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FUFUNDAMENTOS
FILOSÓFICOS DA 
EDUCAÇÃO 
AULA 05 
Abertura 
O Mito da 
Caverna 
Olá,
Nesta aula, você vai estudar algumas questões filosóficas que permeiam o cotidiano das 
escolas. 
Com isso, você vai perceber o quanto a filosofia faz parte do seu dia a dia, mesmo que você 
não se dê conta. 
Além disso, você vai notar como a filosofia da educação é necessária para a formação dos 
professores, bem como a importância dessa reflexão na sua prática enquanto docente. 
BONS ESTUDOS!
REFERENCIAL TEÓRICO
O Mito da Caverna é uma alegoria retirada de “A República”, de Platão, que fala sobre o 
conhecimento verdadeiro e o governo político. A Alegoria da Caverna está em um diálogo de A 
República, obra de Platão, e fala sobre o conhecimento da verdade.
Nesta aula,vamos conhecer essa metáfora mais a fundo e sua relação com a educação.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Reconhecer a importância da filosofia da educação para a formação e para a prática
do educador.
• Relacionar o mito da caverna com os desafios da educação.
• Identificar questões filosóficas no cotidiano escolar.
BOA LEITURA.
Noções de filosofia da 
educação: o Mito da Caverna
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar questões filosóficas da atualidade que fazem parte do
cotidiano das escolas.
 � Reconhecer a importância da filosofia da educação para a formação
e para a prática do educador.
 � Relacionar o Mito da Caverna com os desafios da educação.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar algumas questões filosóficas que per-
meiam o cotidiano das escolas. Com isso, você vai perceber o quanto 
a filosofia faz parte do seu dia a dia, mesmo que você não se dê conta. 
Além disso, você vai notar como a filosofia da educação é necessária para 
a formação dos professores, bem como a importância dessa reflexão 
na sua prática enquanto docente. Mais adiante, o Mito da Caverna vai 
convidar você a refletir sobre as “prisões” e sobre o quanto uma única 
fonte de informação, um único ângulo da realidade, pode torná-lo refém 
e impedi-lo de conhecer novas versões e pontos de vista sobre o mundo.
Século XXI e o cotidiano da escola: questões 
filosóficas
Cada vez mais a humanidade vive e sobrevive de forma globalizada. Aconte-
cimentos de qualquer espécie ocorridos no Oriente interferem no Ocidente e 
vice-versa. Dessa forma, a escola não poderia passar ilesa. Muitas questões 
filosóficas interferem em seu modo de ser e agir enquanto instituição de ensino. 
Além disso, as relações entre os alunos, os professores e a comunidade escolar 
são regidas por influências do meio no qual eles estão inseridos.
Aspectos relacionados à filosofia permeiam a vida escolar de diferentes 
maneiras, uma vez que questões filosóficas estão mais inseridas no cotidiano 
do que você pode imaginar. No entanto, a ideia aqui é focar apenas nas questões 
pertinentes às tecnologias e às redes sociais digitais, por representarem um 
tema latente e muito presente no dia a dia das escolas. Atualmente, com os 
avanços tecnológicos e as redes sociais digitais, é possível destacar um ponto 
importante para reflexão. Tal ponto está relacionado à questão da autonomia 
dos indivíduos em relação ao uso das tecnologias. Os jovens e adolescentes, 
e até mesmo as crianças e os adultos, acabam reféns das tecnologias e seus 
hábitos passam a girar em torno delas. E você já parou para pensar se exerce 
seu senso crítico e sua autonomia ao dedicar tempo excessivo a tais tecnologias? 
Outra questão se refere à perda da identidade dos indivíduos. Muitas vezes, 
eles vivem uma vida editada e em busca da tão sonhada “perfeição” e da 
“vida ideal” para postar nas redes. Ou, ainda, em busca do “melhor ângulo”, 
como se fosse possível, na prática, escolher apenas os melhores momentos 
da vida. Com isso, outra questão que vem à tona e possibilita o debate na 
escola se refere à exposição da vida privada: qual é o preço a pagar em nome 
dessa exposição? Tal exposição sem limites seria em nome da liberdade de 
expressão ou decorrente do fato de as pessoas não suportarem o medo de cair 
no anonimato e/ou no esquecimento?
