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FLOW: CRIATIVIDADE E 
ALTA PERFORMANCE
APRESENTAÇÃO
DE APOIO
Docente permanente do programa de pós-graduação stricto sensu em
Psicologia da PUC-Campinas, pesquisadora da linha de Instrumentos e
processos em avaliação psicológica. Visiting scholar na University of California
- Berkeley (dez/2019 a dez/2020, bolsista Fapesp). Pós Doutorado na
Universidade São Francisco (2009, bolsista Fapesp). Mestrado em Psicologia
Escolar (2003, Puc-Campinas, bolsista CNPq) e Doutorado em Psicologia pela
PUC-Campinas (2006, bolsista CNpq). Pesquisadora produtividade nível 2
CNPq. Presidente passado da Associação Brasileira de Criatividade e Inovação
(Criabrasilis, 2014-2017), membro colaborador do Conselho Brasileiro para
Superdotação (Conbrasd, 2018-atual) e membro do grupo de trabalho
Psicologia Positiva e Criatividade na Anpepp. Editora associada da Revista
Estudos de Psicologia e Revista Iberoamericana de Criatividade e Inovação.
Atua principalmente na área de Avaliação Psicológica, Criatividade, Altas
Habilidades /Superdotação, Inteligência, Competências Socioemocionais e
Psicologia Positiva.
TATIANA DE CÁSSIA NAKANO PRIMI
Professora Convidada
LUÍS HUMBERTO VILLWOCK
Professor PUCRS
Engenheiro Agrônomo, Graduado pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS - 1989), especialista em
Comércio Exterior pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS/FGV/RJ - 1990), Mestre em Economia Rural (UFRGS
- 1993), Doutor em Administração (UFRGS 2002). Atualmente é
coordenador do CriaLab - Tecnopuc. Também é Professor
Adjunto TI 40 da Escola de Negócios da PUCRS e sócio-
fundador da Villwock Consultores Associados Ltda, desde 1997.
Foi Gestor de Relacionamento do Tecnopuc/PUCRS.
Coordenador da Rede Inovapucrs. Coordenador do Núcleo
Empreendedor da FACE/PUCRS.
Professores
Experiências de pico, experiências culminantes e outros tipos de experiências ótimas. Definição da
excelência humana. Funcionamento psicológico ótimo. Flow e experiências de foco e imersão. Altas
habilidades e experiências ótimas. O potencial criativo e inovador. As bases da criatividade enquanto
traço psicológico. Métodos de inovação. Criatividade, inovação e empreendedorismo. Criatividade e
desenvolvimento humano. Times de inovação em organizações. Estratégias educativas para a
criatividade e inovação.
Ementa da disciplina
Flow: alta performance e 
resultado
Profa. Dra. Tatiana de Cassia Nakano
Flow
• Csikszentmihalyi (1997) descreveu a experiência de fluxo como: ''aquela que
muitas pessoas usaram para descrever a sensação de ação sem esforço que
sentem em momentos que se destacam como os melhores em suas vidas”
(p.29)
• Nesse estado, as pessoas estão intensamente envolvidas em uma atividade
e, portanto, nada mais parece importar
• Além do prazer na atividade e do interesse intrínseco em continuar a praticá-
la, a imersão total em uma atividade parece ser um aspecto central da
experiência de flow
(Salanova, Bakker, & Llorens, 2006)
Definições
Flow pode ser traduzido como “estado de fluxo” ou “experiência 
de fluxo”.
Estado de consciência no qual as pessoas ficam totalmente 
imersas em uma atividade, gostando intensamente do que estão 
fazendo.
Caracteriza-se como um estado psicológico que pode se fazer 
presente em situações que são avaliadas, pelo indivíduo, como 
desafiadoras e, perante as quais, ele percebe que tem 
habilidades e recursos para obter êxito.
Também é definido como um estado mental caracterizado por 
alto envolvimento, concentração profunda, motivação intrínseca, 
absorção, criatividade e alta performance.
(Kamei, 2017; Mendonça & Ferreira, 2018)
Estado 
transitório
O indivíduo 
avalia que está 
frente a um 
desafio
Avalia que tem 
habilidades para 
ser bem-
sucedido
Está motivado 
para se envolver 
nessa situação
Sente prazer ao 
realizá-la
(Farina, Freitas, & Hutz, 2020)
O conceito ganhou destaque ao abordar aspectos importantes do funcionamento
humano, tais como relacionamentos positivos e sentimentos de competência que
dão significado e propósito à vida.
Compreendido como a experiência de um estado positivo, no qual o indivíduo
consegue permanecer com sua atenção focada nas atividades que realiza, sem
esforço.
esportes
atividades 
artísticas
atividades 
musicais
atividades 
sociais
atividades 
profissionais
qualquer 
etapa do ciclo 
vital
em homens e 
mulheres
dançando correndo
praticando 
esportes
trabalhando
Diferentes 
contextos:
• Quando a pessoa está em flow, ela obtém seu melhor desempenho.
• Geralmente a pessoa entra em flow quando está fazendo aquilo que ela
mais gosta de fazer.
• Nessas situações, a pessoa encontra mais motivação, se concentra com
mais facilidade na atividade e fica tão profundamente absorvido e
envolvido naquela atividade que nem percebe o tempo passar.
• Naquele momento ela não pensa em mais nada, nem nos acontecimentos
anteriores e nem no que terá que fazer depois.
• Fica inteiramente focada no presente, no aqui e agora.
A teoria
• O conceito e teoria do flow foram desenvolvidos pelo co-fundador da
Psicologia Positiva, Mihaly Csikszentmihalyi.
• Durante seu doutorado sobre criatividade, na década de 1960, ele descobriu
o estado de flow ao entrevistar e observar artistas plásticos e escultores em
processo de criação.
• Observou a capacidade desses profissionais de trabalharem, por períodos
prolongados, na realização de suas obras, desconsiderando aspectos
fisiológicos como fome, fadiga e desconforto.
• Buscavam apenas concluir suas tarefas, mesmo que, ao seu final, essa
atividade promovesse pouca recompensa extrínseca.
(Kamei, 2017)
• Chamou a atenção o fato de não haver uma explicação
lógica para o envolvimento prazeroso dos artistas em seus
trabalhos e o fato de continuarem buscando desafios mais
complexos.
• Nas décadas seguintes, Csikszentmihalyi persistiu na
investigação desse tipo de comportamento, observando
jogadores de xadrez, alpinistas, dançarinos, atletas e até
mesmo cirurgiões, que enfatizavam prazer na realização de
uma atividade.
• Depois expandiu suas pesquisas para outras áreas, como
dança, música, literatura, esportes e educação, concluindo
que a sensação era similar, independendo do fato de serem
contextos de lazer ou trabalho.
• Em 1990 o autor publicou o livro intitulado Flow: the
psychology of optimal experience. Essa obra virou um best-
seller, tornando-o conhecido mundialmente.
(Garcia & Fiorese, 2020)
Popularidade
• Tal conceito ganhou destaque ao
englobar aspectos importantes do
funcionamento positivo, tais como
relacionamentos positivos e
sentimentos de competência que
trazem significado e propósito à
vida.
• Consiste na combinação da
experiência de sentir-se bem,
podendo ser visto como sinônimo
de um elevado nível de bem-estar e
sinal de saúde mental.
• Compreende um estado em que o
corpo e a mente fluem em perfeita
harmonia.
Altos índices de 
motivação 
intrínseca
Confiança em suas 
habilidades
Envolvimento 
cognitivo e afetivo 
com a atividade
Sentimentos 
relacionados ao 
afeto positivo 
(felicidade, 
satisfação e alegria)
Durante a vivência do estado de flow:
• A forma como as pessoas
interpretam os eventos
dependem de fatores sociais e
culturais mas, mais do que isso, o
significado que dão para as
próprias experiências individuais.
• Dentro dessa concepção, o autor
considera o flow como um
estado mental que ocorre
quando a pessoa está totalmente
imersa em uma atividade,
caracterizada por um
envolvimento total, motivação
intrínseca, otimismo e gratidão
enquanto desempenha uma
tarefa.
(Maeran & Cangiano, 2013)
Felicidade
Não é resultado de fatores 
externos ou sorte
Resultado das nossas motivações, 
das interpretações dos eventos e 
das experiências de vida
• Apesar da semelhança na vivência desse ciclo
entre as pessoas, há bastante margem para que as
iniciativas e escolhas pessoais façam uma
diferença real na forma como decidimos usar o
nosso tempo
• O autor afirma que a tudo que fazemos na visa a
felicidade. No fundo,benéficas.
• Começar um novo esporte pode fazer com que a pessoa passe a dedicar muito
tempo a essa nova atividade, deixando, em segundo plano, o tempo dedicado ao
trabalho, o tempo gasto com a família e nas atividades em casa.
• Uma situação semelhante pode ocorrer no local de trabalho se um diretor se
interessar por uma nova área de negócios que o afaste de se dedicar a resolver os
problemas atuais enfrentados por sua equipe.
• Jogos de azar e algum comportamento antissocial também podem fornecer
experiência de fluxo.
• Como um bom coach, podemos discutir os prós e os contras de buscar a experiência
ideal por meio do fluxo. Isso pode ter um efeito positivo de longo prazo, permitindo
que o cliente diferencie entre as atividades que conduzem ao crescimento e as que
não o são.
(Wessa & Boniwell, 2007)
Avaliação do Flow
Work-related Flow scale (WOLF; Bakker, 2001)
• O WOLF inclui treze itens medindo absorção (4 itens), prazer no trabalho (4 itens)
e motivação intrínseca para o trabalho (5 itens).
• Os exemplos são: '' Quando estou trabalhando, esqueço tudo ao meu redor ''
(absorção),
• '' Quando estou trabalhando muito intensamente, sinto-me feliz '' (prazer no
trabalho)
• '' Recebo minha motivação do trabalho em si, e não das recompensas por ele ''
(motivação intrínseca ao trabalho).
• Os participantes são solicitados a indicar quantas vezes eles tiveram cada uma das
experiências durante a semana anterior (0 = nunca, 6 = sempre).
• Quanto maior a pontuação, maior a probabilidade de se experienciar o flow.
Item
Quando estou trabalhando, não penso em mais nada
Eu me deixo levar pelo meu trabalho
Quando estou trabalhando, eu esqueço de tudo ao meu redor
Eu estou totalmente envolvido no meu trabalho
Meu trabalho faz eu me sentir bem
Eu faço meu trabalho com muito prazer
Eu me sinto feliz durante o meu trabalho
Item
Eu me sinto alegre quando estou trabalhando
Eu continuaria nesse trabalho mesmo que eu recebesse um salário menor
Eu percebo que também quero trabalhar no meu tempo livre
Eu trabalho porque eu gosto
Quando estou trabalhando em alguma coisa, estou fazendo isso por mim mesmo
Eu me sinto motivado pelo trabalho por si só, e não do que recebo por ele
Versão brasileira da Work-related Flow scale
The Flow state scale -2 (FSS-2)
• Instrumento de autorrelato desenvolvido para avaliar o flow
experimentado dentro de um determinado evento. Composta por 36 itens
que avaliam nove dimensões do flow (4 itens para cada dimensão):
equilíbrio desafio-habilidade, fusão ação-consciência, objetivos claros;
feedback inequívoco, concentração total na tarefa em mãos, senso de
controle, perda de autoconsciência avaliativa, transformação do tempo e
experiência autotélica.
• Um fator geral (flow) e nove fatores específicos.
• As respostas são dadas dentro de uma escala likert de 5 pontos, indo de
discordo totalmente a concordo totalmente.
