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<p>1</p><p>O Impacto das Redes Sociais na Saúde Mental dos Adolescentes na</p><p>Atualidade</p><p>Tâmera Marques Pacheco1</p><p>Bruna Sevilha2</p><p>RESUMO</p><p>Diante do aumento dos transtornos mentais entre adolescentes e a constante</p><p>evolução da tecnologia digital, esse estudo tem como objetivo compreender os</p><p>impactos causados pelas redes sociais na saúde mental dos adolescentes. Atráves</p><p>dos estudos apontou-se que ultimamente a utilização das redes sociais por</p><p>adolescentes pode deixá-los mais vulneráveis a desencadear transtornos mentais.</p><p>Para o desenvolvimento do estudo partiu-se de pesquisa caracteriza-se como</p><p>bibliográfica qualitativa e descritiva. Os dados de literatura comprovaram que os usos</p><p>das redes sociais proporcionam riscos à saúde psicológica dos adolescentes pela</p><p>dependência das mídias. Há a possibilidade de problemas sociais e grandes impactos.</p><p>A relevância social deste estudo acredita-se: que ele ajudará na disseminação do</p><p>conhecimento sobre a repercussão do uso das redes sociais para os adolescentes,</p><p>assim como para a discussão sobre como encontrar intervenções eficazes. Em termos</p><p>de relevância profissional: torna-se cada vez mais necessário a realização de</p><p>pesquisas nessa área, que atualmente abrange grande parte da vida das pessoas e</p><p>tem impacto na forma como elas buscam se compreender e compreender o mundo,</p><p>bem como suas relações sociais.</p><p>Palavras-chave: Redes Sociais Digitais; Adolescência; Saúde Mental; Dependência</p><p>de Tecnologia.</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A Internet é um recurso de grande importância na atualidade e que remodelou</p><p>ações, comportamentos e o estilo de vida da sociedade. Com isso temos as redes</p><p>sociais, que estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, estando sempre</p><p>incluídas no dia a dia, quase todo mundo acessa as redes sociais. Acessar as redes</p><p>se tornou algo tão natural que consideramos até uma ação necessária no dia.</p><p>1 Tâmera Marques Pacheco. Acadêmica do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera.</p><p>2 Bruna Sevilha. Orientadora de TCC da Faculdade Anhanguera.</p><p>2</p><p>Contudo, não sabemos o impacto e a influência que este acesso frequente tem na</p><p>nossa saúde mental.</p><p>Verificou-se que a relação entre redes sociais e saúde mental tem sido assunto</p><p>de discussões e de alguns estudiosos. Esses profissionais retratam a importância de</p><p>buscar estratégias de proteção da saúde de crianças, adolescentes, jovens, adultos e</p><p>idosos. Um estudo desenvolvido pela Royal Society for Public Health, instituição</p><p>inglesa voltada para a saúde pública, identificou que as redes sociais provocam tanto</p><p>efeitos positivos quanto negativos. Os impactos nocivos resultam da má administração</p><p>da vida online.</p><p>Nesse contexto, a saúde mental dos adolescentes, que nasceram num</p><p>ambiente totalmente digital, onde não há distinção entre mundo físico e virtual, pode</p><p>ter efeitos colaterais das relações nas redes sociais. Conhecidos como os “nativos</p><p>digitais”, trata-se de um grupo de pessoas que nasceu num contexto totalmente digital</p><p>e que não faz distinção entre mundo físico e virtual. Mas não fazer distinção não os</p><p>exime de saber – e sentir – as diferenças entre ambos. E isso é um o ponto importante</p><p>a ser refletido, pois pode ser o que tem afetado a saúde mental dos adolescentes.</p><p>Tendo em vista isso o estudo partiu do seguinte questionamento: Quais os</p><p>impactos do uso excessivo das redes sociais à saúde mental de adolescentes? Para</p><p>responder tal questionamento, a pesquisa partiu do seguinte objetivo, compreender</p><p>os impactos causados pela rede social na saúde mental dos adolescentes. Ainda</p><p>como objetivos específicos foram apontados: a definição a saúde mental; os</p><p>principais sintomas e comportamentos apresentados em adolescentes expostos às</p><p>mídias sociais de maneira desenfreada; a contribuição da psicologia para saúde</p><p>mental de adolescentes expostos a redes sociais.</p><p>O presente estudo se justificou por ser de suma importância investigar as</p><p>correlações entre os impactos do uso excessivo das redes sociais para com</p><p>adolescentes apontando resultados das principais pesquisas desenvolvidas por</p><p>estudiosos das áreas, visto que pode ser utilizado como fonte de pesquisas futuras,</p><p>servindo como base de dados para estudantes, professores e demais interessados no</p><p>assunto.</p><p>3</p><p>Acredita-se que adolescência é um período crucial para o desenvolvimento e</p><p>manutenção de hábitos sociais e emocionais importantes para o bem-estar mental.</p><p>Estes incluem: a adoção de padrões de sono saudáveis; exercícios regulares;</p><p>desenvolvimento de enfrentamento, resolução de problemas e habilidades</p><p>interpessoais; e aprender a administrar emoções. É importante desenvolver estudos</p><p>sobre o tema, tendo em vista que os adolescentes estão expostos aos fatores de risco,</p><p>maior o potencial impacto na saúde mental dos mesmos.</p><p>2 DESENVOLVIMENTO</p><p>2.1 Metodologia</p><p>O estudo será de cunho qualitativo-descritivo com base em pesquisa</p><p>bibliográfica, por meio de material publicado nos últimos 15 anos, constituído</p><p>principalmente de livros, artigos de periódicos e outros materiais disponíveis em fonte</p><p>da internet e em bancos de dados científicos eletrônicos, nas bases de dados Google</p><p>acadêmico, BVSPSI (Biblioteca Virtual de Psicologia), PePSIC (Periódicos Eletrônicos</p><p>em Psicologia), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da</p><p>Saúde), Periódicos Capes, dentre outros.