Logo Passei Direto
Buscar
LiveAo vivo
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

[Digite texto] 
2019 
Apostila 
Comunicação e noções de informática 
 
 
1 
 
UNIDADE I 
Variação Linguística 
 
PONTO DE PARTIDA 
No decorrer desta unidade, será abordado o conceito de variação linguística, um 
fenômeno natural comum a qualquer língua do mundo. Tentaremos desmistificar 
alguns pré-conceitos recorrentes no nosso dia a dia acerca do conhecimento da 
língua portuguesa, pois, conforme veremos, o respeito à fala do outro é fundamental. 
Por outro lado, veremos que, na atual sociedade, é fundamental o domínio de uma 
determinada modalidade da nossa língua: a norma culta. 
 
OBJETIVO 
Preparar o aluno para refletir e desenvolver o senso crítico acerca da própria língua. 
Oferecer subsídios para que o aluno compreenda o uso da língua portuguesa em 
seus diferentes contextos e levá-lo a compreender a importância do domínio da 
norma culta da língua portuguesa. 
 
Introdução 
A variação linguística é um fenômeno natural às línguas do mundo. Trata-se de uma 
propriedade das línguas de se modificarem, por diversas circunstâncias, ao longo do 
tempo, de acordo com região, classe social e contexto de fala. De acordo com Celso 
Cunha (1984) em Uma política do idioma: 
Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num 
só local, apresenta um seminúmero de diferenciações. [...] Mas essas 
variedades de ordem geográfica, de ordem social e até individual, pois cada 
um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o 
gosto e o pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a 
consciência que têm os que a falam diversamente de se servirem de um 
mesmo instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção. 
Assim, a língua portuguesa, assim como qualquer outra língua natural do mundo, 
varia ao longo do tempo e do espaço da sua utilização. Varia ao longo da sua 
própria história e ao longo da vida dos falantes que a utilizam. 
 
1. Que língua falamos? 
 
 
2 
 
A língua portuguesa é falada por, aproximadamente, 250 milhões de pessoas no 
mundo, e o Brasil responde por cerca de 80% desse total. 
 
https://profroselibaracal.files.wordpress.com/2015/11/lingua.jpg 
Conforme se observa no mapa acima, o português é falado em 4 continentes: (1) 
Europa: Portugal; (2) América: Brasil; (3) África: Guiné Bissau, Angola, Moçambique, 
Cabo Verde, São Tomé e Príncipe; (4) Ásia: Timor Leste. Além disso, é falado 
também na Ilha da Madeira (território português), Goa (estado indiano) e Macau 
(território chinês). 
Em 1996, foi criada a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que 
reúne todos os países de língua oficial portuguesa com intuito de aumentar a 
cooperação e intercâmbio cultural entre eles. 
 
2. Línguas do Brasil 
Engana-se quem pensa que em todo o vasto território brasileiro se fala apenas o 
português. A começar pela Língua Brasileira de Sinais (libras) que, ao lado da língua 
portuguesa, é também uma língua oficial do nosso país. Além disso, temos uma 
diversidade de cerca de 200 línguas indígenas, dentre as quais, destacam-se o 
nheengatu, tucano, karitiana, ariquém, faladas na região amazônica. Por fim, as 
línguas de imigrantes como o alemão, o japonês e o espanhol, que são faladas até 
hoje no Brasil. 
 
2.1. Variedades do português 
A língua portuguesa não é homogênea em toda a extensão do nosso imenso país. 
Tampouco é idêntica às variedades de português faladas em Portugal ou nos países 
https://profroselibaracal.files.wordpress.com/2015/11/lingua.jpg
 
 
3 
 
africanos. Basta viajarmos algumas horas para o interior de São Paulo que já 
percebemos a diferença na pronúncia de algumas palavras – o que chamamos de 
sotaque – ou mesmo ouvirmos palavras que desconhecemos. Ao conversarmos com 
alguém mais velho ou muito mais novo que nós, também é possível perceber 
diferenças no modo de falar. Observe o seguinte texto: 
[...] 
— Posso escolher meu presente do Dia das Mães, meu fofinho? 
— Não, mãe. Perde a graça. Este ano, a senhora vai ver. Compro um 
barato. 
— Barato? Admito que você compre uma lembrancinha barata, mas não 
diga isso a sua mãe. É fazer pouco-caso de mim. 
— lh, mãe, a senhora está por fora mil anos. Não sabe que barato é o 
melhor que tem, é um barato! 
— Deixe eu escolher, deixe... 
— Mãe é ruim de escolha. Olha aquele blazer furado que a senhora me deu 
no Natal! 
— Seu porcaria, tem coragem de dizer que sua mãe lhe deu um blazer 
furado? 
— Viu? Não sabe nem o que é furado? Aquela cor já era, mãe, já era! [...] 
(ANDRADE, 1988) 
No diálogo acima, percebe-se diferenças nas variedades linguísticas utilizadas pela 
mãe e pelo filho, ou seja, o filho utiliza determinadas gírias, características de sua 
idade e que não são entendidas pela mãe. Isso acontece porque o português, assim 
como qualquer outra língua do mundo, varia de acordo com a região, classe social, 
idade, situação de fala etc. 
 
 Variação geográfica (diatópica) 
Além de Brasil e Portugal, a língua portuguesa, conforme vimos, é falada em vários 
países africanos como Angola e Moçambique, apresentando grande variação entre 
esses países. No entanto, dentro do próprio território brasileiro, encontramos 
variações marcantes entre os falares regionais. Como exemplo, podemos citar a 
palavra banheiro que, em Portugal, significa salva-vidas (fiscal de banhistas nas 
praias), como chamamos aqui no Brasil. Outro exemplo seria o uso do pronome tu, 
que é mais usado no norte e nordeste do Brasil, já parte do sudeste prefere o você. 
 
 Variação histórica (diacrônica) 
A língua portuguesa não foi sempre como é atualmente. Percebemos isso no diálogo 
com pessoas de idades diferentes na nossa, mas essa mudança é percebida com 
 
 
4 
 
maior clareza quando comparamos textos de épocas bem diferentes da nossa, 
observe: 
A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons rostos e 
bom narizes, bem feitos. [...] Ambos traziam o beiço de baixo furado e 
metido nele um osso verdadeiro de cumprimento de uma mão travessa, e 
de grossura de um fuso de algodão, agudo como um furador [...]. (Trecho de 
uma carta de Pero Vaz de Caminha) 
 
 Variação estilística 
De acordo com a situação em que nos encontramos, variamos nossa linguagem. Em 
cada momento, podemos ter um modo particular de falar, pois temos que nos 
adaptar a cada contexto. Falamos de modo diferente com nossos pais e com os 
amigos, falamos de modo mais respeitoso com os mais velhos do que com quem 
tem a nossa idade, por exemplo. Por isso, dominamos várias modalidades do 
português. 
 
 Variação social 
A classe social do falante é um fator que está intimamente relacionado com o grau 
de escolaridade deste e, portanto, é de extrema importância para a compreensão da 
variação linguística. Quem estuda mais, lê mais, tem mais oportunidades dentro da 
sociedade e, por consequência, fala e escreve com maior complexidade. 
Apesar dessa diferença de escolaridade, não podemos afirmar que algumas 
pessoas falam mais corretamente que as outras, pois devemos entender que todo 
modo de expressão, ou seja, todo sistema linguístico é completo e complexo. Por 
outro lado, o domínio da língua padronizada se faz necessário. 
 
3. Preconceito linguístico 
O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que se faz entre 
língua e gramática normativa. A língua portuguesa, assim como qualquer outro 
idioma, é muito mais diversificada do que a norma-padrão. Como vimos até agora, a 
língua possui grandes variações no modo como é utilizada por seus falantes. 
A gramática normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível 
do nosso idioma – é uma das variedades da língua – e é geralmente adotada em 
relação ao ensino e nas situações formais, por isso, é apresentada como a 
variedade de maior prestígio. Essa descrição tem seu valor e seu mérito, mas é 
 
 
5 
 
parcial, pois não explica todos os fenômenos da língua. Logo, não pode serlongos anos de escolarização. Assim, é de se 
esperar que haja diferenças marcantes entre falar e escrever, embora essas duas 
modalidades da nossa língua não possam ser entendidas como antagônicas. 
Vejamos o quadro a seguir: 
Quadro 1: Fala e Escrita 
FALA ESCRITA 
Espontânea Planejada 
Apoio contextual Ausência de contexto 
Relação direta com o interlocutor; 
interação imediata 
Interlocutor está distante, não interage 
em tempo real 
Repetições, redundâncias, desvios. 
Obedece ao fluxo de pensamento mais 
natural 
Controle da sintaxe. Repetições e 
redundâncias fazem o texto ficar 
confuso. 
Predomínio de orações coordenadas Predomínio de orações subordinadas 
 
No quadro acima, é possível obervar que, na escrita, não dispomos de alguns 
recursos presentes na fala como apoio do contexto e interação direta com o 
interlocutor, assim, na hora de escrever, é preciso ser o mais claro e objetivo 
possível, para que o leitor compreenda nosso texto. Além disso, a fala obedece ao 
nosso fluxo de pensamento: vamos falando à medida que as ideias surgem, assim, 
com frequência, fazemos repetições, usamos expressões como né, ok, tipo, dentre 
tantas outras, como forma de organizar nosso pensamento, o que para a fala é 
normal. No entanto, se vamos para a modalidade escrita, é diferente, pois um texto 
repetitivo, por exemplo, torna-se ruim. 
 
2. Não há bom escritor que não seja também um bom leitor 
Nosso ponto de partida desta unidade foi a afirmação de que é necessário ser um 
bom leitor para ser bom escritor. De fato, a leitura é fundamental para o processo de 
escrita e essas duas práticas são indissociáveis. 
 
 
52 
 
Quando lemos, memorizamos e assimilamos estruturas próprias da língua escrita. 
Além disso, é a partir da leitura que vamos adquirir os conhecimentos necessários 
sobre um determinado assunto, o que constrói em nós uma bagagem para quando 
formos escrever nosso próprio texto. Desse modo, a recomendação é: leia com 
frequência, desafie-se a todo momento a ler coisas novas. 
 
3. Começando o texto 
Antes de começar a escrever, é preciso definir o assunto e o tipo de texto que 
escreverá. Feito isso, é hora partir para a escrita. Há diversas maneiras de se 
começar um texto, o que mostrarei a seguir é um caminho possível e ajudará se 
você ainda não tem tanta familiaridade com a escrita, mas é importante achar o seu 
jeito de escrever e praticar, pois o intuito é sempre melhorar e aperfeiçoar a sua 
escrita. 
 
3.1. Fazer anotações independentes ou escrever tudo que vem à mente 
Ir anotando todas as ideias que vêm à mente é uma boa estratégia para começar, 
isso ajuda a não perder ideias importantes, que podem nos escapar se não 
escrevemos na hora. Assim, anote tudo que vier à sua mente sobre o assunto. 
Depois, vem a seleção. É hora de escolher as ideias mais importantes e aquelas que 
queremos enfatizar em nosso texto, cortando aquilo que nesse momento você julgar 
desnecessário. O esboço do seu texto será formulado a partir daí e, para construí-lo, 
você provavelmente terá que desenvolver algumas ideias, resumir outras e ir 
eliminando repetições. 
 
3.2. Primeira versão e revisão 
Agora que você já tem o esboço, é preciso organizar com mais cuidado as ideias, 
pensando em uma ligação e em uma hierarquização entre elas. A partir dessa 
organização mais atenta das ideias, você elaborará a primeira versão do seu texto 
(para um texto ficar bom, é preciso que ele tenha mais de uma versão, às vezes, são 
necessárias várias versões de um mesmo texto). 
Tendo em mãos essa primeira versão, é hora de aprimorá-lo. Nesse aprimoramento, 
já é necessário olhar com atenção para o encadeamento entre as ideias, fazendo o 
uso de recursos coesivos. Uma última etapa é a revisão. Nesse momento, é hora de 
 
 
53 
 
olhar com maior atenção questões de ordem gramatical (acentos, pontuação, 
ortografia etc.). Passadas essas etapas, você já terá a versão final do seu texto. O 
que não significa que, em outro momento, não possa revê-lo e melhorá-lo. 
 
