Prévia do material em texto
A ASSOCIAÇÃO DE TECNOLOGIAS COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM NA DISCIPLINA DE ANATOMIA HUMANA Deane Pereira Furtado GUEDES1 Cleide Roberta de Arruda FRANCO2 Leonardo Machado ALECRIM3 Nádia Gomes Batista dos SANTOS4 Valdir Pavanelo JÚNIOR5 RESUMO A associação de tecnologias como estratégia de ensino está cada vez mais difundida e utilizada como meio de aprendizagem de diversas disciplinas, sendo vista como um avanço e facilitadora dos métodos de estudo, em especial na área da saúde. Foi utilizado método de revisão bibliográfica para a pesquisa. Neste artigo, são apresentados os principais benefícios do uso de tecnologias no ensino-aprendizagem da Anatomia Humana. São também discutidos alguns exemplos de tecnologias que podem ser utilizadas nesta disciplina. O presente estudo tem como escopo analisar estudos já publicados e discutir acerca das vantagens do uso de tecnologias no processo de ensino-aprendizagem em Anatomia Humana. Portanto, o uso de tecnologias pode ser uma ferramenta valiosa para melhorar o ensino-aprendizagem da Anatomia Humana, que podem oferecer recursos visuais e interativos tornando o conteúdo mais acessível, estimulante e integrador. PALAVRAS-CHAVE: Anatomia humana. Tecnologias. Ensino-Aprendizagem. 1 Introdução Existem vários métodos, livros, artigos científicos e até mesmo dissertações teses, com os quais podemos estudar a Anatomia Humana e a Neuroanatomia. Deste modo, ocorre um dinâmico e intensivo progresso na busca pela produção de novos métodos que facilitam e estimulam o processo de ensino-aprendizagem, sendo de grande importância a criação de novas alternativas para promover aos alunos uma maior interação e assimilação do conteúdo (LIMA, et al., 2011). Segundo Montes (2010), os docentes de Anatomia Humana deparam-se com alguns desafios: o primeiro reside em definir, dentre todo o universo anatômico, quais as estruturas mais importantes para serem aprendidas pelos alunos, que irão contribuir para sua formação profissional e o segundo em como desenvolver as atividades práticas, já que se muitas escolas não possuem material de estudo suficiente. Nesse contexto, o aprimoramento dos recursos didáticos aplicados ao ensino destas disciplinas, mostra-se como uma tendência satisfatória e estimula a participação do aluno como sujeito ativo na busca por novas informações, dando suporte indispensável ao processo ensino-aprendizagem, além de depositar um vasto campo de aplicabilidade no ensino da Anatomia Humana e da Neuroanatomia baseado nas competências e habilidades destinada aos cursos em formação (GUIRALDES, et al., 1995). 2 Fundamentação Teórica A constante evolução da tecnologia educacional faz emergir a necessidade de apreensão, clarificação e possíveis adaptações dos métodos de ensino-aprendizagem (TALAMONI, 2014). Boff et Al. (2020) afirmam que uma mudança drástica ao longo dos anos na graduação em Medicina foi a redução da carga horária destinada a anatomia, para a inserção de disciplinas integrativas, com intuito de formar um profissional dotado de técnicas diferenciadas, desde as tradicionais até as mais inovadoras. Partindo do pressuposto que um modelo didático é uma estrutura que pode ser utilizada como referência, um aparato análogo que permite materializar uma ideia ou um conceito, tornando-o assim diretamente assimilável, esse possui o objetivo de favorecer a construção do conhecimento pelo aluno, uma vez que permite ao estudante associar a teoria à prática (ARAÚJO JÚNIOR, 2014). 3 Procedimento Metodológico O presente estudo foi realizado através de revisão bibliográfica de artigos relacionados ao tema proposto, obtidos em três plataformas: Google Acadêmico, Scielo e Fiocruz. Foram utilizados ao todo dez artigos que abordam o uso de tecnologias no processo de ensino em cursos da área da saúde como critério de escolha. 4 Resultados e Discussão Módulos especiais de estudo, oficinas baseadas em problemas, uso das redes sociais, aplicativos e programas 3D começaram a ser utilizados com o objetivo de otimizar o tempo reduzido e possibilitar aos estudantes o acesso até mesmo em casa de uma anatomia mais realista que a contida em livros didáticos. Além disso, novas metodologias contribuem para aquisição de um conhecimento aprofundado das estruturas humanas juntamente com a capacidade de aplicar diante da clínica médica (BOFF et Al., 2020). Campos (2022), expõe a Competency Based Medical Education (CBME), que é uma metodologia ativa e centrada no aluno, que é avaliado de acordo com a aplicação do conhecimento nas situações clínicas. É esperado que o aluno aprenda integrando múltiplos domínios de conhecimento, habilidades, atitudes e comunicação nos contextos culturais e sociais, além de aprender uma série de competências mensuráveis para a exposição precoce à clínica. Soares, et al. (2023), afirma que a capacitação do profissional médico é influenciada diretamente pela sua formação científica e suas habilidades desenvolvidas ao longo da graduação, sendo a monitoria acadêmica uma das mais influentes, já que leva o discente-monitor a vivenciar práticas