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CORREIOS Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos Agente de Correios – Carteiro Conhecimentos Gerais Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da editora Nova Concursos. Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações. Dúvidas www.novaconcursos.com.br/contato sac@novaconcursos.com.br Obra CORREIOS – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos Agente de Correios – Carteiro Autores CONHECIMENTOS GERAIS • Daniel Bittencourt, Jean Talvani, Vitor Augusto Grimaldi e Zé Soares Edição: Outubro/2024 ISBN: 978-65-5451-403-3 SUMÁRIO CONHECIMENTOS GERAIS ..............................................................................................5 NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA ............................................................................................... 5 LOCALIZAÇÃO ....................................................................................................................................................5 ORIENTAÇÃO: PONTOS CARDEAIS ...................................................................................................................6 LATITUDE, LONGITUDE E ALTITUDE .................................................................................................................7 COORDENADAS GEOGRÁFICAS ........................................................................................................................8 REPRESENTAÇÃO: LEITURA E CONVENÇÕES .................................................................................................9 LEGENDAS .........................................................................................................................................................13 ESCALA .............................................................................................................................................................15 ASPECTOS FÍSICOS DO BRASIL E MEIO AMBIENTE ...................................................................... 18 GRANDES DOMÍNIOS DE CLIMA, VEGETAÇÃO, RELEVO E HIDROGRAFIA: ECOSSISTEMAS .....................18 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO ............................................................................................ 26 ATIVIDADES ECONÔMICAS, MODERNIZAÇÃO E CONFLITOS ......................................................................26 PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA, COMÉRCIO MUNDIAL DE ALIMENTOS, A QUESTÃO DA FOME, GLOBALIZAÇÃO E CIRCULAÇÃO .....................................................................................................................34 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO: ATIVIDADES ECONÔMICAS, EMPREGO E POBREZA ....................40 REDE URBANA ..................................................................................................................................................46 REGIÕES METROPOLITANAS ..........................................................................................................................47 DINÂMICA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA ....................................................................................... 48 FLUXOS MIGRATÓRIOS, ÁREAS DE CRESCIMENTO E DE PERDA POPULACIONAL ....................................48 FORMAÇÃO TERRITORIAL E DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA (ORGANIZAÇÃO FEDERATIVA) ...................................................................................................................................... 58 C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 5 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. CONHECIMENTOS GERAIS NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA LOCALIZAÇÃO A cartografia é uma técnica de produção sistemática de mapas originária da região da Mesopotâmia. A primeira representação cartográfica data aproximadamente do século 23 a.C.; essa origem está ligada à necessidade de apresentar a outras pessoas um espaço desco- nhecido. Por ser a região da Mesopotâmia a localidade onde surgiram os primeiros grupos sociais organizados em sociedades, a criação da cartografia nesse local foi uma questão de necessidade. O aprimoramento das técnicas de produção ocorreu junto à intensificação do uso. Um mapa, além de representar um espaço, pode conter diversas informações; por esse motivo, é necessário ler corretamente suas informações. O título (quando houver) é o ponto de partida; em seguida, deve-se ler a legenda, que se trata de um pequeno quadro normalmente disposto nas extremidades inferior ou superior do mapa, contendo as informações que o mapa transmite; para isso, podem ser utilizados