</p><p>Metodologicamente a pesquisa caracteriza-se como bibliográfica. Para Gil</p><p>(2010) a pesquisa é um tratamento de investigação que tem por objetivo descobrir</p><p>respostas para dúvidas e indagações, através do emprego de processos científico. O</p><p>caminho metodológico seguirá o objetivo principal do presente trabalho que é</p><p>estruturar uma metodologia para escolher de forma criteriosa os melhores e mais</p><p>significativos artigos que orientará as construções desse trabalho. A pesquisa</p><p>bibliográfica possibilita não só resolver os problemas já conhecidos, mas também</p><p>explorar novas áreas onde os problemas ainda não se cristalizaram suficientemente.</p><p>Assim, a pesquisa bibliográfica propicia a investigação de determinado assunto sob</p><p>ou novo enfoque ou abordagem.</p><p>O processo de análise a ser adotado é o qualitativo, visto que, a pesquisa</p><p>qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças,</p><p>valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos</p><p>4</p><p>processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de</p><p>variáveis (GIL, 2010). Serão apresentadas as conclusões contextualizadas com o</p><p>material investigado.</p><p>2.2 Resultados e Discussão</p><p>2.2.1 Conceito de Saúde Mental</p><p>A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o conceito de saúde é</p><p>bem mais abrangente que a simples ausência de doença: é um completo estado de</p><p>bem-estar físico, mental e social e, dessa forma, merece atenção em todas as suas</p><p>vertentes. Sob essa ótica, assim como a física, a saúde mental é uma parte integrante</p><p>e complementar à manutenção das funções orgânicas. Nessa perspectiva, a</p><p>promoção da saúde mental é essencial para que o indivíduo tenha a capacidade</p><p>necessária de desenvolver suas habilidades pessoais e profissionais. Além de ser</p><p>determinante para a estabilidade física, a saúde mental está relacionada à qualidade</p><p>da interação individual e coletiva. (GAINO, 2018).</p><p>Em 1946 quando Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou que, "A saúde</p><p>é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na</p><p>ausência de doença ou de enfermidade", essa definição, foi inovadora e ambiciosa,</p><p>pois, em vez de oferecer um conceito inapropriado de saúde, expandiu a noção</p><p>incluindo aspectos físicos, mentais e sociais. Apesar das intenções positivas</p><p>pressupostas nessa definição, ela tem recebido intensa crítica ao longo desses anos</p><p>de existência. Isso se deve especialmente ao fato de que</p><p>é proposto um significado</p><p>irreal, em que as limitações humanas e ambientais fariam a condição de completo</p><p>bem-estar impossível de ser atingida. Decorrentes das críticas ao conceito da OMS e</p><p>somadas aos vários eventos políticos e econômicos, surgiram as discussões sobre</p><p>um novo paradigma, a saúde como produção social. Essa nova visão constitui-se da</p><p>combinação das abordagens da medicina preventiva e da saúde integrativa, da</p><p>expansão do conceito de educação em saúde e da rejeição da abordagem higienista.</p><p>(GAINO, 2018).</p><p>5</p><p>A saúde mental não pode ser reduzida à ausência de transtornos psíquicos,</p><p>uma vez que é a saúde mental que fornece a identidade social, a possibilidade de</p><p>transitar com autonomia pela vida. Para Merhy (1998, p. 40) a saúde “é um valor de</p><p>uso para o usuário, que a representa como algo útil por lhe permitir estar no mundo e</p><p>poder vivê-lo de um modo autodeterminado e dentro de seu universo de</p><p>representações”. Na verdade, a forma como entender e lidar com a saúde mental está</p><p>inscrita no mundo social-histórico e é definida pela cultura e legitimada pelo senso</p><p>comum. Nas relações que o sujeito mantém com o seu grupo e classe social é</p><p>construída uma rede de significados que aponta a saúde e a doença como</p><p>construções da cultura. (MERHY, 1998).</p><p>Sobre o conceito de saúde mental, Videbeck (2012, p. 17) afirma que:</p><p>Não há, porém, uma definição universal de saúde mental. O comportamento</p><p>de uma pessoa, em geral, pode fornecer pistas de sua saúde mental. Uma</p><p>vez que cada um pode ter uma visão ou interpretação diferente de um</p><p>comportamento (dependendo de seus valores ou crenças), às vezes, torna-</p><p>se difícil determinar a saúde mental. Na maioria dos casos, é uma condição</p><p>de bem-estar emocional, psicológico e social, evidenciada por relações</p><p>interpessoais satisfatórias, comportamento e enfrentamento eficazes,</p><p>autoconceito positivo e estabilidade emocional.</p><p>Uma série de definições de Saúde Mental ainda têm sido propostas, seguindo</p><p>as várias vertentes que compõem os eixos teórico-conceituais da área. Acredita-se</p><p>que, cuidar da saúde mental deve ser uma ação tão importante e presente na vida</p><p>das pessoas quanto o cuidado com o corpo. Ou seja, da mesma forma que alguém se</p><p>preocupa em estar bem fisicamente, é essencial que também se preocupe em estar</p><p>bem emocionalmente. Infelizmente, a maioria ainda não pensa dessa forma e o</p><p>cuidado com a saúde mental acaba sendo um tabu, posicionamento que se agrava</p><p>quando há o desenvolvimento de doenças relacionadas.