4. Na prática 
Observe o seguinte texto adaptado da Apostila de Redação do Cursinho Acepusp. 
2009, vol.1: 
Ao contrário do que se pensa, a difícil relação entre pais e filhos não é um 
problema exclusivo da vida contemporânea. Desde tempos mais remotos, o 
homem sempre teve problemas ao tentar educar os filhos. Portanto, a vida 
contemporânea acabou trazendo muitos outros problemas nessa já difícil 
relação como, por exemplo, as drogas. 
Atualmente acredita-se que as drogas são o maior problema da relação 
entre pais e filhos. Esquece-se, entretanto, da recente questão da adoção, 
que acaba criando, de um lado, os pais biológicos e, de outro, os pais 
adotivos. Essa situação conduz à seguinte pergunta – quem são os 
verdadeiros pais: os biológicos ou os adotivos? 
O texto que você acabou de ler apresenta alguns problemas 
I. Apresenta pressupostos questionáveis sobre a realidade: “Ao contrário do que se 
pensa, a difícil relação entre pais e filhos não é um problema exclusivo da vida 
contemporânea.‖ É questionável, pois não parece que para a maioria o problema 
seja específico da atualidade, apenas mais intenso. 
II. Emprego inadequado de conectivo: portanto relaciona mal as informações, pois 
não se trata de uma relação de conclusão. 
III. Inclusão de informações não pertinentes: se, como mostra o segundo parágrafo, 
será discutida a relação entre pais e filhos adotivos, não parece pertinente citar a 
questão das drogas. 
IV. Contradição: nos dois primeiros períodos, o autor afirma que o problema em se 
educar os filhos não é exclusivo da atualidade, mas algo que existe desde tempos 
remotos, logo, espera-se que ele vá defender essa ideia. Entretanto, o autor mostra 
apenas dados da atualidade. 
Como melhorar esse texto? 
Embora a difícil relação entre pais e filhos não seja um problema exclusivo 
da atualidade – já que, desde tempos remotos, o homem sempre teve 
problemas ao tentar educar os filhos –, a vida contemporânea acabou 
trazendo muitos outros problemas nessa já difícil relação. Um dos 
problemas a serem discutidos é a recente questão da adoção. 
 
 
54 
 
 
5. Começo, meio e fim 
Lembre-se de que, independente do tema, seu texto deve ter um começo, um meio 
e um fim, ou seja, introdução, desenvolvimento e conclusão. Vejamos um exemplo 
de um texto cujo tema seria canções: 
Introdução: situar o leitor acerca do tema que será abordado. 
Existe música para todos os gostos e todas as ocasiões. As canções podem 
falar de amor, de política ou simplesmente retratar a realidade e, até 
mesmo, promover a cura de doenças. 
Desenvolvimento: Desenvolver o tema por meio de detalhamento das ideias, 
exemplos ou fatos; defesa de uma ideia ou ponto de vista. 
Há pessoas que preferem as canções calmas, outras preferem as agitadas. 
Não importa o tipo e a hora em que se ouve a música, o importante é o 
sentimento que ela transmite, pois pode-se encontrar música em tudo, do 
assobio de um pássaro ao barulho de um motor. 
 Alguns escrevem falando sobre o amor, outros relatam o que está 
acontecendo no Brasil, como a música ―comida‖ de Arnaldo Antunes e 
Marcelo Frommer, que fala sobre o desejo da população. Essa vertente de 
músicas voltadas para a questão social não é nova. Canções feitas na 
década de 60, no Brasil, mostram como essa época foi de muitas 
repressões e restrições. 
Além do prazer estético e de denunciar problemas sociais, pesquisas 
mostram o poder curativo das canções, que podem levar à cura de diversas 
doenças. 
Conclusão: a conclusão nasce de tudo aquilo que se afirmou anteriormente. É hora 
de amarrar as ideias. 
Conclui-se, então, que a música pode ser uma fonte de alegria e prazer, 
uma forma de conscientização e denúncia social ou um excelente remédio. 
Com tantos benefícios, não causa surpresa que o homem esteja sempre em 
contato com a música. 
SÍNTESE 
Em síntese, escrever bem demanda muito esforço, trabalho e leitura.No entanto, é 
preciso, antes de mais nada, acreditar que é possível ser um bom escritor, pois parte 
da nossa dificuldade com a escrita se dá por bloqueios que construímos. Não há 
como fugir da escrita, pois a nossa vida cotidiana está encharcada dela e mais dia 
menos dias nos depararemos com situações em que uma escrita mais elaborada 
será exigida de nós. 
 
 
 
55 
 
VIDEOAULA 
Aula 07 – Redação – Professora Raquel Azevedo 
 
REFERÊNCIAS 
ACEPUSP (Associação Cultural de Educadores e Pesquisadores da USP). Apostila 
de Redação vol. 1, 2008. 
GARCEZ, L. H. C. Técnica de redação: o que é preciso saber para escrever bem. 
3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012. 
 
 
 
56 
 
UNIDADE VIII 
Pontuação 
 
PONTO DE PARTIDA 
Nesta unidade, falaremos sobre pontuação, fundamental para garantir a coesão 
textual e a interpretação correta dos enunciados escritos. 
 
OBJETIVOS 
A presente aula tem por objetivo contribuir para que o aluno observe o emprego 
adequado dos sinais de pontuação, haja vista que o bom uso da pontuação é 
estritamente necessário para que um texto seja bem escrito. 
 
DESENVOLVIMENTO 
De acordo com Bechara (2009, p. 606): 
O enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. 
Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e 
independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e 
rítmicas que sedimentam estes princípios. [...] Os sinais de pontuação, que 
já vêm sendo empregados desde muito tempo, procuram garantir no texto 
escrito esta solidariedade sintática e semântica e semântica. Por isso, uma 
pontuação errônea produz efeitos tão desastrosos à comunicação quanto o 
desconhecimento dessa solidariedade a que nos referimos. 
O mau emprego da pontuação pode gerar interpretações equivocadas acerca do 
que se quer comunicar. Observe o os enunciados abaixo retirados de Bechara 
(2009, p. 606):5 
(1) Não podem atirar! 
(2) Não, podem atirar! 
Assim, o uso correto da pontuação é extremamente importante para garantir a 
coesão textual e a interpretação correta dos enunciados. 
 
1. Vírgula 
A vírgula é uma pausa inconclusa (BECHARA 2009, p. 605), ou seja, uma pausa 
que não marca o fim de um enunciado ou a conclusão de uma ideia. Vejamos 
algumas das principais funções desse sinal de pontuação. 
 
5
 Exemplos de Bechara (2009, p. 606) – numerados. 
 
 
57 
 
 
1.1. Separar, numa enumeração, termos com a mesma função sintática. 
Fui ao mercado e comprei chocolate, bolacha, salgadinho e refrigerante. 
Mara, Aline e Ana foram convidadas para a festa. 
 
1.2. Separar aposto (explicação) 
Minha irmã, super desorganizada, não sabe onde deixa as suas coisas. 
 
1.3. Separar vocativo (chamamento, interlocução) 
Bom dia, Luciana! 
Prezado senhor, em que posso ajudar? 
 
1.4. Separar o nome do lugar em datas 
São Paulo, 10 de fevereiro de 1987. 
 
1.5. Separar elementos repetidos 
Tudo, tudo que foi dito com clareza. 
 
1.6. Quando não se deve usar a vírgula: 
 Entre o sujeito e o verbo da oração, quando juntos: 
Rafaela saiu com o namorado. 
 
 Entre o verbo e seus complementos: 
A Lillo derrubou o imã da geladeira. 
 
2. Ponto e vírgula 
Marca uma pausa intermediária entre o ponto e a vírgula. 
 
2.1. Geralmente, separa em um período orações quando uma delas já tiver vírgula: 
O que ela fez foi muito pouco, quase nada; poderia ter feito mais. 
 
2.2. Separa itens em uma enumeração: 
 
 
58 
 
A prova constará de (a) um estudo do texto; (b) cinco questões gramaticais de 
alternativa; (c) duas questões dissertativas; e (d) uma redação sobre o tema 
proposto. 
 
3. Dois pontos 
Uma pausa de uma frase não concluída. Podem ser usados nos seguintes casos: 
 
3.1. Antes uma citação (geralmente depois de verbos como dizer ou perguntar): 
 O chefe disse: o horário de trabalho deve ser cumprido rigorosamente por 
todos. 
 
3.2. Introduzem uma explicação ou desdobramento de ideia: 
São causas da doença: falta de alimentação adequada, estresse e noites sem 
dormir. 
 
3.3. Antes de uma enumeração: 
De acordo com o comunicado, é dever de todo funcionário: 1) cumprir o 
horário; 2) não faltar; 3) apresentar o crachá na entrada e saída. 
 
4. Ponto final 
Denotam maior pausa e servem para encerrar períodos. Pode ser usado tanto para 
separar orações independentes, dentro de um mesmo parágrafo, como para separar 
um parágrafo de outro. Além disso, serve também para marcar abreviaturas: prof. e 
Sr. 
 
5. Ponto de interrogação 
Empregado para marcar frases interrogativas diretas. 
Quantos anos você tem? 
Será possível acreditar que humanidade pode se tornar mais humana? 
 
6. Ponto de exclamação 
Usado para expressar emoções, as quais só poderão ser depreendidas pelo 
contexto (espanto, surpresa, alegria, decepção, raiva, dor etc.). 
 
 
59 
 
- Sim! Claro que eu quero viajar! 
- Ai! Que susto! 
 
7. Reticências 
Podem ser usadas em situações variadas e expressam interrupção do enunciado. 
Quando usadas no fim da oração, dispensam o uso do ponto final. 
Estava feliz, radiante, sorridente... 
 
8. Parênteses 
Podem ser usados de diversas formas, dentre as quais: para marcar que um trecho 
do texto que está sendo citado foi suprimido, e para marcar siglas e indicar 
referências. 
 
8. Travessão 
Indicar a fala (começo ou fim) e a mudança de interlocutor. 
– Como você está? 
– Bem! E você? 
– Mais ou menos. Você conseguiu terminar o trabalho? 
– Sim! Estou aliada por isso – disse ela sorridente. 
 
Também é comum usarmos o travessão para fazer explicações adicionais no meio 
do texto: 
 “Os professores não contam para ninguém o que se passa dentro da escola 
– ao menos, não para jornalistas.” 
(Cinthia Rodrigues, Carta Capital, 24/03/2015) 
Os professores não contam para ninguém o que se passa dentro da escola – ao menos, 
não para jornalistas. Há cerca de 10 anos, desde que a ONG Observatório da Educação 
começou a acompanhar o tratamento dado pela mídia a políticas educacionais, o educador 
não tem voz nas reportagens sobre o tema (...). 
O fenômeno, acompanhado por Fernanda Campagnucci desde 2007, quando era editora 
do site do Observatório da Educação, foi tema de mestrado defendido pela jornalista em 
2014 na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). 
(Cinthia Rodrigues, Carta Capital, 24/03/2015) 
 
 
 
60 
 
 
SÍNTESE 
Nesta unidade, vimos a importância da pontuação para garantir a coesão textual e a 
interpretação correta dos enunciados escritos. 
 
VIDEOAULA 
Aula 08 – Pontuação – Professora Raquel Azevedo 
 
REFERÊNCIAS 
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2009. 
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio 
de Janeiro: Lexikon, 2013. 
RODRIGUES, C. Professores não falam de educação. Carta Capital, 2015. 
Disponível: em: https://www.cartacapital.com.br/educacaoreportagens/professores-
nao-falam-de-educacao/. Acesso em: 21 ago. 2019. 
 
https://www.cartacapital.com.br/educacaoreportagens/professores-nao-falam-de-educacao/
https://www.cartacapital.com.br/educacaoreportagens/professores-nao-falam-de-educacao/
 
 
61 
 
UNIDADE IX 
 
ORTOGRAFIA E NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO 
 
PONTO DE PARTIDA 
No decorrer desta unidade, serão abordados alguns pontos acerca das regras de 
convenção de escrita da língua portuguesa, bem como as mudanças ocorridas com 
o novo acordo ortográfico. 
 
