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5 INTRODUÇÃO O Código de Processo Civil Brasileiro prevê diversos mecanismos para a execução de decisões judiciais. Dentre eles, temos a liquidação de sentença, a impugnação à execução de sentença, a exceção à execução, a exceção de pré-execução e os embargos monitórios. Esses instrumentos servem para garantir a eficácia da decisão e a proteção dos direitos das partes envolvidas. A liquidação de sentença é um procedimento que visa determinar o valor da obrigação estabelecida na decisão. Pode ser realizada por cálculo aritmético simples, por acordo das partes, por processo comum ou por arbitragem. A impugnação à execução de sentença, por sua vez, permite ao devedor impugnar a execução mediante a apresentação de argumentos relativos à ilegitimidade da execução ou ao descumprimento dos requisitos legais para a execução. A oposição à execução, também conhecida como embargos à execução, é um procedimento que permite ao devedor impugnar a execução da decisão, apresentando argumentos relativos à existência de vícios na execução ou à inexistência da obrigação. A exceção de pré-executividade, por outro lado, é um procedimento que permite ao devedor impugnar a execução sem a necessidade de prévia garantia ou fiança, mediante a apresentação de provas que comprovem a ilegitimidade da execução. Por fim, os embargos monitores permitem ao devedor impugnar uma injunção de pagamento emitida sem prévia decisão judicial, mediante a apresentação de argumentos relativos à falta de legitimidade da dívida ou ao excesso do valor reclamado. Neste artigo, discutiremos cada um desses procedimentos, sua base legal e suas implicações práticas no ordenamento jurídico brasileiro. Apresentaremos também algumas das principais perspectivas doutrinárias e jurisprudenciais sobre esses temas, destacando sua relevância no cenário jurídico contemporâneo. 6 1. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 1.1 DEFINIÇÃO A liquidação de sentença é um tema de grande importância no direito civil brasileiro, visto que é uma fase essencial para a concretização da decisão judicial. É um processo que serve para determinar o valor da dívida ou obrigação que a parte vencida deve pagar à parte vencedora. Este artigo tem por objetivo apresentar uma visão geral sobre o conceito de liquidação de sentença, sua fundamentação legal e as diversas modalidades de liquidação previstas no direito brasileiro. O conceito de liquidação de sentença é derivado do princípio da coisa julgada, que estabelece que uma sentença é definitiva e obrigatória entre as partes. Ou seja, uma vez proferida a sentença, ela deve ser cumprida, cabendo à parte vencedora o direito de executá- la. No entanto, em alguns casos, a sentença pode não conter uma determinação precisa do valor devido, sendo necessário passar pelo processo de liquidação para determinar o valor exato. 1.2 FUNDAMENTAÇÃO A base legal para a liquidação da sentença está prevista no Código de Processo Civil Brasileiro (CPC), especificamente nos artigos 509. “Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor”. É importante destacar que a fase de liquidação de sentença, no entender do legislador, deve ser excepcional, pois é dever das partes e do Juízo a determinação da extensão da obrigação desde logo, nos termos do art. 491 do CPC. “ Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando”. Nesse sentido, a liquidação de sentença é uma etapa do processo judicial que tem como objetivo apurar o valor da condenação imposta em uma decisão judicial, o processo de liquidação pode ser requerido por qualquer uma das partes, devendo ser iniciado pelo derrotada no prazo de 15 dias a contar da citação. Vale ressaltar que a liquidação de sentença somente é cabível quando a sentença for ilíquida, ou seja, quando não houver determinação precisa do valor ou da natureza da obrigação imposta. Como bem pontua Nelson Nery Junior, em sua obra Código de Processo Civil Comentado, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm 7 a liquidação de sentença "é uma fase necessária para a realização da tutela jurisdicional, pois é impossível que uma condenação seja executada sem que se saiba exatamente o seu valor" (pág. 1243). Fredie Didier Jr. destaca em sua obra Curso de Direito Processual Civil que ela serve para "evitar que a execução se torne inviável, porque não é possível identificar o montante exato da condenação ou a natureza da prestação devida" (pág. 1496). Além disso, a liquidação também serve para evitar que haja dúvidas ou conflitos em relação ao valor da condenação, o que poderia gerar novas controvérsias e atrasar o cumprimento da decisão judicial. Diante do exposto, é possível concluir que a liquidação de sentença é uma fase processual essencial do direito civil brasileiro, que permite a determinação precisa do valor ou da natureza da obrigação imposta pela sentença. Nesse sentido, é fundamental observar a definição, fundamentação e espécies da liquidação, com base em artigos do CPC e contribuições de autores, a fim de garantir a efetividade da sentença e a justiça do processo. 