p><p>5 anos I.1, I.2 e I.3.</p><p>Instalado em edi cações com ns residenciais, comerciais, administrativos,</p><p>agrícolas ou industriais, excetuando-se áreas classi cadas com risco de</p><p>incêndio ou explosão.</p><p>Situações especiais nas quais deverá ser providenciada a inspeção no SPDA:</p><p>a) Durante a construção da estrutura, para verifi car a correta instalação dos ele-</p><p>trodos de aterramento e das condições para utilização das armaduras como integrantes da gaiola</p><p>de Faraday, é necessário fazer as inspeções I.1, I.2 e I.3;</p><p>b) Após o término da instalação do SPDA, é necessário fazer as inspeções I.1,</p><p>I.2 e I.3;</p><p>c) Após qualquer modifi cação ou reparo no SPDA, é necessário fazer as inspe-</p><p>ções I.1 e I.3;</p><p>d) Da vez que for constatado que o SPDA foi atingido por uma descarga atmos-</p><p>férica, é necessário fazer as inspeções I.2 e I.3;</p><p>e) Após reforma das fachadas, ampliação ou alteração da cobertura da edifi ca-</p><p>ção, é necessário fazer as inspeções I.1, I.2 e I.3 e I.4.</p><p>Tabela - 1</p><p>Aptl 92-00/2020 49/152</p><p>Tubulações de gás deverão distar em no mí-</p><p>nimo 2 m das descidas. Na impossibilidade da manutenção</p><p>deste distanciamento, essas tubulações deverão estar inter-</p><p>ligadas a cada 20 m de sua altura por meio de uma ligação</p><p>eqüipotencial conforme estabelece a NBR 5419.</p><p>O tempo de vida de um SPDA é de aproxima-</p><p>damente 20 anos ou mais. Depende do tipo e da qualidade</p><p>dos materiais utilizados, das manutenções e da incidência</p><p>de descargas atmosféricas e maresia no local.</p><p>A inspeção não se aplica aos subsistemas do</p><p>SPDA instalados, que tenham seus acessos impossibilitados</p><p>por estarem embutidos no concreto armado (ferragens es-</p><p>truturais) ou reboco.</p><p>1.2.12.3 Tipos de SPDA</p><p>a) SPDA do tipo Franklin</p><p>Utiliza a propriedade das pontas metálicas para provocar o escoamento das</p><p>cargas elétricas. O método proposto por Franklin tem por base a instalação de um captor de</p><p>aço inoxidável ou cobre, provido de 3 ou mais pontas, numa haste elevada. Este captor produz,</p><p>sob a nuvem carregada, uma alta concentração de</p><p>cargas elétricas, produzindo um campo elétrico que</p><p>propicia a descarga através da camada de ar. Quando</p><p>uma descarga se dirige à edifi cação, esse sistema se</p><p>encarrega de captá-la e conduzi-la pelos condutores</p><p>de descida até o solo, mantendo a edifi cação eletri-</p><p>camente neutra (Fig. 127).</p><p>Figura - 125</p><p>Figura - 126</p><p>Figura - 127</p><p>Aptl 92-00/202050/152</p><p>b) SPDA do tipo Gaiola de Faraday</p><p>A Gaiola de Faraday foi um expe-</p><p>rimento conduzido por Michael Faraday para provar</p><p>que uma superfície condutora eletrizada possui cam-</p><p>po elétrico nulo em seu interior, devido ao fato das</p><p>cargas se distribuírem de forma homogênea na parte</p><p>mais externa da superfície condutora.</p><p>Consiste na instalação de várias</p><p>pequenas hastes captoras espalhadas pelas extremi-</p><p>dades da edifi cação, interligadas por condutores, de</p><p>modo que</p><p>ela fi que envolta numa espécie de “gaiola”</p><p>(Fig. 128).</p><p>Quando uma descarga se dirige</p><p>para a edifi cação, esse sistema se encarrega de captá-</p><p>-la e distribuí-la pelos diferentes ramais que levam</p><p>aos diferentes condutores de descida que vão até o</p><p>solo, mantendo a edifi cação eletricamente neutra. É uma proteção efi ciente e largamente ado-</p><p>tada. Para melhorar sua efi ciência, pode ser usada em conjunto com a proteção do tipo Franklin.</p><p>c) SPDA do tipo Radioativo</p><p>O sistema de pára-raio radioativo, classifi cado como inefi ciente pela Co-</p><p>missão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), foi proibido pelo Decreto nº 33.132/93, desde</p><p>abril/95. Para reconhecer um captor radioativo basta verifi car se na extremidade superior da sua</p><p>haste há placas em forma de pratos empilhados (Fig. 129).</p><p>1.2.13 PLANTAS DE RISCO</p><p>Dispositivo destinado a indicar a localização da pessoa que a está observando,</p><p>a rota de fuga mais próxima e a localização dos equipamentos de combate a incêndio e salva-</p><p>mento, além de outras informações julgadas necessárias pelos responsáveis pela segurança da</p><p>edifi cação, tais como:</p><p>a) Ruas de acesso;</p><p>b) Saídas, escadas, corredores e elevadores de emergência;</p><p>c) Válvulas de controle de gás e outros combustíveis;</p><p>d) Chaves de controle elétrico;</p><p>Figura - 128</p><p>Figura - 129</p><p>Figura - 130</p><p>Aptl 92-00/2020 51/152</p><p>e) Localização de produtos químicos perigo-</p><p>sos;</p><p>f) Reservatórios de gases liquefeitos, com-</p><p>primidos e de produtos perigosos;</p><p>g) Registros e portas corta-fogo, que fecham</p><p>automaticamente em caso de incêndios e botoeiras para</p><p>acionamento manual desses dispositivos;</p><p>h) Pontos de saída de fumaça;</p><p>i) Janelas que podem ser abertas em edifí-</p><p>cios selados;</p><p>j) Painéis de sinalização e alarme de in-</p><p>cêndio;</p><p>k) Casa de bombas do sistema de hidrantes e</p><p>de chuveiros automáticos;</p><p>l) Extintores;</p><p>m) Sistema de ventilação e localização das</p><p>chaves de controle;</p><p>n) Sistemas de chuveiros automáticos e res-</p><p>pectivas válvulas de controle; e</p><p>o) Hidrantes internos e externos e respecti-</p><p>vas válvulas de controle, registros de recalque etc.</p><p>Recomenda-se que as plantas de risco sejam</p><p>colocadas na entrada das edifi cações constituídas de gran-</p><p>de área construída, nos quartos das edifi cações destinadas</p><p>à hospedagem, em locais de reunião de grande número de pessoas e em outros locais julgados</p><p>convenientes pelo pessoal responsável pela segurança da edifi cação.</p><p>Simbologia das Cores</p><p>No mapa de risco, os riscos</p><p>são representados e indicados</p><p>por círculos coloridos de três</p><p>tamanhos diferentes, a saber:</p><p>Risco Biológico Leve</p><p>Risco Biológico Médio</p><p>Risco Biológico Elevado</p><p>Risco Químico Leve</p><p>Risco Químico Médio</p><p>Risco Químico Elevado</p><p>Risco Ergonômico Elevado</p><p>Risco Mecânico Elevado</p><p>Risco Físico Elevado</p><p>Risco Físico Leve</p><p>Risco Físico Médio</p><p>Risco Mecânico Leve</p><p>Risco Mecânico Médio</p><p>Risco Ergonômico Leve</p><p>Risco Ergonômico Médio</p><p>Figura - 131</p><p>Figura - 132</p><p>Tabela - 2: Risco Ergonômico Elevado</p><p>Aptl 92-00/202052/152</p><p>1.2.14 ACESSO PARA VIATURAS DE BOMBEIROS</p><p>É fundamental que as viaturas de salvamento e combate a incêndio possam se</p><p>aproximar ao máximo da edifi cação afetada pelo incêndio, de tal forma que o salvamento e o</p><p>combate ao fogo possam ser iniciados sem demora e não seja necessária a utilização de linhas</p><p>de mangueiras muito longas. A aproximação de viaturas com escadas e plataformas aéreas tam-</p><p>bém é muito importante para a realização de salvamentos pela fachada da edifi cação.</p><p>Para isso, as vias públicas ou privadas devem possibilitar a livre circulação das</p><p>viaturas de bombeiros e o seu posicionamento adequado em relação às fachadas das edifi ca-</p><p>ções, aos hidrantes e aos acessos ao interior da edifi cação. Tais vias também devem ser prepa-</p><p>radas para suportar os esforços provenientes da circulação, estacionamento e manobras dessas</p><p>viaturas.</p><p>Também é de fundamental importância que os portões de acesso às edifi cações</p><p>possibilitem a passagem das viaturas de bombeiros.</p><p>1.3 PROTEÇÃO ATIVA CONTRAINCÊNDIO</p><p>São medidas de segurança contraincêndio que de-</p><p>pendem de uma ação inicial para o seu funcionamento, seja ela</p><p>manual ou automática. Exemplos: extintores, hidrantes, chuveiros</p><p>automáticos, sistemas fi xos de gases extintores, etc.</p><p>As medidas ativas de proteção abrangem a detecção,</p><p>alarme e extinção do incêndio, automática e/ou manual.</p><p>De uma maneira mais abrangente, podemos defi nir</p><p>proteção ativa como sendo sistemas instalados nas edifi cações que</p><p>detectam, alarmam e proporcionam o combate ao incêndio (manu-</p><p>al ou automático), de modo a impedir a propagação do fogo para</p><p>outras partes da edifi cação, confi nando o incêndio em seu local de</p><p>origem, ou extinguindo. Dessa forma, as pessoas terão condições</p><p>de abandonar a edifi cação em tempo hábil e em segurança.</p><p>Em caso de incêndio, os meios de proteção ativa permitirão:</p><p>a) detectar o início do incêndio de modo a possibilitar o seu combate ainda no</p><p>estágio inicial;</p><p>b) possibilitar a saída dos ocupantes da edifi cação, em condições de segurança,</p><p>tão logo o incêndio seja detectado;</p><p>c) evitar ou minimizar danos à própria edifi cação, a edifi cações adjacentes, à</p><p>infra-estrutura pública e ao meio ambiente.</p><p>Em nosso estudo, abordaremos os seguintes tipos de sistemas de proteção ativa:</p><p>• Sistema de Proteção por Extintores;</p><p>• Sistema de Proteção por Hidrantes;</p><p>• Sistema de Proteção por Mango-</p><p>tinho;</p><p>• Sistema de Proteção por Chuvei-</p><p>ros automáticos;</p><p>• Sistema de Proteção por Gases</p><p>Extintores;</p><p>• Sistema de Iluminação de Emer-</p><p>gência; e</p><p>• Sistema de Detecção e Alarme de</p><p>Incêndio.</p><p>Figura - 133</p><p>Figura - 134</p><p>Aptl 92-00/2020 53/152</p><p>1.3.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR EXTINTORES</p><p>Os aparelhos extintores são destinados a</p><p>combater princípios de incêndio. Suas características,</p><p>operação e aplicação serão abordadas em aula especí-</p><p>fi ca.</p><p>Tanto os extintores portáteis como os</p><p>extintores sobre rodas devem possuir selo ou marca</p><p>de conformidade de órgão competente ou credenciado.</p><p>Além disso, eles devem ser instalados e serem subme-</p><p>tidos a inspeções e manutenções de acordo com a legis-</p><p>lação em vigor.</p><p>1.3.1.1 Dimensionamento do Sistema de Proteção por Extintores</p><p>A quantidade e o tipo de extintores portáteis e sobre rodas a serem instalados</p><p>numa edifi cação são estabelecidos de acordo com as normas técnicas vigentes, sendo em fun-</p><p>ção:</p><p>• Da área a ser protegida;</p><p>• Das distâncias máximas a serem percorridas para alcançar o extintor;</p><p>• Dos riscos a proteger (decorrente das variáveis: natureza e quantidade dos</p><p>combustíveis, da atividade desenvolvida e dos equipamentos a serem prote-</p><p>gidos).</p><p>Os riscos especiais, como cabinas de força, depósitos de gases infl amáveis e</p><p>caldeiras, além de outros especifi cados em norma, devem receber proteção por extintores, inde-</p><p>pendentemente da proteção contraincêndio necessária para a edifi cação.</p><p>1.3.1.2 Instalação dos ExtintorWes</p><p>Os extintores devem ser instalados de forma que sua parte superior fi que, no</p><p>máximo, a 1,60 m acima do piso e sua parte inferior, no mínimo a 0,60 cm do piso, conforme o</p><p>anexo C e não devem ser colocados nas paredes de escadas e antecâmaras das escadas enclausu-</p><p>radas. Os mesmos podem ser apoiados em suportes próprios, em conformidade com as normas</p><p>técnicas vigentes no país. (Figs. 136).</p><p>parede</p><p>vermelho</p><p>25 cm</p><p>17 cm</p><p>piso</p><p>acabado</p><p>bordas internas</p><p>cor: vermelha</p><p>bordas externas</p><p>cor: amarela</p><p>Figura - 135</p><p>Figura - 136</p><p>Aptl 92-00/202054/152</p><p>1.3.2 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR HIDRANTES</p><p>Bem prezados alunos, agora iremos aprender sobre um dos mais importantes</p><p>sistemas que faz parte da prevenção a incêndios em edifi cações, o Sistema de hidrantes. Este</p><p>sistema auxiliará o bombeiro nas situações de emergência com fogo.</p><p>É um sistema de proteção ativa, destinado a conduzir e distribuir tomadas de</p><p>água, com determinada pressão e vazão em uma edifi cação, assegurando seu funcionamento</p><p>por determinado tempo. Os hidrantes podem ser internos ou externos.</p><p>Sua fi nalidade é proporcionar aos ocupantes de uma edifi cação, um meio de</p><p>combate</p><p>para os princípios de incêndio no qual os extintores manuais se tornam insufi cientes</p><p>e permitir a captação de água pelos bombeiros, especialmente durante o combate a incêndios.</p><p>O bombeiro deverá verifi car se os hidrantes estão sinalizados e desobstruídos,</p><p>ou seja, de fácil visualização e acesso livre para manuseio das mangueiras e acessórios acondi-</p><p>cionados no abrigo.</p><p>Todos os hidrantes de parede e abrigo, deverão possuir a conexão de engate rá-</p><p>pido de 63 mm ou reduzida para 38 mm conforme for o caso da ocupação.</p><p>Junto a cada hidrante deverá existir um abrigo de mangueira contendo manguei-</p><p>ra e esguicho.</p><p>A sinalização poderá ser por setas indicativas, de coluna ou de solo.</p><p>Observar que qualquer ponto da edifi cação deve estar protegido pelo hidrante</p><p>mais próximo, considerando 30m de mangueira fazendo caminho pelas passagens existentes.</p><p>Reservatório de água</p><p>e canalização do consumo</p><p>normal do prédio</p><p>Sistema de pressurização</p><p>por bombas</p><p>Abrigo do hidrante</p><p>de parede</p><p>Hidrante de</p><p>recalque</p><p>Figura - 137: Esquema de um sistema de hidrante completo.</p><p>Aptl 92-00/2020 55/152</p><p>Esse sistema de proteção possui a fi nalidade de proporcionar aos ocupantes de</p><p>uma edifi cação, um meio de combate para os princípios de incêndio que extrapolam o poder de</p><p>extinção proporcionado pelos aparelhos extintores.</p><p>Os hidrantes instalados nas edifi cações podem ser de parede ou emergentes (ins-</p><p>talados no acima do piso), também chamados de coluna (Fig. 138).</p><p>Os componentes de um sistema de hidrantes são:</p><p>a) Reserva Exclusiva de Água;</p><p>b) Tubulação;</p><p>c) Válvulas ou Registros de Bloqueio;</p><p>d) Bomba de Incêndio;</p><p>e) Válvula de Retenção;</p><p>f) Válvula de Recalque;</p><p>g) Registros ou Válvulas de Expedição;</p><p>h) Abrigos de mangueiras;</p><p>i) Mangueiras; e</p><p>j) Acessórios (esguichos, chave storz, redução).</p><p>A pressão, vazão e o tempo de fornecimento de água são estabelecidos em nor-</p><p>mas técnicas.</p><p>1.3.2.1 Dimensionamento do Sistema de Hidrantes</p><p>O dimensionamento do sistema é estabelecido de acordo com as normas técnicas</p><p>vigentes, sendo projetado:</p><p>a) De acordo com a classifi cação da carga de incêndio que se espera na edifi ca-</p><p>ção;</p><p>b) De forma a garantir uma pressão e vazão mínima nas tomadas de água (hi-</p><p>drantes) mais desfavoráveis;</p><p>c) De modo a assegurar uma reserva de água para o funcionamento de um núme-</p><p>ro mínimo de hidrantes mais desfavoráveis, por um determinado período de tempo.</p><p>Figura - 138</p><p>Aptl 92-00/202056/152</p><p>Da mesma forma que os extintores, os hidrantes devem ser instalados e serem</p><p>submetidos a inspeções e manutenções de acordo com a legislação em vigor.</p><p>Quando instalados, devem ser sinalizados e permanecerem desobstruídos. Quan-</p><p>do instalados em paredes, deverá haver sinalização de parede. Quando instalados em pilastras,</p><p>deverá haver sinalização em todas as faces da pilastra que estejam voltadas para a área de cir-</p><p>culação. Essas sinalizações, bem como a sinalização de solo, deverão obedecer à legislação em</p><p>vigor (Figs. 139 e 140).</p><p>1.3.2.2 Componentes do Sistema</p><p>Os componentes de um sistema de hidrantes são:</p><p>• Reservatório de água, que pode ser subterrâneo, ao nível do piso elevado; e</p><p>• Sistema de pressurização.</p><p>O sistema de pressurização consiste normalmente em uma bomba de incêndio,</p><p>dimensionada a propiciar um reforço de pressão e vazão, conforme o dimensionamento hidráu-</p><p>lico de que o sistema necessitar.</p><p>1.3.2.3 Tipos de Hidrantes</p><p>1.3.2.3.1 Hidrantes Públicos</p><p>São hidrantes da rede de distribuição pública, para captação de grande quantida-</p><p>de de água pelos bombeiros, para o combate a incêndios.</p><p>Os hidrantes públicos podem ser de coluna ou subterrâneos.</p><p>Figura - 139 Figura - 140</p><p>Figura - 141</p><p>Aptl 92-00/2020 57/152</p><p>a) Hidrantes de coluna</p><p>Hidrantes de coluna, instalados nos passeios públicos, são dotados de juntas</p><p>de união para conexão com mangotes, mangueiras ou mangueirotes. O mais utilizado em São</p><p>Paulo é o tipo conhecido pelo fabricante Barbará. Sua abertura é feita através de um registro de</p><p>gaveta cujo comando é colocado ao lado do hidrante. Possui uma expedição de 100m e duas de</p><p>63mm.</p><p>Tem, sobre os hidrantes subterrâneos, a vantagem de permitir captação de</p><p>maior volume de água, além de oferecer visibilidade e não ser facilmente obstruído. As expedi-</p><p>ções possuem tampões que exigem uma chave especial para removêlos.</p><p>b) Hidrantes subterrâneos</p><p>Hidrantes subterrâneos são aqueles situados abaixo do nível do solo, com</p><p>suas partes (expedição e válvula de paragem) colocadas dentro de uma caixa de alvenaria, fe-</p><p>chada por uma tampa metálica.</p><p>Na capital de São Paulo, a grande maioria dos hidrantes é deste tipo. São</p><p>antiquados, facilmente obstruídos por sujeira e de difícil localização. Para sua utilização, há</p><p>necessidade do aparelho de hidrante.</p><p>Instalação – planejamento - A instalação e substituição dos hidrantes é respon-</p><p>sabilidade da companhia distribuidora de água da região. No Estado de São Paulo, por exemplo,</p><p>o órgão responsável é a “Cia. de Saneamento Básico do Estado de São Paulo” (sabesp), que</p><p>dispõe dos recursos necessários para a aquisição, instalação e substituição dos hidrantes, sendo</p><p>que a “sabesp” pode delegar esta responsabilidade, contratando outras empresas.</p><p>Os Bombeiros participam no planejamento e manutenção da rede pública de</p><p>hidrantes. É consultado sobre a instalação dos hidrantes novos, que é determinada pela análise</p><p>de dados estatísticos e técnicos.</p><p>Inspeção e manutenção - A inspeção dos hidrantes é de responsabilidade dos</p><p>Bombeiros. Esta inspeção deve observar possíveis danos mecânicos e as condições gerais do</p><p>hidrante.</p><p>Ao se examinar um aparelho, deve-se:</p><p>• Verifi car se o acesso à expedição e válvula de paragem (registro) está livre.</p><p>Em caso negativo, desobstruí-lo se possível;</p><p>• Testar o hidrante, colocando-o em funcionamento e medindo sua pressão;</p><p>• Verifi car o estado de conservação do aparelho, observando o estado da</p><p>pintura e a possível presença de oxidação (ferrugem), corrosão e danos (principalmente em</p><p>expedições), etc.</p><p>Figura - 142</p><p>Aptl 92-00/202058/152</p><p>Na impossibilidade de efetuar a manutenção adequada, solicitar à companhia de</p><p>água a execução do reparo.</p><p>1.3.2.3.2 Hidrantes Prediais</p><p>A fi nalidade dos hidrantes dos edifícios residenciais e industriais é permitir o</p><p>início do combate a incêndios pelos próprios usuários dos prédios, antes da chegada dos bom-</p><p>beiros, e ainda facilitar o serviço destes no recalque de água, principalmente em construções</p><p>elevadas. Os hidrantes particulares podem ser alimentados por caixa d’água elevada ou por</p><p>sistema subterrâneo; podem ser de coluna ou de parede. Os hidrantes de coluna são instalados</p><p>sobre o piso e, os de parede, dentro de abrigos ou projetados para fora da parede. Podem ser</p><p>simples ou múltiplos, se possuírem uma ou mais expedições.</p><p>1.3.3 LINHAS DE MANGUEIRA</p><p>As linhas de mangueira são os conjuntos de mangueiras acopladas, formando um</p><p>sistema para o transporte de água. Dependendo da utilização, podem ser: linha adutora, linha de</p><p>ataque, linha direta e linha siamesa.</p><p>1.3.3.1 Linha Adutora</p><p>É aquela destinada a conduzir água</p><p>de uma fonte de abastecimento para um reservató-</p><p>rio. Por exemplo: de um hidrante para o tanque de</p><p>viatura e de uma expedição até o derivante, com di-</p><p>âmetro mínimo de 63mm.</p><p>1.3.3.2 Linha de Ataque</p><p>É o conjunto de mangueiras utilizado</p><p>no combate direto ao fogo, isto é, a linha que tem</p><p>um esguicho numa das extremidades. Pela facilida-</p><p>de de manobra, utiliza-se, geralmente, mangueira de</p><p>38mm.</p><p>Figura - 144</p><p>Figura - 145</p><p>Figura - 143: Hidrante com mangueira, esguicho e chave de mangueira</p><p>Aptl 92-00/2020 59/152</p><p>1.3.3.3 Linha Direta</p><p>É a linha de ataque, composta por um ou</p><p>mais lances de mangueira, que conduz, diretamente, a água</p><p>desde um hidrante ou expedição de bomba até o esguicho.</p><p>1.3.3.4 Linha Siamesa</p><p>A linha siamesa é composta de duas ou mais</p><p>mangueiras adutoras, destinadas a conduzir água da fonte</p><p>de abastecimento para um coletor, e deste, em uma única</p><p>linha, até o esguicho. Destina-se a aumentar o volume de</p><p>água</p><p>a ser utilizada.</p><p>1.3.3.5 Evoluções com linhas de mangueiras</p><p>Evolução: É a manobra com mangueira efetuada pela equipe dos CCIs (carros</p><p>contraincêndio) ou por uma parte dela.</p><p>a) Adentrar em uma Estrutura</p><p>Para máxima segurança o bombeiro deve estar alerta para a possibilidade de</p><p>“backdraft”, “fl ashover” ou colapso estrutural. Antes mesmo de adentrar em uma estrutura, o</p><p>bombeiro já deve estar atento para o risco de colapso estrutural. São indícios de colapso estru-</p><p>tural:</p><p>• Rachaduras em vigas, colunas, paredes e teto;</p><p>• Estalos (sons) característicos de colapso estrutural;</p><p>• Grande quantidade de calor em prédio com estrutura metálica.</p><p>• Ao avançar com uma linha de mangueira dentro de um edifício, o bombeiro</p><p>deve:</p><p>• Retirar todo o ar da linha antes de entrar na estrutura;</p><p>• Permanecer abaixado durante o combate ao fogo;</p><p>• Ficar longe de aberturas inexploradas, pois por elas pode sair calor, além de</p><p>existir o risco acentuado de quedas acidentais;</p><p>• Sentir o calor das portas com as costas da mão, sem luva;</p><p>• Manter-se abaixado e afastado do fogo, quando em ataque indireto, e pró-</p><p>ximo, quando em ataque direto.</p><p>(Os ataques direto e indireto serão estudados no próximo capítulo)</p><p>Figura - 146</p><p>Figura - 147</p><p>Aptl 92-00/202060/152</p><p>b) Linha Direta na Horizontal</p><p>Um bombeiro auxiliar estende a li-</p><p>nha de mangueira, podendo ser ajudado pelo chefe da linha,</p><p>que depois irá acoplar o esguicho à mangueira, guar- necendo-</p><p>-a com o auxiliar.</p><p>c) Linha por Escada Interna</p><p>O procedimento é semelhante ao descrito para armar a</p><p>linha direta no plano.</p><p>A armação nas escadas do prédio, en- tretanto, obriga o uso de consi-</p><p>derável quantidade de mangueiras para atingir planos</p><p>superiores ou inferiores, tais como sub solos, gara-</p><p>gens, etc... Prever sempre um lance de 15m por andar.</p><p>Sempre que for adentrar em andares inferiores, verifi -</p><p>car interiormente as condições adequadas de ventila-</p><p>ção (ex.: domus, shafts, ventiladores, etc...)</p><p>d) Linha Suspensa</p><p>Nos casos em que não houver pos-</p><p>sibilidade ou necessidade de se utilizar a rede de hi-</p><p>drante do prédio, o auto-plataforma (SK) ou o auto-</p><p>-escada (AE), pode-se utilizar a linha suspensa para</p><p>atingir o local sinistrado que esteja em plano superior</p><p>ao auto-bomba (AB).</p><p>Um bombeiro sobe ao andar desejado, de onde lança um cabo de elevação,</p><p>que é atado à extremidade da mangueira com esguicho e içada (nó de içar), atentando-se para</p><p>que as saliências da edifi cação não cortem a mangueira. Normalmente, essa altura não deve ul-</p><p>trapassar 12 metros, fi cando uma junta apoiada no solo e a outra com a guarnição. Para descer</p><p>a linha, o processo é inverso.</p><p>e) Linha a Partir do Hidrante Particular</p><p>Tem por fi nalidade aproveitar o sistema hidráulico de combate a incêndio da</p><p>edifi cação e pode ser empregada em prédios de um ou</p><p>mais pavimentos, bastando, para isto, acoplar a expedi-</p><p>ção do Auto Bomba Tanque ao registro de recalque ou hi-</p><p>drante mais próximo. Com isso, toda a rede pressurizada,</p><p>podendo o bombeiro utilizar qualquer hidrante interno.</p><p>Figura - 148</p><p>Figura - 149</p><p>Figura - 151</p><p>Figura - 150</p><p>Aptl 92-00/2020 61/152</p><p>f) Linha em Escada Portátil</p><p>Procede-se à armação da linha como se fosse no plano e, estando ela pronta,</p><p>o chefe da linha, cruzando a mangueira sobre o peito, para manter as mãos livres, sobe pela</p><p>escada, secundado por outro bombeiro, que o auxilia a sustentar o peso da mangueira.</p><p>Não ultrapassar o limite de carga da escada.</p><p>Por exemplo: Uma escada simples com um lanço, com um comprimento de 4 a 8</p><p>metros, suporta dois homens mais equipamento, já</p><p>uma escada prolongável com dois lanços, com um</p><p>comprimento de 4 a 8 metros, suporta a carga de um</p><p>homem por lanço mais equipamento...</p><p>g) Linha Adutora em Hidrante</p><p>O abastecimento do auto-bomba</p><p>por hidrante, em local de incêndio, consiste basi-</p><p>camente em conectar o mangote ou o mangueiro-</p><p>te da expedição do hidrante à introdução da bom-</p><p>ba.</p><p>O que deve determinar se será uti-</p><p>lizado o mangote ou o mangueirote é a pressão a</p><p>que a adutora estará submetida. Se a vazão da bom-</p><p>ba for superior à vazão do hidrante, a pressão será</p><p>negativa (sucção) na adutora, sendo necessária, nes-</p><p>te caso, a utilização do mangote.</p><p>Ao contrário, se a vazão do hi-</p><p>drante for superior à da bomba, pode-se utilizar o</p><p>mangueirote.</p><p>A adutora pode ser realizada,</p><p>também, com mangueiras de 63mm. Faz-se, neste</p><p>caso, a mesma restrição feita ao mangueirote, além</p><p>de esta solução ter maior perda de carga.</p><p>Do hidrante ao incêndio</p><p>• A viatura deixa no hidrante as</p><p>ferramentas necessárias para executar sua manobra, bem como a extremi-</p><p>dade da adutora pronta, que será conectada à sua expedição.</p><p>• Dirige-se para o local de incêndio, deixando atrás de si a linha estendida.</p><p>• Ao chegar no local de incêndio, desconecta a adutora pronta e a conecta na</p><p>introdução da bomba.</p><p>• Arma as linhas de ataque e recalca água, assim que todo o sistema estiver</p><p>armado.</p><p>• Se necessário, um segundo auto-bomba posiciona-se próximo ao hidrante</p><p>e conecta a extremidade da adutora à expedição da bomba, o mangote (ou</p><p>mangueirote) da introdução da bomba ao hidrante, e recalca água para o</p><p>outro auto-bomba.</p><p>Figura - 152</p><p>Figura - 153</p><p>Figura - 154</p><p>Aptl 92-00/202062/152</p><p>Do incêndio ao hidrante</p><p>• A viatura deixa no local de incêndio os equipamentos necessários para seu</p><p>combate, bem como a extremidade da adutora pronta que está no estrado</p><p>superior da viatura.</p><p>• Dirige-se para o hidrante mais próximo, deixando atrás de si a linha adutora</p><p>estendida.</p><p>• Ao chegar no hidrante, conecta a adutora pronta à expedição da bomba.</p><p>• Conecta o mangote (ou mangueirote) ao hidrante e na introdução da bomba</p><p>e recalca água para o incêndio.</p><p>• Se necessário, um segundo auto-bomba posiciona-se no local de incêndio,</p><p>conecta a extremidade da adutora à introdução da bomba e recalca água</p><p>para as linhas de ataque.</p><p>h) Mangueira Rompida</p><p>Na impossibilidade de se interromper o fl uxo d’água por meios normais, a</p><p>fi m de substituir a mangueira rompida ou furada, deve-se estrangular a mangueira. Para isto,</p><p>utiliza-se o estrangulador de mangueiras, ou fazem-se duas dobras na mangueira, formando</p><p>dois ângulos agudos, e mantendo-os nesta posição com o peso do corpo.</p><p>Com essa manobra, interrompe-se o fl uxo</p><p>d’água e troca-se a mangueira rompida.</p><p>i) Descarga de Mangueira</p><p>• Consiste na retirada da água que permaneceu</p><p>no interior da mangueira, após sua utilização.</p><p>• Estender a mangueira no solo, retirando as</p><p>dobras que porventura apareçam.</p><p>• Levantar uma das extremidades sobre o om-</p><p>bro, sustentando-a com ambas as mãos.</p><p>• Deslocar-se para outra extremidade do lance,</p><p>deixando-o para trás, à medida que se avança</p><p>vagarosamente. Isto faz com que água escoe</p><p>pela extremidade da mangueira.</p><p>Figura - 155</p><p>Figura - 156</p><p>Figura - 157</p><p>Aptl 92-00/2020 63/152</p><p>1.3.4 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR MANGOTINHOS</p><p>O sistema de proteção por mangotinhos pode</p><p>ser adotado no lugar dos tradicionais hidrantes internos.</p><p>Esse sistema apresenta uma grande autonomia devido ao</p><p>fato de possuir uma baixa vazão. O mangotinho apresenta</p><p>a grande vantagem de poder ser operado de maneira rápida</p><p>por uma única pessoa.</p><p>Por esses motivos os mangotinhos são re-</p><p>comendados para os locais onde o manuseio do sistema é</p><p>executado por pessoas não habilitadas, como exemplo, uma</p><p>dona de casa em um edifício residencial.</p><p>A possibilidade de uso do sistema de man-</p><p>gotinho está prevista na legislação em vigor. O dimensiona-</p><p>mento é idêntico ao sistema de hidrantes.</p><p>1.3.5 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR CHUVEIROS AUTOMÁTICOS (SPRINK-</p><p>LERS)</p><p>1.3.5.1 Objetivos</p><p>• Identifi car e operar, abrindo e fechando, a válvula de dreno do sistema de</p><p>chuveiros automáticos.</p><p>• Operar a válvula de comando, abrindo, fechando e deixando na posição aber-</p><p>ta.</p><p>• Identifi car até 3 fontes de suprimento de água para um sistema de chuveiros</p><p>automáticos.</p><p>• Identifi car os seguintes sistemas de chuveiros automáticos: Cano molhado/</p><p>Cano seco/ Tipo dilúvio.</p><p>• Saber remover e substituir um chuveiro que tenha entrado</p><p>em operação ou</p><p>esteja com defeito por outro do mesmo tipo.</p><p>• Saber defi nir de que forma o chuveiro é aberto, permitindo a descarga de</p><p>água.</p><p>• Saber identifi car o registro de recalque do sistema de chuveiros automáticos.</p><p>• Saber recalcar água através do registro de recalque, empregando mangueiras.</p><p>• Saber verifi car o estado de conservação das equipamentos que compõem um</p><p>sistema de chuveiros automáticos.