OBJETIVOS 
A presente aula tem por objetivo esclarecer determinadas dúvidas acerca da 
ortografia de um conjunto de palavras da língua portuguesa. 
 
DESENVOLVIMENTO 
Quando falamos em ortografia, pensamos nas regras de convenção de escrita de 
uma determinada língua. 
Sendo a escrita uma convenção... 
Como escreverbem? Como escrever de acordo com a grafia correta das palavras? 
A reposta para essas perguntas inclui: 
Conhecer as regras ortográficas do idioma 
Ler 
Dicionário 
Para dominarmos as convenções ortográficas, passamos pelo processo de 
alfabetização/escolarização. Assim, diferentemente da língua falada, que é adquirida 
naturamente, a escrita deve ser aprendida. Por outro lado, apesar da importância de 
conhecer as regras de convenção de escrita para escrever corretamente, é 
importante ler, pois quanto mais lemos, mais memorizamos a forma escrita das 
palavras e ampliamos nosso vocabulário. Por fim, na dúvida, vale consultar um 
dicionário. 
Não vamos estudar exaustivamente aqui as regras de convenção ortográfica, pois 
isso demandaria muito tempo, contudo, trataremos de alguns casos que costumam 
gerar muitas dúvidas na hora de escrever. 
 
 
 
62 
 
1. Mau x Mal 
Trata-se de duas palavras distintas, apesar na fala do português brasileiro a 
sequência sonora ser a mesma. A palavra mal é advérbio e, portanto, o oposto de 
bem. Já mau é adjetivo e, portanto, o oposto de bom. 
Ontem meu time jogou bem - Ontem meu time jogou mal 
Sandoval é um bom aluno - Sandoval é um mau aluno 
 
2. A x Há 
Há é a forma verbal do verbo haver: 
Há muita coisa para se pensar 
Já o A, sem acento e sem h pode ser artigo ou preposição: 
A coisa mais importante da vida são as pessoas. 
Ela foi a poucas festas esse ano. (para) 
 
3. J ou G 
Sempre estivermos fazendo uso das formas do verbo viajar escrevemos com J: 
Viajar, viajei, viajemos, (que eles) viajem (bem) 
Eu viajei no sábado. 
 
Escreveremos com g sempre que estivermos fazendo uso do substantivo: 
A viagem foi cansativa. 
 
4. Uso dos porquês 
 Por que 
Usamos por que quando fazemos uma pergunta direta ou indireta; depois de seu 
uso, fica subentendida a palavra razão ou motivo. Também quando é substituível por 
pelo qual (e suas variações) 
Por que [razão] você faltou na aula ontem? 
Não sei por que [razão] você trabalha tanto. 
A vitória por que [pela qual] lutamos está próxima. 
 
 Porque 
 
 
63 
 
Usamos porque em frases afirmativas e em resposta, geralmente equivalente a pois 
e como. 
Faltei à aula porque [pois] precisei viajar às pressas. 
Porque [como] corria pouco, os colegas o obrigavam a jogar no gol. 
 
 Por quê 
 
O por quê (separado e com acento) é usado sempre em final de frases. 
Você faltou ontem por quê? 
 Porquê 
 
Por fim, o porquê é substantivo, portanto, usado sempre precedido de artigo ou 
pronome. 
Ninguém sabia o porquê da demissão do gerente. 
Não houve um porquê específico. 
 
5. Onde ou aonde? 
Onde indica localização. Já o aonde indica movimento. 
Eu moro onde Judas perdeu as botas. 
Não sei aonde você vai. 
 
6. Mas ou mais? 
O MAS (sem i) é uma conjunção que introduz uma ideia de contrariedade. Possui o 
mesmo sentido de outras conjunções adversativas, como porém e entretanto. 
Chega segunda, mas não chega domingo! 
 Estou feliz por um lado, mas estou triste por outro. 
 A vida é muito boa, mas você precisa aproveitar os momentos com alegria. 
 
Já o MAIS (com i) traz ideia de quantidade ou é um advérbio de intensidade 
(contrário de menos). 
Queria viajar mais vezes. 
Ela ficou mais aliviada depois da prova. 
 
 
 
64 
 
SÍNTESE 
O objetivo desta aula foi esclarecer algumas dúvidas acerca das regras de 
convenção de escrita de um conjunto de palavras da língua portuguesa que, por 
terem a mesma sequência fonológica, mas serem escritas de forma diferente, 
costuma gerar dúvidas. 
 
VIDEOAULA 
Aula 09 – Parte I – Ortografia – Professora Raquel Azevedo 
 
REFERÊNCIAS 
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2009. 
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio 
de Janeiro: Lexikon, 2013. 
FIORIN, J. L. (Org.). Introdução à linguística II: princípios de análise. São Paulo: 
Contexto, 2008. 
https://portugues.uol.com.br/gramatica/usos-onde-aonde.html 
 
Aula 09 – Parte II – Novo Acordo Ortográfico 
 
OBJETIVOS 
A presente aula tem por objetivo apresentar as principais mudanças ocorridas com o 
novo acordo ortográfico. 
 
DESENVOLVIMENTO 
O novo acordo ortográfico foi criado em 1990 e passou a vigorar em 2009. A 
finalidade foi de unificar a ortografia dos países membros da CPLP (Comunidade 
dos Países de Língua Portuguesa), a saber, Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, 
Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné Equatorial. 
Estudaremos aqui as principais mudanças ocorridas com esse novo acordo. 
 
 
 
65 
 
1. Ditongos de pronúncia aberta ei, oi: antes eram acentuados nas paroxítonas, 
perderam o acento. Assim, a palavra ideia, por exemplo, antes grafada com acento 
(idéia) agora é grafada sem acento – ideia. Veja outros exemplos: 
Assembléia – assembleia 
Jibóia – jiboia 
Paranóico – paranoico 
 
No entanto: As oxítonas terminadas em éi, éu e ói continuam acentuadas (singular 
e plural) – chapéu; dói; herói; ilhéu. 
 
2. Acento diferencial 
Antes, usava-se acento para diferenciar algumas palavras escritas com a mesma 
sequência: 
Péla (verbo) – pela (preposição + artigo) 
Pélo (verbo) – pêlo (substantivo) 
Pára (verbo) – para (preposição) 
 
Com o novo acordo, esse acento diferencial não será mais usado. Agora, tanto a 
forma verbal pela quanto a preposição pela são escritas sem acento. Da mesma 
forma para pelo substantivo e forma verbal e para para preposição e forma verbal. 
 
No entanto, duas palavras obrigatoriamente continuarão com o acento diferencial: 
Pôr (verbo) e por (preposição) 
Pôde (verbo no passado) e pode (verbo no presente) 
 
3. Acento circunflexo 
 O acento circunflexo não será mais usado nas palavras terminadas em oo. Assim, 
palavras como: enjoo, voo, magoo e perdoo, antes escritas com acento (enjôo, 
vôo, magôo e perdôo), agora não são mais acentuadas. 
 Deixa de ser usado o circunflexo na conjugação da terceira pessoa do plural do 
presente do indicativo ou do subjuntivo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus 
derivados. Assim, o que antes era: crêem, dêem, dêem, vêem, relêem, revêem. 
Agora é: creem, deem, deem, veem, releem, reveem. 
 
 
66 
 
 
ATENÇÃO: Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos 
verbos ter e vir e seus derivados (conter, reter, advir, convir etc.). 
Singular: tem, vem, contém, obtém e retém. 
Plural: têm, vêm, contêm, obtêm e retêm. 
 
4. Hífen 
 O hífen deixa de ser empregado nas seguintes situações: 
 Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as 
consoantes s ou r. Nesse caso, a consoante obrigatoriamente passa a ser 
duplicada: 
antirreligioso 
contrarregra 
contrassenha 
 
 Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma 
vogal diferente. 
 autoaprendizagem 
extraescolar 
 
No entanto: o hífen permanece quando o prefixo termina com r (hiper, inter e super) 
e a primeira letra do segundo elemento também é r. 
Exemplos: hiper-requintado, super-resistente. 
 
5. Trema 
O trema deixa de ser usado nas palavras da língua portuguesa. Logo, palavras 
como frequentar e linguiça, antes escritas com trema (freqüentar e lingüiça), agora 
não são mais. 
Exceção: nomes de língua estrangeira - Müller 
 
SÍNTESE 
Nesta aula, apresentamos as principais mudanças ocorridas com o novo acordo 
ortográfico, que entrou em vigor em 2009. 
 
 
67 
 
 
VIDEOAULA 
Aula 09 – Parte II – Novo Acordo Ortográfico – Professora Raquel Azevedo 
 
REFERÊNCIAS 
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2009. 
CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 6. ed. Rio 
de Janeiro: Lexikon, 2013. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_dos_Pa%C3%ADses_de_L%C3%ADngua_
Portuguesa 
NOVA ESCOLA. Manual da nova ortografia.São Paulo: Fundação Victor Civita, 
2008. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_dos_Pa%C3%ADses_de_L%C3%ADngua_Portuguesa
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade_dos_Pa%C3%ADses_de_L%C3%ADngua_Portuguesaimposta 
como o todo da língua. 
De acordo com Marcos Bagno (linguista brasileiro), é errado desqualificarmos as 
pessoas pelo seu modo de falar e devemos respeitar a diversidade linguística, assim 
como devemos respeitar a diversidade cultural. 
A língua, no entanto, tornou-se um mecanismo de distinção socioeconômica. Falar 
corretamente é um indicativo de boa condição social. Entretanto, linguistas afirmam 
que não existe falar corretamente, já que, para isso, deveria existir um falar 
erroneamente. Ninguém fala erradamente, uma vez que a função da língua (na 
realização da fala) é estabelecer a comunicação efetivamente. Se esse objetivo é 
alcançado, a comunicação e a língua utilizada foram bem-sucedidas. Observe as 
frases a seguir: 
(1) *Nós cinema de bonito manhã filme muito assistimos a nesta. 
(2) Nós assistimos um filme muito bonito hoje de manhã. 
(3) Nós assistimos a um filme muito bonito nesta manhã. 
A frase (1) é a única que poderia configurar um erro na fala, já que o português não 
admite essa ordem das palavras nas sentenças, o que a torna incompreensível. No 
entanto, ninguém que fale português como língua nativa falaria dessa forma, pois 
não haveria comunicação. 
 
4. Fala e escrita: um contínuo 
A língua que falamos não é a mesma língua que escrevemos. Embora essas duas 
modalidades da nossa língua não possam ser entendidas como antagônicas, elas 
apresentam diferenças marcantes. Conforme podemos verificar no quadro a seguir: 
 
Quadro 1: Fala e escrita. 
FALA ESCRITA 
Espontânea Planejada 
Apoio contextual Ausência de contexto 
Relação direta com o interlocutor; 
interação imediata 
Interlocutor está distante, não interage 
em tempo real 
Repetições, redundâncias, desvios. 
Obedece ao fluxo de pensamento mais 
natural 
Controle da sintaxe. Repetições e 
redundâncias fazem o texto ficar 
confuso. 
Predomínio de orações coordenadas Predomínio de orações subordinadas 
 
 
 
6 
 
SÍNTESE 
Como vimos, a língua portuguesa, assim como qualquer outro idioma, é muito mais 
diversificada do que a gramática normativa. As línguas podem variar em diversos 
níveis: geográfico, social e de acordo com o tempo. Trata-se de um fenômeno 
natural das línguas. 
A gramática normativa tem seu valor e seu mérito. É importante dominá-la à medida 
que alguns ambientes exigem de nós um uso de uma variedade culta da nossa 
língua. Contudo, é preciso ter em mente que, do ponto de vista linguístico, ninguém 
fala errado, uma vez que a função da língua (na realização da fala) é estabelecer a 
comunicação entre os indivíduos de uma sociedade. Se esse objetivo é alcançado, a 
comunicação e a língua utilizada foram bem-sucedidas. 
Portanto, não se deve desqualificar as pessoas por seu modo de falar, ao contrário, 
é preciso ter consciência de que se deve respeitar a diversidade linguística, já que 
essas variedades representam também uma diversidade cultural. 
 
