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��������� �� ���� ��������������� ������� ��� ���������� �� ���� � ��������� ��� ��������� ���� ������������������������� �� ���� �������������� ��� ���������� �� ���� ������� ���������� ������������ ���������� �� ��!���������"�����#�� ��� ���������� �� "����������� $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$� � © Organização Ciências e Cognição 19 Ciências e Cognição 2012 – II Encontro Ciências e Cognição Atividade: IV Seminário Ciências e Cognição: Neurociências Aplicadas à Educação Seção: Neuroeducação e Desenvolvimento Palestra [Trabalho completo] Para citação (APA): Mousinho, R. & Martins, P. (2012). Leitura, Escrita e Dislexia: questões e desafios contemporâneos [Trabalho Completo]. Em: Ciências e Cognição 2012, Anais do II Encontro Ciências e Cognição (online). Rio de Janeiro: Ciências e Cognição. Disponível em: http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/ecc Leitura, Escrita e Dislexia: questões e desafios contemporâneos Reading, Writing and Dyslexia: contemporary issues and challenges Renata Mousinho e Priscila S. Martins Projeto ELO: escrita, leitura e oralidade, Faculdade de Medicina, Departamento de Otorrini/Oftalmo, Graduação em Fonoaudiologia, Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, Rio de janeiro, Brasil. Resumo: As dificuldades na leitura e escrita determinam prejuízos significativos, muitas vezes persistentes, no desempenho escolar. A detecção e a intervenção precoces nos Transtornos da Aprendizagem – incluindo a dislexia - visam reduzir o impacto negativo em termos educacionais, sociais e emocionais. Para tanto, é fundamental que o processo de leitura típico e seus desvios sejam compreendidos enquanto questões complexas que necessitam um olhar multidisciplinar, incluindo seus aspectos, biológicos, cognitivos e clínicos. O presente trabalho pretende discutir a Dislexia dentro do contexto científico atual, destacando algumas das mudanças mais recentes nos campos conceitual, clínico e neurobiológico. Palavras-chave: aprendizagem; cérebro; dislexia; escrita; leitura Abstract: Reading and writing difficulties lead to significant, frequently persistent, damage in academic performance. Early detection and intervention in Learning Disorders – including dyslexia – aim to reduce the negative impact in terms of academic, social and emotional outcomes. To accomplish that, it’s crucial to understand typical reading and it’s deviations as a complex and multidisciplinary issue, including the biological, cognitive and clinic aspects. The present work intends to discuss Dyslexia regarding the current scientific context, highlighting some of the most recent changes in the conceptual, clinical and neurobiological fields. Keywords: brain, dyslexia; learning, reading, writing. ��������� �� ���� ��������������� ������� ��� ���������� �� ���� � ��������� ��� ��������� ���� ������������������������� �� ���� �������������� ��� ���������� �� ���� ������� ���������� ������������ ���������� �� ��!���������"�����#�� ��� ���������� �� "����������� $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$� � © Organização Ciências e Cognição 20 Leitura, Escrita e Dislexia A criação de um sistema de linguagem escrita representou uma grande vantagem evolutiva para a espécie humana, transformando sua interação com o conhecimento. De fato, a leitura continua exercendo um papel crucial na sociedade, sendo uma ferramenta de acesso a inúmeras possibilidades. Segundo os resultados do último Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA, 2009), há uma importante correlação entre o desempenho em leitura dos alunos e o grau de desenvolvimento social, cultural e econômico de um país (http://www.pisa.oecd.org). O Brasil, apesar da melhora progressiva dos resultados, ainda se encontra muito abaixo da média internacional nesta avaliação (http://portal.inep.gov.br), além de apresentar uma taxa de analfabetismo ainda expressiva (9,8%,chegando a 28% em alguns municípios), segundo o IBGE (http://www.ibge.gov.br). Entender como o cérebro processa a leitura vai além de um interesse puramente científico. Os motivos para o insucesso no aprendizado da leitura são diversos, até porque o processo ensino-aprendizagem é multifatorial. Entretanto, uma parte dos escolares pode ter dislexia, o que, em línguas transparentes como o Português do Brasil, pode corresponder a 5% da população. Eles chamam atenção por se tratarem de crianças inteligentes, que apresentam a leitura discrepante de seu desempenho global. A leitura, assim como da escrita que é uma tarefa ainda mais complexa, mantêm falhas persistentes, normalmente presentes em leitores/escritores debutantes (Mousinho, 2011). Dislexia é, portanto, um dos vários tipos de Transtornos do Aprendizado. “Trata-se de uma dificuldade específica de linguagem, de origem