</p><p>1.3.5.2 Introdução</p><p>Olá senhores alunos, tudo bem ?</p><p>Antes de abordarmos o assunto relacionado a sistema de chuveiros automá-</p><p>ticos propriamente dito, abordaremos o assunto relacionado a chuveiros automáticos, também</p><p>conhecidos como “Sprinklers”. Esse assunto será melhor detalhado onde citaremos os prin-</p><p>cipais tipos de chuveiros existentes além de outras informações e procedimentos de troca de</p><p>sprinklers.</p><p>Sendo assim, vamos lá né turma !!!</p><p>Os sistemas fi xos automáticos de combate incêndios têm demonstrado, atra-</p><p>vés dos tempos, serem meios efi cazes para controle e combate a incêndios em edifi cações. Os</p><p>chuveiros automáticos, também conhecidos como “sprinklers”, possuem a vantagem, sobre</p><p>hidrantes e extintores, de dispensar a presença de pessoal, atuando automaticamente na fase</p><p>inicial do incêndio, o que reduz as perdas decorrentes do tempo gasto desde a sua detecção até</p><p>o início do combate.</p><p>O sistema de proteção através de chuveiros automáticos consiste em uma rede</p><p>integrada de tubulações, dotadas de dispositivos especiais que, automaticamente, descarregam</p><p>água sobre um foco de incêndio, em quantidade sufi ciente para controlá-lo e eventualmente</p><p>Figura - 158</p><p>Aptl 92-00/202064/152</p><p>extingui-lo. Esse sistema de proteção é dotado de alarme. Assim que um foco de incêndio é</p><p>detectado, os chuveiros são acionados e é emitido um aviso aos ocupantes da edifi cação.</p><p>Cada Município poderá possuir uma legislação municipal que versa sobre este</p><p>assunto. O dimensionamento deverá seguir a NBR 10897/90 que trata sobre a Proteção Con-</p><p>traincêndio por Chuveiro Automático e a legislação estadual para cada estado.</p><p>1.3.5.3 Definição</p><p>É um sistema de proteção composto por chuveiros distribuídos através de tu-</p><p>bulação em vários pontos de uma edifi cação. Os componentes de um sistema de chuveiros</p><p>automáticos são:</p><p>a) Reserva Exclusiva de Água;</p><p>b) Tubulação;</p><p>c) Válvulas ou Registros de Bloqueio;</p><p>d) Bomba de Incêndio;</p><p>e) Válvula de Retenção;</p><p>f) Válvula de Recalque; e</p><p>g) Elemento termo-sensível</p><p>Os chuveiros automáticos são os principais elementos do sistema, pois detectam</p><p>o fogo e distribuem a água sobre o foco na forma de chuva. Podem ser dotados de elemento</p><p>termosensível ou não (chuveiros abertos), conforme o tipo de sistema.</p><p>A pressão, vazão e o período de tempo de fornecimento de água são estabeleci-</p><p>dos em normas técnicas.</p><p>O sistema de chuveiros automáticos pode ser de acionamento manual ou auto-</p><p>mático.</p><p>O sistema de chuveiros automáticos possui grande confi abilidade, e se destina a</p><p>proteger diversos tipos de edifícios.</p><p>Sua fi nalidade é:</p><p>a) Extinguir o incêndio no</p><p>seu estágio inicial;</p><p>b) Confi nar o incêndio no seu</p><p>local de início difi cultando ou impedindo a</p><p>sua propagação;</p><p>c) Permitir que as rotas de</p><p>fuga sejam utilizadas.</p><p>Geralmente o sistema de chu-</p><p>veiros automáticos são indicados quando:</p><p>d) A evacuação rápida e total</p><p>do edifício é impraticável e o combate ao in-</p><p>cêndio é difícil; e</p><p>e) É necessário proteger edifícios providos de pavimentos com grandes áreas</p><p>sem compartimentação.</p><p>Figura - 159</p><p>Figura - 160</p><p>Tabela - 3</p><p>Aptl 92-00/2020 65/152</p><p>Pode-se dizer que, via de regra, o sistema de chuveiros automáticos é a medida</p><p>de proteção contraincêndio mais efi caz quando a água for o agente extintor mais adequado.</p><p>a) Elemento termo-sensível</p><p>Em condições normais, nos chuveiros automáticos dotados de elemento ter-</p><p>mo-sensível, a descarga da água dos chuveiros é impedida por cápsula rigidamente fi xa no</p><p>orifício de descarga.</p><p>A liberação da descarga de água só ocorre quando a temperatura do ambiente</p><p>atinge um grau pré-determinado, rompendo a cápsula. Cada chuveiro terá uma temperatura de</p><p>operação própria, que varia entre 58ºC e 260ºC. O elemento termosensível é dimensionado para</p><p>suportar a pressão da rede, inclusive possíveis variações.</p><p>Pode-se encontrar dois tipos de elementos termosensíveis: o tipo ampola e o tipo</p><p>solda.</p><p>• Tipo ampola: Consiste numa ampola, contendo líquido especial que se ex-</p><p>pande ao sofrer os efeitos do calor do incêndio. Com a expansão, a ampola</p><p>se rompe, liberando a descarga de água.</p><p>• Tipo solda: Consiste numa liga metálica cujo ponto de fusão está pré-</p><p>-determinado e, ao fundir-se, libera a descarga de água.</p><p>Unido à estrutura ou corpo do chuveiro, existe um defl etor ou distribuidor contra</p><p>o qual é lançada a água, fazendo com que esta se torne pulverizada e, dessa forma, proteja uma</p><p>determinada área.</p><p>Os chuveiros automáticos não podem ser pintados, pois, com a pintura, a tempe-</p><p>ratura nominal de funcionamento sofrerá alterações. Entretanto, os chuvei ros automáticos com</p><p>elemento fusível do tipo solda, para temperatura acima de 77ºC, são pintados pelos fabricantes,</p><p>para identifi cação.</p><p>b) Posição do chuveiro automático</p><p>Em relação às tubulações que os alimentam, os chuveiros automáticos podem</p><p>ser instalados na posição pendente ou na posição para cima. Seja como for, devem ser instala-</p><p>dos, sempre, na posição prevista pelos projetistas.</p><p>Figura - 161: Divisão de Chuveiro Automático tipo ampola</p><p>Figura - 162</p><p>Aptl 92-00/202066/152</p><p>c) Tipos de chuveiros automáticos</p><p>Quanto à descarga de água, os chuveiros automáticos se classifi cam em:</p><p>• Chuveiros do tipo convencional: São aqueles cujo defl etor é desenhado</p><p>para permitir que uma parte da água seja projetada para cima, contra o teto,</p><p>e a outra para baixo, adquirindo forma aproximadamente esférica;</p><p>• Chuveiros do tipo spray: São aqueles cujo defl etor é desenhado para que</p><p>a água seja projetada para baixo, adotando forma esférica;</p><p>• Chuveiros do tipo lateral: São aqueles cujo defl etor é desenhado para</p><p>distribuir a água de maneira que quase a totalidade da mesma seja aspergi-</p><p>da para frente e para os lados, em forma de um quarto de esfera, com uma</p><p>pequena quantidade contra a parede, atrás do chuveiro;</p><p>• Chuveiros do tipo especial: São aqueles projetados, por razões estéticas,</p><p>para serem embutidos ou estarem rentes ao forro falso.</p><p>ATENÇÃO</p><p>ESTE TIPO DE CHUVEIRO SOMENTE PODERÁ SER INSTALADO NA POSIÇÃO PEN-</p><p>DENTE;</p><p>• Chuveiros de média velocidade: Dotados ou não de elemento termo-sen-</p><p>sível, são fabricados com defl etor para vários ângulos de descarga, fazendo</p><p>com que a água seja lançada em forma de cone;</p><p>• Chuveiros de alta velocidade: São fabricados sem elemento termo-sensí-</p><p>vel (aberto) e seu orifício de descarga é dotado de um dispositivo interno</p><p>cuja função é provocar turbulência na água, nebulizando e lançando-a, ex-</p><p>tremamente pulverizada, na forma de cone.</p><p>Os chuveiros podem ser revestidos ou tratados pelo próprio fabricante com</p><p>chumbo, cera, cromo, cádmio, etc., para proteção contra vapores corrosivos e ações ambientais</p><p>desfavoráveis.</p><p>1.3.5.4 Tipos de Sistemas de Chuveiros Automáticos - No Brasil, existem basicamente 3 tipos</p><p>de sistemas de chuveiros automáticos:</p><p>• Sistema de cano molhado;</p><p>• Sistema de cano seco;</p><p>• Sistema tipo dilúvio;</p><p>• Cortina d’água</p><p>OBSERVAÇÃO</p><p>Para proteção em pequenas aberturas, sobre telhados, ou para proteção de riscos especiais,</p><p>pode-se instalar "cortina d’água".</p><p>1.3.5.4.1 Sistema de Cano Molhado:</p><p>Compreende uma rede de tubulação permanentemente cheia de água sob pres-</p><p>são, em cujos ramais os chuveiros são instalados.</p><p>Figura - 163: Principais tipos de chuveiros automáticos</p><p>Aptl 92-00/2020 67/152</p><p>Os chuveiros automáticos desempenham o papel de detectores de incêndio, só</p><p>descarregando água quando acionados pelo calor do incêndio. É o tipo de sistema mais utiliza-</p><p>do no Brasil.</p><p>Quando um ou mais chuveiros são abertos, o fl uxo de água faz com que a vál-</p><p>vula se abra, permitindo</p><p>a passagem da água da fonte de abastecimento. Simultaneamente, um</p><p>alarme é acionado, indicando que o sistema está em funcionamento.</p><p>1.3.5.4.2 Sistema de Cano Seco:</p><p>Compreende uma rede de tubulação permanentemente seca, mantida sob pressão</p><p>(de ar comprimido ou nitrogênio), em cujos ramais são instalados os chuveiros. Estes, ao serem</p><p>acionados pelo calor do incêndio, liberam o ar comprimido (ou nitrogênio), fazendo abrir au-</p><p>tomaticamente uma válvula instalada na entrada do sistema (válvula de cano seco), permitindo</p><p>a entrada da água na tubulação. Este sistema é o mais indicado para as regiões extremamente</p><p>frias, sujeitas a temperatura de congelamento da água, ou locais refrigerados (como frigorífi -</p><p>cos).</p><p>O suprimento de ar comprimido (ou nitrogênio) deve ser feito por uma fonte</p><p>confi ável e disponível a toda hora, devendo ser ca paz de restabelecer a pressão normal do sis-</p><p>tema rapidamente.</p><p>Deve dispor de uma ou mais válvulas de segurança, entre o compressor e a vál-</p><p>vula de comando, que devem estar graduadas para aliviar ao atingir pressão acima da prevista.</p><p>Figura - 164: Sistema de Cano Molhado</p><p>Figura - 165: Sistema de Cano Seco</p><p>Aptl 92-00/202068/152</p><p>1.3.5.4.3 Sistema do Tipo Dilúvio:</p><p>Compreende uma rede de tubulações secas, em cujos ramais são instalados chu-</p><p>veiros do tipo aberto (sem elemento termosensível).</p><p>Na mesma área dos chuveiros é instalado um sistema de detectores ligado a uma</p><p>válvula do tipo dilúvio, existente na entrada do sistema. A atuação de quaisquer detectores, ou</p><p>então a ação manual de comando a distância, provoca a abertura da válvula, permitindo a en-</p><p>trada da água na rede, descarregada através de todos os chuveiros, e, simultaneamente, fazendo</p><p>soar o alarme de incêndio. Este tipo de sistema é normalmente utilizado na proteção de hanga-</p><p>res (galpões para aeronaves).</p><p>1.3.5.4.4 Cortina D’água:</p><p>A cortina d’água é um sistema que produz des-</p><p>cargas de água em pequenas aberturas ou sobre telhados de</p><p>uma edifi cação, a fi m de evitar a propagação de um incêndio.</p><p>O acionamento da cortina d’água pode ser au-</p><p>tomático ou manual:</p><p>Automático - Uma válvula é mantida fechada</p><p>por um sistema de alavancas fi xadas por elemento fusível. O</p><p>sistema é acionado automaticamente pela atuação do calor,</p><p>ocorrendo a ruptura do elemento fusível e permitindo a pas-</p><p>sagem da água para todos chuveiros, que funcionarão simul-</p><p>taneamente.</p><p>Manual - É aquele em que o sistema é aciona-</p><p>do por um operador, mediante a abertura de um registro.</p><p>Desde que atenda a demanda (vazão e pres-</p><p>são), o abastecimento para o sistema cortina d’água pode ser</p><p>o mesmo utilizado pelo sistema de chuveiros automáticos da</p><p>edifi cação. Entretanto, cada um dos sistemas deve possuir</p><p>válvula de governo independente.</p><p>1.3.5.5 Utilização do Sistema de Chuveiros Automáticos nas</p><p>Operações de Combate a Incêndio</p><p>Alguns fatores importantes devem ser considera-</p><p>dos nas operações de combate a incêndios em edifi cações protegidas por chuveiros automáticos.</p><p>O sistema de chuveiros automáticos estará em funcionamento quando os Bom-</p><p>beiros chegarem ao local.</p><p>A guarnição do primeiro autobomba a chegar no local da ocorrência, deve ligar</p><p>a bomba de incêndio da viatura no registro de recalque (facilmente identifi cável por ser duplo).</p><p>O autobomba deve recalcar água com a pressão de 10 kgf/cm2(150 psi), preferencialmente</p><p>Figura - 166: Sistema Tipo Dilúvio</p><p>Figura - 167: Sistema tipo Cortina</p><p>D’água</p><p>Aptl 92-00/2020 69/152</p><p>através de linhas siamesas (não superiores a 30 metros Pressão máxima de trabalho 12 kgf/cm2</p><p>180 psi).</p><p>Havendo fogo no local, devem ser armadas linhas de ataque para, em comple-</p><p>mentação aos chuveiros automáticos, extinguir o incêndio.</p><p>As válvulas de comando do sistema somente deverão ser fechadas após a extin-</p><p>ção do fogo ou se estiverem ocorrendo danos ou desperdício de água. Caso não seja possível</p><p>fechar a válvula de comando, deve-se utilizar bloqueadores de chuveiro automático.</p><p>A interrupção do funcionamento do sistema somente poderá ser feita após o</p><p>Comandante da Operação verifi car a extinção do incêndio. Quando uma válvula de comando é</p><p>fechada, um bombeiro deve permanecer junto a ela, a fi m de operá-la caso haja necessidade de</p><p>reabertura.</p><p>IMPORTANTE</p><p>O recalque não será realizado se a Bomba de Incêndio estiver operando.</p><p>1.3.5.6 Procedimento para Troca de Bicos de Chuveiros Automáticos</p><p>Após o término de serviço de combate a incêndio, o sistema deve ser recolocado</p><p>em condições de operação. Os chuveiros utilizados devem ser substituídos por outros do mes-</p><p>mo tipo.</p><p>A renovação e substituição dos chuveiros devem ser feitas com chave própria, e,</p><p>para isso, são adotadas as seguintes providências:</p><p>• Fechar a válvula de comando;</p><p>Figura - 168: Recalque</p><p>Figura - 169: Fechamento da válvula de comando</p><p>Aptl 92-00/202070/152</p><p>• Abrir a(s) válvula(s) de dreno;</p><p>• Remover o chuveiro automáatico;</p><p>Figura - 170: Abertura da válvula de dreno</p><p>Figura - 171: Cunha de manipulação de chuveiros automáticos</p><p>Aptl 92-00/2020 71/152</p><p>• Substituir o chuveiro por outro do mesmo tipo;</p><p>• Abrir a válvula de comando;</p><p>• Abrir válvulas de teste para retirar o ar contido no sistema; e</p><p>• Fechar válvula(s) de dreno.</p><p>Outros procedimentos que são importantes são:</p><p>• Inspeção de possíveis vazamentos no sistema; e</p><p>• Orientar o proprietário ou responsável a verifi car se o sistema de automa-</p><p>tização está funcionando de acordo com as pressões de projeto.</p><p>ATENÇÃO</p><p>O abastecimento de água somente deverá ser interrompido após a inspeção fi nal do local com</p><p>a garantia de extinção total no local.</p><p>1.3.5.7 Inspeção de Bombeiros</p><p>Durante atendimento a ocorrência de incêndio ou durante inspeção em edifi ca-</p><p>ções protegidas por sistema de chuveiros automáticos, o pessoal das guarnições dos Bombeiros</p><p>devem verifi car:</p><p>Figura - 172: Substituição ou orientação de substituição do(s) chuveiro(s) automático(s)</p><p>Figura - 173</p><p>Figura - 174</p><p>Aptl 92-00/202072/152</p><p>• Se toda a edifi cação está protegida por chuveiros automáticos, inclusive as</p><p>modifi cações e/ou ampliações;</p><p>• Se as mercadorias estocadas estão devidamente protegidas por chuveiros au-</p><p>tomáticos e se esses materiais não encontram-se obstruindo a descarga de</p><p>água;</p><p>• Se todas as válvulas do sistema estão operando normalmente e se não estão</p><p>obstruídas;</p><p>• Se todas as válvulas, equipamentos e dispositivos do sistema estão em bom</p><p>estado de conservação;</p><p>• Se o sistema de automatização da bomba de recalque está funcionando;</p><p>• Se o painel de sinalização e alarme está funcionando;</p><p>• Se o sistema encontra-se sob pressão;</p><p>• Se o sistema de teste de dreno está funcionando corretamente (testar através</p><p>das conexões para teste) ;</p><p>• Se o registro de recalque do sistema se encontra desobstruído e em perfeito</p><p>estado de conservação e funcionamento;</p><p>• Se o ar comprimido (ou nitrogênio) e a água no sistema de cano seco estão</p><p>em seus níveis normais;</p><p>• Se o compressor de ar se encontra em bom estado de conservação;</p><p>• Se os alarmes (hidráulicos e/ou elétricos) funcionam normalmente; e</p><p>• Se existem chuveiros para reposição.</p><p>1.3.5.7.1 Quantitativo de chuveiros automáticos reserva</p><p>Conforme previsto na NFPA 13, toda edifi cação dotada de chuveiros automáti-</p><p>cos deve possuir estoque com bicos de chuveiros automáticos reserva de acordo com a classifi -</p><p>cação de risco da edifi cação envolvida. A tabela abaixo resume o quantitativo necessário:</p><p>Classe de Risco Quantitativo de chuveiros automáticos</p><p>reserva</p><p>• Risco Leve (Escritórios, hóteis, etc) 06</p><p>• Risco Ordinário (Garagens, shopping,</p><p>lojas, etc) 24</p><p>Tabela - 4: Quadro de Relação da Temperatura com as Cores das Ampolas dos Sprinklers</p><p>Tabela - 5: Quadro de Relacionamento Cor x Temperatura</p><p>Aptl 92-00/2020 73/152</p><p>1.3.5.8 Recomendações Básicas</p><p>De acordo com a legislação, caros alunos, apresentamos abaixo as principais</p><p>recomendações previstos nas normas que tratam sobre o assunto de chuveiros automáticos.</p><p>Um espaço livre de pelo menos 1,00 (um) metro deve existir abaixo e ao redor</p><p>das cabeças dos</p><p>chuveiros, a fi m de assegurar uma inundação efi caz;</p><p>A automatização do sistema é realizada através de bomba jóquei e pressosta-</p><p>tos. Verifi car se o pressostato da bomba jóquei aciona antes do pressostato da bomba principal;</p><p>• A bomba principal poderá ser elétrica ou a explosão;</p><p>• Todas as Válvulas de Governo e Alarme (VGA) e Válvulas Setoriais devem</p><p>possuir sistema de drenagem e teste;</p><p>• Nos edifícios horizontalizados (shopping, galpões etc), deverá haver uma</p><p>VGA para cada 5.000m² de área construída. Estas Válvulas de Governo de-</p><p>vem fi car em local de fácil acesso e devem possuir identifi cação do setor que</p><p>controla;</p><p>• Nos edifícios verticais (prédios), deverá haver uma Válvula Setorial, Coman-</p><p>do Secundário (CS) em cada pavimento. Os registros de paragem do barrilete</p><p>das bombas e das válvulas de governo e comando secundário devem ser do</p><p>tipo gaveta com haste ascendente ou tipo borboleta. Os registros do dreno e</p><p>teste podem ser do tipo gaveta comum ou esfera;</p><p>• Os registros de paragem do barrilete das bombas e das VGA e CS devem ser</p><p>do tipo gaveta com haste ascendente ou tipo borboleta. Os registros do dreno</p><p>e teste podem ser do tipo gaveta comum ou esfera;</p><p>• A tubulação deve ser metálica, exceto para a tubulação de drenagem, esta</p><p>poderá ser em PVC ou ser a própria tubulação de águas pluviais ou servidas</p><p>do prédio;</p><p>• As válvulas (VGA ou CS) não podem ser instaladas dentro das escadas de</p><p>segurança;</p><p>• O registro de recalque dos chuveiros automáticos (usado pelo Corpo de Bom-</p><p>beiros Estadual) geralmente é duplo, com duas introduções de 2 ½”. Este</p><p>deve estar nas proximidades da entrada do prédio;</p><p>Figura - 175: Imagem de um sprinkler em operação</p><p>Aptl 92-00/202074/152</p><p>• Verifi car se os bicos de sprinklers não estão obstruídos por divisórias, luminá-</p><p>rias, dutos de ar condicionado etc;</p><p>• A distância máxima do bico à parede é de 2,30m;</p><p>• A distância máxima de defl etor do bico ao teto liso é de 0,30m, a distância</p><p>mínima é de 0,025m;</p><p>• Os tipos de bicos de chuveiros automáticos mais comuns são: pendentes (de-</p><p>fl etor para baixo); “up-right” (defl etor para cima). Para hotéis, motéis e simi-</p><p>lares admite-se a instalação de bicos de sprinklers na parede (bico específi co,</p><p>chamado de “side-wall”);</p><p>• O diâmetro da prumada principal de alimentação do sistema geralmente é su-</p><p>perior a 4” e o diâmetro mínimo para os ramais fi nais dos bicos é de 1” (uma</p><p>polegada);</p><p>• Admite-se solda na tubulação de sprinklers para diâmetros superiores a 2”.</p><p>Para diâmetros inferiores a 2” deve-se usar somente rosca (conexões);</p><p>• A reserva de incêndio de sprinklers pode ser em conjunto com a reserva de</p><p>hidrantes;</p><p>• A reserva de incêndio de sprinklers deve ser dimensionada para no mínimo</p><p>60 minutos de operação;</p><p>• O Corpo de Bombeiros de alguns estados admite que a bomba de sprinklers</p><p>e hidrantes seja a mesma, dimensionada para atender aos dois sistemas em</p><p>conjunto;</p><p>• Na parte mais baixa da edifi cação exige-se um sistema de drenagem da tubu-</p><p>lação;</p><p>• Os bicos de sprinklers podem ser com elemento termossensível do tipo am-</p><p>pola ou o tipo solda eutética. Para prédios em geral o bico mais adotado é do</p><p>tipo ampola;</p><p>• A temperatura mais usual de acionamento do bico tipo ampola é de 68º C;</p><p>para vitrines de lojas (show-room) e cozinhas a temperatura mínima reco-</p><p>mendada é de 79º C;</p><p>• Para bicos instalados em casa de máquinas, coberturas de galpões e outros</p><p>locais quentes, deve-se prever temperaturas superiores a 79º C;</p><p>• Toda a edifi cação deverá ter em estoque bicos de reserva, no mínimo 06 para</p><p>risco leve (escritórios, hotéis etc) e 24 para riscos ordinários (garagens, sho-</p><p>pping, lojas etc);</p><p>• A inspeção dos chuveiros automáticos deve ser realizada mensalmente onde</p><p>todo o equipamento de prevenção e combate a incêndio, inclusive as bombas</p><p>de incêndio, deverá ser inspecionado, recebendo uma etiqueta de inspeção</p><p>devidamente preenchida; e</p><p>• É obrigatória a instalação em residências transitórias e coletivas com mais de</p><p>30 metros de altura, em hospitais e laboratórios que ultrapassem a 12 metros</p><p>de altura, ou em prédios cuja arquitetura ou localização impeçam o uso ade-</p><p>quado das escadas mecânicas do Corpo de Bombeiros.</p><p>Aptl 92-00/2020 75/152</p><p>1.3.5.9 Proteção por Sistemas de Chuveiros Automáticos</p><p>O sistema de chuveiros automáticos é projetado e instalado conforme normas</p><p>próprias que regulam os critérios de distribuição de chuveiros, temperatura de funcionamento,</p><p>área de operação e de proteção, diâmetro das tubulações, etc.</p><p>A estrutura de funcionamento do sistema compõe-se, basicamente, de:</p><p>• Abastecimento de água;</p><p>• Válvulas de governo e alarme;</p><p>• Rede de distribuição; e</p><p>• Chuveiros automáticos.</p><p>a) Abastecimento do Sistema de Chuveiros Automáticos</p><p>É vital para qualquer sistema hidráulico dispor de abastecimento confi ável</p><p>de água, com pressão e vazão adequadas. 0 abastecimento de água para o sistema de chuveiros</p><p>automáticos é fornecido:</p><p>• Por gravidade (através de reservatório elevado);</p><p>• Por bombas de recalque; e</p><p>• Por tanques de pressão.</p><p>Figura - 176:Sistema de Chuveiros Automáticos</p><p>Figura - 177: Sistema de abastecimentos de chuveiros automáticos por gravidade</p><p>Aptl 92-00/202076/152</p><p>Normalmente, o sistema possui somente uma fonte de abastecimento.</p><p>O abastecimento por gravidade, isto é, através de reservatório elevado, é o siste-</p><p>ma mais confi ável e que exige menos manutenção.</p><p>Na impossibilidade de se utilizar abastecimento por gravidade, o sistema deverá</p><p>ser abastecido por bombas de recalque. As bombas de recalque devem dispor de uma fonte de</p><p>energia confi ável, e o reservatório de água atender à demanda necessária. As bombas para ali-</p><p>mentação do sistema devem ser centrifugas e acionadas automaticamente por motor elétrico ou</p><p>a diesel.</p><p>A partir do acionamento do sistema, num tempo não superior a 30 segundos,</p><p>a bomba e o alarme (sonoro e/ou visual) deverão funcionar. As ligações elétricas da bomba</p><p>devem ser independentes da instalação elétrica da edifi cação e, se houver gerador elétrico de</p><p>emergência, este deverá estar ligado a bomba. No caso de bomba a diesel, o conjunto (inclusive</p><p>o tanque de combustível) deve ser instalado em local protegido por chuveiros automáticos. O</p><p>abastecimento por tanque de pressão poderá ser utilizado como fonte única de abastecimento</p><p>ou como solução complementar ao abastecimento fornecido pelo reservatório elevado ou pelas</p><p>bombas de recalque. Tratase de um recipiente contendo grande quantidade de água (10 m a 25</p><p>m) permanentemente pressurizado. Com a abertura do chuveiro, a água é descarregada devido</p><p>à pressão existente no interior do tanque.</p><p>Figura - 178: Casa de Bomba do Sistema de Chuveiros Automáticos</p><p>Aptl 92-00/2020 77/152</p><p>Sprinkler pendente cromado</p><p>5º Pavimento</p><p>4º Pavimento</p><p>3º Pavimento</p><p>2º Pavimento</p><p>1º Pavimento</p><p>Térreo</p><p>Subsolo</p><p>Sprinkler up right acabamento bruto</p><p>Chave de uxo</p><p>Registro de gaveta</p><p>Bomba principal para sistema de sprinklers</p><p>Bomba jockey para sistema de sprinklers</p><p>Painel de partida das bombas de sprinklers</p><p>Tubulação de alimentação do sistema de sprinkler</p><p>Legenda</p><p>Sistema de Sprinklers</p><p>O tanque deverá possuir indi-</p><p>cadores e alarmes do nível de água e pressão</p><p>(manômetros), com possibilidade automática de</p><p>reabastecimento de água (bomba) e ar (compres-</p><p>sor). A água não deve ultrapassar 2/3 da capaci-</p><p>dade do tanque.</p><p>Figura - 179: Esquema completo do sistema de chuveiros automáticos.</p><p>Figura - 180: Tanque de Pressão.</p><p>Aptl 92-00/202078/152</p><p>O sistema de chuveiros automáticos deve ser dotado de registro de recalque du-</p><p>plo, com válvula de retenção, por onde os Bombeiros Militares poderão abastecer o sistema.</p><p>IMPORTANTE : O recalque não será realizado se a Bomba de Incêndio ligada.</p><p>b) Válvulas do Sistema de Chuveiros Automáticos</p><p>As válvulas de governo e alarme são dispositivos instalados entre o abaste-</p><p>cimento do sistema e a rede de distribuição, constituídos basicamente de válvula de comando,</p><p>válvula de alarme e válvula de teste e dreno.</p><p>c) Válvula de Comando:</p><p>É</p><p>utilizada para fechar o sistema, cortando o fl uxo de água sempre que algum</p><p>chuveiro precisar ser substituído para a manutenção do sistema, ou quando a operação do mes-</p><p>mo precisa ser interrompida. Após o término do serviço, a válvula de comando deve ser deixada</p><p>na posição aberta. Esta válvula deve ser do tipo gaveta de haste ascendente.</p><p>Figura - 181: Registro de Recalque Duplo.</p><p>Figura - 182: Válvula de Comando</p><p>Aptl 92-00/2020 79/152</p><p>d) Válvula de alarme</p><p>A operação dos chuveiros automáticos aciona um alarme indicativo de fun-</p><p>cionamento do sistema. 0 acionamento do alarme se faz pela movimentação do fl uxo de água</p><p>na tubulação, em virtude de um incêndio, vazamento ou ruptura acidental da tubulação. Os</p><p>alarmes podem ser hidráulicos e/ou elétricos. Os tipos mais comuns de alarmes são o gongo</p><p>hidráulico e a chave detectora de fl uxo d’água.</p><p>e) Válvula de teste e dreno:</p><p>É um dispositivo, ou conexão destinado a testar o sistema ou o funcionamento</p><p>do alarme, ou ainda, drenar a água da tubulação para manutenção".</p><p>Figura - 183: Válvula de Governo e Alarme.</p><p>Figura - 184: Válvula de Teste e Dreno.</p><p>Aptl 92-00/202080/152</p><p>f) Rede de Distribuição de Água (Tubulação)</p><p>A tubulação para os chuveiros automáticos ramifi ca-se para possibilitar a pro-</p><p>teção de toda ocupação, formando a rede de distribuição de água. O diâmetro da canalização</p><p>deve seguir as exigências das normas legais.</p><p>A canalização do sistema não deve ser embutida em lajes ou passar em locais</p><p>não protegidos por chuveiros automáticos, exceto se enterrada. Deve ser instalada com inclina-</p><p>ção que permita drenagem natural (de preferência, feita pela válvula de teste e dreno).</p><p>1.3.5.10 Dimensionamento do Sistema de Chuveiros Automáticos</p><p>O dimensionamento do sistema é estabelecido de acordo com as normas técnicas</p><p>vigentes, sendo projetado:</p><p>a) De acordo com a severidade do incêndio que pode ocorrer na edifi cação;</p><p>b) De forma a garantir a pressão e a vazão prevista em todos os chuveiros auto-</p><p>máticos, a fi m de atender a um valor mínimo estipulado;</p><p>c) Para que a distribuição de água seja sufi cientemente homogênea, dentro de</p><p>uma área a ser protegida.</p><p>Figuras 187 a 189</p><p>Figura - 188: Rede de Distribuição de Água</p><p>Aptl 92-00/2020 81/152</p><p>1.3.6 SISTEMA DE PROTEÇÃO POR GASES EXTINTORES</p><p>Consiste num sistema composto por uma bateria de cilindros de gás extintor,</p><p>tubulações, válvulas de controle de fl uxo, pressostatos, difusores, rede de detecção, sinalização,</p><p>alarme, painel de comando e acessórios, destinado a extinguir incêndio por abafamento, através</p><p>da descarga do agente extintor.</p><p>O emprego desse sistema é recomendado para proteger:</p><p>a) Ambientes em que o uso da água é desaconselhável;</p><p>b) Locais cujo valor agregado dos objetos e equipamentos é elevado, e o empre-</p><p>go de outro agente provocará a depreciação do bem pela deposição de resíduos.</p><p>c) Locais onde o custo agente/instalação é menor do que outro tipo de sistema.</p><p>1.3.6.1 Dimensionamento do Sistema Fixo de Gases Extintores</p><p>O dimensionamento do sistema é estabelecido de acordo com as normas técnicas</p><p>vigentes, sendo projetado:</p><p>a) De acordo com a severidade do incêndio que pode ocorrer na edifi cação;</p><p>b) De forma a garantir a pressão e a vazão prevista em todos os aplicadores, a</p><p>fi m de atender a um valor mínimo estipulado;</p><p>c) Para que a distribuição do gás extintor seja sufi cientemente homogênea, den-</p><p>tro de uma área a ser protegida.</p><p>Figura - 189</p><p>Aptl 92-00/202082/152</p><p>1.3.7 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA</p><p>O sistema de iluminação de emergência se destina a substituir a iluminação ar-</p><p>tifi cial normal que pode falhar em caso de incêndio. Por isso deve ser alimentada por baterias</p><p>ou por motogeradores de acionamento automático e imediato, a partir da falha do sistema de</p><p>alimentação normal de energia.</p><p>Esse sistema consiste em um conjunto de componentes e equipamentos que,</p><p>no caso de interrupção de alimentação normal,</p><p>propicia a iluminação sufi ciente e adequada</p><p>para:</p><p>• Permitir o deslocamento fácil</p><p>e seguro das pessoas pelas rotas de fuga até al-</p><p>cançarem o exterior da edifi cação; e</p><p>• Garantir, também, a execução</p><p>das atividades de interesse da segurança e inter-</p><p>venção de socorro.