símbo- los, cores, ou a combinação de ambos. Um mapa deve ser uma reprodução proporcional fiel ao tamanho do espaço represen- tado; para ser possível realizar a conversão das distâncias no mapa para o distanciamento verdadeiro no espaço físico, há a necessidade do uso da escala cartográfica, representando o tamanho da redução do espaço originário em relação ao mapa. Um mapa necessariamente deve conter um ponto de orientação — preferencialmente, uma rosa dos ventos com pontos cardeais ou minimamente o Norte geográfico. Esse último não possui relação com a parte superior do mapa, pois os pontos cardeais representam dire- ções no plano superficial do planeta, ou seja, representam direcionamentos na horizontal; logo, o posicionamento norte pode ser representado na porção superior, inferior, laterais e diagonais. Vale lembrar que a cartografia não é apenas uma representação de espaço com uso exclu- sivo da Geografia; seu uso também é presente em disciplinas como história e sociologia. Órgãos governamentais também a utilizam para o desenvolvimento de políticas públicas. Até mesmo você, em seu cotidiano, faz uso dos conceitos cartográficos, por exemplo, ao uti- lizar a localização de um aplicativo celular ou acionar um GPS para se deslocar a um local desconhecido. São muitas as possibilidades do uso da cartografia, que auxilia as atividades cotidianas há muitos séculos; com a adição das tecnologias de georreferenciamento, a utilização se tornou mais simplificada e constante. 6 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. ORIENTAÇÃO: PONTOS CARDEAIS A rosa dos ventos é utilizada para sistematizar os direcionamentos realizados, seguindo parâmetros e permitindo a padronização. A localização norte geográfica é orientada pela estrela Polar, sua referência inicial. Essa localização pode também ser chamada de Setentrional ou Boreal. O sul geográfico é a antípoda do norte, ou seja, o ponto exatamente contrário; sua referên- cia é o Cruzeiro do Sul. Pode também ser chamado de Meridional ou Austral. O paralelo Linha do Equador, referência central, faz a separação entre os hemisférios norte e sul. O ponto Leste, também conhecido como Oriente, está localizado à direita em relação ao norte e ao sul. Sua referência astronômica é o nascer do Sol. À esquerda do norte e do sul, tem-se o ponto oeste, também chamado de Ocidente; seu ponto de referência é o pôr do Sol. Esses quatro direcionamentos compõem os pontos Cardeais, primeira face da rosa dos ven- tos, representados pelas siglas N (norte), S (sul), L (leste) e O (oeste). Quanto mais distante for o ponto de chegada em relação ao ponto de partida, maior será o intervalo entre os pontos cardeais, pois o ângulo entre eles é de 90º. Reduzindo esse grau de distanciamento, temos os pontos Colaterais, que são representa- dos pelos símbolos NE (nordeste), NO (noroeste), SO (sudoeste) e SE (sudeste). Esses pontos de orientação reduzem o intervalo em 45º. Por último, existem os pontos Subcolaterais, criando um intervalo ainda menor, de 22, 5º. Sua denominação é a combinação do ponto cardeal mais próximo junto ao colateral mais próximo, representadosde pessoas, a União Econômica, Política e Monetária estabelece a aborda- gem de políticas econômicas comuns para todo o bloco. Um exemplo de União Econômica, Política e Monetária é a União Europeia, considerado o bloco econômico de maior integração do mundo. Veja a seguir quais são os principais blocos econômicos do mundo: z Mercosul: o Mercado Comum do Sul é considerado o principal bloco econômico do hemis- fério sul. Foi fundado em 1991 através da assinatura do Tratado de Assunção, e tem como seus principais membros (signatários – fundadores) Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Posteriormente, ocorreu a entrada da Venezuela; outros países estão na condição de mem- bros associados (são países que têm vantagens comerciais, mas não as mesmas vantagens que os membros signatários, estabelecidas com a assinatura de acordos para estimular suas economias e trocas comerciais) como Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana e Suriname. Existem também os membros observadores (países que podem acompanhar as reuniões do bloco, o andamento das negociações, mas não têm direito de voto): México e Nova Zelân- dia. Em 1994, o bloco passou por uma reestruturação e deixou de ser um mercado comum, passando a ser uma União Aduaneira, com o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) que determina os valores das tarifas cobradas nas importações e exportações dos paí- ses intrabloco e extrabloco. Em 2018, as negociações entre os países fundadores totalizaram US$ 44 bi, valor equi- valente a quase dez vezes as trocas comerciais realizadas em 1991, ano em que o bloco foi oficializado. z União Europeia: foi efetivada em 1992, por meio da assinatura do Tratado de Maastricht, e é formada por vinte e sete países europeus. É o maior bloco do mundo em número de membros, volume de vendas e PIB. Seu processo de formação teve início ainda nos anos 1940, logo após o término da Segun- da Guerra Mundial, quando se formou o Benelux, formado apenas por Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Assim, o bloco passou por várias etapas de integração e assinaturas de acordos até chegar no estágio atual. A União Europeia passou por uma grave crise no ano de 2010, provocada por um descon- trole nas contas públicas de alguns de seus membros, com destaque para a situação caótica dos gregos. Recentemente, passou pela turbulenta saída de um de seus principais membros, a Grã- -Bretanha. O Brexit (nome dado ao processo de saída da Grã-Bretanha) teve início em 2016 e só se finalizou em 2020, ficando, porém, com decisões e impasses a serem ainda resolvidos. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 39 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z USMCA: esse novo acordo entre os três países da América do Norte foi criado em 2018 em substituição ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte (na sigla em inglês, NAF- TA). A proposta feita pelos Estados Unidos (principal economia do bloco) demorou a ser aceita pelos outros membros (Canadá e México). Esse bloco caracteriza-se como área de livre comércio, com destaque para a produção automobilística, eletrônicos e algumas atividades do setor primário, como o mercado lácteo do Canadá. z Outros blocos: Com menor expressividade, pode-se destacar, na Ásia, a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Há, ainda, a Aliança do Transpacífico, também asiática, mas com a presença de países de outros continentes, que acabou reformulada e transformada em Parceria Econômica Regional Abrangente (na sigla em inglês, RCEP), tornando-se o maior bloco comercial do mundo, tendo vista que a China está nele. Na África, temos a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC); na América do Sul temos a Comunidade Andina, formada por países andinos. É importante também destacar a formação da associação comercial dos países emergentes da economia mundial, no início deste século, denominada BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que estabeleceram importantes parcerias comerciais por vários anos. Porém, nos últimos anos, as relações têm se enfraquecido. Conflitos Étnicos e Migrações Internacionais Questões religiosas e ambientais, disputas territoriais, governos ditatoriais, dentre outras causas, são fatores que proporcionam a ocorrência de conflitos ao redor de todo o mundo. O mundo globalizado, iniciado após o término da Guerra Fria e da Velha Ordem Mundial, provocou a intensificação do choque de civilizações, aumentando assim a ocorrência de con- flitos em diversas partes do mundo. Os continentes africano e asiático foram palco dos mais violentos conflitos ocorridos no pós Segunda Guerra Mundial. Como destaque, pode-se citar: z a disputa entre judeus e palestinos pela Terra Santa no Oriente Médio; z o conflito entre chineses, indianos e paquistaneses pela região da Caxemira; z a instabilidade política nas nações africanas, com a ocorrência de guerras constantes por grupos rivais disputando poder; z a luta contra regimes políticos autoritários, como a Primavera Árabe, ocorrida há 10 anos em países do norte da África e do Oriente Médio – suas populações reivindicavam maior democracia, o que desencadeou uma onda de protestos que levou a uma guerra civil, como é o caso da Síria, além de uma crise humanitária em países como o Iêmen. A ocorrência desses conflitos provoca deslocamentos populacionais em massa, e nem sem- pre as pessoas que estão migrando fugindo de áreas de conflitos realizam esse processo em condições dignas. 40 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Por exemplo: a guerra da Síria, que ocorre como um dos desdobramentos da mal sucedida Primavera Árabe, já provocou o deslocamento forçado de mais de 22 milhões de pessoas, além dos deslocamentos que ocorrem por conta das guerras civis e disputas de poder no continente africano. O principal destino dos refugiados de guerra destas regiões é a Europa, que nos últimos anos vem adotando políticas mais rígidas de controle da entrada de imigrantes oriundos das regiões citadas acima. A passagem para a Europa ocorre através da travessia do Mar Mediterrâneo, que se tor- nou uma das mais mortais rotas de imigração do planeta, não pela distância entre os conti- nentes, mas por conta das péssimas condições nas quais os imigrantes realizam a travessia. Nos últimos seis anos, morreram mais de 20 mil pessoas. Não somente países dessas regiões estão na rota das migrações internacionais. Mesmo não havendo nenhum tipo de conflito entre Estados Unidos e México, a fronteira entre os dois países é vigiada tensa e permanentemente. Pessoas oriundas do Triângulo Norte da Améri- ca Central, principalmente de Honduras, Haiti e Guatemala, entram no território mexicano com o objetivo de chegar no território norte-americano; porém, quando chegam na fronteira entre os dois países, o sonho de muitas pessoas por melhores condições de vida é encerrado. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO: ATIVIDADES ECONÔMICAS, EMPREGO E POBREZA A formação do espaço geográfico pode ser definida com base nas relações de poder que são estabelecidas através dos diversos modos de produção e podem ser motivadas por fato- res sociais, políticos, econômicos internos e externos, condicionados ao longo do tempo. A formação de Estados com governos centralizados (fruto da aliança entre rei e burguesia) provocou a formação de um espaço geograficamente mais integrado. Nesse período, começa- va a articulação entre o modo de produção capitalista (alteração das relações servis por um sistema assalariado). A chegada dos colonizadores europeus na América provocou uma desorganização e uma desestruturação do espaço nativo aqui existente e a instalação de um processo de coloniza- ção de exploração, com total submissão política e econômica aos interesses da metrópole. Esse processo é conhecido como mercantilismo e foi oficializado através do Pacto Colonial, em que a colônia só podia estabelecer relações comerciais com sua respectiva metrópole. Sendo assim, esta mercantilização da produção provocou acriação de espaços geográ- ficos distintos, separados por uma hierarquia colonial, estabelecida pelo pacto citado anteriormente. Até os anos 30 do século XX, a economia brasileira foi predominantemente agroexporta- dora, com base na relação escravista de trabalho, que perdurou até 1888, quando houve a assinatura da Lei Áurea, que aboliu oficialmente a escravidão no país. O Brasil Colônia tinha como principal função servir como um complemento da economia da metrópole europeia. Aqui houve uma ocupação do litoral em maior escala em detrimento da ocupação das porções interiores do território no início da colonização, fato este que pro- porcionou desigualdades regionais que ainda podem ser observadas até os dias atuais. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 41 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. O sistema de plantation (latifúndios com a prática da monocultura de gêneros tropicais) pautava a macroeconomia nacional. Dessa forma, o Brasil constitui-se em um espaço geográ- fico periférico dentro do sistema de acúmulos de capitais e riquezas nessa fase do capitalis- mo mercantilista. A economia colonial baseava-se no trabalho compulsório, no início com a mão de obra indígena e depois com o escravo africano. No contexto internacional da época a economia estava integrada ao processo de expansão do capitalismo mercantil e era caracterizada por ciclos produtivos. O primeiro ciclo econômico colonial foi o pau-brasil, presente na região da Mata Atlânti- ca. A seiva era usada no processo de tingimento de tecidos e a madeira era utilizada na pro- dução de móveis. Este modelo de exploração durou até por volta de 1555, quando começa a ocorrer uma escassez de matéria-prima e a elevação do custo, fato que diminuiu o interesse dos colonizadores por este tipo de comércio. A partir de 1530, um novo ciclo econômico tem início, sendo ligado à produção açuca- reira, com grande destaque nos séculos XVI e XVII, na região conhecida como Zona da Mata nordestina, onde há a presença do solo tipo massapé (muito ricos em nutrientes). A cana-de- -açúcar era um produto extremamente importante nessa época e sua produção era voltada exclusivamente para o mercado europeu. Nesse período, devido à demanda de crescimento populacional, tem início uma diversifi- cação da produção para atender à demanda de consumo do mercado interno (porém nada que substituísse totalmente os grandes produtos da economia brasileira). Nestes espaços secundários que aqui se formaram podemos destacar a produção de tabaco, algodão e cacau, em especial nas regiões do Recôncavo Baiano, Sertão Nordestino e sul da Bahia. A estrutura produtiva era moldada de acordo com as necessidades. Nas grandes proprie- dades existia um complexo de produção constituído por engenho, casa grande, senzala, áreas destinadas para a pecuária. Enquanto isso, nas pequenas e médias propriedades, o modelo dominante era a subsistência, que visava atender aos interesses de pequenos grupos que habitavam as imediações das macroestruturas produtivas. A sociedade era patriarcal e escravagista, sendo que o senhor de engenho tinha grande influência na vida política