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Resumo
O nervo trigêmeo é o quinto par de nervo craniano, responsável pela inervação da fronte, face, 
regiões laterais da cabeça e porção mais superior do pescoço. Desempenha função sensitiva e 
motora dessas regiões e é dividido em três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular. Sua 
importância é evidente devido ao seu papel na transmissão de sensações (táteis, térmicas e 
dolorosas) e movimentos essenciais para o cotidiano. Entretanto, esse nervo pode ser 
acometido pela neuralgia do trigêmeo, condição caracterizada por dor intensa, prejudicando as 
atividades sociais, físicas e psicológicas da pessoa afetada. (Bendtsen et al., 2020)
A neuralgia do trigêmeo é descrita como condição dolorosa de intensidade severa, semelhante a 
choque elétrico, de curta duração, podendo ocorrer em um ou mais ramos do nervo, 
desencadeada por toque na face, escovação dos dentes e ativação dos músculos mastigatórios 
e faciais durante a fala e a alimentação. 
Tai e Nayar (2019) relatam que essa patologia já foi conhecida como “doença suicida” devido a 
sua gravidade e morbidade.
A neuralgia do trigêmeo tem um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. A dor 
pode levar a uma série de consequências negativas, incluindo depressão, ansiedade e 
isolamento social (Florêncio et al., 2022). Os pacientes frequentemente relatam dificuldades em 
realizar atividades diárias, como falar, comer e escovar os dentes, devido ao medo de 
desencadear um episódio doloroso (Siqueira et al., 2020). A falta de sono e a constante 
antecipação da dor podem resultar em fadiga crônica e redução da capacidade de 
concentração, afetando o desempenho no trabalho e nas interações sociais
O seu tratamento envolve uso de antiepilépticos como a carbamazepina e a oxcarbazepina, que 
são medicamentos de primeira escolha, mas devido aos seus efeitos colaterais, podem ser 
pouco tolerados pelos pacientes. (Xiromerisiou et al, 2023). muitos pacientes não respondem 
adequadamente a esses tratamentos ou apresentam efeitos colaterais intoleráveis, como 
tontura, fadiga e reações alérgicas. Tereshko col. (2024) afirmam que quase 90% dos pacientes 
apresentam alívio inicial da dor, mas 40% apresentam eventos adversos significativos, 
determinando a suspensão do medicamento. Nesse contexto, a toxina botulínica surge como 
uma alternativa de tratamento complementar promissora. 
A toxina Botulínica, popularmente conhecida como botox, Ela foi descoberta no século 19, mas 
somente em 1970 foi usada clinicamente para tratar estrabismo e blefaroespasmo (Kayani et al, 
2022). Desde então vem sendo amplamente utilizada, principalmente na área estética da 
odontologia, para harmonização orofacial, promovendo relaxamento muscular da área de 
aplicação por meio da liberação da acetilcolina das junções neuromusculares. Todavia, estudos 
recentes comprovam sua eficácia na diminuição de percepção da dor pelo sistema nervoso, 
podendo ser usada como um tratamento complementar em casos de Neuralgia do Trigêmeo. 
Comparada aos tratamentos farmacológicos tradicionais, a Toxina Botulínica oferece uma 
abordagem menos invasiva com menor risco de efeitos colaterais sistêmicos. Enquanto os 
medicamentos como a carbamazepina e a oxcarbazepina podem causar diversos efeitos 
adversos significativos, ela permite uma administração localizada e direcionada, melhorando a 
adesão do paciente e sua qualidade de vida.

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