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ENTRADA EM CENA DO GENERAL cÂMARA - 51 
sito o Marquês da Gávea, Ajudante-General do Exército, 
respondeu com insolência, dizendo que não o reconhecia 
com autoridade para interpelá-lo sôbre o serviço interno 
da Escola, por ela depender, nesse particular, exclusiva­
mente do Conde d'Eu, Diretor-geral da Artilharia. Sen­
tindo-se melindrado, como era natural, Gávea dirigiu-se 
ao Ministro da Guerra, que era então o Conselheiro 
F,ranoo de Sá, o qual não hesitou em repreender Sena 
Madureira em Ordem do dia, exonerando-o, ao mesmo 
tempo, do comando da Escola. Foi justamente a propó­
sito dessa demissão, ou melhor, das explicações que 
Franco de Sá deu mais tarde sôbre ela, da tribuna do 
Senado, que Madureira voltava agora a escrever para 
os jornais, reincidindo, uma vez mais, na mesma falta 
por que já havia antes sido punido. 
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Deodoro, comandante das armas do 
Rio Grande do Sul · 
Era ness.e tempo Comandante das Armas e 1.0 Vice­
-Presidente do Rio Grande do S'ul o Marechal-de-Campo 
Manuel Deodoro da Fonseca, homem de seus 60 anos 
( nascera em 1827), pertencente a uma família de mili­
tares originária de Alagoas. Seu pai, Manuel Mendes 
da Fonseca, militar como êle, era Comandante d a Polícia 
da Província em 1839, época de grande agitação política 
que precedeu à Declaração da Maioridade do Impe­
rador e devia prolongar-se ainda por alguns anos até 
ser constituído o Gabinete da Con ciliação, formado pelo 
Marquês do Paraná. Comprometido, como tantos ouh·os 
oficiais daquele tempo, nas lutas políticas que agitavam 
o País, pusera-se à frente de um movimento sedicioso, 
do qual resultara a deposição do Presidente da Pro­
víncia. Por sinal que êsse fato se deu a 15 de novembro 
de 1839, quer dizer, exatamente 50 anos antes de o 
filho fazer o mesmo na Capital do Império, mas em 
"escalões" mais altos e com conseqüências de muito maior 
gravidade. Como se vê, tinha a quem puxar . . . Menos 
feliz, porém, do que seria o filho, Manuel Mendes foi 
facilmente vencido pelas fôrças legais mandadas de 
Pernambuco para o restabelecimento da ordem consti­
tucional em Alagoas. Prêso e submetido a Conselho de 
Guerra, foi, entretanto, absolvido. 
DEODORO, COMANDANTE DAS ARMAS DO R. G. DO SUL - 53 
Mas, apesar dessa tradição de indisciplina na família, 
eram êsses Fonsecas uma gente boa e muito patriota. 
Gente brava. Dos oito filhos de Manuel Mendes e de 
Dona Rosa da Fonseca que, enviuvando cedo, pràtica­
mente os criou, seis marcharam para o Paraguai, Deodoro 
inclusive; três dêles ficaram no campo da luta. Todos 
se houveram com coragem, conquistando ali suas pro­
moções por atos de bravura. Deodoro não foi dos que 
menos se distinguiram. Havendo partido para o Paraguai 
com o pôsto de Capitão, em 1866, de lá voltara Coronel, 
terminada a guerra. Em 1874 fôra promovido a Briga­
deiro e em 1884 a Marechal-de-Campo; nomeado Quartel­
-Mestre General do Exército em maio de 1885, cinco 
meses depois era mandado para o Rio Grande do Sul 
como Comandante das Armas, cargo que, aliás, já havia 
desempenhado em 1883. No comêço de 1886, a pedido 
do Barão de Lucena, Presidente do Rio Grande do Sul, 
foi nomeado Vice-Presidente da Província. 
Apesar de filiado ao Partido Coll.6ervador, não se 
podia dizer que êle fôsse, no sentido partidário do 
têrmo, um general político. Podia ter simpatias políticas 
e votar como político; mas não fazia política, como o 
faziam, por exemplo, Osório, Pelotas ou num certo sen­
tido, o próprio Caxias, para citar apenas os mais conhe­
cidos40. Mas se êle mesmo não fazia política consentia, 
( 40) D e Caxias, o que se pode di~.er com acêrto sôbre a sua atuação 
no cenário político da Monarquin, é que eln se limitou às duas vê,.es 
em que êle desempenhou a pr~sidência do Conselho de Ministros, cai'go 
eminentemen te polít ico. Fora disso, e apesar de filindo a um dos partidos 
constitucionais. sues atividades poHticas foram sempre as mais limitndas 
e discretas, tanto no campo partidário pràprinmente dito, como na esfera 
parlamentar, isto é, no desempenho do mandato vitalício de Senador do 
Império. O Imperador, que o conhecia bem, e muito melhor os políticos, 
sôbre cuja sinceridnde fazia suas reservas, achava q_ue Caxias era um 
homem ºpouco políticoº , lendo-se em seu Diário : "Creio que o Caxias 
é leal e meu amigo, mesmo por ser pouco homem polltico", Certa vez, 
abrindo-se ao Monarca, Cnxins confessnrin que nilo se envolvia em política 
militante, porque "era soldndo, e estnvn sempre livre para servir quando 
fôsse preciso" ( Arquivo dn Casa Imperial), do que daria, aliás, uma prova 
quando aceitou ir comandnr no Paraguai sob as ordens de um Gabinete 
presidido por um seu adversário poHtico. 
 