Item Fator
Não estou preocupada com o que os outros possam estar pensando 
de mim
Perda de autoconsciência
Está muito claro para mim como está meu desempenho Feedback claro e direto
Eu faço os movimentos corretos sem pensar em tentar fazer isso Fusão entre ação e 
consciência
Minha atenção está inteiramente voltada para o que estou fazendo Concentração na tarefa 
presente
A forma como o tempo passa parece diferente do normal Distorção na percepção de 
tempo
Eu sou desafiado mas acredito que minhas habilidades me permitirão 
enfrentar o desafiar
Equilíbrio entre habilidade 
e desafio
Gosto muito da experiência Experiência autotélica
Tenho um senso de controle sobre o que estou fazendo Percepção de controle
Sei claramente o que quero fazer Objetivos claros
Dispositional Flow Scale – 2 (DFS-2) (Jackson & Eklund, 
2004)
• Instrumento de autorrelato para avaliar a frequência de experiências de flow na
atividade física escolhida.
• Composta por 36 itens que avaliam as nove dimensões do flow citadas
anteriormente no FSS-2 (4 itens para cada dimensão)
• Um fator geral (flow) e nove fatores específicos.
• Os participantes são solicitados a pensarem sobre a frequência com que
experimentam as características descritas em cada item durante a prática de um
exercício específico.
• As pontuações para cada dimensão resultam da pontuação média dos respectivos
itens. Uma pontuação total da escala também pode ser obtida pela média das
pontuações em todas as dimensões.
• Valores altos correspondem a uma maior probabilidade de fluxo de experiência
durante aquela atividade ou exercício.
Item Fator
Não estou preocupada com o que os outros possam estar pensando 
de mim
Perda de autoconsciência
Está muito claro para mim como está meu desempenho Feedback claro e direto
Eu faço os movimentos corretos sem pensar em tentar fazer isso Fusão entre ação e 
consciência
Minha atenção está inteiramente voltada para o que estou fazendo Concentração na tarefa 
presente
A forma como o tempo passa parece diferente do normal Distorção na percepção de 
tempo
Eu sou desafiado mas acredito que minhas habilidades me permitirão 
enfrentar o desafiar
Equilíbrio entre habilidade 
e desafio
Gosto muito da experiência Experiência autotélica
Tenho um senso de controle sobre o que estou fazendo Percepção de controle
Sei claramente o que quero fazer Objetivos claros
Short Flow Scale (Jackson et al., 2008)
• Versão reduzida da The Flow State Scale, composta por 9 itens que
avalia somente o flow global que os indivíduos experimentam em
diferentes atividades.
• Um item para cada dimensão avaliada.
Escala de estado de fluidez (Garcia Calvo et al., 2008)
• Composta por 9 itens
• Cinco opções de resposta: totalmente de acordo; de acordo; nem de acordo e nem
desacordo, em desacordo; totalmente em desacordo.
• Em todos os itens, a soma da pontuação direta (1 a 5) dá origem a um valor total
da experiência ideal relatada pelo próprio sujeito.
Item Fator
Enquanto faço a atividade, meus problemas e preocupações são 
apagados
Perda de autoconsciência
Tenho uma boa ideia, quando estou fazendo a atividade, de como 
estou indo
Feedback claro e direto
Faço as coisas de forma espontânea e automática, sem ter que pensar 
sobre elas
União entre ação e 
consciência
Tenho concentração total Concentração na tarefa 
presente
O modo como o tempo passa parece ser diferente do normal Distorção na percepção de 
tempo
Sinto que sou competente o suficiente para atender às demandas da 
situação
Equilíbrio entre habilidade e 
desafio
A experiência é extremamente gratificante Experiência autotélica
Tenho uma sensação de controle total Percepção de controle
Tenho uma noção ampla do que quero fazer Objetivos claros
Escala de Disposición a Fluir en el Trabajo (EDFT-2)
(Millán, D’Aubeterre, & Garassini, 2012)
• 20 itens agrupados em 5 fatores: sensação de funcionamento ótimo, implicação
sobre a atividade laboral, união entre ação e consciência, sentido de controle e
sentido alterado de tempo
• Cada item pode ser respondido em uma escala likert de 5 pontos
• A correção dá origem a uma pontuação total e pontuações em cada um dos
fatores
Fator 1 – Sensação de funcionamento ótimo
Item
Sinto que sou suficientemente capaz para estar a altura das dificuldades em uma situação
de trabalho
Em meu trabalho, estou consciente do bem que estou fazendo
Meu trabalho é um desafio para mim, mas acredito que tenho toda a capacidade para
superá-lo.
Meus objetivos com respeito ao meu trabalho, estão claramente definidos
Sinto que tenho controle total do que faço quando estou trabalhando
Sinto que tenho controle sobre o meu trabalho
Fator 2 – Implicação sobre a atividade laboral
Item
Estar em meu trabalho me faz me sentir bem
Para mim o trabalho é uma experiência muito valiosa e reconfortante
Realmente desfruto fazendo meu trabalho
Minha atuação é para mim um feedback de que tão bem faço meu trabalho
Gosto muito do que experimento quando estou trabalhando e gostaria de sentir isso de
novo
Estou seguro do que quero fazer em meu trabalho
Fator 3 – União entreação e consciência
Item
Faço meu trabalho de forma espontânea e automática
Faço de forma automática (sem pensar muito), as atividades corretas para resolver os 
desafios do meu trabalho
Fator 4 – Sentido de controle
Item
Não me custa colocar toda minha atenção no que estou fazendo em meu trabalho
Sinto um controle total do meu corpo e mente enquanto trabalho
Não é um esforço me manter concentrado em meu trabalho
Fator 6 – Sentido alterado de tempo
Item
Perco a noção de tempo durante meu trabalho
Quando trabalho, sinto como se o tempo passasse muito rápido
Quando estou trabalhando, o tempo parece ir mais lento ou mais rápido 
Escala de Disposición a Fluir nos Estudos Universitários
(Simon et al., 2016)
• Adaptação da Escala de Disposición a Fluir en el Trabajo (EDFT-2)
• 20 itens, distribuídos em 6 fatores: sensação de funcionamento ótimo, união
entre ação e consciência, sentido de controle, sentido alterado de tempo,
sensação de autoeficácia, implicação sobre a vida universitária.
Fator 1 – Sensação de funcionamento ótimo
Item
Em minha carreira, estou consciente do bem que estou fazendo
Meus objetivos com respeito a minha carreira estão claramente definidos
Sinto que tenho controle sobre minha carreira
Realmente desfruto estudando minha carreira 
Estou seguro do que quero fazer na minha carreira
Fator 2 – União entre ação e consciência
Item
Faço minhas atividades na aula de forma espontânea e automaticamente
Faço de forma automática (sem pensar muito), as atividades corretas para resolver os 
desafios da minha carreira
Os resultados que obtenho são uma demonstração de que também faço meu trabalho na 
carreira que escolhi
Não me custa colocar toda minha atenção no que estou fazendo na aula
Fator 3 – Sentido de controle
Item
Sinto um controle total do meu corpo e mente enquanto estudo 
Sinto que tenho controle total do que faço quando estou estudando
Manter-me concentrado em meus estudos não representa nenhum esforço para mim
Fator 4 – Implicações sobre a vida universitária
Item
Estar em minha faculdade me faz sentir-me bem
Para mim o estudo é uma experiência muito valiosa e reconfortante
Eu gosto muito do que experimento quando estou estudando e gostaria de voltar a sentir de 
novo
Fator 5 – Sentido alterado de tempo
Item
Perco a noção de tempo durante o estudo
Quando estudo, sinto como se o tempo passasse muito rápido
Quando estou estudando, o tempo parece passar mais lento ou mais rápido
Fator 6 – Sensação de autoeficácia
Item
Sinto que sou suficientemente capaz para estar a altura das dificuldades em uma situação 
de estudo
Minha carreira é um desfio para mim, mas sei que tenho toda a capacidade para superá-lo
Algumas considerações finais....
Indicações de leitura:Flow
Referências
Csikszentmihalyi, M. (2020). Flow: a psicologia do alto desempenho e da felicidade. Rio de
Janeiro: Objetiva.
Farina, L. S. A., Freitas, C. P. P., & Hutz, C. S. (2020). Estados de flow: definição e interfaces
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Farina, L. S. A., Rodrigues, G. R., & Hutz, C. S. (2018). Flow and engagement at work: a
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García Calvo, T., Jiménez Castuera, R., Santos-Rosa Ruano, F. J., Reina Vaíllo, R., & Cervelló
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Jackson, S., Martin, A., & Eklund, R. (2008). Long and Short Measures of Flow: The
Construct Validity of the FSS-2, DFS-2, and New Brief Counterparts. Journal of Sport and
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Jackson, S. A. and Eklund, R. C. (2002). Assessing flow in physical activity: The flow state
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Jackson, S. A. and Eklund, R. C. (2004). The flow scale manual. Morgantown, WV: Fitness
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Maeran, R., & Cangiano, F. (2013). Flow experience and job characteristisc: analysing the
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Mendonça, H., & Ferreira, M. C. (2018). Florescimento no trabalho: novo conceito,
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Millan, A. C., & D’Aubeterre, M.E. (2013). Confirmación de la estructura factorial de la
escala de disposición a fluir en el trabajo. Enm A. Salcedo (Ed.), Estadística en la
Investigación: competencia transversal en la formación universitária (pp. 117-144).
Caracas, Venezuela: Programa de Cooperación Interfacultades, Vicerrectorado
Académico de la Universidad Central de Venezuela.
Ribeiro, A. D. S., Boehs, S. T. M., Farsen, T. C., & Biavati, V. P. (2017). Felicidade, bem-
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Salanova, M., Bakker, A. B., & Llorens, S. (2006). Flow at work: evidence for an upward
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Wesson, K., & Boniwell, I. (2007). Flow theory - its application to coaching psychology.
International Coaching Psychology Review, 2(1), 33-43.
	Template de capa PPT - 16-9
	Slide 1: FLOW: CRIATIVIDADE E ALTA PERFORMANCE
	Slide 2
	Slide 3
	Aula Flow 2024
	Slide 1: Flow: alta performance e resultado
	Slide 2: Flow
	Slide 3: Definições
	Slide 4
	Slide 5
	Slide 6
	Slide 7
	Slide 8: A teoria
	Slide 9
	Slide 10
	Slide 11
	Slide 12
	Slide 13
	Slide 14: Benefícios do Flow
	Slide 15: Aplicações
	Slide 16
	Slide 17: Flow no dia a dia
	Slide 18: Resultados
	Slide 19: Na vida cotidiana
	Slide 20
	Slide 21: Os elementos do flow
	Slide 22: Elemento 1: Equilíbrio entre habilidades e desafio
	Slide 23
	Slide 24
	Slide 25
	Slide 26
	Slide 27
	Slide 28
	Slide 29
	Slide 30
	Slide 31: Um exemplo: os jogos
	Slide 32
	Slide 33
	Slide 34
	Slide 35: Elemento 2 : Fusão entre ação e atenção
	Slide 36
	Slide 37: Elemento 3: Metas claras
	Slide 38: Um exemplo
	Slide 39: Elemento 4: Feedback imediato
	Slide 40
	Slide 41: Elemento 5: Concentração intensa na tarefa
	Slide 42: Elemento 6: Controle absoluto das ações
	Slide 43: Elemento 7: Perda da autoconsciência
	Slide 44
	Slide 45: Elemento 8: Distorção da experiência temporal
	Slide 46: Elemento 9: Experiência autotélica
	Slide 47
	Slide 48: Atividades que favorecem a vivência do flow
	Slide 49: Diagrama
	Slide 50: Diagrama
	Slide 51: Diagrama
	Slide 52: Diagrama
	Slide 53: Diagrama
	Slide 54: Diagrama
	Slide 55
	Slide 56: Fatores que dificultam o flow
	Slide 57
	Slide 58: E em condições adversas?