constitucional, caracterizada por dificuldades na decodificação de palavras isoladas, normalmente refletindo insuficiência do processamento fonológico. Estas dificuldades na decodificação de palavras isoladas são muitas vezes inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas e acadêmicas; não são o resultado desenvolvimento generalizado de incapacidade ou deficiência sensorial. Dislexia é manifestada por dificuldades linguísticas variadas, incluindo, normalmente, para além das alterações de leitura, um problema com a aquisição da proficiência da escrita e da soletração.” (Lyon, Shaywitz & Shaywitz, 2003). A leitura pode ser feita através de duas rotas. Nas fases iniciais da alfabetização, cada segmento da palavra é decodificado (rota fonológica), e na medida em que este processo se automatiza, as palavras inteiras são reconhecidas visualmente (rota lexical). A rota lexical permite uma leitura fluente e sem esforço, porém utilizamos necessariamente a rota fonológica quando estamos diante de uma palavra não conhecida - não registrada no léxico (Dehaene, 2012; Shaywitz, 2008a). O processamento dessas informações em sujeitos disléxicos fica prejudicado, na maior parte das vezes na rota fonológica, que dificultauma leitura fluente e precisa, que permita interpretar um texto lido de forma tão competente quanto o faz na linguagem oral. Essa dificuldade na interpretação de textos lidos pode afetar toda a escolaridade, extrapolando os limites da língua portuguesa para as demais disciplinas. Pesquisadores expoentes na área resumiram algumas das descobertas mais importantes da pesquisa da Dislexia nas últimos quatro décadas. As evidências sugerem que, na maioria dos casos, ��������� �� ���� ��������������� ������� ��� ���������� �� ���� � ��������� ��� ��������� ���� ������������������������� �� ���� �������������� ��� ���������� �� ���� ������� ���������� ������������ ���������� �� ��!���������"�����#�� ��� ���������� �� "����������� $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$� � © Organização Ciências e Cognição 21 déficits nas habilidades fonológicas associadas a déficits na codificação fonológica são as prováveis causas do distúrbio, e não alterações de ordem visual, semântica, ou déficits sintáticos, apesar de dificuldades de leitura, em algumas crianças, poderem estar associadas a outros déficits de linguagem. A hipótese de distúrbios nas habilidades de aprendizagem em geral (por exemplo, atenção, associação, aprendizagem, transferência cross-modal, etc.) e déficits sensoriais de baixo nível têm fraca validade como fatores causais no Transtorno Específico de Leitura (Vellutino, Fletcher, Snowling & Scanlon, 2004). Pelas razões supracitadas, em cada faixa etária há sinais que podem ser sugestivos de dislexia. Antes da escolarização formal, por exemplo, é possível que haja atraso de linguagem, palavras pronunciadas incorretamente, persistência de fala infantilizada, dificuldade emnomeação ou em aprender e se lembrar os nomes das letras, bem como falha em entender que palavras podem ser divididas (jogos com sílabas, rimas). No início da escolarização formal pode haver dificuldade de alfabetização, leitura realizada sob esforço, sem automatismo, entrecortada, com pouca entonação, tropeços e adivinhações de palavras. E a escrita pode revelar um número acima do esperado de omissões, trocas, inversões de grafemas (Exemplos: trocas como p/b,t/d, K/g, f/v, s/z, x/j; inversões como paria por praia, omissões como trita por trinta), além de dificuldades para se expressar pelo sistema escrito. Com o avançar da escolaridade, os desafios podem ser o aprendizado de outros idiomas, em ler legendas, um processamento mais lento que os pares, prejudicando compreensão (nesta fase mais visível na leitura silenciosa). Na escrita há persistência de falhas ortográficas, além de dificuldade na organização e elaboração de textos escritos (Mousinho, 2011). O cérebro leitor A escrita nasceu há aproximadamente 5.400 anos entre os babilônicos, sendo, portanto, um evento relativamente recente. Para que esta habilidade fosse assimilada e mantida na espécie humana, o cérebro precisou se ajustar rapidamente às demandas desta sofisticada tarefa, integrando áreas visuais e linguísticas. A “Hipótese da Reciclagem Neuronal” defende que a leitura usa circuitos cerebrais previamente existentes, uma vez que uma rede específica não poderia ter sido criada em tão pouco tempo (Dehaene, 2012; Dehaene, 2010). Por partir de um estímulo visual, parece bastante lógico que a leitura ative inicialmente as áreas do cérebro relacionadas com esta modalidade sensorial. Em 1892, o neurologista francês Dejérine já havia descrito lesões posteriores no hemisfério esquerdo em um paciente que anos antes havia apresentado súbita “cegueira para as palavras” (hoje denominada alexia), sugerindo a existência de uma região