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APOSTILA
Processo Civil - Volume 2 | 6ª ed.
SUMÁRIO
1. PROCESSO DE CONHECIMENTO 5
PROCEDIMENTO COMUM 5
PETIÇÃO INICIAL 5
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL 6
JUÍZO 7
QUALIFICAÇÃO DAS PARTES 8
ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇOS DAS PARTES 8
FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO 8
PEDIDOS E REQUERIMENTOS 10
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS 12
2. PRESTAÇÕES SUCESSIVAS 15
VALOR DA CAUSA 16
3. PROVAS 17
4. OPÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO 18
DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS 20
JUNTADA DO MANDATO 20
DISTRIBUIÇÃO: LIVRE 21
EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL 22
CASOS DE INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 22
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO 24
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO 24
5. CONTESTAÇÃO 27
INÍCIO DO PRAZO DE CONTESTAÇÃO 28
PRELIMINARES DE CONTESTAÇÃO 29
INEXISTÊNCIA OU NULIDADE DA CITAÇÃO 30
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA 30
INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA 31
INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL 32
CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM 32
INDEVIDA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA 33
AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE OU DE INTERESSE PROCESSUAL 33
ILEGITIMIDADE DO RÉU 33
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Processo Civil - Volume 2 | 6ª ed.
IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DO RÉU 34
ADITAMENTO DA CONTESTAÇÃO 34
RECONVENÇÃO 34
AMPLIAÇÃO SUBJETIVA DA LIDE 36
DESISTÊNCIA OU EXTINÇÃO DA AÇÃO PRINCIPAL 37
REVELIA 37
EFEITOS DA REVELIA 37
6. ÔNUS DINÂMICO DA PROVA 38
7. JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO 39
8. LIMITAÇÃO AO NÚMERO DE TESTEMUNHAS 40
9. SENTENÇA 40
HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO 40
10. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 41
11. PARALISAÇÃO DO PROCESSO POR NEGLIGÊNCIA E ABANDONO DA CAUSA 42
12. FALTA DE PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS 42
EFEITO REGRESSIVO 44
HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DO PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO 45
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA ANÁLISE DO MÉRITO 45
ELEMENTOS ESSENCIAIS DA SENTENÇA 46
EFEITO ANEXO DA SENTENÇA OU PEDIDOS IMPLÍCITOS 47
REMESSA NECESSÁRIA 48
JULGAMENTO DAS AÇÕES RELATIVAS ÀS PRESTAÇÕES DE FAZER, DE NÃO FAZER E
DE ENTREGAR COISA 49
13. AMPLIAÇÃO DOS LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA 49
14. CUMPRIMENTO DA SENTENÇA 50
TERMO INICIAL DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 50
15. ALIMENTOS 51
16. PROCESSO DE EXECUÇÃO 53
COMPETÊNCIA 53
TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS 54
LIQUIDEZ DO TÍTULO QUE NECESSITA DE CÁLCULOS ARITMÉTICOS 55
PROCESSO DE EXECUÇÃO DO TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL 55
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Coordenação e conteúdo: Lucas Ávila
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1. PROCESSO DE CONHECIMENTO
PROCEDIMENTO COMUM
O PROCESSO é uma relação dinâmica que une autor(es), juiz e réu(s), enquanto o
PROCEDIMENTO é a exteriorização dessa relação e, por isso, pode assumir diversas feições ou
modos de ser. A essas várias formas exteriores de se movimentar o processo aplica-se a
denominação de procedimentos. Segundo Humberto Theodoro Júnior (2014, p. 486),
“procedimento é, destarte, sinônimo de rito do processo, ou seja, o modo e a forma por que se
movem os atos no processo”.
Uma das novidades do Novo CPC foi a extinção da dicotomia entre o rito sumário e o rito
ordinário no processo de conhecimento, criando apenas um único procedimento ou Rito Comum
(art. 318 do CPC).
O Novo Código de Processo Civil (2015) admite os seguintes procedimentos:
● Procedimento comum; e
● Procedimentos especiais.
No Novo Código, as causas de menor complexidade serão de competência dos Juizados
Especiais Cíveis, enquanto o rito comum poderá ser flexibilizado pelas partes quando o processo
versar sobre direitos transacionáveis. O procedimento comum do Novo CPC pode ser utilizado
subsidiariamente em outros procedimentos (especiais) e processos (de execução, eleitorais,
trabalhistas e administrativos).
PETIÇÃO INICIAL
Para se instaurar um processo, o primeiro passo a ser dado pela parte interessada, é a
formulação de uma PETIÇÃO INICIAL e, consequentemente, seu devido protocolo. Será
realizado um conceito abaixo, para que não reste dúvidas, do que seja uma petição inicial.
Conceito: Petição Inicial é o primeiro ato que impulsiona a criação de uma demanda. Ou seja,
trata-se de um pedido formulado pelo autor ao judiciário, onde alega que um direito seu, fora
supostamente violado pelo réu, que pode ser pessoa física ou jurídica.
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Humberto Theodoro Júnior conceitua a PETIÇÃO INICIAL como o “veículo de manifestação
formal da demanda, o qual revela ao juiz a lide e contém o pedido da providência jurisdicional,
frente ao réu, que o autor julga necessária para compor o litígio”.
De forma complementar ao conceito acima mencionado, devemos destacar o art. 312 do CPC,
que em seu contexto, afirma que a PI é a peça inaugural da demanda, por meio da qual o
demandante materializa o exercício de seu direito de ação. Sem a inicial, não há processo,
trata-se, portanto, de pressuposto processual de existência e de validade.
ATENÇÃO: A Petição Inicial (“PI”), também chamada de “exordial”, vai limitar a
atividade jurisdicional, tendo em vista que o Poder Judiciário só se coloca em
movimento se provocado para tanto.
IMPORTANTE: Não é dado ao Juiz o poder de julgar além, aquém ou fora do que foi
pedido na PI.
O juiz fica adstrito aos fatos e pedidos formulados pelo autor (arts. 141 e 492 do CPC). Caso faça
diferente estará incorrendo em nulidade processual. Estará proferindo uma sentença:
● Extra Petita: fora do pedido (juiz concede algo que não foi pedido pela parte).
● Ultra Petita: além do pedido (juiz concede em quantidade maior o que foi pedido).
● Citra Petita: aquém do pedido (juiz não se manifesta sobre um ou mais pedidos).
Ainda que o juiz entenda que é justo, que é direito do autor receber aquilo que não pediu, o
magistrado não poderá conceder, porque se não foi pedido, não faz parte da provocação trazida
na PI.
A PI, costuma-se dizer, é o PROJETO DA SENTENÇA. A PI deve ser a exata medida em que a
Sentença reproduzirá os fatos narrados e os pedidos formulados na Inicial - Lembrar da máxima
“Faça-me o Pedido, e eu te darei o Direito”!
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
Os requisitos da PI estão previstos nos artigos artigos 319 e 320 do Novo CPC,
respectivamente.
Cabe mencionar que os requisitos da inicial podem ser intrínsecos ou extrínsecos:
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● Requisitos Intrínsecos: são os que ficam dentro do corpo da inicial.
● Requisitos Extrínsecos: são os que ficam de fora (documentos acostados na inicial, por
exemplo).
Para que não reste dúvidas, elencamos quais os requisitos necessários para que a referida
petição inicial seja aceita pelo judiciário, conforme determinação legal. Vejamos:
a) O juízo a que é dirigida;
b) Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
c) O fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
d) O pedido com as suas especificações;
e) O valor da causa;
f) As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
g) A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação
ATENÇÃO: Atualmente, mais alguns detalhes estão sendo exigidos pelo judiciário,
que não previsto na relação acima disposta, como o telefone de contato.
Ressalta-se que a petição inicial deverá ser instruída com os documentos indispensáveis à
propositura da ação (vide art. 320 do CPC),irá incumbir:
a) Ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
b) Ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade,
ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo, ou à maior facilidade de obtenção da prova do
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fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por
decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do
ônus que lhe foi atribuído.
A dinamização do ônus da prova difere da regra prevista no direito do consumidor, pois, na
relação consumerista, o juiz inverte o ônus da prova totalmente, então todos os fatos alegados
por uma das partes devem ser provados pela outra (inversão do ônus da prova).
O ônus dinâmico da prova será atribuído à parte que estiver em melhores condições de obtê-la,
cabendo ao juiz, entretanto, fundamentar sua decisão e respeitar o contraditório.
A medida terá caráter excepcional e observará as circunstâncias da causa e as peculiaridades do
fato a ser provado. A parte a qual couber o ônus probatório terá de ser intimada da deliberação do
magistrado, a tempo de se defender do encargo que lhe for cometido.
O CPC admite também a possibilidade de distribuição diversa do ônus da prova por convenção
das partes, desde que não recaia sobre direito indisponível ou caso se torne excessivamente
difícil a uma parte o exercício do direito (art. 373, § 3º).
A convenção poderá ser celebrada antes ou durante o processo.
7. JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO
O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela
deles, um ou mais pedidos formulados (ou parte de um deles), quando:
a) mostrar-se incontroverso;
b) estiver em condições de imediato julgamento,
A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida
ou ilíquida. A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão
que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra
essa interposto
A decisão proferida que julga em caráter antecedente parte do pedido é uma decisão
interlocutória, da qual cabe o recurso de agravo de instrumento (art. 356, § 5º, do CPC),
consistindo em título executivo (art. 515, I, do CPC) que pode ser levado à liquidação (se a
obrigação for ilíquida) ou à execução. Se não for recorrida, a decisão de julgamento antecipado
de mérito fará coisa julgada.
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A tramitação da liquidação e do cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito pode
correr em autos suplementares se a parte assim o requerer ou se o juiz, de ofício, determinar (art.
356, § 4º, do CPC).
8. LIMITAÇÃO AO NÚMERO DE TESTEMUNHAS
O número de testemunhas fica limitado a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo para a prova de
cada fato (art. 357, § 6º, do CPC).
9. SENTENÇA
A sentença, no CPC, é conceituada como o ato do juiz que põe fim à fase de conhecimento e à
fase de execução (art. 485 ou 487).
HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO
O CPC traz no art. 485, caput, as hipóteses de extinção do processo sem resolução do mérito,
sendo eles, quando:
a) indeferir a petição inicial;
b) o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
c) por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por
mais de 30 (trinta) dias;
d) verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular
do processo;
e) reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
f) verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
g) acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral
reconhecer sua competência;
h) homologar a desistência da ação;
i) em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
j) nos demais casos prescritos neste Código.
Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta
no prazo de 5 (cinco) dias. Nos casos em que o processo ficar mais de um ano parado, as partes
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pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao
pagamento das despesas e dos honorários de advogado.
10. INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
O art. 330 do CPC informa que a petição inicial será indeferida nas seguintes, quando:
a) For inepta;
b) A parte for manifestamente ilegítima;
c) O autor carecer de interesse processual;
d) Não atendidas as prescrições dos arts.106 e 321.
Para os devidos fins legais, será considerada inepta, a petição inicial que:
a) Lhe faltar pedido ou causa de pedir;
b) O pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido
genérico;
c) Da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
d) Contiver pedidos incompatíveis entre si.
Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de
financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na
petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de
quantificar o valor incontroverso do débito. Afirma-se que o valor incontroverso deverá continuar a
ser pago no tempo e modo contratados
IMPORTANTE: Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no
prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. Se não houver retratação, o juiz mandará citar o
réu para responder ao recurso.
Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da
intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334 .Não interposta a apelação, o
réu será intimado do trânsito em julgado da sentença.
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11. PARALISAÇÃO DO PROCESSO POR NEGLIGÊNCIA E
ABANDONO DA CAUSA
Segundo informa o art. 485, II e III do CPC, poderá o magistrado realizar a paralisação, quando:
a) O processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
b) Por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por
mais de 30 (trinta) dias;
Quando ocorrer as duas hipóteses acima mencionadas, caberá ao magistrado intimar a parte (e
não seu procurador) pessoalmente para que possa suprir-lhe a falta no prazo de 5 dias (art. 485,
§ 1º, do CPC).
No caso em que o processo ficar parado por mais de 01 ano por negligência das partes, ficaram
essas condenadas a pagar as referidas custas, cada qual na sua proporcionalmente de
negligência.
O CPC prevê como consequência ao autor que abandonar a causa por mais de 30 dias, o
pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios do réu, em virtude da extinção
da referida demanda.
ATENÇÃO: A extinção do processo por abandono de causa dependerá de
requerimento específico do réu.
12. FALTA DE PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Primeiramente é necessário mencionar que pressupostos processuais são os requisitos mínimos
exigidos por lei, para um processo ser considerado válido e existentes.
A falta de pressupostos processuais não necessariamente acarreta a extinção do processo sem
resolução de mérito, devendo-se observar se há nulidade absoluta, relativa ou mera
irregularidade.
Recentemente a Doutrina e a Jurisprudência mais atual tem dividido os pressupostos em de
EXISTÊNCIA eos de VALIDADE. Vejamos tabela abaixo, para que se diferencie uma da outra;
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PRESSUPOSTO DE EXISTÊNCIA
SUBJETIVOS OBJETIVOS
JUIZ – É um órgão revestido de
jurisdição pela União;
PARTES – São pessoas com
capacidade para ser
Existência de demanda.
PRESSUPOSTO DE VALIDADE
SUBJETIVOS OBJETIVOS
JUIZ – Competência e imparcialidade
Partes – Capacidade de ser parte
Intrínsecos – Formalidade processual;
Extrínsecos: a) Negativos (sem
perempção, litispendência, coisa
julgada) e b) Positivas (interesse de
agir)
Somente nulidades absolutas e nulidades relativas não corrigidas (caso estas tenham sido
arguidas no momento adequado e acarretem em prejuízo), extinguirão o processo sem análise do
mérito.
Perempção, de Litispendência ou Coisa Julgada
Os pressupostos processuais negativos devem ser arguidos em preliminar de contestação sob
pena de extinção do processo sem análise do mérito.
LEMBRETE:
● Perempção: quando o autor perde o direito de propor nova ação por já ter abandonado a
causa 3 vezes contra o mesmo réu (art. 486, § 3º do CPC). Se no decorrer de uma ação
descobrir-se que o direito é perempto, o processo é inválido.
● Litispendência: Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação
anteriormente ajuizada. Há litispendência quando se repete ação que está em curso, ou
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seja, há a mesma causa de pedir, mesmas partes, e causa de pedir (art. 337, §§ 1º e 3º, do
CPC).
● Coisa Julgada: quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em
julgado (art. 337, §§ 1º e 4º, do CPC). Se nova ação for interposta, a mesa será
considerada como inválida, uma vez que, já existe transitado em julgado.
EFEITO REGRESSIVO
Este efeito possibilita ao juiz se retratar em caso de interposição de recurso de apelação contra a
sentença. Conforme o CPC, se a sentença extingue o processo sem resolução de mérito e o juiz
percebe que a sentença não deveria ter extinguido o processo, poderá se retratar e permitir a
continuidade deste.
Em regra, o presente efeito poderá ser aplicado em todos os recursos de agravo, No que tange a
apelação, o presente efeito será possível em três hipóteses, quando:
a) Houver sentença de indeferimento da petição inicial,
b) Houver sentença de improcedência liminar.
c) Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos do artigo 485 do
CPC, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se,
O Novo CPC estabelece que, uma vez proposta a demanda, e esta seja extinta sem análise do
mérito, a propositura de novo pleito dependerá da correção do vício processual.
Então, extinta a demanda por litispendência, por carência da ação, por ausência de pressupostos
processuais positivos, ou pela presença de pressupostos processuais negativos, a propositura de
nova demanda dependerá da correção de vício processual. Não corrigido o vício, não se admitirá
novo pleito.
Caso a demanda seja extinta equivocadamente, o CPC admite a propositura de ação rescisória.
A segunda demanda, proposta após a correção do vício, dependerá, para seu prosseguimento,
da prova do pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios da primeira
demanda.
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HIPÓTESES DE EXTINÇÃO DO PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO
Quando proposta uma lide, a intenção das partes é que o mesmo finalize com a resolução do
mérito, extinguindo assim o processo. O art. 487 do CPC, traz o rol de hipóteses em que ocorrerá
a extinção do processo com resolução do mérito, e essa ocorrerá quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
ATENÇÃO: prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja
dada às partes oportunidade de manifestar-se.
IMPORTANTE: Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão
for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art.
485 do CPC.
A sentença definitiva é aquela que analisa o mérito, que julga efetivamente os pedidos do autor.
Na sentença definitiva, o juiz acolherá ou rejeitará o pedido feito pelo autor em sua demanda ou o
pedido feito pelo réu na reconvenção.
Uma nova opção trazida expressamente pelo CPC diz respeito à possibilidade de o juiz decidir o
mérito quando acolher ou rejeitar pedido de decadência, ou de prescrição.
Ainda que seja possível reconhecer de ofício a prescrição e a decadência, o juiz deverá
possibilitar a manifestação das partes com relação à prescrição e decadência antes de
reconhecê-la, em respeito ao princípio do contraditório (art. 10 do CPC).
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA ANÁLISE DO MÉRITO
O Princípio da Primazia da Análise do Mérito pode ser aplicado no processo civil, uma vez que a
parte quando ingressa com a presente lide, tem interesse de obter, e dentro de um prazo
considerável razoável, uma solução para sua demanda.
O CPC prevê a aplicação do referido princípio no art. 488 do CPC. Vejamos:
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485
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Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a
quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485.
Fica nítido com o dispositivo acima mencionado, que o princípio da primazia da análise do
mérito, busca, sempre que possível, a resolução do mérito se a decisão for favorável à parte que
aproveitaria eventual pronunciamento de extinção do processo sem a análise do mérito.
Exemplo: Se o juiz se depara com uma ausência de condições da ação, mas o processo já está
maduro para julgamento, julgará extinto o processo sem análise do mérito ou então determinará a
improcedência do pedido.
Por conta da segurança jurídica e para evitar nova propositura da demanda, o CPC permite que o
juiz aprecie o mérito, julgando improcedente a demanda que seria favorável ao réu se fosse
extinta sem resolução do mérito, fazendo, então coisa julgada.
ELEMENTOS ESSENCIAIS DA SENTENÇA
O art. 489 do CPC traz o rol de elementos necessários para a prolatação da sentença, e esses
são:
1) Relatório: constarão os nomes das partes, o resumo da petição inicial, resumo da defesa,
da contestação e dos demais atos que ocorreram no curso do processo.
2) Fundamentação: onde o juiz resolverá as questões de fato e de direito, manifestando-se
expressamente sobre fatos, provas e argumentos jurídicos trazidos pelas partes.
3) Dispositivo: onde o juiz analisa efetivamente as questões principais trazidas para o
processo.
Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou
acórdão, que:
1) Se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida: Não basta a mera indicação do dispositivo,
mas a subsunção do caso à norma.
2) Empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
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3) Invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão: decisõespadrões ou
genéricas também não são decisões fundamentadas.
4) Não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a
conclusão adotada pelo julgador: é dever do magistrado enfrentar todos os argumentos
trazidos pelas partes.
5) Se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos
determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos:
da mesma forma que o juiz não pode invocar um dispositivo jurídico sem dialogar com o
caso concreto, não pode se limitar a reproduzir regra jurídica sem relacionar ao caso
concreto.
6) Deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte,
sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.
O juiz deve explicar o motivo de estar afastando um direito em prol de outro. O juiz, então, deve
aplicar o postulado da proporcionalidade para reduzir um direito ou princípio em detrimento de
outro.
Em caso de dúvida, todas as decisões devem ser interpretadas com base no princípio da boa-fé.
EFEITO ANEXO DA SENTENÇA OU PEDIDOS IMPLÍCITOS
Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão
definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o
termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
a) não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido;
b) a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou
excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença.
● Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por
liquidação.
● O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença.
O Novo CPC estabelece no art. 491 o que a doutrina denomina de “efeito anexo da sentença”
ou pedidos implícitos. Quanto a estes pedidos implícitos, o CPC determina a obrigatoriedade de
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o juiz se manifestar, na sentença, quanto à extensão da obrigação, o índice de correção
monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros.
O art. 492 proíbe o magistrado de proferir sentença ultra petita, extra petita ou citra petita,
devendo o juiz se limitar ao pedido formulado pela parte, não podendo condenar em quantia
superior ou inferior pedida efetivamente pela parte, devendo a sentença ser certa e, sempre que
possível, líquida. O juiz deve liquidar os danos na sentença sempre que tiver os elementos
necessários para tal.
O juiz poderá ainda analisar fatos e direitos supervenientes quando isso interferir na análise do
mérito (art. 493 do CPC), ou seja, o CPC permite que o autor ou o réu tragam novos fatos após a
propositura da ação ou após a reconvenção.
