Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA 
CURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS SOCIAIS 
DISCIPLINA: TEORIA POLÍTICA MODERNA 
PERÍODO: 3º 
 
CAMILA DE ARAÚJO QUEIROZ 
 
 
 
 
THOMAS HOBBES DE MALMESBURY 
RESUMO INFOMATIVO 
LEVIATÃ ou MATÉRIA, FORMA E PODER DE UM ESTADO ECLESIÁSTICO E 
CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAXIAS-MA 
2024 
Camila de Araújo Queiroz 
 
 
 
 
THOMAS HOBBES DE MALMESBURY 
RESUMO INFOMATIVO 
LEVIATÃ ou MATÉRIA, FORMA E PODER DE UM ESTADO ECLESIÁSTICO E 
CIVIL 
 
 
Trabalho acadêmico, apresentado a Universidade 
Estadual Do Maranhão -UEMA, como parte das 
exigências para a obtenção de nota. 
Orientador(a): Prof. Roldão Ribeiro Barbosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAXIAS-MA 
2024 
CAPÍTULO XIII 
 
Da condição natural da humanidade relativamente à sua felicidade e miséria 
 
No trecho do capítulo XIII, o autor explora a condição natural dos homens, afirmando 
que eles são, em sua essência, iguais em capacidades físicas e mentais. Essa igualdade, 
segundo o autor, não impede que os homens entrem em conflito, especialmente quando 
desejam os mesmos recursos e objetivos. Ele aponta três principais causas de discórdia: a 
competição, que leva à violência para obter bens; a desconfiança, que gera ataques 
preventivos; e a glória, em que até pequenos gestos de desrespeito provocam disputas. 
Sem um poder comum para estabelecer ordem e respeito mútuo, os homens vivem em 
um estado de guerra constante, onde "todos são inimigos de todos". Nessa condição, a força e 
a fraude se tornam as principais "virtudes". Esse estado de guerra, contudo, não é 
caracterizado apenas por batalhas, mas pela contínua disposição para o conflito. O autor 
observa que essa situação impede o desenvolvimento de uma sociedade próspera, pois não há 
segurança, produção, nem direitos. A vida torna-se "solitária, pobre, sórdida, embrutecida e 
curta". 
No entanto, ele também reconhece que o medo da morte e o desejo de uma vida 
confortável fazem os homens buscar a paz. A razão, então, sugere normas de convivência, 
chamadas de “leis de natureza”, que possibilitam o estabelecimento de uma sociedade mais 
justa e segura, tema que o autor promete abordar em capítulos seguintes. 
CAPÍTULO XIV 
 
Da primeira e Segunda leis naturais, e dos contratos 
 
O texto aborda o conceito de direito de natureza, ou jus naturale, que se refere à 
liberdade inerente a cada indivíduo para usar seu próprio poder em busca da preservação de 
sua vida. Essa liberdade é entendida como a ausência de impedimentos externos, permitindo 
que cada pessoa atue conforme seu próprio julgamento e razão. As leis naturais, por sua vez, 
são preceitos gerais estabelecidos pela razão, que proíbem ações que possam comprometer a 
vida de um homem ou a privação dos meios necessários para preservá-la. É crucial entender a 
diferença entre o direito, que é a liberdade de agir ou não, e a lei, que determina ou obriga a 
determinadas ações. Diante da condição de conflito entre os indivíduos, que é uma constante 
na natureza humana, o autor argumenta que todos têm o direito de reivindicar tudo que 
necessitam para a preservação de suas vidas, incluindo os corpos dos outros. Contudo, essa 
situação de guerra geral resulta em insegurança, levando à necessidade de buscar a paz. 
Assim, a primeira lei natural é a busca pela paz, e, quando essa não é possível, cada um deve 
se defender por todos os meios disponíveis. 
Da primeira lei natural deriva a segunda, que propõe que os homens devem concordar, 
quando outros também concordam, em renunciar ao direito a todas as coisas. Isso deve ser 
feito na medida em que tal renúncia seja considerada necessária para a paz e a defesa pessoal. 
O autor relaciona isso à famosa máxima do Evangelho: “Faz aos outros o que queres que te 
façam a ti”. A renúncia ao direito implica uma diminuição dos conflitos, já que a liberdade é 
compartilhada em busca da harmonia. Renunciar a um direito é entendido como privar-se da 
liberdade de negar a outrem o benefício do mesmo direito. Essa renúncia não confere a 
alguém um novo direito, mas cria condições para que o outro usufrua de seu direito original 
sem obstáculos. A transferência ou a renúncia de um direito pode ser feita de forma 
voluntária, seja ao abandoná-lo ou ao transferi-lo a alguém específico. Em ambos os casos, 
essa ação implica um dever moral de não obstruir o direito do outro, considerando a injustiça 
que resulta da quebra de um compromisso previamente estabelecido. 
A injustiça é descrita como o ato de desfazer o que foi voluntariamente feito, sendo 
semelhante a um absurdo nas disputas acadêmicas. A renúncia ou transferência de direitos 
deve ser claramente expressa por sinais, que podem ser palavras ou ações. No entanto, esses 
vínculos não são sustentados pela natureza, mas sim pelo medo das consequências de quebrar 
esse compromisso. 
Quando alguém renuncia a um direito, geralmente o faz em troca de outro direito ou 
de um benefício esperado. Essa transferência de direitos é fundamental para a criação de 
contratos, que são a base das interações sociais e jurídicas. O texto ressalta que existem 
direitos que não podem ser renunciados, como o direito de defesa em situações de ataque 
físico, destacando a necessidade de garantir a segurança individual como um fim supremo. 
Portanto, a transferência mútua de direitos, que é a essência dos contratos, deve ser feita com 
clareza e respeito às intenções originais de proteção e preservação da vida. 
CAPÍTULO XV 
 