especializada no córtex visual (Dehaene, 2012; Dehaene, 2010; Shaywitz & Shaywitz, 2008a). Técnicas eletrofisiológicas e posteriormente de imagem foram usadas para estudar in vivo este fenômeno e confirmaram a existência de uma região fundamental para a análise visual das palavras (occipto-temporal esquerda), que depois ficou conhecida como Visual Word Form Area (Dehaene, 2012; Dehaene, 2012). Embora esta denominação não seja um consenso, a importância desta região para a leitura fluente (rota lexical) é respaldada pela literatura de forma consistente (Shaywitz & Shaywitz, 2008a). Um grupo da Yale University, que utiliza Ressonância Magnética Funcional (RMf), tem comparado os padrões de ativação cerebral de leitores típicos ��������� �� ���� ��������������� ������� ��� ���������� �� ���� � ��������� ��� ��������� ���� ������������������������� �� ���� �������������� ��� ���������� �� ���� ������� ���������� ������������ ���������� �� ��!���������"�����#�� ��� ���������� �� "����������� $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$� � © Organização Ciências e Cognição 22 com portadores de dislexia do desenvolvimento. Este grupo vem confirmando achados anteriores sobre a participação de regiões parieto-occipitais do hemisfério esquerdo, principalmente na leitura segmentada (rota fonológica), e esta ativação teria relação com recrutamento de circuitos atencionais (Shaywitz & Shaywitz, 2008a). A importância da Área de Broca na linguagem não parece se restringir ao aspecto motor (articulação), sendo importante também na leitura silenciosa e nas tarefas de nomeação. O grupo coordenado por Shaywitz (2002) encontrou um padrão atípico de ativação cerebral em pacientes disléxicos que ficou conhecido como “assinatura neural da dislexia”, com hipoativação das regiões posteriores à esquerda e hiperativação compensatória da região frontal e occipito-temporal direitas. Embora tenha analisado grupos com centenas de sujeitos, estes achados ainda são questionados. No Brasil, um trabalho utilizando SPECT em pacientes disléxicos encontrou hipoperfusão das regiões relacionadas com leitura e escrita (Arduini, Capellini & Ciasca, 2006). Interessantes estudos utilizando neuroimagem e dados neuropsicológicos têm objetivado também avaliar o prognóstico e os efeitos cerebrais dos programas de intervenção nos pacientes disléxicos, abrindo um promissor campo de pesquisa. (Hoeft, 2011; Gabrieli, 2009). Como a ciência é um processo dinâmico e contínuo, apesar das fascinantes descobertas, algumas dúvidas permanecem. Uma delas se refere ao impacto das diferenças nos sistemas de escrita (alfabético ou não-alfabético, regularidade da língua etc.). Embora os mecanismos cerebrais da leitura compartilhem características universais, a validade da generalização dos achados em uma língua para outra requer cautela (Dehaene, 2012; Hu, 2010). Outro ponto polêmico se refere à possibilidade de haver um “custo” funcional como consequência do aprendizado da leitura escrita. Segundo a Teoria da Reciclagem Neuronal, haveria uma competição pela utilização de circuitos, podendo haver redução da eficiência em alguma habilidade pela invasão de outra. Um trabalho demonstrou, por exemplo, que adultos não alfabetizados seriam mais eficientes em tarefas de reconhecimento de faces (Dehaene, 2012). Questões e desafios contemporâneos O DSM V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Academia Americana de Psiquiatria - 5ª versão), com lançamento previsto para 2013 (www.dsm5.org), incorporou importantes mudanças, refletindo o avanço científico no entendimento destes transtornos. A criação de uma nova categoria denominada “Transtornos do Neurodesenvolvimento”, em substituição a “Transtornos Geralmente Diagnosticados pela Primeira Vez na Infância ou na Adolescência” (APA, 2000) traduz uma maior clareza sobre a etiologia e evolução das dificuldades relacionadas ao desenvolvimento. Esta nova classificação permitiu ainda a entrada neste grupo de transtornos até então pertencentes a outras categorias, englobando atualmente os “Transtornos do Desenvolvimento Intelectual”, “Transtornos da Comunicação”, “Transtornos do Espectro Autista”, “Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade”, “Transtornos da Aprendizagem” e os “Transtornos Motores” (Andrews, Pine, Hobbs, Anderson & Sunderland, 2009). A categoria “Transtornos da Aprendizagem” inclui o “Transtorno da Aprendizagem”, a “Dislexia”, a “Discalculia” e o “Transtorno da Expressão Escrita”. O “Transtorno da Aprendizagem”, atualmente definido como um grupo no qual há inesperada dificuldade em habilidades acadêmicas básicas -leitura, escrita e aritmética- não era contemplado pelo DSM IV. Crianças com as características descritas eram ��������� �� ���� ��������������� ������� ��� ���������� �� ���� � ��������� ��� ��������� ���� ������������������������� �� ���� �������������� ��� ���������� �� ���� ������� ���������� ������������ ���������� �� ��!