e na economia. A concorrência da cana-de-açúcar produzida nas Antilhas contribuiu para a decadência deste ciclo econômico. A região da Zona da Mata entra em processo de marginalização dentro da estrutura econômica brasileira, principalmente após a transferência da força produtiva para a região Sudeste. O mapa a seguir mostra os principais ciclos econômicos desenvolvidos no período colo- nial, com um maior destaque para as atividades realizadas durante o século XVIII. É importante destacar atividades que foram desenvolvidas de forma paralela, porém simultânea, como, por exemplo, a pecuária, com papel extremamente importante no proces- so de interiorização do nosso país. 42 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. A ECONOMIA NO SÉCULO XVIII Cana-de-açúcar Pecuária Mineração Drogas do Sertão Algodão Vias de transporte interno Fonte: Google Imagens. A partir do século XVIII, a mineração desenvolve-se como principal ciclo econômico. Foram descobertas reservas de ouro de aluvião, e esta atividade contribuiu para impulsio- nar o processo de ocupação da porção centro-sul do país, formaram-se vilas, que passaram posteriormente ao status de cidades, ocorrendo assim a transferência de pessoas, serviços e capitais para as áreas mineradoras. A região Sudeste começa a desempenhar um papel extremamente importante tanto para o atendimento das demandas de mercado externo como para estruturar o mercado interno. O desenvolvimento provocado pelo ciclo do ouro traz também um surto de urbanização que facilitava o aumento das práticas comerciais e o processo de interiorização do país, estes fatores foram determinantes para a transferência da capital do país para o Rio de Janeiro, provocando assim uma reorganização espacial do país neste período. Os primeiros sinais de decadência na produção aurífera foram surgindo e consequente- mente os capitais eram destinados para outras atividades econômicas, como por exemplo a produção de algodão – que teve um aumento da demanda no mercado externo, principal- mente após a ocorrência da Revolução Industrial na Inglaterra. No século XIX, o país estava com um governo centralizador vinculado aos interesses aris- tocráticos e escravagistas que divergia um pouco das ideias liberais que emergiam em diver- sas localidades do mundo. Os países centrais que já haviam passado por processos de industrialização exigiam das nações periféricas maiores quantidades de matérias-primas, além de mercados consumido- res, fatores estes que provocaram uma mudança nas relações trabalhistas, pautadas no tra- balho assalariado, porém com a resistência muito forte das elites em colocar um ponto final no processo de escravidão. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 43 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Neste período histórico, o produto que impulsionou a economia brasileira foi o café, e isso contribuiu para o fortalecimento da aristocracia no sudeste do país (região que concentrava a produção deste gênero agrícola). Ocorreram investimentos pesados no setor e toda a pro- dução era destinada à exportação. Os espaços econômicos continuaram elitistas e as desigualdades e injustiças sociais conti- nuaram permeando a sociedade brasileira. Um dos grandes problemas sociais da época era a concentração fundiária (a Lei de Terras de 1850 contribuiu para o aumento significativo da concentração de terras aqui no Brasil). A necessidade de investir na infraestrutura para atender a demanda de produção de café era cada vez mais intensa, foram realizados investimentos elevados no transporte ferroviá- rio, por exemplo, que era a principal forma de ligação das áreas produtoras de café com os principais portos da época. O café chegou a representar cerca de 65% das exportações brasileiras. Com o capital proveniente das exportações de café, começaram a ocorrer investimen- tos gradativos no setor industrial, com destaque para a figura do Barão de Mauá, defensor de uma política industrial no nosso país. Essa nova atividade industrial concentrava-se no Sudeste, região que já contava com uma infraestrutura que atendia as demandas iniciais desse processo de industrialização. Medidas políticas e econômicas (substituição do trabalho escravo pelo assalariado, investi- mentos em infraestrutura de transportes e comunicações, incentivos ao crescimento do mer- cado consumidor interno) foram importantes para o desenvolvimento ocorrido no período. Além do café outros produtos foram desenvolvidos em espaços do território de formas diferentes, como por exemplo a borracha na região da Amazônia. Tudo isso foi determinante para que o Brasil se encontrasse fragmentado até por volta de 1930, sendo estes espaços iso- lados e/ou fragmentados, classificados como ilhas ou arquipélagos econômicos que se encon- travam totalmente ou parcialmente isolados entre si. CaféMate Cacau Fumo Algodão Ouro e Diamantes Cana de açucar Pecuária Ferrovia Cidades e vilas Drogas do sertão e borracha Limite dos Estados atuais Brasil: a economia e o território no século XIX Fonte: Théry; Mello (2005). 