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1 Difração A difração descreve as modificações sofridas por ondas eletromagnéticas quando são obs- truídas. Por exemplo, a frente de onda da Figura 1 abaixo. Figura 1: Frente de onda obstruída por obstáculo. Assumindo uma frente de onda uniforme pode-se quantificar a intensidade ao longo de uma linha B−B′ no outro lado do obstáculo através de um eixo cujo valor zero corresponde ao topo do obstáculo. Espera-se que a intensidade de campo, ao longo de B−B′, se pareça com a linha tracejada da Figura 2, com sombreamento completo e sinal zero abaixo do topo do obstáculo e nenhum outro efeito acima dele. Figura 2: Comportamento da densidade de potência relacionada a onda da Figura 1. No entanto, a linha cheia da Figura 2 apresenta o que realmente acontece. Além da energia “vazar” para a área de sombreamento, a intensidade de campo acima do topo do obstáculo também sofre distúrbios. Isto pode ser explicado pelo princípio de Huygens, o qual estabelece que cada ponto em uma frente de onda funciona como uma fonte de ondas secundárias (elementares), que comporão a frente de onda em uma nova posição ao longo da propagação. A Figura 3 abaixo ilustra o princípio. 1 Figura 3: Representação do princípio de Huygens. 1.1 Obstrução da onda propagante por um obstáculo Assim, pode-se deduzir que as fontes pontuais da região não obstruída emitirão frentes de onda secundárias que iluminarão a região situada atrás do obstáculo, diz–se que a energia foi, então, difratada. Note que as frentes de onda oriundas de cada fonte secundária, conforme Figura 4, percorrem distâncias distintas até alcançar o receptor no ponto O. Portanto, dependendo do caminho percorrido, cada fonte secundária dará uma contribuição positiva ou negativa ao campo recebido em O. Figura 4: Distâncias da frente de onda ao receptor no ponto O Observe que na Figura 4 os pontos 1, 1’, 2, 2’, são pontos de referência onde a diferença de percurso é de nλ 2 , n = 1, 2, ... . Assim, se 0 ≤ n ≤ 1 , se tem percursos entre 1- 1’, denominada 1a zona de Fresnel. Se 1 ≤ n ≤ 2 se tem percursos entre 2-2’, região denominada 2a zona Fresnel. Estabelecendo um plano perpendicular ao percurso entre a antena transmissora e re- ceptora, onde o ponto A corresponde a linha de visada entre Fonte e observador O, é obtida 2 a Figura 5. Figura 5: Zonas de Fresnel A diferença do percurso de visada direta (ponto A) daquele distante h de A pode ser expresso por. ∆ ∼= h2 2 (d1 + d2) d1d2 , h hr O parâmetro υ é denominado Difração de Fresnel-Kirchoff em Termos de α υ = α √ 2d1d2 λ(d1 + d2) , α 2, 4 (9) Observações: • A perda por difração é mínima se um obstáculo não bloqueia o volume contido na primeira zona de Fresnel • A visada é considerada direta se 55% da primeira zona de Fresnel não está bloqueada Exercícios 1. Calcule a perda por difração. Assuma λ = 1 3 m, d1 = 1Km, d2 = 1Km e: (a) h = 25m; (b) h = 0; (c) h = −25m. Calcule as respostas usando o gráfico e as soluções numéricas (Equação (9). Para cada um desses casos identifique a zona de Fresnel dentro da qual o obstáculo se encontra. 2. Para a geometria da Figura (10), determine: (a) a perda por difração gume de faca; (b) a altera do obstáculo para que as perdas por difração considerando o modelo gume de faca sejam de 6 dB. Considere que a frequência de operação é de 900 MHz. 6 Figura 10: Exercício 2 7