VIDEOAULA 
Aula 01 –Varação Linguística - Professora Raquel Azevedo 
 
REFERÊNCIAS 
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988. 
BAGNO, M. Preconceito linguístico. 55. ed. São Paulo: Loyola, 2013. 
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
2009. 
CUNHA, C. Uma política do idioma. 5. ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984. 
FIORIN, J. L. (Org.). Introdução à linguística I: objetos teóricos. São Paulo: 
Contexto, 2008. 
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2016/07/medico-debocha-de-
paciente-na-internet-nao-existe-peleumonia.html 
https://profroselibaracal.files.wordpress.com/2015/11/lingua.jpg 
https://www.ethnologue.com/ 
https://www.legis-palop.org/ 
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/paises-que-falam-portugues.htm. 
https://br.pinterest.com/pin/398357529511444466/?lp=true 
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2016/07/medico-debocha-de-paciente-na-internet-nao-existe-peleumonia.html
http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2016/07/medico-debocha-de-paciente-na-internet-nao-existe-peleumonia.html
https://profroselibaracal.files.wordpress.com/2015/11/lingua.jpg
https://www.ethnologue.com/
https://www.legis-palop.org/
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/paises-que-falam-portugues.htm
https://br.pinterest.com/pin/398357529511444466/?lp=true
 
 
7 
 
UNIDADE II 
Introdução à formatação no Google Docs 
 
PONTO DE PARTIDA 
No decorrer desta unidade, serão abordados os principais comandos do Google 
Docs, uma ferramenta localizada dentro do pacote Google Drive. É relativamente 
simples usar o Google Docs e é de grande utilidade para a realização de trabalhos, 
pois nele é possível produzir documentos de texto. 
 
OBJETIVOS 
O objetivo desta Unidade é oferecer subsídios básicos para que o aluno possa 
utilizar os principais comandos disponíveis no Google Docs para a realização de 
trabalhos. 
 
DESENVOLVIMENTO 
O Google Docs é um recurso que proporciona, dentre outras coisas, a criação de 
documentos de texto, oferecendo as principais funcionalidades presentes no Word, 
gratuitamente, e sem que seja necessário instalar nada em seu computador. 
Ele salva seu arquivo em uma nuvem automaticamente, assim, se houver uma 
queda de energia, por exemplo, ou se seu computador der algum problema, não é 
preciso se preocupar, pois o documento estará salvo e poderá ser aberto em 
qualquer outra máquina. Além disso, também é possível fazer o download do 
documento a qualquer momento, pois ele é compatível com o word. A seguir, 
veremos passo a passo como utilizar os principais comandos dessa ferramenta. 
 
1. Acessando o Google Docs 
O primeiro passo para usar o Google Docs é possuir uma conta no Gmail, já que 
este é um serviço do Google. Desse modo, caso você não tenha, será preciso criar 
uma conta no Gmail. Uma vez que você tenha uma conta, basta entrar com seu e-
mail e senha. 
 
 
 
8 
 
 
https://br.ccm.net/faq/34713-como-ir-direto-a-caixa-de-entrada-do-gmail 
 
Após entrar em sua conta, clique do lado direito da tela e lá aparecerá, dentre outras 
opções, a opção Drive: 
 
https://www.quora.com/Why-can-we-no-longer-access-Google-Docs-and-Drive-from-Gmail 
 
Após entrar no Drive, para criar novos documentos de texto, clique na guia Novo e 
então selecione documentos Google. 
 
https://br.ccm.net/faq/34713-como-ir-direto-a-caixa-de-entrada-do-gmail
https://www.quora.com/Why-can-we-no-longer-access-Google-Docs-and-Drive-from-Gmail
 
 
9 
 
 
 
 
 
Abrirá então uma nova guia com o documento. 
 
 
 
 
10 
 
2. Usando o editor de textos do Google Docs 
O Google Docs apresenta um visual semelhante aos editores de texto mais 
conhecidos como ao Writer e Word. Apesar de ser mais simples em relação aos 
outros editores, um de seus grandes diferenciais é que ele grava automaticamente 
seu texto, além de ser possível inserir imagens de seu computador ou da web, 
desenhos, tabelas e comentários. 
Assim como nos outros editores de texto, é possível mudar o tamanho e as cores 
dos caracteres, escolher diferentes estilos de fontes, alinhar o texto, adicionar 
marcadores e muito mais. A seguir, veremos algumas dessas funcionalidades. 
 
Para começar, nomeie o seu arquivo. 
 
 
Observe agora a barra de ferramentas. Veja que nela aparecem diversas 
funcionalidades, conforme podemos ver nas figuras abaixo. 
 
 
11 
 
 
 
 
Para trabalhos acadêmicos, as fontes-padrão são Arial ou Times, tamanho 12. O 
alinhamento do texto precisa ser justificado e o espaço entre as linhas é de 1,5. 
 
3. Inserindo imagens e tabelas 
Para inserir imagens em seu documento de texto, basta clicar em Inserir e, em 
seguida, em Imagem. 
Tamanho 
da fonte 
Tipo de 
Fonte 
Opções de 
Negrito, Itálico 
e Sublinhado 
Cor da 
Fonte 
Alinhamento 
do Texto 
Para destacar o 
texto. 
Inserir links, 
comentários 
e imagens. 
Espaçamento 
entre linhasLista numerada 
e com 
marcadores 
Para diminuir 
ou aumentar 
o recuo à 
esquerda 
 
 
 
12 
 
 
 
Você terá as opções de fazer upload do computador, pesquisar na web, buscar no 
próprio Drive, em aplicativos de imagens, em URL ou de usar a câmera do 
computador. 
Para inserir tabelas, basta clicar também em Inserir e, em seguida, em Tabela. 
Então é só escolher o número de colunas e de linhas que deseja. 
 
 
Basta mover o cursor 
selecionando o número 
de linhas e de colunas 
para sua tabela. 
 
 
13 
 
 
 
4. Criando seu próprio desenho 
Para criar um desenho, você deve clicar em Inserir e, depois, em Desenho. Abrirá a 
seguinte página: 
 
 
Selecionado a tabela 
você poderá formatá-la 
utilizando esses 
recursos. 
 
 
14 
 
 
 
5. Colunas 
Outro recurso presente no Google Docs é a possibilidade de colocar o texto em 
colunas. Para isso, clique em Formatar, em seguida, em Coluna, e aparecerão as 
opções. É só escolher com quantas colunas quer deixar o seu texto. 
 
 
Se você selecionar duas colunas, por exemplo, seu texto ficará da seguinte maneira: 
Você pode fazer desenhos, 
inserir linhas, setas, formas 
geométricas etc. 
 
 
 
15 
 
 
 
5. Criando gráficos 
Para criar um gráfico, você deve primeiro voltar na aba do Google Drive, clicar em 
Novo, Planilhas Google: 
 
 
Abrirá nova aba: 
 
 
Digite aqui os dados 
em forma de tabela. 
 
 
16 
 
Em seguida, selecione a tabela e clique em Inserir e em Gráfico (ou Chart, em 
inglês). 
 
 
Prontinho! O gráfico estará criado: 
 
 
6. Compartilhando os documentos 
O Google Docs oferece a possibilidade de compartilhar arquivos, assim, outras 
pessoas, indicadas por você, podem ler e alterar os arquivos de sua conta. Para 
compartilhar seu documento com outra pessoa, basta clicar no botão Compartilhar. 
 
 
17 
 
Escreva o e-mail, ou os e-mails, e defina-o como colaboradores ou visualizadores. 
Por fim, clique no botão Concluído. Esse recurso pode ser de grande utilidade em 
trabalhos em grupo, por exemplo, em que todos, ao compartilharem o mesmo 
arquivo, podem editá-lo a qualquer momento. 
 
SÍNTESE 
Esta unidade teve por objetivo oferecer subsídios básicos para que o aluno possa 
utilizar os principais comandos disponíveis no Google Docs. Mostramos passo a 
passo as principais funcionalidades dessa ferramenta, que pode ser de grande 
utilidade para realização de trabalhos acadêmicos, já que, além possuir a maioria 
dos comandos presentes em outros editores de texto, oferece algumas vantagens 
como gratuidade, salvamento automático e possibilidade de compartilhamento de 
arquivos com outras pessoas. 
 
VIDEOAULA 
Aula 02 – Introdução à Formatação no Google Docs – Professora Raquel Azevedo 
 
REFERÊNCIAS 
BAZEI, B. C.; CORTIVO, N. D. Minicurso de Google Docs. Ministério da Educação. 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2015. Disponível em: 
http://petamb.md.utfpr.edu.br/PetAmb/o-que-fazemos/minicursos/google-drive-e-
proxy-autenticado/ApostilaFerramentasGoogle.pdf. Acesso em: 30 jul. 2019. 
BENEVIDES, A. L. Introdução à formatação no Google Docs. Slides de Aula, 
2019. 
https://br.ccm.net/faq/34713-como-ir-direto-a-caixa-de-entrada-do-gmail 
https://www.quora.com/Why-can-we-no-longer-access-Google-Docs-and-Drive-from-
Gmail 
https://tccdescomplicado.com.br/como-fazer-o-tcc-pelo-google-docs/ 
http://petamb.md.utfpr.edu.br/PetAmb/o-que-fazemos/minicursos/google-drive-e-proxy-autenticado/ApostilaFerramentasGoogle.pdf
http://petamb.md.utfpr.edu.br/PetAmb/o-que-fazemos/minicursos/google-drive-e-proxy-autenticado/ApostilaFerramentasGoogle.pdf
https://br.ccm.net/faq/34713-como-ir-direto-a-caixa-de-entrada-do-gmail
https://www.quora.com/Why-can-we-no-longer-access-Google-Docs-and-Drive-from-Gmail
https://www.quora.com/Why-can-we-no-longer-access-Google-Docs-and-Drive-from-Gmail
https://tccdescomplicado.com.br/como-fazer-o-tcc-pelo-google-docs/
 
 
18 
 
UNIDADE III 
Leitura e interpretação de texto 
 
PONTO DE PARTIDA 
Tomemos como ponto de partida para essa unidade, cujo tema é leitura e 
interpretação de textos, a ideia de que a ler é fundamental para adquirirmos 
conhecimento sobre diversos assuntos e para o desenvolvimento da nossa 
capacidade crítica, além de estimular a nossa capacidade cognitiva para o 
aprendizado. A prática da leitura é, portanto, de extrema importância. 
 
OBJETIVOS 
Esta unidade tem como objetivo mostrar ao aluno a importância do ato de ler e 
apresentar alguns caminhos que podem ajudá-lo a desenvolver maior 
aproveitamento da leitura. Esperamos, com isso, que o aluno busque melhorar a 
qualidade de suas leituras, tanto daquelas obrigatórias para o estudo quanto de 
outras, por prazer ou por curiosidade. 
 
DESENVOLVIMENTO 
Seria redundante dizer que ter o domínio da leitura nos dias de hoje é fundamental 
para a circulação em diversas esferas sociais. No entanto, a prática da leitura, desde 
sua difusão nas mais variadas sociedades, é importante. 
 
1. Leitura 
Não se pode pensar na leitura como um processo simples, uma mera decodificação 
de códigos escritos, mas sim como algo carregado de complexidade, que demanda 
de nós atenção, memória e muita prática e que, por isso, às vezes, torna-se uma 
tarefa difícil e cansativa. Quando lemos textos mais longos ou textos cujo tema é 
mais complexo e percebemos que não estamos entendo 100%, desanimamos e 
pensamos em desistir da leitura. Isso é normal. Por outro lado, não podemos ceder 
às dificuldades que aparecem, pois, como dissemos, leitura também é prática. 
Quanto mais lemos, mais estaremos aptos à leitura e mais conseguiremos nos 
desafiar em leituras mais longas e mais complexas. 
 
 
19 
 
Além disso, a leitura contribui de forma significativa para o nosso aprendizado e 
estimula a nossa capacidade de reflexão. Quando lemos, ampliamos o nosso 
conhecimento de mundo, nossos pontos de vista e aprendemos a pensar 
criticamente sobre as coisas que estão à nossa volta e sobre o mundo. 
O texto abaixo caiu em uma prova de Concurso Público para o cargo de técnico em 
análises clínicas, em 2016, pela UFJF. 
 
