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<p>AULA 5</p><p>GESTÃO DE OPERAÇÕES</p><p>PORTUÁRIAS</p><p>Prof. Rogerio Meirelles</p><p>2</p><p>TEMA 1 – TERMINAIS PARA GRANÉIS SÓLIDOS</p><p>O ato de armazenar é inato ao ser humano, relacionando-se à sua</p><p>necessidade de abastecimento e de sobrevivência. Ao longo da evolução, serviu</p><p>também para possibilitar o escambo, no qual o detentor de um bem o estocava e</p><p>trocava por outro que não possuía. Para ilustrar essa importância, Mattozo</p><p>(2006) cita a Bíblia, em Gênesis 41:</p><p>Disse José: ...Que se acumule toda a alimentação desses anos férteis</p><p>que se aproximam; que se armazene trigo nas mãos do Faraó, para</p><p>abastecimento das cidades, mantendo-o como reserva. [...]</p><p>Acumularam-se as provisões e abasteceram-se as cidades. José</p><p>acumulou o trigo como a areia do mar, em tão grande quantidade que</p><p>deixaram de medir.</p><p>A armazenagem de granéis sólidos, no fluxo da atividade portuária,</p><p>representa o final do ciclo da produção agrícola ou mineral e o início do ciclo</p><p>comercial de exportação. Quando se trata de produto alimentício, existe uma</p><p>preocupação extra quanto à preservação do produto e sua adequação, durante</p><p>todo seu ciclo de vida, ao consumo humano ou animal. São sempre submetidos</p><p>a vigilâncias sanitárias rígidas, tanto na origem quanto no destino, pois são</p><p>organismos vivos, alvos fáceis para insetos, fungos e roedores. A tendência</p><p>logística mais moderna é buscar um tempo de armazenamento de produtos</p><p>alimentícios igual ou próximo de zero, ou seja, o produto sai direto da produção</p><p>para o navio, sem ser estocado. Os terminais de armazenagem de granéis</p><p>sólidos devem contar com uma infraestrutura que conjugue boa localização;</p><p>áreas com dimensões adequadas, pois os volumes são sempre muito grandes;</p><p>tecnologia da informação que registre entrada, saída e localização dos materiais;</p><p>baias de atracação e mão de obra especializada. Na literatura o autor pesquisou</p><p>boas práticas de armazenagem, que também se aplicam aos granéis sólidos:</p><p>a. Planejamento portuário – análise antecipada das atividades e avaliação</p><p>das áreas utilizáveis para determinar se atendem às exigências do</p><p>produto.</p><p>b. Segurança – capacitar sistemas e pessoas que garantam a integridade</p><p>física do terminal e dos materiais armazenados, incluindo-se aí segurança</p><p>do trabalho e segurança alimentar.</p><p>c. Fluxo de atividades otimizado ou simplificado – desenho da atividade</p><p>de forma funcional e eficiente, buscando arranjo físico de equipamentos e</p><p>3</p><p>instalações em um layout lógico, que privilegie entradas, circulação e</p><p>saídas e evite gargalos.</p><p>d. Integração – todas as etapas do fluxo devem se integrar de forma</p><p>sincronizada e, sempre que aplicável, simultânea. O primeiro elo fornece</p><p>informações ao segundo e aos demais, que as complementa em seu raio</p><p>de ação e envia ao terceiro e aos demais, e assim por diante. Tudo isso</p><p>sem perda de tempo, papéis e retrabalhos.</p><p>e. Aproveitamento otimizado dos espaços físicos – organizar a</p><p>arrumação das áreas de modo a facilitar e agilizar a movimentação das</p><p>cargas sem a necessidade de mover volumes ou pilhas uns da frente dos</p><p>outros, acessando-os por meio de caminhos planejados dentro dos</p><p>armazéns. O intuito é obter o máximo de produtividade e a máxima</p><p>utilização da capacidade volumétrica.</p><p>f. Aproveitamento máximo da capacidade dos equipamentos e</p><p>capacitação da mão de obra – equipamento parado é prejuízo. Os</p><p>equipamentos precisam operar continuamente o maior tempo possível,</p><p>com um bom planejamento de manutenção preventiva e preditiva. A mão</p><p>de obra precisa ser capacitada na teoria e na prática para obter dos</p><p>equipamentos seu máximo rendimento.</p><p>g. Controle – é a visão gerencial da movimentação da área de</p><p>armazenagem. Engloba controlar recebimento, descarga, saída,</p><p>movimentação interna, identificação de produtos, conservação e</p><p>inventário.