1.3 ESPÉCIES 1.3.1 Liquidação por arbitramento Encontra-se nos artigos 509 a 512 do Código de Processo Civil Brasileiro (CPC). De acordo com o artigo 509, a "liquidação por arbitramento" é admissível quando não for possível determinar o valor da obrigação por outros meios, como "liquidação por cálculo aritmético" ou "liquidação por artigos". A modalidade é disciplinada pelo art. 510 do CPC: “ Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial”. É um procedimento no qual o tribunal nomeia um perito para determinar o valor exato da obrigação com base em critérios técnicos ou científicos. O perito geralmente é nomeado pelo juiz após ouvir as partes, e pode ser impugnado por razões legais. Uma vez que o perito apresente seu laudo, as partes têm o direito de opinar sobre ele e apresentar provas para contestá-lo. As questões que podem ser alegadas na liquidação por arbitramento limitam-se aos critérios técnicos ou científicos utilizados pelo perito para determinar o valor da obrigação. As partes não podem questionar o mérito da decisão judicial anterior que estabeleceu a obrigação, mas podem contestar a metodologia utilizada pelo perito para calcular o valor. O seu procedimento é semelhante ao procedimento para outros tipos de "liquidação". A 8 parte que requer o procedimento deve apresentar uma petição ao tribunal, que nomeará o perito e fixará os prazos processuais. Após o perito apresentar seu laudo, as partes têm o direito de opinar sobre ele e apresentar provas para contestá-lo. O tribunal emitirá então uma decisão determinando o valor exato da obrigação. A liquidação por arbitramento é uma ferramenta útil para determinar o valor exato de uma obrigação monetária quando não for possível fazê-lo por outros meios. Embora seja um procedimento técnico, é importante que as partes estejam cientes de seus direitos e obrigações durante o processo, e apresentem provas para contestar o laudo pericial, se necessário. A base legal e o procedimento para "liquidação por arbitragem" estão bem estabelecidos no Direito Processual Civil Brasileiro, proporcionando segurança jurídica e previsibilidade para as partes envolvidas. 1.3.2 Liquidação procedimento comum (Liquidação por artigos) Segundo o artigo 509 do CPC, a liquidaçãopor artigos é cabível quando, para determinar o valor da condenação, houver necessidade de alegar e provar fato novo. Ou seja, é utilizada quando a apuração do valor devido depende de prova técnica, geralmente relacionada a aspectos contábeis, financeiros ou patrimoniais. A modalidade está regrada no art. 511 do CPC: “ Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código”. É a modalidade mais complexa, já que há a necessidade de comprovação de fatos novos, sempre ligados aos limites da obrigação definida no processo de conhecimento, tornando-a, extensa e custosa, já que há uma instrução probatória mais alargada, se comparada à liquidação por arbitramento. A doutrina considera que fatos novos são aqueles relacionados com o valor, com o objeto ou com outro elemento da obrigação que não foi objeto de cognição na fase de formação do título judicial. A liquidação por artigos se desenvolve em duas fases. Na primeira, as partes apresentam seus quesitos, ou seja, as perguntas que devem ser respondidas pelo perito. É importante destacar que os quesitos devem ser claros, objetivos e pertinentes às questões a serem apuradas. Na segunda fase, o juiz nomeia um perito para responder aos quesitos formulados pelas https://www.aurum.com.br/blog/intimacao/ 9 partes. O perito deve ser especialista na área em questão e emitir um laudo técnico, contendo as respostas aos quesitos, que será juntado aos autos e servirá de base para a definição do valor devido. Para o jurista Luiz Guilherme Marinoni, a liquidação por artigos é a modalidade mais adequada para apuração do valor devido em casos complexos, que envolvem questões financeiras, econômicas ou patrimoniais. Segundo ele, "a liquidação por artigos tem como pressuposto a necessidade de que sejam produzidas provas, não cabendo a sua utilização em situações nas quais a prova seja desnecessária ou óbvia" (pág. 1589). Em relação à competência, o artigo 510 do CPC estabelece que a liquidação por artigos deve ser processada perante o juízo competente para a execução da sentença, ou seja, o mesmo juízo que proferiu a decisão condenatória. Por fim, é importante destacar que a liquidação por artigos é uma modalidade de liquidação que exige um conhecimento técnico especializado, tanto por parte dos peritos quanto das partes envolvidas. Portanto, é fundamental que as partes sejam assistidas por profissionais habilitados para formular os quesitos e analisar o laudo pericial, a fim de garantir uma correta apuração do valor devido. 