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Até a atualidade as inundações do Nilo causam problemas aos povos que vivem em suas margens. Na foto, o Nilo inunda o Sudão (na África), em 1988. Apesar disso, o grego Heródoto (c. 484-425 a.C.), considerado o “Pai da História”, atribuiu a criação da geometria aos egípcios. Segundo ele, a motivação foi a necessidade de medir as áreas de terras perdidas com as enchentes do rio Nilo, a fim de taxar equitativamente o imposto a ser pago. Isso pelo menos explica a origem da palavra geometria, que significa “medida da terra”. Com o declínio do poder do Egito e da Babilônia, a Grécia assumiu a liderança intelectual do mundo antigo. E, notavelmente, com o tempo, os gregos acabaram inaugurando o padrão da geometria moderna, em que a certeza de um resultado geométrico deriva de uma justificativa baseada em raciocínios lógicos consistentes, e não em um processo experimental-indutivo. O primeiro passo nesse sentido foi dado por Tales de Mileto (c. 585 a.C.), com a justificação de alguns resultados esparsos como, por exemplo: ângulos opostos pelo vértice são congruentes (observe a figura ao lado); os ângulos da base de um triângulo isósceles são congruentes. Esses resultados até já eram conhecidos na época, mas coube a Tales a percepção de que era preciso demonstrá-los (prová-los) por algum tipo de argumentação, embora se desconheça como ele raciocinou. O passo seguinte foi supostamente dado por Pitágoras de Samos (c. 532 a.C.) e sua escola, o qual consistiu na tentativa de organizar a teoria das retas paralelas por meio de um encadeamento de resultados, que eram provados a partir de alguns conceitos e pressupostos básicos, mediante raciocínios lógicos. Pitágoras e sua escola teriam