44 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. A partir de 1929, em especial com a quebra da Bolsa de Nova York, ocorreram profun- das alterações nas relações econômicas globais. No Brasil essa crise internacional foi sentida no modelo agrário exportador, em especial no espaço cafeeiro. A política do café com leite (Minas Gerais e São Paulo revezavam-se na presidência da República) foi interrompida com a chegada de Getúlio Vargas no poder, que promoveu mudanças políticas importantes no país. Vargas incentivou a industrialização, tendo em vista que o país necessitava de produtos e estava sem condições de importar — a demanda de produção industrial nacional era insufi- ciente para atender à demanda de consumo interno. Dessa maneira o espaço econômico brasileiro, que era fortemente ligado ao agrário rural, foi gradativamente transferido para o urbano industrial, com destaque para o eixo São Pau- lo–Rio de Janeiro, que já contava com uma infraestrutura que favorecia essa mudança, além de contar com mercado consumidor em crescente expansão e capitais disponíveis, prove- nientes da produção cafeeira. Nesse momento, a crise agrária e o pulsante desenvolvimento industrial provocaram um acelerado êxodo rural, principalmente para e região centro-sul, que futuramente passou a sofrer com a hipertrofia urbana. Tome nota dos seguintes conceitos: ÊXODO RURAL HIPERTROFIA URBANA Processo no qual ocorre a migração dos ha- bitantes das áreas rurais para os centros ur- banos, por diversos motivos: desemprego no campo, busca por melhores condições de vida etc. Processo no qual ocorre o desenvolvimento desordenado e de forma rápida de regiões que passaram pelo processo de urbanização em um curto espaço de tempo, provocando assim um inchaço populacional das cidades e falta de estrutura que atenda às necessidades da população da cidade em questão O Presidente Vargas investiu na infraestrutura de transportes e de comunicações, com o objetivo de promover uma integração do território brasileiro, além de seu projeto ser nacio- nalista com forte intervenção estatal e de criação de indústrias de base, fortalecendo assim o mercado nacional. Porém, com os investimentos e infraestrutura concentrados no Sudeste, houve um aumento das disparidades econômicas regionais no país. A partir do governo do presidente JK, ocorre a internacionalização da economia brasileira. Com a abertura para as multinacionais (em especial as empresas automobilísticas), é coloca- do em prática o Plano de Metas: crescer 50 anos em 5, baseado no seguinte tripé econômico: capital privado nacional, capital estatal e capital privado internacional. O país investiu nas indústrias de bens de consumo, passando a partir desse momento a ter um parque industrial mais solidificado e um pouco mais diversificado, porém com a perma- nência das desigualdades regionais existentes desde outros momentos históricos. O presidente JK, visando diminuir as desigualdades regionais, criou organismos respon- sáveis por alavancar o crescimento de cada uma das regiões do país, como, por exemplo, a SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste). C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 45 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Nos governos militares foram criadas superintendências para outras regiões também (SUDECO, SUDAM, SUDESUL), com o intuito de promover uma desindustrialização ou des- centralização industrial para amenizar e diminuir as desigualdades entre as regiões. Um exemplo desta política de desenvolvimento foi a implantação de um projeto industrial no meio da floresta Amazônica, o polo industrial da Zona Franca de Manaus. Assim, várias cidades e capitais do “interior” foram ganhando papéis de destaque dentro do processo de hierarquia urbana com seu processo de crescimento econômico. Por exem- plo: as cidades de Rio Verde, em Goiás, e Araguaína, no Tocantins, que cresceram em função da lavoura de soja e ganharam novos papéis de destaque, porém não sendo suficientes para reduzir e/ou acabar as disparidades regionais existentes. Um outro fator importante na tentativa de integrar o país e diminuir as desigualdades existentes foi o processo de expansão da fronteira agrícola para a região Centro-Oeste e para a porção sul da Amazônia, assim como a expansão da fronteira pecuária também, dentro de um contexto do processo de globalização da agricultura. Um setor que também passou por um processo de desenvolvimento intenso, principal- mente