	Slide 59: Alguns exemplos de flow em situações adversas
	Slide 60
	Slide 61: Outro exemplo
	Slide 62: Sem-teto e moradores de rua
	Slide 63: Algumas conclusões
	Slide 64: E como isso se aplica às pessoas?
	Slide 65
	Slide 66: Recursos pessoais importantes
	Slide 67
	Slide 68: Por que alguns ficam debilitados com o estresse enquanto outros crescem com a experiência?
	Slide 69: 1. Autoconfiança não autoconsciente
	Slide 70: 2. Focando a atenção no mundo
	Slide 71: 3. A descoberta de novas soluções
	Slide 72: E como o flow pode ser aplicado no contexto do trabalho?
	Slide 73
	Slide 74: Por quê?
	Slide 75
	Slide 76
	Slide 77: Flow no contexto organizacional
	Slide 78
	Slide 79
	Slide 80
	Slide 81: Facilitadores do flow no trabalho
	Slide 82
	Slide 83: Duas estratégias importantes
	Slide 84
	Slide 85: Flow no trabalho
	Slide 86: O ambientelaboral se mostra favorável ao flow quando....
	Slide 87
	Slide 88: Um exemplo
	Slide 89: Outro exemplo
	Slide 90: Na prática
	Slide 91: Cinco Fatores importantes para o flow no ambiente de trabalho
	Slide 92: 1) Ter um propósito claro
	Slide 93: 2) Feedback rápido e adequado
	Slide 94: 3) Desafios e habilidades altas e equivalentes
	Slide 95
	Slide 96
	Slide 97: 4) Autonomia
	Slide 98: 5) Foco, atenção e concentração
	Slide 99
	Slide 100: Dimensões do flow no trabalho
	Slide 101
	Slide 102
	Slide 103: Fatores inibidores do flow no trabalho
	Slide 104: Estresse 
	Slide 105
	Slide 106: Trabalho x vida pessoal
	Slide 107: Como trabalhar o flow no processo de coaching? 
	Slide 108: Metodologia favorecedora do flow
	Slide 109: 1. Ter metas claras
	Slide 110: 2. Balanço entre desafio e habilidade
	Slide 111: 3. Importância de um bom desempenho
	Slide 112: 4. Mantendo meta congruentes
	Slide 113: 5. Feedback claro e imediato
	Slide 114: 6. Ampliação da autonomia
	Slide 115: 7. Ampliação da capacidade de absorção na atividade
	Slide 116: Outras sugestões
	Slide 117: Ferramentas que podem facilitar o alcance do flow
	Slide 118
	Slide 119: Flow e lazer
	Slide 120
	Slide 121: Lazer ativo x lazer passivo
	Slide 122
	Slide 123
	Slide 124: Um exemplo
	Slide 125
	Slide 126: O mito do “gênio solitário”
	Slide 127: Potenciais malefícios do flow
	Slide 128: Avaliação do Flow
	Slide 129: Work-related Flow scale (WOLF; Bakker, 2001)
	Slide 130
	Slide 131
	Slide 132: Versão brasileira da Work-related Flow scale
	Slide 133: The Flow state scale -2 (FSS-2)
	Slide 134
	Slide 135: Dispositional Flow Scale – 2 (DFS-2) (Jackson & Eklund, 2004)
	Slide 136
	Slide 137: Short Flow Scale (Jackson et al., 2008)
	Slide 138: Escala de estado de fluidez (Garcia Calvo et al., 2008)
	Slide 139
	Slide 140: Escala de Disposición a Fluir en el Trabajo (EDFT-2) (Millán, D’Aubeterre, & Garassini, 2012)
	Slide 141: Fator 1 – Sensação de funcionamento ótimo
	Slide 142: Fator 2 – Implicação sobre a atividade laboral
	Slide 143: Fator 3 – União entre ação e consciência
	Slide 144: Fator 4 – Sentido de controle
	Slide 145: Fator 6 – Sentido alterado de tempo
	Slide 146: Escala de Disposición a Fluir nos Estudos Universitários (Simon et al., 2016)
	Slide 147: Fator 1 – Sensação de funcionamento ótimo
	Slide 148: Fator 2 – União entre ação e consciência
	Slide 149: Fator 3 – Sentido de controle
	Slide 150: Fator 4 – Implicações sobre a vida universitária
	Slide 151: Fator 5 – Sentido alterado de tempo
	Slide 152: Fator 6 – Sensação de autoeficácia
	Slide 153: Algumas considerações finais....
	Slide 154: Indicações de leitura:Flow
	Slide 155
	Slide 156: Referências
	Slide 157
	Slide 158
	Slide 159
	Template de capa PPT - 16-9
	Slide 4as pessoas não querem
riqueza, saúde ou fama por si mesmas; querem
essas coisas porque esperamos que elas nos façam
felizes
• Nesse sentido, a qualidade de vida depende
daquilo que fazemos para ser feliz
• Essa proporção varia de acordo com a idade, sexo
e atividade: crianças têm maior sensação de
escolha que os pais, homens mais do que
mulheres e as atividades no ambiente doméstico é
visto como mais voluntário do que no ambiente de
trabalho
1/3 fazem 
o que 
querem
1/3 fazem 
o que tem 
que fazer
Dia normal
1/3 porque 
não tem 
mais nada 
para fazer
Benefícios do Flow
impacto positivo dessa experiência para o indivíduo que a vivencia, 
para as pessoas ao seu redor e para o ambiente em que está inserido. 
vivência individual e transitória, que se caracteriza por altos níveis de 
bem-estar 
permite que o indivíduo busque o desenvolvimento, de forma plena, de 
aspectos psicológicos, biológicos e sociais
amplia a sensação de bem-estar e reduz os índices de estresse 
(Farina, Freitas, & Hutz, 2020)
Para que tais benefícios
sejam alcançados, a
promoção de um
contexto e clima que
permita sua
manifestação é
essencial, visto que,
quando uma pessoa
gosta do que faz e está
motivada para fazê-lo,
fica mais fácil focar a
mente na tarefa, mesmo
na presença de
dificuldades
Aplicações
Psicologia
Para promover saúde 
mental e bem-estar
Educação
Para facilitar a 
aprendizagem
Esportes
Para promover alta 
performance
Organizações
Para promover 
engajamento, alto 
desempenho e 
produtividade
(Kamei, 2017)
Os estudos sobre flow possuem
raízes na Psicologia Positiva e
buscam compreender as
experiências favoráveis vivenciadas
em diferentes áreas.
• O flow tem sido aplicado a uma variedade de questões práticas nas
quais o objetivo seja melhorar a qualidade de vida:
(Csikszentmihalyi, 2020) 
• Inspirou a criação de currículos escolares 
experimentais
• Treinamento de executivos
• Planejamento de serviços de lazer
• Práticas na psicoterapia clínica
• Reabilitação de delinquentes juvenis
• Organização de atividades para idosos
• Terapia ocupacional para pessoas com 
deficiência
Flow no dia a dia
• Com que frequência entramos em flow no cotidiano?
• As pesquisas apontam que cerca de 20% das pessoas relatam entrar em flow com
bastante frequência, enquanto cerca de 15% dizem nunca entrar.
• Para medir e identificar as atividades que conduzem ao flow no dia a dia,
Csikszentmihalyi e sua equipe desenvolveram, em 1975, na Universidade de
Chicago, uma experiência.
• Diversos voluntários utilizavam um pager eletrônico, o qual, após emitir um sinal,
indicava que o indivíduo deveria preencher um formulário em um livro de bolso
que carregavam consigo.
• Os sinais eram emitidos cerca de 8 vezes por dia, durante uma semana.
• Ao tocar o bipe, o participante tinha que escrever onde estava, o que estava
fazendo, sua motivação, em que estava pensando, com quem estava e atribuíam
pontos ao seu nível de concentração, motivação e felicidade.
(Kamei, 2017)
Resultados
• Os resultados mostraram que as pessoas reportavam maior felicidade
quando estavam comendo, conversando e praticando atividades de lazer
(esportes e hobbies).
• Por outro lado, reportavam menor felicidade quando estavam
trabalhando, estudando, assistindo TV e fazendo atividades domésticas.
• Lazer ativo era a atividade que mais trazia felicidade, concentração,
motivação e flow.
• A mais negativa era a realização de atividades domésticas.
(Kamei, 2017)
Na vida cotidiana
• No trabalho, a atenção pode estar focada porque o chefe me atribuiu uma tarefa que
requer pensamento intenso. Mas essa tarefa em particular não é algo que eu gostaria
de fazer, então não me sinto motivado intrinsicamente.
• Ao mesmo tempo que a realizo, sou distraído por sentimentos de preocupação com os
comportamentos atuais do meu filho. Assim, ainda que parte da minha mente esteja
concentrada na tarefa, não estou totalmente envolvido nela. Pensamentos, emoções e
intençoes entram em foco e desaprarecem, atraindo minha atenção para focos
diferentes.
• Outro exemplo: fui tomar um drink com amigos depois do trabalho, mas me sinto
culpado por não ficar em casa com a minha família e com raiva de mim por desperdiças
tempo e dinheiro
• Não é possível entrar em flow nessas situações !!!!
“imersão”
“estar em 
êxtase”
“arrebatame
nto estético”
ritual 
religioso
tocamos uma 
música
tecemos um 
tapete
escrevemos 
um código de 
programação
escalamos 
uma 
montanha
realizamos 
uma cirurgia
Para que o flow ocorra, é necessário haver harmonia entre o que sentimos, o que
desejamos e o que pensamos. Nesse momentos, costumamos vivenciar momentos
excepcionais, que o autor chamou de experiência de flow.
Na realidade, o flow é alcançado quando nossas habilidades estão totalmente
envolvidas na superação de um desafio manejável.
Os elementos do flow
• No ápice de uma experiência positiva,
as pessoas mencionam um e, muitas
vezes, vários dos nove componentes:
• A experiência de flow atinge sua
maior intensidade e profundidade
quando o indivíduo vivencia altos
índices nessas dimensões
Fl
o
w
Metas claras
Feedback imediato
Habilidades e desafios equivalentes
Sensação de controle
Concentração profunda
Foco no presente
Distorção da experiência temporal
Perda de autoconsciência 
Experiência autotélica
Elemento 1: Equilíbrio entre habilidades e
desafio
• Refere-se à percepção, do indivíduo, de que ele possui habilidades suficientes
para realizar a tarefa na qual está envolvido.
• Para entrar em flow, as habilidades da pessoa devem ser exigidas para a
superação de um desafio que está no limiar da sua capacidade. Ou seja, uma
pré-condição para o flow é o equilíbrio entre os desafios percebidos e as
habilidades percebidas. Quando ambos estão equilibrados, a atenção é plena.
• Essa dimensão é compreendida como a primeira etapa do estado de flow visto
que, se o sujeito não avalia a situação como desafiadora, poderá não investir a
energia necessária para se envolver na atividade.
• Quanto mais desafios e mais habilidades, maior é a probabilidade de
experimentar o flow.
(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )
• Assim, o flow tende a ocorrer
quando as nossas habilidades
estão totalmente envolvidas na
superação de um desafio, de
modo que existe um equilíbrio
entre a capacidade de agir e as
oportunidades disponíveis para
ação
• Se os desafios são muito grandes,
ficamos frustrados, depois
preocupados e, por fim, ansiosos.
• Se os desafios são muito
pequenos em relação às nossas
habilidades, ficamos relaxados e,
depois, entediados.
• Se os desafios e as habilidades
são vistos como pequenos, nos
sentimos apáticos
• Mas quando grandes desafios
são combinados a uma grande
habilidade, é provável que ocorra
o profundo envolvimento que
caracteriza o flow.