1.3.3 Liquidação por cálculo aritmético (Liquidação por ação pública) É utilizada quando o valor devido pode ser calculado com base nas informações contidas na sentença. liquidação por cálculo aritmético simples é um procedimento utilizado para determinar o valor devido pelo devedor em um processo judicial. É um método de liquidação mais simples e rápido, pois não exige operações complexas ou avaliações de ativos. De acordo com o Código de Processo Civil Brasileiro (CPC), a liquidação por cálculo aritmético simples está prevista no artigo 509, que dispõe que "se a determinação do valor devido exigir apenas cálculo aritmético simples, o credor poderá requerer que a liquidação seja pelo oficial de justiça ou por perito nomeado pelo tribunal”. Este método de liquidação é normalmente utilizado em casos em que o montante devido é facilmente calculável, como na cobrança de dívidas ou em casos de quebra de contrato com valor monetário fixo. É importante observar, no entanto, que o credor deve fornecer informações claras e precisas sobre o valor devido, incluindo quaisquer juros, multas ou outros encargos que possam incidir. No livro "Procedimento Cível", o autor Fredie Didier Jr. explica que a liquidação por cálculo aritmético simples é uma ferramenta importante para a solução eficiente de litígios, pois permite a rápida determinação do valor devido sem a necessidade de demoradas e procedimentos dispendiosos. 10 A liquidação por cálculo aritmético simples segue um procedimento relativamente simples. O credor deve apresentar um pedido de liquidação, detalhando o valor devido e fornecendo toda a documentação necessária para fundamentar sua reivindicação. O oficial de justiça ou perito nomeado pelo tribunal procede então ao cálculo e emite um relatório detalhando o montante devido. Se o devedor discordar do resultado da liquidação por cálculo aritmético simples, poderá apresentar impugnação no prazo de 15 dias, conforme previsto no artigo 525 do CPC. A impugnação será analisada pelo juízo e, caso seja constatado que a liquidação foi incorreta, novo cálculo será realizado. Em conclusão, a liquidação por cálculo aritmético simples é um método eficiente e eficaz de determinar o valor devido nos casos em que o cálculo é direto. Ele permite uma resolução mais rápida de disputas e reduz a carga dos tribunais, liberando recursos para casos mais complexos. No entanto, é importante que ambas as partes forneçam informações claras e precisas para garantir uma liquidação precisa. 2. DEFESA DO DEVEDOR EM JUÍZO 2.1 IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 2.1.1 FUNDAMENTAÇÃO No processo civil brasileiro, após obter uma decisão favorável, a parte vencedora deve executar a sentença através de um processo de execução. No entanto, a parte vencida pode resistir ao pagamento e impetrar a Impugnação ao Cumprimento de Sentença, que é um recurso para impugnar a execução da sentença. A Impugnação ao Cumprimento de Sentença deve ser fundamentada em um dos fundamentos elencados no artigo 525 do Código de Processo Civil Brasileiro (CPC). “ Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua impugnação”. Esses fundamentos incluem incompetência ou capacidade para processar, citação indevida, ausência de requisitos para a execução e pagamento da dívida. Assim, a impugnação ao cumprimento de sentença é uma etapa processual destinada a contestar a validade ou correção do cumprimento da decisão judicial. Nesse sentido, como destaca Fredie Didier Jr. em sua obra "Curso de Direito Processual Civil", a impugnação ao cumprimento de sentença é "um meio de defesa do executado, que pode questionar a regularidade da execução" (pág. 1259). 11 2.1.2 PRAZO O artigo 525 do Código de Processo Civil brasileiro dispõe que o réu pode se opor à execução da sentença no prazo de 15 (quinze) dias contados da citação. Este prazo é obrigatório e contado em dias úteis, excluindo fins de semana e feriados. Segundo Fredie Didier Jr., em seu livro "Curso de Direito Processual Civil", o prazo para a impugnação à execução da sentença é "um prazo processual que, se não cumprido, acarretará a perda do réu direito de se defender” (pág. 1398) . Portanto, é essencial que o réu esteja ciente do prazo e tome as medidas cabíveis para defender seus direitos. É importante observar que o prazo para apresentação de oposição à execução da sentença é diferente do prazo para recurso da decisão. No caso de recurso, o prazo é de 15 (quinze) dias contados da publicação da decisão, enquanto no caso de oposição à execução da sentença, o prazo é contado a partir da citação. Em síntese, o réu dispõe do prazo de 15 (quinze) dias contados da citação para se opor à execução da sentença. Este prazo é obrigatório e contado em dias úteis, excluindo fins de semana e feriados. É essencial que o réu esteja ciente desse prazo e tome as medidas cabíveis para defender seus direitos. 