Ainda em relação a questões filosóficas, é possível destacar o respeito às 
diferentes culturas, em um mundo cada vez mais miscigenado e globalizado. 
Independentemente dos motivos, cada vez mais o movimento migratório entre 
as nações aumenta a necessidade de se discutir a importância do respeito e, 
principalmente, do conhecimento em relação às diferentes culturas do mundo. O 
que motiva tais hábitos, crenças e atitudes? O melhor é comer carne de vaca ou 
cultuar a vaca? Essas questões estão colocadas aqui propositalmente para você 
refletir o quanto a discussão e o conhecimento sobre as diferentes culturas são 
necessários para respeitar as crenças de cada povo, de cada indivíduo, indepen-
dentemente de você aceitá-las ou não, gostar delas ou não. Afinal, o fato de gostar 
de carne vermelha não faz um brasileiro melhor do que um indiano; tampouco 
dá ao primeiro o direito de desrespeitar a crença do segundo e vice-versa.
Vivemos um momento histórico conturbado em que não só a filosofia da 
história, mas também a razão e a subjetividade, os fundamentos e os valores, 
as identidades e as certezas se tornam ambíguos. O estremecimento desses 
conceitos angulares, que orientam o pensamento e a ação do homem moder-
no, afeta a vida em todas as suas dimensões. Particularmente a educação se 
vê diante de novos desafios que são cruciais para o estabelecimento de seus 
objetivos e suas práticas. Não sendo possível voltar no tempo e recuperar os 
Noções de filosofia da educação: o Mito da Caverna2
fundamentos e valores do passado nem tolerável seguir vivendo na instabi-
lidade, torna-se premente encontrar novas formas de legitimação. Essa é a 
tarefa que a Filosofia e, no contexto da educação, a Filosofia da Educação 
pode e deve assumir (GOERGEN, 2006, p. 591).
Vem daí a necessidade de discutir esses e outros aspectos em sala de aula, com 
os alunos, colegas professores, direção escolar. Tais questões já estão instauradas 
e, como você acabou de ver, não é possível voltar no tempo e tampouco ignorar 
tais fatos, já que eles provocam uma mudança nos hábitos, como ocorre no caso 
das tecnologias e das redes sociais digitais. Como fechar os olhos para o fato de 
que um aluno está postando toda a sua rotina nas redes sociais digitais e pode ter 
sua vida íntima “invadida” e exposta, sem sua permissão, para outros colegas e 
até mesmo para pessoas desconhecidas? Em vez de você questionar de quem é a 
responsabilidade em relação aos jovens (até mesmo crianças), o debate deveria 
girar em torno do que fazer para evitar esse tipo de acontecimento. E, ainda, de 
que forma a escola e os professores podem preparar os alunos para agir e reagir 
diante dessas e de tantas outras situações da vida cotidiana?
A Figura 1 remete a uma reflexão acerca desse novo comportamento rela-
cionado ao uso das redes sociais digitais e às questões filosóficas, já destacadas 
anteriormente, resultantes desses novos hábitos. A partir da figura, você pode 
refletir sobre o quanto está refém e prisioneiro dessa tecnologia que veio para 
trazer benefícios, mas que abre o debate para novas questões importantes, que 
envolvem toda a comunidade escolar.
Figura 1. O comportamento humano em relação às redes sociais.
Fonte: Iconic Bestiary/Shutterstock.com.
3Noções de filosofia da educação: o Mito da Caverna
A ética é a arte da convivência: esse é o tema da 
palestra do professor Clóvis de Barros Filho no 
 TEDxSãoPaulo. Essa palestra é uma oportunidade 
para você compreender um pouco mais sobre ética e 
refletir acerca do assunto. Assista ao vídeo acessando 
o link ou código a seguir.
https://goo.gl/NB9GeU
A filosofia da educação inspirando a formação e 
a prática docente
Quando se pensa em filosofia, logo vêm à mente nomes como Platão, Sócrates, 
Aristóteles e tantos outros pensadores importantes da área.Mas e a filosofia da 
educação? Com qual objetivo surgiu e, nos dias atuais, como pode contribuir 
para a formação dos professores? A filosofia da educação no Brasil surgiu com 
a chegada dos jesuítas (MAURANO; HENNING, 2013) e, conforme aponta 
Severino (2000, p. 273): “[...] a formação dos educadores bem como de seus 
educandos confundia-se com sua formação religiosa”. Assim, a filosofia da 
educação no Brasil assumiu um cunho muito mais ideológico, fugindo da 
essência da filosofia e da educação que visam, juntas, promover uma análise 
reflexiva em relação à vida e às suas diferentes situações.