REMESSA NECESSÁRIA
Na obrigação de pagar quantia certa, quando o réu for o Estado, permanece o instituto do
reexame necessário, também denominado de reexame obrigatório ou duplo grau de jurisdição,
agora é chamado de “remessa necessária” (art. 496 do CPC). Este instituto estabelece que a
sentença, em face da Fazenda Pública, terá sua eficácia suspensa até ser analisada pelos
Tribunais.
O Novo CPC ampliou as hipóteses de exceções da remessa necessária, ou seja, não serão mais
sujeitas ao duplo grau de jurisdição:
1) As sentenças até 1.000 salários mínimos quando o réu for a União e suas respectivas
autarquias;
Então, para que seja possível o duplo grau de jurisdição, a ação deve ser contra a
Fazenda Federal e a causa deve ter valor superior a 1.000 salários mínimos.
2) As sentenças até 500 salários mínimos quando o réu for o Estado, o Distrito Federal, os
Municípios que forem capitais e suas respectivas autarquias e fundações;
Então, nas sentenças abaixo de 500 salários mínimos contra Estado, DF, Municípios
capitais e suas pessoas jurídicas, não é obrigatório o reexame necessário.
3) As sentenças até 100 salários-mínimos para os demais Municípios.
Então, quando o réu for o Município que não seja capital, e a causa for até 100 salários
mínimos, não haverá a remessa necessária.
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Dispensa-se também o reexame necessário caso a sentença esteja em conformidade com (art.
498, § 4º, CPC):
a) súmula de tribunal superior;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;
d) entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do
próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
JULGAMENTO DAS AÇÕES RELATIVAS ÀS PRESTAÇÕES DE FAZER, DE NÃO FAZER E DE
ENTREGAR COISA
Neste caso, o juiz provavelmente já terá adotado uma tutela específica da obrigação ou resultado
prático equivalente na liminar, no início da causa; o magistrado, nesta demanda, na sentença que
determinar a obrigação de fazer ou de não fazer ou de entregar coisa, concederá a tutela
específica ou o seu resultado prático equivalente sendo irrelevante na prolação da sentença a
demonstração da ocorrência de dano, culpa ou dolo.
13. AMPLIAÇÃO DOS LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA
O art. 503, § 1º, do Novo CPC, estabelece uma ampliação dos limites objetivos da coisa julgada
para englobar as questões prejudiciais. Então, não apenas a questão principal será protegida pela
sentença, mas também as questões prejudiciais.
Exemplo: O réu de uma ação de cobrança de dívida contratual alega que não deve o valor da
dívida apresentado na inicial e também afirma que o contrato não é válido. A invalidade do
contrato alegada pelo réu traz para o juiz uma questão prejudicial, então, o magistrado deve,
primeiro, apreciar se o contrato é válido para depois julgar se a dívida contratual é devida.
Portanto, a questão da validade do contrato, neste caso, é uma questão prejudicial que deverá
ser enfrentada pelo juiz na sentença antes de ser julgada a questão principal (pagamento da
dívida contratual). A questão prejudicial (validade do contrato), segundo o art. 503, § 1º, do CPC,
fará coisa julgada e não poderá mais ser discutida em outros processos.
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14. CUMPRIMENTO DA SENTENÇA
TERMO INICIAL DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Com a mudança do Diploma Processual Civil, algumas alterações foram realizadas no que tange
ao cumprimento de sentença. Uma coisa que não sofreu alteração com a respectiva mudança de
legislação fora a obrigatoriedade de existir primeiramente um processo de conhecimento, para
depois, passar a existir a fase de cumprimento de sentença.
Toda vez que um cumprimento de sentença for instaurado, faz-se necessário que a mesma seja
baseada em um Título Executivo Judicial. O art. 515 do CPC, traz um rol de tais títulos. Vejamos:
a) as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de
pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
b) a decisão homologatória de autocomposição judicial;
c) a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
d) o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos
herdeiros aos sucessores a título singular ou universal;
e) o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido
aprovados por decisão judicial;
f) a sentença penal condenatória transitada em julgado;
g) a sentença arbitral;
h) a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
i) a decisão interlocutóriaestrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo
Superior Tribunal de Justiça;
ATENÇÃO: O cumprimento de sentença NÃO poderá ser promovido em face do
fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de
conhecimento (art. 515, § 5º, do CPC).
A impugnação ao cumprimento de sentença NÃO dependerá da penhora prévia, podendo ser
oferecida no prazo de 15 dias a contar da intimação para o cumprimento do julgado (art. 525 do
CPC).
A multa estipulada pelo Juiz para o adimplemento da obrigação, conforme determina o § 3º do art.
537 do CPC, é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o
levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte. (Redação dada
pela Lei nº 13.256, de 2016)
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CUMPRIMENTO DEFINITIVO X CUMPRIMENTO PROVISÓRIO
O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo,
far-se-á a requerimento do exequente.
Quando proposta o referido cumprimento de sentença, que não será de ofício pelo magistrado, e
sim por impulso do exequente, o devedor deverá ser intimado para:
I - pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos autos;
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou
quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver procurador
constituído nos autos
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na fase de conhecimento.
ATENÇÃO: Para os devidos fins, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver
mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único
do art. 274.
Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença
dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo.
15. ALIMENTOS
O CPC, traz as devidas regras de execução de alimentos junto em seus arts. 528 a 533.
Primeiramente, é necessário mencionar que no cumprimento de sentença que condene ao
pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a
requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias,
pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
ATENÇÃO: Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de
pagar justificará o inadimplemento.
Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além
de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo
prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art246%C2%A71
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A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns.
O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e
vincendas.
Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. O débito
alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações
anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo,
conforme legislação vigente, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo
a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o
exequente levante mensalmente a importância da prestação.
IMPORTANTE: O exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão
que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.
Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado
sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento
da importância da prestação alimentícia (art. 529 do CPC).
O juiz poderá substituir a constituição do capital pela inclusão do exequente em folha de
pagamento de pessoa jurídica de notória capacidade econômica ou, a requerimento do
executado, por fiança bancária ou garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz.
As prestações alimentícias podem ser descontadas em folha de pagamento do devedor, inclusive,
as parcelas vencidas e não pagas, desde que o valor não ultrapasse 50% dos rendimentos
líquidos do devedor (art. 529, § 3º, do CPC).
Se sobrevier modificação nas condições econômicas, poderá a parte requerer, conforme as
circunstâncias, redução ou aumento da prestação. A prestação alimentícia poderá ser fixada
tomando por base o salário-mínimo.
ATENÇÃO: Finda a obrigação de prestar alimentos, o juiz mandará liberar o capital,
cessar o desconto em folha ou cancelar as garantias prestadas.
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16. PROCESSO DE EXECUÇÃO
COMPETÊNCIA
A necessidade de se estabelecer critérios de competência de execução é importante, para saber
quais órgãos da jurisdição ficarão responsável por realizar a devida execução.
As regras de competência para a execução no CPC diferenciam-se daquelas previstas no
processo de conhecimento, favorecendo a escolha do exequente pelo local em que a demanda
será proposta.
Nos casos em que se tratar de um cumprimento de sentença, o critério de execução está previsto
no art. 516 do CPC, e deverá ser tratado da seguinte forma:
a) os tribunais, nas causas de sua competência originária;
b) o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
c) o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença
arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Ressalta-se que nas hipóteses dos tribunais e do juízo que decidirá a causa de primeiro grau, o
exequente poderá optar pelo juízo do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se
encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a
obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será
solicitada ao juízo de origem.
ATENÇÃO: como se verifica, a regra é que se estabelece o foro de competência o
local onde se formou o processo/lide.
Todavia, em se tratando, da execução de um título extrajudicial (art. 781 do CPC), e levando-se
em consideração que ainda não há processo em curso, observa-se o seguinte regras de ex:
I. A execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante
do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II. Tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer
deles;
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III. Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta
no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV. Havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro
de qualquer deles, à escolha do exequente;
V. A execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que
ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.
Dessa forma, podemos observar o que estabelece a legislação em relação a fixação de
competência.
TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS
A legislação processual, em regra, permiteque os sujeitos possam estabelecer uma relação
jurídico – material, criando, por sua própria vontade, direitos e deveres (obrigação) entre eles,
desde que tais informações estejam contidas respectivamente em títulos executivos extrajudiciais.
Quando passa a existir um Título Executivo Extrajudicial, há suposição de que o mesmo fora
firmado de comum acordo entre as partes nele qualificadas, ficando fixado de um lado o credor, e
do outro, consequentemente, o devedor.
O elo que existe entre credor e devedor neste título executivo extrajudicial é a presunção de
existência de obrigação certa, líquida e exigível. Por tal razão, é possível a cobrança de tais
títulos via judicial quando a presente obrigação não seja cumprida.
O art. 784 do CPC, sem seu teor, traz um rol taxativos, dos títulos executivos, que se enquadram
como extrajudicial. Vejamos:
a) A letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
b) A escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
c) O documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
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d) O instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública,
pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador
credenciado por tribunal;
e) O contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e
aquele garantido por caução;
f) O contrato de seguro de vida em caso de morte;
g) O crédito decorrente de foro e laudêmio;
h) O crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de
encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
i) A certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
j) O crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício,
previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que
documentalmente comprovadas;
k) A certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos
e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas
estabelecidas em lei;
l) Todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
ATENÇÃO: “A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar
pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial” (art. 785 do
CPC).
CUIDADO: Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não dependem de
homologação para serem executados.
LIQUIDEZ DO TÍTULO QUE NECESSITA DE CÁLCULOS ARITMÉTICOS
O parágrafo único do art. 786 do CPC expressamente consagrou o posicionamento da doutrina e
da jurisprudência sobre manter-se a liquidez da obrigação presente no título executivo que
necessite apenas de simples operações aritméticas para apurar o crédito exequendo.
PROCESSO DE EXECUÇÃO DO TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL
Para que seja realizada todo o processo de execução do Título Executivo Extrajudicial, o
procedimento será realizado na seguinte ordem:
I- Interposição da Petição Inicial:
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Deverá o credor, ingressar com processo judicial (execução), informando e anexando em seu
processo, alguns documentos, como, por exemplo, a existência do respectivo título executivo
extrajudicial, bem como, demonstrar planilha atualizada dos débitos em aberto, até a respectiva
apresentação em juízo, para comprovar que existe obrigação inadimplida entre as partes
processuais.