• Nesse estado, as metas são
claras, o feedback é relevante, os
desafios e habilidades estão em
equilíbrio e a atenção é aplicada
integralmente na tarefa.
• Nesse sentido, a vivência do flow atua como um imã para o aprendizado,
ou seja, para o desenvolvimento de novos graus de desafios e habilidades.
Você já se envolveu em algo, de forma tão profunda, 
que nada mais parecia importar e você perdeu a 
noção de tempo?
• Cerca de 1 a cada 5 norte americanos responderam “sim”, que isso
acontece com frequência, até várias vezes ao dia. Outros 15% disseram que
não, que isso nunca acontece com eles.
• Se não houver desafio, a pessoa entrará em estado de tédio; se as habilidades forem
insuficientes, a pessoa entrará em estado de ansiedade.
• Idealmente: ajuste do equilíbrio ideal, evitando-se ou adequando-se as situações em
que os desafios ou habilidades não estejam igualmente equilibrados.
• Quando o desafio se mostra aversivo, tedioso ou apático, geralmente as pessoas
desenvolvem outras atividades para tornar essa experiência ruim em algo
suportável
• Uns rabiscam compulsivamente no papel, outros mascam coisas, fumam, mexem
no cabelo, cantarolam, durante a realização de umaação padronizada. Essas
atividades são chamadas de “microflow” e nos ajudam a superar momentos
tediosos.
(Csikszentmihalyi, 2020) 
Devido à demanda total de energia
psíquica, podemos dizer que uma
pessoa está em flow quando está
completamente focada.
Nessa situação, a noção de tempo é
distorcida: horas parecem passar em
minutos.
Nesse contexto, Csikszentmihalyi afirma
que é o envolvimento total no flow, e
não a felicidade, que contribui para
uma vida plena.
Um exemplo: os jogos
• Há uma atividade comum de lazer capaz de gerar enxurradas de flow – jogar 
videogame. Pensa só: eles proporcionam uma experiência de imersão; estabelecem 
metas claras; oferecem um feedback imediato de sua performance (você sabe se 
está indo bem ou mal); e, principalmente, regulam o desafio de acordo com as 
habilidades do jogador (por meio de níveis). 
• Os videogames se encaixam tão bem no conceito que passaram a ser usados para 
desencadear o estado de fluxo em participantes de pesquisas sobre o tema (Tetris é 
uma das opções mais usadas). Isso também explica por que os games são tão 
viciantes, principalmente para adolescentes: os jovens podem ainda não ter 
descoberto outras atividades que geram flow. Obviamente, o ideal é transportar 
esse estado para tarefas produtivas.
https://super.abril.com.br/comportamento/a-neurociencia-do-flow
• Um exemplo é o Flappy Bird. O objetivo do jogo é claro e o feedback é imediato e
preciso: se fracassar, seu pássaro morrerá em segundos. O que confere essa
qualidade quase viciante ao game de tentar e continuar jogando partida após
partida é o fato do projeto aparentar ser um jogo fácil de ser superado.
• O objetivo do jogo é claro e
o feedback é imediato e preciso: se
fracassar, seu pássaro morrerá em
segundos. O que confere essa
qualidade quase viciante ao game
de tentar e continuar jogando
partida após partida é o fato do
projeto aparentar ser um jogo fácil
de ser superado
• O game gerou mais de 16 milhões de comentários no Twitter, com a maioria dos
jogadores reclamando do nível de dificuldade do jogo e como era difícil desistir de
mais uma partida.
• "[É] o jogo mais chato e ainda assim não consigo parar”
• “o jogo está “consumindo lentamente a minha vida”
• "13 crianças na minha escola quebraram seus telefones por causa de seu jogo, e
eles ainda o jogam porque é viciante”
https://materialpublic.imd.ufrn.br/curso/disciplina/5/4/9/3
• As experiências de flow costumam ser relatadas quando as pessoas estão
realizando suas atividades preferidas: cuidar do jardim, ouvir música, praticar
algum esporte, preparar uma boa refeição. Elas também ocorrem quando se está
dirigindo, conversando com amigos e, com uma frequência surpreendente, no
trabalho.
• É raro que seja relatado durante atividades passivas como assistir TV. Há
necessidade de envolvimento ativo para que o flow aconteça.
Elemento 2 : Fusão entre ação e atenção
• Engloba os comportamentos do indivíduo de focar-se e se concentrar, de
forma profunda, na atividade que está sendo realizada.
• As atividades se tornam tão espontâneas, quase automáticas, que o
indivíduo tem sua atenção inteiramente focada no que está fazendo.
• Não há espaço para pensamentos vagos ou divergentes, marcando-se
por um total envolvimento.
• Nesse caso, o sujeito pode perceber uma fusão entre seu corpo e mente.
• Qualquer lapso de concentração, dúvidas ou questionamento pode
interromper esse fluxo, retirando-o da experiência de flow.
(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )
“eu meio que perco o contato com o resto do mundo, fico totalmente 
absorvida no que estou fazendo”
“concentrar-se fica como respirar, você nem pensa a respeito. O teto pode 
cair, mas, contanto que não caia na sua cabeça, você nem ia perceber”
(Csikszentmihalyi, 2020) 
Elemento 3: Metas claras
• Compreensão das etapas e objetivos da atividade que está sendo desenvolvida.
• O indivíduo sabe qual é a meta da atividade, tarefa, ação ou passo que executa, e
não apenas o objetivo final.
• Tal dimensão contribui para que o indivíduo possa se envolver com a tarefa,
auxilia a ter clareza sobre as ações que ele deve focar sua atenção e diminui as
chances dele se distrair com estímulos externos ou aspectos não relevantes.
(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )
Um exemplo
• Algumas vezes as metas não são claramente estabelecidas de antemão. Nesses
casos, a pessoa precisa ter uma forte determinação do que quer fazer.
• O artista pode não ter uma imagem visual clara de como ficará o quadro após
terminado, mas, quando a pintura tiver progredido a certo ponto, deve saber se
aquilo é o que queria obter ou não.
(Csikszentmihalyi, 2020) 
Elemento 4: Feedback imediato
• Envolve a relação do sujeito com as demandas ambientais.
• O feedback imediato informa, a sujeito, quão bem ele está progredindo na
atividade, determinando se deve fazer algum ajuste ou se deve manter o curso de
ação atual.
• Deixa-o com poucas dúvidas sobre o que deve fazer a seguir.
• O indivíduo sabe, imediatamente, como está seu desempenho, tendo a
oportunidade de manter ou corrigir rapidamente. Pode se caracterizar como um
feedback negativo ou positivo.
• O feedback negativo não é prejudicial, desde que o indivíduo perceba que tem as
habilidades para assumir os desafios da atividade.
(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )
• Contribui para que o sujeito continue focado na realização da atividade e possa
aprimorar seu desempenho durante seu desenvolvimento.
• Esse feedback pode ajudá-lo a ter consciência sobre seu desempenho, observar
quais aspectos necessitam ser melhorados, quais ações devem ser realizadas e se
há necessidade de fazer algum ajuste em suas metas.
• Possibilita a comparação do desempenho atual com o desempenho considerado
ideal.
Elemento 5: Concentração intensa na tarefa
• Abrange o estado de profunda concentração, podendo, tal habilidade, ser
desenvolvida para ajudar o indivíduo a vivenciar o flow.
• Toda a atenção está concentrada na tarefa em ação, não deixando espaço para
informações irrelevantes.
• No flow, a concentração é tão intensa que as preocupações e ansiedades são
automaticamente descartadas ou mantidas em suspenso durante a realização da
atividade.
• O indivíduo fica tão envolvido na atividade que não se distrai com estímulos
externos do ambiente e nem com seus próprios pensamentos, que muitas vezes
fazem a mente divagar e perder o foco.
(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )
Elemento 6: Controle absoluto das ações
• Caraterizado pela sensação de segurança ao realizar aquela atividade e a
percepção de que possui controle sobre as formas como irá desenvolvê-la.
• Apesar de não ser possível controlar toda a situação, o indivíduo tem bastante
autonomia e sente-se capaz de controlar suas ações, obtendo o melhor
desempenho possível.
• Ao compreender que tem domínio sobre a forma como uma tarefa será
desenvolvida pode auxiliar o sujeito a avaliar essa experiência como prazerosa,
mantendo-o concentrado e persistente.
• As atividades que produzem experiência de flow, mesmo as aparentemente mais
arriscadas, são construídas de modo a permitir que o indivíduo desenvolva
habilidades suficientes para reduzir, a margem de erro, a um valor mais próximo
de zero.
(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )
Elemento 7: Perda da autoconsciência
• Pode ser compreendida como um estado em que o indivíduo perde,
temporariamente, a representação de si mesmo, deixa de comparar seu
desempenho com o de outras pessoas e envolve-se mais profundamente na
atividade que está realizando.
• Quando a atividade é envolvente, não resta atenção suficiente para permitir que a
pessoa preste atenção no passado, futuro ou qualquer outro estímulo irrelevante,
não havendo espaço para autocrítica.
• O indivíduo “esquece” de si mesmo. Não sente fome, frio, cansaço, sono, como se
estivesse “unido” com o ambiente.
• Exemplo: ao disputar um torneio acirrado, jogadores de xadrez podempassar
horas sem sentir fome, nem dor; atletas em competição podem ignorar a dor e a
fadiga até que a competição termine.
(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )
• É importante esclarecer que a ausência da autoconsciência de uma pessoa em
flow não significa que ela não tenha consciência do que acontece em seu corpo
ou sua mente.
• Na verdade ela se mostra mais consciente de seus processos internos,
vivenciando um sentimento de unidade com a tarefa em questão. A perda da
autoconsciência pode levar à autotranscendência, à sensação de que as
fronteiras do ser se expandiram.
“É uma sensação zen, como meditar ou se concentrar” 
“Você esquece de si mesmo, se esquece de tudo” 
(Csikszentmihalyi, 2020) 
Elemento 8: Distorção da experiência temporal
• Uma das descrições mais comuns da experiência do flow é que o tempo não
parece passar da mesma maneira como normalmente transcorre.
• A percepção de passagem do tempo não equivale ao tempo cronológico.
• De modo geral, as pessoas relatam que o tempo passa muito rápido ou que não
perceberam o tempo passar.
• No flow é relatada essa perda de noção de tempo.
(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )
Elemento 9: Experiência autotélica
• A atividade torna-se um fim em si mesma e não necessita de nenhum incentivo
externo ou recompensa posterior.
• A motivação é intrínseca e não extrínseca.
• Mesmo se a atividade foi inicialmente realizada por outros motivos ou que
somos forçados a fazer conta nossa vontade, pode tornar-se intrinsicamente
gratificante, não precisando de objetivos ou recompensas externas.
• Envolve uma atividade que não é realizada com a expectativa de algum benefício
futuro, mas porque o “fazer em si” é a recompensa, representada pelo
envolvimento, prazer, sentimento de controle.
(Farina, Freitas, & Hutz, 2020; Garcia & Fiorese, 2020 )
• O indivíduo executa aquela atividade porque lhe traz satisfação.
• Quando a experiência é autotélica, a pessoa presta atenção na atividade em
si; quando não é, sua atenção se concentra nas consequências.
• É importante destacar que uma experiência autotélica é bem diferente das
nossas sensações normais no decorrer da vida. Grande parte do que fazemos
no dia a dia não tem valor em si e só fazemos porque somos obrigados ou
porque esperamos algum benefício futuro.
(Csikszentmihalyi, 2020) 
Atividades que favorecem a vivência do flow
• Usualmente as atividades ou experiências que as pessoas apreciam realizar são
favoráveis a experiência do flow: artes, rituais, esportes.