</p><p>2.2.2 Principais Comportamentos e Sintomas Apresentados em Adolescentes</p><p>Expostos as Mídias Sociais</p><p>Recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta sua</p><p>maior revisão mundial sobre saúde mental desde a virada do século. O trabalho</p><p>detalhado fornece um plano para governos, acadêmicos, profissionais de saúde,</p><p>sociedade civil e outros com a ambição de apoiar o mundo na transformação da saúde</p><p>https://www.who.int/publications/i/item/9789240049338</p><p>https://www.who.int/publications/i/item/9789240049338</p><p>6</p><p>mental. Em 2019, quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes do</p><p>mundo – viviam com um transtorno mental. O suicídio foi responsável por mais de</p><p>uma em cada 100 mortes e 58% dos suicídios ocorreram antes dos 50 anos de idade.</p><p>Os transtornos mentais são a principal causa de incapacidade, causando um em cada</p><p>seis anos vividos com incapacidade. Pessoas com condições graves de saúde mental</p><p>morrem em média 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral,</p><p>principalmente devido a doenças físicas evitáveis. O abuso sexual infantil e o abuso</p><p>por intimidação são importantes causas da depressão. Desigualdades sociais e</p><p>econômicas, emergências de saúde pública, guerra e crise climática estão entre as</p><p>ameaças estruturais globais à saúde mental. A depressão e a ansiedade aumentaram</p><p>mais de 25% apenas no primeiro ano da pandemia. (OPAS, 2022)</p><p>Nesse contexto, cabe destacar a saúde mental de adolescentes, tendo em vista</p><p>o dado apontado anteriormente em que quase um bilhão de pessoas – incluindo 14%</p><p>dos adolescentes do mundo – viviam com um transtorno mental. Nessa perspectiva é</p><p>importante frisar que segundo o IBGE (2016) a internet nos últimos anos alcançou</p><p>cerca de 69,3% dos domicílios no país, sendo que entre as faixas etárias de10 a13</p><p>anos foram cerca de 66,3% adeptos, entre 14 a 17 anos foram cerca de 85,1% que</p><p>passam horas do dia conectados nas redes sociais, jogos online, pornografia e</p><p>aplicativos em todo o país. Assim, verifica-se que as pessoas não sabem resolver</p><p>simples situações cotidianas sem se estar conectadas, e isso é bem preocupante. Ao</p><p>se tratar de adolescentes e jovens a situação é ainda mais crítica.</p><p>De acordo com OPAS a adolescência (10 a 19 anos) é um momento único,</p><p>uma fase que as pessoas passam até chegarem à vida adulta. Para esta fase é</p><p>fundamental promover o bem-estar psicológico e protegê-los de experiências</p><p>adversas e fatores de risco que possam afetar seu potencial de prosperar não são</p><p>apenas fundamentais para seu bem-estar, mas também para sua saúde física e</p><p>mental na vida adulta (OPAS, 2022). Sobre a adolescência ainda temos:</p><p>Parece que a duração da adolescência pode ser razoavelmente definida em</p><p>termos de processos psicológicos, em face das limitações no emprego de</p><p>outros elementos. Segundo esta estrutura de referência, a adolescência</p><p>começa com as reações psicológicas do jovem a suas mudanças físicas da</p><p>puberdade e se prolonga até razoável resolução de sua identidade pessoal.</p><p>Para alguns, o processo de maturação sexual pode começar na primeira</p><p>década da vida e, para outros, jamais se conseguirá um firme senso de</p><p>identidade pessoal. Entretanto, para a maioria das pessoas jovens, estes</p><p>https://www.who.int/news/item/02-03-2022-covid-19-pandemic-triggers-25-increase-in-prevalence-of-anxiety-and-depression-worldwide</p><p>https://www.who.int/news/item/02-03-2022-covid-19-pandemic-triggers-25-increase-in-prevalence-of-anxiety-and-depression-worldwide</p><p>7</p><p>eventos ocorrerão principalmente entre as idades de 11 e 20 anos, que</p><p>limitam a fase da adolescência. (CAMPOS, 1998, p. 15).</p><p>Verifica-se que se trata de um período de mudanças biológicas e emocionais</p><p>que firmam uma nova identidade, nesse período o corpo muda sensivelmente e, por</p><p>conseguinte, o emocional do adolescente também, trazendo elementos novos que até</p><p>então, eram desconhecidos. É nesse contexto que se acredita que o uso demasiado</p><p>das redes sociais pode ser um problema. De acordo com Costa et al (2020) o uso da</p><p>internet e das tecnologias pelos adolescentes, tem ocasionado sérios riscos à saúde</p><p>mental. Tais mídias são empregadas como fuga de problemas familiares, luto, ou</p><p>problemas pessoais. Sobre isso Silva; Silva (2017) apud Nardon (2006. P. 25) aponta:</p><p>É na adolescência que o convívio social se amplia, com a participação nos</p><p>diferentes grupos, aos quais os adolescentes pertencem, como: escola,</p><p>esportes, cursinhos, lazer, entre outros. Porém, nem sempre é assim, o que</p><p>deveria ser uma relação de afetividade e encontro com grupos do mesmo</p><p>interesse, em alguns casos, fica à mercê da comunicação digital. Há</p><p>dependentes na internet que passam horas em frente ao computador,</p><p>participando de salas de bate-papo, de jogos on-line ou, até mesmo, surfando</p><p>interminavelmente de página em página e os adolescentes estão trocando as</p><p>conversas pessoais socializadoras por um mundo virtual, em que se</p><p>comunicam através de chats, mensagens instantâneas, blogs, jogos on-line e</p><p>redes sociais, partilhando de uma nova cultura, em que a interação só</p><p>acontece por meios eletrônicos.</p><p>Diante dessa fase tão importante na vida do adolescente, temos o uso das</p><p>redes sociais por parte dessa clientela, e temos estudos importantes indicando que a</p><p>relação tem trazido prejuízos importantes para saúde mental dos adolescentes. Em</p><p>um estudo desenvolvido por Souza; Cunha (2020. P. 12) aponta o seguinte:</p><p>Foi possível identificar que muitos adolescentes são dependentes</p><p>tecnológicos, mas que muitas vezes não interpretam o uso excessivo das</p><p>redes sociais digitais como problema, logo que no mundo virtual encontram</p><p>soluções e procuram se adaptar aos padrões de uma sociedade “perfeita”.