Para que não reste dúvida, mencionamos o rol de documentos que são necessários para
instauração de um processo de execução, conforme prevê o art. 798 do CPC:
a) O título executivo extrajudicial;
b) O demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar
de execução por quantia certa;
c) A prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso;
d) A prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe
assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação
senão mediante a contraprestação do exequente;
II- Manifestação Positiva do Juízo
Após o devido protocolo, o juiz irá analisar se todos os documentos juntados na lide, são
necessários para reconhecer a existência da obrigação entre as partes, estão devidamente
comprovados, para só assim realizar a devida intimação de devedor para que o mesmo faça o
pagamento do valor em aberto, ou, se não haver dinheiro vivo, indique bens à penhora para
realizar o adimplemento da obrigação.
ATENÇÃO: Caso haja bens indicados à penhora, a devida avaliação será realizada.
Conforme menciona o art. 827 do CPC, ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano,
os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será
reduzido pela metade.
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Ressalta-se que o valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando rejeitados
os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao final
do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo advogado do
exequente.
III - Averbação Premonitória
Após o referido despacho positivo, com a referida citação do executado, poderá o exequente
requerer a devida certidão de distribuição e aceitação de execução.
O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz, com identificação
das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de imóveis, de veículos ou de
outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.
No prazo de 10 (dez) dias de sua concretização, o exequente deverá comunicar ao juízo as
averbações efetivadas.
Formalizada penhora sobre bens suficientes para cobrir o valor da dívida, o exequente
providenciará, no prazo de 10 (dez) dias, o cancelamento das averbações relativas àqueles não
penhorados. O juiz determinará o cancelamento das averbações, de ofício ou a requerimento,
caso o exequente não o faça no prazo.
Presume-se em fraude à execução a alienação ou a oneração de bens efetuada após a
averbação. O exequente que promover averbação manifestamente indevida ou não cancelar as
averbações nos termos do dispositivo legal indenizará a parte contrária, processando-se o
incidente em autos apartados.
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CITAÇÃO DO EXECUTADO
Quando devidamente intimado, o art. 839 do CPC, informa que o executado possui o prazo de 03
dias para efetuar o pagamento dos valores em aberto, podendo o exequente, caso haja o
pagamento voluntário, realizar repasse de apenas 50% do honorários advocatícios determinado
inicialmente, conforme já mencionado anteriormente.
Todavia, se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens quantos
bastem para garantir a execução.
Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o executado 2
(duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação com hora
certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido.
Incumbe ao exequente requerer a citação por edital, uma vez frustradas a pessoal e a com hora
certa. Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo de pagamento, o arresto converter-se-á em
penhora, independentemente determo.
ATENÇÃO: a legislação processual permite que o executado realize o parcelamento
da execução, desde que cumpra alguns requisitos. Vejamos:
a) Pagamento de pelo menos 30% do valor da execução;
b) Apresentar via juízo, o pagamento do saldo em até 6x.
Não efetuado o pagamento dos valores devidos ou não tendo o executado manifestado interesse
em parcelar, poderá no prazo de 15 dias, apresentar EMBARGOS À EXECUÇÃO (art. 916, CPC).
Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da
juntada do respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de companheiros,
quando será contado a partir da juntada do último.
Nas execuções por carta, o prazo para embargos será contado:
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a) da juntada, na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente sobre vícios
ou defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens;
b) da juntada, nos autos de origem, do comunicado de que trata o § 4º deste artigo ou, não
havendo este, da juntada da carta devidamente cumprida, quando versarem sobre
questões diversas da prevista no inciso I deste parágrafo.
Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a realização da citação
será imediatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz deprecante.
Os embargos serão julgados por sentença contra a qual caberá recurso de apelação.
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mailto:atendimento@provadaordem.com.brsob pena de indeferimento.
Deverá o juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320, do
CPC, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com
precisão o que deve ser corrigido ou completado.
IMPORTANTE: Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
JUÍZO
Juízo é o órgão jurisdicional ao qual será encaminhada a petição inicial:
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● Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da …. Vara Cível da Comarca …..
● Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da Seção Judiciária de ….
● Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ….
QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
Como já mencionado anteriormente, o art. 319 do CPC estabelece como um dos requisitos
exigidos na forma da petição inicial a devida qualificação das partes.
No que tange a ela, é importante destacar que atualmente há a necessidade de incluir a
existência de união estável (se for o caso) e o endereço eletrônico da parte.
A importância de se informar a existência de união estável na exordial diz respeito,
especialmente, às ações nas quais será necessário o consentimento ou a citação de ambos os
cônjuges, conforme prevê o art. 73, § 3º do CPC.
O §1º do art. 319 do CPC afirma que caso a qualificação das partes não esteja completa, poderá
o autor requisitar ao presente juízo diligências necessárias para a obtenção das informações
faltantes.
No entanto, a despeito da falta de algumas informações, a petição inicial não será indeferida se
for possível a citação do réu. Também não será indeferida pelo não atendimento, se a obtenção
de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇOS DAS PARTES
O art. 77, inciso V, do CPC estabelece às partes e seus procuradores o dever de manter seus
endereços residenciais ou profissionais atualizados. Neste mesmo sentido, o art. 106 do CPC
incumbe ao advogado que atuar em causa própria indicar o seu endereço e o nome da sociedade
de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações.
FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO
Toda petição precisa constar em seu corpo os fatos e fundamentos que baseiam a instauração da
ação.
É ônus da parte requerente descrever o fato gerador do direito subjetivo e as circunstâncias
relevantes do caso. Além disso, deve indicar, também, o fundamento legal.
Na narração dos fatos simples e dos fatos jurídicos, o advogado deve proceder de forma clara,
pois é essencial para a compreensão do magistrado e, na prova da OAB, para o examinador.
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Fato Simples: “No dia 04 de outubro do ano de 2014, numa manhã ensolarada e calma”...
Fato Jurídico: “O autor, caminhando pela Rua Bonaparte, resolveu atravessá-la na faixa de
pedestres, quando foi colhido por um veículo que trafegava na contra-mão, em alta velocidade,
conduzido por um cidadão totalmente embriagado, fato este que lhe causou o atropelamento,
acarretando-lhe danos materiais e morais”.
Fundamentação Jurídica
A fundamentação jurídica consiste em adequar os fatos narrados ao Direito.
Dar aos fatos a roupagem jurídica inerente.
Direito: “O Código Civil, em seu artigo 927, diz que aquele que pratica ato ilícito tem o dever de
indenizar”.
“No caso, o réu da demanda praticou ato ilícito ao não respeitar a faixa de pedestres, dirigir em
alta velocidade, sob efeito de álcool, adotando uma conduta totalmente imprudente, a qual causou
danos a outrem. Dessa forma, conforme dispõe o art. 927 do CC, ele tem o dever de indenizar”.
A ordem da construção da argumentação é a seguinte:
● Premissa Menor: os fatos narrados.
● Premissa Maior: a norma jurídica.
● Conclusão: a consequência jurídica que se quer extrair – pegar os fatos, encaixar na
norma e dali retirar a conclusão – Pedido.
Fundamentação Legal
Durante a faculdade, a maioria já ouviu a frase “- O Juiz sabe o direito”. Ou algum professor já
pode ter citado o famoso: “- Narra-me o fato que eu lhe darei o direito”.
Porém, é recomendável que se mostre o dispositivo em que foi embasada a narrativa dos fatos da
PI.
Não é requisito da Petição Inicial indicar os dispositivos da lei, na prática do dia-a-dia, mas para
prova da OAB é indispensável.
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ATENÇÃO: TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO:
Significa que o juiz, no processo civil brasileiro, se encontra vinculado aos fatos narrados e ao
pedido formulado.
Mas a formulação jurídica que a parte faz em sua Petição Inicial não passa de uma qualificação
jurídica, a significar que não vincula o juiz.
Isto é, pode o juiz, com base nos mesmos fatos jurídicos e pedidos formulados, fazer uma
qualificação jurídica diferente daquela feita pela parte.
ATENÇÃO:
● Na fundamentação jurídica não se faz obrigatória a exposição de doutrina ou
jurisprudência, porém, em se tratando de um assunto mais complexo, passa a ser
importante.
● É plenamente possível que haja a cumulação de causa de pedir em um
processo.
PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Toda ação proposta, tem como finalidade requerer algo ou alguma coisa ao Poder Judiciário, com
base na lei. Ou seja, sempre haverá um pedido e uma causa de pedir.
Nesse sentido, podemos apontar que o pedido é o núcleo da petição inicial e determina aquilo
que o autor busca obter, frente ao réu, com a atuação do Estado, ressaltando que a própria
legislação (art. 322 do CPC) estabelece que o requerimento formulado deve ser feito de forma
determinada.
Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência,
inclusive os honorários advocatícios.
Ressalta-se, todavia, que tais pedidos são considerados implícitos. Portanto, o magistrado poderá
condenar sem ofensa ao princípio da congruência, sem que haja sentença extra petita, quando se
tratar de atualização monetária, juros e honorários advocatícios.
A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé.
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ATENÇÃO: Contudo, mais uma vez, vale destacar que para prova
prático-profissional da OAB, você deve indicá-los explicitamente, pois, em
regra, é critério de avaliação no espelho de correção.
IMPORTANTE: os pedidos e requerimentos estão regulamentados entre os artigos 322 a
329 do CPC.
De forma complementar, é necessário destacar o que prevê o art. 324 do CPC, o qual estabelece
que o pedido deve ser determinado, mas que, excepcionalmente, ele pode ser formulado de
forma genérica, nos seguintes casos (art. 324, §1º, do CPC):
a) Nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
b) Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;
c) Quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva
ser praticado pelo réu.
ATENÇÃO: as regras quanto aos pedidos, aplicam-se a reconvenção, no que couber.
O pedido limita a prestação jurisdicional, devendo haver congruência entre o pedido e a decisão
que o juiz prolatou ao final do processo. O pedido deve ser claro para que o magistrado possa
prestar a adequada tutela jurisdicional.
Classificação dos Pedidos
Pedido Imediato (ou Próximo): é o tipo de tutela jurisdicional que a parte deseja, é a forma como
espera que o judiciário se manifeste ao prestar a tutela jurisdicional.
Pedido Mediato: é o resultado prático que aparte pretende obter, é o bem da vida subjacente que
busca a partir da tutela jurisdicional que pediu.
Pedido Alternativo: O pedido será alternativo quando, conforme natureza da obrigação, o devedor
puder cumprir o pedido em mais de uma forma (art. 325 do CPC). Quando, pela lei ou pelo
contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de
um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo.
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Pedido Cumulativo: Os pedidos poderão ser cumulativos, desde que sejam devidamente conexos.