 
e) A importação de aproximadamente 15 milhões de africanos cativos marcou profundamente 
a cultura de todas as colônias ibéricas. 
 
 
36 - (UFSCAR SP) 
Sobre o tráfico negreiro, consolidado pelos portugueses no Atlântico, são apresentadas as 
afirmações seguintes. 
 
 
I. Garantiu o poder da metrópole no Brasil, assegurando a transferência da renda do setor 
produtivo para o setor mercantil. 
II. Reduziu-se ao comércio de africanos entre a África e a América, sem modelar o conjunto da 
economia, da sociedade ou da política da América portuguesa. 
III. Na América, a Coroa portuguesa reconheceu a liberdade dos índios, mas na África estimulou o 
negócio negreiro. 
IV. Possibilitou a colonização da África como concorrencial em relação à colonização do Brasil. 
V. Estimulou o intercâmbio alimentar e de costumes entre a África e a América. 
 
 
Estão corretas as afirmações: 
a) I, II e III, apenas. 
b) II, III e IV, apenas. 
c) I, III e V, apenas. 
d) II, III, IV e V, apenas. 
e) I, II, IV e V, apenas. 
 
 
37 - (UFPA) 
Estima-se que, no fim do período colonial, cerca de 42% da população negra ou mulata era 
constituída por africanos ou afro-brasileiros livres e libertos. Sobre esse expressivo contingente, é 
correto afirmar que: 
a) era o responsável pela criação de gado e pela indústria do couro destinada à exportação. 
 
 
b) vivia, em sua maior parte, em quilombos, que tanto marcaram a paisagem social da época. 
c) possuía todos os direitos, inclusive o de participar das Câmaras e das irmandades leigas. 
d) tinha uma situação ambígua, pois não estava livre de recair, arbitrariamente, na escravidão. 
e) formava a mão-de-obra livre assalariada nas pequenas propriedades que abasteciam as cidades. 
 
 
38 - (UNIFOR CE) 
Lei no 531 de 4 de setembro de 1850 estabelece medidas para a repressão do tráfico de africanos 
neste Império. 
(…) art. 1o. – as embarcações Brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estrangeiras 
encontradas nos portos, enseadas, ancoradouros ou mares territoriais do Brasil, tendo a seu bordo 
escravos (...) ou havendo-os desembarcado, serão apreendidas pelas autoridades, ou pelos navios 
de Guerra Brasileiros, e consideradas importadoras de escravos. 
(...) Eusébio de Queirós. 
(Antonio Mendes Jr. et al. Brasil-História. Texto e Consulta. Império. 
São Paulo: Brasiliense,1977. p.276) 
 
 
Com essa lei o Brasil tornava ilegal o tráfico de escravos. Expressam as conseqüências dessa lei: 
a) o crescimento do preço dos escravos, o incentivo à imigração e a oposição da sociedade à 
campanha abolicionista. 
b) a queda do preço dos escravos, as leis coercitivas à imigração e a liberação de capitais 
dinamizando a economia brasileira. 
c) a liberação de capitais dinamizando a economia brasileira, o incentivo à imigração e a oposição 
da sociedade à campanha abolicionista. 
d) a adesão de vários setores da população à campanha abolicionista, o incentivo à imigração e o 
crescimento do preço dos escravos. 
e) a adesão de vários setores da população à campanha abolicionista, o incentivo à imigração e a 
aversão do brasileiro ao trabalho braçal. 
 
