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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA Aluna: GIULIA RODRIGUES CARVALHO Matrícula: 600848190 Matéria: Direito Internacional Turma: M1 Prof.: Paulo Henrique Faria Nunes Período: 10º VT – DIREITO INTERNACIONAL 1 Explique cada uma das formas de agrupamentos humanos (comunidade, sociedade, sociedade política, Estado). Comunidade é a forma inicial, mais primitiva, logo, há a preponderância do interesse individual sobre o bem comum, interesse coletivo, causando em razão disso a ausência de normas. Ressalta-se que a comunidade é um espaço desprovido de um sistema normativo evidente, possuindo um direito natural ou as leis da natureza. Sociedade é um grupo de pessoas caracterizado pela preponderância do interesse coletivoa sobre os interesses individuais, e, de consequência, torna-se um ambiente propício ao surgimento e ao desenvolvimento das normas. Assim, uma sociedade desenvolve naturalmente uma estrutura organizacional, estrutura essa que buscará garantir o cumprimento das normas, a promoção do bem-estar e solucionar pacificamente os problemas que poderão surgir. Sociedade política é um conjunto de indivíduos cujas relações são carcterizadas pela preponderância do interesse coletivo sobre o individual, existência de um sistema normativo e uma estrutura organizacional destinada à manutenção da paz e bem-estar social. Faz-se necessário, ainda, a noção de organização e autoridade, ou simplesmente um poder político. Estado é uma sociedade política soberana, nele encontram-se todas as carateristicas de uma sociedade política, sendo uma forma especial, haja vista que tem um elemento único, a soberania. 2 Por que o espaço global é considerado uma sociedade internacional e não uma comunidade internacional? Em seguida, explique por que o espaço global é considerado um ambiente politicamente precário. O espaço global é considerado uma sociedade internacional pois o que une o Estado são os interesses coletivos, não o interesse individual como na comunidade. Infere-se que a sociedade internacional é considerada uma sociedade política precária, pois inexiste uma estrutura formal central de poder, ou seja, um governo internacional. 3 Faça uma análise comparada entre os sistemas político-jurídicos estatal e internacional e explique as características elementares da sociedade internacional. Os sistemas político-jurídicos internacional são centralizados, possuem organização vertical, sistema jurídico concentrado e baseiam-se no Princípio da Subordinação. Já o sistema político-jurídico estatal, é descentralizado, possui organização paritária, sistema jurídico difuso e baseia-se no Princípio da Coordenação. 4 Faça uma análise comparada entre o direito internacional da Antiguidade (jus gentium) e o direito internacional clássico (jus inter gentes). O processo de integração regional é decorrente da convergência de interesse de dois ou mais Estados que desejam criar e aprimorar um mecanismo institucional e supranacional, destinado ao desenvolvimento comum de seus membros e o fortalecimento da região no contexto global, de maneira que sua capacidade de influencia no sistema político internacional tenha um incremento. Sabe-se que esse processo é espontâneo, devendo haver afinidade entre os Estados. 5 Indique dois elementos característicos das normas internacionais na Idade Média e três características do Direito Internacional a partir do Século XX. Os valores universais das normas internacionais na Idade Média dizem respeito aos povos que compõem a cristandade, eram influenciadas pela religião e moralidade cristã. Já o direito internacional moderno a partir do século foi formado através da consolidação da estrutura do Estado moderno, calcada na ideia de soberania. No contexto que leva à formação de uma novo ambiente político internacional, encontra-se a origem do Direito Internacional moderno. Além disso, houve a aceitação do personalidade do indivíduo. 6 Faça uma análise comparada do objeto de estudo e/ou finalidade do Direito Internacional Público e do Direito Internacional Privado. Infere-se que o Direito Internacional público é um conjunto de normas que disciplina as relações entre Estados, Organizações Internacionais, e subsidiariamente Indivíduos, e Pessoas Jurídicas de Direito Interno, e, tem por finalidade assegurar estabilidade social a um grupo, isto é, disciplinar as relações entre sujeitos com vistas à preservação do bem comum, refletido sobretudo, na pacificação do ambiente social. Por outro lado, o Direito Internacional Privado tem como objetivo imediato de solucionar os conflitos de leis originárias de sistemas normativos estatais distintos que eventualmente possam surgir, sendo um conjunto de normas de um Estado soberano com a finalidade de solucionar os eventuais conflitos entre a lei pátria e as leis estrangeiras indicando qual desses sistemas normativos (nacional ou estrangeiro) deverá ser aplicado. 