</p><p>Os impactos negativos do uso excessivo das tecnologias são camuflados</p><p>pelas diversas vantagens apresentadas pelos dispositivos, as distrações</p><p>oferecidas pelas redes sociais digitais transformam momentos de laser em</p><p>horas de distanciamento social, como foi possível confirmar durante a</p><p>pesquisa, quando 54% dos adolescentes e jovens respondentes afirmaram</p><p>que passam mais tempo conectados do que o programado.</p><p>Mesmo que as redes sociais tenham um lado positivo (aproximam as pessoas,</p><p>uma vez que possibilitam a interação à distância, e são de grande ajuda para aqueles</p><p>que são mais tímidos e têm dificuldade para se relacionar na vida real), a ferramenta</p><p>8</p><p>pode deixar as pessoas, sobretudo os jovens, mais expostos e vulneráveis, como o</p><p>estudo supracitado aponta. Cabe ressaltar, que a Organização Mundial de Saúde</p><p>entende que saúde mental é mais do que a ausência dos transtornos mentais, é um</p><p>estado de bem-estar, é conseguir passar pelas coisas que acontecem em nossa vida,</p><p>mesmo as ruins, e depois conseguir seguir em frente. E ela se relaciona com a nossa</p><p>saúde física, nossas questões emocionais e também com a justiça social, a autonomia</p><p>e a segurança. (OPAS, 2022).</p><p>Diante disso, é imprescindível que pais ou responsáveis fiquem atentos. As</p><p>redes sociais são refletidas como um espaço onde os adolescentes podem se</p><p>apresentar da maneira como bem entenderem, podendo nisso editar sua realidade e</p><p>personalizar sua autoimagem para aquilo que considerarem mais atraente e</p><p>satisfatório, a fim de corresponderem a expectativa de manter um resultado engajador</p><p>que está sempre presente nessas mídias sociais (BIENZOBÁS, 2021).</p><p>Nota-se que além disso, o comportamento de acessar constantemente as redes</p><p>sociais é reforçado pela natureza prazerosa, intensa e expansiva manifestada através</p><p>dos diversos conteúdos disponibilizados nesse meio (FÉLIX JUNIOR; CORRADINI;</p><p>MAINARDES, 2015). Outros aspectos também exercem essa função de influência sob</p><p>o uso excessivo de internet. Como exemplo, pode-se citar a proteção à ansiedade de</p><p>socializar causada pela interação social online; o conforto advindo da sensação de</p><p>anonimato; a diversidade infinita de conteúdos e afazeres; o acesso facilitado por</p><p>diferentes meios e em diferentes lugares; e por fim o fato de se ter uma nova geração</p><p>criada já em um ambiente completamente influenciado pelas. No que diz respeito ao</p><p>tempo em que os adolescentes passam conectados à internet, é notável que quanto</p><p>maior ele for, maior será a probabilidade de o adolescente desenvolver um</p><p>afastamento do “mundo real”, ocasionando uma vida mais sedentária (PORTUGAL;</p><p>SOUZA, 2020).</p><p>Outro ponto notável é que usuários que já possuem o diagnóstico de depressão</p><p>ou apresentam sintomas depressivos costumam ficar ainda mais tempo conectados,</p><p>todavia com menos interação e quando estas ocorrem, são por meio de postagens e</p><p>compartilhamentos de cunho pessimista e/ou melancólico (BIENZOBÁS, 2021).</p><p>Pesquisas mostram que o uso das telas pode alterar o funcionamento do cérebro,</p><p>principalmente no que se refere aos neurotransmissores do bem-estar. As</p><p>9</p><p>tecnologias, quando em excesso, potencializam esse funcionamento de uma maneira</p><p>não saudável e, inclusive, causam fenômenos de dependência.</p><p>Um estudo publicado em 2021, indica que ter horários regulares propostos</p><p>pelos pais para iniciar o sono, evitar uso de smartphone uma hora antes de dormir e</p><p>não o deixar ao lado da cama durante a noite favorece não só a qualidade do repouso</p><p>como a performance no colégio. Outra pesquisa com adolescentes encontrou</p><p>associação entre mais tempo de redes sociais e maior peso corporal. Mais</p><p>recentemente, uma revisão da literatura concluiu que o uso excessivo dessas mídias</p><p>já pode ser considerado fator de risco para distúrbios de sono e doenças mentais</p><p>como ansiedade e depressão. (VEJA SAÚDE, 2023).</p><p>Silva et al., (2017), apontam que adolescentes utilizam a internet como forma</p><p>de regulação emocional e quando privados desses mecanismos também apresentam</p><p>sintomas de labilidade emocional que se refere a mudanças repentinas de humor ou</p><p>a reações emocionais exageradas. As substâncias que são responsáveis por produzir</p><p>efeitos prazerosos estimulam o uso repetitivo (no caso internet), assim o que torna um</p><p>comportamento repetitivo é quando ele é positivamente reforçado.</p><p>Ainda os estudos mostraram que os adolescentes que adotavam hábitos de</p><p>excessos, relataram problemas comportamentais relacionados ao sentimento</p><p>de dependência dos aparelhos eletrônicos e agressividade, principalmente entre</p><p>aqueles adolescentes que faziam uso superior a 10 horas por dia. Nessa mesma</p><p>perspectiva Ferreira et al. (2020) também encontraram resultados na literatura de</p><p>problemas comportamentais relacionados ao sedentarismo, comumente, entre</p><p>adolescentes que dispensam longas horas do dia ao uso da internet e jogos, estímulo</p><p>da sexualidade através de acessos a conteúdos pornográfico.