na região Amazônica, foi o setor de extração de reservas minerais, com destaque para a extração de minério de ferro no Estado do Pará (Serra dos Carajás). Nos anos 80 e 90, o processo de desconcentração industrial em nível nacional continuou ocorrendo, com grandes deslocamentos para as regiões Nordeste e Centro-Oeste. Isso ocorreu dentro de uma política estatal conhecida como Guerra Fiscal ou Guerra dos Lugares, forma encontrada pelos governos de Estados e Municípios para atrair complexos industriais para seus territórios, baseados em políticas de subsídios (isenção fiscal como o principal), propor- cionando assim um maior processo de interiorização industrial e fomentando o crescimento de cidades de pequeno e médio porte. É importante salientar o processo de disparidades regionais existentes em nosso país, o que acaba interferindo em um maior desenvolvimento das variadas localidades. Como con- sequências destas desigualdades regionais temos a questão estrutural (na maioria dos casos, precária), a falta de mão de obra para atender à demanda do mercado de trabalho, e os gar- galos estruturais (a falta de infraestrutura) que impedem o maior desenvolvimento destas regiões e que acabam se acentuando ainda mais com o passar dos anos. Rede Urbana, Hierarquia Urbana, Regiões Metropolitanas O processo de interligação entre as cidades possibilita a formação de uma rede urbana. Nesse processo cada cidade vai se especializando em atividades, constituindo, assim, certa hierarquia entre os municípios. Podemos citar, como exemplo, o caso da cidade de Santos, onde está localizado o Porto, que possui uma função específica na rede urbana no estado de São Paulo. Há, portanto, uma interação entre as atividades realizadas no interior do estado e a cidade de Santos, em decorrência da dinâmica do seu porto. Existem, assim, cidades com outras funções centrais. Vejamos: z Função religiosa: Juazeiro do Norte (CE) e Aparecida do Norte (SP).; z Função histórica e cultural: Ouro Preto (MG), Cidade de Goiás (GO), Paraty (RJ); z Função turística: Campos do Jordão (SP), Porto Seguro (BA), Bonito (MS); z Função industrial: Contagem (MG), Cubatão (SP), Volta Redonda (RJ), Camaçari (BA), Suape (PE). 46 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. De acordo com o nível de importância histórica, algumas cidades podem exercer várias funções dentro de uma rede urbana, como é o caso da cidade de São Paulo. Com o passar do tempo, as cidades podem desenvolver outras funções, aumentando assim os seus contatos com um número cada vez maior de lugares. Dessa forma, as cidades assumem o papel de dar dinâmica aos fluxos nos territórios, a fim de comandar as políticas comerciais regionais, nacionais e, em alguns casos, internacionais. O acúmulo de funções por uma determinada cidade permite que ela possua um maior poder territorial. Essas funções são determinadas pela presença de grandes empresas, ban- cos nacionais e internacionais, as quais também servirão para atrair populações das mais diversas localidades em busca de melhores condições de vida. As cidades, quando crescem, não permitem só o surgimento e o crescimento de redes urbanas, mas também contribuem para o surgimento de redes territoriais (transportes, tele- comunicações, eletricidade).Pode-se concluir, com isso, que quanto maior for o crescimento de uma cidade, maior será a dinâmica de produção e distribuição de alimentos, assim como o deslocamento de cargas, mercadorias e pessoas por várias regiões do território. A densidade e o tamanho das redes urbanas, assim como os difusores dos fluxos de infor- mações, mercadorias, bens, serviços e capitais, fazem da rede urbana um fator importante na organização do território. Do final do século XIX até por volta da década de 1970, as cidades eram classificadas atra- vés de um sistema de pirâmide. Ocorria entre as cidades um processo de dependência da cidade A com as cidades vizinhas que, posteriormente, poderia se relacionar com a cidade mais importante nessa hierarquia. Cada cidade ocupava um papel dentro dessa hierarquia e, para ocorrer uma mudança no papel e na importância de cada cidade, deveriam passar por um processo com vários degraus e etapas, mudando assim suas classificações de acordo com a sua importância na rede urbana. Subir esses degraus e passar por várias etapas significava ascender na hierarquia urbana. Com o desenvolvimento dos sistemas de transportes e telecomunicações ocorreram alte- rações e surgiu uma nova hierarquia urbana. O desenvolvimento das redes permitiu a inte- gração de localidades mais distantes aos grandes centros, através do deslocamento dos fluxos globais de informação, mercadorias e capital de forma cada vez mais intensa. REDE URBANA O processo de interligação entre as cidades possibilita