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Para Freud, o processo de ensino e aprendizagem pode ser compreendido à 
luz de suas teorias sobre o funcionamento psíquico, envolvendo as dinâmicas entre Id, 
Ego e Superego. O Id, como a parte mais primitiva da personalidade, busca a 
satisfação imediata e pode ser visto como a fonte das motivações primordiais que 
influenciam o aprendizado, como a curiosidade e a busca por recompensas. No 
contexto educacional, isso se manifesta nas formas mais básicas de prazer e interesse 
que um aluno pode sentir ao aprender, como a alegria de descobrir algo novo ou a 
satisfação de uma tarefa bem feita. 
 Já o Ego, que se desenvolve a partir do Id e opera segundo o princípio da 
realidade, desempenha um papel fundamental no processo de ensino e aprendizagem, 
uma vez que é responsável por mediar os desejos do Id e as exigências da realidade. 
O Ego permite que os alunos façam escolhas mais conscientes e racionais em relação 
ao aprendizado, buscando equilibrar suas necessidades imediatas com as exigências 
do ambiente escolar. É através do Ego que os alunos aprendem a adiar a gratificação e 
a se comprometer com objetivos de longo prazo, como o domínio de novas habilidades. 
A função do Ego, conforme descrito por Freud, é crucial para a mediação entre os 
desejos instintivos e as demandas da realidade, o que sugere que a capacidade de um 
aluno de gerenciar suas emoções e impulsos pode afetar diretamente seu desempenho 
acadêmico. O Ego permite que os indivíduos reconheçam e lidem com as exigências 
do ambiente escolar, promovendo um equilíbrio que é essencial para o aprendizado 
eficaz. 
 O Superego, por outro lado, incorpora os valores e regras sociais 
internalizados, muitas vezes influenciados pela educação e pela cultura. No contexto 
do ensino, o Superego pode ser visto como a voz da moralidade e da ética que orienta 
o comportamento do aluno. Ele pode influenciar a maneira como os alunos percebem 
suas responsabilidades e obrigações em relação ao aprendizado e ao respeito pelas 
regras da instituição de ensino. 
 Assim, a relação entre Freud, o ensino e a aprendizagem é complexa e 
multifacetada. O processo educativo deve considerar não apenas o conteúdo a ser 
ensinado, mas também as dinâmicas psíquicas que afetam a motivação, a 
autorregulação e a internalização de valores. Reconhecendo essas dinâmicas, 
educadores podem desenvolver estratégias que atendam às necessidades emocionais 
e psicológicas dos alunos, promovendo um ambiente de aprendizagem mais eficaz e 
significativo. 
 Freud (1969) destaca a importância das experiências familiares na formação da 
psique, mas é fundamental reconhecer que o desenvolvimento humano é um processo 
complexo e multifacetado, que vai além das influências parentais. À medida que a 
criança começa a frequentar a escola, ela entra em contato com um novo ambiente 
social, onde interage com pares, professores e outros adultos. Esses novos 
relacionamentos desempenham um papel crucial na construção da identidade e na 
formação de valores. 
 As interações com colegas proporcionam oportunidades para a criança 
aprender sobre cooperação, competição, amizade e resolução de conflitos. Cada uma 
dessas experiências contribui para o desenvolvimento das habilidades sociais e 
emocionais, que são essenciais para a vida adulta. Além disso, os professores e outras 
figuras de autoridade podem servir como modelos de comportamento e reflexão, 
influenciando a maneira como a criança vê o mundo e a si mesma. 
 Ademais, a cultura escolar e os valores que ela transmite também impactam a 
formação da identidade. A diversidade de experiências e a exposição a diferentes 
perspectivas e estilos de ensino permitem que as crianças desenvolvam um senso 
crítico e uma compreensão mais ampla da sociedade. Assim, embora a influência 
familiar seja fundamental, as referências externas que surgem ao longo do 
desenvolvimento têm um papel significativo na formação do indivíduo, moldando suas 
crenças, comportamentos e relacionamentos futuros. 
 Portanto, é crucial adotar uma visão holística do desenvolvimento humano, 
reconhecendo que a formação da identidade é um processo dinâmico que envolve uma 
variedade de influências, tanto familiares quanto sociais, contribuindo para a 
complexidade da experiência humana. 
 
FREUD, Sigmund. Prefácio a juventude desorientada, de AICHHORN, 1925 / 
Sigmund Freud: v. 19, 1923-1925. – Rio De Janeiro: Imago, 1969.

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