Ler devia ser proibido – Guiomar de Gramont* 
A pensar a fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal 
de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades 
impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e 
ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do 
humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir 
os exemplos de Don Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de 
tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo 
mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal 
sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-
se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre 
bailes e amores cortesãos. 
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto 
perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que 
tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um 
poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele 
morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, 
estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com 
afinco, sem procurar enriquecê-lo com cabriolas da imaginação. 
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não 
experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que 
conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar 
ordens? 
Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais? 
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie 
atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode 
gerar a invenção. Pode estimulara imaginação de forma a levar o ser 
humano além do que lhe é devido. 
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos 
transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e 
palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um 
punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para 
além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais 
percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos 
impede de aceitar nossas realidades cruas. 
Não, não deem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus 
filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela 
descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a 
passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas 
tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não 
contem histórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres 
que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro. 
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes 
demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser 
livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. 
 
 
20 
 
Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres 
humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem 
suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os 
instrumentos de conquista de sua liberdade. 
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem 
por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas 
de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos 
cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se 
vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos 
incômodas. É esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do 
tempo. 
Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões 
tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura? 
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou 
para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais 
àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em 
metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para 
qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para 
poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da 
submissão. 
Para executar ordens, a palavra é inútil. 
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos 
outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o 
individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, 
porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de 
compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida. 
Ler pode tornar o homem perigosamente humano. 
 
*Escritora e professora de Filosofia no Instituto de Filosofia e Artes da UFOP (Universidade Federal 
de Ouro Preto). 
 
Nesse texto, para defender o seu ponto de vista, a autora usa como estratégia dizer 
uma coisa para significar outra. A autora faz uso de ironia para expor suas ideias 
acerca das práticas de leitura na atualidade. Assim, quando ela diz, por exemplo, 
que ―ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas‖, ela não 
está dizendo que a leitura de fato é uma prática nociva ao ser humano e, por isso, 
deve ser abolida, pelo contrário, a autora defende justamente que ler liberta, faz as 
pessoas pensarem por si só, faz com que reflitam sobre os seus direitos e busquem 
reivindicá-los sempre que necessário. Além disso, quando ela diz ―A leitura ameaça 
os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os 
capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser 
proibida‖, está querendo dizer que a leitura torna as pessoas mais empáticas, 
capazes de olhar também para os problemas dos outros, tornando-as mais 
humanas. 
 
 
21 
 
Ler é, portanto, na visão da autora, transformador, o caminho mais certo para uma 
sociedade mais justa e mais humanizada, em que as pessoas sejam capazes de se 
colocarem no lugar umas das outras, o que traria uma convivência mais harmônica. 
Repare que nesse texto não podemos ler apenas o que está escrito, mas, 
sobretudo, o que não está escrito. 
 
2. Aproveitando melhor a leitura 
Conforme já dissemos, a leitura é um ato complexo que demanda de nós muita 
atenção, além de ativar em nós conhecimentos prévios. É algo que exige dedicação 
e muita prática. Além disso, independente de qual seja, ela ativa os nossos 
conhecimentos prévios sobre o tema e o nosso conhecimento de mundo. 
Abaixo, estão algumas dicas que podem contribuir para um melhor aproveitamento 
das leituras, sobretudo, quando for uma leitura voltada para o estudo. 
 Observar título e subtítulos: neles já aparece a ideia geral a ser desenvolvida no 
texto. Por isso, estar atento ao se diz no título já ajudará na leitura. Antes de 
começar o texto, leia com bastante atenção o título e subtítulo (se houver) e tente já 
construir em sua mente uma possível ideia de texto. 
 Reconhecer palavras-chave: estas são essenciais para a construção de sentido 
em um texto, ou seja, se o texto vai tratar do assunto X, ele inevitavelmente deve 
trazer palavras relacionadas ao assunto X. Assim, identificar essas palavras ao 
longo do texto ajudará na sua compreensão. 
 Sublinhar fragmentos significativos: essa talvez seja a prática mais comum, 
sobretudo quando estamos estudando e é de grande ajuda se usamos 
corretamente. Corretamente porque, às vezes, corremos o risco de, ao tentar grifar 
os trecho que julgamos mais importante, grifar o texto quase por completo, por isso, 
as estratégias 1 e 2 são importantes, pois identificando o assunto mais geral do texto 
e quais palavras-chave estão relacionadas, fica mais fácil identificar quais trechos de 
fato são mais relevantes. 
 Fazer anotações: ao longo da leitura, uma estratégia que pode ser muito eficaz é a 
de fazer anotações sobre as partes do texto, pode ser a cada parágrafo ou a cada 
trecho que julgar importante. As anotações podem ser feitas no próprio texto. 
 Fazer resumos: essa etapa virá após o texto ser lido. Vale lembrar que um resumo 
consiste em reunir as ideias principais do texto em um texto autoral, ou seja, não se 
 
 
22 
 
copiam trechos do texto original, além disso, deve-se estar atento para não expor 
sua opinião ou colocar coisas além do que está no texto original. Um resumo não é 
também uma lista com tópicos, mas sim um texto. 
 Consultar dicionário ou glossário sempre que necessário. 
 Sempre que possível fazer uma segunda leitura. Em uma segunda leitura, 
apreendemos sempre mais do que na primeira. 
 
SÍNTESE 
Partimos do ponto de que ler é fundamental para adquirirmos conhecimento sobre 
diversos assuntos e para o desenvolvimento da nossa capacidade crítica, além de 
ser algo essencial para estimular a nossa capacidade cognitiva para o aprendizado. 
Falamos um pouco sobre a importância de ler e apresentamos algumas estratégias 
que podem ajudar para o melhor aproveitamento da leitura, sobretudo na hora de 
estudar. Assim, se você pretende estudar qualquer área, é preciso ler, seja para 
interpretar um enunciado de uma questão de prova ou um artigo científico. 
 
VIDEOAULA 
Aula 03 – Leitura e Interpretação de Texto – Professora Raquel Azevedo 
 
REFERÊNCIAS 
ACEPUSP (Associação Cultural de Educadores e Pesquisadores da USP). Apostila 
de Redação vol. 1, 2008. 
GARCEZ, L. H. C. Técnica de redação: o que é preciso saber para escrever bem. 
3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012. 
GRAMONT, G. Ler devia ser proibido. Disponível em: 
https://lerparacrer.wordpress.com/2007/11/06/ler-devia-ser-proibido/. Acesso em: 21 
de agosto de 2019. 
https://arquivos.qconcursos.com/prova/arquivo_prova/53454/copese-ufjf-2017-ufjf-tecnico-de-tecnologia-da-informacao-prova.pdf 
 
https://lerparacrer.wordpress.com/2007/11/06/ler-devia-ser-proibido/
https://arquivos.qconcursos.com/prova/arquivo_prova/53454/copese-ufjf-2017-ufjf-tecnico-de-tecnologia-da-informacao-prova.pdf
https://arquivos.qconcursos.com/prova/arquivo_prova/53454/copese-ufjf-2017-ufjf-tecnico-de-tecnologia-da-informacao-prova.pdf
 
 
23 
 
UNIDADE IV 
Coesão e coerência 
 
PONTO DE PARTIDA 
Nesta unidade, estudaremos coesão e coerência textual, conceitos que, embora 
distintos, estão interligados. Em um texto, fazer uso desses recursos é fundamental 
para que este se construa de forma significativa. 
 
OBJETIVOS 
A presente unidade tem por objetivo fornecer ao aluno o conhecimento básico 
acerca da coesão e da coerência em um texto, bem como o conhecimento de alguns 
recursos coesivos, a fim de que este disponha de mais um suporte para aperfeiçoar 
a sua escrita. 
 
DESENVOLVIMENTO 
Dizemos que um texto é coerente e coeso quando ele faz bom uso de conectores, 
da pontuação, além de apresentar boa articulação entre as ideias, que aparecem de 
forma clara. 
 
1. Coesão textual 
A palavra coesão vem latim e significa tecido, entrelaçamento, então, quando 
pensamos em coesão textual, estamos pensando em estabelecer relações de 
sentido entre as partes do texto com o objetivo de formar uma unidade. Podemos 
pensar no texto como uma colcha de retalhos, que precisa ser bem costurada para 
formar um todo. Desse modo, a preocupação está em como as ideias serão 
apresentadas ao leitor, seguindo uma linha de raciocínio, concatenado as ideias e 
parágrafos de forma lógica. 
A coesão textual está intimamente relacionada com as regras gramaticais, assim, 
fazendo o uso de uma simples concordância de gênero e número, por exemplo, já 
estamos fazendo uso de elementos de coesão. A pontuação, quando a usamos 
adequadamente, também é um recurso importante de coesão. Contudo, trataremos 
aqui de outros tipos de coesão tais como por reinteração, substituições lexicais, 
 
 
24 
 
referencial, elipse e, por fim, das conjunções. Sendo este último um instrumento 
que demanda maior treino. 
 
1.1. Reiterações 
(1) O presidente viajou para o exterior. O presidente levou consigo uma grande 
comitiva. 
 
1.2. Substituições lexicais 
Em um texto, devido a preocupação com a manutenção do tema, tendemos a 
retomar uma mesma palavra com frequência, contudo, para que o texto não fique 
excessivamente repetitivo, utilizamos como recurso os sinônimos, palavras com 
sentido igual ou semelhante, conforme exemplo (2), ou hiperônimos (palavra que 
engloba o significado de outra conforme o exemplo (3): 
(2) Uma menina passou por mim correndo. A garota parecia assustada. 
(3) Ana adotou um gato. O animal anda por todos os cantos da casa. 
 
1.3. Referencial 
Recurso que se dá por meio da referencia a um elemento do texto por meio de um 
pronome: 
(4) Minha irmã olhou-me e disse: - Rachel, você parece cansada. 
(5) Alguns dos nomes próprios mais usados na língua portuguesa são estes: João, 
Maria e José. 
 
1.4. Elipse 
Ocorre quando há a omissão de um termo que pode ser subentendido no texto, 
assim evitamos repetições desnecessárias: 
(6) Luiza é supercalma, mas quando fica nervosa, briga com todo mundo. 
(Luiza é supercalma, mas quando Luiza fica nervosa, Luiza briga com todo mundo.) 
 
1.5. Conjunção 
Um importante meio de coesão é o uso de conectores como as conjunções. Trata-se 
de palavras que ligam e que estabelecem relações de sentido entre os termos ou as 
orações, estabelecendo relações de sentido entre as ideias. A seguir, listamos 
 
 
25 
 
algumas das principais conjunções (há, portanto, outras), partindo do tipo de relação 
que elas estabelecem. 
 
 Adição ou soma: e, nem. 
(7) Ela foi ao cinema e ao teatro. 
 
 Oposição ou contradição: mas, porém, entretanto, contudo, todavia. 
(8) Chegou tarde, porém conseguiu assistir ao filme. 
 
 Alternativas: ou, ora, quer, seja, nem. 
(9) Vou viajar ou fico em casa nas férias? 
 
 Conclusão: logo, pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim. 
(10) Estava preparada para a prova, portanto não fiquei nervosa. 
 
 Causa: porque, como, pois, que, já que, uma vez que, visto que. 
(11) Quero dar continuidade aos meus estudos porque gosto de aprender. 
 
 Explicação: que, porque, pois. 
(12) Ela não queria faltar à aula porque tinha prova. 
 
 Concessão: embora, ainda que, mesmo que, posto que, por mais que. 
(13) Embora estivesse frio, fui à praia. 
 
 Condição: se, caso, salvo se, dado que, desde que, a menos que, a não ser 
que. 
(14) Caso não chova hoje, passearei. 
 
 Finalidade (fim): para (que), a fim de (que). 
(15) Lutamos muito para/ a fim de garantir os nossos direitos. 
 
 
 
26 
 
 Tempo: quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, 
assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal (em 
determinados contextos). 
(16) Quando você chegar, estarei dormindo. 
(17) Mal cheguei à casa, o telefone tocou. 
 