2.1.3 NATUREZA JURÍDICAA natureza desse recurso legal é controversa entre estudiosos e jurisprudência. A primeira perspectiva é que a Impugnação ao Cumprimento de Sentença é uma continuação da fase de execução da ação. Essa visão parte da ideia de que a impugnação é uma ação específica que ocorre no processo de execução, visando impugnar as medidas de execução tomadas ou a serem tomadas pelo tribunal. Segundo o estudioso Luiz Guilherme Marinoni, “a impugnação ao cumprimento de sentença é a continuação do processo de execução, pela qual o devedor tenta evitar a execução de sentença ou a adoção de medidas de execução que violem seus direitos” (Marinoni, 2017 pag. 947 ). Por outro lado, há a perspectiva de que a Impugnação ao Cumprimento de Sentença seja uma ação nova e autônoma, separada do processo de execução. Esta interpretação assenta na ideia de que a impugnação tem requisitos legais e regras processuais próprias, ficando o processo de execução apenas suspenso durante a sua pendência. Segundo o estudioso Daniel Amorim Assumpção Neves, “a impugnação ao cumprimento de sentença é uma ação nova, com causa de pedir e fases processuais próprias, destinada a impugnar a execução de sentença” (Neves, 2017 pág, 1189). Apesar da polêmica, a jurisprudência predominante no Brasil tende a adotar a segunda perspectiva, considerando a Impugnação ao Cumprimento de Sentença como uma ação nova 12 e autônoma. Essa visão é amparada por decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceram a autonomia da impugnação e a possibilidade de recorrer de sua decisão a um tribunal superior. Em síntese, a natureza da Impugnação ao Cumprimento de Sentença é controversa, havendo diferentes perspectivas entre doutrinadores e jurisprudenciais. No entanto, prevalece no Brasil a visão de que a impugnação é uma ação nova e autônoma, separada do processo de execução, e sujeita a requisitos legais e regras processuais próprias. 2.1.4 MATÉRIAS QUE PODEM SER ALEGADAS No que tange às matérias que podem ser alegadas na impugnação ao cumprimento de sentença, o artigo 525, §1º do CPC estabelece que "são lícitas todas as alegações que o executado poderia fazer como defesa no processo de conhecimento". “§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar: I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença”. Isso significa que o executado pode alegar qualquer matéria que possa ser utilizada como defesa na fase de conhecimento do processo, como, por exemplo, a prescrição, a nulidade da decisão ou a inexequibilidade da obrigação. 2.1.5 COMPETÊNCIA A competência é um critério de distribuição de poderes entre os órgãos jurisdicionais, de forma que cada um exerça suas funções de acordo com suas atribuições legais. No caso da impugnação ao cumprimento de sentença, a competência está prevista no artigo 525, §1º, do CPC, que determina que a impugnação deve ser apresentada perante o juízo que ordenou a execução. A jurisprudência brasileira tem entendido que a competência para apreciar a impugnação ao cumprimento de sentença é do juízo que determinou a execução, ainda que haja mudança de competência em razão de alterações na estrutura do Judiciário ou da transferência do 13 processo para outra comarca. Nesse sentido, destaca-se o julgamento do Recurso Especial nº 1.633.945/SP, em que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) afirmou que a competência para julgar a impugnação ao cumprimento de sentença é do juízo que determinou a execução, independentemente de haver mudança de competência. Assim, é importante que o devedor verifique a competência do juízo antes de apresentar a impugnação ao cumprimento de sentença, sob pena de eventual nulidade do processo. Vale ressaltar que, caso a impugnação seja apresentada perante juízo incompetente, caberá ao magistrado suscitar a incompetência e remeter os autos para o juízo competente, nos termos do artigo 64 do CPC. “ A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação”. Por fim, destaca-se que a competência é um critério de organização do Poder Judiciário e, por isso, pode ser objeto de modificação por lei ou por normas internas do Tribunal, conforme previsto no artigo 42 do CPC. “ As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei”. Nesse sentido, a competência para julgar a impugnação ao cumprimento de sentença pode ser alterada por meio de leis específicas ou por resoluções do Tribunal competente. Em síntese, a competência para apreciar a impugnação ao cumprimento de sentença é do juízo que determinou a execução, conforme previsto no artigo 525, §1º, do CPC. A jurisprudência tem reafirmado esse entendimento e destacado que a competência é um critério de organização do Judiciário, podendo ser objeto de modificação por leis específicas ou normas internas dos Tribunais. 