</p><p>Granéis sólidos possuem características próprias de movimentação. Suas</p><p>principais características para controle são peso; volume (que determina o</p><p>espaço de ocupação do armazém); valor financeiro e demanda por cuidados</p><p>especiais (inflamabilidade, umidade ou outros agentes naturais e artificiais).</p><p>Esse tipo de carga submete-se a riscos humanos (imperícia na movimentação,</p><p>roubos); físicos (causados por equipamentos inadequados para manuseio do</p><p>tipo de carga); mecânicos (relacionados à movimentação no transporte);</p><p>climáticos (forças da natureza e temperatura); químicos (combustão, reações por</p><p>incompatibilidade, atingimento de ponto de fulgor) e contaminações. São</p><p>transportadas em grandes quantidades e não são fracionadas em embalagens.</p><p>Normalmente são produtos em estado natural ou apenas com beneficiamento</p><p>primário. No Brasil os granéis sólidos mais transportados são os advindos da</p><p>4</p><p>atividade agrícola (milho, soja, farelo de soja, café, feijão) e da mineração</p><p>(minério de ferro, bauxita, enxofre, manganês).</p><p>Antes de chegar ao porto, eles são carregados em caminhões</p><p>graneleiros, barcas ou vagões. Quando se trata de grãos, utilizam-se vagões</p><p>hopper, que são carregados por cima, mas descarregados pelas laterais. A</p><p>lateral abre-se sobre uma esteira transportadora que já carrega o produto para</p><p>armazenagem. Os outros transportes são descarregados convencionalmente.</p><p>Granéis sólidos são cargas secas, e de modo geral todas precisam ser</p><p>preservadas da umidade.</p><p>Figura 1 – Correia transportadora</p><p>Crédito: steffen429/Shutterstock.</p><p>Do armazém para o navio o produto é transportado por meio de correias</p><p>transportadoras. Já falamos sobre o tipo de navio específico, que é o navio</p><p>graneleiro, com grandes porões e equipamentos apropriados para o manuseio</p><p>desse tipo de carga. Segundo o Ministério da Infraestrutura (2021), 688,9</p><p>milhões de toneladas de granéis sólidos foram movimentadas no ano de 2020.</p><p>5</p><p>TEMA 2 – TERMINAIS PARA GRANÉIS LÍQUIDOS</p><p>Terminais para granéis líquidos são instalações apropriadas para</p><p>recebimento, expedição e armazenagem de produtos líquidos não embalados.</p><p>Nas instalações e nos navios podem ser armazenados combustíveis,</p><p>biocombustíveis (como o etanol), petróleo e derivados, GLP (gás liquefeito de</p><p>petróleo), óleos vegetais comestíveis, sucos cítricos e uma grande variedade de</p><p>outros produtos. Granéis líquidos, quando em terra, devem ser armazenados em</p><p>tanques que normalmente são construídos em aço. O produto a ser contido,</p><p>dependendo de suas características, pode ser armazenado em aço carbono ou</p><p>aço inox. De forma geral, o aço carbono tem um custo mais baixo e oferece</p><p>menor tempo de armazenagem para o produto antes da corrosão. O aço inox</p><p>tem um custo mais alto, mas oferece um tempo muito maior de armazenagem.</p><p>Além disso, tem menor risco de contaminação cruzada, sendo o mais indicado</p><p>para alimentos e orgânicos.</p><p>Figura 2 – Tanques de Armazenagem de Granéis Líquidos</p><p>Crédito: 360PANO.EU/Shutterstock.</p><p>O transporte e a armazenagem de granéis líquidos é atividade de grande</p><p>importância para a economia brasileira. De acordo com o Ministério da</p><p>Infraestrutura (2021), em 2020 foram movimentadas 289,5 milhões de toneladas</p><p>6</p><p>de granéis líquidos, sendo petróleo e GLP os dois maiores volumes. Apesar de</p><p>utilizar equipamentos sofisticados e de grande porte, descrever a operação de</p><p>carga e descarga é relativamente simples.</p><p>Figura 3 – Fluxo simplificado de transporte de granéis líquidos</p><p>Créditos: Red ivory/Shutterstock; Abasli Toghrul/Shutterstock; hans engbers/Shutterstock;</p><p>Golden Sikorka/Shutterstock.