Exemplo: o autor propõe ação para que o réu seja condenado ao pagamento de uma dívida. A
condenação é o pedido imediato, enquanto o pagamento da dívida é o pedido mediato.
RELEMBRANDO, O PEDIDO DEVERÁ SER:
a) Certo (art. 322, caput, do CPC): o autor deve informar o que ele pretende com a demanda,
qual a tutela desejada e o bem da vida.
b) Determinado (art. 324, caput, do CPC): refere-se à qualidade e quantidade daquilo que a
parte deseja receber com a ação;
c) Claro: o pedido deve ser inteligível para que o Poder Judiciário possa proferir uma decisão
clara.
d) Concludente: o autor deve elencar os fatos de forma lógica para que o pedido seja a
conclusão adequada de sua narrativa.
Formulação dos Pedidos:
“Ante o exposto requer o demandante” ou “demandado”...
Na Ação de Conhecimento: usa-se “Autor” ou “Réu”.
Na Ação de Execução: “Exequente” ou “Executado”.
a) Requerimento da Concessão da Medida Liminar para....
b) Manifestação acerca da opção de realização da audiência de conciliação ou de mediação.
c) Pleitear a procedência dos pedidos formulados – especificar a pretensão.
d) Intimação do MP nos casos em que atua como “Custus Legis” (art. 178 do CPC).
e) Pedido de Produção de Provas: “pretende produzir prova testemunhal, pericial quanto ao
fato constitutivo do direito”.
f) Valor da Causa
g) Fechamento: Nestes Termos, pede Deferimento.
h) Local e Data.
i) Assinatura do(a) Advogado(a).
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
Conforme já mencionado anteriormente, o CPC, em seu art. 327, admite que os pedidos
formulados pelo autor possam ser cumulados (A OAB pode chamar de “Cumulação de Ações”).
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Porém, para que a cumulação seja possível, os mesmos devem preencher alguns requisitos,
sendo:
a) Os pedidos devem ser compatíveis entre si (na cumulação própria), mesmo que entre os
pedidos não haja conexão;
b) Sejam competentes ao mesmo juízo;
c) Mesmo procedimento: todos os pedidos devem poder seguir o mesmo rito ou poder se
adequar ao rito comum.
d) Atenção para a ressalva do § 2º do art. 327 do CPC: “§ 2o Quando, para cada pedido,
corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor
empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais
diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais
pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o
procedimento comum”.
ATENÇÃO: A cumulação de pedidos autorizada pelo ordenamento jurídico pode ser
própria ou imprópria.
IMPORTANTE: Quando o pedido cumulativo estiver ligado ao litisconsórcio passivo
(mais de um réu), todos os réus irão ter que responder a presente ação, desde que
estão enquadrados como parte legítima do processo.
Cumulação Própria ou em Sentido Estrito (stricto sensu)
É aquela em que os pedidos cumulados poderão ser todos eles julgados procedentes
simultaneamente. A cumulação própria se subdivide em cumulação própria simples e cumulação
própria sucessiva.
Cumulação Própria Simples
Há dois pedidos e ambos podem ser julgados procedentes ou um procedente e outro
improcedente ou ainda ambos improcedentes. Ou seja, os pedidos são autônomos entre si.
Ex: Cumulação de pedido de dano moral e de reparação de danos materiais.
Cumulação Própria Sucessiva
Ocorre vínculo prejudicial de cumulação entre os pedidos – é feito um pedido e em razão desse
primeiro pedido, é feito outro. O segundo pleito só será analisado pelo Juiz se o primeiro pedido
for acolhido.
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Ex: Autor formula pedido de declaração de inexistência de dívida cumulado com indenização por
danos morais. Se o juiz entender que a dívida existia, julgando improcedente a declaração de
inexistência da dívida, não condenará o réu ao pagamento da indenização. O juiz não é obrigado
a dar procedência ao segundo pedido após ter concedido o primeiro.
Cumulação Imprópria ou em Sentido Amplo
É aquela que não admite mais de um pedido procedente ao mesmo tempo. A cumulação
imprópria pode ser subsidiária ou alternativa.
Cumulação Imprópria Subsidiária
Será subsidiária quando a condição de análise do segundo pedido for a improcedência do
primeiro pedido. O segundo pedido, então, só será analisado pelo juiz se o primeiro não for
cabível (art. 326 do CPC).
Assim, o Magistrado somente analisará o pedido subsidiário se for rejeitado o pedido principal,
respeitando a ordem apresentada pelo autor. O juiz não é autorizado a analisar o segundo pedido
sem ter se manifestado acerca do primeiro.
Ex: Peço o pedido “um” (pedido principal), mas, caso Vossa Excelência entenda que não me é
devido, conceda o pedido “dois” - pedido subsidiário.
Cumulação Imprópria Alternativa
O autor formula vários pedidos, mas não estabelece uma ordem de prioridade entre eles (art.
326, parágrafo único, do CPC).
Ex: Ação de consignação de pagamento quando o devedor está em dúvida quanto ao seu real
credor. O autor propõe a ação contra dois ou mais credores e o juiz decidirá quem é o beneficiário
da dívida.
Pedido Alternativo
O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a
prestação de mais de um modo (vide art, 325 CPC).
Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de
cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido
alternativo.
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ATENÇÃO: O referido pedido alternativo não se confunde o pedido cumulado
impróprio alternativo (vide art. 326, parágrafo único, do CPC). Então, no caso do
pedido alternativo, há apenas um pedido, mas o réu tem à sua disposição duas ou
mais maneiras de cumprir a obrigação (direito material). Quando o pedido traz a
possibilidade de ser cumprido de outra maneira, a lei oportuniza que o réu o cumpra
de uma forma ou de outra.
Cumulação Imprópria Alternativa Pedido Alternativo
Mais de um pedido Um único pedido
Pedido Implícito
Considera-se PEDIDO IMPLÍCITO aquele que não está expressamente mencionado na inicial, ou
na referida reconvenção. É hipótese em que o pedido encontra-se descrito no escopo principal da
exordial.
Um bom exemplo da modalidade de pedido implícito, é o pedido para cumprimento de obrigação
em prestações sucessivas (vide art. 323 do CPC). Formulando a primeira parcela no pedido
expresso, as demais serão devidas de pleno direito ao autor.
A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé.
Por determinação legal, pode o juiz conceder o pedido implícito.
Em regra, o pedido deve ser explícito, mas a lei permite o pedido implícito em alguns casos,
quando for uma consequência legal daquilo que foi pedido.
Ex: Juros legais, correção monetária e verbas de sucumbência, inclusive os honorários
advocatícios (art. 322, § 1º, do CPC).
2. PRESTAÇÕES SUCESSIVAS
Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essasserão
consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão
incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar
de pagá-las ou de consigná-las.
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Ex: Ação de alimentos.
VALOR DA CAUSA
O CPC, em seus arts. 291 a 293, prevê as regras e regulamentos acerca do valor da causa. Toda
e qualquer demanda deve trazer o valor da causa, mesmo que tal valor não seja aferível.
O art. 292 do CPC informa que o valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e
será:
a) Na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros
de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação;
b) Na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a
resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte
controvertida;
c) Na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;
d) Na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do
bem objeto do pedido;
e) Na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;
f) Na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores
de todos eles;
g) Na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
h) Na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.
Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras.
O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo
indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das
prestações.
O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não
corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo
autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.
O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob
pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das
custas
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ATENÇÃO: O valor da causa deve corresponder ao benefício econômico pretendido
pelo autor da demanda.
Ex: Se a discussão é sobre indenização, o valor da causa deve corresponder ao
benefício econômico almejado pelo autor.
Quanto ao valor da causa, cabe ainda mencionar o disposto no art. 292, inciso V, do CPC, o qual
estabelece a necessidade de se definir o valor de dano moral na inicial para adiantar as custas
judiciais.
As custas iniciais são calculadas em cima do valor da causa, assim como os ônus sucumbenciais
levam em consideração, muitas vezes, o valor da causa.
3. PROVAS
Quando se instaura um processo, as provas têm um papel fundamental. Ou seja, elas são
consideradas indispensáveis no processo, visto que é através de tais elementos probatórios que
servirão como base para decisão judicial tomada pelo magistrado.
Isto posto, cabe ao autor o dever de indicar ao juiz, em sua petição inicial, as provas as quais
pretende demonstrar ser verdadeiro o seu direito. Ressalta-se que, qualquer decisão que não
esteja devidamente baseada nas provas juntadas, poderá ser questionada posteriormente.
Não menos importante, quando intimado a contestar, o réu, poderá apresentar as respectivas
provas que achar necessário, para demonstrar sua respectiva inocência. O art. 348 do CPC,
prevê que em caso de revelia do réu, e se o juiz não estiver convencido das alegações do autor,
poderá abrir-lhe vistas para indicar nova prova.
TIPOS DE PROVAS ADMITIDAS NO CPC
O CPC não faz menção a um rol taxativo de provas que podem ser produzidas processualmente
pelas partes para fundamentarem seus respectivos pedidos. Em regra, as provas mais utilizadas
são:
a) Depoimento pessoal (servem para o autor e o réu); Ambas as partes deverão comparecer
em juízo toda vez que forem intimadas, para esclarecer os respectivos fatos questionados
pelo magistrado;
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b) Confissão: Ocorre quando a parte admite a verdade dos fatos que foram narrados pela
parte contrária;
c) Documental: É a devida representação física dos fatos que estão sendo alegados pela
parte. Considera-se como prova documental, contratos, fotos, conversas através de
aplicativos, gravados, etc.;
d) Testemunhal: Corresponde a depoimento de pessoas alheias a lide, que vem a juízo, por
requerimento das partes processuais para relatarem o que sabem sobre a respectiva
situação discutida judicial;
e) Pericial: É o exame técnico, supervisionado por um profissional da área, que tem por
finalidade a emissão de um laudo técnico, contendo o método utilizado e a resposta
conclusiva dos requisitos formulados pelos sujeitos processuais;
f) Indiciária: É regulada pelo processo pena e raramente é utilizada no processo civil.
Normalmente é utilizada nos casos em que existe pouca prova sobre autoria dos fatos;
g) Ilícitas: São aquelas colhidas/obtidas de formas ilegais, devendo sua validade ser
questionada;
h) Emprestada: é aquela prova obtida de forma emprestada de outra lide. Tal prova poderá
ser documental, testemunhal.confissão, depoimento pessoal (Enunicado nº 30 CJF);
i) Notarial: Trata de uma prova certificada por um tabelião.
ATENÇÃO: A responsabilidade pelo pagamento da perícia determinada de ofício ou
requerida por ambas as partes serão rateadas entre o autor e o réu (art. 95, caput, do
CPC).
4. OPÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO
Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar
do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima
de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência (vide
art. 334 do CPC).
A indicação ou não do autor pela realização ou não de audiência de conciliação/mediação é
requisito novo na petição inicial. O rito comum do CPC prevê a realização de uma audiência na
qual atuará um conciliador ou um mediador, de acordo com o disposto na legislação:
● Relações não continuativas: é preferencial a atuação do conciliador (art. 165, § 2º, do
CPC);
● Relações continuativas: é preferencial a atuação do mediador (art. 165, § 3º, do CPC).
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A devida previsão dessa possibilidade em diploma civil, representa instituto a instrumentalizar a
disposição da norma fundamental, que determina a obrigação do Estado, em promover, sempre
que possível, a solução consensual dos conflitos.
O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou
de mediação, observando o disposto neste Código, bem como às disposições da lei de
organização judiciária (vide art. 334, § 1º do CPC).
Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a
2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição
das partes (vide art. 334, § 2º do CPC),
A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado (vide art. 334, § 3º
do CPC).
Conforme menciona o art. 334, § 4º do CPC, não haverá audiência de conciliação e mediação
quando:
a) Ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;
b) Não se admitir a autocomposição.
O art. 334, §5º. do CPC, indica que o autor deverá indicar interesse ou não em participardessa
audiência, restando ao réu o prazo de 10 dias para manifestar o seu desinteresse, por petição.
Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos
os litisconsortes. A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico,
nos termos da lei (vide art. 334, § 6º e 7º do CPC).
O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado
ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da
vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado
(vide art. 334, § 8º do CPC).
As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. A parte
poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e
transigir (vide art. 334, § 9º e 10º do CPC).
A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. A pauta das
audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo
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mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte (vide art. 334, § 6º e 7º
do CPC).
Caso o réu não se manifeste, ele comparecerá à audiência para uma tentativa de acordo. Se o
acordo não se realizar na audiência, o réu passará, então, a ter os 15 dias para contestar (art. 335
do CPC). Se o réu peticionar com 10 dias de antecedência, o prazo para contestar inicia-se do dia
do peticionamento.
Se o autor silenciar quanto à possibilidade de realização da audiência, o mais adequado é o juiz
designar a audiência e citar o réu para se manifestar se há interesse em comparecer ou não à
audiência (se o silêncio do réu é indicado como uma renúncia tácita da audiência, o silêncio do
autor também deve ser assim considerado.
Não faria sentido, para fins de economia e celeridade processual, o juiz abrir prazo para emenda
da inicial.
DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS
Conforme mencionado anteriormente, o art. 320 do CPC, traz os documentos indispensáveis para
a propositura da ação, sob efeito de indeferimento. Ou seja, a referida Petição Inicial deverá
acompanhada com os documentos elencados no referido dispositivo, caso o contrário o juiz
indefere a inicial ou então manda que o autor a emende. Trata-se de requisito intrínseco da PI.
Ex: Documentos pessoais da parte, certidão de matrimônio (numa ação de divórcio), certidão de
óbito (numa ação de inventário), procuração do advogado, etc.
JUNTADA DO MANDATO
Um dos documentos indispensáveis à propositura da ação é a procuração outorgando poderes ao
advogado, conforme menciona o art. 320 do CPC.
O mesmo diploma alega, em seu artigo 103 que a parte será representada em juízo por advogado
regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, ressaltando que é plenamente lícito à
parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal.
Os artigos 103 e 107 do CPC tratam da representação da parte, pelo advogado, em juízo.
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Em regra, o advogado jamais poderá ingressar em juízo, sem haver a devida procuração
assinada pelo representado. Ocorre que, toda regra possui sua exceção, conforme devida
previsão legal.
Exemplo: Em algumas causas no Juizado Especial Cível, será dispensada a necessidade de
ingressar mediante representação de advogado (vide art. 9º, § 1º, da Lei n. 9.099/95 e art. 10 da
Lei n. 10.259/2001). A presente dispensa já fora considerada inclusive constitucional pelo STF.
OBSERVAÇÃO: Na seara recursal, entretanto, é imprescindível a postulação da
interposição do recurso por advogado.
DISTRIBUIÇÃO: LIVRE
Primeiramente, é necessário mencionar que o art. 319, inciso I do CPC, informa que apetição
inicial indicará o juízo a que é dirigida.
Se houver dúvida acerca de para qual juízo deverá ser dirigida a ação, os artigos 102 a 126 da
Constituição Federal trarão a Competência de cada juízo, como, por exemplo, STF, STJ, TST,
STM e TSE.
Superior Tribunal de Justiça – STJ:
● Justiça Estadual: TJ - Juiz de Direito,
● Justiça Federal: JF - Juiz Federal (art. 109, CF).
OBSERVAÇÃO: As ações envolvendo Empresas de Economias Mistas são
processadas e julgadas pela Justiça Estadual – Ex. Banco do Brasil é na Justiça
Estadual.
A demanda será distribuída para qualquer dos juízes competentes na Comarca das várias Varas
Cíveis.
Excepcionalmente, pode ser que esta distribuição não ocorra de forma livre, mas sim por
dependência, quando a demanda a ser proposta se vincular a outra que já tramita, pelos vínculos
de conexão ou continência, e aquele juízo antecedente, em que a primeira ação já tramita, é
prevento para julgar as ações que sejam com ela conexas ou continentes.
Conexão: quando o objeto ou a causa de pedir for comum nas ações (art. 55, caput, do CPC).
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Continência: sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma
ação, por ser mais amplo, abrange o das outras (art. 56 do CPC).
ATENÇÃO:
● A ação é PROPOSTA.
● O recurso é INTERPOSTO.
● A contestação é APRESENTADA.
● Os remédios constitucionais são IMPETRADOS.
EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL
Conforme menciona o art. 321 do CPC, o juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os
requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o
julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
ATENÇÃO: Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
O juiz determinará ao autor que emende a PI, conforme o art. 321 do CPC (art. 284 do CPC/73),
quando verificar defeitos e irregularidades que possam dificultar a análise do mérito. Compete
ainda ao magistrado indicar ao autor, precisamente, o que deve ser corrigido ou completado na
inicial. Caso o autor não complete a(s) diligência(s), o juiz indeferirá a inicial.
IMPORTANTE: Conforme já mencionado anteriormente, dada a ausência de
Procuração na Petição Inicial, será concedido o prazo de 15 dias, prorrogáveis por
mais 15, para que o referido advogado realize a juntada à Inicial (art. 104, §1º, do
CPC). Essa prerrogativa é dada para evitar a Prescrição e a Decadência.
Prescrição: é a perda do direito de ir ao judiciário, devido à inércia.
Decadência: é a perda do direito material.
CASOS DE INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
Dispõe o art. 330 do CPC (art. 295 do CPC/73) que o indeferimento da petição inicial ocorrerá:
I. Quando for inepta: entende-se por INEPTA a petição inicial quando (art. 330, § 1º, CPC):
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a) lhe faltar pedido ou causa de pedir;
b) o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o
pedido genérico;
c) da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
d) contiver pedidos incompatíveis entre si;
II. Quando a parte for manifestamente ilegítima;
III. Quando o autor carecer de interesse processual;
IV. Quando não atendidas as prescrições dos arts. 106 (indicar o endereço para intimação do
advogado, o seu número de inscrição na OAB e o nome da sociedade de advogados da qual
participa quando atuar em causa própria) e 321 (juiz determina a emenda da inicial, no prazo
de 15 dias, sob pena de indeferimento) do CPC.
Os incisos II e III do art. 330 do CPC dizem respeito às condições da ação, legitimidade da parte e
interesse processual, respectivamente. Portanto, faltando qualquer uma delas, a petiçãoinicial
será INDEFERIDA se a parte não emendar ou não for possível emendar a inicial.
Ressalta-se, que a legislação processual menciona que nas ações que tenham por objeto a
revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o
autor terá que, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações
contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do
débito.
ATENÇÃO: O valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.
Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias,
retratar-se. Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da
intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334. Não interposta a apelação, o
réu será intimado do trânsito em julgado da sentença.
Se o indeferimento da inicial for parcial, caberá o recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO (art.
354, parágrafo único, do CPC) no prazo de 15 dias.
OBSERVAÇÃO: Tais hipóteses foram excluídas no CPC, mas estavam presentes no
art. 295 do CPC/73, duas hipóteses de indeferimento da inicial, uma referente à
decadência e prescrição e outra à inadequação do procedimento.
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O Novo CPC também suprimiu a hipótese de inépcia da inicial (art. 295, parágrafo único, III,
CPC/73) diante de impossibilidade jurídica do pedido, visto que o pedido juridicamente impossível
esta não é mais uma das condições da ação, passando a integrar o mérito.
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
Quando a tese jurídica da petição inicial estiver em confronto com um dos precedentes judiciais
mencionados no art. 332 do CPC, a exordial será recebida (formalmente válida), mas o juiz
proferirá uma sentença definitiva examinando o mérito e proferindo a improcedência do pedido.
Ou seja, nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do
réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
1) Que contrariar enunciado de súmula do STF ou do STJ;
2) Que contrariar acórdão proferido pelo STF ou pelo STJ em julgamento de recursos
repetitivos;
3) Que contrariar entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas (IRDR) ou de assunção de competência;
4) Que contrariar enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local;
5) Quando verificar a ocorrência de decadência ou prescrição (art. 332, § 1º, do CPC).
O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a
ocorrência de decadência ou de prescrição.
Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do
art. 241 do CPC.
Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. Se houver retratação, o juiz
determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação,
determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
Se não for o caso de a tese jurídica da inicial confrontar algum precedente judicial, o juiz deve
designar a audiência de conciliação ou de mediação.
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU DE MEDIAÇÃO
A audiência de conciliação ou de mediação está prevista no art. 334 do CPC, dentro do processo
de conhecimento, cabendo ao juiz de forma obrigatória designar data e hora para a realização da
mesma.
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ATENÇÃO: Ficará dispensada a designação de audiência apenas nos casos em que
versem sobre direitos sobre autocomposição, além dos casos em que as partes
expressem de forma clara, o não interesse em realizar autocomposição.
O CPC antecipou essa audiência para o início do procedimento. O réu será citado não para
apresentar a contestação no prazo de 15 dias, mas para comparecer à audiência de conciliação
ou de mediação com o objetivo de se firmar acordo entre ele e o autor, devendo estar presentes o
autor, o réu e seus respectivos prepostos.
