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I munologi� d� transplante� Transplante: Transferência de células, tecidos ou órgãos do seu local de origem para outro. - Do mesmo indivíduo - Entre indivíduos diferentes - Entre indivíduos de diferentes espécies. Quando o transplante ocorre em indivíduos diferentes, o que doa o enxerto recebe o nome de doador , e o que recebe o enxerto recebe o nome de receptor. Enxerto: Consiste em retirar células, tecidos ou órgãos de um indivíduo (doador) e colocá-los em um indivíduo diferente (receptor ou hospedeiro) Tipos de Transplante Depende da origem do enxerto, do tipo de doador e da sua identidade genética com o receptor. 1.Transplante autólogo: mesmo indivíduo. Doador e recepto 2. Transplante singenéico: indivíduos geneticamente idênticos. Doador e receptor idênticos geneticamente = gêmeos univitelinos. 3. Transplante alogenéico : entre indivíduos geneticamente diferentes. Doador diferente geneticamente do receptor 4. Transplante xenogenéico: entre indivíduos de diferentes espécies As moléculas que são reconhecidas como estranhas em enxertos são chamadas de aloantígenos e aquelas nos xenoenxertos são chamadas xenoantígenos Rejeição Indivíduos geneticamente diferentes possuem moléculas polimórficas na superfície de suas células, principalmente as moléculas do MHC, que são reconhecidas pelo SI do individuo transplantado. Os antígenos que estimulam a resposta imunológica adaptativa contra aloenxertos são proteínas de histocompatibilidade (MHC), reconhecendo antígenos self e non-self. Sendo os linfócitos T são os pivôs na rejeição dos transplantes, onde a resposta alogênica pode ocorrer de duas maneiras direto ou indireto. A rejeição é resultado de uma resposta imunológica adaptativa, pois teve mecanismos de memória (segundo enxerto de um doador cujo primeiro foi rejeitado, terá uma rejeição mais rápida) e especificidade (um segundo enxerto de um doador diferente não apresentará rejeição mais rápida) além de ter sido mediado por linfócitos. A capacidade de rejeitar rapidamente um transplante pode ser transferida com linfócitos de um hospedeiro sensibilizado para um hospedeiro imaturo. As células ou órgãos transplantados entre indivíduos geneticamente idênticos nunca são rejeitados; -As células ou órgãos transplantados entre pessoas geneticamente distintassão sempre rejeitados; -A descendência de um cruzamento entre duas linhagens puras diferentes não vai rejeitar enxertos de qualquer um dos pais; -Um enxerto derivado da prole de um acasalamento entre duas linhagens puras diferentes será rejeitado por qualquer um dos pais. Reconhecimento é determinado por genes que são herdados dos pais (MHC). Genes HLA (loci dos genes do MHC) são os principais genes envolvidos no processo de rejeição. Resposta imunológica ao alotransplante Resposta imune alogênica é dividida em 4 fases: 1. Inflamação cirúrgica e ativação da RI inata 2. Reconhecimento de aloantígenos 3. Ativação de linfócitos antígeno específicos 4. Fase efetora da rejeição 5. RI alogenéica inflamatória é mais intensa que a RI dirigida a microrganismos. Processo cirúrgico gera um microambiente inflamatório no enxerto induz a expressão de diversos marcadores inflamatórios, bem como o recrutamento e ativação de macrófagos, linfócitos e células dendríticas. - Transplante singenéico: processo inflamatório regride e desaparece com o tempo - Transplante alogenéico: RI é perpetuada e amplificada, evoluindo para rejeição e perda do transplante. - Rejeição ocorre pelo alorreconhecimento (do grego állos: outro) - Reconhecimento é determinado por genes polimórficos que são herdados dos pais (MHC) - Genes HLA (loci dos genes do MHC) são os principais genes envolvidos no processo de rejeição Linfócitos T e vias de alorreconhecimento Linfócitos T possuem a capacidade de reconhecer antígenos polimórficos derivados do doador → fundamentais no processo de rejeição. As moléculas alogênicas do MHC de um enxerto podem ser apresentadas para reconhecimento pelas células T do receptor de duas maneiras fundamentalmente diferentes, chamadas de vias diretas e indiretas. Moléculas MHC alogênicas podem ser reconhecidas por dois mecanismos: 1. Apresentação direta: As APCs presentes no tecido/órgão do doador apresentam MHC (alogênico). Este é reconhecido diretamente por células T do receptor durante o processo de apresentação de Ags. Ou seja células T do receptor do transplante reconhecem as moléculas do MHC do alogênicas não processadas nas APC do enxerto. Ou seja a célula T reconhece moléculas do MHC do alogenicas não processadas nas APC do enxerto. 