• São aquelas que proporcionam:
• Sentimento de descoberta
• Sensação criativa de ser transportado a uma nova realidade
• Níveis mais elevados de desempenho
• Estados de consciência ampliados
Diagrama
O diagrama representa as duas
dimensões mais importantes do
flow: desafios e habilidades,
que estão representadas nos
eixos principais.
A letra A representa Alex, um
menino que está aprendendo a
jogar tênis.
O diagrama mostra Alex em
quatro diferentes pontos no
tempo.
(Csikszentmihalyi, 2020) 
Diagrama A1: quando começa a praticar,
Alex praticamente não tem
habilidade nenhuma e o único
desafio que enfrenta é passar a
bola por cima da rede. Não é
uma tarefa muito difícil mas
Alex provavelmente irá apreciar
realiza-la pois o grau de
dificuldade é proporcional a sua
habilidade ainda baixa. . Nesse
ponto, provavelmente ele
estará em flow.
Mas não conseguirá
permanecer nele por muito
tempo.
Diagrama
A2: Se continua treinando, suas
habilidades melhorarão e ele começará
achar sem graça somente jogar a bola
sobre a rede. Provavelmente se sentirá
entediado e esse é uma experiência
negativa.
Alex tentará voltar ao estado de flow.
Como fazer isso? Nesse ponto, Alex só
tem uma escolha: aumentar os
desafios.
(Csikszentmihalyi, 2020) 
Diagrama
A3: Por outro lado, Alex pode decidir
enfrentar um adversário muito melhor
do que ele. Provavelmente ele irá
perceber que existem desafios muito
mais difíceis do que simplesmente
rebater a bola por cima de rede. Nesse
caso provavelmente sentirá ansiedade
relativa ao seu fraco desempenho e,
novamente, estará vivenciando uma
experiência negativa.
O caminho de volta ao flow exige que
ele desenvolva suas habilidades. Ele
também pode reduzir os desafios
enfrentados e, assim, voltar ao flow
inicial (A1), mas, na prática, uma vez
cientes dos desafios, é difícil ignorá-los.
(Csikszentmihalyi, 2020) 
Diagrama
A4: se estabelecer uma meta
mais difícil, que se equipare às
suas habilidades, por exemplo,
derrotar um adversário um
pouco mais avançado do que
ele, Alex estará de volta ao flow
(A4).
(Csikszentmihalyi, 2020) 
Diagrama
O diagrama mostra que tanto
A1 quanto A4 representam
situações em que Alex está em
flow, havendo equilíbrio entre o
nível de desafio e o nível de
habilidade.
Embora em ambos os casos
ofereçam essa experiência, os
dois são bem diferentes.
A4 é uma experiência bem mais
complexa do que A1 porque
envolve mais desafios e exige
maiores habilidades.
(Csikszentmihalyi, 2020) 
• O diagrama ilustra porque as atividades de flow levam ao crescimento e à
autodescoberta.
• Uma pessoa não consegue fazer a mesma coisa no mesmo nível por muito
tempo. Isso gera tédio ou frustração.
• O desejo de voltar a gostar da atividade nos leva a ampliar as habilidades ou
procurar por novas oportunidades de usá-las.
• A situação ideal envolve um equilíbrio entre a complexidade da tarefa e as
habilidades que o indivíduo possui, visto que o flow requer que o sujeito esteja
totalmente envolvido na realização da atividade e perceba que possui domínio
sobre as atividades que estão sendo realizadas.
(Csikszentmihalyi, 2020) 
Fatores que dificultam o flow
• Excessiva autoconsciência: uma pessoa que vive preocupada com os outros a
vêem, que tem medo de passar uma impressão errada ou de fazer algo
inapropriado, provavelmente não experimentará o flow porque sua consciência
encontra-se alterada.
• Ser autocentrado: se a pessoa avalia somente as informações com base em seus
desejos, provavelmente ela considera que nada tem valor em si mesmo. Nesse
tipo de comportamento, uma pessoa que não sirva aos seus interesses não
merece maior atenção.
• Ou seja, tudo é julgado em termos de seus próprios interesses, de modo que a
consciência estará alterada, dificultando a vivência do flow.
(Csikszentmihalyi, 2020) 
• Além disso, o hábito e a pressão social são tão fortes que as pessoas não tem ideia
de quais componentes de suas vidas elas realmente apreciam e quais contribuem
para o estresse e depressão.
• Manter um diário ou parar para refletir a noite sobre o dia que passou, são formas
de fazer um balanço sistemático das várias influências que atuam sobre o nosso
estado de humor.
• Para que haja uma mudança na qualidade das experiências, pode ser útil testar
diferentes ambientes, atividades e companhias. Passeios e férias, mudar
perspectvas e encarar uma situação com um novo olhar, ajuda.
E em condições adversas?
• Como a qualidade de vida por ser melhorada quando as situações não se
mostram favoráveis?
• Parece fácil pensar em ser feliz quando a pessoa não tem que se preocupar com
as contas no final do mês, ou quando tem tempo de sobra para lazer. Do mesmo
jeito, parece mais fácil pensar em desafios quando se tem uma profissão
interessante e bem remunerada.
• Mas e se o trabalho for desumanizado? E o que esperar de pessoas doentes,
pobres ou vítimas de adversidade?
• Seria muito ingênuo afirmar que, independentemente da situação, a pessoa que
tem controle sobre sua consciência será feliz. Existe um limite para a quantidade
de dor, privação ou fome que o corpo pode aguentar.
• Do mesmo modo, saúde, dinheiro e outros bens materiais podem ou não
melhorar a vida das pessoas.
(Csikszentmihalyi, 2020) 
Alguns exemplos de flow em situações adversas
• Pessoas que ficaram incapacitadas por conta de uma doença ou acidente se
adaptaram à situação e afirmaram que suas vidas melhoraram.
• Lucio, um dos entrevistados era um feliz e descontraído frentistasde posto de
gasolina quando sofreu um acidente de moto e ficou paralisado da cintura
para baixo. Suas paixões eram jogar rúgbi e escutar música, mas ele se lembra
da sua vida como monótona e sem objetivo. Relata que, após o acidente,
suas experiências de flow aumentaram em número e complexidade. Quando
se recuperou da tragédia, matriculou-se na faculdade, formou-se em línguas
e hoje trabalha como consultor tributário. Tanto o estudo como o trabalho se
mostraram fontes intensas de flow. Hoje, competindo em uma cadeira de
rodas, ele é campeão regional de arco e flecha.
(Csikszentmihalyi, 2020) 
• Em uma das suas falas, ele afirmou:
“Quando fiquei paraplégico, foi como se tivesse renascido. Tive que aprender,
do zero, tudo o que costumava saber, e de maneira diferente. Tive de aprender
a me vestir, a usar melhor a cabeça. Tive de me tornar parte do ambiente e
aprender a usá-lo sem tentar controlá-lo. Precisei de comprometimento, força
de vontade e paciência. Quanto ao futuro, espero continuar a melhorar, romper
com as limitações da minha deficiência. Todo mundo deve ter um propósito.
Depois de ficar paraplégico, essas melhorias se tornaram meu objetivo de vida”.
• Esse tipo de relato mostra que essas pessoas aprenderam a alcançar o flow na
prática das habilidades mais simples, como se vestir, andar pela casa ou
dirigir. Os que foram além, conseguiram muito mais do que reaprender as
tarefas básicas do dia a dia. Temos exemplo de pessoas que se tornaram
jogadores reconhecidos de xadrez e atletas paralímpicos.
Outro exemplo
• Paolo, hoje com 30 anos, perdeu a visão completamente há 6 anos. Nas
entrevista ele menciona quatro desdobramentos positivos desse evento:
“Primeiro, embora perceba e aceite minhas limitações, continuarei tentando
superá-las. Segundo, decidi sempre tentar mudar as situações de que não gosto.
Terceiro, tomo muito cuidado para não repetir nenhum dos erros que cometi. E,
finalmente, hoje não tenho ilusões, mas tento ser tolerante comigo mesmo para
conseguir ser tolerante também com os outros”.
(Csikszentmihalyi, 2020) 
Sem-teto e moradores de rua
• É surpreendente descobrir quantas pessoas nessas condições foram capazes de
transformar essas condições em uma existência com as características de uma
gratificante experiência de flow.
• Richard é um morador de rua de 33 anos. Durante sua entrevista, afirmou:
“Cada um tem seu destino e devemos ser como o leão do provérbio. Quando corre
atrás de um banco de gazelas, ele só consegue pegar uma de cada vez. Tento ser
assim, e não como as pessoas que enlouquecem de tanto trabalhar, mesmo não
podendo comer mais do que seu pão diário. Se viver mais vinte anos, tentarei
apreciar cada momento, em vez de me matar para conseguir mais coisas. Se viver
como um homem livre que não depende de ninguém, posso me dar ao luxo de levar
as coisas com calma; se não ganhar nenhum dinheiro hoje, não tem importância”.
Algumas conclusões
• A mesma capacidade de transformar uma situação trágica em algo tolerável é
demonstrada por vítimas que sobreviveram ao confinamento solitário ou
prisioneiros de campos de concentração.
• Nessas condições, o ambiente leva as pessoas ao desespero. Aqueles que
sobrevivem são capazes de ignorar, seletivamente, as condições externas e
redirecionar a atenção para uma vida interior.
• O que parece um evento devastador para algumas pessoas, pode vir a enriquecer a
vida de outras, de maneiras novas e inesperadas.
• Como a mesma situação pode destruir uma pessoa e transformar outra? A resposta
está nas estratégias de enfrentamento.
• Perante uma situação de estresse, duas maneiras de lidar podem ser desenvolvidas:
a resposta positiva (chamada de defesa madura ou enfrentamento transformacional)
ou a resposta negativa (chamada de defesa neurótica ou enfrentamento regressivo).
E como isso se aplica às pessoas?
• Vamos pegar o exemplo de Jim, um analista financeiro que, aos 40 anos, acaba de
ser despedido de um emprego confortável. Perder o emprego é considerado um
evento de gravidade média em relação aos estresses da vida.
• Seu impacto varia conforme a idade e as habilidades da pessoa, quanto dinheiro
ela economizou e as condições do mercado de trabalho.
• Diante desse evento, Jim pode assumir uma das duas reações contrárias:
1. pode se retrair, dormir até atarde, negar o que aconteceu, evitar pensar a respeito
e se deprimir. Pode descarregar sua frustração em sua família ou amigos, ou
mascarar o problema bebendo mais. Esses são exemplos de enfrentamento
regressivo.
2. Ou ele pode manter a calma, tentando controlar os sentimentos de medo e
raiva, analisando o problema de maneira lógica e estabelecendo prioridades.
Pode buscar formas de resolver esse problema: decidindo se mudar para um
lugar onde haja mais ofertas de empregos com suas habilidades ou se
dedicando a obter mais habilidades para fazer um trabalho diferente. Se tomar
esse rumo, estará utilizando defesas maduras e enfrentamento
transformacional.
Recursos pessoais importantes
• Essa capacidade de criar algo bom a partir de uma adversidade é chamada de
resiliência sendo, tal habilidade, um recurso pessoal muito importante.
• Ela amplia o senso de competência, de controle e de impacto sobre o ambiente.
• Outro recurso essencial é a autoeficácia, que envolve a percepção da capacidade de
fazer determinadas tarefas. Quando positiva, ela tem um impacto positivo no bem-
estar do funcionário e seu engajamento no trabalho, amortecendo o impacto
negativo das demandas (burnout) e contribuindo para a motivação.
• As crenças de autoeficácia influenciam diretamente: nos desafios que as pessoas
buscam, o esforço que despendem na sua realização, e na perseverança perante os
obstáculos.
(Salanova, Bakker, & Llorens, 2006)
• Isso porque, as chances de acontecer somente coisas boas na vida das
pessoas é quase zero. Mais cedo ou mais tarde, todos terão que enfrentar
eventos negativos como decepções, doenças, problemas financeiros, e até a
morte.