2.1.6 TRAMITAÇÃO No que se refere à tramitação da impugnação ao cumprimento de sentença, o artigo 525, §2º do CPC estabelece que "a impugnação não terá efeito suspensivo". Isso significa que a execução da decisão judicial poderá continuar, mesmo após a apresentação da impugnação. No entanto, o artigo 917 do CPC estabelece que o juiz poderá, a pedido do executado, conceder a suspensão da execução da decisão, desde que presentes os requisitos legais. “§ 2º A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148”. Além disso, é importante destacar que a impugnação ao cumprimento de sentença deve ser instruída com os documentos que comprovem as alegações do executado. Conforme o 14 artigo 525, §7º do CPC, "a impugnação deverá ser instruída com prova documental da alegação de que o executado se vale, sob pena de ser reputada como não escrita". Vale destacar também que a impugnação ao cumprimento de sentença deve ser apresentada de forma específica, sob pena de ser considerada inépta. Conforme ensina Luiz Guilherme Marinoni em sua obra "Novo Código de Processo Civil comentado", "a impugnação deve ser apresentada de forma específica e com todas as alegações de fato e de direito que o executado deseja fazer valer, sob pena de ser considerada inépta" (pág. 959). Por fim, é importante destacar que a impugnação ao cumprimento de sentença é uma fase processual importante para garantir a segurança jurídica e a justiça do processo. Diante do exposto, é possível concluir que a impugnação ao cumprimento de sentença é uma fase processual importante do direito civil brasileiro, que permite ao executado questionar a validade ou correção do cumprimento da decisão judicial. Nesse sentido, é fundamental observar a fundamentação, prazo, natureza jurídica, matérias que podem ser alegadas e tramitação da impugnação, com base em artigos do CPC e contribuições de autores, a fim de garantir a segurança jurídica e a justiça do processo. 2.2 EMBARGOS À EXECUÇÃO 2.2.1 FUNDAMENTAÇÃO O artigo 914 do Código de Processo Civil Brasileiro estabelece que o devedor pode interpor "embargos à execução" para impugnar a execução de uma sentença. O objetivo deste instrumento processual é permitir que o devedor apresente argumentos que possam impugnar a execução, como a inexistência de dívida válida, a existência de pagamento ou a prescrição. Segundo Cássio Scarpinella Bueno, em seu livro "Curso Sistematizadode Direito Processual Civil", os "embargos à execução" são um "recurso residual", ou seja, só podem ser utilizados quando não houver outros recursos disponíveis para impugnar a execução de um julgamento. É importante observar que a interposição dos "embargos à execução" não suspende a execução da sentença, exceto em casos específicos previstos em lei, como no caso de pedido de parcelamento. No entanto, o devedor poderá requerer a concessão de liminar para suspender a execução até que seja proferida sentença de mérito dos "embargos à execução". 2.2.2 PRAZO Quanto ao prazo para interposição de embargos à execução, o artigo 917 do CPC estabelece que o devedor tem o prazo de 15 (quinze) dias, contados da citação, para apresentar sua defesa. É fundamental destacar que esse prazo é contado a partir da data da citação pessoal da citação ao devedor, e não da data da publicação do edital no caso de tentativas infrutíferas 15 de localização do devedor. Além disso, é importante ressaltar que o prazo para interposição de embargos à execução é prazo legal improrrogável, não sendo permitidas prorrogações ou suspensões. Portanto, a não apresentação da defesa no prazo estabelecido pode acarretar a perda do direito de defesa no processo de execução. Em síntese, o prazo para interposição de embargos à execução é aspecto crucial da estratégia de defesa do devedor em processos de execução, sendo o cumprimento desse prazo legal imprescindível para a proteção dos direitos do devedor. 2.2.3 NATUREZA JURÍDICA De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, os embargos à execução têm efeito suspensivo, o que significa que a execução da decisão fica suspensa até que haja decisão final sobre os embargos. No entanto, isso não significa que o devedor esteja isento de cumprir a obrigação imposta pela decisão judicial, uma vez que o devedor deverá prestar caução da dívida para assegurar a execução da decisão caso os embargos sejam rejeitados. A doutrina jurídica brasileira considera os embargos à execução como medida dilatória, uma vez que retardam a eficácia da decisão judicial. No entanto, também são considerados um direito legítimo do devedor de se defender de quaisquer vícios na sentença ou no processo de execução. 2.2.4 MATÉRIAS QUE PODEM SER ALEGADAS De acordo com o artigo 914 do CPC, o executado tem quinze dias para interpor os embargos à execução. O devedor pode alegar vários assuntos nos embargos, incluindo, mas não se limitando a: Falhas no processo de execução - O devedor pode alegar vícios no processo de execução, tais como falta de citação, ausência de título executivo válido ou execução contra bens isentos. Vícios da sentença - O devedor pode alegar vícios da sentença que fundamenta a execução, tais como a sua nulidade ou inexigibilidade. Pagamento - O devedor pode alegar o pagamento da dívida ou parte dela, comprovando- o por meio de recibos ou outros meios. Compensação - O devedor pode alegar compensação, se houver crédito mútuo entre o devedor e o credor. Execução excessiva - O devedor pode alegar que a execução excede o montante devido ou que é excessiva. Múltiplas execuções - O devedor pode alegar que estão ocorrendo múltiplas execuções sobre o mesmo patrimônio, gerando ônus indevido para o devedor. 16 Outros - O devedor pode alegar qualquer outra matéria que demonstre a ilegalidade ou a inexequibilidade da execução. 