Essa audiência não será presidida pelo juiz, mas por um conciliador ou por um mediador
devidamente capacitado.
IMPORTANTE: A conciliação e a mediação é guiada pelos princípios da
independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade, da confidencialidade, da
oralidade, da informalidade e da decisão informada.
ATENÇÃO: O Novo CPC preza pela composição do litígio, portanto, como regra, o
juiz DEVE designar a audiência de conciliação ou de mediação (art. 3º, § 3º).
A audiência de conciliação ou de mediação não será realizada:
I. Se e ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição
consensual;
II. Quando não se admitir a autocomposição.
Lembrete: A mediação e a conciliação podem versar sobre direitos disponíveis ou direitos
indisponíveis que admitem a transação (art. 3º, caput, da Lei 13.140/2015 – Lei de Mediação).
Todo direito disponível é transacionável, mas nem todo direito transacionável é disponível.
Quando o direito é:
● Disponível e transacionável: as partes podem dispor como bem entenderem deste direto, o
qual pode ser objeto de acordo extrajudicial ou judicial. Exemplo: direitos patrimoniais.
● Indisponível e não transacionável: o direito não pode ser objeto de mediação ou
conciliação, pois não dependem da vontade das partes, sendo irrenunciáveis e
intransmissíveis (art. 334, § 4º, II, CPC). Exemplo: direitos da personalidade.
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● Indisponível e transacionável: a existência do direito não pode ser objeto de acordo,
entretanto a forma como aquele direito será exercido pode ser pactuada entre as partes de
diversas maneiras. Exemplo de direito indisponível, mas transacionável é o de alimentos.
O art. 3º, § 2º, do CPC, estabelece que, no caso de direito indisponível e transacionável, o acordo
firmado entre as partes deve ser homologado em juízo. Ao contrário do direito disponível, que já é
um título extrajudicial por si só, no direito indisponível transacionável a sua homologação é
condição de eficácia, sendo necessária a manifestação do Ministério Público.
O art. 178 do CPC estabelece que o MP funcionará como fiscal da ordem jurídica nos processos
em que houver:
● Interesse público ou social;
● Interesse de incapaz;
● Litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
O CPC estabelece ainda prazo peremptório de 30 dias para que o Ministério Público possa se
manifestar, na condição de fiscal da ordem jurídica. Caso o MP não seja intimado, haverá
nulidade.
Diferença entre Conciliação e Mediação
Existe uma certa diferença entre conciliador e o mediador, conforme determina o art. 165 do CPC.
Enquanto o conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo
anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de
qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as
partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de
modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios,
soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
Vale lembrar que os artigos 165 a 175 do CPC são os que tratam sobre os conciliadores e
mediadores.
ATENÇÃO: Conciliador e Mediador têm natureza jurídica de auxiliares do juiz, são, portanto,
órgãos que prestam auxílio ao magistrado e agem sob suas ordens.
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Características da Conciliação:
● Casos em que não houver vínculo anterior entre as partes (preferencialmente);
● Terceiro (conciliador) interagirá com as partes adotando uma postura proativa que lhe
permite interferir na controvérsia;
● Questões patrimoniais e conflitos mais simples.
Características da Mediação:
● Casos em que houver vínculo anterior entre as partes (preferencialmente);
● Terceiro (mediador) auxiliará e estimulará as partes a identificar, por si próprias, uma
solução consensual à controvérsia, adotando uma postura contida (semelhante à atividade
do psicanalista ou do terapeuta);
● Questões que versem sobre direitos disponíveis ou sobre direitos indisponíveis que
admitam transação (como no caso do direito a alimentos, à guarda de filhos, etc.).
5. CONTESTAÇÃO
Após a propositura da inicial, o réu será citado e intimado a participar da audiência de conciliação
ou de mediação. O autor terá como requisito da petição inicial manifestar interesse de realizar ou
não a referida audiência.
Com a citação do réu e intimação para comparecer à audiência, caso não tenha interesse em
participar da autocomposição, poderá atravessar uma petição dizendo que também não tem
interesse na realização da audiência.
Somente depois da audiência de mediação ou de conciliação é que será possível a
contestação (art. 335 do CPC).
Ou seja, o réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo
inicial será a data da audiência. A contestação é o momento que o réu tem para apresentar todos
]
razões.
Os argumentos do réu podem ser contraditórios entre si, ao passo que na petição inicial, os
argumen tos do autor não podem divergir.
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INÍCIO DO PRAZO DE CONTESTAÇÃO
O prazo de contestação, no Novo CPC, permanece sendo de 15 dias úteis (art. 212, caput, do
CPC), mas o termo inicial foi alterado.
Conta-se o início do prazo da contestação a partir:
● Da data da audiência de conciliação ou de mediação;
● Do último ato da audiência de conciliação ou de mediação;
● Do pedido de cancelamento da audiência protocolado pelo réu;
● Da data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação
for pelo correio;
● Da data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for
por oficial de justiça;
● Da data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do escrivão
ou do chefe de secretaria;
● Do dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a intimação
for por edital;
● Do dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo
para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
● Da data de juntada do comunicado eletrônico do juízo deprecado ao deprecante ou, não
havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida,
quando a citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
● Da data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso ou
eletrônico;
● Do dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em carga, do
cartório ou da secretaria.
A última hipótese quanto ao início do prazo de contestação diz respeito à situação em que se
reúnem os seguintes elementos:
1) Se o direito não admitir autocomposição (as partes não podem deliberar sobre ele);
2) Se existir litisconsórcio passivo (mais de um réu);
3) Se o autor desistir da ação em face de um réu que ainda não foi citado.
Preenchidos estes requisitos, o prazo de 15 dias, que começaria a contar a partir da audiência de
conciliação ou de mediação, iniciará a partir da intimação da decisão que homologar o pedido
de desistência do autor.
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Alguns procedimentos especiais dispensam a audiência de conciliação ou de mediação, então o
prazo de 15 dias começa a contar a partir da citação ou da intimação, dependendo de cada
procedimento especial.
PRAZO DIFERENCIADO
O Ministério Público, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública e os réus com diferentes
advogados (de escritórios de advocacia distintos) terão prazo em dobro para recorrer (art.
180, caput; 183; e 186, caput, do CPC).
No caso dos litisconsortes com diferentes procuradores, cessará a contagem em dobro se,
havendo só 2 réus, a defesa é oferecida por apenas um deles (art. 229, § 1º, do CPC).
LEMBRETE: se a lei estabelecer prazo próprio para o MP, para a Advocacia Pública, ou para a
Defensoria Pública, não se aplica o benefício da contagem em dobro.
LITISCONSÓRCIO PASSIVO E PEDIDO DE CANCELAMENTO DE AUDIÊNCIA
Se os réus peticionarem o pedido de cancelamento da audiência de mediação ou de conciliação,
o prazo de 15 dias começará, para cada réu, da data do respectivo protocolo do pedido de
cancelamento de audiência.
LEMBRETE: A regra é a REALIZAÇÃO da audiência de conciliação ou de mediação.
PRELIMINARES DE CONTESTAÇÃO
Apresentada a contestação, na mesma petição, o réu também tem o ônus de arguir, em
preliminares de contestação, as seguintes defesas processuais previstas no art. 337 do CPC:
1) Inexistência ou nulidade da citação;
2) Incompetência absoluta e relativa;
3) Incorreção do valor da causa;
4) Inépcia da petição inicial;
5) Perempção;
6) Litispendência;
7) Coisa julgada;
8) Conexão;
9) Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
10)Convenção de arbitragem;
11)Ausência de legitimidade ou de interesse processual;
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12)Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
13)Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
INEXISTÊNCIA OU NULIDADE DA CITAÇÃO
Primeiramente, é necessário mencionar que a citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o
executado ou o interessado para integrar a relação processual.
Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as
hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta, ou a nulidade da citação,
fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à
execução.
Alegando o réu a inexistência ou a presença de uma nulidade na citação (art. 238 e seguintes do
CPC), não poderá mais atravessar petição solicitando que seja devolvido o prazo para
contestação. O CPC determina que a alegação de nulidade da citação ocorra no momento de
apresentação da contestação.
Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de:
I - conhecimento, o réu será considerado revel;
II - execução, o feito terá seguimento.
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA
Segundo estabelece o art. 64 do CPC, a incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como
questão preliminar de contestação, não mais como uma petição autônoma via exceção de
incompetência.
Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de
incompetência. Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao
juízo competente. Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de
decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo
competente.
A incompetência relativa, diferentemente da absoluta, é preclusiva, portanto, deve-se alegá-la no
momento adequado sob pena de prorrogação de competência. O magistrado não conhecerá de
ofício a incompetência relativa, apenas a absoluta.
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Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar de
contestação. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em
que atuar.
Se o réu alegar incompetência relativa ou absoluta, o CPC autoriza-o a protocolar a petição de
contestação no seu foro de domicílio (art. 340, CPC).
Protocolando a contestação no domicílio do réu, o juiz desta comarca terá o dever de comunicar
imediatamente ao juiz da comarca em que tramita o feito preferencialmente por meio eletrônico.
Essa contestação será distribuída na comarca de domicílio do réu, pois se for reconhecida
posteriormente a incompetência, os autos serão remetidos e o juízo em que foi distribuída a
contestação será o juízo prevento para análise da causa. Após designado o juízo competente,
será designada nova data para realização da audiência de conciliação.
Há conflito de competência quando:
a) Se 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
b) Se 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a
competência;
c) Entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de
processos.
ATENÇÃO: O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o
conflito, salvo se a atribuir a outro juízo.
INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA
O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob
pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das
custas, conforme prevê o art. 293 do CPC.
O autor será devidamente intimado, para que no prazo de 5 dias, se manifeste sobre tal
preliminar, devendo o juiz, no prazo de 10 dias, sem suspender tal processo, fixe o valor da
causa.
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ATENÇÃO: Para que se fixe o valor da causa, faz necessário mencionar os critérios
que estão no art. 293 do CPC.
INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL
O autor deve respeitar os requisitos formais previstos em lei para a elaboração da sua petição
inicial, visto que o desrespeito às suas formalidades da petição inicial acarreta a inépcia. Caso juiz
não determine o indeferimento na análise inicial do processo, o réu poderá alegar a inépcia da
petição inicial como defesa processual preliminar na sua contestação.
O art. 330 do CPC traz o rol de motivos pelo qual a petição inicial será inepta. Vejamos:
a) Quando lhe faltar pedido ou causa de pedir;
b) O pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido
genérico;
c) Da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
d) Contiver pedidos incompatíveis entre si.
Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de
financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na
petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de
quantificar o valor incontroverso do débito.
ATENÇÃO: o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo
contratados.
CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM
Caso haja compromisso arbitral ou cláusula compromissória, o momento adequado para se
alegar sua existência é na preliminar de contestação, sob pena de aceitação da jurisdição
estadual e, por consequência, renúncia do juízo arbitral (§ 6º, art. 337, CPC).
Lembrando que o juiz não pode conhecer de ofício a convenção de arbitragem, pois é nulidade
relativa e não absoluta.
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INDEVIDA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O momento de impugnar a decisão concessiva da gratuidade de justiça, segundo a regra do CPC,
é durante a preliminar de contestação.
AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE OU DE INTERESSE PROCESSUAL
A ausência da legitimidade das partes e a falta do interesse de agir devem ser arguidas em
preliminar de contestação.
ILEGITIMIDADE DO RÉU
O art. 339 do CPC é claro ao afirmar que é possível o réu alegar sua ilegitimidade, indicando o
sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar
com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de
indicação.
O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição
inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338.
No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como
litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
O Código de Processo Civil permite que o autor possa substituir o réu, caso esse alegue ser parte
ilegítima no processo, uma vez que a legislação entende tratar-se de mera correção do polo
passivo da demanda, não de uma intervenção de terceiro.
Ao alegar a sua ilegitimidade no processo, o réu permite ao autor que o substitua pela parte
legítima no polo passivo da demanda, alterando a petição inicial no prazo de 15 dias (art. 338 do
CPC).
Segundo o CPC, é incumbência do réu o ônus de indicar o sujeito passivo adequado da relação
jurídica, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos
decorrentes da falta de indicação (art. 339, caput, CPC).
Poderá o autor optar pela alteração da inicial não para excluir o réu e colocar outro, mas para
incluir um novo réu, ou seja, para criar um litisconsórcio passivo em momento posterior.
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O autor também pode incluir um novo réu na demanda quando houver, por exemplo, um
responsável solidário (art. 275, CC/02), que também responde pela dívida. Então, o autor pode
optar por incluí-lo no polo passivo da demanda sem excluir o outro réu.
IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DO RÉU
O ônus da impugnação específica ao réu, conforme previsto no art. 341 do CPC, impõe ao réu a
obrigação de impugnar especificadamente cada um dos fatos trazidos pelo autor, sob pena de
serem presumidos verdadeiros, salvo se:
a) A Petição Inicial, não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da
substância do ato;
b) Estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto;
O defensor público, o advogado dativo e o curador especial NÃO se sujeitam ao ônus da
impugnação especificada dos fatos (art. 341, parágrafo único, do CPC).
ADITAMENTO DA CONTESTAÇÃO
O art. 342 do CPC estabelece as hipóteses em que o réu poderá aditar a sua contestação,
podendo trazer novas defesas que não apresentou no momento oportuno.
Depois da contestação, só poderão ser alegados novos fatos ou novas matérias de defesa em
casos excepcionais, ou seja, em caso de fato ou de direito superveniente.
Quando as matérias forem de ordem pública o réu também poderá alegá-las em momento
posterior á contestação. A lei também pode prever que determinadas matérias sejam alegadas a
qualquer tempo e grau de jurisdição.
RECONVENÇÃO
A reconvenção (art. 343 do CPC) é a modalidade de resposta do réu onde ele formula, no mesmo
processo, outra ação contra o autor. Trata-se do contra-ataque do réu em face do autor.
Conforme menciona a lei, na contestação é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar
resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
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A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não
obsta ao prosseguimento do processoquanto à reconvenção.
A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro, bem como, poderá ser proposta pelo
réu em litisconsórcio com terceiro.
Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de direito em face do
substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de
substituto processual.
O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.
No CPC, o réu apresentará as defesas preliminares, a defesa de mérito na contestação e vai
abrir um novo tópico para a reconvenção na mesma peça. Na reconvenção, o réu fará seu pedido
em face do autor, exercerá sua pretensão em relação ao autor.
Para que a reconvenção seja apresentada com a contestação, alguns requisitos devem ser
observados:
1) Existência de uma causa pendente: a causa que o autor propõe contra o réu (só há
reconvenção se houver uma causa inicial do autor contra o réu);
2) Obediência ao prazo de resposta: no CPC/1973, a reconvenção era uma peça
autônoma, apartada da contestação. No CPC, a reconvenção deve ser apresentada na
mesma peça da contestação e no mesmo prazo. A previsão de apresentação da
reconvenção no mesmo prazo da contestação já existia no CPC/73 (15 dias, em regra).
3) Competência do juízo: o mesmo juízo que julgará a ação principal deve ser competente
para julgar a reconvenção. Então o réu, ao apresentar a sua reconvenção, deve
verificar se aquele juízo (da mesma ação a qual ele está vinculado) é competente para
julgamento do seu pedido. Em caso de divisão de competência absoluta, neste caso,
não será possível a reconvenção.
4) Compatibilidade de procedimento: considerando que as duas ações vão tramitar em
conjunto, é fundamental que os seus procedimentos sejam compatíveis. Se houver
procedimentos diversos, que eles possam tramitar pelo procedimento comum. Caso
contrário, não será possível ao réu apresentar reconvenção e ele terá que propor uma
ação autônoma.
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5) Conexão: deve haver uma afinidade de questões nas duas ações (entre a ação
proposta pelo autor e a ação proposta pelo réu), pois as duas vão tramitar em conjunto
e serão julgadas na mesma decisão. O CPC determina que os pedidos do réu em face
do autor devem ser conexos com a ação principal ou com os fundamentos de defesa.
6) Interesse processual do réu: é um dos pressupostos processuais e, segundo parte da
doutrina, o interesse processual é uma condição da ação e, portanto, seria também
condição da reconvenção.
7) Cabimento: é necessário que haja o cabimento da reconvenção naquele procedimento.
Há procedimentos, como nos Juizados Especiais Cíveis (JECs) em que a lei prevê o
pedido contraposto, não prevê o cabimento da reconvenção. Assim, compete ao réu
verificar se a legislação prevê, como cabível, a propositura da reconvenção.
8) Pagamento das despesas (se houver): aos Tribunais compete disciplinar sobre as
custas da reconvenção.
ATENÇÃO: A contestação NÃO é requisito (pressuposto) da reconvenção (§ 6º do
art. 343 do CPC). O réu pode apresentar uma petição apenas com a reconvenção,
sem que haja necessidade de contestar os fatos narrados pelo autor.
A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro. A reconvenção pode ser proposta pelo
réu em litisconsórcio com terceiro.
AMPLIAÇÃO SUBJETIVA DA LIDE
O CPC permite a ampliação subjetiva da lide, ou seja, a reconvenção poderá ser proposta
contra o autor e contra terceiro (art. 343, § 3º). O réu poderá reconvir em face do autor e de
mais alguém estabelecendo um litisconsórcio passivo na reconvenção.
O § 4º do art. 343 do CPC permite ao réu reconvir em litisconsórcio com terceiro. Neste caso,
ao apresentar o seu contra-ataque, o réu poderá trazer uma terceira pessoa para a relação
jurídica (um terceiro) que também fará pedido em face do autor.
O CPC também se preocupa com a ampliação subjetiva da lide no caso de uma substituição
processual (art. 18 do CPC), ou seja, quando o autor está no processo como substituto
processual de outra parte. A regra é que cada parte faça pedido em nome próprio, mas,
excepcionalmente, alguém pode ir a juízo pleitear em nome próprio direito alheio (substituição
processual).
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Neste caso, o réu deve afirmar que é titular de um direito em face do substituído (aquele que não
está no polo passivo, mas que é o titular do direito) e essa reconvenção terá que ser proposta
contra o autor também na qualidade de substituto processual. Então, permanecerá a substituição
processual, mas o réu terá que ter direito em face do substituído.
DESISTÊNCIA OU EXTINÇÃO DA AÇÃO PRINCIPAL
A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não
obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção, conforme prevê o art.343, §2º do
CPC.
REVELIA
A revelia, prevista nos arts. 344 a 346 do CPC, trata-se da hipótese em que o réu não contesta a
ação, considerado-o revel e tornando-se presumidas verdadeiras as alegações de fato formuladas
pelo autor.
EFEITOS DA REVELIA
A revelia possui alguns efeitos:
1) Presunção de veracidade dos fatos alegados na petição inicial: em regra, se o réu silencia,
se não apresenta defesa, serão presumidos verdadeiros os fatos alegados pelo autor.
Existe a possibilidade de mitigação dos efeitos da revelia.
2) Fluência dos prazos a partir da publicação: ao ser revel, o réu não será mais intimado
(caso não tenha advogado constituído nos autos) dos atos processuais e os prazos vão
fluir a partir da publicação deles no órgão oficial.
3) Preclusão para o réu na alegação de algumas defesas: algumas defesas não poderão mais
ser arguidas caso o réu não se manifeste no prazo previsto.
4) Possibilidade de julgamento antecipado da causa se ocorrer a presunção ou a confissão
ficta: se ocorrer a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, pode-se dar o
julgamento antecipado da lide, pois não haverá necessidade de se produzir outras provas
além daquelas já produzidas no processo (não haverá necessidade de abertura da fase
instrutória).
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mailto:atendimento@provadaordem.com.br
APOSTILA
Processo Civil - Volume 2 | 6ª ed.
Os efeitos da revelia podem ser mitigados, conforme determina o art. 345 do CPC, se:
1) Havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação: a defesa será aproveitada em
benefício dos demais litisconsortes.
2) O litígio versar sobre direitos indisponíveis: se o réu não puder se manifestar
expressamente renunciando àquele direito, não se pode concluir que ele, de forma tácita,
possa confessar sobre os fatos relativos àquele direito.
3) A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável
à prova do ato: a prova de determinados atos não poderá ser feita a partir da confissão
ficta, mas somente com a apresentação deste documento. Então, mesmo que haja a
revelia, ou seja, que o réu não apresente contestação, o fato não será considerado
verdadeiro se o autor não trouxer aos autos do processo o documento que a lei exija como
prova do ato.
4) As alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em
contradição com prova constante dos autos: se os fatos trazidos pelo autor não forem
plausíveis ou estiverem em contradição com uma prova que o próprio autor juntou nos
autos do processo, o juiz não os considerará verdadeiros.
Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato
decisório no órgão oficial. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no
estado em que se encontrar.
6. ÔNUS DINÂMICO DA PROVA
Conforme menciona o art. 373 do CPC, toda vez que houver a interposição de uma lide, o ônus
da prova

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