</p><p>Um caminhão-tanque apresenta-se na fábrica, usina ou refinaria onde o</p><p>produto foi produzido e armazenado num tanque como os da Figura 1. O produto</p><p>é bombeado para o tanque do caminhão. Este dirige-se ao porto, onde</p><p>descarregará seu produto em outro tanque de armazenagem, que ficará</p><p>acumulando carga até que o navio chegue. A embarcação chega ao porto,</p><p>atraca, cumpre os trâmites normais e tem o produto bombeado dos tanques de</p><p>armazenagem para dentro de seus porões. Ao</p><p>chegar ao seu porto de destino, o</p><p>processo ocorre de forma inversa. Claro que estamos falando do fluxo no Brasil</p><p>e na maior parte dos países da América Latina. Na Europa seria acrescentado o</p><p>modal ferroviário quando fosse necessário o transporte de grandes distâncias</p><p>entre o produtor e o porto. Outra característica digna de apontamento é que o</p><p>comércio de granéis líquidos é praticado por grandes comerciantes, devido aos</p><p>7</p><p>imensos volumes e valores envolvidos. Os navios que carregam granéis líquidos</p><p>também são muito grandes e categorizados em classes, de acordo com sua</p><p>capacidade de carga:</p><p>Figura 4 – Classes de navios-tanque</p><p>Classe Range (em toneladas) Características</p><p>Coastal (costeira) 3.000 10.000 Para águas costeiras,</p><p>normalmente apenas para</p><p>produtos de alta concentração</p><p>(“limpos”)</p><p>Small 10.000 20.000 Também chamado de SR (Short</p><p>Range), apenas para produtos</p><p>de alta concentração (“limpos”)</p><p>Handy (útil) 20.000 55.000 Produtos de alta concentração</p><p>ou sem refinamento (crude). Se</p><p>dedicado a produtos de alta</p><p>concentração pode ser chamado</p><p>de MR (Medium Range)</p><p>Panamax 60.000 80.000 Maior classe de navio-tanque</p><p>capaz de trafegar no Canal do</p><p>Panamá. Produtos de alta</p><p>concentração ou sem</p><p>refinamento. Também chamado</p><p>de LR1 (Long Range 1) se</p><p>dedicado a mover produtos leves</p><p>a longa distância</p><p>Aframax 80.000 120.000 Produtos de alta concentração</p><p>ou sem refinamento. Também</p><p>chamado de LR2 (Long Range</p><p>2) se dedicado a mover produtos</p><p>leves a longa distância</p><p>Suezmax 120.000 180.00 Maior classe de navio tanque</p><p>capaz de trafegar no Canal de</p><p>Suez. Apenas produtos sem</p><p>refinamento.</p><p>VLCC 180.000 320.000 Apenas produtos sem</p><p>refinamento.</p><p>8</p><p>ULCC 320.000 560.000 Apenas produtos sem</p><p>refinamento.</p><p>Os terminais de granéis líquidos são, portanto, uma conexão essencial na</p><p>cadeia de suprimentos do petróleo, gases, químicos, alimentos e, no futuro,</p><p>biomassa líquida para geração de energia renovável.</p><p>TEMA 3 – TERMINAIS PARA CARGAS REFRIGERADAS</p><p>O TCP (Terminal de Contêineres de Paranaguá) vem se consolidando</p><p>como o maior terminal portuário de cargas refrigeradas do Brasil. Parte desse</p><p>crescimento é devido à indústria frigorífica, particularmente de frango, alimento</p><p>no qual o Brasil é fortíssimo em exportações. As cargas refrigeradas saem de</p><p>suas respectivas indústrias e chegam aos terminais acondicionadas em</p><p>contêineres específicos para esse fim. Esses contêineres, durante o processo de</p><p>armazenagem, precisam de berços com fontes de energia para que a</p><p>refrigeração sofra o mínimo possível de variação.</p><p>9</p><p>Figura 5 – Contêiner refrigerado</p><p>Crédito: topae/Shutterstock</p><p>O transporte e o armazenamento de cargas refrigeradas são caros e</p><p>especializados, então não há muitos concorrentes nesse mercado. É necessário</p><p>garantir a preservação física e a qualidade dos itens, bem como evitar</p><p>contaminação dos produtos. Um mesmo contêiner refrigerado não pode ser</p><p>compartilhado com cargas de naturezas diferentes (alimentos e produtos</p><p>químicos, por exemplo). O veículo e o contêiner também precisam ser</p><p>frequentemente limpos, desinfetados e submetidos às normas da Anvisa</p><p>(Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A Anvisa ainda determina a</p><p>obrigatoriedade de transportes refrigerados para determinados