2.2.5 COMPETÊNCIA Competência para interposição de embargos à execução: De acordo com o artigo 914 do CPC, os embargos à execução devem ser impetrados no mesmo tribunal que proferiu a decisão a ser executada. Ou seja, o tribunal que proferiu a decisão é considerado competente para receber e decidir sobre os embargos. Isso se baseia no princípio da jurisdição, que estabelece que o tribunal que proferiu a decisão tem jurisdição exclusiva sobre o caso. No entanto, existem algumas exceções a esta regra. Por exemplo, se o tribunal que proferiu a decisão não existir mais, ou se for impossível interpor os embargos a esse tribunal por qualquer outro motivo, os embargos podem ser interpostos no tribunal que tem jurisdição sobre o domicílio do réu ou o local onde se encontram os bens executados, na forma do artigo 915 do CPC. Adicionalmente, se o processo de execução estiver em instância inferior, os embargos devem ser interpostos perante essa mesma instância, ainda que a decisão a ser executada tenha sido proferida por instância superior. Isso se baseia no princípio da organização hierárquica, que determina que o tribunal de primeira instância está vinculado às decisões dos tribunais superiores, mas não o contrário. 2.2.6 TRAMITAÇÃO A tramitação dos "embargos à execução" segue as regras gerais do CPC. O processo é tramitado pelo sistema eletrônico, podendo as partes apresentar provas, solicitar audiências e recorrer das decisões. O embargo à execução é o instrumento processual de que o devedor dispõe para impugnar a execução de ordem ou sentença judicial. Os fundamentos para a propositura dos "embargos à execução" são limitados, devendo o ajuizamento observar as regras processuais estabelecidas no CPC. Os "embargos à execução" são meios defensivos, e seu ajuizamento suspende o processo de execução até decisão do juiz competente. 2.3 EXCEÇÃO DE PRÉ EXECUTIVIDADE 2.3.1 FUNDAMENTAÇÃO A exceção de pré-executividade é uma importante ferramenta processual que pode ser utilizada pelo executado como meio de defesa contra a execução de títulos extrajudiciais. Trata- se de uma defesa preliminar que pode ser apresentada antes mesmo da penhora de bens, com o objetivo de afastar eventuais irregularidades ou vícios que possam tornar a execução ilegal ou injusta. 17 De acordo com o artigo 914 do Código de Processo Civil (CPC), a exceção de pré- executividade é uma “impugnação de natureza processual que pode ser oposta a qualquer tempo”. Isso significa que o executado pode apresentá-la a qualquer momento, mesmo antes da citação ou da penhora de bens, desde que haja fundamentos jurídicos para tanto. 2.3.2 PRAZO O prazo para ajuizar a exceção de pré-execução não está previsto no Código de Processo Civil Brasileiro (CPC). No entanto, juristas têm defendido que a exceção de pré-execução deve ser apresentada antes do início do processo de execução, por se tratar de uma defesa preliminar destinada a questionar a própria existência da dívida ou a legalidade da execução. Portanto, recomenda-se que a exceção de pré-execução seja ajuizada prontamente, tão logo o devedor tome conhecimento do processo de execução. Nas palavras do jurista Humberto Theodoro Jr.: "A exceção de pré-execução, por visar impedir a execução de sentença ou título executivo extrajudicial, deve ser suscitada pelo devedor logo que tome conhecimento do risco iminente de execução. Trata-se, portanto, de defesa preliminar. , que deverá ser apresentada antes do início do processo de execução, pois visa questionar a própria existência da dívida ou a legalidade da execução" (pág. 1.218). Assim, ainda que não haja prazo específico para ajuizar a exceção de pré-execução, recomenda-se que ela seja apresentada prontamente para evitar o risco de perder a oportunidade de argüir a ilegalidade da execução. 2.3.3 NATUREZA JURÍDICA De acordo com a doutrina jurídica brasileira, a Exceção de Pré-Execução é um mecanismo de defesa processual que visa remover quaisquer obstáculos à regularidade da execução, e não uma defesa substantiva. Portanto, não se trata de ação ou reclamação, mas de mera impugnação processual que dispensa a apresentação de novas provas. Conforme afirma o jurista Humberto Theodoro Júnior, “A Exceção da Pré-Execução não é uma ação, mas um recurso processual para o devedor alegar eventuais irregularidades no processo de execução que possam prejudicar sua defesa” (pág. 1.222). 2.3.4 MATÉRIAS QUE PODEM SER ALEGADAS No que diz respeitoàs matérias que podem ser alegadas na exceção de pré-executividade, o artigo 917 do CPC prevê que o executado pode arguir apenas questões relativas à nulidade da execução ou à inexigibilidade do título executivo. Ou seja, a exceção de pré-executividade não pode ser utilizada para discutir questões de mérito ou de defesa do devedor, que devem ser apresentadas por meio de embargos à execução. 18 2.3.5 COMPETÊNCIA No que se refere à competência para julgamento da exceção de pré-executividade, o artigo 914 do CPC dispõe que ela deve ser apresentada ao juízo da execução, que será responsável por sua apreciação. Isso significa que a exceção de pré-executividade deve ser apresentada perante o mesmo juízo que determinou a execução, a fim de que este possa analisar as questões processuais apresentadas pelo executado. 