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de reunião de sambistas, em substituição a "roda de samba", denominação antes em voga. E, a partir dos encontros realizados no quintal do bloco Cacique de Ramos, o nome pagode passou a denominar ao mesmo tempo um estilo de interpretação do samba e um subgênero de canção popular. A chegada desse novo estilo ao mercado se deu com as primeiras gravações do Grupo Fundo de Quintal e se consolidou com o lançamento, em 1985, do LP Raça Brasileira. Nesse disco aparece para o grande público, entre outros, o nome de Zeca Pagodinho. Privilegiando, também, a tradição do partido-alto, o estilo pagode colocou em destaque compositores como Almir Guineto, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Luiz Carlos da Vila e, mais tarde, o jovem Dudu Nobre. Na segunda metade da década de 1990, o subgênero da canção rotulado como "pagode" pela indústria fonográfica, com as inevitáveis deturpações, diluições e aproximações com o rock mundializado, colocou em evidência e tornou artistas bem remunerados vários jovens sambistas da periferia de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Mas não guindou ao estrelato, pelo menos no Rio, nenhum artista ligado ao universo das escolas de samba. (Adaptado de: Nei Lopes. O Estado de S. Paulo, C2+m/Ouvido Absoluto, 7 de maio de 2011)