</p><p>Dois métodos de iluminação de</p><p>emergência são possíveis:</p><p>a) Iluminação permanente</p><p>Quando as luminárias são alimentadas em situação normal pela fonte de ener-</p><p>gia da edifi cação, sendo comutada automaticamente para a fonte de alimentação própria do</p><p>sistema de emergência (gerador) em caso de falha da fonte da edifi cação;</p><p>b) Iluminação não permanente</p><p>Quando as luminárias não são alimentadas em situação normal pela fonte de</p><p>energia da edifi cação e, em caso de falha desta, são alimentadas automaticamente pela fonte de</p><p>alimentação própria do sistema (gerador).</p><p>A iluminação de emergência deve ser ins-</p><p>talada nas rotas de fuga, tais como corredores, acessos, pas-</p><p>sagens antecâmara e patamares de escadas, de modo que não</p><p>fi quem obstruídas por materiais e fumaça.</p><p>Seu posicionamento, distanciamento entre</p><p>pontos e sua potência são determinados nas normas técnicas</p><p>vigentes.</p><p>Figura - 190</p><p>Figura - 191</p><p>Figura - 192</p><p>Aptl 92-00/2020 83/152</p><p>1.3.7.1 Iluminação de Aclaramento</p><p>Destina-se a iluminar as rotas de fuga de tal forma que os ocupantes não tenham</p><p>difi culdade de transitar por elas.</p><p>1.3.7.2 Iluminação de Balizamento</p><p>É aquela associada à sinalização de indicação de rotas de fuga que, além de cla-</p><p>rear, possui a função de orientar a direção e o sentido que as pessoas devem seguir em caso de</p><p>emergência.</p><p>1.3.8 SISTEMA DE DETECÇÃO, ALARME E COMUNICAÇÕES</p><p>É o conjunto de sistemas destinados a detectar e alertar as pessoas de uma edifi -</p><p>cação sobre a ocorrência de incêndio.</p><p>Quanto mais rápido o fogo for descoberto ainda</p><p>em seu princípio, mais facilmente poderá ser controlado e ex-</p><p>tinto; além disso, maiores serão as chances dos ocupantes do</p><p>edifício escaparem sem sofrer qualquer injúria.</p><p>Uma vez que o fogo foi descoberto, a seqüência</p><p>de ações normalmente adotada pelas empresas é a seguinte:</p><p>* Alertar a central de controle da edi cação;</p><p>* Acionar a brigada para fazer a primeira tentativa de extinção do fogo;</p><p>* Alertar os ocupantes da edi cação para iniciar o abandono; e</p><p>* Informar ao serviço de combate a incêndios (Corpo de Bombeiros).</p><p>Figura - 193</p><p>Figura - 194</p><p>Figura - 195</p><p>Aptl 92-00/202084/152</p><p>A detecção automática é utilizada com o intuito de vencer de uma única vez esta</p><p>série de ações, propiciando a possibilidade de se tomar uma atitude imediata de controle de</p><p>fogo e abandono da edifi cação.</p><p>Os meios de detecção e alarme são compostos por diferentes sistemas. Para a</p><p>defi nição dos aspectos necessários aos projetos dos sistemas de detecção automática e alarme,</p><p>devem ser utilizadas as normas técnicas vigentes.</p><p>Os sistemas de detecção e alarme são compostos basicamente de:</p><p>• Detectores;</p><p>• Acionadores manuais de alarme; e</p><p>• Central de Controle.</p><p>1.3.8.1 Detectores de Incêndio</p><p>São parte do sistema de detecção que detecta um princípio de incêndio em sua</p><p>área de atuação. Existem 4 tipos principais de detectores de incêndio:</p><p>a) Detectores térmicos</p><p>Reagem à energia calorífi ca desprendida pelo fogo. Tal reação pode ocorrer</p><p>de 2 modos:</p><p>Dispositivos de temperatura fi xa; e</p><p>Dispositivos termo-velocimétricos, que reagem ao aumento brusco da tempe-</p><p>ratura ambiente (em geral para um acréscimo de cerca de 10ºC por minuto).</p><p>b) Detectores de infravermelho</p><p>Reagem diretamente às radiações infravermelho emanadas pelas chamas.</p><p>c) Detectores óticos</p><p>Reagem a uma alta concentração de fumaça visível, isto é, a mesma fumaça</p><p>que o olho humano pode ver. São inefi cazes na detecção de incêndios onde não haja uma densa</p><p>produção de fumaça, especialmente nos estágios iniciais da combustão.</p><p>Figura - 196</p><p>Aptl 92-00/2020 85/152</p><p>d) Detectores de ionização</p><p>Utilizam um princípio radioativo que torna condutivo o ar no interior do de-</p><p>tector, permitindo a passagem de uma pequena corrente elétrica. Quando os produtos da com-</p><p>bustão penetram no</p><p>interior do detector, o fl uxo da corrente é interrompido e, em conseqüência,</p><p>o sinal de alarme é acionado.</p><p>Dependendo do tipo e so sticação do sistema de detecção e alarme, o detector</p><p>pode:</p><p>* Indicar seu acionamento num painel de controle;</p><p>* Acionar alarmes;</p><p>* Desligar equipamentos;</p><p>* Fechar portas corta-fogo;</p><p>* Acionar equipamentos de extinção, etc.</p><p>O tipo de detector a ser utilizado depende das características dos materiais exis-</p><p>tentes no local e do risco de incêndio existente. A posição dos detectores também é um fator</p><p>importante e a localização escolhida (normalmente junto à superfície inferior do forro) deve ser</p><p>apropriada à concentração de fumaça e dos gases quentes.</p><p>Dependendo do risco existente, os detectores podem ser instalados em outras</p><p>partes da edifi cação, como acima do forro, por debaixo de pisos, dentro de máquinas e equipa-</p><p>mentos, etc. Nestes casos, é necessário que o sistema possua um meio de identifi cação rápida</p><p>do detector acionado.</p><p>1.3.8.1.1 Alarme de Incêndio</p><p>Dispositivo destinado a alertar a po-</p><p>pulação de uma edifi cação a cerca de um incêndio</p><p>1.3.8.1.2 Alarme de Incêndio Manual</p><p>Sistema provido de acionadores</p><p>manuais que permitem que a primeira pessoa que</p><p>detectar o incêndio acione manualmente o sistema.</p><p>Os acionadores manuais podem ser instalados mes-</p><p>mo em edifi cações dotadas de sistema de detecção</p><p>automática e/ou extinção automática, já que o in-</p><p>cêndio pode ser percebido pelos ocupantes antes</p><p>de seus efeitos sensibilizarem os detectores ou os</p><p>equipamentos automáticos.</p><p>Os acionadores manuais de alarme</p><p>podem:</p><p>• Indicar seu acionamento num</p><p>painel de controle; ou</p><p>• Acionar alarmes localizados em outras áreas da edifi cação, objetivando aler-</p><p>tar os ocupantes sobre a existência do incêndio.</p><p>Figura - 197</p><p>Tabela - 6</p><p>Aptl 92-00/202086/152</p><p>1.3.8.1.3 Alarme de Incêndio Automático</p><p>Sistema de acionamento automático, vinculado ao sistema de detecção.</p><p>1.3.8.2 Central de Controle</p><p>As centrais de controle podem ser exclusivas para o sistema de alarme ou para</p><p>o de detecção, ou pode servir aos dois sistemas simultaneamente. Qualquer que seja o seu fun-</p><p>cionamento, a central de controle deverá possuir alimentação elétrica independente do forneci-</p><p>mento normal da edifi cação, de modo que, cortando-se a energia elétrica da edifi cação, a central</p><p>continuará em funcionamento.</p><p>O posto onde estiverem instaladas as centrais de controle deve ser operado por</p><p>pessoal treinado e devem possuir meios de comunicação interna e externa à edifi cação.</p><p>1.3.8.2.1 Central de Alarme</p><p>Destinada a:</p><p>a) Receber, indicar e registrar o sinal de perigo enviado pelo alarme de incêndio;</p><p>b) Transmitir o sinal recebido para:</p><p>• Alarme automático no pavimento afetado pelo fogo;</p><p>• Alarme temporizado para outras partes da edifi cação;</p><p>• Acionar uma instalação automática de extinção de incêndio;</p><p>• Fechar portas, etc;</p><p>c) Controlar o funcionamento do sistema; e</p><p>d) Realizar teste do sistema</p><p>1.3.8.2.2 Central de Detecção</p><p>a) Receber, indicar e registrar o sinal de perigo enviado pelo detector de incên-</p><p>dio;</p><p>b) Transmitir o sinal recebido por meio do sistema de alarme de incêndio para:</p><p>• Alarme automático no pavimento afetado pelo fogo;</p><p>• Alarme temporizado para todo</p><p>o edifício;</p><p>• Acionar uma instalação auto-</p><p>mática de extinção;</p><p>• Fechar portas etc;</p><p>c) Controlar o funcionamento do sis-</p><p>tema; e</p><p>d) Realizar teste do sistema.</p><p>Figura - 198</p><p>Figura - 199</p><p>Aptl 92-00/2020 87/152</p><p>1.3.8.3 Central de Comunicação</p><p>1.3.8.3.1 Objetivos</p><p>• Descrever como receber uma solicitação de emergência e os procedimentos</p><p>imediatos a serem adotados;</p><p>• Operar o sistema de controle de tráfego;</p><p>• Atender chamadas telefônicas;</p><p>• Descrever as prescrições e regras para operação de rádio;</p><p>• Acionar o policiamento ostensivo e outros apoios;</p><p>• Descrever os procedimentos decorrentes do alarme;</p><p>• Operar estações fi xas, móveis e portáteis e identifi car os procedimentos ope-</p><p>racionais padrão para uso de rádio;</p><p>• Relatar uma ocorrência por rádio;</p><p>• Identifi car sinais de apito, gestos e alarmes; e</p><p>• Identifi car os equipamentos utilizados.</p><p>1.3.8.3.2 Introdução</p><p>Ao se observar uma guarnição de bombeiros que retorna ao quartel em sua via-</p><p>tura, agora em baixa velocidade, em meio ao trânsito dos grandes centros urbanos, pode-se ter</p><p>a curiosidade de saber que tipo de ocorrência aquela guarnição atendeu. Porém, difi cilmente</p><p>se pensa sobre a maneira que as informações sobre a ocorrência chegaram até os Bombeiros</p><p>e como elas foram repassadas à guarnição que, por sua vez, também necessita informar, a um</p><p>centro controlador, por exemplo, sobre a sua situação operacional.</p><p>A seguir, será apresentado um breve resumo dos fundamentos, conceitos e mis-</p><p>sões da ciência da Comunicação que envolve e interliga bombeiros à comunidade.</p><p>1.3.8.3.3 Definições</p><p>a) Comunicação é o ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagens.</p><p>b) Comunicação Operacional - É a correta utilização dos procedimentos e</p><p>equipamentos de comunicação, permitindo o fl uxo de mensagens desde a solicitação de emer-</p><p>gência ao Centro de Comunicações até o retorno das viaturas ao Posto de Bombeiros.</p><p>c) Telecomunicação - Processo de comunicação à longa distância que utiliza</p><p>como meio de transmissão linhas telegráfi cas, telefônicas e ondas eletromagnéticas (ondas de</p><p>energia que se propagam no espaço).</p><p>d) Órgãos de Comunicação - São órgãos destinados a receber solicitação do pú-</p><p>blico e transmiti-las às estações que irão atendê-las.</p><p>1.3.8.3.4 Equipamentos Utilizados na Telecomunicação</p><p>a) Rádio</p><p>O rádio usado nas atividades de Bombeiros, normalmente, é o transceptor</p><p>que recebe e transmite a voz dos operadores. É composto essencialmente de um transmissor</p><p>que gera energia sob a forma de radiofreqüência (ondas eletromagnéticas), de um receptor que</p><p>converte as ondas de rádio em sinais audíveis, de um sistema adequado de antenas e de uma</p><p>fonte de energia elétrica. O rádio possibilita que a voz seja convertida em sinais elétricos sendo</p><p>transportada pela onda eletromagnética ao espaço livre onde será captada e transformada em</p><p>som, por exemplo, a voz humana.</p><p>Aptl 92-00/202088/152</p><p>Estação fi xa - Equipamento instalado em uma edifi cação, ligado à energia elé-</p><p>trica. Sua antena é posicionada em local alto, sendo ideal a instalação em cima de uma torre. Na</p><p>falta de energia elétrica, pode ser ligado a uma bateria, que fornece alimentação até o retorno</p><p>das condições normais.</p><p>A estação fi xa é identifi cada pelo nome da localidade onde está situada, por si-</p><p>glas ou por números.</p><p>Estação móvel - Instalada em veículos, obtém energia</p><p>da bateria do automóvel. A estação móvel é identifi cada pelo cadastro</p><p>operacional da viatura.</p><p>Estação portátil - Transportável pelo bombeiro, ali-</p><p>menta-se com energia de bateria recarregável, incorporada ao equipa-</p><p>mento.</p><p>A estação portátil é identifi cada por códigos pré-deter-</p><p>minados.</p><p>O conjunto de estações funcionando em uma mesma</p><p>freqüência ou grupo de freqüências é denominado rede de rádio, isto é,</p><p>um conjunto formado por estações que estão no mesmo “canal”, faixa</p><p>de comunicação ou grupo de conversação.</p><p>Figura - 200: Exemplo de rádio transceptor.</p><p>Figura - 201: Estação fi xa.</p><p>Figura - 202: Estação móvel.</p><p>Figura - 203: Estação portátil</p><p>Aptl 92-00/2020 89/152</p><p>Estação repetidora - É o equipamento que retransmite os</p><p>sinais recebidos. Destina-se a aumentar o alcance de uma rede ou operá-</p><p>-la à distância.</p><p>Características da Faixa UHF Utilizada pelos Bombei-</p><p>ros - O alcance da faixa UHF é menor que o da VHF, porém, sofre menos</p><p>interferência de ruídos.</p><p>Esta faixa é utilizada normalmente em áreas metropoli-</p><p>tanas e para cobrir regiões muito urbanizadas. Para cobrir grandes distân-</p><p>cias necessita de grande quantidade de estações repetidoras.</p><p>São usadas no CB para ligações com estações repetido-</p><p>ras em pontos estratégicos.</p><p>Operação de Rádio - A comunicação depende em muito</p><p>do operador. Quando não conseguir a comunicação com a estação de seu</p><p>interesse, deve deslocar a estação móvel (ou</p><p>3.1.3 TEORIA DE HEINRICH (TEORIA DOMINÓ) .......................................................134</p><p>3.1.4 CAUSAS DO ACIDENTE DO TRABALHO ...........................................................136</p><p>3.1.5 RISCOS AMBIENTAIS – NR 15 (ATIVIDADES E OPERAÇÕES</p><p>INSALUBRES) ............................................................................................................139</p><p>3.1.6 LIMITE DE TOLERÂNCIA .......................................................................................146</p><p>3.1.7 ESTABELECIMENTO DE UM TRABALHO SEGURO ........................................147</p><p>3.1.8 ATIVIDADES RELATIVAS A UM ACIDENTE OU INCIDENTE DO</p><p>TRABALHO .................................................................................................................147</p><p>3.1.9 CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE DO TRABALHO.........................................148</p><p>4 DISPOSIÇÕES FINAIS ..................................................................................................149</p><p>REFERÊNCIAS ...............................................................................................................150</p><p>Anexo A - GLOSSÁRIO ...................................................................................................151</p><p>Aptl 92-00/2020 7/152</p><p>1 PROTEÇÃO CONTRAINCÊNDIO EM EDIFICAÇÕES</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>No Brasil, geralmente, providências só são tomadas após as consequências de</p><p>algum evento e, no caso de incêndios, estes, muitas vezes, constituem-se em tragédias.</p><p>Os incêndios dos edifícios Andraus (1972) e Joelma (1974), ambos na cidade de</p><p>São Paulo, estão no consciente coletivo de todos os brasileiros, mesmo aqueles que não eram</p><p>nascidos na época em que ocorreram, ouviram falar deles.</p><p>Legislações consistentes sobre prevenção contraincêndio em edifi cações só fo-</p><p>ram criadas a partir desses episódios. Em 1976, o Estado do Rio de Janeiro publicou, através do</p><p>Decreto nº 897, de 21 de setembro, o primeiro Código de Segurança Contraincêndio e Pânico</p><p>do Brasil, estabelecendo normas, levando em consideração a proteção de pessoas e bens.</p><p>Em 1978, o então Ministério do Trabalho, através da Portaria GM nº 3214, de</p><p>08 de setembro, editou as primeiras Normas Regulamentadoras (NR), relativas à segurança e</p><p>medicina do trabalho, sendo a NR 23 destinada à proteção contraincêndio.</p><p>Mas o país ainda está longe de alcançar sufi ciência nesta área. Um exemplo é</p><p>a proteção passiva (meios de proteção incorporados à construção da edifi cação, os quais não</p><p>requerem nenhum tipo de acionamento para o seu funcionamento em situação de incêndio).</p><p>Ela ainda não recebeu a devida abordagem pelas legislações das esferas federal, estadual e</p><p>municipal, que ainda dão um maior enfoque para a proteção ativa (equipamentos e sistemas</p><p>que precisam ser acionados, quer manual ou automaticamente, para funcionar em situação de</p><p>incêndio).</p><p>Apenas em 1980 foi publicada a primeira norma brasileira, a NBR 5267, sobre</p><p>“Exigências particulares das obras de concreto armado, em relação à resistência ao fogo”, que</p><p>fi xava as condições exigidas das obras de concreto armado e protendido com relação à resis-</p><p>tência ao fogo.</p><p>Em 1992, o Sistema de Contraincêndio do então Ministério da Aeronáutica, ela-</p><p>borou sua primeira Norma sobre proteção contraincêndio em edifi cações (NSMA 92-2), com a</p><p>fi nalidade de orientar as seções contraincêndio do Ministério da Aeronáutica quanto aos proce-</p><p>dimentos básicos de segurança contraincêndio nas suas edifi cações.</p><p>Somente em 1993, o Decreto Estadual de São Paulo nº 38.069 apresenta as exi-</p><p>gências mínimas para se proporcionar um nível adequado de segurança aos ocupantes de uma</p><p>edifi cação em caso de incêndios, bem como minimizar as possibilidades de propagação do fogo</p><p>para edifi cações vizinhas, diminuir os danos e facilitar ações de socorro público.</p><p>Em 1994, o Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo publicou a Instrução</p><p>Técnica 02-33/94 especifi cando as exigências para edifi cações com estrutura metálica.</p><p>Figura - 1 Figura - 2</p><p>Aptl 92-00/20208/152</p><p>Em junho de 1999 e janeiro de 2000, respectivamente, são publicadas as Normas</p><p>NBR 13.323 “Dimensionamento das estruturas de aço de edifícios em situação de incêndio” e</p><p>a NBR 14.432 “Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos de edifícios”.</p><p>Em 2001, um novo Decreto Estadual de São Paulo, o 46.076, institui o regula-</p><p>mento de segurança contraincêndio das edifi cações e áreas de risco, e o Corpo de Bombeiros</p><p>do Estado de São Paulo publica a Instrução Técnica 08/01 abordando a segurança estrutural em</p><p>situação de incêndio.</p><p>Em 2011, o Decreto Estadual de São Paulo 56.819 revogou o Decreto Esta-</p><p>dual de São Paulo 46.076, passando a vigorar no lugar deste.</p><p>A segurança contraincêndio</p><p>é bastante complexa e envolve uma série</p><p>de questões que devem ser valorizadas</p><p>para que a vida e o patrimônio sejam pre-</p><p>servados. Os primeiros passos já foram da-</p><p>dos, porém, ainda há uma longa estrada a</p><p>ser percorrida. Estamos caminhando, ain-</p><p>da lentamente, mas estamos caminhando.</p><p>Podemos citar também a</p><p>tragédia ocorrida na boate Kiss, na cidade</p><p>de Santa Maria (RS), no dia 27 de janei-</p><p>ro de 2013. Um incêndio foi causado pelo</p><p>acendimento de um sinalizador por um in-</p><p>tegrante de uma banda que se apresentava</p><p>na casa noturna. As más condições de segu-</p><p>rança da casa ocasionaram a morte de 241 pessoas e feriu outras 123.</p><p>1.1 ESTRUTURAS DAS EDIFICAÇÕES EM INCÊNDIOS</p><p>1.1.1 PROTEÇÃO CONTRAINCÊNDIO</p><p>A Proteção Contraincêndio pode ser defi nida como um conjunto de fatores</p><p>estruturais, aparelhos e sistemas de detecção, alarme, contenção e extinção de um incêndio,</p><p>dimensionados para serem aplicados</p><p>numa edifi cação, com os objetivos de:</p><p>• Preservar vidas;</p><p>• Limitar o cresci-</p><p>mento do incêndio e facilitar a sua ex-</p><p>tinção ainda nos estágios iniciais;</p><p>• Difi cultar a propa-</p><p>gação do incêndio dentro da edifi ca-</p><p>ção e para edifi cações vizinhas;</p><p>• Evitar o colapso es-</p><p>trutural;</p><p>• Permitir que as pes-</p><p>soas abandonem a edifi cação em segu-</p><p>rança; e</p><p>• Permitir ações de</p><p>combate a incêndio e resgate.</p><p>As medidas de proteção contraincêndio devem ser introduzidas no momento em</p><p>que se começa a projetar uma edifi cação, seja comercial, residencial ou industrial, e até mesmo</p><p>quando se projeta uma cidade.</p><p>Os diferentes equipamentos e sistemas constituintes da proteção contraincêndio</p><p>de uma edifi cação que funcionam com eletricidade, devem ser projetados para funcionarem,</p><p>inclusive, com a interrupção do fornecimento normal de energia elétrica.</p><p>Figura - 3</p><p>Figura - 4</p><p>Aptl 92-00/2020 9/152</p><p>Basicamente podemos dividir a Proteção Contraincêndio da seguinte forma:</p><p>• Proteção Passiva; e</p><p>• Proteção Ativa.</p><p>Todos os meios de proteção contraincêndio possuem suas características técni-</p><p>cas estabelecidas em legislação específi ca.</p><p>1.1.2 DESENVOLVIMENTO DE UM INCÊNDIO</p><p>Durante um incêndio, a temperatura atinge valores muito elevados (em média</p><p>700 a 900 ºC), fazendo com que a estrutura da edifi cação sofra expansões térmicas diferencia-</p><p>das e se degrade, ocasionando a perda progressiva da resistência de seus materiais constituintes.</p><p>Durante esse processo pode ocorrer o colapso estrutural (parcial ou total) da edifi cação. Por</p><p>exemplo:</p><p>• Madeira - Entra em combustão, o que</p><p>produz a redução gradual da seção das peças, provocan-</p><p>do o colapso estrutural.</p><p>• Aço - Sofre redução acentuada de suas</p><p>propriedades físicas, em razão da elevação da tempera-</p><p>tura, provocando o colapso estrutural (Fig. 05).</p><p>• Concreto armado - Sua resistência à</p><p>compressão reduz quando exposto à temperaturas eleva-</p><p>das, podendo provocar o colapso estrutural.</p><p>Os gases tóxicos, o calor e o próprio fogo</p><p>se propagam por toda edifi cação através de passagens</p><p>e aberturas desprotegidas, criando rapidamente uma si-</p><p>tuação crítica para a sobrevivência e impedindo que as</p><p>pessoas consigam sair da edifi cação.</p><p>As pessoas desprovidas de conhecimento e treinamento entram em pânico e, em</p><p>desespero, fazem coisas absurdas. A tragédia parece ser inevitável... Porém, é</p><p>portátil) para locais onde</p><p>consiga uma comunicação melhor. Caso este deslocamento não seja</p><p>possível, poderá comunicar-se com outras estações e solicitar a re-</p><p>transmissão da mensagem para a estação de seu interesse.</p><p>Em uma única freqüência (canal) operam diversas estações, por isso os operado-</p><p>res devem utilizá-la de forma coordenada, procurando não transmitir simultaneamente.</p><p>A transmissão da mensagem deve ser feita no menor tempo possível; isto, além</p><p>de poupar o equipamento (principal- mente as baterias de estações portáteis), permitirá que</p><p>outras estações utilizem a rede sem maior espera.</p><p>Quando muitas guarnições (e, conseqüentemente, muitas estações) participam</p><p>da mesma ocorrência, é importante que toda comunicação com o COBOM seja feita por uma</p><p>única estação, montada no posto de comando. Esta estação pode ser, por exemplo, a estação</p><p>móvel mais próxima ao Comandante da Operação.</p><p>Antes de transmitir, deve-se pensar no que dizer, acionar o transmissor e “pas-</p><p>sar” a mensagem, utilizando-se do código “Q”. Em caso de mensagem de pouca inteligibilida-</p><p>de, utilizar o alfabeto fonético.</p><p>O bombeiro deve conhecer todos os cuidados necessários para a recepção e</p><p>transmissão.</p><p>Códigos e Convenções Utilizadas na Comunicação de Rádio - Para o uso ade-</p><p>quado das comunicações, é necessário o emprego de um linguajar apropriado, o que estabelece</p><p>acima de tudo uma disciplina na comunicação, ou “de rede”. A disciplina “de rede” propicia a</p><p>confi abilidade das comunicações.</p><p>Código internacional “Q” - Para evitar a sobrecarga do equipamento emprega-</p><p>-se o código “Q”. Este código simplifi ca as mensagens, garantindo rapidez na comunicação,</p><p>sem perda da confi abilidade e da clareza das expressões. (Tabela da proxima pagina)</p><p>Figura - 204:</p><p>Estação</p><p>repetidora</p><p>Aptl 92-00/202090/152</p><p>Tabela - 7: Código Internacional “Q”</p><p>Alfabeto fonético - Visa basicamente utilizar expressões convencionadas</p><p>para evitar confusão na recepção. (Tabela abaixo)</p><p>A = ALFA</p><p>B = BRAVO</p><p>C = CHARLIE</p><p>D = DELTA</p><p>E = ECO</p><p>F = FOXTROT</p><p>G = GOLF</p><p>H = HOTEL</p><p>I = ÍNDIA</p><p>J = JULIET</p><p>K = KILO</p><p>L = LIMA</p><p>M = MIKE</p><p>N = NOVEMBER</p><p>O = OSCAR</p><p>P = PAPA</p><p>Q = QUEBEC</p><p>R = ROMEU</p><p>S = SIERRA</p><p>T = TANGO</p><p>U = UNIFORM</p><p>V = VICTOR</p><p>W = WHISKY</p><p>X = X RAY</p><p>Y = YANKEE</p><p>Z = ZULU</p><p>Aptl 92-00/2020 91/152</p><p>Ao transmitir o nome da rua, YERVANT KISSAJIKIAN, para evitar dúvidas, o</p><p>operador deve soletrar da seguinte forma:</p><p>Ocorrência na rua: YERVANT KISSAJIKIAN.</p><p>YERVANT</p><p>Y de Yankee</p><p>E de Eco</p><p>R de Romeu</p><p>V de Victor</p><p>A de Alfa</p><p>N de November</p><p>T de Tango</p><p>KISSAJIKIAN</p><p>K de Kilo</p><p>I de Índia</p><p>S de Sierra</p><p>S de Sierra</p><p>A de Alfa</p><p>J de Juliet</p><p>I de Índia</p><p>K de Kilo</p><p>I de Índia</p><p>A de Alfa</p><p>N de November</p><p>Pronúncia de números.</p><p>- Quando da transmissão de numerais, estes deverão ser pronunciados como</p><p>segue:</p><p>0 = ZE - RO 6 = MEIA DÚZIA</p><p>1 = U - NO 7 = SE – TE</p><p>2 = DO - IS 8 = OI – TO</p><p>3 = TRÊS 9 = NO – VE</p><p>4 = QUA – TRO</p><p>5 = CIN – CO</p><p>b) Telefone.</p><p>Sistema público de transmissão e recepção da voz a distância, com emprego</p><p>de par de fi os. Emprega centrais públicas de comutação telefônica para toda conexão dos diver-</p><p>sos terminais, com abrangência mundial.</p><p>Atendimento Telefônico.</p><p>Atendimento não emergencial - O atendimento telefônico deve proporcionar o</p><p>melhor aproveitamento das linhas telefônicas, observando-se as seguintes regras:</p><p>• O atendimento deve ser rápido, efi ciente e cortês. A rapidez não pode pre-</p><p>judicar a clareza da mensagem;</p><p>• O atendimento deve inspirar confi ança no solicitante;</p><p>• Não devem ser dadas informações de âmbito interno;</p><p>• Nos casos de demora de atendimento ou difi culdade em localizar a pessoa</p><p>com quem o solicitante deseja falar, este deve ser informado;</p><p>• Durante o atendimento telefônico, identifi car-se da seguinte maneira: Bom-</p><p>beiros, nome da unidade, nome do operador, bom-dia / boa-tarde / boa-</p><p>-noite;</p><p>• Evitar termos usados no diminutivo (exemplo: aguarde um minutinho).</p><p>Se necessário, usar “aguarde um momento”;</p><p>• Não usar termos afetivos como “meu bem”, querida e gírias como “CHU-</p><p>CHU”, “CARA”, etc.;</p><p>Aptl 92-00/202092/152</p><p>d) Fax.</p><p>Sistema de transmissão de mensagens escritas através da cópia de documen-</p><p>tação por aparelho acoplado a linha telefônica.</p><p>e) Computador.</p><p>Processador de dados com capacidade de armazenar informações, efetuar</p><p>com elas operações programadas e fornecer resultados para a resolução de problemas.</p><p>Presta-se a fornecer todos os dados necessários às operações de combate a</p><p>incêndio, tais como:</p><p>• Itinerários;</p><p>• Localização de válvulas de incêndio;</p><p>• Características do local sinistrado;</p><p>• Procedimentos com produtos perigo-</p><p>sos;</p><p>• Listagem de reservas operacionais; e</p><p>• Outras listagens.</p><p>Terminal de computador - Dispositivo co-</p><p>nectado a um sistema de computação que transmite ou recebe in-</p><p>formações.</p><p>Atendimento emergencial</p><p>No atendimento emergencial deve-se observar as seguintes regras:</p><p>• Atendimento por resposta breve e objetiva: "Bombeiros, Emergência!"</p><p>• Atender pacientemente buscando as informações fundamentais ao auxílio.</p><p>Numa situação de emergência o solicitante está rotineiramente envolvi-</p><p>do, ansioso e impaciente.</p><p>• Concluído o atendimento, procurar tranquilizar o solicitante com frases do</p><p>tipo: "Estamos cientes", "Aguarde a chegada dos Bombeiros", etc.</p><p>• Durante o atendimento manter fi rmeza e convicção, clareza e objetividade.</p><p>• Orientar o solicitante quando o atendimento for encargo de outro órgão.</p><p>• Manter o atendimento nos limites da formalidade, evitando envolvimento</p><p>pessoal.</p><p>c) Telex.</p><p>Sistema de transmissão de mensagens escritas através da codifi cação dos si-</p><p>nais. É também chamado sistema de teleimpressão. É similar ao sistema telefônico: emprega fi o</p><p>e conta com centrais públicas de comutação.</p><p>Figura - 205: Telex</p><p>Figura - 206: Fax</p><p>Figura - 207</p><p>Aptl 92-00/2020 93/152</p><p>1.3.8.3.5 Outras formas de Comunicação</p><p>a) Comunicação por Apito</p><p>O apito visa facilitar a comunicação entre o Comandante da Operação e os</p><p>demais bombeiros no local de ocorrência.</p><p>Por ser simples e de extrema utilidade, é utilizado por todos os bombeiros</p><p>de países desenvolvidos, mesmo aqueles que possuem a mais avançada tecnologia em teleco-</p><p>municações (exemplo: Japão e Alemanha). É fundamental, porém, que seja usado por pessoal</p><p>treinado (que conheça os sinais) e que possua disciplina profi ssional.</p><p>Emprega-se o apito de tubo, similar ao apito da Marinha, por propiciar tom</p><p>grave e agudo. O Anexo 2 mostra a convenção utilizada para sinais de apito.</p><p>b) Comunicação por Gestos</p><p>A comunicação por gestos é necessária quando o local de ocorrência não pro-</p><p>porciona condições para comunicação por rádio ou apito e há condições de visibilidade entre os</p><p>homens e os comandantes das guarnições e/ou o Comandante da Operação. O Anexo 3 mostra</p><p>alguns gestos que podem ser utilizados.</p><p>Figura - 208</p><p>Aptl 92-00/202094/152</p><p>1.3.9 BRIGADA CONTRAINCÊNDIO</p><p>Apenas a existência de equipamentos para combate a incêndio, como extintores</p><p>e hidrantes, não é sufi ciente para a proteção da edifi cação. É necessária a existência de pessoal</p><p>treinado na sua utilização.</p><p>As edifi cações devem possuir pessoal preparado para enfrentar uma situação</p><p>de emergência, seja adotando as primeiras providências no sentido de extinguir um incêndio,</p><p>vazamento de gás, etc, e/ou providenciando o abandono da edifi cação de maneira rápida e</p><p>ordenada. Para isso, é necessário que seja treinado um grupo de pessoas para operar todos os</p><p>equipamentos de combate a incêndio e emergência, bem como utilizar as saídas de emergência</p><p>existentes na edifi cação.</p><p>Assim, podemos defi nir brigada contraincêndio como sendo um Grupo organi-</p><p>zado de pessoas, voluntárias ou não, treinadas e capacitadas para atuar na prevenção, abandono</p><p>da edifi cação, combate a um princípio de incêndio e prestar</p><p>os primeiros socorros, dentro de</p><p>uma área preestabelecida.