2.3.6 TRAMITAÇÃO Quanto à tramitação da exceção de pré-executividade, o procedimento é simples e célere, uma vez que não há necessidade de citação da parte contrária ou de audiência de conciliação. Apresentada a exceção, o juiz determinará a intimação do exequente para se manifestar no prazo de 5 dias, podendo, em seguida, decidir monocraticamente ou convocar uma audiência de conciliação para tentar solucionar a controvérsia. Caso a exceção seja acolhida, a execução será Caso a exceção de pré-executividade seja acolhida pelo juízo competente, a execução será extinta. Nesse sentido, ensina Nelson Nery Junior e Rosa Maria Andrade Nery: "A exceção de pré-executividade é medida que visa à desconstituição, total ou parcial, dos atos executivos quando existe afronta a direitos fundamentais do executado ou a nulidades processuais que possam ser conhecidas de ofício pelo juiz. A sua finalidade é a de assegurar o princípio do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, garantidos pela Constituição Federal, bem como a observância das formalidades processuais previstas em lei." (pág. 1.466). Dessa forma, é possível concluir que a exceção de pré-executividade é um meio hábil e eficiente para garantir a observância dos direitos fundamentais do executado e a correta aplicação das normas processuais durante a fase executiva. Além disso, é importante destacar que a exceção de pré-executividade pode ser apresentada a qualquer momento, inclusive antes da penhora de bens, não havendo prazo específico para sua apresentação. 2.4 EMBARGOS MONITÓRIOS 2.4.1 FUNDAMENTAÇÃO Os embargos monitórios, também conhecidos como “liminar monitória” ou “ordens de pagamento”, são uma espécie de recurso legal disponível para os credores que reivindicam o pagamento de uma quantia em dinheiro contra um devedor que não cumpriu sua obrigação. O objetivo deste artigo é explorar a base legal e a aplicação dos embargos monitórios no Processo Civil brasileiro, bem como os requisitos para sua admissibilidade e eficácia. A ação monitória está prevista no artigo 700 do CPC, que dispõe que “aquele que pretender, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em 19 dinheiro, entrega de coisa fungível ou de determinado bem móvel, ou ainda, para que seja adimplida obrigação de fazer ou de não fazer, poderá pleitear a procedência de seu pedido em processo de conhecimento, sem as formalidades da citação inicial e do processo comum subsequente, bastando a apresentação do pedido inicial, instruído com prova escrita que alicerce a alegação”. 2.4.2 PRAZO De acordo com o artigo 1.102-A do Código de Processo Civil Brasileiro (CPC), o réu poderá interpor "embargos monitórios" no prazo de 15 (quinze) dias após o recebimento do mandado de citação ou da cópia autenticada do instrumento, conforme o caso. Este prazo é contado a partir da data de recepção do mandado ou da cópia autenticada, independentemente do local de residência do arguido. É importante observar que, no caso das notas promissórias, o autor deve notificar previamente o devedor do inadimplemento, dando-lhe a possibilidade de pagar voluntariamente a dívida. Somente após o vencimento do prazo de pagamento sem pagamento, o autor poderá ajuizar os "embargos monitórios". Em resumo, os "embargos monitórios" são um mecanismo legal para o réu contestar uma obrigação pecuniária com base em um instrumento escrito. O réu tem o prazo de 15 (quinze) dias para instaurar este procedimento, após o recebimento do mandado de citação ou da cópia autenticada do instrumento. 2.4.3 NATUREZA JURÍDICA A natureza jurídica dos embargos monitórios é de defesa processual, conforme dispõe o artigo 914 do CPC: "A parte executada poderá, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentar, nos próprios autos, pedido de revisão do valor executado, desde que fundado em erro de cálculo ou em excesso de execução". Ou seja, os embargos monitórios têm como objetivo corrigir eventuais erros na execução da dívida, garantindo que o valor cobrado esteja correto. Segundo o jurista Humberto Theodoro Júnior, "os embargos monitórios são uma técnica processual autônoma, voltada para a impugnação do valor ou da existência da dívida cobrada, com vistas a sua revisão ou demonstração, sem que, contudo, impeçam a continuidade do processo de execução" (pág. 424). Portanto, os embargos monitórios são uma importante ferramenta para garantir que a execução da dívida seja justa e correta, permitindo ao devedor apresentar sua defesa e corrigir eventuais equívocos na cobrança. 