 Comparação: como, que, do que, assim como, bem como, que nem, (tanto) 
quanto. 
(18) Cantava tão bem quanto um cantor profissional. 
 
 Consequência: que (precedido de tal, tão, tanto e tamanho), de forma que, 
de modo que. 
(19) Estudou tanto que foi aprovada no vestibular. 
 
 Concordância: Segundo, conforme, como, de acordo com, consoante. 
(20) Conforme combinado, cheguei no horário. 
 
 Proporção: à medida que, ao passo que, à proporção que, quanto mais... 
tanto mais. 
(21) À medida que o tempo passava, aumentava a minha saudade. 
 
2. Coerência textual 
Quando falamos em coerência textual, estamos falando do raciocínio lógico entre as 
ideias, da significação do texto, e não mais dos elementos estruturais em si. Um 
texto coerente é aquele que mantém uma unidade de sentido, tanto em relação ao 
próprio texto, quanto em relação a aspectos conhecidos da realidade. Vejamos 
alguns exemplos:1 
(22) As ruas estão molhadas porque não choveu. 
(23) Maria tinha lavado a roupa quando chegamos, mas ainda estava lavando a 
roupa. 
(24) João não foi à aula hoje, entretanto estava doente. 
 
1
 Exemplos (23) e (24) retirados de Koch & Travagllia, 2013, p. 9 (renumerados). 
 
 
27 
 
 
Perceba que, nas frases acima, não há uma relação lógica de sentido. No caso da 
oração (24), o problema está no uso inadequado da conjunção entretanto, que não 
estabelece uma relação de oposição com a ideia anterior. Assim, um uso 
equivocado de um conector pode também gerar problemas e coesão. 
Observe o texto a seguir:2 
“João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são caríssimos. Também 
os mísseis são caríssimos. Os mísseis são lançados no espaço. Segundo a teoria da 
Relatividade, o espaço é curvo. A geometria rimaniana dá conta desse fenômeno.” 
(MARCUSCHI, 1983 apud KOCH; TRAVAGLLIA, 2013, p. 15) 
 
No texto acima, ocorreu um problema muito comum entre nós quando estamos 
escrevendo. Começamos a falar sobre algo que nos faz lembrar outra coisa que, por 
sua vez, nos lembra de outra, e muitas vezes não percebemos que é preciso voltar à 
ideia inicial. Isso é um processo natural da nossa mente, por isso, escrever exige 
tanta atenção. 
 
SÍNTESE 
Conforme vimos nesta unidade, um texto coerente e coeso é aquele que, além de 
usar a gramática e a pontuação adequadas, faz um bom uso de conectores e 
articula as ideias de forma clara e lógica. Daí a importância de estudamos esses 
mecanismos e de estarmos atentos a eles na hora de escrever. 
 
VIDEOAULA 
Aula 04 – Coesão e Coerência – Professora Raquel Azevedo 
 
 
REFERÊNCIAS 
ACEPUSP (Associação Cultural de Educadores e Pesquisadores da USP). Apostila 
de Redação vol. 1, 2008. 
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
2009.2
 Exemplo de MARCUSCHI, 1983 apud KOCH; TRAVAGLLIA, 2013, p. 15. 
 
 
28 
 
http://www.infoescola.com/portugues/conjuncoes/ 
https://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/correlacao-verbal.jhtm 
KOCH, I. V. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 2012. 
KOCH, I. V.; TRAVAGLLIA, l. C. A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2013. 
 
https://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/correlacao-verbal.jhtm
https://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/correlacao-verbal.jhtm
 
 
29 
 
UNIDADE V 
Apresentações Google e exposição oral 
 
PONTO DE PARTIDA 
No decorrer desta unidade, serão abordados os principais comandos para a 
montagem de uma apresentação usando o Apresentações Google, outra ferramenta 
disponível no Google Drive. Serão apresentadas sugestões de formatação e de 
estruturação com intuito de oferecer ao aluno uma base para a montagem de 
apresentações mais formais e mais próximas da linguagem acadêmica. Também é 
tema dessa aula o gênero exposição oral, em que serão apresentados alguns 
pontos relevantes que poderão ajudá-los a ter uma maior desenvoltura na execução 
desse gênero. 
 
OBJETIVOS 
O objetivo desta unidade é oferecer subsídios básicos para que o aluno possa 
utilizar os principais comandos disponíveis no Apresentações Google para a 
realização de apresentações acadêmicas. É também objetivo dessa aula contribuir 
para maior desenvoltura do aluno em exposições orais. 
 
DESENVOLVIMENTO 
O Apresentações Google pode ser utilizado gratuitamente, sem que seja necessário 
baixar um programa em seu computador. Essa ferramenta é compatível com o 
PowerPoint, portanto, os arquivos, depois de prontos, também podem ser baixados. 
Usar essa ferramenta pode ser de grande utilidade na hora de montar uma 
apresentação em grupo, pois, assim como no Google Docs, também é possível 
compartilhar o arquivo com outras pessoas, que podem fazer alterações de forma 
simultânea, as quais serão salvas automaticamente. 
 
1. Acessando o Apresentações Google 
Para usar o Apresentações Google, é necessário possuir uma conta no Gmail, desse 
modo, caso você não tenha, será preciso criar uma. Uma vez que você tenha uma 
conta, basta entrar com seu e-mail e senha. 
 
 
30 
 
 
https://br.ccm.net/faq/34713-como-ir-direto-a-caixa-de-entrada-do-gmail 
 
Após entrar em sua conta, clique do lado direito da tela e lá aparecerá, dentre outras 
opções, a opção Drive: 
 
https://www.quora.com/Why-can-we-no-longer-access-Google-Docs-and-Drive-from-Gmail 
 
https://br.ccm.net/faq/34713-como-ir-direto-a-caixa-de-entrada-do-gmail
https://www.quora.com/Why-can-we-no-longer-access-Google-Docs-and-Drive-from-Gmail
 
 
31 
 
Após entrar no Drive para criar nova apresentação, clique em Novo e, então, 
selecione apresentações Google e apresentação em branco. Abrirá uma página 
como esta: 
 
Antes de começar, escolha um dos temas que aparecem do lado direito da tela. 
Quando se trata de uma apresentação mais formal, como um trabalho acadêmico, 
por exemplo, é preferível que se opte por um tema mais simples e claro, o qual 
transpareça seriedade e que seja de fácil visualização de textos e imagens. Procure 
usar cores básicas, pois o excesso de cores desvia a atenção da plateia. 
No primeiro slide, devem constar o título da apresentação e o nome do 
autor/apresentador ou dos autores/apresentadores. 
Para formatação, há uma barra de ferramentas bem parecida com a do editor de 
textos. 
 
 
 
32 
 
 
Para inserir um novo slide, basta clicar no + localizado no canto esquerdo a tela: 
 
 
Também é possível escolher o tipo de slide clicando no ícone Layout: 
 
 
2. Formatação 
Em relação à formatação, o tipo e o tamanho da letra devem ser padronizados em 
toda apresentação, ou seja, esteja atento para não variar o tipo de letra e para não 
usar uma letra muito pequena em um slide e uma de tamanho maior em outro. 
As informações contidas na apresentação devem ser bastante objetivas, por isso, 
use apenas tópicos e não longos textos. Lembre-se de que os slides devem servir 
apenas para guiar a sua apresentação, como forma de organização, e não para que 
você fique lendo o que escreveu. A leitura demasiada de slides em uma 
apresentação torna-se muito cansativa para a plateia, que acaba deixando de 
prestar atenção. Imagine: você está assistindo a uma palestra em que o palestrante 
apenas lê os textos em slides; você vai pensar ―se fosse para ler, eu poderia ler em 
casa‖, ou no mínimo vai achar extremamente cansativo. Além disso, mesmo que 
 
 
33 
 
você não fique lendo o tempo todo, se há textos longos no slide, o público não terá 
tempo de ler tudo ao mesmo tempo em que presta atenção ao que você fala, o que 
pode ser frustrante. Assim, seja o mais objetivo possível. 
É possível colocar efeitos na passagem de um slide para o outro, mas, assim como 
as cores, use com moderação e sensatez, para não desviar a atenção das pessoas 
que assistirão à apresentação. O conteúdo do seu trabalho deve ser o elemento 
mais importante e importante para o público. 
Outro ponto essencial é que todas as tabelas, quadros e figuras que você inserir na 
apresentação devem ser nomeados e numerados; no caso de material retirado de 
outro trabalho ou da internet, é fundamental inserir a referência logo abaixo, 
conforme no exemplo a seguir: 
 
Atenção: vale ressaltar que mesmo a referência sendo colocada logo abaixo da 
figura, imagem ou tabela, ela deve constar também nas referências no fim do 
trabalho. 
 
3. Estrutura da apresentação 
Para que seu trabalho fique bem apresentado, é necessário organizá-lo de modo 
claro e objetivo, assim, as chances de você se perder ou de esquecer algo 
importante na hora de apresentar diminuem. Além disso, quanto mais organizado 
estiver a sua apresentação, maior será a segurança na hora de falar. 
Comece fazendo um breve sumário, assim você poderá apresentar, para os 
ouvintes, quais serão os passos da sua apresentação. Segue um exemplo de 
sumário com alguns elementos importantes para você colocar no seu: 
○ Objetivos 
○ Metodologia (como a pesquisa foi realizada) 
○ Desenvolvimento: 
 
 
34 
 
○ O que é a vacina contra sarampo 
○ Por que ela é eficaz 
○ Riscos de não se tomar a vacina 
○ Etc. 
○ Conclusão (ou considerações finais) 
○ Referências 
 
3.1. Objetivo 
Neste tópico, deve-se falar de modo breve quais são os objetivos gerais da 
apresentação: 
 
OBJETIVOS 
―Esta apresentação tem por objetivo apresentar um panorama a respeito da vacina 
contra o sarampo.‖ 
 
3.2. Metodologia 
Na metodologia, deve-se explicitar como a pesquisa foi feita, ou seja, deve-se dizer 
em que você se baseou para a realização do trabalho: em sites, livros, revistas, 
aulas, em experiência de estágio, em experiências práticas em laboratório etc. É 
importante que o público saiba de onde você partiu para a realização da 
apresentação. 
A presente apresentação toma como base consultas realizadas em sites 
acadêmicos e do Ministério da Saúde. Foi realizada, ainda, uma pesquisa 
na região central de São Paulo, que consistiu na entrevista com 40 pessoas 
de ambos os sexos e com idades entre 15 e 30 anos, para o levantamento 
de dados que foram analisados e que serão aqui apresentados. 
 
3.3. Desenvolvimento 
No desenvolvimento, você colocará os tópicos do seu trabalho em específico. Assim, 
se for uma apresentação sobre a vacina contra o sarampo, alguns tópicos possíveis 
seriam aqueles apresentados acima e reproduzidos a seguir: 
 O que é a vacina contra sarampo 
○ Por que ela é eficaz 
○ Riscos de não se tomar a vacina 
 
 
 
35 
 
Lembrando que cada um dos tópicos apresentados no sumário deverá ser 
desenvolvido ao longo da apresentação. 
 
3.3. Conclusão 
Após desenvolver todos os tópicos que você se propôs a apresentar, é preciso fazer 
um fechamento das ideias apresentadas. Esse fechamento não precisa ser 
necessariamente uma conclusão, pode ser um breveresumo das principais ideias 
apresentadas, um questionamento ou mesmo a sugestão de novos estudos. Por 
isso, ao invés de intitular esse tópico como conclusão, você pode colocar 
considerações finais. 
 
3.4. Referências 
Todas as informações externas utilizadas em seu trabalho, ou seja, informações 
baseadas em pesquisas em livros, artigos ou em sites, por exemplo, devem ser 
devidamente referendadas, caso contrário, estaremos correndo o risco de praticar 
plágio. 
É extremamente recomendável que se use fontes confiáveis, assim você não corre o 
risco de falar alguma inverdade na apresentação e passa maior credibilidade. Desse 
modo, seja criterioso na hora de escolher as fontes; isso vale para qualquer leitura. 
Na hora de colocar as referências, é preciso estar atento às normas ABNT, pois 
dependendo das exigências do avaliador, isso pode custar alguns pontos. A 
recomendação é consultar, sempre que necessário, o site de normas da ABNT. 
 