</p><p>A composição da brigada contraincêndio, bem como sua formação, estão previs-</p><p>tas em legislação específi ca.</p><p>Figura - 209</p><p>Aptl 92-00/2020 95/152</p><p>1.3.10 MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO</p><p>Todos os sistemas e dispositivos de proteção contraincêndio existentes numa</p><p>edifi cação necessitam de manutenção.</p><p>Compete aos responsáveis pela proteção contraincêndio da edifi cação realizar ou</p><p>providenciar as inspeções e as manutenções dos sistemas e dispositivos de proteção de acordo</p><p>com as normas em vigor, bem como efetuar os respectivos controles, realizando a escrituração</p><p>dos serviços em fi chas ou livros.</p><p>Dependendo do sistema, poderá ser necessário providenciar os serviços de uma</p><p>empresa especializada ou profi ssional especializado para realizar a manutenção e até mesmo a</p><p>inspeção.</p><p>ATENÇÃO!!!</p><p>* Ao redor dos chuveiros automáticos e dos aplicadores de agentes extintores gasosos</p><p>deve haver um espaço livre de, pelo menos, 1 metro em todas as direções para que o agente</p><p>extintor possa ser aplicado uniformemente no ambiente, de modo a atingir todo o ambiente.</p><p>* Ao redor dos detectores de incêndio deve haver um espaço livre de, pelo menos,</p><p>1 metro em todas as direções para que nada bloqueie o agente que o ative e retarde seu</p><p>acionamento (calor, fumaça, etc).</p><p>* Não devem ser pendurados ornamentos nos chuveiros automáticos, nos aplicadores</p><p>de agentes extintores gasosos e nos detectores de incêndio.</p><p>* Por ocasião de reformas, deve-se ter o extremo cuidado de não deixar que os detectores,</p><p>chuveiros automáticos e aplicadores de agentes gasosos sejam dani cados ou pintados,</p><p>pois isto modi cará suas características prejudicando ou impedindo o seu funcionamento.</p><p>Aptl 92-00/202096/152</p><p>2 EXTINTORES DE INCÊNDIO PORTÁTEIS: SOBRE RODAS E REBOCÁVEIS</p><p>Observação: Desde 1990, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) proibiu a fabricação</p><p>de extintores portáteis ou sobre rodas, cujo agente extintor fosse a espuma química. Os extintores</p><p>de espuma química existentes até então, poderiam ser recarregados e vistoriados normalmente.</p><p>A recomendação é que eles sejam substituídos gradativamente por aparelhos contendo outros</p><p>agentes extintores. Essa atitude ocorreu devido à falta de segurança no manuseio e custo de</p><p>manutenção elevado.</p><p>2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS EXTINTORES</p><p>2.1.1 Apresentação</p><p>Os extintores de incêndio são aparelhos destinados a combater os princípios de</p><p>incêndio, e não permitir a sua evolução.</p><p>Muitas pessoas podem imaginar que o extintor é um equipamento supérfl uo e</p><p>ultrapassado. Porém estatísticas mostram que cerca de 95% dos incêndios se desenvolveram a</p><p>partir de minúsculos focos, tais como aqueles originados de curto circuitos, pontas de cigarros</p><p>jogadas inadvertidamente, etc. Se esses pequenos focos fossem combatidos de início, enquanto</p><p>o fogo estava pequeno, de fácil controle e extinção, certamente o incêndio não ocorreria.</p><p>Os aparelhos extintores possuem as vantagens de pequeno porte, fácil manejo,</p><p>localização próxima ao fogo, baixo custo, etc. Por outro lado, sua capacidade extintora é limita-</p><p>da, exigindo do operador muita efi cácia para o completo êxito na extinção do foco de incêndio.</p><p>A utilização rápida e efi caz do extintor evitará que tenhamos que lançar mão de</p><p>outros recursos mais dispendiosos para o combate ao fogo, e evitará maiores prejuízos físicos</p><p>e humanos. Os extintores possibilitam ao operador a escolha do agente extintor adequado para</p><p>cada classe de fogo.</p><p>Infelizmente muitas pessoas não são treinadas para utilizarem os aparelhos ex-</p><p>tintores. Isso é facilmente verifi cado, pois em muitos incêndios, os bombeiros encontram os</p><p>extintores intactos nas paredes da edifi cação.</p><p>Figura - 210</p><p>Aptl 92-00/2020 97/152</p><p>2.1.2 PORTABILIDADE</p><p>Quanto à portabilidade, os extintores podem ser classifi cados em:</p><p>Extintores</p><p>Portáteis</p><p>(possuem peso</p><p>total de até 20 Kg)</p><p>Não portáteis</p><p>(possuem peso</p><p>total maior que 20</p><p>Kg)</p><p>Veiculares</p><p>De parede</p><p>Sobre rodas</p><p>Rebocáveis</p><p>Estacionários</p><p>ou xos</p><p>2.1.3 PRESSÃO DE TRABALHO</p><p>Quanto à pressão de trabalho, os extintores são classifi cados como:</p><p>a) Aparelhos de baixa pressão</p><p>São confeccionados em chapa de aço metálico ou inoxidável, com emenda,</p><p>que operam com pressão de trabalho até 30 kgf/cm2.</p><p>b) Aparelhos de alta pressão</p><p>São confeccionados em tubo de aço carbono sem emenda, que operam com</p><p>pressão de trabalho maior que 30 kgf/cm2.</p><p>2.1.4 PRESSURIZAÇÃO</p><p>Quanto à pressurização, os extintores podem ser:</p><p>a) Aparelhos de pressurização direta (pressurizados, Fig.211)</p><p>São aqueles que o gás expelente está em contato permanente com o agente</p><p>extintor. É caracterizado também pela presença de indicador de pressão (exceto os extintores</p><p>de alta pressão).</p><p>Figura - 211</p><p>Tabela - 8</p><p>Aptl 92-00/202098/152</p><p>b) Aparelhos de pressurização indireta, ou de pressão injetável (a pressuri-</p><p>zar)</p><p>São aqueles que o gás expelente não se encontra em contato com o agente</p><p>extintor, e sim dentro de um cilindro de pressurização interno (Fig. 212) ou externo (Fig. 213).</p><p>2.1.5 INDICADOR DE PRESSÃO</p><p>Indicador de Pressão é um instrumento destinado a medir pressões de gases e</p><p>líquidos. É constituído basicamente de uma caixa metálica, normalmente circular, tendo na</p><p>parte frontal um mostrador com números e um ponteiro. Para proteger o ponteiro e o mostrador</p><p>é colocado um visor de vidro ou plástico de alta resistência.</p><p>Seu funcionamento se dá através da ligação da pressão interna do recipiente</p><p>com o Tubo de Bourdon, que tem a forma espiral e se encontra atrás do mostrador, e deste com</p><p>o ponteiro do mostrador. Com o acréscimo de pressão no recipiente, esta chega até o Tubo de</p><p>Bourdon fazendo com que o ponteiro, preso ao mesmo, se movimente no sentido horário deter-</p><p>minando a pressão interna do recipiente.</p><p>Normalmente os indicadores de pressão possuem mostradores contendo escalas</p><p>em kgf/cm2 e MPa (Mega Pascal), sendo que 1,0 MPa equivale a 10 kgf/cm2 conforme a Por-</p><p>taria 173/2006 do INMETRO, conforme podemos observar nas fi guras 214 e 215.</p><p>• Faixa vermelha - Pouca pressão, é necessário pressurizar.</p><p>• Faixa verde - Pressão adequada ao trabalho.</p><p>• Faixa amarela ou branca - Excesso de pressão (possui pressão mais do que</p><p>sufi ciente).</p><p>Figura - 212</p><p>Figura - 214 Figura - 215</p><p>Figura - 213</p><p>Aptl 92-00/2020 99/152</p><p>2.1.6 CILINDRO DE PRESSURIZAÇÃO</p><p>São cilindros de alta pressão existentes nos aparelhos ex-</p><p>tintores de pressão indireta, cuja fi nalidade é armazenar o gás expelente</p><p>(Fig. 216).</p><p>A capacidade dos cilindros de pressurização está direta-</p><p>mente relacionada com a capacidade do aparelho extintor.</p><p>O cilindro de pressurização, quando localizado externa-</p><p>mente, deve estar instalado no aparelho extintor por meio de um dispo-</p><p>sitivo seguro e protegido contra impactos.</p><p>2.1.7 AGENTES EXPELENTES</p><p>Também chamados de gases propelentes, são destina-</p><p>dos a pressurizar os aparelhos extintores fazendo com que os agentes</p><p>extintores sejam expelidos. Os mais utilizados são:</p><p>Gás Carbônico – CO2; e</p><p>Nitrogênio – N2.</p><p>Extintor</p><p>Pressão indireta</p><p>Água Outros*</p><p>Pressão</p><p>direta</p><p>Portátil N2 ou CO2 N2 ou CO2 N2</p><p>Não portátil N2 ou CO2 N2 ou CO2 N2</p><p>OBSERVAÇÃO</p><p>No caso dos aparelhos extintores de CO2, o próprio</p><p>gás extintor é o agente expelente.</p><p>2.1.8 CÂMARA DE EXPANSÃO (OU DE PRESSURIZAÇÃO)</p><p>É o espaço que deve ser deixado dentro dos aparelhos</p><p>extintores de baixa pressão, destinado a acomodar o gás expelente</p><p>(Fig. 08). O espaço ideal é de 20% da capacidade volumétrica do</p><p>aparelho, sendo admissível até 25%.</p><p>2.1.9 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO</p><p>Qualquer que seja o tipo de pressurização do aparelho</p><p>extintor, o gás expelente ocupará a câmara de expansão fazendo com</p><p>que o agente extintor seja pressionado contra o fundo do aparelho. Ao</p><p>ser acionada a válvula de disparo ou a pistola, o agente extintor fl uirá</p><p>através do tubo sifão em direção ao meio externo (Fig. 217).</p><p>No caso do gás carbônico, a sua própria pressão propi-</p><p>cia a sua expulsão através do tubo sifão.</p><p>Figura - 216</p><p>Figura - 217</p><p>Tabela - 9</p><p>Aptl 92-00/2020100/152</p><p>2.1.10 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA</p><p>Os dispositivos de segurança são componentes colocados nos aparelhos extinto-</p><p>res que visam à segurança das pessoas que irão utilizar ou manutenir este equipamento.</p><p>São vários os dispositivos dentre eles podemos citar: trava, lacre, dispositivo an-</p><p>tirecuo (quebra-jato), indicador de pressão, tampa com orifício ou ranhura na rosca para alívio</p><p>de pressão remanescente, dispositivo de alívio de pressão e outros (Fig. 218).</p><p>Em nosso estudo vamos abordar a válvula de alívio de pressão, tampas com ori-</p><p>fícios ou ranhuras nas roscas e a válvula de ruptura.</p><p>Figura - 218</p><p>Aptl 92-00/2020 101/152</p><p>a) Válvula de alívio de pressão</p><p>Dispositivo que serve para aliviar somente o excesso de pressão do extintor.</p><p>Funciona quando a pressão interna do aparelho ultrapassa uma vez e meia a pressão de traba-</p><p>lho. Então ela se abre dando passagem para o excesso de pressão, quando, depois de liberado</p><p>este excesso, volta a se fechar. É geralmente encontrada nos extintores de pressão injetável</p><p>(Figs. 219, 220 e 221).</p><p>b) Disco de segurança</p><p>Dispositivo de segurança existente nos extintores de alta pressão (Fig.</p><p>222) e nos cilindros de pressurização (Fig. 223), destinado a evitar o rompimento do extin-</p><p>tor ou cilindro. Quando a pressão interna aumenta e atinge um nível em que a segurança do</p><p>recipiente fi ca comprometida, o disco de segurança se rompe dando passagem a toda a pressão</p><p>interna. Neste caso não há como impedir o vazamento total da carga.</p><p>Figura - 219</p><p>Figura - 220</p><p>Figura - 222 Figura - 223</p><p>Figura - 221</p><p>Aptl 92-00/2020102/152</p><p>Como exemplo podemos citar o disco de segurança da válvula do extintor de</p><p>dióxido de carbono, que se rompe a partir de 163 kgf/cm² até o extremo do teste hidrostático</p><p>190 ou 200 kgf/cm², ou a 45º C , que representa o limite máximo da faixa de temperatura de</p><p>operação. É por isso que devemos ter o cuidado quando o extintor de CO2 fi ca exposto a tem-</p><p>peraturas elevadas, como no pátio de aeronave de determinadas regiões, onde a temperatura</p><p>ambiente pode facilmente chegar a 45°.</p><p>c) Dispositivo para alívio de pressão remanescente</p><p>Dispositivo de segurança que serve para aliviar a pressão remanescente den-</p><p>tro do extintor. Quando o pessoal de manutenção estiver desrosqueando a tampa ou a válvula</p><p>de um extintor, antes de sua total remoção, os furos diametralmente opostos existentes na rosca</p><p>das tampas (Fig. 224), ou as ranhuras existentes na rosca das válvulas (Fig. 225) e em algumas</p><p>tampas (Fig. 226), permitirão a saída da pressão remanescente do extintor, evitando assim pos-</p><p>síveis acidentes.</p><p>2.1.11 RÓTULO</p><p>O rótulo é um requisito obrigatório para qualquer aparelho extintor. Nele devem</p><p>constar, no mínimo, as seguintes informações:</p><p>a) Logomarca da empresa (fabricante ou de manutenção);</p><p>b) Carga nominal;</p><p>c) Capacidade extintora;</p><p>d) Indicação de uso nas classes de incêndio; e</p><p>e) Instruções de utilização.</p><p>a</p><p>b, c</p><p>d</p><p>e</p><p>Figura - 224 Figura - 225 Figura - 226</p><p>Figura - 227</p><p>Figura - 228</p><p>Aptl 92-00/2020 103/152</p><p>2.1.12 TRANSPORTE DOS APARELHOS EXTINTORES</p><p>Com exceção de alguns extintores portáteis com carga de água com pressão inje-</p><p>tável, que não podem ser transportados na posição horizontal, devido ao fato de não possuírem</p><p>dispositivo que impeçam a saída de água, os aparelhos extintores podem ser transportados da</p><p>maneira que mais o operador se adapte e se sinta seguro. Os bombeiros recomendam o trans-</p><p>porte conforme mostram as fi guras 229 e 230.</p><p>2.1.13 APARELHOS EXTINTORES PORTÁTEIS</p><p>2.1.13.1 Extintor de Água</p><p>a) Apresentação</p><p>São extintores de baixa pressão confeccionados em chapa de aço carbono ou</p><p>inoxidável. Existe uma variedade muito grande de extintores portáteis com capacidade de 10</p><p>litros, podendo ser de pressurização indireta (Figs. 231, 232 e 233) ou direta (água pressuriza-</p><p>da, Fig. 234). Os extintores de pressurização indireta possuem válvula de segurança para</p><p>alívio de pressão.</p><p>Figura - 229 Figura - 230</p><p>Aptl 92-00/2020104/152</p><p>Figura - 231 Figura - 232</p><p>Figura - 234</p><p>Figura - 233</p><p>Aptl 92-00/2020 105/152</p><p>b) Funcionamento</p><p>b.1) Extintor de água de pressurização indireta - Seu funcionamento ocor-</p><p>re com a pressurização do extintor através da liberação do gás expelente contido no cilindro de</p><p>pressurização, que pressurizará o sistema e impulsionará a água através do tubo sifão e man-</p><p>gueira rígida (Fig. 235).</p><p>1 - Alça de transporte</p><p>2 - Tubo sifão</p><p>3 - Cilindro de pressurização</p><p>4 - Tampa volante</p><p>5 - Válvula de disparo</p><p>b.2) Extintor de água de pressurização direta - Seu funcionamento ocorre</p><p>com o acionamento da válvula de disparo, que permitirá que a água fl ua através do tubo sifão e</p><p>saia sob pressão através da mangueira rígida (Fig. 236).</p><p>Figura - 235</p><p>Figura - 236</p><p>Aptl 92-00/2020106/152</p><p>c) Aplicação</p><p>A água deve ser aplicada na base do fogo, começando o combate a uma dis-</p><p>tância inicial de 3 a 4 metros, avançando à medida que o fogo for sendo apagado. Colocando-se</p><p>o dedo na extremidade da mangueira rígida, obteremos um pequeno chuveiro (Fig. 237).</p><p>d) Duração da descarga</p><p>e) Alcance do jato</p><p>Acima de 4 metros.</p><p>f) Procedimentos de operação</p><p>f.1) Extintor de água de pressurização direta (pressurizado)</p><p>1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento;</p><p>2º) Retirar o pino de segurança (Figs. 238 e 239);</p><p>3º) Empunhar a mangueira rígida;</p><p>4º) Acionar a válvula de disparo efetuando o teste do extintor (Fig. 240); e</p><p>5º) Iniciar o combate a partir de uma distância de 3 a 4 metros do fogo,</p><p>aplicando o jato na base do fogo, se aproximando à medida que for apa</p><p>gando o fogo.</p><p>f.2) Extintor de água de pressurização indireta</p><p>1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento;</p><p>2º) Inclinar o extintor para frente segurando a mangueira rígida apontada para</p><p>o fogo e abrir o registro do cilindro de pressurização, rompendo o lacre</p><p>(Fig. 241);</p><p>Figura - 237</p><p>Tabela - 10</p><p>Aptl 92-00/2020 107/152</p><p>Figura - 238</p><p>Figura - 239</p><p>Figura - 240</p><p>Figura - 241</p><p>Aptl 92-00/2020108/152</p><p>Caso o extintor não tenha válvula de disparo:</p><p>3º) Empunhar a mangueira rígida e iniciar o combate a partir de uma distância</p><p>de 3 a 4 metros do fogo, aplicando o jato na base do fogo, se aproximando</p><p>à medida que for apagando o fogo;</p><p>Caso o extintor tenha válvula de disparo:</p><p>4º) Empunhar a mangueira rígida e acionar a válvula de disparo efetuando o</p><p>teste do extintor; e</p><p>5º) Iniciar o combate a partir de uma distância de 3 a 4 metros do fogo (Fig.</p><p>242), aplicando o jato na base do fogo, se aproximando à medida que for</p><p>apagando o fogo.</p><p>3 a 4 m</p><p>g) Perigos oferecidos pelo extintor</p><p>g.1) Extintor de água de pressurização indireta</p><p>No momento da pressurização, devemos segurar a mangueira rígida, apon-</p><p>tando-a para a base do fogo, e inclinar o extintor 45° para frente (Fig. 243),</p><p>apoiando-o no chão, pois existe o risco da mangueira rígida chicotear e o da</p><p>tampa (caso mal rosqueada) sair violentamente e acertar o nosso rosto.</p><p>g.2) Extintor de água de pressurização direta (pressurizado)</p><p>Não apresenta perigo.</p><p>2.1.13.2 Extintor de Dióxido de Carbono (CO2)</p><p>a) Apresentação</p><p>São extintores de alta pressão confeccionados em tubo de aço carbono sem</p><p>emenda. Os extintores portáteis de dióxido de carbono podem ter a capacidade que variam de 1</p><p>a 6 quilos (Figs. 244 e 245). Eles não possuem indicadores de pressão devido ao fato dos indi-</p><p>cadores de alta pressão tornarem o aparelho extintor economicamente inviável.</p><p>Os difusores se destinam a direcionar o jato de CO2 que está sendo liberado,</p><p>de modo que ele se expanda e atinja o material em chamas com a sua melhor concentração</p><p>abafadora. Existem algumas variedades de modelos, porém os maiores têm apresentado uma</p><p>maior efi ciência (Fig. 246).</p><p>Figura - 242</p><p>Figura - 243</p><p>Aptl 92-00/2020 109/152</p><p>Figura - 244</p><p>Figura - 245</p><p>Figura - 246</p><p>Aptl 92-00/2020110/152</p><p>b) Funcionamento</p><p>Ocorre com o acionamento da válvula de disparo, que libera a fase liquefeita</p><p>do dióxido de carbono através do tubo sifão. Após passar pela peça chamada “quebra-jato” (que</p><p>reduz a força de reação provocada pela saída do gás sob pressão de maneira violenta, permi-</p><p>tindo ao operador manter o controle direcional), o CO2 percorre a mangueira rígida e entra no</p><p>difusor, por onde é liberado. O difusor permite a aplicação do dióxido de carbono de maneira</p><p>suave, uniforme e compacta. A fase líquida do CO2, ao se gaseifi car, aumenta o seu volume</p><p>em 450 vezes.</p><p>Observação - O quebra-jato pode estar localizado na válvula ou na extremidade</p><p>da mangueira</p><p>c) Aplicação</p><p>O dióxido de carbono deve ser aplicado a favor do vento, a uma distância</p><p>inicial de aproximadamente 1,5 a 2 metros do fogo, para dar condições de formar a nuvem aba-</p><p>fadora. O operador deve avançar à medida que o fogo for sendo apagado, ajudando na formação</p><p>dessa nuvem, fazendo movimentos de “varredura” com o difusor, dentro dos limites do material</p><p>em chamas (Figs. 248 e 249). Sua melhor efi ciência ocorre em ambientes fechados.</p><p>Figura - 247</p><p>Figura - 248 Figura - 249</p><p>Aptl 92-00/2020 111/152</p><p>d) Duração da descarga</p><p>Depende do regime de descarga imposto pelo operador e da capacidade do</p><p>extintor.</p><p>e) Alcance do jato (com efi ciência)</p><p>De 0,60 a 1,20 metros.</p><p>f) Operação</p><p>1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento;</p><p>2º) Retirar o pino de segurança;</p><p>3º) Empunhar o difusor segurando-o no punho (Fig. 250);</p><p>4º) Acionar a válvula de disparo efetuando o teste do extintor; e</p><p>5º) Iniciar o combate a uma distância de 1,5 a 2 metros do fogo (Fig. 251),</p><p>aplicando o CO2 de modo que a nuvem envolva a base do fogo, movi</p><p>mentando o difusor (varredura), dentro dos limites do material em cha</p><p>mas, se aproximando à medida que for apagando o fogo.</p><p>1,5 a 2 m</p><p>g) Perigos oferecidos pelo extintor</p><p>• Ele oferece o perigo de queimaduras nas mãos e pequenos choques elétri-</p><p>cos, se o operador segurar no difusor. Deve-se segurar no punho no mo-</p><p>mento da operação.</p><p>• A possibilidade de ocorrer choque elétrico é decorrente do fato da rápida</p><p>expansão do CO2 líquido para o estado gasoso, que produz energia estática.</p><p>• O dióxido de carbono produz queimaduras na pele, é irritante aos olhos e,</p><p>em ambientes fechados e em concentrações relativamente baixas (20%),</p><p>pode causar morte por asfi xia.</p><p>Figura - 250</p><p>Figura - 251</p><p>Aptl 92-00/2020112/152</p><p>2.1.13.3 Extintor de Pó Químico (PQ)</p><p>a) Apresentação</p><p>São extintores de baixa pressão confeccionados em chapa de aço carbono ou</p><p>inoxidável. Os extintores portáteis com carga de pó químico são fabricados em diversas capa-</p><p>cidades que vão de 1 até 12 quilos, podendo ser de pressurização indireta (Fig. 252) ou direta,</p><p>também chamados de pressurizados (Figs. 253 e 254). Os de 1 e 2 quilos não possuem man-</p><p>gueira rígida. Os de pressurização indireta possuem válvula de segurança para alívio de pressão</p><p>e tubo de pressurização.</p><p>O tubo de pressurização dos extintores de pó químico de pressurização indire-</p><p>ta tem como objetivo descompactar todo o pó que esteja no fundo do cilindro, a fi m de garantir</p><p>a funcionalidade do aparelho.</p><p>Figura - 252</p><p>Figura - 253</p><p>Figura - 254</p><p>Aptl 92-00/2020 113/152</p><p>b) Funcionamento</p><p>b.1) Extintor de PQ</p><p>de pressurização indireta: Ocorre com</p><p>a pressurização do extintor através da</p><p>liberação do gás expelente contido no</p><p>cilindro de pressurização. Esse gás será</p><p>conduzido pelo tubo de pressurização até</p><p>a parte de baixo do recipiente de pó. En-</p><p>tão, quando ele subir em direção à câma-</p><p>ra de expansão, irá forçar o pó químico a</p><p>se descompactar. Uma vez na câmara de</p><p>expansão, o gás expelente impulsionará</p><p>o PQ através do tubo sifão e pela man-</p><p>gueira rígida até a pistola. Acionando-se</p><p>a pistola, ocorrerá a saída do PQ (Fig.</p><p>255).</p><p>b.2) Extintor de PQ</p><p>de pressurização direta (pressuriza-</p><p>do): Ocorre com o acionamento da vál-</p><p>vula de disparo, que permitirá que o PQ</p><p>fl ua através do tubo sifão e saia sob pres-</p><p>são através da mangueira rígida (Fig. 256).</p><p>Alça de</p><p>Transporte</p><p>Tubo Sifão Cilindro de</p><p>Pressurização</p><p>Pistola</p><p>Tubo de</p><p>Pressurização</p><p>Alça de</p><p>Transporte</p><p>Válvula de</p><p>Disparo</p><p>Indicador de</p><p>Pressão</p><p>Tubo Sifão</p><p>Figura - 255</p><p>Figura - 256</p><p>Aptl 92-00/2020114/152</p><p>c) Aplicação</p><p>O PQ deve ser aplicado a favor do vento, a uma distância inicial de aproxima-</p><p>damente 3 a 4 metros do fogo, para se ter condições de formar a nuvem abafadora, avançando</p><p>à medida que o fogo for sendo apagado. O operador deve ajudar na formação dessa nuvem,</p><p>fazendo movimentos de varredura, dentro dos limites do material em chamas.</p><p>d) Duração da descarga</p><p>Depende do regime de aplicação imposto pelo operador e da capacidade do</p><p>extintor.</p><p>e) Alcance do jato</p><p>Alcance efi caz é de 2 a 6 metros.</p><p>f) Operação</p><p>f.1) Extintor de pressurização direta (pressurizado)</p><p>1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento;</p><p>2º) Retirar o pino de segurança;</p><p>3º) Empunhar a mangueira rígida (se possuir);</p><p>4º) Acionar a válvula de disparo efetuando o teste do extintor (Fig. 257); e</p><p>5º) Iniciar o combate a uma distância de 3 a 4 metros do fogo, aplicando o</p><p>jato de PQ de modo que a nuvem envolva a base do fogo, movimentando</p><p>a mangueira rígida ou o extintor (varredura, Fig. 257), dentro dos limites</p><p>do material em chamas, se aproximando à medida que for apagando o</p><p>fogo.</p><p>Figura - 257</p><p>Figura - 258</p><p>Aptl 92-00/2020 115/152</p><p>f.2) Extintor de pressurização indireta</p><p>1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento (Fig. 259);</p><p>2º) Inclinar o extintor para frente segurando a mangueira rígida e abrir o re</p><p>gistro do cilindro de pressurização, rompendo o lacre (Fig. 260);</p><p>3º) Empunhar a pistola e acionar efetuando o teste do extintor; e</p><p>4º) Iniciar o combate a uma distância de 3 a 4 metros do fogo, aplicando o jato</p><p>de PQ de modo que a nuvem envolva a base do fogo, movimentando a</p><p>mangueira rígida ou o extintor (varredura), dentro dos limites do material</p><p>em chamas, se aproximando à medida que for apagando o fogo.</p><p>g) Perigos oferecidos pelo extintor</p><p>Extintor de pressurização indireta</p><p>No momento da pressurização, devemos segurar a mangueira rígida, apontan-</p><p>do-a para a base do fogo, e inclinar o extintor 45º para frente (Fig. 261), apoiando-o no chão,</p><p>pois existe o risco da mangueira rígida chicotear e o da tampa (caso mal rosqueada) sair violen-</p><p>tamente e acertar o nosso rosto.</p><p>Figura - 259</p><p>Figura - 260</p><p>Aptl 92-00/2020116/152</p><p>Extintor de pressurização direta (pressurizado)</p><p>Não apresenta perigo.</p><p>2.1.13.4 Extintor de Espuma Mecânica</p><p>a) Apresentação</p><p>São extintores de baixa pressão confeccionados em chapa</p><p>de aço inoxidável, aço carbono ou chapa de alumínio. São fabricados com</p><p>capacidade de 9 e 10 litros, podendo ser de pressurização indireta (Fig.</p><p>262) ou direta, também chamado de pressurizados (Fig. 263).</p><p>b) Funcionamento</p><p>b.1) Extintor de pressuriza-</p><p>ção indireta: Ocorre com a pressurização da</p><p>pré-mistura (água + LGE) contida no extintor</p><p>através da liberação do gás expelente contido</p><p>no cilindro de pressurização. Ao ser acionada</p><p>a válvula de disparo, a mistura fl uirá através do</p><p>tubo sifão e da mangueira rígida até o esguicho</p><p>formador de espuma, onde o ar é aspirado e a</p><p>espuma é formada e lançada (Fig. 264).</p><p>Esguicho</p><p>Formador de</p><p>Espuma</p><p>Tubo</p><p>Sifão</p><p>Válvula de</p><p>Disparo</p><p>Alça de</p><p>Transporte</p><p>Cilindro de</p><p>Pressurização</p><p>Figura - 262</p><p>Figura - 263</p><p>Figura - 264</p><p>Figura - 261</p><p>Aptl 92-00/2020 117/152</p><p>b.2) Extintor de pressurização</p><p>direta (pressurizado): Ocorre com o acionamen-</p><p>to da válvula de disparo, que permitirá a saída da</p><p>mistura pressurizada através do tubo sifão e da</p><p>mangueira rígida até o esguicho formador de es-</p><p>puma, onde o ar é aspirado e a espuma é formada</p><p>e lançada (Fig. 265).</p><p>c) Aplicação</p><p>A espuma deve</p><p>ser aplicada a</p><p>partir de uma distância segura (3 a 4 metros, Fig.</p><p>266) de maneira a cobrir a superfície do material</p><p>em chamas. Devemos usar, nos casos de líquidos</p><p>infl amáveis, um anteparo, ou seja, direcionar o</p><p>jato de espuma num anteparo de modo que ela es-</p><p>corra por ele e cubra de maneira suave a superfí-</p><p>cie do líquido em chamas. Por exemplo: as bordas</p><p>laterais de um recipiente que contenha líquido em</p><p>chamas poderão ser usadas como anteparo. Caso</p><p>não se disponha de um anteparo, lançá-la para o alto para cair como chuva em cima do líquido.</p><p>Esguicho</p><p>Formador de</p><p>Espuma</p><p>Tubo</p><p>Sifão</p><p>Válvula de</p><p>Disparo</p><p>Alça de</p><p>Transporte</p><p>Indicador de</p><p>Pressão</p><p>d) Duração da descarga</p><p>Depende do regime de aplicação imposto pelo operador.</p><p>e) Alcance do jato</p><p>De 9 a 10 metros.</p><p>f) Operação</p><p>f.1) Extintor de pressurização direta (pressurizado)</p><p>1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento;</p><p>2º) Retirar o pino de segurança;</p><p>3º) Empunhar a mangueira rígida pelo esguicho formador de espuma (Fig.</p><p>267). Observação: Ao empunhar o esguicho, tomar o cuidado de não</p><p>impedir a entrada do ar para a formação de espuma;</p><p>Orifício para a</p><p>entrada do ar</p><p>Figura - 265</p><p>Figura - 267</p><p>Figura - 266</p><p>Aptl 92-00/2020118/152</p><p>4º) Acionar a válvula de disparo efetuando o teste do extintor; e</p><p>5º) Iniciar o combate a uma distância de 3 a 4 metros do fogo, aplicando o</p><p>jato de espuma num anteparo, de modo que a espuma escorra suavemente</p><p>pela superfície do líquido em chamas. À medida que for apagando, efetue</p><p>deslocamentos de modo a aplicar o jato de espuma em outras partes do</p><p>anteparo para que a espuma possa cobrir a superfície do líquido mais ra</p><p>pidamente.</p><p>f.2) Extintor de pressurização indireta</p><p>6º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento;</p><p>7º) Abrir o registro do cilindro de pressurização, rompendo o lacre (Fig. 268);</p><p>8º) Empunhar a mangueira rígida pelo esguicho formador de espuma.</p><p>9º) Obs: Ao empunhar o esguicho, tomar o cuidado de não impedir a entrada</p><p>do ar para a formação de espuma;</p><p>10º) Acionar a válvula de disparo efetuando o teste do extintor; e</p><p>11º) Iniciar o combate a uma distância de 3 a 4 metros do fogo, aplicando o</p><p>jato de espuma num anteparo,</p><p>de modo que a espuma escorra</p><p>suavemente pela superfície do</p><p>líquido em chamas.</p><p>À medida que for apagando, efetue</p><p>deslocamentos de modo a aplicar o jato de espuma</p><p>em outras partes do anteparo para que a espuma possa</p><p>cobrir a superfície do líquido mais rapidamente.</p><p>g) Perigos oferecidos pelo extin-</p><p>tor</p><p>g.1) Extintor de pressurização in-</p><p>direta</p><p>No momento da pressurização de-</p><p>vemos ter cuidado, pois existe o risco da válvula</p><p>(caso mal rosqueada) sair violentamente e acertar o</p><p>nosso rosto.</p><p>g.2) Extintor de pressurização di-</p><p>reta (pressurizado)</p><p>Não apresenta perigo.</p><p>2.1.13.5 Extintor de Gases Halogenados</p><p>a) Apresentação</p><p>São extintores de baixa pressão confeccionados em chapa de aço carbono ou</p><p>inoxidável. O extintor com carga de halon é fabricado em diversas capacidades, variando desde</p><p>1 até 9 quilos, todos já pressurizados com nitrogênio, e os modelos com capacidade acima de 4</p><p>quilos, apresentam mangueira rígida para melhor direcionar o jato (Figs. 269 e 270).</p><p>Figura - 268</p><p>Aptl 92-00/2020 119/152</p><p>b) Funcionamento</p><p>Ocorre com o acionamento da válvula de disparo, que permitirá a saída da</p><p>mistura pressurizada de gases através do tubo sifão e da mangueira rígida até o esguicho.