• Cada evento desse é considerado um feedback negativo, que produz
confusão na mente. Se o trauma for muito intenso, a pessoa pode perder a
capacidade de se concentrar nos objetivos necessários.
• Nesse sentido, é essencial que o ambiente de trabalho favoreça tais recursos
pessoais.
(Salanova, Bakker, & Llorens, 2006)
Por que alguns ficam debilitados com o estresse 
enquanto outros crescem com a experiência?
• Aqueles que conseguem transformar uma
situação negativa em uma atividade que
possa ser controlada, conseguem apreciar
a experiência, aprender com ela e se
tornarem mais fortes.
• Para isso, 3 passos principais geralmente
precisam ser envolvidos nessas
transformações:
Autoconfiança não 
autoconsciente
Descoberta de 
novas soluções 
Focando a atenção 
no mundo
1. Autoconfiança não autoconsciente
• essas pessoas não duvidam que de dispõem de recursos suficientes para superar a
situação. Se sentem parte do que acontece a sua volta e tentam fazer o melhor
dentro dessa situação.
• Suponha que você está atrasado para o trabalho em uma certa manhã gelada e o
carro não pega. Nessas circunstâncias muito ficam tão obcecados com seu objetivo
(chegar ao trabalho), que não conseguem formular nenhum outro plano. Xingam o
carro, tentam dar a partida cada vez mais freneticamente, socam o painel,
geralmente sem resultado. O ego impede essas pessoas de lidarem com a
frustração e manter seu objetivo em mente. Uma abordagem mais sensata seria
compreender que nada vai mudar somente porque você está com pressa. O carro
está com problema, então, se você não faz ideia do que está errado, é melhor
chamar um táxi ou pensar em um objetivo alternativo: cancelar seus
compromissos, por exemplo.
2. Focando a atenção no mundo
• É difícil perceber o ambiente quando a atenção da pessoa está focada somente
em si.
• Se a pessoa conseguir, diante de um problema, focar sua atenção no ambiente,
aumentam as chances delas encontrar uma maneira de se adaptar a uma
situação problema.
• Voltando ao exemplo do carro: se sua atençãoestá completamente voltada ao
objetivo de chegar ao trabalho a tempo, sua mente pode estar tomada por
imagens do que acontecerá com o atraso, além da hostilidade contra o veículo
que se recusa a cooperar. Então é menos provável perceber que o motor afogou
ou a bateria está descarregada.
3. A descoberta de novas soluções
• Envolve focar a atenção na situação inteira, incluindo você, para descobrir se
metas alternativas (planos B) não são mais apropriadas, abrindo possibilidade de
encontrar diferentes soluções.
• O problema é que a maioria das pessoas fica com uma ideia tão fixa na cabeça,
baseada na rotina, que ignora outras opções.
• Essa abertura a novas ideia e soluções é uma das características da criatividade e
pode ser utilizada na resolução de problemas.
E como o flow pode ser aplicado no contexto 
do trabalho?
• Csikszentmihalyi se mostrou surpreso ao descobrir que é mais fácil adultos
encontrarem o flow no trabalho do que em seu tempo livre.
• Os momentos em que uma pessoa se encontra diante de situações desafiadoras,
que exigem grande habilidade e são acompanhadas por sentimentos de
concentração, criatividade e satisfação, foram relatadas, com mais frequência, no
trabalho do que em casa.
• O motivo é que o trabalho se parece com um jogo: ele costuma ter metas claras e
regras, oferece feedback (de modo a sabermos se foi bem feito, por exemplo a
partir da avaliação do supervisor ou em termos de vendas mensuráveis), estimula a
concentração (evita distrações) e permite um certo grau de controle.
• Por esse motivo, a experiência no trabalho é mais positiva do que poderíamos
imaginar. Mas, ao mesmo tempo, se tivéssemos a oportunidade, gostaríamos de
trabalhar menos.
Por quê?
• Condições objetivas do trabalho: em alguns casos, parece não haver preocupação
com o bem-estar do trabalhador, sendo necessário muitos recursos internos para
alcançar o flow
• Exemplo: quanto se está trabalhando em uma mina a quilômetros de profundidade
ou cortando cana em uma fazenda sob um sol escaldante
• Mesmo hoje em dia, apesar do fortalecimento do setor de “recursos humanos”,
ainda há pouco interesse em saber como os funcionários vivenciam o trabalho
• Como resultado, as pessoas acreditam que não podem encontrar recompensa no
trabalho, precisando esperar até o final da jornada para começar a se divertir
• Condições desumanas: durante muito tempo, as pessoas trabalhavam jornadas
intensas, sendo que o tempo livre era tão raro que se tornou um dos bens mais
preciosos
• Os trabalhadores presumiam que, se tivessem mais tempo livre, seriam mais
felizes; no entanto, o tempo livre por si só não basta para garantir felicidade, ele
precisa ser usado de forma adequada
• É claro que há algumas diferenças: em profissões altamente individualizadas
(artistas, empresários, cientistas): a pessoa é livre para estabelecer suas metas e
definir as dificuldades da tarefa, parece ser mais fácil encontrar felicidade no
trabalho
• Mas também é fácil encontrar pessoas bem-sucedidas que odeiam suas
atividades profissionais, e, por outro lado, encontrar profissionais em áreas
menos “valorizadas”que amam o que fazem
• Não são as condições externas ao trabalho que determinam o quanto o trabalho
contribui para que uma pessoa se sinta feliz, mas sim a forma como se trabalha e
as experiências que ela obtém ao enfrentar os desafios que o trabalho apresenta
• É importante ressaltar que não se trata de se tornar workaholic; este corre o risco
de enxergar apenas os desafios relacionados ao próprio trabalho e só aprender as
habilidades relacionadas a ele; assim é incapaz de experimentar o flow em outras
atividades
• Esse tipo de pessoa desperdiça grande parte das oportunidades que contribuem
para a felicidade e, muitas vezes, chega ao fim da vida infeliz, depois de um vício
exaustivo em trabalhar
• Experiência de fluxo de curto prazo no trabalho que é caracterizada pela absorção,
prazer no trabalho e motivação intrínseca ao trabalho. Absorção refere-se a um
estado de concentração total, em que os funcionários estão totalmente imersos em
seu trabalho. O tempo voa e eles se esquecem de tudo ao seu redor.
• Os funcionários que gostam de seu trabalho e se sentem felizes fazem um
julgamento muito positivo sobre a qualidade de sua vida profissional, mantendo-os
continuamente interessados no trabalho que estão desenvolvendo.
Flow no contexto organizacional
• As pesquisas voltadas ao florescimento no trabalho visam compreender e explicar
o papel que as emoções positivas e o funcionamento positivo pode ter no
comportamento dos indivíduos no trabalho.
• Também buscam orientar a aplicação de iniciativas que permitam melhorar o
bem-estar no trabalho.
• Essas ações se tornam cada vez mais importantes se considerarmos que todo
gestor tem, como objetivo, atrair e reter funcionários que sejam proativos e que
vejam o trabalho como fonte de prosperidade e desenvolvimento.
• De modo geral, as pessoas relatam pouca felicidade e motivação durante o
trabalho, preferindo, na maior parte das vezes, estar fazendo outra atividade.
• Algumas pesquisas têm indicado que cerca de 80% das pessoas continuariam
trabalhando se ganhassem na loteria ou herdassem dinheiro suficiente para
não precisar trabalhar mais.
• Por outro lado, é comum as pessoas relatarem que, se tivessem a chance,
trabalhariam menos e dedicariam mais tempo ao lazer (ler, praticar esportes,
viajar, ver televisão).
• Os mais jovens são mais insatisfeitos, mais ansiosos por mudanças e menos
tolerantes à rotina.
• E como mudar essa ideia negativa de trabalho?
(Csikszentmihalyi, 2020;Kamei, 2017; Mendonça & Ferreira, 2018)
• Nesse contexto laboral, busca-se compreender e explicar o papel que as
emoções positivas e o funcionamento positivo podem ter no comportamento
dos indivíduos no trabalho e seu impacto na motivação, bem como orientar e
fundamentar a aplicação de iniciativas que permitam melhorar o bem-estar e
florescimento no trabalho.
• Transformar as tarefas em oportunidades de expressar criatividade e
autonomia pode ajudar a apreciar o trabalho conforme o enriquecemos.
• Quanto mais desafiador for a atividade desenvolvida e, mais parecida com um
jogo (variedade, desafios adequados e flexíveis, metas claras e feedback
imediato), maior a possibilidade do flow acontecer, independentemente do
nível de desenvolvimento de quem o realiza.
(Csikszentmihalyi, 2020; Kamei, 2017; Mendonça & Ferreira, 2018)
Facilitadores do flow no trabalho
• Aqueles que experimentam altos níveis de autonomia, apoio social, coaching de
supervisão e feedback são mais propensos a experimentar o fluxo no trabalho.
• Recursos organizacionais podem ser compreendidos como aqueles aspectos
físicos, psicológicos, sociais ou organizacionais do trabalho que: (1) são
funcionais para atingir os objetivos de trabalho; (2) reduzir as demandas de
trabalho e os custos fisiológicos e psicológicos associados; (3) estimular o
crescimento e desenvolvimento pessoal.
• Esses recursos impactam diretamente na redução das faltas, melhorando o
clima do trabalho e a performance do grupo.
(Salanova, Bakker, & Llorens, 2006)
• Por outro lado, sua ausência impacta a motivação dos trabalhadores, seu
envolvimento e performance, atrapalhando o cumprimento de metas e
prejudicando as oportunidades de aprendizagem dos funcionários.
• O flow no contexto do trabalho é definido como uma “experiência de pico”,
caracterizada pelo envolvimento, prazer no trabalho e motivação intrínseca
laboral.
• O prazer no trabalho indica que se encontra presente um julgamento positivo
sobre a qualidade da vida laboral, compreendendo-o como fonte de prazer e
satisfação para a pessoa durante sua execução
• Nesse sentido, o flow tende a acontecer quando a pessoa realiza uma tarefa
caracterizada por objetivos claros nos quais a pessoa sabe exatamente que
deve fazer, sem ter que perguntar aos outros sobre o que precisa ser feito.
• O feedback, nesse contexto, pode ser dado pelo supervisor ou colegas de
trabalho, mas deve se restringirsomente ao trabalho em si.
(Maeran & Cangiano, 2013 ; Salanova, Bakker, & Llorens, 2006)
Duas estratégias importantes
• Os empregos precisam ser repensados para serem prazerosos
• Os empregados precisam ser treinados para reconhecerem oportunidades,
refinarem suas habilidades e determinarem metas passíveis de serem
alcançadas
• Nenhuma dessas estratégias sozinha vai se mostra eficaz para o alcance do flow
no trabalho, mas juntas sim
• Busca-se uma situação de prosperidade, de desenvolvimento e um estado
progressivo de satisfação e bem-estar no contexto laboral
• Além das consequências pessoais para os funcionários, o flow também se mostra
relevante para as organizações
• Funcionários que experimentam o flow no trabalho mostram-se mais criativos,
atentos e capazes de reduzir o desgaste psicológico associado à diminuição da
produtividade. Consequentemente, conseguem contribuir, de forma mais eficaz
e eficiente, para a organização.
• Nos contextos em que o florescimento não é favorecido, uma série de resultados
negativos pode ser encontrada: vulnerabilidade, estresse, desequilíbrio
psicossocial, limitações na vida diária e perda de dias de trabalho.