</p><p>Cabe aqui um parêntese sobre essa relação entre redes sociais e saúde</p><p>mental, tem sido assunto de discussões e de estudos médicos e científicos. Esses</p><p>profissionais retratam a importância de buscar estratégias de proteção da saúde</p><p>mental, isso porque as mídias sociais têm o mesmo potencial para viciar que as</p><p>drogas, o álcool e o cigarro. Nos Estados Unidos, é empregado o termo “fear of</p><p>missing out” que, em português, significa “medo de ficar de fora”. Por isso, as pessoas</p><p>passam horas em “atualizações de status”, um hábito que, além de prejudicial à</p><p>https://saude.abril.com.br/tudo-sobre/ansiedade/</p><p>10</p><p>mente, nada lhes acrescenta. Essa situação intensificou ainda é mais preocupante na</p><p>pandemia: o isolamento social deixa as pessoas mais vulneráveis aos distúrbios</p><p>psicológicos causados pela utilização exagerada de redes sociais. Por essa razão,</p><p>minimizar as consequências da adicção por Internet é, atualmente, um dos maiores</p><p>desafios para a Saúde Pública. (MARTINS, 2013).</p><p>O espaço das redes sociais é de comunicação livre e conta com a presença de</p><p>feedback negativo, sendo que opiniões danosas podem atingir os usuários, deste</p><p>modo é comum ações como Cyberbullying que têm impactos semelhantes ao Bullying</p><p>na vida de suas vítimas, gerando problemas psicológicos, induzindo ao uso de</p><p>substâncias psicoativas e culminando na formação de possíveis novos agressores.</p><p>Outros efeitos do uso patológico da internet perpassam pelo estresse, insatisfação</p><p>com a aparência, aumento do narcisismo, diminuição da autoestima e aumento do</p><p>isolamento social do mundo real (BIENZOBÁS, 2021).</p><p>Conforme com ABJUDE et al. (2020), o uso de mídias sociais, como Instagram,</p><p>Facebook, Twitter e YouTube, é um hábito relativamente novo, de forma que ainda</p><p>tenta-se compreender os efeitos desta nova forma de interação social em diferentes</p><p>populações. O aumento no tempo fazendo uso das redes sociais relaciona-se ao</p><p>sentimento de isolamento do mundo real, o que pode contribuir para o</p><p>desenvolvimento de transtornos mentais. As características dos conteúdos publicados</p><p>e consumido pelos usuários é ainda mais impactante na saúde mental. É sabido que</p><p>muitas publicações reforçam o narcisismo, os padrões de vida, de consumo e o status,</p><p>de modo que têm colaborado com o aumento no predomínio de vários transtornos</p><p>psiquiátricos, incluindo sintomas depressivos, ansiedade e baixa autoestima.</p><p>São diversos os efeitos prejudiciais relacionados ao uso desadaptativo da</p><p>Internet, como alterações na qualidade do sono, na nutrição e na atividade física,</p><p>menor desempenho acadêmico ou profissional e prejuízo nos relacionamentos</p><p>interpessoais. Além disso, relacionam-se</p><p>também aos transtornos de humor,</p><p>transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, transtorno de uso de substâncias,</p><p>ansiedade, ansiedade social, solidão, baixa autoestima, menores níveis de atividade</p><p>física, hostilidade e comportamento agressivo, comportamento compulsivo,</p><p>impulsividade, maiores taxas de transtornos de personalidade, menor felicidade e</p><p>11</p><p>vitalidade subjetivas, prejuízos na saúde mental de forma geral e suicídio</p><p>(MOROMIZATO et al., 2017).</p><p>Para Silva e Silva (2017), declaram que o uso da internet todos os dias causa</p><p>conflitos familiares, decorrentes da falta de diálogo, além disso, leva a relações</p><p>superficiais, dificuldades de aprendizagem, transtornos de ansiedade e déficit de</p><p>atenção. Agora, não se escreve cartas ou se utiliza o telefone convencional para</p><p>conversar com o interlocutor, como antigamente. Assim, a maioria da comunicação</p><p>tem sido por meio de redes sociais, as quais tornaram-se um poderoso instrumento</p><p>na era da sociedade da informação.</p><p>Na adolescência, a utilização da tecnologia pode tornar-se uma dependência,</p><p>pois é onde os pré-julgamentos são feitos, os relacionamentos declarados e exibidos</p><p>em “público” para pessoas muitas vezes desconhecidas, e sempre com o objetivo de</p><p>conseguir o maior número de “amigos” com status manipulados por outros indivíduos,</p><p>procurando incessantemente atingir o maior número de likes (curtidas) e comentários</p><p>em suas postagens nas redes sociais, de acordo com Silva. Na verdade, a</p><p>adolescência é sim uma fase na qual o sujeito encontra-se em maior vulnerabilidade</p><p>aos riscos e o mau uso das redes sociais, está associado ao fato de ser uma fase na</p><p>qual o adolescente busca construir sua identidade e sua independência. Os</p><p>problemas de saúde mental são preocupações cada vez mais frequentes na</p><p>sociedade, em parte pela utilização inadequada frequência de utilização e conteúdo</p><p>consumido advindos das redes sociais. Torna-se necessário aprofundar os estudos</p><p>para entender melhor o que está acontecendo.</p><p>2.2.2 A Contribuição da Psicologia para Saúde Mental de Adolescentes Diante</p><p>das Mídias Sociais</p><p>Como já foi apontado neste trabalho o processo complexo de adolescer</p><p>também é compreendido como um período vulnerável para o desenvolvimento de</p><p>problemas relacionados à saúde mental. O documento Prevención de la Conducta</p><p>Suicida, relatório recente da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em</p><p>parceria com a OMS, indica o suicídio como a terceira causa de morte entre</p><p>12</p><p>adolescentes de 10 a 19 anos, em alguns dos 15 principais países americanos, e a</p><p>segunda causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos em nível mundial.</p><p>Sob essa ótica, estar atento a saúde mental dos adolescentes é fundamental.