</p><p>c) Aplicação</p><p>Deve ser aplicado a favor do vento a uma distância inicial de aproximada-</p><p>mente 1 a 2 metros do fogo, para dar condições de formar a nuvem que envolve o material em</p><p>chamas, avançando à medida que o fogo for sendo apagado. O operador deve ajudar na forma-</p><p>ção dessa nuvem, fazendo movimentos de varredura, dentro dos limites do material em chamas.</p><p>d) Duração da descarga</p><p>Depende do regime de aplicação e da capacidade do extintor.</p><p>e) Alcance do jato</p><p>De 3 a 6 metros.</p><p>f) Operação</p><p>1º) Levar o extintor até uma distância segura do fogo (4 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento;</p><p>2º) Retirar o pino de segurança;</p><p>3º) Empunhar a mangueira rígida (os que possuírem);</p><p>4º) Acionar a válvula de disparo para testar o equipamento (Fig. 271); e</p><p>5º) Iniciar o combate aplicando o jato de modo que a nuvem envolva a base</p><p>do fogo, movimentando a mangueira rígida (se possuir), ou o próprio ex-</p><p>tintor, de modo a fazer uma varredura, dentro dos limites do material em</p><p>chamas, se aproximando à medida que for apagando o fogo.</p><p>Figura - 269 Figura - 270</p><p>Figura - 271</p><p>Aptl 92-00/2020120/152</p><p>g) Perigos oferecidos pelo extintor</p><p>O extintor em si não oferece riscos, porém muitos gases halogenados são</p><p>tóxicos e, além disso, em ambientes fechados podem causar a asfi xia.</p><p>2.1.14 APARELHOS EXTINTORES SOBRE RODAS (CARRETAS)</p><p>São aparelhos de grande volume.</p><p>Para facilitar o seu transporte, são montados sobre</p><p>rodas, formando uma carreta (Fig. 272). Apesar de</p><p>uma pessoa bem treinada ter condições de operar</p><p>um aparelho extintor sobre rodas, devido ao seu</p><p>porte, recomendamos que sejam operados por dois</p><p>elementos, que constituem a guarnição de carreta.</p><p>Da seguinte forma:</p><p>O primeiro é o chefe da linha. É ele</p><p>que empunha a mangueira rígida e ataca o fogo.</p><p>O segundo é o auxiliar. É ele que</p><p>aciona a carreta, movimentando-a de acordo com o</p><p>chefe da linha.</p><p>De modo geral, o funcionamento dos</p><p>extintores portáteis e sobre rodas é bem parecido.</p><p>2.1.14.1 Carreta de Água</p><p>a) Apresentação</p><p>São fabricadas com capacidade</p><p>de 75 a 150 litros, com 5 a 10 metros de mangueira</p><p>rígida, podendo ser de pressurização direta ou pres-</p><p>surizada e de pressurização indireta. Algumas pos-</p><p>suem esguichos. Outras possuem pistolas.</p><p>b) Funcionamento</p><p>b.1) Carreta de água de pres-</p><p>surização indireta (Fig. 273): Ocorre com a pres-</p><p>surização do extintor através da liberação do gás</p><p>expelente contido no cilindro de pressurização, que</p><p>pressurizará o sistema e impulsionará a água atra-</p><p>vés do tubo sifão e pela mangueira rígida. Ao ser</p><p>acionada a pistola, o agente extintor será expelido.</p><p>b.2) Carreta de água de pressurização direta (pressurizada, Fig. 274):</p><p>Ocorre com o acionamento da válvula de liberação do agente extintor, que permitirá que a água</p><p>fl ua através do tubo sifão e pela mangueira rígida. Ao ser acionada a pistola, o agente extintor</p><p>será expelido.</p><p>Figura - 272</p><p>Aptl 92-00/2020 121/152</p><p>c) Aplicação</p><p>Devemos aplicar a água na base do fogo, começando o combate a uma distân-</p><p>cia inicial mínima de 5 metros, avançando à medida que o fogo for sendo apagado. Colocando-</p><p>-se o dedo na extremidade da mangueira rígida, obteremos um “pequeno chuveiro”.</p><p>d) Duração da descarga</p><p>d.1) Carreta de pressurização indireta:</p><p>Aproximadamente 3 (três) minutos.</p><p>d.2) Carreta de pressurização direta (pressurizada):</p><p>Depende do regime de descarga imposto pelo operador.</p><p>e) Alcance do jato</p><p>De 10 a 15 metros.</p><p>f) Operação</p><p>f.1) Carreta de pressurização indireta:</p><p>1º) Levar a carreta até uma distância segura do fogo (5 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento;</p><p>2º) O chefe da linha estica a mangueira rígida e o auxiliar abre o registro do</p><p>cilindro de pressurização, rompendo o lacre (Fig. 275);</p><p>Figura - 273 Figura - 274</p><p>Figura - 275</p><p>Aptl 92-00/2020122/152</p><p>3º) Nas carretas com pistolas, o chefe da linha deve efetuar um disparo para</p><p>testar o equipamento. Nas carretas sem pistolas, a água começará a sair</p><p>pelo esguicho;</p><p>4º) O chefe da linha inicia o combate ao fogo a partir de uma distância de 4 a</p><p>5 metros, se aproximando à medida que for apagando o fogo; e</p><p>5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme orientação do chefe da linha</p><p>(avançar / recuar).</p><p>f.2) Carreta de pressurização direta (pressurizada)</p><p>1º) Levar a carreta até uma distância segura do fogo (5 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento;</p><p>2º) O chefe da linha estica a mangueira rígida e o auxiliar abre a válvula de</p><p>liberação de água, rompendo o lacre;</p><p>3º) Nas carretas com pistolas, o chefe da linha deve efetuar um disparo para</p><p>testar o equipamento. Nas</p><p>carretas sem pistolas, a água começará a sair</p><p>pelo esguicho;</p><p>4º) O chefe da linha inicia o combate ao fogo a partir de uma distância de 4 a</p><p>5 metros, se aproximando à medida que for apagando o fogo; e</p><p>5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme orientação do chefe da linha</p><p>(avançar / recuar).</p><p>g) Perigos oferecidos pela carreta</p><p>g.1) Carreta de pressurização indireta</p><p>Possibilidade de soltar a tampa por ocasião da pressurização, caso esteja mal</p><p>rosqueada.</p><p>g.2) Carreta de pressurização direta (pressurizada)</p><p>Não apresenta perigo.</p><p>2.1.14.2 Carreta de Pó Químico</p><p>a) Apresentação</p><p>Encontrados com as mais diferentes capa-</p><p>cidades, a partir de 20 quilos, providos de 3 a 10 metros de</p><p>mangueira rígida com pistola, podendo ser de pressurização</p><p>indireta e de pressurização direta ou pressurizada. Alguns</p><p>equipamentos possuem válvulas de abertura de linha e vál-</p><p>vulas de limpeza de linha.</p><p>b) Funcionamento</p><p>b.1) Carreta de pressurização indireta</p><p>(Fig. 276): Ocorre com a pressurização do extintor através</p><p>da liberação do gás expelente contido no cilindro de pressu-</p><p>rização. Esse gás será conduzido pelo tubo de pressurização</p><p>até a parte de baixo do recipiente de pó. Então, quando ele</p><p>subir em direção à câmara de expansão, irá forçar o pó quí-</p><p>mico a se descompactar. Uma vez na câmara de expansão,</p><p>o gás expelente impulsionará o PQ através do tubo sifão e</p><p>pela mangueira rígida até a pistola. Acionando-se a pistola,</p><p>ocorrerá a saída do PQ.</p><p>Figura - 276</p><p>Aptl 92-00/2020 123/152</p><p>b.2) Carreta de pressurização direta (pressurizada, Fig. 277): Ocorre com</p><p>o acionamento da válvula de liberação de PQ, que permitirá que PQ fl ua através do tubo sifão e</p><p>pela mangueira rígida até a pistola. Acionando-se a pistola, ocorrerá a saída do PQ.</p><p>c) Aplicação</p><p>Deve ser aplicado a favor do vento, a uma distância inicial mínima de apro-</p><p>ximadamente 5 metros do fogo, para dar condições de formar a nuvem abafadora. O operador</p><p>deve avançar à medida que o fogo for sendo apagado ajudando na formação dessa nuvem, fa-</p><p>zendo movimentos de varredura, dentro dos limites do material em chamas.</p><p>d) Duração da descarga</p><p>Depende do regime de aplicação imposto pelo operador e da capacidade da</p><p>carreta.</p><p>e) Alcance do jato</p><p>De 6 a 14 metros.</p><p>f) Operação</p><p>f.1) Carreta de pressurização indireta</p><p>1º) Levar a carreta até uma</p><p>distância segura do fogo (5</p><p>metros ou mais) e a favor do</p><p>vento;</p><p>2º) O auxiliar abre o registro do</p><p>cilindro de pressurização,</p><p>rompendo o lacre e o chefe</p><p>da linha estica a mangueira</p><p>rígida e se posiciona a pelo</p><p>menos 5 metros do fogo;</p><p>3º) O chefe da linha efetua um</p><p>disparo para testar o equipa-</p><p>mento;</p><p>Figura - 277</p><p>Figura - 278</p><p>Aptl 92-00/2020124/152</p><p>4º) O chefe da linha inicia o combate ao fogo a partir de 5 metros de distân-</p><p>cia, empunhando a pistola, aplicando o jato de PQ de modo que a nuvem</p><p>envolva a base do fogo, realizando movimentos de varredura, dentro dos</p><p>limites do material em chamas, se aproximando à medida que for apagan-</p><p>do; e</p><p>5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme orientação do chefe da linha</p><p>(avançar / recuar).</p><p>f.2) Carreta de pressurização direta (pressurizada)</p><p>1º) Levar a carreta até uma distância segura do fogo (5 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento;</p><p>2º) O auxiliar abre a válvula de liberação de PQ, rompendo o lacre e o chefe</p><p>da linha estica a mangueira rígida e se posiciona a pelo menos 5 metros do</p><p>fogo;</p><p>3º) O chefe da linha efetua um disparo para testar o equipamento;</p><p>4º) O chefe da linha inicia o combate ao fogo a partir de 5 metros de distância,</p><p>empunhando a pistola, aplicando o jato de PQ de modo que a nuvem en</p><p>volva a base do fogo, realizando movimentos de varredura, dentro dos</p><p>limites do material em chamas, se aproximando à medida que for apagan</p><p>do; e</p><p>5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme orientação do chefe da linha</p><p>(avançar / recuar).</p><p>g) Perigos oferecidos pela carreta</p><p>g.1) Carreta de pressurização indireta</p><p>Possibilidade de soltar a tampa por ocasião da pressurização, caso esteja mal</p><p>rosqueada.</p><p>g.2) Carreta de pressurização direta (pressurizada)</p><p>Não apresenta perigo.</p><p>2.1.14.3 Carreta de Dióxido de Carbono (CO2)</p><p>a) Apresentação</p><p>Encontradas com capacidades variáveis entre 10 e 50 quilos, providas de</p><p>mangueiras rígidas com 2 a 5 metros de comprimento e difusor. As de 10 kg possuem apenas</p><p>a válvula de disparo na parte superior do cilindro. As de maiores capacidades, possuem uma</p><p>válvula de liberação de CO2 na parte superior do cilindro, e uma válvula de disparo junto ao</p><p>difusor.</p><p>Algumas carretas são providas de um prolongador para que o agente extintor</p><p>possa ser aplicado em locais altos, como em motores montados nas asas de aeronaves de asa</p><p>alta, como o C-130 (Hércules), por exemplo (Figs. 279 e 280).</p><p>Figura - 279 Figura - 280</p><p>Aptl 92-00/2020 125/152</p><p>b) Funcionamento</p><p>Ocorre com o acionamento da válvula de disparo, que libera o dióxido de car-</p><p>bono, que está sob pressão, através do tubo sifão. Após passar pela peça chamada “quebra-jato”</p><p>(que reduz a força de reação provocada pela saída do gás sob pressão de maneira violenta, per-</p><p>mitindo ao operador manter o controle direcional), o CO2 percorre a mangueira rígida e entra</p><p>no difusor, por onde é liberado. O difusor permite</p><p>a aplicação do CO2 de maneira suave, uniforme</p><p>e compacta.</p><p>Nos aparelhos de maior capaci-</p><p>dade, é necessário abrir a válvula de liberação do</p><p>CO2 (Fig. 280) para depois acionar a válvula de</p><p>disparo.</p><p>c) Aplicação</p><p>O CO2 deve ser aplicado a fa-</p><p>vor do vento, a uma distância inicial de aproxima-</p><p>damente 2 a 3 metros do fogo, para dar condições</p><p>de formar a nuvem abafadora. O operador deve</p><p>avançar à medida que o fogo for sendo apagado,</p><p>ajudando na formação dessa nuvem, fazendo mo-</p><p>vimentos de “varredura” com o difusor, dentro dos limites do material em chamas.</p><p>d) Duração da descarga</p><p>Depende do regime de aplicação imposto pelo operador e da capacidade da</p><p>carreta.</p><p>e) Alcance do jato (com efi ci-</p><p>ência)</p><p>De 1,50 a 3 metros.</p><p>f) Operação</p><p>f.1) Carreta sem registro</p><p>de liberação do CO2</p><p>1º) Levar a carreta até uma</p><p>distância segura do fogo</p><p>(3 metros ou mais) e a fa-</p><p>vor do vento;</p><p>2º) O auxiliar retira o pino</p><p>de segurança, rompendo</p><p>o lacre e o chefe da linha</p><p>estica a mangueira rígida</p><p>e empunha o difusor através do punho (Fig. 282);</p><p>3º) A comando do chefe da linha, o auxiliar aciona a válvula de disparo, rea-</p><p>lizando um teste de operação;</p><p>4º) O chefe da linha inicia o combate a partir de 2 a 3 metros de distância,</p><p>aplicando o CO2 de modo que a nuvem envolva a base do fogo, movimen-</p><p>tando o difusor (varredura), dentro dos limites do material em chamas,</p><p>avançando à medida que for apagando o fogo; e</p><p>5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme solicitação do chefe da linha</p><p>(avançar / recuar).</p><p>Figura - 281</p><p>Figura - 282</p><p>Aptl 92-00/2020126/152</p><p>f.2) Carreta com válvula de liberação do CO2</p><p>1º) Levar a carreta até uma distância segura do fogo (3 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento;</p><p>2º) O auxiliar abre a válvula de liberação</p><p>de CO2, rompendo o lacre e o chefe da</p><p>linha estica a mangueira rígida e empu-</p><p>nha o difusor através do punho e válvula</p><p>de disparo (Fig. 283);</p><p>3º) O chefe da linha aciona a válvula de dis-</p><p>paro, realizando um teste de operação;</p><p>4º) O chefe da linha inicia o combate a partir</p><p>de 2 a 3 metros de distância, aplicando</p><p>o CO2 de modo que a nuvem envolva a</p><p>base do fogo, movimentando o difusor</p><p>(varredura), dentro dos limites do ma-</p><p>terial em chamas, avançando à medida</p><p>que for apagando o fogo; e</p><p>5º) O auxiliar movimenta a carreta confor-</p><p>me solicitação do chefe da linha (avan-</p><p>çar / recuar).</p><p>g) Perigos oferecidos pela carreta</p><p>O risco oferecido por este tipo de carreta é</p><p>o perigo de queimaduras nas mãos e pequenos choques elétri-</p><p>cos, se o operador segurar no difusor. Deve-se segurar no punho</p><p>no momento da operação.</p><p>O CO2, em ambientes fechados e em grande concentração, pode causar asfi -</p><p>xia.</p><p>2.1.14.4 Carreta de Espuma Mecânica</p><p>a) Apresentação</p><p>Normalmente é fabricada na capacidade</p><p>de 50 litros, podendo</p><p>ser de pressurização direta ou pressu-</p><p>rizada, e de pressurização indireta, provida de mangueira</p><p>rígida de 5 metros de comprimento, esguicho formador de</p><p>espuma e válvula de disparo.</p><p>b) Funcionamento</p><p>b.1) Carreta de pressurização direta</p><p>(pressurizada, Fig. 284): Ocorre com o acionamento da</p><p>válvula de liberação da mistura, que permitirá que ela fl ua</p><p>através do tubo sifão e pela mangueira rígida. Quando a</p><p>válvula de disparo é acionada, a mistura fl ui através do</p><p>esguicho, onde o ar é aspirado e a espuma é formada e</p><p>lançada.</p><p>Figura - 283</p><p>Figura - 284</p><p>Aptl 92-00/2020 127/152</p><p>b.2) Carreta de pressurização indireta: Ocorre com a pressurização da pré-</p><p>-mistura (água + LGE) contida no extintor através da liberação do gás expelente contido no</p><p>cilindro de pressurização. Ao ser acionada a válvula de disparo, a mistura fl uirá através do tubo</p><p>sifão e da mangueira rígida até o esguicho formador de espuma, onde o ar é aspirado e a espuma</p><p>é formada e lançada.</p><p>c) Aplicação</p><p>A espuma deve ser aplicada a partir de uma distância segura (a partir de 5 a</p><p>6 metros) de maneira a cobrir a superfície do material em chamas. Devemos usar, nos casos de</p><p>líquidos infl amáveis, um anteparo, ou seja, direcionar o jato de espuma num anteparo de modo</p><p>que ela escorra por ele e cubra de maneira suave a superfície do líquido em chamas.</p><p>Caso não se disponha de um anteparo, lançá-la para o alto para cair como</p><p>chuva em cima do líquido.</p><p>À medida que o fogo for sendo apagado, os operadores devem se aproximar</p><p>para efetuar uma melhor distribuição da camada de espuma.</p><p>d) Duração da descarga</p><p>Depende do regime de descarga imposto pelo operador.</p><p>e) Alcance do jato</p><p>De 10 a 15 metros.</p><p>f) Operação</p><p>f.1) Carreta de pressurização direta (pressurizada)</p><p>1º) Levar a carreta até uma distância segura do fogo (5 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento;</p><p>2º) O chefe da linha estica a mangueira rígida e o auxiliar abre a válvula de</p><p>liberação de mistura, rompendo o lacre (Fig. 285);</p><p>3º) Nas carretas com pistolas, o chefe da linha deve efetuar um disparo para</p><p>testar o equipamento. Nas carretas sem pistolas, a espuma começará a sair</p><p>pelo esguicho;</p><p>4º) O chefe da linha inicia o combate ao fogo a partir de uma distância de 4 a</p><p>5 metros, avançando à medida que for apagando o fogo; e</p><p>5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme orientação do chefe da linha</p><p>(avançar / recuar).</p><p>f.2) Carreta de pressurização indireta</p><p>1º) Levar a carreta até uma distância segura do fogo (5 metros ou mais) e a</p><p>favor do vento;</p><p>2º) O chefe da linha estica a mangueira rígida e o auxiliar abre o cilindro de</p><p>Figura - 285</p><p>Aptl 92-00/2020128/152</p><p>pressurização, rompendo o lacre;</p><p>3º) Nas carretas com pistolas, o chefe da linha deve efetuar um disparo para</p><p>testar o equipamento. Nas carretas sem pistolas, a espuma começará a sair</p><p>pelo esguicho;</p><p>4º) O chefe da linha inicia o combate ao fogo a partir de uma distância de 4 a</p><p>5 metros, avançando à medida que for apagando o fogo; e</p><p>5º) O auxiliar movimenta a carreta conforme orientação do chefe da linha</p><p>(avançar / recuar).</p><p>Observação: As bordas laterais internas de um recipiente que contenha líqui-</p><p>do em chamas, podem ser usadas como anteparo.</p><p>Caso o líquido esteja em chamas no chão, a aplicação deverá ser feita de</p><p>modo que a espuma caia como se fosse chuva.</p><p>g) Perigos oferecidos pela carreta</p><p>g.1) Carreta de pressurização indireta</p><p>No momento da pressurização, existe o risco da mangueira rígida chicotear e</p><p>a tampa (caso mal rosqueada) sair violentamente.</p><p>g.2) Extintor de pressurização direta (pressurizado)</p><p>Não apresenta perigo eminente.</p><p>2.1.15 APARELHOS EXTINTORES REBOCÁVEIS</p><p>2.1.15.1 Aparelhos Extintores Rebocáveis de PQ</p><p>São classifi cados como rebocáveis, os aparelhos montados em cima dos CCI</p><p>(Figs. 286, 287 e 288) ou veículos rebocados (Fig. 288). Atualmente são fabricados em capaci-</p><p>dades que variam de 50 a 200 Kg de PQ, com 30 (trinta) metros de mangueira rígida. O Sistema</p><p>de Contraincêndio da Aeronáutica já possuiu viaturas com 1500 Kg de PQ.</p><p>Da mesma forma que os aparelhos extintores sobre rodas, é recomendado que</p><p>a operação desses equipamentos, seja realizada por dois operadores: um chefe de linha e um</p><p>auxiliar.</p><p>As características técnicas e de operação serão abordadas na apostila de</p><p>superestrutura do CCI no qual os aparelhos extintores estão montados.</p><p>Figura - 286: CCI AC-3 com 2 P-50 Figura - 287: P-50 com 3 0m de</p><p>mangotinho</p><p>Figura - 288: CCI PIONEIRO II com 2 P-750 Figura - 289: Carretinha</p><p>rebocável com 1 P-250</p><p>Aptl 92-00/2020 129/152</p><p>2.1.16 APARELHOS EXTINTORES FIXOS</p><p>Correspondem aos sistemas fi xos de extinção que utilizam gases extintores, des-</p><p>tinados a proteger as edifi cações. Podem ser utilizados os gases inertes ou os halogenados.</p><p>As características técnicas e de funcionamento serão abordadas na apostila</p><p>de proteção contraincêndio em edifi cações.</p><p>Figura - 290</p><p>Aptl 92-00/2020130/152</p><p>2.1.16.1 Capacidade Extintora</p><p>Até algum tempo atrás, a quantidade de carga de um aparelho extintor era o que</p><p>servia de parâmetro para indicar a sua efi ciência, e o raciocínio era o de que o aparelho com</p><p>mais quantidade de carga poderia apagar os maiores princípios de incêndio.</p><p>O grande avanço tecnológico dos últimos anos proporcionou a fabricação e o</p><p>desenvolvimento de agentes extintores e equipamentos melhores. Assim, foi desenvolvida uma</p><p>metodologia de ensaio para verifi car a capacidade extin-</p><p>tora de cada tipo de aparelho extintor de cada fabricante.</p><p>Assim, atualmente a efi ciência de um apa-</p><p>relho extintor é indicada pela sua capacidade de apagar o</p><p>fogo, e não mais pela quantidade de agente extintor que</p><p>ele possui (carga).</p><p>A capacidade extintora expressa a capaci-</p><p>dade que determinado conjunto extintor (equipamento e</p><p>agente extintor) possui para apagar um princípio de incên-</p><p>dio, segundo testes normatizados pela ABNT (Associação</p><p>Brasileira de Normas Técnicas).</p><p>O aparelho extintor será homologado para</p><p>ser comercializado com a capacidade extintora adquirida</p><p>no teste. A indicação da capacidade extintora deverá cons-</p><p>tar no rótulo do aparelho (Fig. 291).</p><p>2.1.16.1.1 Teste de Capacidade Extintora Para Classe A</p><p>Dentre outros critérios estabelecidos pela NBR 9443, o extintor deve ser capaz</p><p>de apagar os seguintes princípios de incêndio padronizados em engradados de madeira:</p><p>1,75 m</p><p>Após o teste, o aparelho extintor receberá o designativo numérico referente ao</p><p>teste em que obteve a aprovação, seguido da letra “A”.</p><p>Figura - 291</p><p>Figura - 292</p><p>Aptl 92-00/2020 131/152</p><p>2.1.16.1.2 Teste de Capacidade Extintora Para Classe B</p><p>Dentre outros critérios estabelecidos pela NBR 9444, o extintor deve ser capaz</p><p>de apagar os seguintes princípios de incêndio padronizados em cubas quadradas contendo n-</p><p>-heptano:</p><p>1,75 m</p><p>4 m</p><p>5 m</p><p>9 m</p><p>12 m</p><p>18 m</p><p>22 m</p><p>24 m</p><p>1,07 m 1,07 m 1,52 m 1,52 m 2,16 m</p><p>2,16 m</p><p>3,05m 3,05m</p><p>4,31 m</p><p>4,31 m 5,28 m</p><p>5,28 m 6,10 m</p><p>6,10 m</p><p>Após o teste, o aparelho extintor receberá o designativo numérico referente ao</p><p>teste em que obteve a aprovação, seguido da letra “B”.</p><p>2.1.16.1.3 Teste de Capacidade Extintora Para Classe C</p><p>Os critérios para testar a condutibilidade de eletricidade em aparelhos extintores</p><p>estão fi xados na NBR 12.992/93. Após os testes, os aparelhos extintores são aprovados ou re-</p><p>provados. Os aprovados receberão apenas a letra “C” na referência de sua capacidade extintora.</p><p>2.1.16.1.4 Unidade Extintora</p><p>Para que se constitua uma unidade extintora, cada tipo de extintor portátil deve</p><p>possuir a capacidade extintora mínima conforme descrito abaixo:</p><p>a) Carga d’água: um extintor com capacidade extintora de, no mínimo, 2-A;</p><p>b) Carga de espuma mecânica: um extintor com capacidade extintora de, no</p><p>mínimo, 2-A : 10-B;</p><p>c) Carga de Dióxido de</p><p>Carbono (CO2): um extintor com capa-</p><p>cidade extintora de, no mínimo, 5-B : C</p><p>(Fig. 294);</p><p>d) Carga de Pó BC: um ex-</p><p>tintor com capacidade extintora de, no mí-</p><p>nimo, 20-B : C;</p><p>e) Carga de Pó ABC: um</p><p>extintor com capacidade extintora de, no</p><p>mínimo, 2-A : 20-B : C;</p><p>f) Carga de compostos</p><p>ha-</p><p>logenados: um extintor com capacidade</p><p>extintora de, no mínimo, 5-B : C.</p><p>Figura - 293</p><p>Figura - 294</p><p>Aptl 92-00/2020132/152</p><p>3 NOÇÕES DE SEGURANÇA DO TRABALHO</p><p>3.1 NOÇÕES DE SEGURANÇA NO TRABALHO APLICADA ÀS ATIVIDADES DE</p><p>BOMBEIRO</p><p>Segurança do trabalho é a ciência que atua na área da prevenção e controle dos</p><p>acidentes do trabalho que decorrem das condições inseguras do local.</p><p>O bombeiro deve administrar a sua segurança laboral e de sua equipe antes de</p><p>qualquer atividade operacional. Logo, por ser um profi ssional de segurança é responsável pela</p><p>vida das vítimas nos acidentes em que trabalhará além da sua própria integridade física.</p><p>Qualquer atividade operacional que o Bombeiro realizará deverá ser considerada</p><p>como uma atividade de risco. Sendo assim, todos os conhecimentos que serão abordados nessa</p><p>apostila deverão ser colocados em prática.</p><p>3.1.1 CONCEITOS DE ACIDENTE DE TRABALHO</p><p>3.1.1.1 Acidente</p><p>É toda e qualquer ocorrência não desejada, que modifi ca ou interrompe o anda-</p><p>mentonormal de qualquer tipo de atividade, do qual resulta ferimento, dano, estrago, prejuízo,</p><p>avaria ou morte.</p><p>3.1.1.2 Acidente do Trabalho</p><p>3.1.1.2.1 Conceito Prevencionista</p><p>É toda ocorrência não programada, estranha ao andamento normal do trabalho,</p><p>da qual possa resultar danos físicos e/ou funcionais, ou morte do trabalhador e/ou danos mate-</p><p>riais e econômicos da empresa.</p><p>Os acidentes que não causam ferimentos pessoais devem ser considerados aci-</p><p>dentes de trabalho do ponto de vista técnico prevencionista, visando evitar danos físicos que</p><p>possam por eles serem provocados.</p><p>No conceito prevencionista, o acidente do trabalho não fi ca condicionado à lesão</p><p>física. Assim, todo o acidente deve ser considerado importante, pois, não é possível prever se</p><p>ele provocará ou não lesões ao trabalhador. Esta conceituação ampla leva ao registro de todos</p><p>os acidentes do trabalho ocorridos, permitindo a exploração de suas causas e consequente pre-</p><p>venção.</p><p>Exemplo - A queda de um equipamento do alto de uma torre, após a realização</p><p>de uma instrução de rapel, caracteriza o acidente sob o enfoque prevencionista, mesmo que este</p><p>não atinja ninguém</p><p>3.1.1.3 Conceito Legal</p><p>O artigo 131 do Decreto Lei 2171 de 05/03/97 estabelece:</p><p>“Acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço</p><p>da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença, que cause a morte,</p><p>perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho”.</p><p>Ele não deve ser entendido como apenas em função de causar um ferimento ou</p><p>um acontecimento desastroso.</p><p>Entende-se por:</p><p>➢ Lesão Corporal = É uma ofensa à integridade corporal ou a saúde, isto é,</p><p>todo e qualquer dano ocasionado a normalidade funcional do corpo humano. Deve ser enten-</p><p>dido como qualquer dano anatômico, tal como ferimento, a fratura, perda de um membro etc...</p><p>➢ Perturbação Funcional = É um dano, permanente ou transitório, da ativida-</p><p>de fi siológica ou psíquica, tal como a dor, a perda da visão, a diminuição da audição, convul-</p><p>sões, espasmos, tremores, paralisia, anquilose (perda dos movimentos articulares), perturbação</p><p>da memória, da inteligência ou da linguagem, etc.</p><p>Aptl 92-00/2020 133/152</p><p>➢ Doença Profi ssional = também conhecida como Doença Ocupacional. É</p><p>produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. Ela</p><p>decorre da exposição continuada a agentes de risco, sejam eles físicos, químicos e outros, que</p><p>desencadeiem ou agravem doenças no organismo do trabalhador.</p><p>Exemplos:</p><p>Silicose – Endurecimento dos pulmões desenvolvido através da absorção de</p><p>sílica durante atividades que produzam poeira de sílica; e</p><p>Perda Auditiva – Adquirida ao longo do tempo devido a trabalho em lugares</p><p>com nível de ruído elevado.</p><p>➢ Doença do Trabalho = aquela adquirida ou desencadeada em função de con-</p><p>dições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.</p><p>Exemplo:</p><p>Leptospirose – Transmitida pela urina do rato. Em São Paulo, houve casos de</p><p>bombeiros contrairem essa doença em operações em enchentes.</p><p>Na defi nição legal, ao legislador interessou, basicamente e com muita proprie-</p><p>dade defi nir o acidente com a fi nalidade de proteger o trabalhador acidentado, através de uma</p><p>compensação fi nanceira, garantindo-lhe o pagamento de diárias, enquanto estiver impossibili-</p><p>tado de trabalhar em decorrência do acidente, ou de indenização, se tiver sofrido lesão incapa-</p><p>citante permanente.</p><p>Nota-se por aí que o acidente só ocorre se dele resultar um ferimento, mas, deve-</p><p>mos lembrar que o ferimento é apenas uma das consequências do acidente. A defi nição técnica</p><p>nos alerta que o acidente pode ocorrer sem provocar lesões pessoais. A experiência demonstra</p><p>que para cada grupo de 330 acidentes de um mesmo tipo, 300 vezes não ocorre lesão nos tra-</p><p>balhadores, enquanto que em apenas 30 casos resultam danos à integridade física do homem.</p><p>Em todos os casos, porém, haverá prejuízo à produção e sob os aspectos de pro-</p><p>teção ao homem, resulta serem igualmente importantes todos os acidentes com e sem lesão, em</p><p>virtude de não se poder prever quando de um acidente vai resultar, ou não, lesão ao trabalhador.</p><p>3.1.1.4 Caracterização do Acidente do Trabalho</p><p>O acidente típico do trabalho ocorre no local e durante o trabalho e é considerado</p><p>como um acontecimento súbito, violento e ocasional que provoca no trabalhador uma incapaci-</p><p>dade para prestação de serviço.</p><p>3.1.1.5 Acidente de Trajeto</p><p>É aquele que ocorre no percurso casa-trabalho-casa ou o ocorrido no mesmo</p><p>trajeto quando o trabalhador efetua as refeições em sua casa.</p><p>Deixa de caracterizar-se o acidente quando o empregado tenha, por interesse</p><p>próprio, interrompido ou alterado o percurso normal. Entende-se por percurso normal o cami-</p><p>nho ordinariamente seguido (casa-trabalho-casa), locomovendo-se a pé ou usando o transporte</p><p>fornecido pela empresa, condução própria ou transporte coletivo urbano.</p><p>Nos períodos destinados as refeições ou descansos bem como em intervalos des-</p><p>tinados à satisfação de necessidades fi siológicas, no local de trabalho ou durante este, o empre-</p><p>gado é considerado a serviço da empresa para fi ns de acidente do trabalho.</p><p>3.1.1.5.1 Acidente por Ato de Terceiro.</p><p>Quando o acidente de trabalho é provocado por uma pessoa que não foi a vítima,</p><p>diz-se que foi provocado por ato de terceiro. O acidente pode ser provocado por ato culposo ou</p><p>doloso.</p><p>➢ Ato de terceiro culposo = Ocorre quando a pessoa age sem a intenção de</p><p>provocar o acidente. É um ato de imprudência, negligência ou imperícia que resulta em dano a</p><p>outrem.</p><p>Aptl 92-00/2020134/152</p><p>➢ Ato de terceiro doloso = Ocorre quando a pessoa age com intenção (ou má fé)</p><p>de provocar o acidente.</p><p>Este conceito abrange os atos dolosos que atingem o trabalhador provenientes da</p><p>relação de emprego, tais como os casos de sabotagem, ofensa física levada a cabo por compa-</p><p>nheiro de serviço ou terceiro, resultante de disputa originada na prestação de serviço.