(Mendonça & Ferreira, 2018)
Flow no trabalho
Benefícios para o 
trabalhador
Maior criatividade e 
atenção
Influência de aspectos 
individuais como traços de 
personalidade e 
estratégias de 
enfrentamento
Benefícios para a 
organização
Funcionários mais 
produtivos e que 
contribuem de forma mais 
efetiva
Influência de aspectos 
ambientais como 
demandas e controle do 
tempo
O ambiente laboral se mostra favorável ao flow
quando....
• As atividades laborais estão em equilíbrio com as habilidades dos trabalhadores,
nem acima das suas capacidades (o que poderia levar à exaustão) e nem abaixo
(o que podem levar ao tédio)
• As atividades laborais envolvem uma diversidade de atividades realizadas, sem
excesso de estímulos e nem sejam predominantemente repetitivas.
• As metas de trabalho são desafiadoras e flexíveis
• Há clareza sobre o papel de cada profissional
• Os colaboradores têm oportunidade de receber feedback imediato
O flow no trabalho caracteriza-se como 
um estado transitório de intenso bem-
estar, no qual os trabalhadores estão 
envolvidos na realização de suas 
atividades, avaliam as tarefas como 
prazerosas e estão intrinsicamente 
motivados para realizá-las
(Farina, Freitas, & Hutz, 2020)
Um exemplo
Um operário relata, frequentemente, a sensação de flow no seu emprego. Ele
trabalha em uma empresa, na linha de montagem. Quando a peça chega , ele tem
43 segundos para realizar a sua tarefa, que desempenha 600 vezes por dia.
A maioria das pessoas ficaria cansada muito rápido com um trabalho assim, mas ele
está no emprego há mais de 5 anos e ainda gosta dele. O motivo? Ele encara a
atividade como um desafio: como posso bater meu recorde? Assim como um atleta
treina por anos para tirar segundos do seu melhor tempo, ele treina para melhorar
seu tempo na linha de montagem. Com a concentração e precisão, ele elaborou
uma rotina particular de uso das ferramentas e execução dos movimentos. Após 5
anos, ele demora cerca de 28 segundos por unidade.
Nesses momentos em que se desempenha ao máximo, a experiência é tão
fascinante que ele relata ser penoso diminuir o ritmo: “Não tem coisa melhor”
(Csikszentmihalyi, 2020)
Outro exemplo
Uma jovem advogada, com modesta participação em um escritório, quando tem a
sorte de se envolver em casos complexos e desafiadores, passa horas na biblioteca,
pesquisando referências e delineando possíveis cursos de ação para os sócios mais
antigos.
Muitas vezes sua concentração é tão intensa que ela se esquece de almoçar e,
quando percebe que está com fome, já escureceu.
Nesses dois exemplos, a rotina de trabalho, geralmente entediante, passa a ser
significativa e apreciada. A atenção pode ser livremente investida na conquista de
suas metas pessoais e isso leva à autorrealização.
(Csikszentmihalyi, 2020)
Na prática
• No contexto competitivo atual, os gestores têm se preocupado principalmente
com os problemas relacionados à produtividade, deixando de lado os aspectos
relacionados à saúde dos trabalhadores.
• Isso pode ser visto quando há implementação de iniciativas de mudança no
trabalho focadas na produtividade e competitividade organizacional.
• No entanto é necessário que os gestores compreendam que os aspectos
emocionais relacionados ao trabalho é um ponto importante quando se busca
melhorias no desempenho organizacional.
• Deve-se abandonar a abordagem “tradicional” focada nos aspectos negativos e
identificação do que não está funcionando, voltando-se a compreensão do
trabalhador a partir de suas potencialidades.
(Mendonça & Ferreira, 2018)
Cinco Fatores importantes para o flow no ambiente de
trabalho
Ter um 
propósito 
claro
Feedback 
rápido e 
adequado
Desafios e 
habilidades altas 
e equivalentes
Autonomia
Foco, atenção 
e 
concentração
1) Ter um propósito claro
• Os funcionários geralmente sabem o que fazem, mas não sabem o porquê.
• Na maioria das vezes não conhecem nem as metas da organização.
• Nesse sentido, é essencial que os funcionários conheçam a missão da empresa e
como ela está alinhada com seu propósito pessoal.
• O funcionário deve ser consciente de suas metas individuais e saiba quais são as
expectativas reais de seu superior em relação ao seu desempenho.
2) Feedback rápido e adequado
• Os empregadores raramente oferecem feedback adequado aos seus
colaboradores. Em geral predomina o feedback negativo (que é pouco eficaz) ou
não há feedback (o que é ainda pior).
• Em muitas empresas o feedback é semestral ou anual, consistindo mais em uma
atividade burocrática do que um instrumento de desenvolvimento pessoal.
• Pela teoria do flow, o feedback precisa ser imediato ou o mais rápido possível.
• Recomenda-se, por exemplo, reuniões individuais dos gestores com cada membro
da equipe, com a finalidade de dar oportunidade para que o trabalhador continuar
executando ações eficazes e se manter motivado, ou corrigir rapidamente ações
ineficazes (gerando aprendizado e crescimento)
3) Desafios e habilidades altas e equivalentes
Desafio alto
Habilidade baixa
Habilidade alta
Desafio baixo
Ansiedade
Tédio
Se não houver 
equilíbrio entre 
desafios e 
habilidades, o 
trabalhador não 
entra em flow e 
seu desempenho 
cai
Desafio alto
Habilidade baixa
Impacto
Se isso acontecer todos os dias durante muito
tempo, a motivação, concentração e
engajamento no trabalho irão cair.
Riscos
Aumento do estresse e insatisfação, baixo
desempenho e mal-estar físico e mental.
Ações
Redução parcial dos desafios e/ou aumento das
habilidades por meio de capacitações.
Impacto
Tédio e desânimo
Riscos
Queda no engajamento e desempenho. Os
trabalhadores podem se sentir subaproveitados
e buscar um novo emprego, gerando perda de
um colaborador bastante competente.
Ações
Elevar ou proporcionar novos desafios a esses
colaboradores.
Habilidade alta
Desafio baixo
4) Autonomia
• As pessoas gostam da sensação de controle em suas tarefas e, usualmente, não
gostam de se sentirem controladas.
• O controle pode aumentar a produtividade a curto prazo mas prejudica a
autonomia e, a médio prazo, resultará em desengajamento e baixo desempenho.
• Os líderes devem ser incentivados e controlar menor e delegar mais, dando mais
autonomia e confiança aos colaboradores de sua equipe.
5) Foco, atenção e concentração
• Para entrar em flow, a principal habilidade é a de concentrar e manter sua atenção
focada.
• Atualmente as TICs tem dificultado essa habilidade devido a velocidade e excesso
de informações que geram interrupções e distrações quase todo o tempo (email,
mensagens, whatsapp, redes sociais).
• Para melhorar a capacidade de concentração, a meditação e prática do mindfulness
(atenção plena) são recomendadas e têm sido adotadas em empresas como
Google, por meio de treinamentos.
Foco e 
concentração
Motivação
Alta performance
Satisfaçãono 
trabalho
Flow
(Kamei, 2017)
Fatores ligados à excelência
Consistem em benefícios almejados pela empresa
Fatores ligados ao Engajamento
Benefícios almejados pelos trabalhadores
Dimensões do flow no trabalho
• Ao vivenciar o estado de absorção, o profissional
dedicar muitas horas consecutivas para a execução do
trabalho, sem perceber ou sentir desgaste
Absorção
• Indica que o trabalhador avalia suas tarefas laborais e
condições de trabalho de forma positivaPrazer
• Engloba o desejo de realizarem suas tarefas laborais
pela satisfação que obtêm em seu desenvolvimento
Motivação 
Intrínseca
• Cinco fatores contribuem para obter e preservar instituições positivas 
onde se vivencia o flow:
Contexto social
Manutenção da identidade
Oportunidade de tomar decisões 
Criação de oportunidades
Construção de confiança
Resultados 
positivos, 
especialmente 
relacionados ao 
engajamento
• Consertou um limpador de para-brisa 
e se recusou a ser pago por um 
esforço tão pequenoFrentista
• Permaneceu no aeroporto depois 
que toda a tripulação foi embora a 
fim de ajudar a encontrar uma 
carteira perdida
Comissário de bordo
Nesses exemplos, o valor da atividade do trabalho era maior porque o trabalhador
estava disposto a investir um pouco mais de energia e, assim, era capaz de extrair um
significado adicional do seu trabalho.
Fatores inibidores do flow no trabalho
É considerado inútil
não proporciona 
bem a ninguém, 
podendo até ser 
prejudicial
Vendedores sob 
pressão; cientistas 
que trabalham na 
indústria tabagista 
É chato e repetitivo
pode ser feito sem 
nenhum desafio
Sentimento de 
estagnação ao invés 
de crescimento 
É estressante
especialmente 
quando não se 
consegue conviver 
com chefe ou 
colegas
Esperam demais de 
você ou não 
reconhecem seu 
valor
Podem 
determinar se 
a pessoa ficará 
satisfeita ou 
não com 
trabalho; mais 
do que o 
dinheiro
Estresse 
• Dificulta a vivência de experiência de flow
• Necessidade de estabelecer prioridades e discernir entre o que é importante
ou não
• Fluxograma ou listas ajudam a lembrar as tarefas que precisa cumprir e
decidir quais delas podem delegar ou deixar de fazer, quais precisam ser
resolvidas pessoalmente e em que ordem
• Algumas pessoas vão fazer primeiro as tarefas mais fáceis da lista,
preparando-se para as mais difíceis
• Outros vão preferir a ordem inversa, acreditando que, depois de resolver os
problemas mais difícei, os mais fáceis vão se resolver mais facilmente
• Ambas as estratégias funcionam: necessidade de descobrir a melhor para
aquela pessoa
• Algumas vezes nos sentimos incapazes de fazer
determinada tarefa e podemos nos questionar:
• Haverá tarefas que podem ser delegadas a outras
pessoas?
• É possível aprender as habilidades necessárias a
tempo?
• Há como obter ajuda?
• A tarefa pode ser transformada ou dividida em
partes mais simples?
• A resposta a essas questões oferece a oportunidade
de transformar uma situação potencialmente
estressante em uma experiência positiva, inclusive
de flow
Trabalho x vida pessoal
• Muitas vezes há conflito entre as duas áreas
• A pessoa que ama seu trabalho pode acabar negligenciando a família e
amigos, ou vice-versa
• Encontrar um modo de equilibrar as recompensas que obtemos do
trabalho e dos relacionamentos, focando a atenção na tarefa que está
desenvolvendo no momento, pode ajudar a reduzir esse conflito
“quando estou com a minha filha, quando ela está descobrindo algo novo, uma nova receita de
biscoito que ela mesma preparou, um trabalho artístico que ela fez e a deixou orgulhosa.... Ela
gosta muito de ler, e nós lemos juntas. Ela lê para mim, eu leio para ela, e esse é um momento
em que eu meio que perco o contato com o resto do mundo, em que estou totalmente absorta
no que estou fazendo”
(Csikszentmihalyi, 2022, p. 105)
Como trabalhar o flow no processo de coaching? 
• Sabemos que quando o indivíduo se envolve em atividades específicas que gosta,
algumas mudanças psicológicas acontecem no cérebro, resultando em
sentimentos como prazer, felicidade e satisfação.
• Nesse sentido, diversas áreas de conhecimento têm se dedicado, nos últimos 40
anos, a compreender situações que favorecem a vivência do flow, suas
características e condições que favorecem sua ocorrência.
• Mais recentemente, devido os resultados que podem ser obtidos por meio das
experiências de flow (maior envolvimento, energia, motivação, aumento das
emoções positivas, maior criatividade, flexibilidade mental, resiliência e
desempenho) esse conceito tem despertado o interesse na abordagem de
coaching.
(Wessa & Boniwell, 2007)
Metodologia favorecedora do flow
1. Procura maximizar oportunidades para encontrar fluxo durante as atividades de
coaching.