7 Tendo em vista o estudo do Direito Internacional Privado, explique o que são “fatos anormais” e “elementos de conexão”. Em seguida indique qual é o principal elemento de conexão adotado no Brasil e os limites à aplicação do direito estrangeiro no território brasileiro. Fatos anormais são os fatos que tornam possível a aplicação simultânea da lei de dois ou mais países. Já elementos de conexão estão previstos nas leis de cada país, previstas em LEX FORI. No Brasil, estão previstas na LINDB, sendo que o principal elemento de conexão é o Domicilio. 8 Explique a diferença entre hard law e soft law. Hard Law é todo conjunto de atos normativos de conteúdo obrigatório, e somente será considerada hard law caso apresente conteúdo efetivamente mandatório e disponha de aspectos formais que contem com a livre manifestação da vontade dos Estados aos quais se destina a dita regra. Já o soft Law, normas flexíveis, não criam vínculo ou obrigação efetiva. 9 Explique a diferença entre as concepções voluntarista e objetivista do direito internacional. Na concepção voluntarista predomina a vontade Estatal, parte do princípio que o surgimento das normas internacionais exige a manifestação soberana. Enquanto que na concepção objetivista há a predominância dos princípios, colocando a vontade soberana em segundo plano, visto que seu foco está nos indivíduos e não tanto nos Estados. 10 Explique cada uma das categorias de sujeitos do DIP (originários, derivados, fragmentários e sui generis). A) Sujeitos Originários: São sujeitos: estados soberanos, de competência ilimitada. B) Sujeitos derivados: Não tem um processo antropológico, histórico, social e político de nascimento - elementos encontrados no processo de surgimento de um Estado. Possuem natureza meramente contratual, isto é, são criados por acordos de vontades disciplinados segundo o DIP. Competência limitada, Origem convencional; Elementos encontrados no processo de surgimento de um estado ou mais estados. São instituídas por estados soberanos mediante a assinatura de tratados, são organismos inter governamentais. C) sujeitos fragmentários: São aqueles que compõe uma sociedade política estatal - o estado São sujeitos: os indivíduos e pessoas jurídicas de direito interno. Esses sujeitos, no entanto dependem da representação de seus Estados na ordem jurídica internacional. Equivale dizer que não possuem capacidade jurídica no DIP, mas os Estados criam normas internacionais que estabelecem direitos e/ou obrigações a seus nacionais, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. Obs. Em regra dependem de representação do estado. D) Sujeitos sui generes: São aqueles que não se enquadram em nenhuma das categorias anteriores. Não são Estados nem Ols, também não são necessariamente, pessoas jurídicas de direito interno. No entanto são admitidos como sujeitos do DIP. São sujeitos: Santa se (vaticano); Taiwan, CICV, grupos insurgentes, FARE; HAMAS11 Explique por que a Santa Sé, a Cruz Vermelha e os Grupos Insurgentes e Beligerantes são considerados sujeitos do DIP embora não sejam considerados nem Estados nem Organizações Internacionais. A Santa Sé, a Cruz Vermelha e os Grupos Insurgentes e Beligerantes são considerados sujeitos do Direito Internacional Público (DIP) por serem coletividades não estatais. Também não são necessariamente, pessoas jurídicas de direito interno, todavia, são admitidos como sujeitos do DIP. 12 Trace um paralelo entre grupos insurgentes e terroristas tendo em vista os seguintes elementos: estrutura, modus operandi, condição do grupo e seus membros perante o Direito Internacional, busca de apoio e/ou legitimidade, área de atuação. Grupo Insurgente é um grupo armado e organizado que se insurge contra a autoridade de um Estado soberano em função de reivindicações de caráter político, sobretudo o clamor de uma população por independência ou pelo acesso e/ou respeito a direitos fundamentais. Os grupos insurgentes são paramilitares que representam um risco real e efetivo à estabilidade política de um Estado. Esses grupos são beneficiados com asilo político, capacidade de negociação e celebração de tratados. Por sua vez, o terrorismo é um instrumento destinado a desestabilizar uma sociedade por meio do pânico, ou terror, generalizado. Possuem o direcionamento da violência a pessoas que não se envolvem de modo direito no conflito entre o poder constituído e os rebeldes. Utilizam de violência desmedida contra civis, violência injustificada ou a natureza política. 