���������"�����#�� ��� ���������� �� "����������� $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$� � © Organização Ciências e Cognição 23 classificadas sob o rótulo de “Transtornos da Aprendizagem Sem Outra Especificação”, uma subcategoria inespecífica e muito heterogênea, certamente superestimada na versão classificatória anterior. A nova versão do DSM torna oficial o termo “Dislexia”, em substituição a “Transtorno Específico da Leitura”, reconhecendo a importância do seu uso em nível internacional. Cabe ressaltar algumas das mudanças nos critérios de definição. Como dificuldades centrais da Dislexia, e, portanto, os melhores indicadores diagnósticos, estão as falhas de fluência e precisão da leitura, discrepantes da idade e do nível intelectual. Para o adulto a fraca fluência de leitura foi o ponto ressaltado (Bashir & Hook, 2009; Share, 2008; Shaywitz et al 2008b; Shaywitz et al., 2003). A ênfase dada à fluência na leitura – e não à compreensão- naclassificação atual demonstra ainda maior clareza quanto ao aspecto central do transtorno, tendendo a agrupar os pacientes disléxicos dentro de padrões mais homogêneos. A perspectiva dimensional e a estreita relação entre as diferentes habilidades linguísticas não devem ser, no entanto, negligenciadas (Snowling & Hulme, 2012). Também foi destacado o fim do critério relativo à discrepância entre QI e desempenho em leitura. Na versão anterior do DSM, uma testagem psicometrica com valor normal era obrigatória, sendo aceito apenas excepcionalmente o diagnostico de Transtorno Específico de Leitura em crianças limítrofes ou com QI inferior. Entretanto, esta restrição passou a ser questionada a partir verificação de crianças nesta situação, que ainda assim apresentavam níveis de leitura discrepantes do seu desempenho global. Este fato foi posteriormente respaldado por diversas pesquisas, tornando o referido critério inconsistente. Alguns trabalhos usando imagem funcional vêm mostrando, por exemplo, que em paciente disléxicos, a ativação cerebral mostra padrões bastante semelhantes, independente da faixa de QI (Ferrer, Shaywitz, Holahan, Marchione & Shaywitz , 2010). Embora a abordagem dimensional dos transtornos mentais venha sendo enfatizada pela comunidade científica, um sistema classificatório tem como objetivo delimitar de forma clara e precisa os diferentes transtornos. Em alguma medida, este instrumento deve tornar categorial algo que parece dimensional em sua natureza, havendo necessidade de lançar mão de critérios muitas vezes arbitrários. As críticas e as limitações deste ou outros métodos classificatórios – seja em contexto clínico ou acadêmico- são consequências inevitáveis do processo. As variáveis envolvidas no processo de leitura e escrita são muitas. Uma educação negligente traz prejuízos importantes ao desenvolvimento escolar. Portanto a tendência atual, com base em trabalhos científicos, é a proposta de RTI (Response to Intervention). Nesta perspectiva, os programas de resposta à intervenção que foquem seus objetivos em habilidades cognitivo-linguísticas apresentam dois objetivos concomitantes: 1-minimizar o impacto dos entraves na leitura e na escrita de crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem ou dislexia, 2- esclarecer o diagnóstico, ou seja, a não resposta a um programa específico explicitaria um Transtorno do Aprendizado, e não um atraso devido a questões ambientais. Essa, por sua vez, seria um forte indicador para dislexia, sendo necessário o encaminhamento para uma avaliação interdisciplinar para o esclarecimento diagnóstico. Há diversas críticas a este modelo (Reynolds & Shaywitz, 2009) e novas propostas surgem visando utilização de critérios mais científicos e adequados (Compton, Fuchs, Fuchs, Bouton, Gilbert, Barquero, Cho & Crouch, 2010). Apesar disso, o uso de avaliações sistemáticas e objetivas acopladas a programas de reforço ��������� �� ���� ��������������� ������� ��� ���������� �� ���� � ��������� ��� ��������� ���� ������������������������� �� ���� �������������� ��� ���������� �� ���� ������� ���������� ������������ ���������� �� ��!���������"�����#�� ��� ���������� �� "����������� $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$� � © Organização Ciências e Cognição 24 para grupos de alunos em dificuldade escolar têm mostrado excelentes resultados (Mousinho e Correa, 2011), podendo representar um interessante caminho para a Educação. Agradecimento Projeto apoiado pelo Instituto ABCD Referências Bibliográficas American Psychiatry Association (APA, 2000): Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fourth Edition. Washington, DC. Andrews, G., Pine, D.S., Hobbs, Anderson, T.M. & Sunderland, M. (2009). 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E-mail: priscila.neuro@gmail.com