2. Transforma os padrões da experiência do dia a dia, permitindo ao cliente identificar
momentos de experiência ótima.
3. Ajuda o cliente a identificar a competição pela atenção que vem de fontes
externas, equipando-o para tomar decisões mais informadas no futuro a respeito de
como eles escolhem usar seu tempo e energia.
(Wessa & Boniwell, 2007)
1. Ter metas claras
• A clarificação das metas que se almeja no processo de coaching pode ser iniciada
durante o contrato e a sessão de avaliação, e ser continuada durante todos os
encontros seguintes.
• O papel do coach envolve o incentivo ao pensamento divergente, fazendo
perguntas como ‘Como você vai atingir esse objetivo?’, ‘O que você vai precisar?’ e
‘Quando você vai completar isso?’. Isso ajuda a fornecer uma imagem mais clara
do que está sendo buscado.
• Uma vez que as metas são definidas, é mais fácil para o cliente conceituar e
enfrentar o desafio, comprometendo-se com a tarefa da melhor maneira possível.
Sem essa estrutura de metas fica difícil saber onde aplicar seu esforço e essa
incerteza pode levar a uma redução na capacidade de fluxo.
(Wessa & Boniwell, 2007)
2. Balanço entre desafio e habilidade
• O papel do coach inclui encorajar o cliente a acompanhar um desafio, estabelecer
metas para que sejam alcançáveis ou encorajar maiores níveis de desafio em cada
ponto.
• Ao mesmo tempo, as oportunidades de aprimoramento de habilidades são
prestados, ajudando assim o cliente a trabalhar em novas áreas. Isso pode incluir a
aquisição de novas habilidades ou o desenvolvimento de habilidades existentes
que ajudariam o cliente a atingir seus objetivos.
• Se um cliente chega a uma sessão ansioso, um coach sensível será capaz de
trabalhar para aumentar a confiança do cliente em lidar com a sessão. Se o cliente
vier para a sessão entediado, o coach pode tentar aumentar o desafio fornecido.
• Em um estágio posterior, conforme aumenta a confiança e se busca um maior
desafio, o coach pode encontrar oportunidades de trabalhar com um cliente para
ampliar habilidades que são menos fortes.
(Wessa & Boniwell, 2007)
3. Importância de um bom desempenho
• Se um coach ajudar um cliente a ver por que a competência em uma atividade
particular é importante, isso pode permitir que o cliente dedique mais tempo a
esse esforço.
• Um cliente que é inicialmente indiferente ou entediado por uma atividade pode
então experimentar o fluxo ao descobrir que pode dominá-la com sucesso.
• Em um estágio posterior, pode tornar-se aparente que existem barreiras
substanciais ao progresso e que o interesse do cliente em atingir seus objetivos é
limitado. Pode então ser necessário explorar as razões para isso e realinhar os
objetivos para que sejam mais significativos para o cliente.
• O ritmo cuidadoso da atividade e o aumento do feedback podem permitir que o
cliente sinta satisfação enquanto trabalha em áreas que antes não havia
experimentado.
(Wessa & Boniwell, 2007)
4. Mantendo meta congruentes
• Um cliente pode vir para a primeira sessão listando um conjunto de metas que
deseja alcançar. No entanto, depois de algumas sessões, pode ficar claro que
outro conjunto de interesses representa com mais precisão as aspirações do
cliente.
• Pode-se imaginar que esse estreitamentode opções possivelmente melhore a
congruência dos objetivos restantes, encorajando a atividade a ser focada em
áreas onde mais satisfação será encontrada.
• O coach pode ajudar os clientes a estabelecer congruência de metas, por
exemplo, as prioridades e a roda do equilíbrio, desenhando a vida agora e no
futuro e escrevendo uma declaração de missão pessoal.
(Wessa & Boniwell, 2007)
5. Feedback claro e imediato
• Como o fluxo ocorre em um alto nível de desafio, é provável que um indivíduo, em
algum estágio, receba feedback negativo. Contanto que a pessoa perceba que tem
habilidade adequada para enfrentar o desafio, esse feedback ajudará a
estabelecer ações corretivas sem que a experiência de fluxo seja diminuída.
• Enquanto experimenta o fluxo, a atenção está focada e a pessoa geralmente está
bem ciente de como está se saindo. É importante, portanto, que qualquer
feedback dado pelo coach seja preciso e possa ser contestado, caso contrário,
pode confundir a própria avaliação do cliente.
• Ter um feedback correto ajuda o cliente a permanecer na tarefa, reforçando sua
própria consciência de como as diferentes atividades estão progredindo.
(Wessa & Boniwell, 2007)
6. Ampliação da autonomia
• Um coach pode trabalhar para ajudar um cliente a diferenciar entre
comportamentos que indicam autonomia e aqueles que não.
• O processo de aumentar a autonomia tem importância ao longo de um programa
de coaching. A aquisição de autonomia talvez se torne mais evidente mais tarde,
quando a pessoa tiver maior percepção dos desafios que enfrenta.
• Um coach pode ajudar um cliente a desenvolver independência, encorajando-o a
explorar e estender seus próprios interesses.
• Pode também ajudar os clientes a identificar fatores externos que impactam
negativamente em seu estilo de vida e a planejar situações em que tenham maior
autonomia.
(Wessa & Boniwell, 2007)
7. Ampliação da capacidade de absorção na
atividade
• Uma pessoa para encontrar uma atividade que absorva sua atenção precisa
encontrar um assunto de seu interesse. Isso ampla a capacidade de direcionar e
regular a atenção.
• Em todas as fases, é útil que o coach e o cliente estejam abertos a novas
possibilidades e estejam cientes dos problemas e oportunidades emergentes.
• Também é importante que, juntos, eles sejam capazes de explorar essas novas
questões em profundidade.
• O coach atua de modo a ajudar o cliente a ver os desafios futuros dentro de uma
visão mais positiva e como oportunidades de crescimento.
(Wessa & Boniwell, 2007)
Outras sugestões
• Sugerimos que uma versão modificada de um "diário de amostragem de
experiência" possa ser preenchida por alguns dias fora das sessões de coaching.
• Esse diário pode ser projetado para permitir que o cliente registre:
• (a) a data e a hora
• (b) seu estado afetivo atual (por exemplo, ansiedade, apatia, tédio e fluxo)
• (c) a atividade que está sendo realizada naquele momento
• (d) uma explicação de como se sentiram
• (e) uma consideração de como eles poderiam influenciar uma situação
semelhante no futuro, que talvez pudesse ser discutida com seu treinador em sua
próxima reunião.
(Wessa & Boniwell, 2007)
Ferramentas que podem facilitar o alcance do flow
Metas claras Pontos de ação claros
Equilíbrio 
desafio e 
habilidade
Descobrir pontos fortes
Desenvolver novas habilidades
Importância de 
um bom 
desempenho
Considerar as implicações do sucesso
Comemorar pequenos passos
(Wessa & Boniwell, 2007)
Congruência 
de metas
Desenhando a vida agora e no futuro
Escrever sua missão pessoal
Feedback 
claro e 
imediato
Livro de registro
Reflexão
Aumento da 
autonomia
Estabelecimento de prioridades
Trabalho autobiográfico
Aumento da 
absorção
Leitura do contexto social e cultural
(Wessa & Boniwell, 2007)
Flow e lazer
• Ter mais tempo livre é uma das metas mais desejadas pelas pessoas
• Enquanto o trabalho é considerado um mal necessário, relaxar e não ter
nada para fazer parece, para muitas pessoas, o caminho para a felicidade
• Isso nem sempre é verdade: férias e feriados se mostram períodos em
marcados por diminuição da tranquilidade psicológica. Em finais de semana,
quando estão sozinhas e sem fazer nada, as pessoas relatam mais sintomas
doença
“Para pessoas que se identificaram com seu trabalho durante toda a vida, a
aposentadoria costuma ser uma transição para uma depressão crônica”
(Czikszentimihalyi, 2022, p. 65))
De modo geral, os 
indivíduos não são 
preparados para o ócio
Sem metas a maioria 
começa a perder a 
motivação e concentração
A mente divaga e começa a 
se encontrar em problemas 
que geram ansiedade
Para evitar isso, a pessoa recorre a estratégias /
estímulos que diminuam essa ansiedade a curto
prazo (envolver-se em apostas, fazer uso abusivo
de álcool ou drogas, ver televisão)
Lazer ativo x lazer passivo
• Possuem efeitos psicológicos bem diferentes
TV
Hobbies 
Esportes e 
jogos
• Adolescentes norte-americanos
experimentam o flow de forma mais
frequente quando estão em
momentos de lazer ativo
• Lazer passivo envolveria atividades
que não exige muito gasto de energia,
nem concentração ou habilidade (sair
com amigos, ouvir música, ligar a
televisão)
Dados de pesquisa com 824 adolescentes norte-americanos (Czikszentimihalyi, 2022)
• O lazer passivo não proporciona muito prazer mas, também, não leva a pensar em
problemas. Muitas pessoas consideram essa troca válida.
• É importante citar que relaxar não é ruim. Todo mundo precisa desse
tempo. O problema é a dosagem.
• Quando o lazer passivo se torna a principal ou única estratégia no tempo
livre, pode ter efeitos negativos na qualidade de vida como um todo.
• Ao refletirem sobre os melhores e piores sentimentos da vida, a maior
parte das pessoas pensa em outras pessoas
Uma palavra do 
chefe pode 
alegar seu dia Ou acabar com ele
Um filho pode 
ser uma benção E, às vezes, uma 
dor de cabeça
Um exemplo
• Uma das participantes do método de amostragem da experiência (pager) estava
sozinha na cozinha às 9:10h da manhã de sábado, tomando café e lendo jornal. Deu
nota 5 para seu grau de felicidade naquele momento (em uma escala de 1 – triste a
7 – muito feliz). Por volta das 11:30h, ainda estava sozinha, fumando um cigarro,
triste com a ideia de que o filho estava prestes a se mudar para outra cidade. Agora
sua felicidade tinha caído para 3.
• Às 13h, ela estava sozinha, passando o aspirador na sala, e sua felicidade chegou a
1. às 14:30h, ela estava no quintal, na piscina com os netos. A nota de felicidade foi
perfeita (7). Menos de uma hora depois, quando ela estava tomando sol e tentando
ler um livro enquanto os netos jogavam água nela, o índice de felicidade caiu para 2.
• À medida em que avançamos pelo dia, pensar nas pessoas e interagir com elas
mexe constantemente com o nosso humor.
Importante compreender 
como as interações nos 
afetam e aprender a 
transformá-las em 
experiências positivas
As experiências mais 
positivas que as pessoas 
relatam são vividas na 
companhia de amigos
Em geral, as pessoas são 
mais motivadas e felizes 
quando estão com amigos, 
independentemente do 
que estejam fazendo
(Czikszentimihalyi, 2022)
As pessoas, em geral,
relatam humor mais
deprimido quando estão
sozinhas do que quando
estão com outras pessoas
O mito do “gênio solitário”
• O estereótipo do “gênio solitário” é forte. É necessário, muitas vezes, ficar
sozinho para escrever, pintar ou fazer experimentos em um laboratório.
• No entanto, muitas vezes, esses indivíduos precisam de outras pessoas,
para ouví-las, trocar impressões e entrar em contato com seus trabalhos.
“É impossível trabalhar completamente isolado no seu canto. Você deseja que um 
colega venha e converse com você sobre as coisas: O que você acha disso? É preciso 
ter algum tipo de feedback”
Potenciais malefícios do flow
• Embora o flow possa ser útil e levar a um maior aprendizado, também pode
envolver malefícios.
• É equivocado pensar que todas as atividades que resultam em fluxo são

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