13 Explique o que são costumes internacionais, seus elementos constitutivos e espécies. Uma prática geral aceita como sendo o direito. Seus elementos são subjetivo, que consiste na prática generalizada, reiterada, uniforme e constante de um ato na esfera das relações internacionais ou no âmbito interno, com reflexos externos. E objetivo, tendo a convicção de que essa prática é juridicamente obrigatória. Além disso, o costume, ao se relacionar com o direito, tem três espécies: Secundum Legem: o costume que não infringe a lei, antes, serve de apoio a ela; Praeter Legem: o costume que preenche as lacunas da lei; Contra Legem: a espécie do costume que vai contra a lei. Muitas vezes a lei "cai em desuso" peço motivo de haver na sociedade um costume Contra Legem (que vai contra a lei). 14 Explique o que são atos unilaterais e suas características fundamentais. Dê exemplos. Atos unilaterais são atos cuja existência tenha dependido exclusivamente da manifestação de um Estado terminam por influenciar as relações internacionais, gerando consequências jurídicas independentemente da aceitação ou envolvimento de outros entes estatais. Um exemplo é a denúncia, ato pelo qual o Estado se desvincula de um tratado. 15 Explique o que são os atos das organizações internacionais e quando essas fontes terão caráter efetivamente obrigatório. São os resultados das atividades de entidades como a ONU, que se materializam em atos que podem gerar efeitos jurídicos para o organismo que o praticou e para outros sujeitos de Direito Internacional São também denominadas de "atos unilaterais de organizações internacionais". Ao serem produzidos seus efeitos, o ato unilateral é um ato jurídico perfeito. É natural, portanto, que seja irrevogável. 16 Explique a diferença entre “tratado-contrato” e “tratado-norma” (ou “tratado- lei”). Tratado-contrato são acordos utilizados na realização de um negócio entre sujeitos do DIP (permuta, compra e venda, etc); versam sobre uma situação factual ou concreta. Já o tratado-norma são os tratados que estabelecem regras de conduta, ou comportamentais, para os sujeitos que tenham expressado seu consentimento; versam sobre temas gerais e abstratos. 17 Tendo em vista o estudo dos tratados, explique a diferença entre competência negocial “originária” e “derivada”. Competência Negocial Originária diz respeito àquele agente ou autoridade que representa originariamente um Estado, isto é, aquele que tem competência para celebrar um tratado internacional em nome de um Estado antes de qualquer outra pessoa: Chefe de Estado e /ou Governo. Por sua vez, na competência derivada os agentes que recebem poderes para representar um Estado na assinatura de um tratado internacional de quem tem competência originária possuem competência derivada. São pessoas que, num primeiro momento, não estariam aptas a celebrar um acordo internacional, todavia recebem poderes por delegação. 18 Explique o que são e como são realizadas a “adoção” e a “autenticação” de um tratado internacional. Adoção é o ato de aprovação da redação definitiva de um tratado. Usualmente, esse ato se dá por consenso entre as partes envolvidas na negociação, seu modo de realização é por consenso; votação (maioria); A autenticação, assinatura, é o ato pelo qual se confere autenticidade ao texto aprovado. 19 Explique cada uma das seguintes formas de expressão do consentimento (assinatura, troca de notas, ratificação). A assinatura consiste na forma mais simples de expressão do consentimento. No momento em que o representante do Estado assina o próprio tratado ou a ata - presume- se que o Estado já expressa seu consentimento e se obriga em relação ao texto; A troca de notas é método negocial um processo de conclusão de tratados bilaterais. Por isso com certa frequência, encontra-se a expressão - acordo por troca de notas reservais; A ratificação consiste na confirmação da assinatura perante os demais signatários após o atendimento de todas as exigências do direito interno de um Estado. 