produtos, dentre</p><p>eles ovos processados; crustáceos, moluscos e frutos do mar; alimentos</p><p>processados congelados; carnes, aves e peixes; leite in natura e derivados; gelo</p><p>embalado e frutas e legumes frescos ou processados. Na literatura é possível</p><p>encontrar orientações para o adequado manuseio de cargas refrigeradas. Uma</p><p>das orientações é conhecer bem as normas do setor, incluindo as</p><p>regulamentações da Anvisa e a NBR 14.701 (transporte de produtos alimentícios</p><p>10</p><p>refrigerados). Também é necessário ter muita atenção com os veículos que</p><p>realizam o transporte até o terminal, bem como com as condições do próprio</p><p>terminal. Os produtos precisam ser armazenados corretamente, de acordo com</p><p>a especificação de cada um, a equipe precisa ser bem treinada e as rotas de</p><p>transporte devem ser sempre bem definidas, de modo a não oferecer riscos para</p><p>a carga. Uma vez no terminal, é necessário que o contêiner seja acomodado em</p><p>condições de manter umidade e temperatura para preservação da integridade da</p><p>carga.</p><p>Figura 6 – Terminal de contêineres refrigerados</p><p>Crédito: Joko utomo/Shutterstock.</p><p>Os terminais devem ser equipados com plugues e estantes adequados.</p><p>Para conferir rapidez ao processo, é necessário garantir monitoramento eficiente</p><p>do portão de entrada ao embarque no navio. Deve haver um sistema de</p><p>monitoramento remoto que avise a uma central de controle sobre mau</p><p>funcionamento dos equipamentos e garanta segurança para as equipes</p><p>11</p><p>envolvidas nas operações. E se o transporte até o terminal e o terminal em si</p><p>tem suas características especiais, vamos falar um pouco sobre os navios.</p><p>Figura 7 – Navio para contêineres refrigerados</p><p>Crédito: John Penney/Shutterstock.</p><p>Um navio próprio para contêineres refrigerados é um tipo especial de</p><p>embarcação. Ele é equipado para manter a carga refrigerada durante todo o</p><p>transporte. Transporta ao mesmo tempo contêineres contendo carne, peixe,</p><p>frutas e medicamentos, mantendo controles específicos para cada um. Trabalha</p><p>com compressores que utilizam amônia como gás refrigerante, da mesma forma</p><p>que os terminais. Os porões de um navio frigorífico são chamados de zona de</p><p>resfriamento. Um navio não é necessariamente capaz de transportar</p><p>mercadorias congeladas abaixo de 0°C, mas há equipamentos específicos para</p><p>isso que possuem isolamento contra altas temperaturas externas e sistemas de</p><p>refrigeração por compressão. No interior existem vários pontos de medição,</p><p>graças aos quais as temperaturas são monitoradas constantemente. Além disso,</p><p>devido à sua finalidade, um navio frigorífico possui motores potentes e atinge</p><p>altas velocidades.</p><p>12</p><p>TEMA 4 – O DESPACHANTE ADUANEIRO</p><p>Aduana e alfândega são duas palavras de origem linguística diferente,</p><p>mas com o mesmo significado: local onde produtos não oriundos daquela região</p><p>precisam pagar impostos e/ou taxas para poderem ser comercializados. Vem daí</p><p>o nome da profissão do despachante aduaneiro, que é peça fundamental no</p><p>fluxo das operações portuárias. Cada país opera com suas próprias leis e</p><p>normas relativas ao comércio de mercadorias que entram ou saem de suas</p><p>fronteiras. Leis e normas mudam constantemente no mundo todo. Uma empresa</p><p>de despacho aduaneiro oferece o serviço de conhecer todas essas leis e normas</p><p>e garantir sua aplicação nos processos de comércio exterior sob sua</p><p>responsabilidade, zelando pela situação tributária de seus clientes, dando-lhes</p><p>tempo de cuidar de seus negócios principais. Atuam efetivamente como</p><p>“tradutores”, comunicando-se com agências e governo durante todo o processo</p><p>de envio, para garantir que todos os procedimentos adequados tenham sido</p><p>seguidos. A profissão é regulamentada pelo Ministério da Economia (s.d.), por</p><p>meio da Receita Federal, que determina que</p><p>o despachante aduaneiro é um dos intervenientes do comércio</p><p>exterior. Ele pode representar o importador, o exportador ou outro</p><p>interessado nas atividades relacionadas ao despacho aduaneiro de</p><p>mercadorias, bem como em outras operações de comércio exterior. O</p><p>exercício da profissão de despachante aduaneiro somente é permitido</p><p>à pessoa física inscrita no Registro de Despachantes Aduaneiros pela</p><p>RFB [Receita Federal do Brasil].