</p><p>A psicoterapia com adolescentes é essencial por essa ser uma fase da vida que</p><p>costuma ser bem difícil e muito importante no desenvolvimento como ser humano. O</p><p>acompanhamento psicológico na adolescência, ajudará bastante o mesmo em meio</p><p>às diversas mudanças pelas quais ele estará passando nessa fase de sua vida. O</p><p>controle e a compreensão dos próprios sentimentos são importantes para evitar que</p><p>eles venham a tornar-se reféns de si mesmos e para saber lidar melhor com os</p><p>conflitos que surgem na adolescência. (BROTTO, 2020)</p><p>A concepção vigente na psicologia sobre adolescência está fortemente ligada</p><p>a estereótipos e estigmas, desde que Stanley Hall a identificou como uma etapa</p><p>marcada por tormentos e conturbações vinculadas à emergência da sexualidade.</p><p>Essa concepção foi reforçada por algumas abordagens psicanalistas que a</p><p>caracterizaram como uma etapa de confusões, estresse e luto também causados</p><p>pelos impulsos sexuais que emergem nessa fase do desenvolvimento. Na América</p><p>Latina e, particularmente, no Brasil, Aberastury (1980) e Aberastury; Knobel (1981)</p><p>são um marco histórico no estudo da adolescência na perspectiva psicanalítica. Sem</p><p>dúvida, influenciaram muito e são fontes de referência para todos os que se</p><p>preocupam com esse tem é enorme por parte dos jovens, com a autoestima estando</p><p>fragilizada (OZELLA, 2002).</p><p>Nesse sentindo, a adolescência é caracterizada como um período no qual não</p><p>é mais possível postergar encontros, atos e decisões, diferenciando-se, assim, da</p><p>infância, quando esse adiamento ainda é possível. Marca-se, dessa forma, uma</p><p>inegável diferença em relação ao registro da noção de temporalidade, sexualidade e</p><p>relação estabelecida com a realidade. Sendo assim, a adolescência faz uma exigência</p><p>ao sujeito de rever seu passado e prospectar seu futuro (MACEDO, 2011 APUD</p><p>ROTHER HORNSTEIN, 2007).</p><p>Na verdade, como em todos os processos de desenvolvimento psíquico, não é</p><p>possível demarcar uma evolução linear do indivíduo, contudo, teoricamente, divide-se</p><p>a adolescência em fases, que visam clarear as conflitivas e aquisições pelas quais o</p><p>https://psicoter.com.br/tipos-de-tratamento-psicologico/</p><p>https://psicoter.com.br/tipos-de-tratamento-psicologico/</p><p>13</p><p>sujeito adolescente passa ao longo desse período de sua vida. Tais divisões</p><p>correspondem também à tentativa de abarcar a singularidade dos diferentes fatores</p><p>envolvidos no período de vida descrito como adolescência. A adolescência, portanto,</p><p>caracteriza-se como uma importante fase do ciclo vital, e a intensa demanda psíquica</p><p>à qual o jovem se vê submetido desperta também preocupação quanto a possíveis</p><p>manifestações de padecimento. No enfrentamento com as conflitivas próprias da</p><p>adolescência, sejam decorrentes do incremento dos conflitos típicos dessa etapa ou</p><p>da fragilidade de recursos defensivos, pode ocorrer a intensificação de situações de</p><p>sofrimento psíquico. Sendo assim, as manifestações próprias de uma crise típica da</p><p>adolescência ou a ocorrência de manifestações psicopatológicas, mesmo que</p><p>algumas vezes ocorram de forma semelhante, não excluem a relevância de dar</p><p>acolhida aos aspectos subjetivos e singulares de cada adolescente. Ao contrário, tais</p><p>similitudes se referem à dificuldade inerente ao diagnóstico psicológico na</p><p>adolescência. (MACEDO, 2011).</p><p>Como bem salienta Macedo (2011) apud Palmeira et al. (2006, p. 159), "o</p><p>sujeito se encontra, na adolescência, num momento crucial, envolvendo uma série de</p><p>mecanismos – como os mecanismos identificatórios – que fazem parte de um</p><p>complexo movimento de estruturação da subjetividade".</p><p>No consultório, a maior procura por atendimento psicológico para adolescentes</p><p>é feita pelos pais/responsáveis por ele. O que é compreensível por serem, talvez, as</p><p>pessoas mais próximas no convívio e quem, consequentemente, também precisa de</p><p>orientação para saber lidar com esta fase. A adolescência é, sobretudo, um período</p><p>de autoafirmação e aceitação das mudanças radicais que ocorrem no organismo e</p><p>nos sentimentos. É o momento de vivenciar maior ansiedade e até revolta em alguns</p><p>casos, de ir em busca de equilíbrio e de tomadas de decisões – que até então eram</p><p>um privilégio dos pais. Tudo isso chega na vida do adolescente gerando muito</p><p>incômodo e insegurança. (BROTTO, 2020).</p><p>Diante do apresentado neste estudo, referindo o mal-uso das redes sociais por</p><p>parte dos adolescentes, cabe apontar relatos de estudiosos da área da psicologia</p><p>sobre tal temática. Psicólogos, aponta que atendem cada vez mais crianças viciadas</p><p>em tecnologia; elas apresentam quadro de dependência em celulares, tabletes e</p><p>https://www.psicologoeterapia.com.br/o-que-um-psicologo-faz/</p><p>14</p><p>games. A psicóloga Dora Góes, da USP, uma das maiores experts em tratar</p><p>dependentes em geral, tem hoje em seu espaço de trabalho, em Moema, cinco jovens</p><p>com problemas relacionados ao universo digital. (QUINTELLA, 2027).</p><p>Um estudo da Unifesp feito em 2014 pela psicóloga Fernanda Davidoff com 264</p><p>estudantes paulistanos dá uma ideia do nível de abuso. A pesquisa revelou que 65%</p><p>deles dormem pouco para continuar logados 51% acessam a internet enquanto</p><p>almoçam ou jantam e 33% usam os dispositivos até no banheiro.</p><p>Segundo os</p><p>especialistas, a dependência digital pode levar a outros distúrbios, como ansiedade,</p><p>depressão e até uso de entorpecentes no futuro (QUINTELLA, 2027).</p><p>Entre os 10 e 12 anos de idade, o cérebro aumenta a capacidade de receber</p><p>sinais da dopamina e da oxitocina”, o que faz com que as pessoas anseiem por</p><p>atenção, visibilidade e busquem um lugar dentro de seu grupo social. A mídia social</p><p>capitaliza essa mudança biológica, dando-nos uma plataforma para procurar essa</p><p>reação bioquímica literalmente 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por</p><p>ano, o que, é algo perigoso porque não é a maneira como os humanos estão</p><p>acostumados a interagir uns com os outros. E isso gera vulnerabilidades. (APA,</p><p>2017).