Maurano e Henning (2013, p. 8.265) consideram que a filosofia da educação, 
quando surgiu, não cumpria com seu principal papel, uma vez que:
[...] o seu surgimento não ocorreu sob o pensamento crítico, questionador, 
exigente, mas sim sob um pensamento que só perpetuava a situação vigente, 
o poder da Igreja. A disciplina era desenvolvida simplesmente como elemento 
de ensino, não promovendo questionamentos sobre si mesma e sobre os fins 
da Educação “brasileira”.
Nesse sentido, você pode considerar que a essência da filosofia não 
estava sendo contemplada, tampouco a da filosofia da educação, pois esta 
consiste em promover uma visão crítica da realidade. Por isso a filosofia 
da educação é tão importante na formação dos professores: ela contribui 
Noções de filosofia da educação: o Mito da Caverna4
em sua formação enquanto profissionais capazes de assumir uma postura 
crítica e um pensamento autônomo diante de diferentes situações. Além 
disso, essa formação possível com a filosofia da educação possibilita que 
o aluno, ao partir para a sua prática enquanto professor, compartilhe essa
postura crítica com seus estudantes. Dessa forma, ele poderá fazer com que
eles sejam questionadores e curiosos em seu dia a dia. Afinal, como você
sabe, a escola e os ensinamentos promovidos por ela vão além de fórmulas
matemáticas e conjugações verbais.
O papel principal da escola, por meio de seus professores, é o de promover 
a educação. Para Dewey (1979b, p. 10), “A educação é para a vida social aquilo 
que a nutrição e a reprodução são para a vida fisiológica”. Assim, para aprender 
fórmulas e verbos, o aluno (seu aluno e você enquanto aluno) não precisa sair 
da sua casa, basta acessar a internet e tudo está disponível nela, com exemplos 
práticos e reais. A escola tem um papel muito maior e, para desenvolver esse 
papel, o professor é seu principal aliado. Ele está à frente dos alunos no dia a 
dia, sendo capaz de auxiliá-los na busca pelo entendimento da prática, além 
de aliar essa prática com a teoria dos livros didáticos, já que: 
A virada da prática no campo do conhecimento moderno não significa, en-
tretanto, um esquecimento da teoria, esvaziada dos seus fundamentos em 
benefício de metodologias e técnicas. Antes disso, significa que há uma 
nova interdependência entre o teórico e o prático, e não a simples diluição 
de um dos polos contrastantes no outro. Em síntese, de certo ponto de vista, 
se a teoria não for prática, isto é, se ela não impelir à ação, torna-se inócua, 
vazia e sem sentido para o mundo em que vivemos. E, de outro, a prática 
nesse contexto não pode mais ser concebida como um agir empírico e sem 
princípios, uma vez que ela surge impulsionada justamente por uma teoria 
(TREVISAN, 2011, p. 204).
Por esse motivo, o professor é fundamental para fazer o elo entre o aluno, a 
teoria e a prática. Essa ligação será significativa para ambos, pois não é apenas 
o aluno que aprende: quando aluno e professor assumirem essa postura indaga-
dora diante da realidade apresentada, quando forem além do que está posto e
exposto e buscarem na origem da filosofia uma atitude questionadora, a escola 
terá cumprido seu papel de transformar os sujeitos envolvidos no processo de
ensino-aprendizagem. Isso mesmo que ao fim desses questionamentos eles se 
deem conta de que, assim como Sócrates, nada sabem.
A filosofia da educação, nas palavras de Antônio Severino (1994, p. 28), 
“É uma reflexão filosófica sobre a educação”. Ou seja, é o olhar da filosofia 
sobre a educação. A educação é posta como uma questão, como um problema. 