</p><p>O mesmo site traz ainda legislações sobre o registro e o exercício da</p><p>profissão:</p><p>a. Instrução Normativa RFB n. 1209, de 7 de novembro de 2011 – traz</p><p>requisitos e procedimentos para o exercício das profissões de</p><p>despachante aduaneiro e ajudante de despachante aduaneiro.</p><p>b. Instrução Normativa RFB n. 1273, de 6 de junho de 2012 – institui o</p><p>cadastro aduaneiro informatizado de</p><p>intervenientes no comércio exterior e</p><p>o registro informatizado de despachantes aduaneiros e ajudantes de</p><p>despachante aduaneiro.</p><p>c. Ato Declaratório Executivo Coana [Coordenador-geral de</p><p>Administração Aduaneira] n. 16, de 8 de junho de 2012 – procedimentos</p><p>de cadastramento no registro informatizado de despachantes aduaneiros</p><p>e ajudantes de despachante aduaneiro.</p><p>13</p><p>E o que faz o despachante aduaneiro? O rol é amplo, mas vamos</p><p>abordar as principais atividades:</p><p>• Preparar, dar entrada nós órgãos competentes e acompanhar a</p><p>tramitação de documentos de importação e exportação.</p><p>• Verificar o enquadramento tarifário da mercadoria.</p><p>• Subscrever documentos relativos aos despachos, incluindo termos de</p><p>responsabilidade.</p><p>• Conhecer e receber intimações, notificações, autos de infração,</p><p>despachos, atos e termos processuais relacionados com os</p><p>procedimentos de despacho.</p><p>• Realizar o pagamento de impostos e tributos.</p><p>• Fazer o pagamento de transportes.</p><p>• Proceder à conferência aduaneira de mercadorias e retirada de amostras</p><p>para assistência técnica e perícia.</p><p>• Receber mercadorias desembaraçadas.</p><p>• Solicitar e dar seguimento à vistoria aduaneira.</p><p>• Redigir o termo de responsabilidade.</p><p>Ele representa as empresas importadoras e exportadoras diante dos</p><p>órgãos governamentais e dos intervenientes particulares, como empresas de</p><p>logística, bancos, portos e aeroportos. O despachante aduaneiro emite diversos</p><p>documentos relativos aos processos como Licença de Importação (LI),</p><p>Declaração de Importação (DI), Comprovante de Importação (CI), Nota Fiscal de</p><p>Entrada, Licença Especial de Importação (quando cabível), Commercial Invoice,</p><p>Packing List, Certificado de Origem, Nota Fiscal de Saída e Declaração Única de</p><p>Exportação (DUE). O despachante aduaneiro pode optar ainda por atuar fora da</p><p>área operacional, realizando atividades como consultoria para execução e</p><p>operação de logística internacional, identificação, adequação e revisão de</p><p>cargas tributárias, formação de preço, acompanhamento do fluxo de embarque e</p><p>desembarque de mercadorias. De forma geral, os principais benefícios colhidos</p><p>pelas empresas que contratam os serviços de despacho aduaneiro são:</p><p>• Ele pode assegurar que o embarque está ocorrendo na mais perfeita</p><p>forma da lei, e a organização não precisa contratar um especialista na</p><p>área para seu quadro.</p><p>14</p><p>• A organização pode lidar somente com o despachante, em vez de falar</p><p>diretamente com vários governos e agências.</p><p>• Tem a segurança de pagar os tributos corretamente, evitando multas.</p><p>• Libera as mercadorias em menores prazos, reduzindo atrasos nos</p><p>negócios.</p><p>• Pode contar com a oferta de outros serviços.</p><p>A profissão cresceu junto com as atividades de comércio exterior do</p><p>mundo inteiro e tem importância destacada nas operações portuárias.