educativas e de liderança, instigando-o a ter compromisso e responsabilidade. Os autores afirmam que a monitoria é compreendida como um instrumento para a melhoria do ensino através do estabelecimento de novas práticas e experiências pedagógicas visando fortalecer a articulação entre teoria e prática e a integração curricular em seus diferentes aspectos e saberes, tendo por finalidade promover a cooperação mútua entre discentes e docentes. Guiraldes et al. (1995), concluíram que os estudantes consideram útil a incorporação dos métodos computadorizados de aprendizagem pois facilitam a compreensão dos conteúdos. Os autores também afirmam que a percepção dos alunos é de que a docência atualizada e eficiente não coloca de lado os métodos tradicionais da prática docente, ou seja, eles continuam a dizer que consideram relevante o uso de computadores, mas acham essencial a prática com dissecção. Estudos apontam novas ferramentas como suplementos ao método de aprendizado prático tradicional, pois, quando observadas como ferramentas únicas para o ensino da Anatomia, acredita-se na supressão de conhecimentos anatômicos necessários para o exercício da medicina, desta forma o estudo prático da Anatomia Humana tem particular relevância para a formação em medicina. Devendo-se chamar a atenção para a adoção de novas tecnologias, que estimulem a participação ativa dos alunos, de maneira suplementar ao aprendizado em cadáveres, ao invés de ferramentas únicas de aprendizado (DUTRA, et al., 2023). 5 Considerações finais Considera-se que ensino de anatomia humana é uma disciplina fundamental para todos os cursos de saúde, pois fornece aos estudantes os conhecimentos básicos sobre a estrutura e função do corpo humano. No entanto, esta disciplina é, frequentemente, considerada difícil e desafiadora para os alunos, porém muito estimuladora no processo de ensino-aprendizagem, devido à sua complexidade e abstração. O uso de tecnologias no ensino-aprendizagem pode contribuir para melhorar a compreensão dos alunos sobre a Anatomia Humana. As tecnologias podem oferecer recursos visuais e interativos que tornam o conteúdo mais acessível e interessante. Além disso, as tecnologias podem ser utilizadas para promover a aprendizagem ativa e colaborativa, o que pode melhorar a motivação e o envolvimento dos alunos. 6 Agradecimentos A Deus e aos professores, em especial ao nosso orientador, professor Valdir Pavanelo Júnior, pelas correções e ensinamentos, juntamente com a Coordenação do Curso de Medicina e à Coordenação de Pesquisa e Extensão da Fametro, pela oportunidade e desenvolvimento do Concifa. Referências ARAÚJO JÚNIOR, Josival P. et al. Desafio anatômico: uma metodologia capaz de auxiliar no aprendizado de anatomia humana. Medicina (Ribeiräo Preto), p. 62-68, 2014. BOFF, Tália Cássia, et al. O uso da tecnologia no ensino da anatomia humana: revisão sistemática da literatura de 2017 a 2020. Medicina (Ribeirão Preto), v. 53,n. 4, p. 447-455, 2020. CAMPOS, Bianca Miranda et al. Revisão integrativa de ferramentas inovadoras para ensino-aprendizagem em anatomia em curso de Medicina. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 46, 2022. DUTRA, M. O., et al. A relevância do estudo prático da anatomia humana para prática médica – Uma revisão de literatura. E-book do VII ConCIFA - Congresso Científico FAMETRO: Ciência Inclusiva – 2022. Ed. Poisson, 1º ed, cap. 1, p. 12, 2023. GUIRALDES, D. C, et Al. Métodos computacionales y gráficos de apoyo al aprendizaje de la anatomía humana: visión de los estudiantes. Rev. Chilena de Anatomia. Ed 13. V 1. P 67-71.1995. LIMA, et al. Jogos educacionais como mediador de interação social e estímulo educacional: Olimpíadas de anatomia. VI Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica. Aracajú-SE. 2011. MONTES, Marco Aurélio de Azambuja et al. Estratégia de ensino-aprendizagem de anatomia humana para acadêmicos de medicina. 2010. SANTOS, Sandna Larissa Freitas et al. ESTRATÉGIAS FACILITADORAS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM EM ANATOMIA HUMANA. Revista Expressão Católica, [S.l.], v. 7, n. 2, p. 58-62, dec. 2018. ISSN 2357-8483. Disponível em: . Acesso em: 30 Oct. 2023. doi:http://dx.doi.org/10.25190/rec.v7i2.2511. SOARES, F. S. M. C., et al. A importância da monitoria acadêmica para a formação profissional: Um relato de experiência. E-book do VII ConCIFA - Congresso Científico FAMETRO: Ciência Inclusiva – 2022. Ed. Poisson, 1º ed, cap. 8, p. 50, 2023. TALAMONI, A. C. B. A anatomia e o ensino de anatomia no Brasil: a escola boveriana. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 21, n. 4, p. 1301-22, 2014. _________________ 1 Graduanda no Curso de Medicina. Centro Universitário FAMETRO. Manaus-AM. Brasil. 2 Graduanda no Curso de Medicina. Centro Universitário FAMETRO. Manaus-AM. Brasil. 3 Graduando no Curso de Medicina. Centro Universitário FAMETRO. Manaus-AM. Brasil. 4 Mestre em Ciências da Saúde. Docente - Universidade Federal do Amazonas UFAM. Manaus-AM. Brasil. 5 Mestre em Ciências e Graduado em Ciências Biológicas. Docente - Centro Universitário FAMETRO. Manaus-AM. Brasil.