2.4.4 MATÉRIAS QUE PODEM SER ALEGADAS As matérias que podem ser alegadas nos Embargos Monitórios são semelhantes às de 20 outros processos de execução, como os Embargos à Execução. De acordo com o artigo 702 do CPC, o devedor pode alegar nos Embargos Monitórios: a) Pagamento: O devedor poderá provar que já pagou a dívida ou parte dela. b) Compensação: O devedor pode alegar que tem um crédito contra o credor que pode ser compensado com a dívida. c) Fraude: O devedor pode alegar que a reclamação se baseia em fraude, simulação ou falsificação. d) Prescrição: O devedor pode alegar que a dívida já está prescrita, ou seja, já expirou o prazo legal para reclamar a dívida. e) Legitimidade: O devedor pode contestar a falta de legitimidade do credor para propor a reclamação. f) Incompetência: O devedor pode alegar que o tribunal que ordenou os Embargos Monitórios não é competente para conhecer da causa. g) Nulidade da dívida: O devedor pode alegar a nulidade da dívida, por exemplo, se for fundada em contrato anulado ou rescindido. Os Embargos Monitórios são uma forma eficaz de os credores cobrarem dívidas sem uma ação judicial prévia, mas é importante observar que o devedor tem o direito de apresentar objeções. As matérias que podem ser alegadas nos Embargos Monitórios são semelhantes às de outros processos de execução, como os Embargos à Execução. Portanto, é fundamental contar com a assistência jurídica para apresentar a defesa adequada a cada caso. 2.4.5 COMPETÊNCIA Os embargos monetários são normalmente instaurados perante o mesmo tribunal que ordenou a execução da obrigação pecuniária. No entanto, se o devedor alegar qualquer questão que requeira a análise de um tribunal diferente (como um tribunal de família ou um tribunal do trabalho), os embargos monetários podem ser remetidos a esse tribunal para análise. 2.4.6 TRAMITAÇÃO Os embargos monitórios seguem o rito ordinário do processo comum. Caso os embargos sejam rejeitados, o juiz determinará a expedição de mandado de pagamento. Se, por outro lado, os embargos forem acolhidos, a sentença que julgou procedente o pedido monitório. Após a apresentação dos embargos, o juiz deverá intimar o exequente (credor) para apresentar resposta em 15 dias, conforme previsto no artigo 916 do CPC. “No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executadopoderá requerer 21 que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês”. Caso o exequente não apresente resposta, será presumido que concorda com os argumentos apresentados nos embargos. Em seguida, o juiz deverá julgar os embargos, decidindo se a penhora realizada é válida ou não. Conforme previsto no artigo 918 do CPC, caso seja considerada inválida a penhora, o juiz determinará o seu levantamento. “O juiz rejeitará liminarmente os embargos: I - quando intempestivos; II - nos casos de indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do pedido; III - manifestamente protelatórios”. É importante ressaltar que os embargos monetários não suspendem a execução, ou seja, o processo continuará tramitando normalmente até que seja apresentada a decisão final pelo juiz. Além disso, o devedor deve estar atento aos prazos para apresentação dos embargos, que são de 15 dias a partir da citação para a penhora (artigo 914 do CPC). Portanto, é fundamental que o devedor esteja bem assessorado por um advogado especializado em direito processual civil, a fim de garantir a correta apresentação dos embargos e a defesa de seus interesses no processo de execução. 22 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em conclusão, os temas de liquidação de sentença, oposição à execução de sentença, exceções à execução, exceção de pré-execução e embargos monitoriais são essenciais para a compreensão do Sistema Processual Civil brasileiro. São questões complexas e técnicas que exigem um profundo conhecimento da lei e da jurisprudência. Ao longo deste artigo, exploramos cada um desses assuntos, fornecendo uma visão detalhada do quadro legal e discutindo algumas das jurisprudências e opiniões doutrinárias mais relevantes. Esperamos que este artigo tenha sido informativo e útil para aqueles que buscam aprofundar sua compreensão desses importantes conceitos jurídicos. É fundamental observar que esses temas estão em constante evolução, e os profissionais jurídicos devem se manter atualizados com os últimos desenvolvimentos para oferecer a melhor assessoria e representação jurídica aos seus clientes. 23 REFERÊNCIAS Brazil. Code of Civil Procedure. Law No. 13,105 of March 16, 2015. Available at: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm. Barbosa Moreira, José Carlos. Comentários ao Código de Processo Civil. Vol. 5. Editora Forense, 2016. Marinoni, Luiz Guilherme. Curso de Processo Civil: Execução. Vol. III. Editora Revista dos Tribunais, 2017. Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Processo de Execução e Cumprimento da Sentença. Vol. III. Editora JusPodivm, 2017. DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Execução. 19. ed. Salvador: JusPodivm, 2022. NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria Andrade. Código de Processo Civil Comentado. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015. BUENO, Cassio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil. São Paulo: Saraiva, 2007. v. 1. THEODORO JR., Humberto. Curso de Direito Processual Civil. Rio de Janeiro: Forense , 2018. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm