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286 C A D ER N O D E Q U ES Tõ ES d) Incorreta. Consoante entendimento doutrinário majoritário, as Leis Orgânicas dos Municípios não têm natureza de Constituição, mas sim de legislação ordinária. Por conseguinte, equivocada está a alternativa d. e) Correta. A presente assertiva está correta, como explicado na alternativa a. Mas há de se ter um cuidado aqui: a banca, embora não tenha sido expressa, definiu na alternativa e o poder constituinte originário revolucionário. Entendemos que essa alternativa também estaria errada, pois, como dissemos, por exemplo, no poder constituinte originário histórico não haveria ruptura anterior, mas, mesmo assim, estaríamos diante de um poder originário. Nada obstante, a questão não foi anulada. Mesmo discordando, trouxemos a questão, pois é muito importante saber o pensamento das bancas e a forma como os temas são cobrados. 9. (Cespe/PC-MA/Delegado de Polícia) O poder constituinte originário a) é fático e soberano, incondicional e preexistente à ordem jurídica. b) é reformador, podendo emendar e reformular. c) é decorrente e normativo, subordinado e condicionado aos limites da própria Constituição. d) é atuante junto ao Poder Legislativo comum, com critérios específicos e de forma contínua. e) é derivado e de segundo grau, culminando em atividade diferida. Comentário: a) Correta. O poder constituinte originário pode ser definido como inicial, autônomo, ilimitado juridicamente, in- condicionado e permanente. Trata-se da aptidão de inaugurar uma nova ordem jurídica sem quaisquer amarras preexistentes. Assim, a afirmativa está integralmente adequada. b) Incorreta. A presente afirmativa se equivoca ao classificar o poder originário como reformador e ao lhe atribuir a capacidade de reformular uma constituição. O poder reformador é espécie de poder constituinte derivado, não podendo reformular uma Carta constitucional, eis que essa atribuição é conferida ao poder constituinte derivado revisor. c) Incorreta. As características apresentadas na alternativa c são relacionadas ao poder constituinte derivado e não ao originário. d) Incorreta. O poder constituinte originário não atua junto ao Poder Legislativo comum, uma vez que se trata de poder especial, preexistente aos órgãos Legislativos ordinários. Ademais, não há de se falar em critérios ao seu exercício, haja vista ser ilimitado juridicamente. e) Incorreta. Mais uma vez, a banca apresentou aspectos relacionados ao poder constituinte derivado e não ao originário. O poder constituinte derivado é conhecido como poder de 2º grau, pois é elaborado por um poder antecedente, o originário, o qual consiste no 1º grau do poder constituinte. 10. (Cespe/TCE-PR/Analista de Controle) A respeito do poder constituinte, assinale a opção correta. a) O caráter ilimitado do poder constituinte originário não impede o controle de constitucionalidade sobre norma constitucional originária quando esta conflitar com outra norma constitucional igualmente originária. b) Se não houver ressalva expressa no seu próprio texto, a Constituição nova atingirá os efeitos pendentes de situações jurídicas consolidadas sob a égide da Carta anterior. c) O poder constituinte originário não desaparece com a promulgação da Constituição, permanecendo em convívio estreito com os poderes constituídos. d) As assembleias nacionais constituintes são as entidades que titularizam o poder constituinte originário. e) O poder constituinte originário é incondicionado, embora deva respeitar os direitos adquiridos sob a égide da Constituição anterior, ainda que esses direitos não sejam salvaguardados pela nova ordem jurídica instaurada. Comentário: a) Incorreta. O Direito brasileiro não admite a chamada Teoria das Normas Constitucionais Inconstitucionais, encabe- çada por Otto Bachof, a qual uma norma editada pelo poder constituinte originário poderia ser considerada incons- titucional se contrastasse com direitos naturais anteriores à edição do Texto Maior ou com outros dispositivos da Constituição que possuíssem maior força. Consoante entendimento firmado pela Suprema Corte (STF, ADI 815/DF), a Constituição deve ser analisada a partir do princípio da unidade, em que não há antinomia entre suas normas, que devem ser apreciadas em conjunto. Logo, não se admite a apreciação da constitucionalidade das normas editadas pelo constituinte de 1988. b) Correta. Não existe direito adquirido em face do poder constituinte originário. O PCO é autônomo e ilimitado, inviabilizando que as alegações de direito adquirido a situações que o novo Texto Máximo proíbe. c) Incorreta. A afirmativa está correta quando afirma que o poder constituinte originário não desaparece com a promul- gação da Constituição, mas se equivoca ao apontar seu convívio com os poderes constituídos. O poder constituinte originário, a partir do momento em que é exercido, entra em estado de latência, somente sendo reativado a partir de uma ruptura com a ordem jurídica atual. Logo, durante a vigência de uma constituição, não há de se falar em exercício do poder originário. d) Incorreta. As Assembleias Nacionais Constituintes são órgãos representativos do povo, com a incumbência de ela- borar uma nova constituição, a ser posteriormente promulgada. No entanto, a titularidade do poder constituinte originário não será das Assembleias Constituintes, mas sim do povo (ou da nação, como defendeu Emmanuel Sieyès). e) Incorreta. Esta afirmativa se opõe à opção correta. Conforme ressaltamos na alternativa b, não há direito adquirido em face de poder constituinte originário. 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