5Noções de filosofia da educação: o Mito da Caverna
Por esse motivo, ela passa a ser tratada como uma questão filosófica. Assim, 
alguns questionamentos resultam desse olhar, por exemplo, o ser humano é 
educável? Num primeiro momento, sua resposta será imediatamente sim, pois 
essa questão soa como obviedade. Mas obviedade não existe na filosofia. Nesse 
sentido, então, você deve ir em busca de uma resposta. Se responder que sim, 
então afirma que o ser humano é, sim, passível de ser educado. Assim, ao 
conceber o ser humano como educável, você pode perceber que ele não nasce 
pronto, que precisa ser desenvolvido e que o que pode proporcionar isso é a 
educação, por meio dos professores.
“Só sei que nada sei”: essa é uma frase célebre de um grande nome da filosofia. Ela foi 
dita por Sócrates. O pensamento do filósofo grego Sócrates, que viveu entre 469 e 
399 a.C., marca uma reviravolta na história humana. Antes de Sócrates, a filosofia tentava 
explicar o mundo baseada na observação das forças da natureza. A partir dele, o ser 
humano voltou-se para si mesmo, concentrando a filosofia no homem e em sua alma. 
Sócrates tinha a preocupação de levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, 
à sabedoria e à prática do bem. Vem daí a importância de você conhecer mais sobre 
esse grande pensador. Assim, pode compreender como melhorar seu entendimento 
da prática docente.
A frase “Só sei que nada sei” tem muito significado para os professores. Afinal, eles 
têm o papel de atuar como mediadores em sala de aula, na posição daquele que não 
sabe tudo e que está disposto a dividir o pouco que sabe com seus alunos.
Saiba mais sobre quem foi Sócrates e conheça a origem dessa e de outras frases 
no link a seguir.
https://goo.gl/h1UBhS
Desafios da educação: do Mito da Caverna à 
atualidade
Ao estudar filosofia, mesmo em uma disciplina isolada, o Mito da Caverna de 
Platão estará presente, pois se trata de um clássico da filosofia. Além disso, 
Platão geralmente é um dos primeiros filósofos a ser estudado, uma vez que é 
indiscutivelmente reconhecido como um dos maiores pensadores da filosofia. 
Você pode considerar o Mito da Caverna uma importante passagem para o 
Noções de filosofia da educação: o Mito da Caverna6
surgimento da filosofia. Ele também é chamado de “alegoria da caverna” e é 
parte integrante do Livro VII de A República, de Platão. Aranha e Martins 
(1997) contam que o mito é um diálogo apresentado por Platão, com falas de 
Sócrates na primeira pessoa e dois interlocutores, Glauco e Adimanto, irmãos 
mais novos de Platão. 
A descrição feita por Platão (1993) apresenta uma imagem (veja a Figura 2) 
de muitos homens em uma caverna. Esses homens, na verdade, se encontram 
aprisionados na caverna. Desde seu nascimento eles foram acorrentados no 
interior dela, podendo olhar apenas para uma parede iluminada por uma 
fogueira. A fogueira, conforme a descrição, é utilizada para iluminar uma 
espécie de cenário. Esse cenário representa o cotidiano, com alguns seres vivos 
(homens, plantas, animais, etc.) que estão dispostos de forma a representar 
uma espécie de rotina, o dia a dia de uma vida corriqueira. 
Aos prisioneiros é permitido ver apenas a imagem projetada na parede por 
meio da luz da fogueira que reflete o cenário. Ao visualizarem as sombras, 
eles pensam que essas sombras são os seres vivos, pois desconhecem o cenário 
existente na caverna. O tempo vai passando e esses homens vão dando nomes 
a essas sombras (assim como se faz nos dias de hoje com os objetos e seres 
novos que são descobertos). Além disso, eles vão registrando a regularidade 
das aparições dessas sombras. Os prisioneiros criam inclusive campeonatos 
para ver quem acerta os nomes e a regularidade das aparições, como uma 
forma de se divertirem.
Ainda na descrição de Platão (1993), um dosprisioneiros, certo dia, é 
forçado a sair das amarras e vasculhar o interior da caverna. Assim que 
se depara com a fogueira e o cenário, ele percebe que o que permitia a 
visão era a fogueira. Também se dá conta de que as imagens, que para os 
prisioneiros pareciam seres reais, não passavam das sombras que o fogo 
criava ao ser projetado no cenário. O que era real eram as estátuas, e não 
as sombras. 