</p><p>Estão excluídos os atos dolosos contra o empregado, praticados por terceiros ou</p><p>por companheiros de serviço, não originados de disputa relativa ao trabalho. Assim, o ferimento</p><p>sofrido por um empregado, no local e horário de trabalho, ocasionado por outro colega de servi-</p><p>ço, com origem em questão de ciúme ou mesmo de discussão sobre o futebol, não se caracteriza</p><p>como acidente do trabalho.</p><p>3.1.1.5.2 Força Maior</p><p>A caracterização de acidente do trabalho inclui as lesões oriundas de força maior,</p><p>desde que ocorrido em horário de trabalho.</p><p>Entende-se como força maior os acontecimentos relacionados a fatos externos,</p><p>independentes da vontade humana, que impedem o cumprimento das obrigações. Esses fatos</p><p>externos podem ser ordem de autoridades, fenômenos naturais (raios, terremotos, inundações,</p><p>incêndios, etc.) e ocorrências políticas (guerras, revoluções, etc.). conforme descrito no art. 393</p><p>do Código Civil.</p><p>3.1.1.5.3 Acidente Fora do Local e Horário de Trabalho</p><p>Além do acidente do trabalho caracterizado pelas</p><p>causas acima enunciadas e</p><p>além do acidente de trajeto, sobre o qual já foram tecidas considerações, o legislador considera</p><p>como acidente de trabalho o sofrido pelo trabalhador mesmo fora do local e do horário de tra-</p><p>balho, quando ocorra no cumprimento de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade</p><p>da empresa. Ou, ainda, quando seja espontaneamente prestado o serviço para evitar prejuízo à</p><p>empresa.</p><p>Quando o empregado se acidentar realizando uma viagem a serviço da empresa,</p><p>estaremos diante de um acidente de trabalho, qualquer que seja o meio de condução utilizando</p><p>ainda que seja de propriedade do empregado.</p><p>3.1.2 INCIDENTE DO TRABALHO</p><p>É toda e qualquer ocorrência não desejada, que modifi ca ou interrompe o anda-</p><p>mento normal de qualquer tipo de atividade, porém não gera ferimentos ou danos materiais.</p><p>Alguns chamam de “quase acidente”.</p><p>Exemplo: Um bombeiro, ao subir rapidamente numa escada prolongável carre-</p><p>gando um machado, escorrega o pé de um degrau e dá um grande susto na equipe ao tentar equi-</p><p>librar-se na escada, não permitindo a queda do machado. Ao restaurar seu equilíbrio, continuou</p><p>a subida. O incidente tem um grande potencial de se transformar num acidente do trabalho.</p><p>3.1.3 TEORIA DE HEINRICH (TEORIA DOMINÓ)</p><p>Entre os vários estudos desenvolvidos no campo da segurança do trabalho, en-</p><p>contramos a teoria de Heinrich. Ela mostra que o acidente e, consequentemente, a lesão são</p><p>causados por fatores contribuintes anteriores ao acidente e que este ocorre porque o homem não</p><p>se encontra devidamente preparado e comete atos inseguros, ou então existem condições inse-</p><p>guras que comprometem a segurança do trabalhador. Portanto, os atos inseguros e as condições</p><p>inseguras constituem os fatores principais na causa dos acidentes.</p><p>Heinrich imaginou, partindo da personalidade do trabalhador, demonstrar a ocor-</p><p>rência de acidentes e lesões com o auxilio de cinco pedras de dominós (Fig. 295); a primeira</p><p>representando a personalidade; a segunda as falhas humanas no exercício do trabalho; a terceira</p><p>as causas de acidentes (atos e condições inseguras); a quarta, o acidente e a quinta, as lesões.</p><p>Desde que não se consiga eliminar os traços negativos da personalidade, surgi-</p><p>rão em consequência, falhas no comportamento do homem no trabalho, de que podem resultar</p><p>Aptl 92-00/2020 135/152</p><p>atos inseguros e condições inseguras, as quais poderão levar ao acidente e as lesões. Assim,</p><p>tombando a pedra “personalidade” ela ocasionará a queda, em sucessão de todas as demais.</p><p>Considerando-se que é muito difícil modifi car a personalidade do trabalhador,</p><p>deve-se tentar eliminar as causas de acidentes (atos inseguros e condições inseguras).</p><p>Figura - 295: TEORIA DOMINÓ</p><p>Aptl 92-00/2020136/152</p><p>3.1.4 CAUSAS DO ACIDENTE DO TRABALHO</p><p>Os acidentes do trabalho são consequências de Atos Inseguros e Condições In-</p><p>seguras.</p><p>3.1.4.1 Ato Inseguro</p><p>É uma ação que reside exclusivamente no fator humano (Fig. 296), isto é, aque-</p><p>les que decorrem da execução de tarefas contrárias às normas de segurança. São causados por</p><p>falta de treinamento, falta de conscientização, etc...</p><p>O ato inseguro pode ter sido praticado pelo próprio acidentado, como por outra</p><p>pessoa.</p><p>As características pessoais (personalidade) do trabalhador podem favorecer à</p><p>ocorrência de falhas humanas que o conduz a realizar atos inseguros. Essas características po-</p><p>dem ser físicas, mentais ou morais, tais como: preguiça, medo, indiferença, egoísmo, etc... Elas</p><p>estão latentes no trabalhador e, durante a realização de um trabalho interferem na segurança,</p><p>facilitando ou favorecendo a ocorrência do acidente.</p><p>Figura - 296: ATO INSEGURO</p><p>Aptl 92-00/2020 137/152</p><p>3.1.4.2 Condições Inseguras</p><p>São aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, colocam em risco a integri-</p><p>dade física e a saúde do trabalhador (Fig. 297) devido a possibilidade de o mesmo acidentar-se.</p><p>Tais condições apresentam-se como Defi ciências Técnicas e Riscos Ambientais existentes nos</p><p>Locais Sinistrados e nas demais Situações de Emergências.</p><p>3.1.4.3 Deficiências Técnicas</p><p>3.1.4.3.1 Deficiência Técnica Estrutural</p><p>São características estruturais de uma edifi cação ou de um local que os tornam</p><p>inseguros (Fig. 298).</p><p>➢ Pisos fracos, irregulares, escorregadios ou com buracos;</p><p>➢ Iluminação inadequada;</p><p>➢ Instalações elétricas impróprias ou com defeito;</p><p>➢ Falta de ventilação;</p><p>➢ Falta de sinalização;</p><p>➢ Falta de dispositivos para redução de ruídos, etc.</p><p>Figura - 297: CONDIÇÃO INSEGURA</p><p>Aptl 92-00/2020138/152</p><p>3.1.4.3.2 Deficiência Técnica no Maquinário / Equipamentos</p><p>São características peculiares aos maquinários e equipamentos que os tornam</p><p>inseguros (Fig. 299).</p><p>➢ Falta de proteção nas partes móveis;</p><p>➢ Falta de dispositivos para redução de ruído;</p><p>➢ Máquinas e equipamentos com defeito;</p><p>➢ Máquinas e equipamentos sem aterramento;</p><p>➢ Máquina e equipamentos sem dispositivo de parada de emergência;</p><p>➢ Escadas de borracha sem travas e sapatas de borracha antiderrapante, etc.</p><p>Figura - 298: VIA DE ACESSO À PISTA DE POUSO E DECOLAGEM COM BURACO</p><p>Figura - 299: MOTOSSERRA</p><p>Aptl 92-00/2020 139/152</p><p>3.1.4.3.3 Deficiências Técnicas na Proteção do Trabalhador</p><p>São defi ciências que afetam diretamente a proteção do trabalhador (Fig. 300).</p><p>➢ Proteção insufi ciente ou totalmente ausente pelo não fornecimento do EPI</p><p>(disponibilizar apenas o blusão de proteção contra o fogo para o bombeiro realizar o combate</p><p>ao incêndio);</p><p>➢ Equipamento de proteção inadequado e/ou com defeito (o ambiente possui</p><p>um tipo de gás “A” e o fi ltro de gás é adequado para um gás “B”);</p><p>➢ Equipamento de proteção vencido ou saturado (fi ltros de ar), etc.</p><p>3.1.5 RISCOS AMBIENTAIS – NR 15 (ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES)</p><p>São riscos existentes nos locais de trabalho e nos locais de uma situação de</p><p>emergência.</p><p>O bombeiro deve considerar que todos os locais das emergências são perigosos,</p><p>tendo grandes possibilidades de se acidentar. Por isso todas as medidas de segurança devem ser</p><p>tomadas.</p><p>3.1.5.1 Classificação dos Riscos Ambientais</p><p>3.1.5.1.1 Riscos Físicos</p><p>Consideram-se Riscos Físicos as diversas formas de energia a que possa estar</p><p>exposto o bombeiro (Fig. 301)</p><p>➢ Ruído:</p><p>➢ Vibrações;</p><p>➢ Pressões anormais;</p><p>➢ Temperaturas extremas;</p><p>➢ Radiações não ionizantes;</p><p>➢ Radiações ionizantes;</p><p>➢ Luminosidade extrema;</p><p>Figura - 300: DEFICIÊNCIA DE EPI</p><p>Aptl 92-00/2020140/152</p><p>➢ Eletricidade</p><p>3.1.5.1.2 Riscos Químicos</p><p>Consideram-se Riscos Químicos as substâncias, compostos ou produtos que</p><p>possam penetrar no organismo pela via respiratória, via cutânea, ou pela ingestão. Podem ser</p><p>sólidos, líquidos ou gasosos (Fig. 302).</p><p>➢ Poeiras</p><p>➢ Fumaça;</p><p>➢ Líquidos agressivos;</p><p>➢ Vapores;</p><p>➢ Gases, etc.</p><p>Figura - 301: RISCOS FÍSICOS</p><p>Aptl 92-00/2020 141/152</p><p>3.1.5.1.3 Riscos Biológicos</p><p>Consideram-se Riscos Biológicos os micro-organismos presentes no ambiente</p><p>de trabalho, que possam provocar doenças (Fig. 303).</p><p>➢ Bactérias;</p><p>➢ Fungos;</p><p>➢ Bacilos;</p><p>➢ Parasitas;</p><p>➢ Protozoários;</p><p>➢ Vírus, entre outros.</p><p>Figura - 302: RISCOS QUÍMICOS</p><p>Figura - 303: RISCOS BIOLÓGICOS</p><p>Aptl 92-00/2020142/152</p><p>3.1.5.1.4 Riscos Ergonômicos</p><p>A NR 17 Estabelece parâmetros que permitam a adaptação das condições de</p><p>trabalho às características psicofi siológicas dos trabalhadores, ao tipo de serviço e ao posto</p><p>ou local de trabalho (Fig. 304), de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e</p><p>desempenho efi ciente.</p><p>De um modo geral, o tipo de risco ergonômico com o qual o bombeiro se defron-</p><p>ta é a má posição de trabalho.</p><p>3.1.5.1.5 Riscos Mecânicos</p><p>Situações típicas dos locais sinistrados que passam a oferecer riscos variados,</p><p>tais como: quedas do mesmo nível, ferimentos, choques mecânicos, etc., todos provocando</p><p>lesões (Fig. 305).</p><p>➢ Pisos escorregadios;</p><p>➢ Obstruções na área de circulação;</p><p>➢ Material cortante;</p><p>➢ Queda de materiais em cima do bombeiro;</p><p>➢ Risco de atropelamento; etc.</p><p>Figura - 304: RISCOS ERGONÔMICOS</p><p>Aptl 92-00/2020 143/152</p><p>Figura - 305: RISCOS MECÂNICOS</p><p>Aptl 92-00/2020144/152</p><p>3.1.5.2 Riscos Específicos</p><p>Riscos</p><p>ligados diretamente com a atividade de Bombeiro: afogamento, atoleiro,</p><p>queda de diferença de níveis, picadas e mordeduras, etc.</p><p>3.1.5.2.1 Afogamento</p><p>Situações de emergência em piscinas, lagos, rios, mar, poços, reservatórios e</p><p>galerias subterrâneas, etc.(Fig. 306).</p><p>3.1.5.2.2 Atoleiro</p><p>Terrenos que impedem o deslocamento do veículo de emergência (Fig. 307).</p><p>Figura - 306: RISCO DE AFOGAMENTO</p><p>Figura - 307: RISCO DE ATOLEIRO</p><p>Aptl 92-00/2020 145/152</p><p>3.1.5.2.3 Queda de Diferença de Níveis</p><p>Situações de emergência em locais elevados ou em buracos, depressões, caver-</p><p>nas, poços, galerias, etc.(Fig. 308).</p><p>3.1.5.2.4 Picadas e Mordeduras</p><p>Situações em que o bombeiro se depara com animais e insetos.</p><p>Exemplos de Situações de Emergência e os Principais Riscos Correspondentes</p><p>➢ Incêndios (queimaduras, intoxicação, desabamentos, etc.);</p><p>➢ Acidentes (diferentes ferimentos, intoxicação, etc.);</p><p>➢ Corte de árvores (quedas, corpo estranho nos olhos, etc.);</p><p>➢ Vazamento de produtos químicos (intoxicação, etc.);</p><p>➢ Operações de salvamento aquático (afogamento, hipotermia, etc.);</p><p>➢ Trabalhos em altura (quedas, etc.);</p><p>➢ Trabalhos em poços e galerias (quedas, intoxicação, ferimentos, asfi xia, etc.).</p><p>Figura - 308: DIFERENÇA DE NÍVEIS</p><p>Aptl 92-00/2020146/152</p><p>3.1.6 LIMITE DE TOLERÂNCIA</p><p>O ambiente de trabalho pode conter, dependendo da atividade que nele é desen-</p><p>volvida ou do tipo da situação de emergência, um ou mais agentes contaminantes ou agressivos.</p><p>Entretanto, o fato de estar exposto a estes agentes agressivos não implica, obrigatoriamente, que</p><p>o trabalhador venha a sofrer danos à sua saúde.</p><p>Para que esses agentes causem danos à saúde, é necessário que estejam acima</p><p>ou abaixo de uma determinada concentração ou intensidade, e que o tempo de exposição a esta</p><p>concentração ou intensidade seja sufi ciente para uma atuação nociva destes agentes sobre o ser</p><p>humano.</p><p>Percebe-se, portanto, que é muito importante que seja realizada uma avaliação</p><p>quantitativa e qualitativa do agente agressivo, bem como do tempo real de exposição do traba-</p><p>lhador a este agente.</p><p>Chama-se de Limite de Tolerância àquelas concentrações dos agentes químicos</p><p>ou intensidades dos agentes físicos presentes no ambiente de trabalho, sob as quais os trabalha-</p><p>dores podem fi car expostos durante sua jornada de trabalho e toda a sua vida laboral, sem sofrer</p><p>efeitos adversos à sua saúde.</p><p>Estes limites têm por objetivo garantir a proteção da saúde do trabalhador. Seus</p><p>valores não são permanentes. Eles refl etem apenas o estado em que se encontram os conheci-</p><p>mentos num dado momento. Eles são baseados na melhor informação disponível, proveniente</p><p>da experiência industrial e de estudos experimentais com animais. Por isto, podem sofrer al-</p><p>terações de ano para ano, conforme se constate que o limite, anteriormente fi xado, não está</p><p>protegendo efetivamente o trabalhador.</p><p>3.1.6.1 Fatores que Determinam a Gravidade dos Danos à Saúde</p><p>Os danos causados à saúde do trabalhador são em função dos seguintes fatores:</p><p>➢ Tempo de Exposição aos contaminantes;</p><p>➢ Concentração dos contaminantes;</p><p>➢ Das Características Físico-Químicas (grau de toxidez, forma, etc.) do</p><p>contaminante;</p><p>➢ Da sensibilidade do indivíduo.</p><p>3.1.6.1.1 Vias de Entrada dos Agentes Contaminantes no Organismo</p><p>➢ Inalação;</p><p>➢ Absorção Cutânea;</p><p>➢ Ingestão.</p><p>3.1.6.1.2 Inalação</p><p>Constitui a principal via de intoxicação no organismo. Um ser humano adulto</p><p>possui cerca de 700 milhões de alvéolos pulmonares que perfazem uma superfície entre 80 a</p><p>90 m². Um agente tóxico inalado pode fi car retido nos alvéolos e atacar os pulmões, ou serem</p><p>absorvidos pelo sangue e serem transportados para atacar diferentes regiões do organismo.</p><p>3.1.6.1.3 Absorção Cutânea</p><p>Quando uma substância química entra em contato com a pele, podem acontecer</p><p>as seguintes situações:</p><p>➢ Nada = A pele e a gordura protetora podem atuar como uma barreira protetora</p><p>efetiva;</p><p>➢ Irritação Primária = A substância pode agir na superfície da pele;</p><p>➢ Sensibilização = Reação com as proteínas da pele;</p><p>➢ Intoxicação = A substância química pode penetrar através da pele, atingir a</p><p>corrente sanguínea e atacar diferentes regiões do organismo. Por exemplo,</p><p>o ácido cianídrico, o mercúrio, o chumbo tetraetila (usado nas gasolinas como</p><p>antidetonante), alguns defensivos agrícolas, etc. São substâncias que podem</p><p>ingressar através da pele, produzindo uma ação de intoxicação generalizada.</p><p>Aptl 92-00/2020 147/152</p><p>3.1.6.1.4 Ingestão</p><p>Representa apenas uma via secundária de entrada de tóxicos no organismo, já</p><p>que nenhum trabalhador ingere, conscientemente, produtos tóxicos.</p><p>Isto pode acontecer ao engolir contaminantes que podem fi car retidos na parte</p><p>superior do trato respiratório ou falar após respirar substâncias tóxicas.</p><p>Alguns casos de ingestão acidental podem acontecer, como comer, beber, fumar</p><p>com as mãos contaminadas, ou mesmo, guardar produtos em embalagens não originais, que</p><p>podem ser confundidas com alimentos ou bebidas.</p><p>Quando ingeridos, os agentes contaminantes podem causar danos na boca, fa-</p><p>ringe, esôfago, estômago e intestino. Podem ser absorvidos pelo sangue e serem transportados</p><p>para atacar diferentes regiões do organismo.</p><p>3.1.7 ESTABELECIMENTO DE UM TRABALHO SEGURO</p><p>3.1.7.1 Análise de Segurança</p><p>É o meio pelo qual os profi ssionais desta área, conseguem realizar o levanta-</p><p>mento das informações necessárias dos diversos tipos de serviços a serem realizados, para que</p><p>sejam implantadas medidas preventivas, evitando assim, possíveis acidentes.</p><p>Numa situação de emergência, os bombeiros possuem pouquíssimo tempo para</p><p>avaliar o cenário, defi nir e estabelecer os procedimentos operacionais seguros, e iniciar o traba-</p><p>lho. Daí a grande importância dos bombeiros possuírem uma mentalidade de segurança.</p><p>A Análise de Segurança possui os seguintes objetivos:</p><p>• Identifi car e eliminar as condições inseguras (defi ciências técnicas e riscos</p><p>ambientais) e eliminar os riscos. Na impossibilidade da eliminação, o profi s-</p><p>sional de segurança deve alertar a equipe, tentar reduzir os riscos, propor a</p><p>utilização de EPI e estabelecer procedimentos para a realização do serviço;</p><p>• Identifi car a possibilidade de realização de atos inseguros. Uma vez identi-</p><p>fi cado, deve-se tentar estipular outros meios para a execução do serviço de</p><p>maneira mais segura. Na impossibilidade, estabelecer meios para tornar a</p><p>execução mais segura;</p><p>• Implantar métodos operacionais seguros;</p><p>3.1.7.2 Fiscalização de Segurança</p><p>Após a realização da Análise de Segurança e estabelecido os métodos operacio-</p><p>nais seguros, o trabalho está pronto para ser iniciado. Porém, deve ser destacado um bombeiro</p><p>experiente (geralmente o Chefe de Equipe) para fi scalizar o cumprimento das medidas de pre-</p><p>venção e normas de segurança durante a realização do trabalho.</p><p>3.1.8 ATIVIDADES RELATIVAS A UM ACIDENTE OU INCIDENTE DO TRABA-</p><p>LHO</p><p>3.1.8.1 Análise da Ocorrência</p><p>Todos os acidentes e incidentes do trabalho são importantes e devem ser anali-</p><p>sados.</p><p>A análise da ocorrência é a maneira pela qual os profi ssionais de segurança pes-</p><p>quisam informações, estudam e pesquisam as causas dos acidentes e incidentes ocorridos e</p><p>propõe medidas corretivas.</p><p>O profi ssional que estiver analisando um acidente não deve permitir que a gra-</p><p>vidade de uma lesão sofrida pelo trabalhador subestime o acidente ocorrido, direcionando a</p><p>investigação somente para a lesão, que é apenas uma das consequências de um acidente. O</p><p>motivo que levou o trabalhador a sofrer o acidente deve ser o principal objetivo da análise.</p><p>Exemplo: Um trabalhador cai e fratura a perna. O acidente é a queda e a fratura</p><p>Aptl 92-00/2020148/152</p><p>é a lesão.</p><p>A investigação deve ser conduzida para descobrir quais fatores levaram o traba-</p><p>lhador a sofrer a queda.</p><p>3.1.8.2 Confecção de Relatório da Análise da Ocorrência</p><p>O relatório de análise da ocorrência é um documento destinado a registrar as</p><p>informações colhidas e identifi cadas durante a realização da análise da ocorrência.</p><p>Ao fi nal da análise de ocorrência,</p><p>evitável sim! Vá-</p><p>rios especialistas (bombeiros, engenheiros e arquitetos) afi rmam que muitas tragédias poderiam</p><p>ter sido evitadas.</p><p>Como são de natureza construtiva, a proteção passiva deve ser pensada e levada</p><p>em consideração desde o início da concepção do projeto de qualquer edifi cação, seja ela indus-</p><p>trial, residencial, comercial ou para lazer.</p><p>As lajes, por</p><p>exemplo, em situação de in-</p><p>cêndio, devem ser capazes de</p><p>evitar que o fogo se propague</p><p>para os pavimentos superiores.</p><p>As paredes e portas também de-</p><p>vem ter ação passiva (Fig. 06).</p><p>Para tanto, precisam ser corta-</p><p>-fogo, para evitar que o fogo se</p><p>propague para outros compar-</p><p>timentos no mesmo pavimento</p><p>da edifi cação.</p><p>As estruturas</p><p>(vigas, colunas, pilares) que ba-</p><p>sicamente são de aço ou concre-</p><p>to necessitam ser protegidas da</p><p>ação do calor de um incêndio.</p><p>No caso do aço, por exemplo, é</p><p>aconselhável que seja envolvido com materiais de proteção térmica. Para o uso do concreto, as</p><p>dimensões mínimas devem ser respeitadas.</p><p>Figura - 5</p><p>Figura - 6</p><p>Aptl 92-00/202010/152</p><p>A intercomunicação entre</p><p>os pavimentos, normalmente feita pelas</p><p>escadas e poços de elevadores, podem se</p><p>transformar em passagem para os gases e</p><p>para o fogo. Por isso, as escadas e os poços</p><p>dos elevadores precisam ser enclausurados</p><p>e suas paredes e portas serem corta-fogo.</p><p>Outro caminho que pode ser</p><p>tomado pelo incêndio são os shafts (pas-</p><p>sagens de instalações elétricas, telefônicas,</p><p>hidráulicas, dutos de ar condicionado, etc.</p><p>Fig. 07). Em razão disso precisam ser pro-</p><p>tegidos e a solução pode ser a selagem.</p><p>Os materiais de acabamento de uma obra não devem permitir que o fogo se alas-</p><p>tre com rapidez.</p><p>1.1.3 RESISTÊNCIA DA ESTRUTURA DA EDIFICAÇÃO AO FOGO</p><p>É a capacidade que os elementos estruturais das edifi cações devem possuir para</p><p>resistir, por um determinado período de tempo, à energia térmica oriunda de um incêndio, sem</p><p>que percam suas características funcionais (vedação e estabilidade estrutural), para que possa</p><p>permitir a fuga das pessoas. Este Tempo Requerido de Resistência ao Fogo (TRRF) é estabe-</p><p>lecido em normas específi cas, em função do tipo de edifi cação e do material utilizado em sua</p><p>estrutura.</p><p>Em suma, as estruturas das edifi cações, principalmente as de grande porte, de-</p><p>vem ser dimensionadas e constituídas de modo a possuírem resistência ao fogo compatível com</p><p>a magnitude do incêndio que possam vir a serem submetidas.</p><p>1.1.4 REVESTIMENTOS, SELAGENS E VEDAÇÕES DE PROTEÇÃO</p><p>Os revestimentos de proteção são aplicados nas estruturas da edifi cação com o</p><p>intuito de protegê-las da ação do calor e manter a sua estabilidade estrutural.</p><p>As selagens de proteção são aplicadas nos shafts, nas lajes e paredes, com o</p><p>objetivo de impedir a passagem de gases e fogo para outras partes da edifi cação.</p><p>As vedações de proteção são aplicadas em junções de lajes, paredes, e em ou-</p><p>tras aberturas desprotegidas, também com o objetivo de impedir a passagem de gases e fogo</p><p>para outras partes da edifi cação (Fig. 08).</p><p>Figura - 7</p><p>Figura - 8</p><p>Aptl 92-00/2020 11/152</p><p>Os materiais utilizados como selagem, vedação e revestimento devem apresen-</p><p>tar as seguintes características:</p><p>• Ser incombustível ou de difícil combustibilidade;</p><p>• Possuir baixa velocidade de propagação de chamas;</p><p>• Não emitir gases tóxicos quando sob efeito do calor do fogo;</p><p>• Emitir pouca fumaça; e</p><p>• Emitir fumaça que não atrapalhe os meios de fuga.</p><p>Essas características de reação ao fogo podem ser avaliadas em laboratórios,</p><p>obtendo-se assim subsídios para a seleção dos materiais ainda na fase de projeto da edifi cação.</p><p>Os métodos de ensaio utilizados em laboratório, estipulam condições padroniza-</p><p>das a que os materiais devem ser expostos, visando reproduzir certas situações críticas que são</p><p>características dos incêndios antes que eles se tornem generalizados.</p><p>Os métodos de ensaio básicos para avaliar as características dos materiais de</p><p>selagem e revestimento são os seguintes:</p><p>a) Ensaio de incombustibilidade</p><p>Possibilita verifi car se os materiais de revestimento são passíveis de sofrer a</p><p>ignição (Fig. 09).</p><p>b) Ensaio da propagação superfi -</p><p>cial de chamas</p><p>Por meio do qual os materiais de</p><p>revestimento passíveis de ignição (materiais com-</p><p>bustíveis) podem ser classifi cados com relação à</p><p>rapidez de propagação superfi cial de chamas e a</p><p>quantidade de calor desenvolvido neste processo</p><p>(Fig. 10).</p><p>c) Ensaio para determinação da</p><p>densidade ótica da fumaça</p><p>Para verifi car a quantidade de fu-</p><p>maça que pode ser produzida e sua opacidade, para</p><p>que não provoquem empecilhos à fuga das pessoas</p><p>e ao combate ao incêndio (Fig. 11).</p><p>d) Ensaio de toxicidade</p><p>Para verifi car o nível de toxidez</p><p>da fumaça liberada quando os materiais de proteção</p><p>são expostos ao calor de um incêndio.</p><p>Figura - 9: Câmara para ensaio de incombustibilidade</p><p>Figura - 10: Painel radiante para ensaio da</p><p>propagação superfi cial de chamas</p><p>Aptl 92-00/202012/152</p><p>c) Revestimentos projetados (argamassas)</p><p>Dependendo da composição, apresentam densidades variadas e, consequen-</p><p>temente, resistências mecânicas diferentes. Desta forma, para cada tipo de produto há um tipo</p><p>de aplicação mais indicado.</p><p>Podem ser aplicados por jateamento (Fig. 16). Após a secagem, trabalham</p><p>monoliticamente com a estrutura, acompanhando seus movimentos, sem a ocorrência de fi ssu-</p><p>ras ou desprendimentos (Fig. 17).</p><p>1.1.4.1 Tipos de Revestimentos, Selagens e Vedação de Proteção</p><p>Podemos citar, basicamente, três famílias de materiais:</p><p>a) Tintas intumescentes</p><p>São aplicadas como revestimentos de proteção. Elas são reativas ao calor</p><p>iniciando, à aproximadamente 200°C, um processo de expansão volumétrica, atingindo muitas</p><p>vezes o seu volume inicial. Neste processo são liberados gases atóxicos que atuam em conjunto</p><p>com resinas especiais formando uma espuma rígida na superfície da estrutura, provocando o</p><p>retardamento da elevação das temperaturas nos elementos metálicos.</p><p>b) Placas e mantas pré-fabricadas</p><p>Podem ser compostas de gesso, lã de rocha ou fi bra cerâmica. São fi xadas por</p><p>pinos previamente soldados às estruturas, através de parafusos ou grampos suportes, abraçadei-</p><p>ras, etc. São utilizadas como revestimentos e selagens (Figs. 12 a 15).</p><p>Figura - 12</p><p>Figura - 13</p><p>Figura - 14</p><p>Figura - 15</p><p>Figura - 11: Câmara de ensaio para determinação de densidade ótica</p><p>Figuras 12 a 15</p><p>Aptl 92-00/2020 13/152</p><p>Podemos dividir os revestimentos em 2 grupos:</p><p>• Cimentitious - Provido de alto índice de material aglomerante (mínimo de</p><p>80% de gesso ou cimento), o que lhe confere boas características mecânicas, tais como resis-</p><p>tência à erosão sob corrente de ar, alta aderência do substrato, alta resistência à compressão e</p><p>à abrasão. Não possuem fi bras minerais, asbestos ou qualquer outro produto nocivo à saúde.</p><p>• Fibras projetadas - Constituídas de fi bras (geralmente lã de rocha) com bai-</p><p>xo teor aglomerante (menor que 30 % de escória). Por esta razão, apresentam característica</p><p>mecânica muito inferior as dos cimentitious.</p><p>As argamassas, mantas e placas pré-fabricadas podem ser utilizadas para veda-</p><p>ção de shafts (Figs. 18 e 19), permitindo dessa forma a compartimentação da edifi cação.</p><p>Figura - 16</p><p>Figura - 18 Figura - 19</p><p>Figura - 17</p><p>Aptl 92-00/202014/152</p><p>Os materiais utilizados para a vedação dos shafts devem ser capazes de impedir</p><p>a passagem de fogo, gases e água.</p><p>As tintas intumescentes podem ser aplicadas para revestir os cabos elétricos</p><p>(Fig. 20).</p><p>1.2 PROTEÇÃO PASSIVA CONTRA O FOGO</p><p>Segundo a Instrução Técnica nº</p><p>03 do Corpo de Bombeiros do Estado de São</p><p>Paulo, Proteção Passiva compreende uma série</p><p>de medidas de segurança contraincêndio que não</p><p>dependem de ação inicial (manual ou automáti-</p><p>ca) para o seu funcionamento.</p><p>Exemplos: compartimentação ho-</p><p>rizontal, compartimentação vertical, escada de</p><p>segurança, materiais retardantes de chama, etc.</p><p>De uma maneira mais abrangen-</p><p>te, podemos defi nir proteção passiva como sendo</p><p>características construtivas e técnicas de prote-</p><p>ção que, incorporadas</p><p>as falhas e as defi ciências estarão identifi cadas.</p><p>Então, deverá ser confeccionado o relatório contendo a análise dos fatos ocorridos e propostas</p><p>para adoção de medidas e procedimentos para que situações semelhantes não tornem a aconte-</p><p>cer.</p><p>O relatório de análise de ocorrência é um documento que deve conter, no míni-</p><p>mo, os seguintes dados:</p><p>➢ A fonte do acidente ou incidente;</p><p>➢ Os dados da vítima (se houver);</p><p>➢ Natureza da lesão (se houver);</p><p>➢ O encarregado da missão;</p><p>➢ Testemunhas;</p><p>➢ Descrição minuciosa da atividade que estava sendo realizada quando ocorreu</p><p>o acidente;</p><p>➢ Se o acidentado estava utilizando EPI;</p><p>➢ Outros dados que sejam necessários; e</p><p>➢ Proposta de medidas e procedimentos seguros para realização do trabalho.</p><p>3.1.9 CONSEQUÊNCIAS DO ACIDENTE DO TRABALHO</p><p>3.1.9.1 Prejuízos para o Trabalhador</p><p>➢ Sofrimento físico;</p><p>➢ Incapacidade para o trabalho;</p><p>➢ Indenização de máquinas e equipamentos danifi cados.</p><p>3.1.9.2 Prejuízos para a Empresa</p><p>➢ Perda de mão de obra especializada que, em muitos casos, é de difícil repo</p><p>sição;</p><p>➢ Imagem comprometida com as autoridades e com a comunidade;</p><p>➢ Gastos com primeiros socorros;</p><p>➢ Tempo perdido para socorrer o acidentado e comentários;</p><p>➢ Danifi cação ou perda de máquinas, ferramentas, matérias primas, etc;</p><p>➢ Atraso na entrega de produtos e serviços, e descontentamento de clientes.</p><p>3.1.9.3 Prejuízos para Família</p><p>➢ Desamparo à família (fi nanceiro, proteção, etc);</p><p>➢ Sofrimento emocional.</p><p>3.1.9.4 Prejuízos para a Comunidade</p><p>➢ Perda permanente ou temporária de elementos produtivos;</p><p>➢ Mais dependentes do INSS;</p><p>➢ Aumento das taxas de seguro e impostos;</p><p>➢ Aumento do custo de vida.</p><p>Aptl 92-00/2020 149/152</p><p>Aptl 92-00/2020150/152</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Policia Militar do Estado de São Paulo. Corpo de Bombeiros. Manual de Fundamentos</p><p>de Bombeiros - 2ª Edição: [São Paulo], 2006.</p><p>BRASIL. Policia Militar do Estado de Minas Gerais. Corpo de Bombeiros. Manual de Atividades</p><p>de Bombeiros.</p><p>BRASIL. Centro de Instrução de Adestramento Aeronaval. Combate a Incêndio.</p><p>BRASIL. Comando da Aeronáutica. Escola de Especialistas de Aeronáutica. Apostila Teoria</p><p>Contraincêndio - Módulo II. Guaratinguetá, 2000.</p><p>BRASIL. Comando da Aeronáutica. Base Aérea de São Paulo - Companhia Contraincêndio.</p><p>Manual de Fundamentos dos Bombeiros da BASP.</p><p>REVISTA BOMBEIROS EM EMERGÊNCIAS. Edições nº 5 e nº 8 - São Paulo.</p><p>Aptl 92-00/2020 151/152</p><p>Anexo A - GLOSSÁRIO</p><p>ÁLCALI: Também chamada de base, é qualquer substância que libera única e exclusivamente</p><p>o ânion OH– (íons hidroxila ou oxidrila) em solução aquosa. Soluções com estas propriedades</p><p>dizem-se básicas ou alcalinas. Os álcalis possuem baixas concentrações de ions H+ sendo con-</p><p>siderado alcalinas as soluções que têm pH (Potencial de Hidrogênio) acima de 7. Desse modo</p><p>os álcalis são considerados fortes quando estiverem próximos do 14 da escala de pH (escala</p><p>varia de 0 a 14). Possuem sabor adstringente (ou popularmente, cica) e são empregadas em</p><p>produtos de limpeza, medicamentos (antiácidos) entre outros. Muitos álcalis, como o hidróxido</p><p>de magnésio (leite de magnésia) são fracas e não trazem danos. Outras como o hidróxido de</p><p>cálcio (NaOH ou soda cáustica) são corrosivas e sua manipulação deve ser feita com cuidado.</p><p>Quando em contato com o papel tornassol vermelho apresentam a cor azul-marinho ou violeta.</p><p>ANTECÂMARA (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Recinto que antecede a caixa da esca-</p><p>da, com ventilação natural garantida por janela para o exterior, por dutos de entrada e saída de</p><p>ar ou ventilação forçada (pressurização).</p><p>ÁREA DE REFÚGIO (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Local seguro que é usado tempora-</p><p>riamente pelo usuário, acessado através de saídas de emergência de um setor ou setores, fi cando</p><p>entre este(s) e o logradouro público ou área externa com acesso aos setores.</p><p>ARGAMASSA PROJETADA: Produto destinado à proteção de estruturas metálicas que não</p><p>estejam aparentes, como vigamentos ocultos sobre forros ou pilares com acabamentos arquite-</p><p>tônicos. É constituída por fi bras minerais com espessuras variáveis, de acordo com o grau de</p><p>proteção pretendido. Dependendo da espessura da aplicação, oferece proteção entre 30 a 240</p><p>minutos de exposição ao fogo. Sua aplicação é realizada através de uma máquina de aplicação</p><p>de fi bras do tipo bomba ou turbina.</p><p>ARGAMASSA DE ALTA DENSIDADE: Produto destinado à proteção de estruturas metáli-</p><p>cas localizadas em ambientes externos ou em áreas internas sujeitas a abusos mecânicos.</p><p>BALCÃO OU SACADA (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Parte de pavimento da edifi -</p><p>cação em balanço em relação à parede externa do prédio, tendo, pelo menos, uma face aberta</p><p>para o espaço livre exterior.</p><p>CARGA DE INCÊNDIO (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Soma das energias calorífi cas</p><p>possíveis de serem liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis con-</p><p>tidos em um espaço, inclusive os revestimentos de paredes, divisórias, pisos e tetos.</p><p>CONCRETO PROTENDIDO: Método de introdução de concreto sob um estado prévio de</p><p>tensão numa estrutura, de modo a melhorar sua resistência ou seu comportamento, sob ação de</p><p>diversas solicitações.</p><p>ESCADA ENCLAUSURADA (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Escada protegida com</p><p>paredes resistentes ao fogo e portas corta-fogo.</p><p>ESCADA ENCLAUSURADA A PROVA DE FUMAÇA (Instrução Técnica nº 3 do</p><p>CBESP): Escada enclausurada cujo acesso é por antecâmara enclausurada, ou por local aberto,</p><p>de modo a evitar a penetração de fogo e fumaça na área da escada.</p><p>ESCADA NÃO ENCLAUSURADA OU ESCADA COMUM (Instrução Técnica nº 3 do</p><p>CBESP): Escada que embora possa fazer parte de uma rota de fuga, comunica-se diretamente</p><p>com os demais ambientes como corredores, “halls” e outros, em cada pavimento, não possuindo</p><p>portas corta-fogo.</p><p>MANTAS DE FIBRAS MINERAIS: Mantas de fi bras minerais, de espessura variável de</p><p>acordo com o grau anti-chamas desejado, resistente por 60 a 180 minutos contra o fogo, utili-</p><p>zadas para a proteção de estruturas de edifi cações já em funcionamento, onde não é possível a</p><p>projeção de argamassas.</p><p>MATERIAIS DE ACABAMENTO (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Produtos ou subs-</p><p>tâncias que, não fazendo parte da estrutura principal, são agregados à mesma com fi ns de con-</p><p>forto, estética ou segurança.</p><p>Aptl 92-00/2020152/152</p><p>MATERIAIS INCORPORADOS NA EDIFICAÇÃO: São os materiais colocados na edifi -</p><p>cação para atenderem as necessidades de ocupação: mobiliário, equipamentos, matérias-prima,</p><p>produtos, etc.</p><p>N-HEPTANO: É um hidrocarboneto saturado da família dos alcanos com a fórmula química</p><p>C7H16, e tem vários isômeros.</p><p>PAREDE CORTA-FOGO (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Elemento construtivo que,</p><p>aob ação do fogo, conserva suas características de resistência mecânica, é estanque à propa-</p><p>gação da chama e proporciona um isolamento térmico tal que a temperatura medida sobre a</p><p>superfície não exposta não ultrapasse 140º C durante um tempo especifi cado.</p><p>PLACAS DE FIBRAS MINERAIS: Placas de fi bras minerais, de espessura variável de acor-</p><p>do com o grau anti-chamas desejado, resistente por 60 a 180 minutos contra o fogo, utilizadas</p><p>para a proteção de estruturas de edifi cações já em funcionamento, onde não é possível a proje-</p><p>ção de argamassas.</p><p>POPULAÇÃO (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Número de pessoas para as quais uma</p><p>edifi cação, ou parte dela, é projetada.</p><p>POPULAÇÃO FIXA (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Número de pessoas que permane-</p><p>ce regularmente na edifi cação, considerando-se os turnos de trabalho e a natureza da ocupação,</p><p>bem como os terceiros nestas condições.</p><p>POPULAÇÃO FLUTUANTE (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Número de pessoas que</p><p>não se enquadra como população fi xa. Será sempre o número máximo diário de pessoas.</p><p>REGISTRO DE RECALQUE: ,O sistema de hidrante particular deve ser dotado de um pro-</p><p>longamento de sua tubulação até o exterior da edifi cação onde é instalada uma Válvula ou</p><p>Registro de Recalque, de forma que se possa permitir, quando necessário, recalcar água para o</p><p>sistema de hidrantes</p><p>a partir das viaturas do Corpo de Bombeiros.</p><p>SELAGEM CORTA-FOGO (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Dispositivos construtivos</p><p>com tempo mínimo de resistência ao fogo, instalados nas passagens de eletrodutos e tubulações</p><p>que cruzam as paredes de compartimentação e entrepisos (shafts), evitando a propagação do</p><p>incêndio. São utilizadas mantas, placas fi brosas, argamassas, ou dispositivos especiais para</p><p>tubulações plásticas.</p><p>SHAFTS (Instrução Técnica nº 3 do CBESP): Abertura existente na edifi cação, horizontal</p><p>ou vertical, que permite a passagem e interligação,, de instalações elétricas, hidráulicas ou de</p><p>demais outros dispositivos necessários.</p><p>TINTA INTUMESCENTE: As tintas intumescentes servem para a proteção de estruturas me-</p><p>tálicas e de madeira, cabos elétricos, etc. Ela protege o material do fogo e do calor por um tem-</p><p>po estipulado pelo fabricante. Essas tintas, quando exposta à ação direta ou indireta do fogo, ao</p><p>atingirem aproximadamente 200ºC, iniciam um processo de expansão volumétrica, formando</p><p>uma capa isolante com espessura muitas vezes maior que a espessura original aplicada (até 40</p><p>vezes), promovendo a inibição da ação do fogo sob o material protegido.</p><p>Neste processo de expansão, são liberados gases atóxicos que atuam em conjunto com resinas</p><p>especiais, formando uma espuma semi-rígida na superfície da estrutura, retardando a elevação</p><p>da temperatura da estrutura protegida e seu possível colapso (estrutura metaliza entra em co-</p><p>lapso a 550ºC).</p><p>VERGA: Peça que se põe horizontalmente sobre ombreiras de porta ou de janela.</p><p>VESTÍBULO: Espaço entre a rua e a entrada de um edifício. Espaço entre a porta e a principal</p><p>escadaria interior.</p><p>às estruturas das edifi ca-</p><p>ções, aumentam o tempo de resistência ao fogo</p><p>e difi cultam ou impedem a sua propagação para</p><p>outras partes da edifi cação incendiada e para as</p><p>vizinhas. Assim, o fogo fi ca confi nado em seu</p><p>local de origem, a integridade estrutural da edifi -</p><p>cação fi ca preservada, permitindo, dessa forma,</p><p>que as pessoas abandonem a edifi cação em tem-</p><p>po hábil e em segurança, além de permitir tam-</p><p>bém a aproximação e a entrada dos bombeiros</p><p>para ações de salvamento e combate ao incêndio.</p><p>Figuras 21 a 23</p><p>Figura - 20</p><p>Figura - 21</p><p>Figura - 22</p><p>Figura - 23</p><p>Aptl 92-00/2020 15/152</p><p>Em caso de incêndio, os meios de proteção passiva fornecerão por mais tempo,</p><p>maior estabilidade estrutural e estanqueidade à ação do fogo e da fumaça, e esse tempo adicio-</p><p>nal será muito importante para:</p><p>a) Possibilitar a saída dos</p><p>ocupantes da edifi cação em condições de</p><p>segurança (Fig. 24);</p><p>b) Garantir condições razo-</p><p>áveis para o emprego de socorro público,</p><p>permitindo o acesso operacional de viatu-</p><p>ras, equipamentos e recursos humanos, em</p><p>tempo hábil para exercer as atividades de</p><p>salvamento e combate a incêndio (extin-</p><p>ção); e</p><p>c) Evitar ou minimizar</p><p>danos à própria edifi cação, a edifi cações</p><p>adjacentes, a infra-estrutura pública e ao</p><p>meio ambiente.</p><p>Em nosso estudo, abordaremos os seguintes tipos de proteção passiva:</p><p>• Proteção das estruturas das edifi cações;</p><p>• Isolamento de riscos;</p><p>• Isolamento de uma edifi cação em relação à outra;</p><p>• Saídas de emergência;</p><p>• Compartimentação;</p><p>• Sinalização de emergência;</p><p>• Proteção de cabos elétricos;</p><p>• Cores utilizadas na segurança em edifi cações;</p><p>• Controle do material de acabamento;</p><p>• Sistema de proteção contra descarga atmosférica (SPDA);</p><p>• Controle dos materiais depositados na edifi cação;</p><p>• Plantas de risco;</p><p>• Ignifugação;</p><p>• Acesso para viaturas de bombeiros.</p><p>1.2.1 PROTEÇÃO DAS ESTRUTURAS DAS EDIFICAÇÕES</p><p>A proteção das estruturas das edifi cações é realizada com a aplicação ou colo-</p><p>cação de produtos capazes de isolar termicamente essas estruturas, com o intuito de limitar o</p><p>ingresso de calor, permitindo preservar por um tempo maior, a estabilidade estrutural da edifi -</p><p>cação em situações de incêndio.</p><p>O uso destes produtos teve início na década de 40 em navios de guerra america-</p><p>nos. Nos anos 60 e 70, foram empregados nas usinas nucleares como “fi restops” em bandejas e</p><p>conduítes de cabos elétricos, vedações de aberturas de lajes, juntas de construção e passagens</p><p>de tubulações. No Brasil, também tiveram o mesmo destino, inclusive, sendo utilizados na</p><p>Usina Nuclear Angra I, mas só recentemente (na década de 90) começaram a ser direcionados</p><p>à construção civil e indústrias.</p><p>1.2.2 ISOLAMENTO DE UMA EDIFICAÇÃO EM RELAÇÃO À OUTRA</p><p>Consiste no isolamento entre duas edifi cações vizinhas para evitar que o fogo</p><p>se propague de uma para outra. Há duas maneiras de isolar uma edifi cação em relação à outra.</p><p>Figura - 24</p><p>Aptl 92-00/202016/152</p><p>1.2.2.1 Distanciamento (Afastamento) Entre Edificações</p><p>O distanciamento seguro entre</p><p>edifi cações pode ser obtido por meio de uma</p><p>distância mínima horizontal entre fachadas de</p><p>edifi cações adjacentes, capaz de evitar a pro-</p><p>pagação de incêndio entre as mesmas, decor-</p><p>rente do calor transferido por radiação térmi-</p><p>ca, convecção ou contado direto das chamas.</p><p>Logicamente esse fator deve ser verifi cado na</p><p>fase de projeto (Fig. 26).</p><p>O afastamento entre edifi ca-</p><p>ções está previsto em legislação própria, e é</p><p>em função de alguns fatores, tais como: altura</p><p>das edifi cações, existência de aberturas (jane-</p><p>las), tipo de material da estrutura e da fachada das edifi cações, etc.</p><p>1.2.2.2 Barreiras de Proteção (Parede Corta-Fogo)</p><p>Com a previsão de barreiras, como paredes corta-fogo, uma edifi cação é consi-</p><p>derada totalmente estanque em relação à edifi cação contígua (Fig. 26).</p><p>1.2.3 COMPARTIMENTAÇÃO DA EDIFICAÇÃO</p><p>Compartimentar uma edifi cação signifi ca dividí-la em células capazes de resistir</p><p>à queima dos materiais combustíveis nelas contidos, evitando ou difi cultando a propagação de</p><p>fogo, gases e calor para outras partes da própria edifi cação. Os principais propósitos da com-</p><p>partimentação são:</p><p>a) Conter o fogo em seu ambiente de origem;</p><p>b) Manter as rotas de fuga seguras contra os efeitos do incêndio; e</p><p>c) Facilitar as operações de resgate e combate ao incêndio.</p><p>Há duas maneiras de compartimentar uma edifi cação:</p><p>Figura - 25</p><p>Figura - 26</p><p>Aptl 92-00/2020 17/152</p><p>1.2.3.1 Compartimentação Horizontal</p><p>A compartimentação</p><p>horizontal se destina a impedir que o</p><p>incêndio atinja grandes áreas de um</p><p>mesmo pavimento de uma edifi cação</p><p>e facilitar o seu controle.</p><p>A compartimentação</p><p>horizontal pode ser obtida das seguin-</p><p>tes maneiras:</p><p>a) Paredes e portas</p><p>corta-fogo (Fig. 27);</p><p>b) Registros corta-fo-</p><p>go nos dutos que transpassam as pa-</p><p>redes corta-fogo (dampers, Fig. 28);</p><p>c) Selagem corta-fogo nas aberturas de passagem de cabos elétricos e tubula-</p><p>ções nas paredes corta-fogo (shafts);</p><p>d) Afastamento horizontal entre janelas de setores compartimentados (Fig. 29).</p><p>1.2.3.2 Compartimentação Vertical</p><p>A compartimentação vertical se destina a impedir que o incêndio se propague</p><p>para os pavimentos superiores ao de sua origem e facilitar o seu controle.</p><p>A compartimentação vertical</p><p>pode ser obtida das seguintes maneiras:</p><p>a) Lajes corta-fogo;</p><p>b) Enclausuramento das escadas</p><p>e poços de circulação dos elevadores através de</p><p>paredes e portas corta-fogo;</p><p>c) Registros corta-fogo em dutos</p><p>que intercomunicam os pavimentos;</p><p>d) Bidros resistentes ao fogo;</p><p>e) Selagem corta-fogo nas aber-</p><p>turas das passagens de cabos elétricos e tubula-</p><p>ções, através das lajes (shafts);</p><p>f) Utilização de abas verticais</p><p>(parapeitos/peitoris) e abas horizontais resis-</p><p>tentes ao fogo, projetando-se além da fachada,</p><p>separando as janelas de pavimentos consecutivos.</p><p>Figura - 27 Figura - 28</p><p>Figura - 29</p><p>Figura - 30</p><p>Aptl 92-00/202018/152</p><p>Nesse caso é sufi ciente que estes elementos mantenham suas características fun-</p><p>cionais, obstruindo dessa forma a livre emissão de chamas para o exterior.</p><p>1.2.4 PROTEÇÃO DE CABOS ELÉTRICOS</p><p>É uma unanimidade entre os especialistas em incêndio que, para evitar a propa-</p><p>gação de fogo, deve-se compartimentar ou isolar as altas concentrações de cabos elétricos. Isso</p><p>pode ser obtido das seguintes formas:</p><p>a) Pintura antichamas</p><p>A aplicação de tinta antichamas em grupos de cabos evita que um curto cir-</p><p>cuito se transforme em fogo, difi cultando o início de um incêndio e não permitindo, caso ele</p><p>ocorra, que se propague pelos outros cabos que estão protegidos.</p><p>b) Envelopamento das eletrocalhas (bandejas de cabos)</p><p>Figura - 31 Figura - 32</p><p>Figura - 33</p><p>Figura - 34</p><p>Figura - 35</p><p>Figura - 36</p><p>Aptl 92-00/2020 19/152</p><p>Isolamento das bandejas condutoras de fi os elétricos com material inibidor de</p><p>chamas. Além de não permitir a propagação do fogo através da bandeja, deve eliminar o risco</p><p>de incêndio que venha de dentro para fora da bandeja, ou seja, aquele provocado por curto-</p><p>-circuito. (Fig. 34).</p><p>c) Eletrodutos</p><p>O uso de eletrodutos deve seguir as normas em vigor, devendo ser respeitada</p><p>a quantidade máxima de cabos permitida em cada eletroduto, ser evitado o uso de eletrodutos</p><p>quebrados para que os cabos não sofram danos, ser respeitada a distância de instalação entre os</p><p>eletrodutos, etc. (Figs. 35 e 36).</p><p>1.2.5 CONTROLE DO MATERIAL DE ACABAMENTO</p><p>Os tipos de materiais de acabamento a serem utilizados como revestimento tér-</p><p>mico, acústico e embelezamento, devem ser escolhidos ainda na fase de projeto e construção da</p><p>edifi cação, levando-se em consideração as características de segurança contraincêndio. Vários</p><p>incêndios iniciaram ou se propagaram de uma maneira muito rápida em função do uso incor-</p><p>reto de alguns materiais. Como exemplo, podemos citar os materiais plásticos que, além de</p><p>não retardar a propagação do fogo, agrava a situação emanando gases muito tóxicos. O intuito</p><p>principal é o de limitar ou eliminar a contribuição que esses materiais podem dar ao desenvol-</p><p>vimento de um incêndio.</p><p>A composição do forro é outro item que merece atenção. Deve ser evitada a ins-</p><p>talação de forros constituídos de materiais combustíveis, pois o calor do incêndio se acumula</p><p>na parte de cima do ambiente, provocando a sua ignição e uma rápida propagação das chamas.</p><p>Figura 34</p><p>Figura 35 Figura 36</p><p>Aptl 92-00/202020/152</p><p>1.2.6 CONTROLE DO MATERIAL DEPOSITADO NA EDIFICAÇÃO</p><p>Os responsáveis pela segurança contraincêndio de uma edifi cação devem exer-</p><p>cer o controle sobre o material combustível que nela é depositado ou colocado (mobiliário,</p><p>decoração, livros, papéis, produtos, materiais de consumo, etc), pois a proteção contraincêndio</p><p>está relacionada diretamente com a quantidade e qualidade dos materiais que existem dentro de</p><p>uma edifi cação (Fig. 37).</p><p>O controle dos combustíveis depositados na edifi cação apresenta dois objetivos</p><p>distintos:</p><p>• Difi cultar que o incêndio se generalize no local em que ele se originou; e</p><p>• Considerando que o incêndio tenha tomado todo o ambiente onde ele teve</p><p>origem, evitar que ele se propague para outros ambientes da edifi cação.</p><p>A possibilidade de um foco de incêndio se extinguir ou evoluir para um grande</p><p>incêndio, depende diretamente da quantidade e da qualidade dos materiais combustíveis exis-</p><p>tentes no local, bem como do espaçamento entre eles.</p><p>1.2.7 IGNIFUGAÇÃO</p><p>Ignifugação é o nome do tratamento que confere aos materiais incorporados na</p><p>edifi cação e aos materiais usados como acabamento, a característica de resistência ao fogo</p><p>(Figs. 38 e 39).</p><p>Figura 37</p><p>Figura 38 Figura 39</p><p>Aptl 92-00/2020 21/152</p><p>1.2.8 ISOLAMENTO DE RISCOS DENTRO DA EDIFICAÇÃO</p><p>Consideramos áreas de risco em uma edifi cação, aquelas com grande potencial</p><p>de ocorrência de um princípio de incêndio, tais como:</p><p>• Casa de caldeira;</p><p>• Casa de força;</p><p>• Depósito de infl amáveis;</p><p>• Depósito de materiais de classe A;</p><p>• Laboratórios;</p><p>• Cozinha industrial;</p><p>• Posto de combustíveis; etc.</p><p>Tais áreas devem receber a devida proteção contraincêndio prevista na legisla-</p><p>ção.</p><p>1.2.9 MEIOS DE FUGA</p><p>1.2.9.1 Saída de emergência</p><p>Para salvaguardar a vida hu-</p><p>mana, em caso de incêndio é necessário que</p><p>as edifi cações sejam dotadas de meios ade-</p><p>quados de fuga. Estes permitem aos ocu-</p><p>pantes se deslocarem com segurança para</p><p>um local livre da ação do fogo, calor e fu-</p><p>maça, a partir de qualquer ponto da edifi ca-</p><p>ção, independentemente do local de origem</p><p>do incêndio.</p><p>Além disso, nem sempre o</p><p>incêndio pode ser combatido pelo exterior</p><p>do edifício, decorrente da altura do pavi-</p><p>mento onde o fogo se localiza ou pela ex-</p><p>tensão do pavimento (edifícios térreos).</p><p>Nestes casos, há a necessidade da brigada de incêndio ou do Corpo de Bombei-</p><p>ros adentrar ao edifício pelos meios internos, a fi m de efetuar ações de salvamento ou combate.</p><p>Para que essas ações sejam rápidas e seguras, utilizam-se os meios de acesso da</p><p>edifi cação, que são as próprias saídas de emergência ou escadas de segurança utilizadas para</p><p>a evacuação de emergência. Mas atenção, para que essa rota seja possível, devem atender as</p><p>condições básicas a seguir:</p><p>a) Número de saídas</p><p>O número de saídas difere para os diversos tipos de ocupação, em função da</p><p>altura, dimensões em planta e características construtivas. Normalmente o número mínimo de</p><p>saídas consta de códigos e normas técnicas que tratam do assunto.</p><p>b) Distância a percorrer</p><p>A distância máxima a percorrer consiste no caminhamento entre o ponto mais</p><p>distante de um pavimento até o acesso a uma saída neste mesmo pavimento. Da mesma forma</p><p>como visto no item 1.2, essa distância varia conforme o tipo de ocupação e as características</p><p>construtivas do edifício e a existência de chuveiros automáticos como proteção. Os valores</p><p>máximos permitidos constam dos textos de códigos e normas técnicas que tratam do assunto.</p><p>Figura - 40</p><p>Aptl 92-00/202022/152</p><p>c) Largura das escadas de segurança e das rotas de fuga horizontais.</p><p>O número previsto de pessoas que deverão usar as escadas e rotas de fuga</p><p>horizontais é baseado na lotação da edifi cação, ou seja, calculada em função das áreas dos pa-</p><p>vimentos e do tipo de ocupação.</p><p>As larguras das escadas de segurança e outras rotas devem permitir desocupar</p><p>todos os pavimentos em um tempo aceitável como seguro.</p><p>Isto indica a ne-</p><p>cessidade de compatibilizar a lar-</p><p>gura das rotas horizontais e das</p><p>portas com a lotação dos pavimen-</p><p>tos e, de adotar escadas com lar-</p><p>gura sufi ciente para acomodar em</p><p>seus interiores toda a população do</p><p>edifício.</p><p>As normas técni-</p><p>cas e os códigos de obras estipu-</p><p>lam os valores das larguras míni-</p><p>mas (denominado de Unidade de</p><p>Passagem) para todos os tipos de</p><p>ocupação, conforme mostra a ima-</p><p>gem ao lado.</p><p>d) Localização das</p><p>saídas e das escadas de segurança.</p><p>As saídas (para um local seguro) e as escadas devem ser localizadas de forma</p><p>a propiciar efetivamente aos ocupantes a opor-</p><p>tunidade de escolher a melhor rota de escape.</p><p>Para isto, devem estar sufi cientemente afasta-</p><p>das uma das outras, pois em caso de proximi-</p><p>dade, o foco de fogo tornará o local inacessível.</p><p>Veja a ilustração ao lado:</p><p>e) Descarga das escadas de se-</p><p>gurança e saídas fi nais.</p><p>A descarga das escadas de</p><p>segurança deve se dar preferencialmente para</p><p>saídas com acesso exclusivo para o exterior, lo-</p><p>calizado em pavimento ao nível da via pública.</p><p>Outras saídas podem ser aceitas, como as dire-</p><p>tamente no átrio de entrada do edifício, desde</p><p>que alguns cuidados sejam tomados, represen-</p><p>tados por:</p><p>1. Sinalização dos cami-</p><p>nhos a tomar;</p><p>2. Saídas fi nais alternati-</p><p>vas; e</p><p>3. Compartimentação em</p><p>relação ao subsolo e proteção contra queda</p><p>de objetos (principalmente vidros) devido ao</p><p>incêndio e etc.</p><p>Figura - 42</p><p>Figura - 41: Escada com largura apropriada para saída</p><p>Aptl 92-00/2020 23/152</p><p>f) Projeto e construção das escadas de segurança.</p><p>A largura mínima das escadas de segurança varia conforme os Códigos e Nor-</p><p>mas Técnicas, sendo normalmente 2,20m para hospitais e entre 1,10m a 1,20m para as demais</p><p>ocupações, devendo possuir patamares retos nas mudanças de direção com largura mínima</p><p>igual à largura da escada. As escadas de segurança devem ser construídas com materiais in-</p><p>combustíveis, sendo também desejável que os materiais de revestimento sejam incombustíveis.</p><p>As escadas de segurança devem possuir altura e largura ergométrica dos de-</p><p>graus, corrimãos corretamente posicionados, piso antiderrapante, além de outras exigências</p><p>para conforto e segurança. Veja um exemplo na imagem ao lado.</p><p>g) Escadas de segurança.</p><p>Todas as escadas de segurança devem ser enclausuradas com paredes resis-</p><p>tentes ao fogo e portas corta-fogo. Em determinadas situações estas escadas também devem ser</p><p>dotadas de antecâmaras enclausuradas de maneira a difi cultar o acesso de fumaça no interior da</p><p>caixa de escada. As dimensões mínimas (largura e comprimento) são determinadas nos Códigos</p><p>e Normas Técnicas.</p><p>A antecâmara só deve dar acesso à escada e a porta entre ambas, quando</p><p>aberta, não deve avançar sobre o patamar da mudança da direção, de forma a prejudicar a livre</p><p>circulação.</p><p>Para prevenir que o fogo e a fumaça desprendidos por meio das fachadas do</p><p>edifício penetrem em eventuais aberturas de ventilação na escada e antecâmara, deve ser man-</p><p>tida uma distância horizontal mínima entre estas aberturas e as janelas do edifício.</p><p>Figura - 43: Detalhe da extremidade do corrimão na parede.</p><p>Aptl 92-00/202024/152</p><p>h) Corredores</p><p>Quando a rota de fuga horizontal incorporar corredores, o fechamento destes</p><p>deve ser feito de forma a restringir a penetração de fumaça durante o estágio inicial do incêndio.</p><p>Para isto, suas paredes e portas devem apresentar resistência ao fogo.</p><p>Para prevenir que corredores longos se inundem de fumaça, é necessário pre-</p><p>ver aberturas de exaustão e sua subdivisão com portas à prova de fumaça, veja nas ilustrações</p><p>a seguir:</p><p>Figura - 44: Corredor desobstruído e sinalizado.</p><p>Figura - 45</p><p>Aptl 92-00/2020 25/152</p><p>i) Portas nas rotas de fuga.</p><p>As portas incluídas nas rotas de fuga não</p><p>podem ser trancadas, entretanto</p><p>devem permanecer sempre fechadas, dispondo para isto de um mecanismo de fechamento au-</p><p>tomático.</p><p>Alternativamente, estas portas podem permanecer abertas, desde que o fecha-</p><p>mento seja acionado automaticamente no momento do incêndio.</p><p>Estas portas devem abrir no sentido do fl uxo, com exceção do caso em que</p><p>não estão localizadas na escada ou na antecâmara e não são utilizadas por mais de 50 pessoas.</p><p>Para prevenir acidentes e obstruções, não devem ser admitidos degraus junto à soleira, e a aber-</p><p>tura de porta não deve obstruir a passagem de pessoas nas rotas de fuga.</p><p>O único tipo de porta admitida é aquela com dobradiças de eixo vertical com</p><p>único sentido de abertura. Dependendo da situação, tais portas podem ser a prova de fumaça,</p><p>corta fogo ou ambos. A largura mínima do vão livre deve ser de 0,8 m. Veja os exemplos a se-</p><p>guir:</p><p>Agora que você foi apresentado aos meios de fugas, caso esteja numa situa-</p><p>ção de incêndio, conheça os elevadores e como atuar em emergências em elevadores.</p><p>A provisão de saídas de emergência também é uma medida de proteção pas-</p><p>siva que deve ser prevista no projeto arquitetônico de uma edifi cação.</p><p>Entendemos como saída de emergência, o caminho contínuo, devidamente</p><p>protegido, sinalizado e iluminado, proporcionado por portas, corredores, halls, passagens exter-</p><p>nas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas, conexões entre túneis paralelos ou outros dispositivos</p><p>de saída, ou combinações desses, a ser percorrido pelo usuário em caso de emergência, de qual-</p><p>quer ponto da edifi cação, recinto de evento ou túnel, até atingir a via pública ou espaço aberto</p><p>(área de refúgio), com garantia de integridade física.</p><p>Para salvaguardar a vida humana em caso de incêndio, é necessário que as</p><p>edifi cações sejam dotadas de meios de fuga adequados, em conformidade com a legislação em</p><p>vigor, que permitam que os ocupantes se desloquem com segurança para um local livre da ação</p><p>do fogo, calor e fumaça.</p><p>Além disso, existem situações em que é necessário que a brigada de incêndio</p><p>ou os Bombeiros, se desloquem pela edifi cação para efetuar ações de salvamento ou combate ao</p><p>fogo. Essas ações devem ser rápidas e seguras. Normalmente são utilizados os próprios meios</p><p>de fuga.</p><p>A quantidade de saídas que uma edifi cação deve possuir, sua localização, a</p><p>distância máxima a ser percorrida pelas pessoas até encontrar uma saída de emergência, bem</p><p>como suas dimensões, variam em função da quantidade de pessoas existente na edifi cação, área</p><p>Figura - 46: Porta com barra antipânico</p><p>Aptl 92-00/202026/152</p><p>construída, número de pavimentos, tipo de estrutura da edifi cação e seu tipo de ocupação. Tudo</p><p>está previsto em legislação específi ca.</p><p>A saída de emergência pode conter:</p><p>j) Acessos</p><p>Caminho a ser percorrido pelos usuários do pavimento ou do setor, consti-</p><p>tuindo a rota de saída horizontal (corredores), para alcançar a escada ou rampa, área de refúgio</p><p>ou descarga para saída de um recinto. Os acessos podem ser constituídos por corredores, passa-</p><p>gens, vestíbulos, balcões, varandas ou terraços.</p><p>A estanqueidade (vedação) das rotas de saída horizontais deve ser feita de</p><p>forma a restringir a penetração de fumaça e fogo durante o estágio inicial do incêndio. Para isso</p><p>suas paredes e portas devem apresentar resistência ao fogo.</p><p>Para prevenir que corredores longos se inundem de fumaça, é necessário pre-</p><p>ver aberturas de exaustão e sua subdivisão com portas à prova de fumaça.</p><p>k) Porta corta-fogo (PCF)</p><p>Porta constituída de material resistente ao fogo, instalada nas passagens das</p><p>paredes de compartimentação de área, impedindo a propagação horizontal do incêndio, e em</p><p>acessos às escadas de emergência, impedindo a propagação vertical. É um dispositivo móvel</p><p>que ao fechar, deve possuir perfeita vedação, impedindo que o fogo e fumaça passem através</p><p>de frestas, possibilitando assim, que os ocupantes das edifi cações possam circular pelas rotas de</p><p>fuga com segurança. Devem atender às exigências de resistência mecânica, resistência ao fogo,</p><p>estanqueidade e isolamento térmico previstos na legislação específi ca (Fig. 48).</p><p>Figura - 47</p><p>Figura - 48</p><p>Aptl 92-00/2020 27/152</p><p>É importante a adequação das escadas ao</p><p>uso da edifi cação. Como exemplo, pode ser citada a neces-</p><p>sidade de corrimão adicional à baixa altura para escolas ou</p><p>outras ocupações onde há crianças e outras pessoas de baixa</p><p>estatura.