4. Exposição oral 
A exposição de um trabalho é muito comum na nossa vida escolar e também pode 
ser algo requerido na vida profissional. Trata-se de um gênero cuja finalidade é a 
transmissão de conhecimento. A seguir, algumas dicas que podem ajudar na hora 
de fazer alguma apresentação, seja no ambiente acadêmico, seja no ambiente 
profissional. 
 
4.1. Pesquisa e planejamento 
 
 
36 
 
Antes da apresentação em si, vem o planejamento. Para isso, é importante utilizar 
fontes diversas para que você possa se aprofundar no assunto. A partir da pesquisa, 
vem a seleção das principais informações e a montagem da apresentação. 
Para a exposição em si, é importante elaborar um roteiro com as etapas. 
 
4.2. Realização da exposição oral 
Comece fazendo uma abertura, apresente-se para o público. Essa etapa ajudará 
você a se aproximar um pouco mais do público e a diminuir a tensão gerada sempre 
que temos que fazer esse tipo de apresentação. Além de permitir ao seu público te 
conhecer um pouco melhor. 
Introduza o tema a ser apresentado de forma breve e clara: ―O tema a ser 
apresentado é...‖. É importante mostrar ao público também um plano da exposição, 
ou seja, fale dos itens que abordará. 
Depois disso, vem o desenvolvimento, em que cada um dos itens anunciados deverá 
ser desenvolvido. Procure desenvolver os tópicos de forma encadeada, ou seja, 
estabeleça relações lógicas entre elas (―Vamos agora apresentar os aspectos 
negativos...”, “vamos ver alguns exemplos‖). 
Por fim, vem a conclusão, quando se deve recapitular os principais pontos da 
exposição e em que pode haver uma mensagem final ou a apresentação de um 
problema relativo ao tema que exigirá nova exposição. 
 
4.3. Postura e voz 
 Evite falar apressadamente – inspire confiança; 
 Dê entonações diferentes à voz; 
 Evitar tiques (passar a mão no cabelo, colocar a mão no bolso, esfregar os 
olhos etc.), pois isso distrai o espectador. 
 
4.4. Recursos audiovisuais 
 Confere mais dinamismo para a exposição: power point, gráficos, tabelas, 
figuras e fotografias. 
 
4.5. Linguagem 
 Buscar uma linguagem simples, clara e direta; 
 
 
37 
 
 Uso da norma padrão – mais informal a depender do público; 
 Evitar gírias e repetição constante de palavras como: então, né, tá ligado, 
certo, tá. 
 
4.6. Relacionamento com o público 
 Expressividade – meu corpo fala; 
 Evitar leituras longas e dar as costas para o público; 
 Ouvir atentamente as dúvidas e observações – esclarecê-las e não se dirigir 
apenas a quem fez a pergunta. 
 
SÍNTESE 
Esta unidade teve por objetivo oferecer subsídios básicos para que o aluno possa 
utilizar os principais comandos para a montagem de uma apresentação usando o 
Apresentações Google. Pontuou-se, ainda, algumas sugestões de formatação e 
estruturação para que o aluno tenha uma base para a montagem de apresentações 
mais formais e mais próximas da linguagem acadêmica. Por fim, apresentamos 
alguns caminhos para no desenvolvimento de boa exposição oral. 
 
VIDEOAULA 
Aula 05 – Como montar uma apresentação usando o Apresentações Google e 
exposição oral – Professora Raquel Azevedo 
 
REFERÊNCIAS 
ABAURRE, M. L., ABAURRE, M. B. Produção de textos: interlocução e gêneros. 
São Paulo: Contexto, 2012. 
BENEVIDES, A. L. Introdução à formatação no Google Docs. Slides de aula, 
2019. 
http://alerta-para-vacina.blogspot.com/2011/10/importancia-da-vacinacao-na-
infancia.html 
https://br.ccm.net/faq/34713-como-ir-direto-a-caixa-de-entrada-do-gmail 
https://www.quora.com/Why-can-we-no-longer-access-Google-Docs-and-Drive-from-
Gmail 
https://www.normaabnt.com/referencias-bibliograficas/ 
http://alerta-para-vacina.blogspot.com/2011/10/importancia-da-vacinacao-na-infancia.html
http://alerta-para-vacina.blogspot.com/2011/10/importancia-da-vacinacao-na-infancia.html
https://br.ccm.net/faq/34713-como-ir-direto-a-caixa-de-entrada-do-gmail
https://www.quora.com/Why-can-we-no-longer-access-Google-Docs-and-Drive-from-Gmail
https://www.quora.com/Why-can-we-no-longer-access-Google-Docs-and-Drive-from-Gmail
https://www.normaabnt.com/referencias-bibliograficas/
 
 
38 
 
WEIL, P.; TOMPAKOW, R. O corpo fala: a linguagem silenciosa da linguagem não 
verbal. Petrópolis: Vozes, 2015. 
 
 
 
39 
 
UNIDADE VI 
Gênero relatório e gênero currículo 
 
PONTO DE PARTIDA 
O relatório é um gênero textual muito solicitado nos mais diversos cursos e estágios 
da vida acadêmica, mas sempre surgem muitas dúvidas sobre como fazer. Se 
formos pesquisar na internet, aparecerão inúmeros modelos e a dúvida torna-se 
ainda maior. 
Atualmente há algumas empresas e diversos sites de cadastro para vaga de 
emprego que cadastram os currículos em plataformas on-line, por meio do 
preenchimento de um cadastro. Contudo, muitas empresas ainda recebem currículos 
impressos ou enviados por e-mail e, nesse caso, um currículo bem elaborado pode 
ser o grande diferencial para a tão sonhada vaga. 
 
OBJETIVOS 
O objetivo desta aula é esclarecer algumas dúvidas acerca da elaboração de 
relatórios. Dar-se-á ênfase para a estrutura básica de um relatório técnico e para 
algumas normas a serem seguidas de acordo com a ABNT. 
 
DESENVOLVIMENTO 
O relatório é um tipo de texto que apresenta um conjunto de informações detalhadas 
sobre determinado tema, em que são apresentados os resultados de uma 
determinada atividade ou análise de dados. 
Os tipos mais frequentes de Relatório são: 
 Relatório científico/técnico: desenvolvimento e conclusões acerca de uma 
pesquisa realizada, um estágio ou sobre a finalização de um curso; 
 Relatório de gestão: normalmente usado no ambiente corporativo, em que se 
apresentam os resultados alcançados em um período específico de uma 
administração; 
 Relatório de atividades diversas: participação em evento, visita cultural, 
apreciação de um livro ou filme ou mesmo sobre uma atividade desenvolvida em 
sala e em grupo. 
 
 
 
40 
 
Trata-se de um gênero textual muito solicitado por professores nos mais diversos 
cursos e estágios da vida acadêmica. No entanto, sempre surge a dúvida sobre o 
que deve constar no relatório e sobre como devemos desenvolvê-lo. A verdade é 
que existem inúmeros modelos de relatório e o que será colocado no nele depende 
muito do que foi solicitado pelo professor e do tipo de atividade a ser relatada. 
Contudo, como se trata de um texto voltado para a apresentação de resultados, 
independente do modelo a ser seguido, existe uma estrutura básica: introdução; 
desenvolvimento e conclusão. Quando se trata de um relatório científico/técnico, é 
necessário, ainda, que estejamos atentos às normas de formatação exigidas pela 
ABNT. 
 
1. ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS 
1.1. Capa 
Elemento obrigatório para qualquer trabalho acadêmico que siga as normas da 
ABNT. Nela, deve constar o nome da instituição, nome do curso, título da pesquisa 
ou do trabalho, nome do autor e, no fim da página, nome da cidade e ano. Vale 
lembrarque não se deve florear a capa de um trabalho acadêmico, por isso, nada de 
imagens ou desenhos, nada de letras coloridas ou estilizadas, o tipo de letra deve 
ser sempre Arial ou Times. Escolha UMA delas e a utilize em TODO o seu trabalho. 
 
 
NOME DA INSTITUIÇÃO 
 
NOME DO CURSO 
 
TÍTULO DA PESQUISA 
 
Nome completo do autor 
 
 
São Paulo 
ANO 
 
 
41 
 
1.2. Folha de rosto 
Trata-se de outro elemento obrigatório, em que deve constar o nome completo do 
autor, título do trabalho (com subtítulo, se houver), termo de exigência3 e, abaixo, 
cidade e ano, conforme o exemplo a seguir: 
 
 
1.3. Resumo e palavras-chave4 
O resumo é importante para situar o leitor acerca do que ele lerá. Assim, você 
introduz de forma breve qual é o objetivo do seu relatório. Dever ser escrito em um 
único parágrafo e conter no máximo 500 palavras. As expressões a seguir são 
ótimas para utilizar nesse momento: 
“Este trabalho tem por finalidade descrever e analisar....” 
“Esta pesquisa, que tem como ponto de partida trabalhos sobre o tema...” 
“Essa pesquisa lança, portanto, novas luzes em estudos relacionados a este 
assunto...” 
As palavras-chave vêm logo abaixo do resumo e consiste em três palavras 
representativas do tema. Veja o exemplo a seguir: 
 
 
3
 Quando se trata de trabalho a ser submetido a uma banca examinadora para a obtenção de um 
determinado título, o termo é outro e deve se adequar ao trabalho apresentado e à especificação do 
título a ser obtido. 
4
 Antes do Resumo, é opcional inserir folhas de agradecimento, dedicatória e pensamento. 
Palavras-Chaves: análises clínicas; vacinas; prevenção da doença. 
 
NOME DO AUTOR 
 
 
TÍTULO DA PESQUISA 
(SUBTÍTULO – se houver) 
 
 Relatório elaborado para a disciplina de______, 
solicitado pelo docente_________. 
 
 
São Paulo 
ANO 
 
 
42 
 
1.4. Listas 
Caso você utilize ao longo do seu relatório tabelas, ilustrações ou figuras, é 
necessário fazer uma lista indicando o título e a página em que se encontra. Além 
disso, se você utilizou siglas e/ou abreviaturas, deve também fazer uma lista 
indicando seus significados. Observe os exemplos a seguir: 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 1 – Foto da vacina Pág. 11 
 
FIGURA 2 – Foto da doença Pág. 14 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 1 – Quantidade de Vacina por região Pág. 10 
TABELA 1 – Indivíduos que não tomaram a vacina Pág. 
12 
 
 
 
 
43 
 
 
 
QUADROS E TABELAS 
Desse modo, para fins de padronização, todas as tabelas e figuras devem ser 
numeradas e nomeadas, em tamanho 10, ao logo do texto. Além disso, a fonte 
(lugar de onde foi obtida) da figura precisa ser indicada logo abaixo dela. Tanto a 
figura quanto o título precisam ser centralizados. 
Veja o exemplo a seguir: 
 
Figura 1 – Mosquito. 
https://www.boavontade.com/pt/saude/febre-amarela-tire-suas-duvidas-sobre-doenca 
 
Lembrando que, mesmo indicando a fonte das figuras logo abaixo desta, é preciso 
colocar novamente nas Referências, o que vale para citações diretas ao longo do 
texto. 
 
1.5. Sumário 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
AP – Apêndice 
APC – Apêndice de Comentário 
APT – Apêndice de Tópico 
C – Comentário 
 
 
https://www.boavontade.com/pt/saude/febre-amarela-tire-suas-duvidas-sobre-doenca
 
 
44 
 
Este é o último elemento pré-textual que deve constar no relatório. No sumário, o 
título deve aparecer centralizado, em maiúsculo e negrito, com o tamanho da letra 
seguindo o padrão 12. Devem constar as seções e as subseções do seu trabalho e 
a indicação das páginas. Abaixo, há um modelo, mas a organização do sumário 
dependerá do conteúdo a ser apresentado. 
 