O prisioneiro se dá conta de que passou a vida inteira julgando apenas 
sombras e ilusões, desconhecendo a verdade, isto é, estando afastado da 
verdadeira realidade. Assim, ele é arrastado para fora da caverna e, quando 
sai, a luz do sol ofusca sua visão imediatamente. Por isso, é necessário 
certo tempo para que ele se habitue a essa nova realidade, podendo assim 
voltar a enxergar as maravilhas fora da caverna. Ele percebe então que 
os seres que eles consideravam vivos possuíam outras características e 
qualidades que as sombras não mostravam. Além disso, percebe que o Sol 
é a fonte da luz que o faz ver o real, bem como é dessa fonte que provém 
toda existência. 
7Noções de filosofia da educação: o Mito da Caverna
O ex-prisioneiro fica entusiasmado com o novo mundo e com todas as 
suas possibilidades, então ele se lembra dos seus antigos amigos no interior da 
caverna e da vida que lá levavam. De imediato, sente pena deles, da escuridão 
que os cercava. Então decide voltar à caverna para compartilhar com os amigos 
o novo mundo que descobriu. Porém, seus amigos continuam prisioneiros e
apenas com a visão da caverna, assim debocham do amigo e dizem que ele
está louco e que, se não parar com suas maluquices, irão matá-lo.
Figura 2. O Mito da Caverna.
Fonte: Oliveira ([2018?]).
Agora, voltando aos dias de hoje, você pode se questionar o seguinte: quanto 
o Mito da Caverna, descrito por Platão, tem relação com a contemporaneidade?
O que é a caverna? O mundo de aparência em que vivemos. Que são as som-
bras projetadas no fundo? As coisas que percebemos. Que são os grilhões 
e as correntes? Nossos preconceitos e opiniões, nossa crença de que o que 
estamos percebendo é realidade. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da 
caverna? O filósofo. O que é a luz do Sol? A luz da verdade. O que é o mundo 
iluminado pelo sol da verdade? A realidade. Qual o instrumento que liberta 
o prisioneiro rebelde e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros?
A Filosofia (CHAUÍ, 2004, p. 12).
De forma bem sucinta e direta, a filósofa Chauí relaciona a transcrição de 
Platão com os dias atuais. Indo além, você pode considerar que a caverna é 
Noções de filosofia da educação: o Mito da Caverna8
uma prisão, mas não necessariamente uma prisão formal, como as que você 
conhece. Enquanto professor, você pode considerar que na caverna podem 
estar aprisionados os desejos que os professores têm de uma educação de 
qualidade, com condições melhores para todos os envolvidos no contexto 
educacional. O prisioneiro que fugiu pode ser um professor que iniciou sua 
prática docente decidido a fazer a diferença e, ao tentar pequenas mudanças, 
percebe que é possível. Imediatamente quer compartilhar com seus colegas, 
mas eles, já cansados dos desafios e da árdua caminhada, o consideram louco. 
O sistema educacional brasileiro, suas condições de trabalho e remuneração 
podem ser a caverna. Mesmo que muitos professores tenham o desejo de 
tentar o novo, assim como o prisioneiro que conseguiu sair, ao voltarem para 
contar que é possível, são mortos por esse sistema, que é mais forte do que o 
desejo de mudança. 
Além disso, a televisão e as redes sociais digitais também podem ser uma 
caverna e aprisionar as pessoas, mostrando apenas um ângulo das situações. 
Quem não consegue se desprender das amarras passa a considerar esse único 
ângulo que conhece como uma verdade absoluta, e o que for diferente dessa 
sombra projetada passa a ser visto como loucura ou devaneio. Porém, seu papel 
enquanto professor é o de lutar contra as amarras, sejam elas representadas 
por seus medos, seus preconceitos em relação ao próximo ou a conceitos que 
você forma da realidade. Essas amarras também podem ser representadas 
pelas incertezas da trajetória profissional e pelas dificuldades relacionadas 
à infraestrutura e à remuneração da carreira docente. Você precisa se des-
prender e, ao encarar esse novo, a luz que ofusca seu olhar, enfrentá-lo e 
descobrir um novo mundo, de grandes descobertas e diferentes ângulos, capaz 
de transformar vidas.