De outras leis de natureza 
 
O autor inicia o capítulo enfatizando a importância das leis naturais que regulam as 
relações humanas e a busca pela paz. Ele argumenta que a preservação do indivíduo deve ser 
a prioridade de cada um, alertando sobre os perigos de se perseguir desejos supérfluos. Tais 
desejos, muitas vezes, levam a conflitos e guerras, comprometendo a harmonia social. 
O perdão é um tema central na discussão do autor. Ele afirma que o ato de perdoar é 
fundamental para a manutenção da paz, pois guardar rancor apenas alimenta a hostilidade e 
perpetua a animosidade entre as pessoas. O autor sugere que a vingança deve ser encarada sob 
uma nova perspectiva: ao invés de buscar retribuição, deve-se buscar a correção do ofensor, 
promovendo a reparação e evitando assim a continuidade da crueldade. 
Além disso, o autor ressalta a necessidade do respeito à igualdade entre todos os 
indivíduos. Ele argumenta que cada um deve reconhecer sua paridade natural, o que implica 
uma base para a convivência harmônica. Nesse contexto, as reivindicações de direitos devem 
ser feitas com moderação, sem exigir mais do que se está disposto a conceder a outrem, 
promovendo assim uma cultura de justiça e empatia. 
A justiça é outro aspecto fundamental abordado no texto. O autor destaca que juízes e 
mediadores têm um papel crucial na resolução de conflitos e na promoção da equidade. Ele 
propõe que as decisões devem ser tomadas de forma justa, a fim de evitar disputas e 
desavenças que possam escalar. O papel dos mediadores e a proteção dos pacificadores são 
também enfatizados, reforçando a necessidade de um ambiente seguro para aqueles que 
buscam a paz. 
O autor menciona a importância da mediação e da submissão a árbitros imparciais, 
considerando essas práticas como meios legítimos para a resolução de conflitos. Ele sugere 
que o respeito a esses processos contribui para a criação de um espaço de diálogo e 
entendimento, essencial para a convivência pacífica entre as pessoas. 
Por fim, o autor conclui que as leis naturais são a base para uma convivência 
harmoniosa. A violação dessas leis resulta em desarmonia e conflitos, e o princípio de tratar 
os outros como se gostaria de ser tratado é reiterado. Essa abordagem enfatiza a necessidade 
de empatia e justiça nas interaçõeshumanas, fundamentais para a construção de uma 
sociedade pacífica e justa. 
SEGUNDA PARTE DO ESTADO 
CAPÍTULO XVII 
Das causas, geração e definição de um 
O texto analisa as causas e a natureza do Estado, destacando a necessidade de um 
poder central para garantir a segurança e a paz entre os homens. O autor argumenta que, na 
ausência de um poder visível e coercitivo, as paixões naturais humanas levam a um estado de 
guerra constante, onde a liberdade individual é sacrificada em prol da conservação e 
satisfação pessoal. As leis de natureza, que promovem valores como justiça e modéstia, não 
têm eficácia sem um poder que as faça respeitar. O autor critica a ideia de que a união de um 
grande número de indivíduos possa garantir segurança, enfatizando que, sem um governo 
central, as diferenças de interesses pessoais resultam em desunião e conflito. A comparação 
com sociedades de abelhas e formigas ilustra como os humanos, em busca de honra e 
dignidade, frequentemente se envolvem em rivalidades, o que não acontece nas comunidades 
animais. 
A solução proposta para superar essas tensões e garantir a segurança é a instituição de 
um poder soberano. Este poder deve ser fruto de um pacto social, onde os indivíduos 
transferem seu direito de autogoverno a um representante ou assembleia, formando assim o 
Estado. O autor destaca que essa transferência de poder é um ato de unidade, permitindo a 
formação de um Leviatã — uma entidade capaz de manter a ordem e garantir a defesa contra 
ameaças externas. O soberano, portanto, é visto como a figura central que assegura a paz e a 
proteção dos súditos, sendo o Estado o resultado da vontade coletiva unificada dos cidadãos. 
CAPÍTULO XVIII 
Dos direitos dos soberanos por instituição 
O texto explora a fundamentação do Estado e a origem dos direitos dos soberanos, 
enfatizando que o Estado é constituído quando um grupo de indivíduos concorda em 
reconhecer a autoridade de um representante, que recebe o poder soberano. Essa 
institucionalização ocorre por meio de um pacto social, onde os cidadãos transferem suas 
vontades ao soberano, visando garantir a paz e a proteção mútua. A aceitação desse pacto é 
crucial, pois sem ela, não haveria uma estrutura estatal capaz de manter a ordem. 
Os direitos e faculdades do soberano derivam do consentimento popular. Uma vez 
estabelecido o pacto, os indivíduos não podem se desvincular dele sem autorização, já que 
isso seria considerado injusto e potencialmente prejudicial à sociedade. O texto argumenta 
que a violação do pacto por parte do soberano não legitima a desobediência dos súditos, pois a 
ruptura desse acordo poderia levar à desordem e ao colapso social. 
A responsabilidade pelo governo é compartilhada entre o soberano e os cidadãos, pois 
os atos do soberano são vistos como decisões coletivas. Assim, qualquer injustiça cometida 
pelo soberano não pode ser atribuída unicamente a ele, mas também a seus súditos, que o 
elegeram e concordaram em obedecer às suas decisões. Isso implica que a dissensão deve ser 
aceita, mas dentro dos limites do pacto social, onde a maioria deve prevalecer para evitar 
conflitos. 
O soberano também possui o direito de legislar sobre propriedades e assegurar a paz 
pública. Ele é a única autoridade competente para definir as regras que regem a sociedade e 
resolver controvérsias, assegurando que as leis sejam aplicadas de maneira justa. A 
legitimidade do poder soberano, portanto, reside na aceitação e no consentimento dos 
cidadãos, e sua ação deve sempre visar à manutenção da ordem e da segurança coletiva. 
Capítulo XXVI 
 