 
39 - (UDESC SC) 
Na segunda metade do século XIX, muitos negros, escravos e homens livres foram presos e acusados 
de crimes como roubo, agressõese assassinatos de brancos. Nos processos-crime instaurados, é 
possível perceber numerosos depoimentos sobre o cotidiano desses trabalhadores, tornados visíveis 
pela nova historiografia brasileira. 
Assinale a alternativa que EXPLICA tais rebeldias. 
a) As ações do Estado brasileiro, o qual sempre se preocupou em apoiar movimentos 
abolicionistas. 
b) A incompreensão dos escravos negros quanto às necessidades econômicas de seus senhores. 
c) A geração de políticas de inclusão do negro na sociedade brasileira da época. 
d) A política de clareamento da população, que previa a convivência pacífica entre brancos e 
negros. 
e) A história dos trabalhadores negros, resistentes à perseguição e discriminação realizada pela 
polícia e pela sociedade em geral. 
 
 
40 - (UERJ) 
 
54 - HTh'fÓRIA DA QUEDA 00 IMPÉRIO 
em todo o caso, que outros a fizessem em seu nome ou 
à custa dêle. Homem irriquieto, voluntarioso e impul­
sivo, é claro que os seus correligionários conservadores 
o tinham como unr rebelde, politicamenlte falando. O 
que não impedia, entretanto, de o g:uardarem em reserva 
para fazê-lo, em dado momento, caso fôsse preciso, o 
general do Partido, "o segundo Caxias", como dissera 
Cotegipe ao Barão de Lucena, depois que os conserva­
dores haviam ficado, com a morte de Caxias, sem o seu 
general. Era também intenção de Cotegipe dar a Deo­
do-ro um título nobiliário, o de Barão de Alagoas, e uma 
cadeira no Senado, coisas que, afinal, não se realizaram, 
em virtude da atitude agressiva que o marechal iria 
assumir contra o Gabinete Cotegípe, ou antes, contra o 
próprio Presidente do Conselho. Com aquêle título foi 
agraciado o irmão de Deodoro, Marechal Severiano, mas 
já sob o Ministério João Alfredo41 • 
No tempo em que comandava no Rio Grande do 
Sul, Deodoro já era considerado, por sua bravura pes-
( 41) José Maria dos Santos em seu livro Bernardino de Campos e o 
Partido Re,mblicano Paulista, diz que Cote~ipe quis fazê-lo "Visconde de 
Mato Grosso", o que não é exato, i;,orque há uma confidência d o próprio 
Cotegipe a Lucena, referida por Flavio Guerra ( Lucena, um estadista de 
Pernambuco), segundo a qual o título que se cogitava de dar a Deodoro 
era o de Barão de Alagoas, o que se explicava por ser êle oriJ!inário dessa 
Província. Depois. por que .. Mato Grossoº? Deodoro não tivera, até essa 
época, maiores ligações com essa longínqua Província. Havia estado ali 
a serviço, como Capitão, em 1859, por um espaço de dois anos e pouco, 
e s6 voltaria lá vinte e dois anos depois, já Marechal-de-Campo, como 
Comandante das Armas, e assim mesmo por mu ito p ouco tempo. Nada 
justifwava, assim, o título de Visconde de :Mato Grosso, muito embora 
tais títulos fôssem dados no Império, as mais das vêzes sem que houvesse 
qualquer ligação de família, de serviços ou que mais fôsse com o galar­
doado, o que valia tirar-lhes tôda e qualquer significação. Talvez por 
isso o Imperador não os levasse muito a sério. O Barão de Paranapiacaba 
( cujo nome, por sua extensão, era transformado pelos que o troçavam em 
Barão de Nuncamaisseacaba) insinuava, certa vez, ao Monarca, a con­
cessão de um baronato ao seu amigo Sal vndor

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