</p><p>O estudo ainda aponta que diferenciar o uso excessivo de um vício pode ser</p><p>difícil, ou seja, torna-se difícil diferenciar entre normal e patológico porque, por</p><p>exemplo, os adolescentes de hoje estão saturados de atividades na internet,</p><p>gastando cerca de 6 a 9 horas por dia nessas plataformas. Isso inevitavelmente leva</p><p>a menos atividades em outras áreas da vida. Quando a pessoa não consegue</p><p>controlar o uso, ou o uso ocupa grande parte da vida, causa estresse e problemas</p><p>no trabalho, na escola ou na saúde mental, é importante estar alerta. Dessa forma o</p><p>estudo aponta Sinais para ficar atento a um possível vício em redes sociais. Alguns</p><p>comportamentos a serem observados:</p><p> Gastar tempo excessivo usando ou verificando redes</p><p> Focar nelas de uma maneira que interferia com muita frequência na vida</p><p>cotidiana</p><p> Dificuldade em usar as redes por curtos períodos</p><p> Desejo compulsivo de entrar em uma rede</p><p>15</p><p> Irritabilidade ou raiva quando é incapaz de acessar</p><p> Sentimentos de solidão, baixa autoestima e irritabilidade por não poder usar as</p><p>redes</p><p> Capacidade limitada de pensar profundamente ou criativamente</p><p> Problemas com a linguagem e comunicação</p><p> Atenção por longos períodos</p><p>Vários sintomas claros aparecem quando a situação começa a sair do controle.</p><p>Os jovens passam a se descuidar dos estudos e ficam extremamente irritados se</p><p>alguém tenta pôr limites, entre outras coisas. Com um acompanhamento da</p><p>psicoterapia, em parceria com os pais, é possível reverter o problema (BROTTO,</p><p>2020). O que se vê é que essa super-utilização aumenta o potencial para mudanças</p><p>de atenção, pensamentos obsessivos, ansiedade e problemas de linguagem e</p><p>comunicação, afetando diretamente o aprendizado. A rápida disseminação de</p><p>informações cria uma necessidade extrema de gratificação imediata, o que pressiona</p><p>as pessoas, e o adolescentes não tem saúde mental para vivenciar essa situação.</p><p>3 CONCLUSÃO</p><p>As redes sociais estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, estando</p><p>sempre incluídas nas rotinas. Seja para ficar por dentro do que acontece ou para ver</p><p>conteúdos extrovertidos, quase todo mundo acessa as redes sociais. O presente</p><p>trabalho apontou que acessar as redes se tornou algo tão natural que consideramos</p><p>até uma ação necessária no dia. Contudo, é necessário observar o impacto e a</p><p>influência que este acesso frequente tem na nossa saúde mental.</p><p>Nesse contexto, apontou a necessidade de compreender o impacto das redes</p><p>sociais na saúde mental dos adolescentes, tendo em vista a alta exposição deles as</p><p>redes sociais. Foram apontados que um estudo comprovou que adolescentes com</p><p>idade entre 12 e 14 anos que passa mais de cinco horas por dia em redes sociais tem</p><p>mais de 50% de chance de sofrer de depressão. Para os jovens, a constante</p><p>exposição às imagens que sugerem vidas perfeitas — ou rostos com aquela beleza</p><p>16</p><p>fenomenal — já é suficiente para reduzir a autoestima e levar ao sentimento de</p><p>inferioridade. Ainda que a maioria das postagens sejam apenas ostentação e cada</p><p>detalhe das fotos elaborado no photoshop, a falta de maturidade emocional contribui</p><p>para o aumento das crises depressivas.</p><p>Muitos pais ficam bastante preocupados com o modo como a exposição à</p><p>tecnologia pode comprometer o desenvolvimento dos filhos. Entretanto, a</p><p>adolescência é uma etapa marcada por um desenvolvimento peculiar, e que pode</p><p>resultar em mudanças bruscas de comportamento. Por isso, é preciso ter habilidade</p><p>para lidar com certas situações e, conforme a necessidade, encaminhar o jovem para</p><p>o tratamento mais adequado.</p><p>Os psicólogos, nesse contexto alertam pais e responsáveis, pois crianças estão</p><p>cada vez mais viciadas em tecnologia; elas apresentam quadro de dependência em</p><p>celulares, tablets e games. Quando a pessoa não consegue controlar o uso, ou o uso</p><p>ocupa grande parte da vida, causa estresse e problemas na escola ou na saúde</p><p>mental, é importante estar alerta.</p><p>Viu-se que no consultório, a maior procura por atendimento psicológico para</p><p>adolescentes é feita pelos pais/responsáveis por ele. O que é compreensível por</p><p>serem, talvez, as pessoas mais próximas no convívio e quem, consequentemente,</p><p>também precisa de orientação para saber lidar com esta fase. A adolescência é,</p><p>sobretudo, um período de autoafirmação e aceitação das mudanças radicais que</p><p>ocorrem no organismo e nos sentimentos. É o momento de vivenciar maior ansiedade</p><p>e até revolta em alguns casos, de ir em busca de equilíbrio e de tomadas de decisões</p><p>– que até então eram um privilégio dos pais. Tudo isso chega na vida do adolescente</p><p>gerando muito incômodo e insegurança.</p><p>Partindo desse pressuposto, acredita-se que ele ajudará na disseminação do</p><p>conhecimento sobre a repercussão do uso das redes sociais para os adolescentes,</p><p>assim como para a discussão sobre como encontrar intervenções eficazes. Em</p><p>termos de relevância profissional, torna-se cada vez mais necessária a realização de</p><p>pesquisas nessa área, que atualmente abrange grande parte da vida das pessoas e</p><p>tem impacto na forma como elas buscam se compreender e compreender o mundo,</p><p>bem como suas relações sociais.