</p><p>Quando construídas dentro da edifi cação,</p><p>as escadas devem ser enclausuradas por paredes resistentes</p><p>ao fogo, providas de antecâmara com exaustão de fumaça ou</p><p>serem pressurizadas. Quando localizadas no lado de fora da</p><p>edifi cação, devem estar isoladas das aberturas existentes na</p><p>fachada da edifi cação (Fig. 49).</p><p>l) Rampas</p><p>Estrutura construtiva inclinada de uma rota</p><p>de fuga, que se destina a unir dois níveis ou setores de uma</p><p>edifi cação. Pode ser interna ou externa (Figs. 50 e 51).</p><p>Estrutura construtiva utilizada como rota de fuga unindo duas edifi cações vi-</p><p>zinhas (Fig. 52).</p><p>m) Descarga</p><p>Parte da saída de emer-</p><p>gência de uma edifi cação que fi ca entre a</p><p>escada e o logradouro público (rua) ou área</p><p>externa com acesso a este.</p><p>Figura - 49</p><p>Figura - 50 Figura - 51</p><p>Figura - 52</p><p>Aptl 92-00/202028/152</p><p>1.2.9.2 Elevadores</p><p>O elevador é um meio de transporte vertical, muito utilizado em predios acima</p><p>de cinco andares que pode ser utilizado para transporte exclusivamente de pessoas conforme</p><p>NB-223, cargas conforme NB-129, ou para ambos concomitantemente. Como é nos caso dos</p><p>andaimes de obras, que transportam pessoas e alguns materias de construção.</p><p>Nesta infi nidade de aplicações os equipamentos possuem os mais diversos itens</p><p>de segurança e proteção aos usuários. Em termos de transporte humano, como em condomínios,</p><p>por exemplo, os equipamentos possuem reguladores de velocidade, freios de segurança, limites</p><p>de parada. botões de emergência. etc, itens que dão ao passageiro segurança no transporte. Já</p><p>nos elevadores exclusivamente para cargas, as Normas Técnicas (NB-30) são menos abrangen-</p><p>tes e específi cas quanto à proteção do usuário, pois que o meio de transporte é exclusivo para</p><p>cargas.</p><p>1.2.9.2.1 Características do elevador</p><p>Figura - 53</p><p>Figura - 54</p><p>Figura - 55</p><p>Aptl 92-00/2020 29/152</p><p>O elevador pode ser dividido em três partes construtivas principais:</p><p>a) Conjunto de máquinas</p><p>Localizado na parte superior de um elevador, é construído em uma área deno-</p><p>minada casa de máquinas.</p><p>Máquina de tração</p><p>Conforme imagem, a máquina de</p><p>tração é conjunto motriz que tem</p><p>a nalidade de realizar a força no</p><p>transporte vertical. Constituído</p><p>de motor gerador, sistema de</p><p>tração, coroa sem m, freio</p><p>eletromecânico, polia de tração e</p><p>cabos de tração.</p><p>Quadro de comandos</p><p>Podemos ver na imagem que, o</p><p>quadro de comandos gerencia</p><p>as informações elétricas do</p><p>elevador para a realização dos</p><p>comandos de parada e partida.</p><p>Constituído de bobinas, relês,</p><p>transformadores e chaves de</p><p>força ou contratoras. Reguladores de velocidade</p><p>Como podemos observar na</p><p>imagem, os reguladores de</p><p>velocidade tem a nalidade de</p><p>travar o elevador em caso de</p><p>aumento de velocidade acima do</p><p>padrão de segurança, travando</p><p>assim uma eventual queda livre do</p><p>elevador.</p><p>Quadro de força</p><p>Conforme gura ao lado, o quadro</p><p>de força deve ser exclusivo para</p><p>o elevador, com chave de força</p><p>padrão NH. Logo, iremos ver mais</p><p>detalhes sobre isso.</p><p>Compartimento de transporte onde</p><p>estão os comandos ou botoeiras. portas</p><p>de fechamento, e em cada parada, itens</p><p>de segurança como trincos, portas de</p><p>pavimento e fechadores.</p><p>b) Cabine / pavimento c) Passadiço do elevador</p><p>Área de transporte do elevador, conhecido</p><p>como poço do elevador. onde estão</p><p>localizados itens de reconhecimento</p><p>elétrico do movimento do elevador, o</p><p>que permite saber externamente em que</p><p>andar se encontra, e, o sistema de molas (</p><p>no fundo do passadiço ), para diminuição</p><p>de impacto, Passadiço (Poço do elevador),</p><p>conforme podemos observar na imagem</p><p>ao lado e abaixo.</p><p>Figura - 56</p><p>Figura - 57</p><p>Aptl</p><p>92-00/202030/152</p><p>Todas as características acima descritas podem variar de equipamento para</p><p>equipamento, porém, estes são padrões para elevadores de passageiros onde a complexidade é</p><p>maior, podendo portanto, serem utilizados como um ambiente padrão para o estudo de salva-</p><p>mento e resgate.</p><p>1.2.9.3 Emergências em Elevadores</p><p>O crescimento vertical de nossas cidades vem dando oportunidade ao apareci-</p><p>mento de um novo tipo de ocorrência. Trata-se de pessoas retidas em elevadores, normalmente</p><p>por falta de energia elétrica, por defeito no mecanismo de paragem, ou, então, por uso indevido</p><p>do equipamento, quando normalmente a ocorrência se reveste de maior gravidade. Os locais</p><p>que o Bombeiro deve dar maior atenção durante o atendimento de uma emergência em elevador</p><p>são:</p><p>• A casa de máquinas, conhecido como o coração do sistema;</p><p>• A porta em pavimento, com diversos modelos e, consequentemente, com</p><p>diversos tipos de chaves; e</p><p>• A porta de cabine;</p><p>• As saídas de emergência.</p><p>a) Salvamento em Elevadores</p><p>Ao se atender a ocorrências deste tipo, deve-se, como primeira providência,</p><p>desligar a chave geral de corrente elétrica do elevador acidentado. Esta providência é prioritária</p><p>e simplifi ca os procedimentos necessários ao resgate, pois</p><p>garante que a volta da energia não fará qualquer aciona-</p><p>mento da cabine.</p><p>Em seguida, o bombeiro deve dirigir-se</p><p>ao andar em que se supõe estar a cabine e, abrindo com</p><p>chave apropriada a porta de pavimento do andar imediata-</p><p>mente superior ou inferior, deve decidir por onde tirar as</p><p>pessoas presas. Para melhor entrosamento entre os bom-</p><p>beiros que estão na casa de máquinas e os que estão resga-</p><p>tando as vítimas, há necessidade de comunicação via rádio</p><p>portátil HT, pois em prédios muito altos a comunicação</p><p>pela voz torna-se difícil.</p><p>Existem vários tipos de portas de pavi-</p><p>mento, bem como vários tipos de chave para abri-las. A</p><p>viatura deve possuir um jogo completo dessas chaves e o</p><p>bombeiro deve conhecê-las. Na sua falta, lembrar que o</p><p>zelador do prédio sempre dispõe de uma cópia.</p><p>Outro problema, bastante comum, é que, por desconhecimento, os moradores</p><p>do prédio contratam serviços de revestimento para as portas de pavimento e, via de regra, os</p><p>executores desses serviços acabam cobrindo os orifícios de destravamento das portas. É neces-</p><p>sário lembrar que, esses orifícios fi cam na parte superior, no centro ou nos cantos (dependendo</p><p>do tipo de elevador.)</p><p>Figura - 58</p><p>Figura - 59: Salvamento em elevador</p><p>Aptl 92-00/2020 31/152</p><p>Outro ponto bastante importante é que as portas de emergência existentes nas</p><p>cabines não são para saída, embora possam ser utilizadas para isso. Sua fi nalidade principal é de</p><p>garantir acesso aos socorristas. A maioria delas possui trava por fora, isto é, só podem ser aber-</p><p>tas por quem chega no teto ou na lateral do carro. Só se deve retirar pessoas por elas quando se</p><p>dispõe de cinto de segurança, cabos fi xos e cadeiras de lona, previamente colocados na vítima.</p><p>ATENÇÃO</p><p>Em nenhuma hipótese as vítimas deverão ser retiradas antes que a chave geral</p><p>seja DESLIGADA</p><p>As vítimas não devem ser retiradas antes chave geral ser desligada mesmo</p><p>que, a princípio, o elevador fi que imobilizado enquanto qualquer porta estiver aberta, pois nem</p><p>sempre isso acontece onde o excesso de confi ança pode enganar, fator que tem sido causa de</p><p>graves acidentes durante emergências com elevadores.</p><p>Por fi m, vale lembrar que uma cabine de elevador não despenca em queda</p><p>livre, mesmo que todos os cabos de sustentação tenham se rompido. Isso porque os elevadores</p><p>possuem um freio de segurança, abaixo do assoalho, na parte inferior do carro, que é acionado,</p><p>toda vez que eles excedam 25% da sua velocidade máxima. Quando isso ocorre, garras espe-</p><p>ciais atuam como uma cunha na cabine através dos trilhos-guia do elevador.</p><p>A maioria das ocorrências em elevadores são para retirada de pessoas presas</p><p>na cabine. Se não sofrerem qualquer mal súbito, estarão mais seguras dentro do elevador, do</p><p>que fora dele. Portanto, o bombeiro deve acalmar as vítimas e dispor de todo o tempo necessá-</p><p>rio para retirá-las com segurança. Ocorrências onde as vítimas estão prensadas ou presas entre</p><p>a cabine e a caixa de concreto (normalmente conhecido como poço) são de natureza grave, e de</p><p>difícil liberação.</p><p>b) Procedimentos Ope-</p><p>racionais para salvamentos em eleva-</p><p>dores</p><p>Para o salvamento em</p><p>elevadores dez procedimentos opera-</p><p>cionais são necessários. São eles:</p><p>• Análise da situa-</p><p>ção;</p><p>• Estacionamento da</p><p>viatura e sinalização;</p><p>• Desligamento da</p><p>chave do elevador;</p><p>• Localização da ca-</p><p>bine do elevador;</p><p>• Verifi cação do nú-</p><p>mero e estado das vítimas;</p><p>• Abertura da porta</p><p>do pavimento;</p><p>• Nivelamento da cabine;</p><p>• Retirada de vítimas; e</p><p>• Orientação dos responsáveis.</p><p>Figura - 60: Salvamento em elevador</p><p>Aptl 92-00/202032/152</p><p>Analise da situação</p><p>Durante o deslocamento para a ocorrência o Chefe de Equipe deverá estabelecer</p><p>as funções de cada integrante de sua equipe, de forma que não haja desperdício de esforços no</p><p>local e o trabalho seja executado coordenadamente.</p><p>Desde o recebimento da chamada, o atendente (telefonista) deve orientar o so-</p><p>licitante para que verifi que a localização da chave de abertura da porta do elevador, junto ao</p><p>síndico ou zelador. Também é necessário saber qual a empresa que presta os serviços de manu-</p><p>tenção para eventual contato e acionamento. Outras informações, como andar em que está pa-</p><p>rado o elevador bem como o número de vítimas poderão ser importantes para um prévio estudo</p><p>da situação e defi nição do socorro a ser despachado, como Unidades de Resgate viaturas para</p><p>iluminação, no caso de falta de energia elétrica. etc.</p><p>Todas essas informações devem ser repassadas ao Comandante do socorro, para</p><p>que possa analisar previamente a situação. Normalmente, as viaturas de intervenção operacio-</p><p>nal num caso deste, são os carros de combate a incêndio, carros de resgate e salvamento, carro</p><p>de comando e ambulância.</p><p>Os materiais normalmente utilizados são HT, chave de fenda, chaves do eleva-</p><p>dor e manílhas, estas específi cas, de acordo com o hidrante, devendo estar de posse do síndico,</p><p>ou como acessório na casa de máquinas, e, se necessário equipamento frei-seg.</p><p>Estacionamento da viatura e sinalização.</p><p>Esse tipo de ocorrência não exige maiores cuidados com a distância da viatura</p><p>em relação à edifìcação, bastando sinalizar o local de estacionamento.</p><p>Desligamento da chave do elevador</p><p>Como primeira providência</p><p>quando da chegada ao local, deve- se desli-</p><p>gar a chave do elevador no quadro de força,</p><p>independente de haver ou não energia elétri-</p><p>ca. Esta providência é de suma importância,</p><p>pois, numa eventual falta de energia elétrica,</p><p>esta poderá voltar a qualquer momento, po-</p><p>dendo causar acidentes as pessoas envolvidas</p><p>na ocorrência, seja pela movimentação da</p><p>cabine, ou pelo contato com circuitos ener-</p><p>gizados.</p><p>Não se deve confi ar na pala-</p><p>vra de pessoas que porventura disserem que</p><p>já desligaram a chave do elevador. Mesmo</p><p>havendo essa informação, ela deverá ser che-</p><p>cada. Em locais com mais de um elevador, geralmente existem chaves individuais para o desli-</p><p>gamento individualizado de cada elevador, junto a casa de máquinas.</p><p>Figura - 61: Local sinalizado com cones</p><p>Figura - 62: Quadro de força</p><p>Aptl 92-00/2020 33/152</p><p>Localização da cabine do eleva-</p><p>dor</p><p>Esse trabalho será feito quase que</p><p>ao mesmo tempo que o desligamento da chave do</p><p>elevador, pois não precisa necessariamente ser fei-</p><p>to pela mesma pessoa.</p><p>Informações de pessoas presentes</p><p>no local são de suma valia para a determinação</p><p>exata do local onde se encontra parada a cabine.</p><p>Verifi cação do número e estado das</p><p>vítimas.</p><p>Uma vez localizada a cabine, e, ha-</p><p>vendo condições de contato verbal com o seu interior, verifi car a quantidade de pessoas que</p><p>eventualmente estão retidas no elevador, bem como seu estado. Isso implica no acionamento de</p><p>viaturas de apoio, como por exemplo, Unidades de Resgate, para socorro.</p><p>Esse é um momento propício para procurar</p><p>acalmar as vítimas em pânico, atra-</p><p>vés de palavras de conforto ou mesmo de orientações de como proceder diante da situação.</p><p>É essencial acalmá-las no sentido de que não há possibilidade de queda ou deslocamento do</p><p>elevador, pois os sistemas de emergências foram acionados. As pessoas claustrofóbicas estão</p><p>mais propensas a entrar em pânico. Orientá-las a sentar-se e fechar os olhos pode surtir um bom</p><p>efeito sobre seu estado de espírito.</p><p>Abertura da porta do pavimento</p><p>Decorridas as providên-</p><p>cias anteriores, e, após certifi car via</p><p>HT(Atividades administrativas e opera-</p><p>cionais) se os circuitos elétricos já estão</p><p>desligados, os bombeiros que estiverem no</p><p>pavimento da cabine deverão abrir a porta</p><p>do pavimento, que dá acesso ao poço do</p><p>elevador, usando para isso a chave res-</p><p>pectiva, que deverá estar de posse do zela-</p><p>dor, síndico ou porteiro.</p><p>È comum, no entanto não</p><p>ser encontrada a chave de abertura da porta</p><p>do pavimento para o poço do elevador no</p><p>momento de urna emergência, para se evi-</p><p>tar esse contratempo é conveniente que as</p><p>viaturas dos Bombeiros, que se prestam a</p><p>esse tipo de socorro, possuam uma caixa de</p><p>ferramentas que contenha diversos tipos de chaves de elevadores. As chaves são de diferentes</p><p>tipos, variam de fabricante para fabricante, possuindo contudo o mesmo procedimento para a</p><p>abertura.</p><p>Devemos frisar, também, que se for constatado em algum momento que a</p><p>manutenção dos equipamentos encontra-se em situação precária ou mesmo inexistente,</p><p>antes da abertura da porta é necessário que avisar todos os condôminios dos problemas</p><p>que estão ocorrendo, evitando-se dessa forma que portas eventualmente com defeitos ve-</p><p>nham a ser abertas em pavimentos superiores, colocando em risco a integridade física dos</p><p>socorristas e vítimas, seja pela possível queda de objetos e ou pessoas no poço do elevador.</p><p>É indispensável que haja iluminação nos locais para que se possa ter uma idéia</p><p>exata do ponto em que se encontra parado o elevador. Se a energia elétrica não estiver funcio-</p><p>nando deverão ser utilizadas lanternas ou outro meio que possibilite claridade sufi ciente para se</p><p>trabalhar com segurança.</p><p>Figura - 63: Indicador de andar</p><p>Figura - 64: Abertura da porta do pavimento</p><p>utilizando a chave.</p><p>Aptl 92-00/202034/152</p><p>Nivelamento da cabine</p><p>Após a abertura da porta do pavimento, duas situações diferentes poderão ser</p><p>encontradas: a primeira, a presença do nivelamento da cabine com a porta e a segunda, natural-</p><p>mente, a ausência desse nivelamento.</p><p>Na primeiro situação, a retirada das vítimas será fácil pois, nesse caso, a condi-</p><p>ção será favorável e, com isso, a operação de retirada dos ocupantes estará encerrada. Mesmo</p><p>assim, será necessário que os responsáveis recebam algumas orientações de extrema relevân-</p><p>cia, conforme iremos abordar mais adiante.</p><p>Entretanto, na segunda situação outras providências serão necessárias con-</p><p>forme veremos a seguir:</p><p>• Liberar o Sistema de Freio: Observe o sistema de abertura do freio e as</p><p>ferramentas necessárias. Comumente há no próprio corpo da máquina instruções do Fabricante</p><p>sobre a abertura do freio, e a ferramenta necessária para isso deve estar na própria casa de má-</p><p>quinas.</p><p>De posse das instruções e da ferramenta necessária, a liberação do freio deve ser</p><p>feita de forma gradativa observando-se sempre a comunicação com os bombeiros que estarão</p><p>no pavimento da cabine, através do HT, a fi m de evitar que o nivelamento passe do ponto ade-</p><p>quado.</p><p>É importante lembrarmos:Que alguns elevadores não necessitam de nenhuma</p><p>ferramenta para a liberação do freio, bastando soltar alguns</p><p>parafusos com a própria mão. Normalmente a cabine deslo-</p><p>ca-se para cima assim que seja liberado o freio.</p><p>Em emergências onde haja pessoas com</p><p>membros presos, esse procedimento de liberação de freio</p><p>deve ser antecedido das medidas necessárias à liberação do</p><p>membro. Esse procedimento é extremamente necessário</p><p>pois evita o surgimento de lesões assim como o agravamen-</p><p>to de possíveis lesões existentes.</p><p>• Nivelar a cabine: O movimento de nive-</p><p>lamento deve ser feito de modo gradativo e mediante comu-</p><p>nicação via HT. Normalmente, como vimos no item anterior</p><p>que, apenas com liberação do freio é possível movimentar o</p><p>elevador no sentido ascendente. Contudo, se isso não ocor-</p><p>rer, será necessário movimentar a polia de tração com as</p><p>próprias mãos. Concluído o nivelamento, deve-se travar no-</p><p>vamente o freio antes da retirada das pessoas pois a força</p><p>da gravidade pode se encarregar de movimentar a cabine,</p><p>criando uma condição insegura de trabalho. O nivelamento</p><p>não deverá ser feito no caso de haver vítima com membros</p><p>presos entre, as ferragens do elevador ou mesmo entre este</p><p>e a parede, como já visto anteriormente .</p><p>Figura - 65: Liberção do sistema de freio.</p><p>Figura - 66: Cabine</p><p>desnivelada.</p><p>Aptl 92-00/2020 35/152</p><p>Retirada de vítimas</p><p>• Com a cabine nivelada: Após terminar o nivelamento e travar o freio é que</p><p>se pode retirar as vítimas de dentro da cabine. Não permita que os passageiros saiam da cabi-</p><p>ne, mesmo que a porta esteja aberta ou semi-aberta, sem ordem expressa de quem estiver</p><p>coordenando a retirada, a fi m de se evitar acidentes.</p><p>Com uma alavanca ou um alargador é pos-</p><p>sível obter êxito na soltura dos membros. Caso a soltura</p><p>dos membros da(s) vítima(s) não ocorra, retire o carro das</p><p>guias. A retirada desse carro será possível através da soltura</p><p>das corrediças e dos parafusos que servem para sua fi xação.</p><p>Dessa forma a cabine fi cará solta, feito um pêndulo, presa</p><p>apenas pelo cabo de aço, bastando apenas afastá-la da pare-</p><p>de para que os membros prensados sejam retirados.</p><p>Após a retirada da(s) vítima(s) nessas condi-</p><p>ções ou mesmo com alterações do estado físico, serão tra-</p><p>tadas conforme procedimentos da disciplina Atendimento</p><p>Pré-Hospitalar (APH).</p><p>• Sem o nivelamento da cabine: Em al-</p><p>guns casos, pode ser que não se consiga realizar a liberação</p><p>do freio, seja por falta de manutenção do equipamento ou</p><p>mesmo por falta da ferramenta adequada, não sendo pos-</p><p>sível realizar o nivelamento da cabine. Em algumas situa-</p><p>ções, também, o sistema do freio de segurança pode já ter</p><p>sido acionado. Nessas situações, estando a cabine entre an-</p><p>dares, a retire as vítimas pelo andar superior após a entrada</p><p>de um componente do Corpo de Bombeiros no interior do compartimento.</p><p>Essa observação é válida para evitar o risco de uma queda acidental no poço do</p><p>elevador, no caso de ser erroneamente efetuada a retirada de pessoas pelo pavimento inferior,</p><p>pois estará aberta a porta do pavimento para a cabine, deixando abaixo desta a abertura para o</p><p>poço, principalmente no caso de elevadores mais antigos e ou sem manutenção.</p><p>Em elevadores que não param em todos os andares, estando impossibilitado o</p><p>nivelamento, a retire as vítimas através da aplicação de técnicas de salvamento em altura, nos</p><p>casos de elevadores mais antigos. Com a utilização de equipamento de segurança nos trabalhos</p><p>em altura, faz-se o acesso para o poço do elevador, descendo-se do pavimento imediatamente</p><p>superior ao que está parada a cabine. Com a remoção das placas do seu teto é possível resgatar</p><p>as pessoas por este vão.</p><p>Existem elevadores mais modernos que não permitem remoção das placas do</p><p>Figura - 67: Exemplos de acidentes que podem ocorrer quando a cabine está desnivelada.</p><p>Figura - 68: Membro preso.</p><p>Aptl 92-00/202036/152</p><p>teto, o que inviabiliza o procedimento anterior. Nesses casos somente após sanar o problema</p><p>que evita o nivelamento será possível fazer a retirada das vítimas.</p><p>OBSERVAÇÕES:</p><p>Obs. 1: Nos casos de elevadores panorâmicos, o procedimento quanto à retirada</p><p>das vítimas é o mesmo que o utilizado para os elevadores comuns. Contudo, se houver possi-</p><p>bilidade de contato visual próximo com vítima, seja através de uma janela ou outro meio, pode</p><p>ser facilitado o trabalho de acalmá-la.</p><p>Obs 2: Nos elevadores tipo monta-carga, utilizados em construções, as técnicas</p><p>usadas para o salvamento deverão ser aquelas utilizadas em salvamento em altura, conforme</p><p>procedimentos do (Procedimento Operacional Padrão) POP específi co.</p><p>Orientação dos responsáveis.</p><p>Ao término dos trabalhos de resgate e socorro, oriente, no próprio local, quanto</p><p>aos procedimentos necessários diante de casos semelhantes ou mesmo de possíveis necessida-</p><p>des ou irregularidades constatadas, tais como:</p><p>• Efetuar manutenção periódica para maior segurança e tranqüilidade;</p><p>• Prover o elevador de comunicação de segurança na cabine;</p><p>• Instalar iluminação de emergência nas cabines dos elevadores;</p><p>• Instalar chapa de proteção na base da cabine, conforme MB-030, para se-</p><p>gurança em resgate:</p><p>• Nunca permitir que crianças utilizem sozinhas o elevador;</p><p>• Manter chaves e equipamentos com pessoal responsável pelo prédio;</p><p>Figura - 69: Elevador panorâmico.</p><p>Figura - 70: Elevador tipo monta-carga</p><p>Aptl 92-00/2020 37/152</p><p>• Após a ocorrência, não colocar em operação o elevador de proceder os re-</p><p>paros necessários através da empresa responsável;</p><p>• Nunca utilizar os elevadores em caso de incêndio, etc.</p><p>c) Operação em Caso de Incêndio</p><p>Grande número de elevadores possuem dispositivo junto a portaria que,</p><p>quando acionado, faz com que os mesmo desçam para o pavimento térreo, abram sua porta e</p><p>lá permaneçam. Isso permite que, em caso de incêndio, o elevador não seja mais utilizado e as</p><p>pessoas que nele se encontram, saiam em segurança.</p><p>Quando o elevador não dispõe desse sistema, você como bombeiro, pode</p><p>chamar o elevador para o térreo e colocar um obstáculo para manter as portas da cabine e do</p><p>pavimento abertas.</p><p>É de suma importância que você conheça os elevadores pertencentes às edi-</p><p>fi cações nas quais desempenha suas atividades pois, como dissemos anteriormente, hoje no</p><p>mercado, diversos tipos e modelos de equipamentos são encontrados, e o conhecimento por</p><p>parte do Bombeiro desse equipamento será fator crucial para a efi cácia dos procedimentos de</p><p>segurança e de emergência envolvendo elevadores.</p><p>d) Elevadores de Segurança</p><p>Neste item, abordaremos um equipamento de</p><p>segurança que, de acordo com a legislação, sua existência é de</p><p>fundamental em edifícios elevados.</p><p>Com isso, para o caso de edifícios altos, adi-</p><p>cionalmente a escada, a disposição de elevadores de emergên-</p><p>cia é de extrema necessidade, devendo ser alimentada por um</p><p>circuito próprio e ser concebida de forma que não sofra inter-</p><p>rupções em seu funcionamento durante um incêndio.</p><p>Esses elevadores devem:</p><p>• Apresentar a possibilidade de serem ope-</p><p>rados pela brigada de incêndio do edifício</p><p>ou pelos bombeiros; e</p><p>• Apresentarem localização em área prote-</p><p>gida dos efeitos do incêndio.</p><p>O número de elevadores de emergência necessário e suas localizações são esta-</p><p>belecidos levando-se em conta as áreas dos pavimentos e as distâncias a percorrer para serem</p><p>alcançados a partir de qualquer ponto do pavimento.</p><p>Em edifícios muito altos, adicionalmente à escada de emergência, é necessária a</p><p>instalação de elevadores de emergência alimentados por circuito próprio, e concebido de forma</p><p>a não sofrerem interrupção de funcionamento durante o incêndio (Fig. 71). Esses elevadores</p><p>devem:</p><p>• Apresentar a possibilidade de serem operados pela brigada do edifício ou</p><p>pelos bombeiros; e</p><p>• Estarem localizados em área protegida dos efeitos do incêndio (calor, fogo</p><p>e gases).</p><p>O número de elevadores de segurança necessário e sua localização são estabe-</p><p>lecidos conforme norma específi ca, levando-se em conta a quantidade de pavimentos, a área</p><p>de cada um deles e as distâncias máximas a serem percorridas a partir de qualquer ponto do</p><p>pavimento, até se alcançar um elevador.</p><p>Figura - 71</p><p>Aptl 92-00/202038/152</p><p>1.2.10 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA</p><p>A sinalização de emergência é considerada proteção passiva porque dispensa</p><p>qualquer forma de acionamento (manual ou automático), fornecendo diversos tipos de orienta-</p><p>ções às pessoas, como a saída de emergência mais próxima. A sinalização de emergência tem</p><p>como fi nalidade:</p><p>• Reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes;</p><p>• Orientar as ações que devem ser adotadas em função de uma situação de</p><p>emergência;</p><p>• Facilitar a localização dos equipamentos; e</p><p>• Facilitar a localização das rotas de fuga para abandono seguro da edifi cação</p><p>em caso de emergência.</p><p>A sinalização de emergência deve ser implantada em conformidade com a legis-</p><p>lação específi ca. Neste trabalho apenas abordaremos algumas considerações gerais.</p><p>A sinalização de emergência se divide em: sinalização básica e complementar.</p><p>1.2.10.1 Sinalização Básica</p><p>É o conjunto mínimo de sinalização que uma edifi cação deve conter, constituída</p><p>por quatro categorias, de acordo com sua função.</p><p>a) Sinalização de alerta.</p><p>Sua função é alertar para áreas e materiais com potencial de risco de incêndio,</p><p>explosão, choques elétricos, contaminação por produtos perigosos, etc. Exemplos:</p><p>b) Sinalização de orientação e salvamento.</p><p>Visa indicar as rotas de saída e as ações necessárias ao seu acesso e uso.</p><p>Exemplos:</p><p>c) Sinalização de proibição.</p><p>Sua função é proibir e coibir ações capazes de conduzir ao início do incêndio</p><p>ou ao seu agravamento. Exemplos:</p><p>Figura - 72 a 75</p><p>Figura - 76 a 80</p><p>Figura - 81 a 83</p><p>Aptl 92-00/2020 39/152</p><p>d) Sinalização de localização de equipamentos de emergência</p><p>Sua função é indicar a localização e os tipos dos equipamentos de combate a</p><p>incêndio e alarme existentes na edifi cação. Exemplos:</p><p>Figuras 84 a 88</p><p>De uma maneira geral a sinalização básica deve ser</p><p>instalada a uma altura de 1,80 m, medida a partir do piso acabado</p><p>até à base da sinalização (parte de baixo), devendo ser colocada</p><p>imediatamente acima do equipamento sinalizado.</p><p>A sinalização de portas de saída de emergência</p><p>deve ser localizada imediatamente acima das portas, no máximo</p><p>a 0,10 m da verga, ou diretamente na folha da porta, centralizada</p><p>a uma altura de 1,80 m medida do piso acabado à base da sinali-</p><p>zação (Fig. 89).</p><p>Quando houver, na área de risco, obstáculos que</p><p>difi cultem ou impeçam a visualização direta da sinalização básica</p><p>no plano vertical, a mesma sinalização deve ser repetida a uma</p><p>altura sufi ciente para a sua visualização.</p><p>Quando a visualização direta do equipamento ou</p><p>sua sinalização não for possível no plano horizontal, a sua locali-</p><p>zação deve ser indicada a partir do ponto de boa visibilidade mais</p><p>próxima. A sinalização deve incluir o símbolo do equipamento</p><p>em questão e uma seta indicativa, sendo que o conjunto não deve</p><p>estar distanciado mais que 7,5 m do equipamento (Fig. 89).</p><p>Quando o equipamento encontrar-se instalado em</p><p>pilar (pilastra), a sinalização deve ser instalada em todas as faces do pilar que estiverem volta-</p><p>das para os corredores de circulação de pessoas ou veículos.</p><p>Figura - 88</p><p>Figura - 89</p><p>Figura - 90</p><p>Aptl 92-00/202040/152</p><p>1.2.10.2 Sinalização Complementar</p><p>A sinalização complementar tem a fi nalidade de:</p><p>a) Complementar as sinalizações de orien-</p><p>tação e salvamento indicando o trajeto completo das rotas</p><p>de fuga até uma saída de emergência (facultativa).</p><p>b) Indicar a existência de obstáculos nas ro-</p><p>tas de fuga, tais como: pilares, arestas de parede e vigas, des-</p><p>níveis de piso, fechamento de vãos com vidros ou outros materiais translúcidos e transparentes,</p><p>etc. Como mostra a Fig. 97.</p><p>c) Informar por mensagens escritas:</p><p>• Placas instaladas na entrada da edifi cação informando sobre as medidas de</p><p>proteção contraincêndio existentes e as informações básicas de segurança (Fig. 98);</p><p>• Complementação da sinalização básica (Figs. 99 a 104);</p><p>Figuras 91 a 93</p><p>Figuras 94 a 96</p><p>Figuras 97</p><p>Figura 98</p><p>Figuras 99 a 104</p><p>Figura - 91</p><p>Figura - 92</p><p>Figura - 93</p><p>Figura - 94</p><p>Figura - 98</p><p>Figura - 102</p><p>Figura - 104</p><p>Figura - 99</p><p>Aptl 92-00/2020 41/152</p><p>• Placas instaladas na en-</p><p>trada das áreas de risco informando as me-</p><p>didas de proteção contraincêndio existentes</p><p>naquelas áreas e as informações básicas de</p><p>segurança em relação aos riscos e produtos</p><p>existentes (Figs. 105 a 107).</p><p>• Placas instaladas na en-</p><p>trada de recintos de reunião de público, infor-</p><p>mando</p>

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