2. Apresentação indireta: O MHC do doador é processado e reconhecido por células APC do receptor (MHC é tratado como antígeno estranho). as células T do receptor reconhecem apenas as moléculas de MHC do receptor. Isso implica que as moléculas de MHC do receptor devem estar apresentando proteínas de MHC do aloenxerto para as células T. É essencialmente o mesmo mecanismo de reconhecimento de qualquer antígeno externo. Ou seja apresentação do peptídeo processado de moléculas de MHC alogênicas ligadas a moléculas de MHC próprias. Freqüência de linfócitos T alorreativos - LT alorreativos: 1000 x maior que a dos LT específicos para antígenos microbianos - Cultura linfocitária mista: estudo in vitro utilizado para medir a capacidade proliferativa de LT quando em contato com células de outro indivíduo Estima-se que: - 2-10% das células T apresentam capacidade de reconhecer Ag alogenéicos do MHC. - 1 em 10.000 no mesmo pool de células reconhecem Ag nominais - Alta frequência de LT alorreativos → reatividade cruzada → mimetismo entre as moléculas do MHC de diferentes indivíduos da mesma sp. - Moléculas do MHC: apresentam semelhanças moleculares (sequencia de aa ou conformacionais)reconhecimento e indução de RI efetora de LT Ativação de linfocitos T aloreativos Sensibilização: transporte de aloantígenos para o linfonodo, onde acontece a ativação de células T efetoras de forma direta e indireta. • Rejeição: migração de células T efetoras para o aloenxerto ocorre morte da célula-alvo e secreção de citocinas, ocasionando a rejeição do enxerto. Transplante de órgão sólido - Microambiente inflamatório → expressão local de mediadores inflamatórios e migração leucocitária para o enxerto. - As células do SI circulam e migram para o local do enxerto (singenéico ou alogenéico) → agressão contra o órgão somente é mantida no alogenéico→ LT desencadeiam e a mantém. Mecanismos da rejeição aos transplantes Mecanismos da rejeição aos transplantes As células T CD4+ e CD8+ alorreativas causam rejeição por mecanismos distintos. As células T CD4+ auxiliares diferenciam-se em células efetoras produtoras de citocinas causando inflamação semelhante a um tipo de reação de hipersensibilidade tardia IV. As células T CD8+ alorreativas diferenciam se em linfócitos T citotóxicos (CTLs), que matam as células do enxerto que expressam as moléculas do MHC I de alogênico. Somente os CTLs que são gerados pelo alorreconhecimento direto podem matar as células do enxerto, enquanto ambos CTLs e as células T auxiliares geradas por qualquer aloantígeno através do reconhecimento direto ou indireto podem causar danos mediados por citocinas aos enxertos. Tipos de rejeição Mediada por anticorpos . Primeiro passo de rejeição: reconhecimento de ao antígenos pelas células T. Aguda: É o processo de Lesão do parênquima e dos vasos sanguineos do enxerto mediada por células T alorreativas e anticorpos . Antesdos fármacos imunossupressores, a rejeição aguda muitas vezes tinha início em torno de alguns dias a semanas após o transplante, tempo necessário para gerar células T efetoras alorreativas e anticorpos em resposta ao enxerto. Cronica: Ocorre mais tardiamente, de meses a anos. Levando a perda funcional lenta e progressiva do órgão transplantado. A lesão dominante em enxertos vascularizados é a oclusão arterial como um resultado da proliferação de células de músculo liso e os enxertos eventualmente falham principalmente por causa do dano isquêmico resultante. Mediada por Linfócitos T Caracterizada por predomínio de células mononucleares, lesão tecidual com necrose e ausência da fração do complemente C4d. A rejeição pode ocorrer por ambos os casos: mediada por células T e anticorpos. AGUDA: além de infiltrado celular, intensa proliferação de citocinas inflamatórias como IFN-ɣ, IL-1 e TGF-β CRÔNICA: espessamento da camada íntima da artéria do enxerto por proliferação de células musculares lisas e fibrose. Prevenção da rejeição no transplante Alogênico Busca de doadores compatíveis - Minimizar as diferenças quanto a grupo sanguíneo ABO e MHC (HLA).. Evitar ativação do SI Imunossupressão: - De células T: azatioprina, ciclosporina A, rapamicina ou anticorpos monoclonais contra linfócitos (OkT3). - De células B: rapamicina. - De citocinas: corticosteróide em doses altas Etapas para a Seleção do doador: - Compatibilidade do grupo sanguíneo ABO - Testes de histocompatibilidade (HLA) Imunossupressão: Consiste no emprego de drogas imunossupressoras que inibem ou lisam os linfócitos T reativos. O objetivo da terapia imunossupressora após o transplante é evitar a destruição dos tecidos transplantados. Atualmente, são usados quatro grandes grupos de terapias imunossupressoras gerais: antimetabólitos, corticosteróides, metabólitos fúngicos e radiação X. RESUMO - O sucesso ou fracasso de um transplante depende principalmente da compatibilidade entre os alelos HLA do doador e do receptor. - Quando ocorre a rejeição é por que ocorreu resposta imune às moléculas HLA do tecido/órgão transplantado (geralmente). - Existem metodologias e tratamentos para diminuir a rejeição imunológica ao transplante