 
2. ELEMENTOS TEXTUAIS 
2.1. Introdução 
A introdução é a primeira parte dos elementos textuais e deve apresentar uma 
contextualização sobre o tema do relatório, introduzindo de forma mais geral do 
tema da pesquisado, o objetivo do trabalho e uma breve descrição da pesquisa. É 
importante, nesta seção, que você responda às perguntas abaixo: 
 Qual é o assunto ou o tema abordado na pesquisa? 
 Qual é o meu objetivo neste relatório? 
 Os objetivos devem ser apresentados com verbo no infinitivo: ―O objetivo deste 
relatório é esclarecer...‖; ―é definir tal assunto...‖. Assim, esclareça o que foi 
pesquisado, quando e para que serviu o estudo realizado. 
 
2.2. Desenvolvimento 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO....................................................................................x 
1. A VACINA CONTRA O SARAMPO................................................x 
1.1. Fundamentação teórica .............................................................x 
1.2. Materiais e métodos.....................................................................x 
1.3. Discussão dos resultados...........................................................x 
1.3.1. Metabolismo proteico ..................................................x 
1.3.2. Necessidade da vacina ...............................................x 
1.3.1. Como a vacina age no organismo...............................x 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..........................................................x 
REFERÊNCIAS ................................................................................x 
 
 
45 
 
Nessa parte do texto, entram os tópicos a serem desenvolvidos no seu relatório, que 
dependerão muito do conteúdo a ser relatado. 
Um dos pontos importantes é a fundamentação teórica, ou seja, fale sobre as 
principais teorias acerca do assunto a ser abordado no relatório, indicando, claro, 
devidamente os autores e as fontes. Para citações com mais de três linhas, esta 
deve estar descolada do corpo do texto, com dois recuos da margem, em fonte 
tamanho 10 e, logo abaixo, entre parênteses, deve estar a indicação dos autores, 
ano e páginas, conforme o modelo a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além da fundamentação teórica, é importante apresentar os materiais e métodos, 
sobretudo se seu relatório apresentará resultados de um experimento. É no 
desenvolvimento que você apresentará também a discussão acerca do tema e os 
resultados obtidos a partir da pesquisa. 
 
2.3. Considerações finais 
Nas considerações finais, é preciso retomar as principais ideias desenvolvidas e 
apresentar uma reflexão sobre o tema. É o memento de apresentar uma possível 
solução para o problema (caso haja) ou mesmo apontar para a necessidade de 
novos estudos e sugerir outras leituras. 
 
3. ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS 
3.1. Referências 
As referências são fundamentais para qualquer trabalho acadêmico, pois todas as 
fontes pesquisadas, sejam sites, artigos científicos, livros impressos ou em PDF, 
De acordo com Bechara: 
 
O enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas 
se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência 
sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas que 
sedimentam estes princípios. [...] Os sinais de pontuação, que já vêm sendo 
empregados desde muito tempo, procuram garantir no texto escrito esta 
solidariedade sintática e semântica e semântica. Por isso, uma pontuação 
errônea produz efeitos tão desastrosos à comunicação quanto o 
desconhecimento dessa solidariedade a que nos referimos. 
(BECHARA, 2009, p. 606) 
 
 
46 
 
devem ser indicadas seguindo as normas da ABNT. Vale, portanto, uma pesquisa no 
site da ABNT para verificar as normas específicas para o material que você utilizar. 
 
SÍNTESE 
Sendo o relatório um gênero textual muito solicitado durante a vida acadêmica e 
tendo em vista as dúvidas que são geradas a partir dos inúmeros modelos aos quais 
somos expostos, buscou-se esclarecer algumas dessas dúvidas e apresentar uma 
proposta de modelo. Falamos especificamente da estrutura básica de um relatório 
técnico, ou seja, dos elementos obrigatórios que devem estar presentes nesse tipode trabalho. 
Além disso, vimos alguns dos padrões exigidos pelas normas da ABNT. Contudo, 
vale lembrar que nesta apostila não constam todas as normas estabelecidas pela 
ABNT. Apresentamos aqui apenas o básico necessário para que seja possível 
redigir um relatório minimamente dentro do padrão exigido. Em caso de dúvida, é 
importante sempre consultar o site da ABNT. 
 
VIDEOAULA 
Aula 6 – Parte I – Gênero Relatório – Professora Raquel Azevedo 
 
REFERÊNCIAS 
ABAURRE, M. L.; ABAURRE, M. B. Produção de textos: interlocução e gêneros. 
São Paulo: Contexto, 2012. 
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
2009. 
https://www.boavontade.com/pt/saude/febre-amarela-tire-suas-duvidas-sobre-
doenca 
http://hdr.undp.org/sites/default/files/hdr2004-portuguese.pdf 
https://www.normaseregras.com/normas-abnt/ 
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-relatorio/ 
https://www.normaabnt.com/referencias-bibliograficas/ 
PASCHOLATI, P. R. (Org.). Física experimental 1. Instituto de Física - Universidade 
de São Paulo. 2011, p.76-83. Disponível em: 
http://portal.if.usp.br/labdid/sites/portal.if.usp.br.labdid/files/f%C3%ADsica%201.pdf 
https://www.boavontade.com/pt/saude/febre-amarela-tire-suas-duvidas-sobre-doenca
https://www.boavontade.com/pt/saude/febre-amarela-tire-suas-duvidas-sobre-doenca
https://www.normaseregras.com/normas-abnt/
https://www.normaabnt.com/referencias-bibliograficas/
http://portal.if.usp.br/labdid/sites/portal.if.usp.br.labdid/files/f%C3%ADsica%201.pdf
 
 
47 
 
Acesso em: 04 set. 2019. 
 
Aula 06 – Parte II – Gênero Currículo 
 
OBJETIVOS 
O objetivo desta aula é esclarecer algumas dúvidas acerca da elaboração de um 
currículo. 
 
DESENVOLVIMENTO 
Apesar de atualmente algumas empresas e sites de cadastro para vaga de emprego 
terem seus próprios modelos e seu preenchimento ser on-line, através de um 
cadastro, muitas empresas ainda recebem currículos, sejam impressos ou enviados 
por e-mail. Assim, ainda se faz importante ter um currículo próprio, e este pode ser o 
grande diferencial na hora de concorrer a uma vaga. 
O currículo é uma primeira apresentação do candidato à empresa na qual pretende 
se integrar. Assim, um currículo bem organizado, sem exageros e redigido de acordo 
a norma culta causa boa impressão e pode fazer a diferença. 
Estrutura básica: 
 Cabeçalho: onde deve constar o nome do candidato e alguns dados pessoais. 
 Objetivo: deve-se dizer brevemente em qual área você pretende trabalhar. Caso 
esteja se candidatando a uma vaga em específico, vale dizer que tem interesse 
nessa vaga. 
 
 
 
 
 
 
 
 Formação acadêmica: comece sempre pela mais recente. Nesse campo, 
vale colocar apenas formações mais importantes como escola regular, curso 
técnico e faculdade, se houver. Os demais cursos devem ser colocados em 
formação complementar. 
 Objetivo profissional 
Preencher o quadro de funcionários da empresa xxx na área de 
Técnico em Análises Clínicas. 
 Objetivo profissional 
Preencher o quadro de funcionários do Hospital xxx na vaga de 
(cargo pretendido), na área de Técnico em Análises Clínicas. 
 
 
 
48 
 
 Experiência profissional: comece pela mais recente também. Aqui vale o 
bom senso, pois se você já teve muitas experiências, é importante selecionar 
aquelas mais relevantes para o cargo que você pretende ocupar atualmente 
e/ou aquelas mais recentes. 
 Formação complementar (cursos): aqui entram os demais cursos, pode ser 
aqueles de curta duração e/ou cursos como de inglês e informática. 
 Informações adicionais: este é um campo opcional que consiste em um 
texto curto e objetivo no qual você poderá falar um pouco sobre si mesmo, 
sobre suas habilidades e como as experiências anteriores e a sua formação 
podem contribuir para o seu desempenho no cargo que pretende ocupar, 
principalmente se você está iniciando em nova área e, apesar de já ter 
experiência no mercado de trabalho, ainda não teve experiência na nova área 
em que pretende ingressar. Veja o modelo a seguir: 
 
 
A ressalva é que aqui você também utilize do bom senso e seja bastante objetivo, 
sem se estender muito e sem mencionar coisas que não são relevantes para o 
trabalho naquele momento, como ―nas horas vagas, eu gosto de ver filmes x ou y‖, 
isso pode até ser dito em outro momento, caso isso seja perguntado em uma 
entrevista, por exemplo. 
 
SÍNTESE 
Esta aula teve por objetivo esclarecer algumas dúvidas acerca da elaboração de um 
currículo e apresentar uma estrutura que pode ser seguida. 
 
VIDEOAULA 
Aula 6 – Parte II – Gênero Currículo – Professora Raquel Azevedo 
 Informações adicionais 
As experiências profissionais anteriores e período de curso me trouxeram 
maior senso de responsabilidade e compromisso com metas, prazos e 
horários. Possuo bom desempenho profissional para benefício da empresa, 
bom relacionamento com as pessoas e bom desempenho intelectual. Tenho 
pretensão de me especializar na área com cursos complementares e 
graduação. Disponibilidade de trabalhar aos fins de semana. 
 
 
49 
 
 
REFERÊNCIAS 
ABAURRE, M. L.; ABAURRE, M. B. Produção de textos: interlocução e gêneros. 
São Paulo: Contexto, 2012. 
https://pt.slideshare.net/Equipe_FAETEC/o-gnero-textual-currculo 
https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/modelo-curriculo/cv-farmaceutico 
 
https://pt.slideshare.net/Equipe_FAETEC/o-gnero-textual-currculo
https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/modelo-curriculo/cv-farmaceutico
 
 
50 
 
UNIDADE VII 
Redação 
 
PONTO DE PARTIDA 
Nesta unidade partiremos do pressuposto de que a leitura não pode ser descolada 
do ato de escrever. Assim, não se faz um bom escritor sem que este também seja 
um bom leitor. 
 
OBJETIVOS 
O objetivo desta unidade é desmistificar o processo de escrita e mostrar que todos 
nós somos aptos a escrever bom texto. É também objetivo desta unidade apresentar 
alguns caminhos que podem ajudar no desenvolvimento dessa habilidade. 
 
Introdução 
A escrita é uma construção social, ligada às práticas que organizam uma sociedade. 
No mundo moderno, em maior ou em menor medida, ela é necessária, pois mesmo 
que em algumas profissões/situações a escrita seja pouco exigida, ela circula nas 
mais diversas esferas sociais e tudo aquilo que precisa ser legitimado baseia-se na 
palavra escrita. Se pensarmos em prestar concursos ou se concorremos a uma vaga 
de emprego, podemos ter diante de nós uma situação em que ela não apenas é 
exigida, mas também avaliada. 
Mesmo estando tão presente na nossa vida cotidiana, o ato de escrever ainda está 
cercado de mitos. Um deles é do de que escrever é um dom concedido a poucos ou 
um ato espontâneo, resultado de uma inspiração. O que pouco se sabe é que até 
para os grandes escritores escrever um bom texto não é uma tarefa fácil. São vários 
os relatos de escritores sobre sua dificuldade com as palavras. Veja abaixo um 
depoimento de um dos mais renomados autores brasileiros, José J. Veiga: 
Para mim, o ato de escrever é muito difícil e penoso, tenho sempre que 
corrigir e reescrever várias vezes. Basta dizer, como exemplo, que escrevi 
1100 páginas datilografadas para fazer um romance no qual aproveitei 
pouco mais de 300. (José J. Veiga) 
Outro mito é o de que tudo pode se resolver com algumas dicas. Contudo, é um 
equívoco acreditar que dicas rápidas de última hora são a chave para escrever um 
bom texto, sobretudo se você estiver pensando em se submeter a processos 
 
 
51 
 
seletivos mais exigentes como concursos. As dicas podem até ajudar, mas é preciso 
ter em mente que a escrita é uma habilidade que precisa ser desenvolvida. Para 
isso, é necessário estudo, prática e muita leitura. Logo, escrever bem exige certo 
trabalho. 
 
1. A língua que escrevemos não é a mesma que falamos 
Enquanto a língua falada é adquirida naturalmente, já durante nossos primeiros anos 
de vida, a escrita só é aprendida após

Mais conteúdos dessa disciplina