Da Natureza das Leis Civis 
 
O capítulo XXVI aborda a definição e a natureza das leis civis, enfatizando que estas 
são obrigatórias para todos os homens como membros de um Estado. O autor destaca que as 
leis civis diferem das leis particulares, que são específicas de cada país e podem variar 
conforme a cultura e as tradições locais. Essa distinção é crucial para compreender como as 
normas se aplicam em diferentes contextos sociais e jurídicos. 
A lei civil é apresentada como uma ordem, não como um mero conselho, o que 
implica que sua observância é obrigatória. O autor argumenta que o Estado é o único 
legislador, o que significa que apenas ele possui o poder de criar e impor leis. Isso estabelece 
a base para a autoridade das leis civis dentro da sociedade, garantindo que todos os cidadãos 
estejam sujeitos às mesmas normas. 
A definição proposta no capítulo é que a lei civil consiste em regras impostas pelo 
Estado com a finalidade de distinguir entre o que é considerado bem e mal. Essa distinção é 
fundamental para a manutenção da ordem social e para a proteção dos direitos dos indivíduos. 
O autor ressalta que, sem a clara definição do que é aceitável ou não, a convivência em 
sociedade se tornaria caótica. 
O legislador, segundo o autor, é o soberano, que pode ser uma pessoa ou uma 
assembleia. É importante notar que o soberano não está sujeito às leis civis da mesma forma 
que os cidadãos, já que ele detém o poder de criar e revogar leis conforme sua vontade. Essa 
característica do legislador enfatiza a hierarquia dentro do sistema jurídico e a centralização 
do poder. 
Além disso, o autor discute o papel das leis consuetudinárias, que adquirem autoridade 
pela vontade do soberano. Isso indica que, mesmo as normas não escritas, podem ser 
reconhecidas e reforçadas pelo Estado, desde que se alinhem com sua lógica e interesses. 
Assim, as leis consuetudinárias e as leis escritas coexistem e se complementam no sistema 
jurídico. 
O capítulo também analisa a interdependência entre as leis de natureza e as leis civis, 
ressaltando que cada uma é parte da outra. Essa relação sugere que as normas civis não são 
apenas arbitrárias, mas devem estar fundamentadas em princípios naturais que refletem a 
razão e a justiça. Essa conexão é essencial para a legitimidade das leis e sua aceitação pela 
sociedade. 
O autor enfatiza que o Estado é a fonte da força e da justiça, e as leis devem ser 
razoáveis e coerentes, fundamentadas na razão do Estado. Isso implica que as normas 
jurídicas devem ser elaboradas com base em considerações éticas e sociais, promovendo o 
bem-estar coletivo e a justiça. 
Por fim, conclui-se que a lei se aplica apenas àqueles que têm a capacidade de 
compreendê-la e obedecê-la. Essa limitação exclui indivíduos incapazes, como crianças ou 
pessoas com deficiências mentais, do alcance das normas civis. Isso ressalta a importância de 
considerar a capacidade dos indivíduos ao aplicar as leis, reconhecendo que nem todos estão 
em condições de cumprir com as exigências legais da mesma forma.

Mais conteúdos dessa disciplina