</p><p>https://www.psicologoeterapia.com.br/o-que-um-psicologo-faz/</p><p>17</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>APA. Carência por like está quimicamente relacionada ao vício, alerta</p><p>especialista. 2017. Disponível em: https://www.apa.org/. Acesso em: 23 mar. 2023.</p><p>BIENZOBÁS, Sara Malvez. Adolescência, internet e saúde mental: uma revisão</p><p>de escopo. 2021. Disponível em:</p><p>https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/14411?show=full. Acesso em: 23 mar. 2023</p><p>BROTTO, Thaiana. Psicoterapia para Adolescentes.</p><p>https://www.psicologoeterapia.com.br/blog/psicoterapia-para-adolescentes/.</p><p>CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da adolescência: normalidade e</p><p>psicopatologia. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1998.</p><p>CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da adolescência: normalidade e</p><p>psicopatologia. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 1998.</p><p>FERREIRA, E. Z. et al. A influência da internet na saúde biopsicossocial do</p><p>adolescente: revisão integrativa.Rev. Bras. Enferm.,Brasília, v. 73,n. 2, p.1-</p><p>9,2020. Disponível em:</p><p>https://www.scielo.br/j/reben/a/KMbfXJMxMnPYQV6QBkqjtZP/?lang=pt. Acesso em:</p><p>24 mar. 2023.</p><p>GAINO, Lorraine Vivian. O conceito de saúde mental para profissionais de saúde:</p><p>um estudo transversal e qualitativo. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool</p><p>Droga. (Ed. port.) vol.14 no.2 Ribeirão Preto abr./jun. 2018. versão On-line ISSN</p><p>1806-6976. Disponível em: http://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-</p><p>6976.smad.2018.149449. Acesso em: 12 mar. 2023.</p><p>GIL, A. C. (2010). Como elaborar projetos de pesquisa. (5a ed.). São Paulo, SP:</p><p>Atlas.</p><p>MACEDO. Monica Medeiros Kother et al. Motivos de busca de atendimento</p><p>psicológico por adolescentes em uma clínica-escola. Disponível em:</p><p>http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ptp/v13n2/v13n2a05.pdf. Acesso em: 15 abr. 2023.</p><p>MARTINS, Daniela Alves. Adolescentes internautas, família e depressão: Estudo</p><p>da relação entre a utilização da internet e das redes Sociais, o ambiente familiar</p><p>e a sintomatologia depressiva. 86 p. Dissertação (Mestrado em Psicologia) -</p><p>Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, Lisboa, 2013.</p><p>NARDON F. A relação</p><p>interpessoal dos adolescentes no mundo virtual e no</p><p>mundo concreto [Trabalho de Conclusão de Curso]. Criciúma: Universidade do</p><p>Extremo Sul Catarinense; 2006.</p><p>OPAS. Saúde mental dos adolescentes. Disponível em:</p><p>https://www.paho.org/pt/topicos/saude-mental-dos-adolescentes. Acesso em: 28 mar.</p><p>2023.</p><p>https://www.apa.org/</p><p>https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/14411?show=full</p><p>https://www.psicologoeterapia.com.br/blog/psicoterapia-para-adolescentes/</p><p>https://www.scielo.br/j/reben/a/KMbfXJMxMnPYQV6QBkqjtZP/?lang=pt</p><p>http://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2018.149449</p><p>http://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.smad.2018.149449</p><p>http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ptp/v13n2/v13n2a05.pdf</p><p>https://www.paho.org/pt/topicos/saude-mental-dos-adolescentes</p><p>18</p><p>PORTUGAL, Adriana Farias; SOUZA, Júlio César Pinto. Uso das redes sociais na</p><p>internet pelos adolescentes: uma revisão de literatura. Revista Ensino de Ciências</p><p>e Humanidades-Cidadania, Diversidade e Bem-Estar-RECH, v. 4, n. 2, jul dez, p. 262-</p><p>291, 2020.QUINTELA, Sergio. Psicólogos atendem cada vez mais crianças</p><p>viciadas em tecnologia. Revista Veja de São Paulo, 2017. Disponível:</p><p>https://vejasp.abril.com.br/cidades/criancas-adolescentes-dependentes-celular-</p><p>tablets-games. Acesso em: 25 abr. 2023.</p><p>SILVA, T.O et al. Os impactos sociais, cognitivos e afetivos sobre a geração de</p><p>adolescentes conectados às tecnologias digitais. Rev. Psicopedagogia, São</p><p>Paulo,v. 34, n.103, p. 87-97, 2017.</p><p>SILVA, Thayse de Oliveira; SILVA, Lebiam Tamar Gomes. Os impactos sociais,</p><p>cognitivos</p><p>e afetivos sobre a geração de adolescentes conectados às tecnologias digitais.</p><p>Rev.</p><p>psicopedag., São Paulo, v. 34, n. 103, p. 87-97, 2017. Disponível em:</p><p>. Acesso em: 16 abr. 2023.</p><p>SOUZA, Karlla Danielly; CUNHA, Mônica Ximenes Carneiro. Impactos das redes</p><p>sociais digitais na saúde mental de adolescentes e jovens. DOI:10.37444/issn-</p><p>2594-5343.v3i3.156 2019 Disponível em:</p><p>https://sol.sbc.org.br/index.php/wics/article/download/11036/10907/. Acesso em: 01</p><p>mar. 2023.</p><p>SOUZA, Queila R. & QUANDT, Carlos O. Metodologia de Análise de Redes Sociais.</p><p>In: F. Duarte; C. Quandt; Q. Souza. (Org.). O Tempo das Redes. São Paulo:</p><p>Perspectiva, 2008.</p><p>VEJA SAÚDE. Excesso de redes sociais prejudica o sono e a saúde mental.</p><p>Disponível em: https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/excesso-de-redes-</p><p>sociais-prejudica-o-sono-e-a-saude-mental/. Acesso em: 15 mar. 2023.</p><p>https://vejasp.abril.com.br/cidades/criancas-adolescentes-dependentes-celular-tablets-games</p><p>https://vejasp.abril.com.br/cidades/criancas-adolescentes-dependentes-celular-tablets-games</p><p>https://sol.sbc.org.br/index.php/wics/article/download/11036/10907/</p><p>https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/excesso-de-redes-sociais-prejudica-o-sono-e-a-saude-mental/</p><p>https://saude.abril.com.br/coluna/com-a-palavra/excesso-de-redes-sociais-prejudica-o-sono-e-a-saude-mental/</p>