O Mito da Caverna de Platão propõe (de forma provocativa) uma reflexão 
acerca da libertação. As correntes, as sombras, a prisão e a falta de luz podem 
ser vistas como a comodidade, a preguiça ou o medo que as pessoas têm de 
sair da zona de conforto e tentar algo novo, seja na área que for das suas vidas. 
Esses sentimentos, de forma metafórica, estão presentes no Mito da Caverna. 
Além deles, você também pode se deparar com a enganação, que impossibilita 
os prisioneiros de saírem daquela falta de movimento. Mas, de repente, um 
deles consegue soltar-se, sair da caverna e ver como o mundo é, sem desvios 
e de forma consciente, livre e racional. A partir daí, pode comparar as di-
ferentes realidades e fazer suas escolhas. Dessa forma, você pode perceber 
que o Mito da Caverna possibilita diversas interpretações muito atuais para 
o mundo contemporâneo.
9Noções de filosofia da educação: o Mito da Caverna
ARANHA, M. L. A. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: 
Moderna, 1997.
CHAUÍ, M. S. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2004.
DEWEY, J. Democracia e educação: introdução à filosofia da educação. 4. ed. São Paulo: 
Companhia Editora Nacional, 1979. (Atualidades Pedagógicas, v. 21).
GOERGEN, P. Questões im-pertinentes para a filosofia da educação. Educação e Pes-
quisa, v. 32, n. 3, p. 589-606, 2006. Disponível em: . Acesso em: 9 maio 2018.
MAURANO, L. M. S.; HENNING, L. M. P. A origem da filosofia da educação brasileira 
está atrelada à preocupação com a formação de professores? In: SEMINÁRIO INTER-
NACIONAL DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS, SUBJETIVIDADE E EDUCAÇÃO, 2., 2013, 
Curitiba. Anais... Curitiba: PUCPR, 2013. p. 8252-8268. Disponível em: Acesso em: 9 maio 2018.
OLIVEIRA, C. Prisioneiros da caverna. [2018?]. Disponível em: . Acesso em: 9 maio 2018.
PLATÃO. A República. 7. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1993
SEVERINO, A. J. Filosofia da educação: construindo a cidadania. São Paulo: FTD, 1994.
TREVISAN, A. L. Filosofia da educação e formação de professores no velho dilema 
entre teoria e prática. Educar em Revista, n. 42, p. 195-212, 2011. Disponível em: . Acesso em: 9 maio 2018.
Leituras recomendadas
BARROS FILHO, C. A ética é a arte da convivência. Youtube, 3 jan. 2018. Disponível 
em: Acesso em: 9 maio 2018.
DEMO, P. Ironias da educação: mudanças e contos sobre mudança. Rio de Janeiro: 
DP&A, 2000.
SUPER INTERESSANTE. “Só sei que nada sei”, Sócrates. 2016. Disponível em: . Acesso em: 9 maio 2018.
Noções de filosofia da educação: o Mito da Caverna10
Para este portfólio, releia o Mito da Caverna e faça uma redação estabelecendo um paralelo 
entre:
- os homens que viviam aprisionados na caverna
- homens diante da televisão
- alunos em fileiras em frente ao quadro em uma sala de aula
PORTFÓLIO
OBS: Para redigir sua resposta, use uma linguagem acadêmica. Faça um texto com no 
mínimo 20 linhas e máximo 35 linhas. Lembre-se de não escrever em primeira pessoa do 
singular, não usar gírias, usar as normas da ABNT: texto com fonte tamanho 12, fonte arial 
ou times, espaçamento 1,5 entre linhas, texto justificado.
PESQUISA
AUTOESTUDO!
Vamos construir juntos a base para seu melhorconhecimento.
GRANDES MESTRES
Conheça suas histórias, suas principais obras, suas idéias.
PLATÃO
Teve grande influência na teologia cristã e na filosofia ocidental. Para ele, o homem vivia 
preso num mundo de sombras, sem conseguir ver a realidade. Foi o primeiro filósofo a 
produzir uma obra substancial que sobreviveu ao tempo. A Academia, fundada por ele – e 
considerada a primeira instituição de ensino superior do Ocidente – sobreviveu por 
mais de 800 anos.
N
	VV7 - 012 - 05 - 10315 - NOCOES DE FILOSOFIA - MITO DA CAVERNA.pdf
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