20 Explique a diferença entre ratificação interna e ratificação internacional. Ratificação Interna é o processo pelo qual um Estado, dentro de seu sistema jurídico nacional, aprova formalmente um tratado assinado e adota as medidas necessárias para sua implementação. Nele envolve aprovação legislativa ou executiva, e a emissão de um instrumento de ratificação. Afeta a aplicação do tratado no direito interno do Estado. Ratificação Internacional é o processo pelo qual um tratado entra em vigor internacionalmente após a ratificação por um número suficiente de Estados e o cumprimento dos requisitos estabelecidos no tratado. Refere-se à entrada em vigor do tratado no plano internacional e cria obrigações para todos os Estados partes. Envolve a notificação ao depositário e a formalização do tratado no cenário internacional. 21 Descreva o processo de aprovação e incorporação de um tratado ao sistema jurídico brasileiro. Inicialmente há a negociação e assinatura, nessa etapa o tratado é negociado e assinado pelo Brasil, em seguida é encaminhado ao Congresso Nacional pelo Poder Executivo para sua aprovação, o tratado então passa a ser discutido e aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, logo após, Presidente da República assina o decreto de promulgação, para sua incorporação ao sistema jurídico o decreto é publicado e, se necessário, são criadas leis ou regulamentos para implementar o novo tratado. No seu registro e notificação, o Brasil deposita o instrumento de ratificação e o tratado entra em vigor. 22 Explique o que é adesão e quando um Estado pode aderir a um tratado. Adesão é o processo pelo qual um Estado, que não participou das negociações e da assinatura inicial de um tratado, formalmente concorda em se vincular às suas disposições. Um Estado pode aderir a um tratado após a sua entrada em vigor, se o tratado permitir, ampliando a participação internacional e a eficácia do acordo, esse processo garante que o tratado possa se expandir e incluir novos membros, promovendo a adesão de mais Estados e aumentando a eficácia das normas e compromissos estabelecidos. 23 Explique o que é reserva. Os Estados sofrem algum tipo de limite quando da realização de reservas? Explique. Reserva é a declaração unilateralpor meio da qual um negociador comunica, por escrito, os demais que ele se exclui do âmbito de aplicação de certos dispositivos de um tratado. Embora um Estado tenha plena autonomia para formular reservas, salvo proibição expressa no texto do tratado, é possível que a outra parte apresente objeção às reservas. 24 Um tratado pode produzir efeitos jurídicos para terceiros Estados? Explique. Normas do tratado não se aplicam a terceiros, salvo, em geral, com o consentimento deste. 25 Explique o que é denúncia. Qual a importância do julgamento da ADI 1625, em 2023, para a denúncia de tratados por parte do Brasil? A denúncia é uma declaração formal (unilateral) por meio da qual uma parte de um tratado notifica formalmente às demais que se desobriga do cumprimento do que fora pactuado. É necessário que seja notificada por escrito. O julgamento da ADI 1625, em 2023, foi importante para a denúncia de tratados internacionais pelo Brasil, pois estabeleceu que o Congresso Nacional precisa concordar com a decisão do presidente da República para que ela seja válida. 26 Explique a importância do registro e da publicidade dos tratados. O principal objetivo do registro é contribuir para a consolidação das normas de Direito Internacional e dar publicidade ao ato para a sociedade internacional, evitando, ainda, a celebração de compromissos secretos, prática antes adotada. 27 Tendo em vista o estudo dos tratados internacionais, explique cada uma das teorias sobre a relação entre o DIP e o direito interno. Em seguida, responda: quando um tratado é incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro, a que tipo de norma ele poderá ser equiparado? Explique. A relação entre o direito internacional público (DIP) e o direito interno (ou nacional) possui diversas teorias. As principais teorias são: Monista: o direito internacional e o direito interno são vistos como partes de um mesmo sistema, e os tratados internacionais têm efeito direto dentro do país; Dualista: o direito internacional e o direito interno são separados, e os tratados só têm validade no país após serem incorporados por meio de uma lei; e, Constitucionalista: o direito internacional precisa estar em harmonia com a Constituição do país para ser aplicado. Quando os tratados internacionais são incorporados, eles se tornam normas com valor superior às leis comuns, mas ainda ficam abaixo da Constituição. Em caso de conflito entre um tratado e uma lei comum, o tratado prevalece, desde que esteja em consonância com a Constituição.