</p><p>TEMA 5 – O PERFIL DO PROFISSIONAL PORTUÁRIO</p><p>O profissional portuário coloca-se como importante mão de obra em</p><p>portos e empresas de transporte marítimo. É fundamental para o setor e pode</p><p>atuar em logística, gestão de infraestrutura de portos, legislação, sistemas de</p><p>informática aplicados, comércio exterior e segurança de mar e terra. A formação</p><p>obtida é a de Tecnólogo em Gestão Portuária. Gestão Portuária é a área</p><p>profissional relacionada ao gerenciamento das atividades correlacionadas a um</p><p>porto, incluindo operações de logística, manuseio de mercadorias, gestão do</p><p>turismo marítimo, comércio exterior, administração de serviços portuários,</p><p>relacionamento com as empresas de transportes fluviais, agências marítimas e</p><p>armadores. Os conhecimentos obtidos durante a formação são voltados para</p><p>logística, legislação portuária, operações navais, importação, exportação,</p><p>fundamentos de gestão administrativa, comunicação empresarial e ética</p><p>trabalhista. Hoje existem facilidades para a formação de um profissional</p><p>moderno e bem preparado para o mercado portuário. Complementarmente, o</p><p>profissional deve buscar aprender um segundo idioma, ou mais do que isso, e se</p><p>tiver de optar por apenas um, deve escolher o inglês, ainda predominante no</p><p>setor.</p><p>15</p><p>Figura 8 – Conteúdo comum na formação do profissional em gestão portuária</p><p>Com a absorção de todo esse conteúdo, o profissional formado estará</p><p>apto a realizar diversas atividades dentro do universo portuário, como logística</p><p>portuária, aplicação da legislação aduaneira, segurança do trabalho, gestão de</p><p>recursos humanos, gestão ambiental e controladoria de custos. E onde esse</p><p>profissional poderá trabalhar?</p><p>• Agências marítimas.</p><p>• Empresas importadoras e exportadoras.</p><p>• Operadores portuários.</p><p>• Empreiteiras portuárias.</p><p>• Transportadoras.</p><p>• Armadores.</p><p>• Portos marítimos e hidroviários.</p><p>Vale a pena observar que operações portuárias não funcionam em horário</p><p>comercial. Os portos trabalham 24 x 7 (24 horas, 7 dias por semana). O</p><p>profissional deve estar atento a isso. Deve também incluir em sua vida</p><p>profissional o hábito do aprendizado contínuo, para se manter sempre atualizado</p><p>e progredir na carreira. A atividade portuária passa por uma transformação,</p><p>como muitas outras. Os portos e equipamentos portuários estão se digitalizando,</p><p>e o sucesso da atividade portuária estará irremediavelmente conectado à</p><p>tecnologia da informação.</p><p>Comunicação Empresarial Fundamentos de Administração</p><p>Contabilidade Gestão de Operações Portuárias</p><p>Desenvolvimento Sustentável Legislação Aduaneira e Portuária</p><p>Direito de Navegação Logística e Transporte</p><p>Economia e Mercado Matemática Financeira</p><p>Equipamentos e Cargas Negócios Internacionais</p><p>Estatística Aplicada Planejamento Estratégico</p><p>Estratégia e Marketing Portuário Plano de Negócios e Investimentos</p><p>Ética e Legislação: Trabalhista e</p><p>Empresarial</p><p>Recursos Materiais e Patrimoniais</p><p>Importação e Exportação</p><p>Tecnologia da Informação Portuária</p><p>e Marítima</p><p>16</p><p>Nesse tópico falamos sobre o novo profissional portuário e sua formação.</p><p>É uma evolução gigantesca para um setor que iniciou suas atividades com</p><p>trabalhadores que transportavam cargas ensacadas em suas costas. Dos sacos</p><p>aos computadores...</p><p>17</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Ministério da Economia. Receita Federal. Despachante aduaneiro.</p><p>s.d. Disponível em: . Acesso em: 7 abr. 2022.</p><p>BRASIL. Ministério da Infraestrutura. Agência Nacional de Transportes</p><p>Aquaviários (ANTAQ). Movimentação portuária cresce 4,2% em 2020. 2021.</p><p>Disponível em: . Acesso em: 4 abr. 2022.</p><p>MATTOZO, J.G.O. A gestão do armazenamento de granéis sólidos no Porto</p><p>de Paranaguá. Trabalho de Conclusão de Curso (MBA em Portos e Logística</p><p>Empresarial) - Universidade Católica de Santos. Santos. 2006.</p>

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