a formação de uma rede urbana. Neste processo, cada cidade vai se especializando em atividades, constituindo assim certa hierarquia entre os municípios. Podemos citar o caso da cidade de Santos, onde está localizado o Porto, que possui uma função específica na rede urbana no Estado de São Paulo. Dessa forma, ocorre uma interação entre as atividades realizadas no interior do Estado e a cidade de Santos, em decorrência da dinâmica do seu porto. Existem, assim, cidades com outras funções centrais, como podemos citar logo abaixo: z Função religiosa: Juazeiro do Norte (CE), Aparecida do Norte (SP); z Função histórica e cultural: Ouro Preto (MG), Goiás (GO), Paraty (RJ); z Função turística: Campos do Jordão (SP), Porto Seguro (BA), Bonito (MS); C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 47 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Função industrial: Contagem (MG), Cubatão (SP), Volta Redonda (RJ), Camaçari (BA), Suape (PE). De acordo com o nível de importância histórica, algumas cidades podem exercer várias funções dentro de uma rede urbana, como é o caso da cidade de São Paulo. Com o passar do tempo, as cidades podem desenvolver outras funções dentro da rede urbana, aumentando assim os seus contatos com um número cada vez maior de lugares. Dessa forma, as cidades assumem o papel de dar dinâmica aos fluxos nos territórios, assu- mindo papéis para comandar as políticas comerciais regionais, nacionais e, em alguns casos, internacionais. O acúmulo de funções por uma determinada cidade permite que esta possua um maior poder territorial, e essas funções são determinadas pela presença de grandes empresas, ban- cos nacionais e internacionais, e também servirá para atrair populações das mais diversas localidades em busca de melhores condições de vida. As cidades, quando crescem, não permitem só o surgimento e o crescimento de redes urba- nas, mas também contribuem para o surgimento de redes territoriais (transportes, telecomu- nicações, eletricidade). Isso ocorre devido ao fato de que quanto maior for o crescimento de uma cidade, maior será a dinâmica de produção e distribuição de alimentos, assim como o deslocamento de cargas, mercadorias e pessoas por várias regiões do território. A densidade e o tamanho das redes urbanas, assim como os nós difusores dos fluxos de informações, mercadorias, bens, serviços e capitais, fazem da rede urbana um fator impor- tante na organização do território. Do final do século XIX até por volta da década de 1970, as cidades eram classificadas atra- vés de um sistema de pirâmide. Ocorria entre as cidades um processo de dependência da cidade A com as cidades vizinhas e, posteriormente, para se relacionar com a cidade mais importante nessa hierarquia. Cada cidade ocupava um papel dentro dessa hierarquia, e para ocorrer uma mudança no papel e na importância de cada cidade, deveriam passar por um processo com vários degraus e etapas, mudando assim a classificação das cidades de acordo com a sua importância na rede urbana. Subir esses degraus e passar por várias etapas significava ascender na hierar- quia urbana. Com o desenvolvimento dos sistemas de transportes e telecomunicações, ocorreram alte- rações e surgiu uma nova hierarquia urbana. O desenvolvimento das redes permitiu a inte- gração de localidades mais distantes aos grandes centros, através do deslocamento dos fluxos globais de informação, mercadorias e capital de forma cada vez mais intensa. REGIÕES METROPOLITANAS No ano de 2000, de acordo com dados do IBGE, existiam na rede urbana brasileira 9 metró- poles: duas possuíam alcance nacional (São Paulo e Rio de Janeiro — sendo que São Paulo já era considerada como uma cidade global) e sete metrópoles regionais (Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém). Era uma característica associar o termo “metrópole” ao processo de conurbação e de uma cidade central com população superior a 1 milhão de habitantes ou mais, que polarizavam as demais cidades de seus entornos. 48 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Atualmente, o IBGE considera a existência de 15 metrópoles brasileiras. Foram agregadas ao grupo anterior Manaus, Brasília, Goiânia, Vitória, Florianópolis e Campinas (a única cida- de que não é capital considerada como metrópole nacional). Vale destacar que as três últimas cidades foram inseridas no seleto grupo de metrópoles nacionais em junho de 2020. A reclassificação do termo “metrópole nacional” vem ocorrendo desde o ano 2000. O IBGE, juntamente com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), desenvolveu novos cri- térios e, de acordo com os estudos realizados, as regiões metropolitanas sofreram alterações, que são as áreas conurbadas nas grandes metrópoles. Esse estudo considerava a existência de 23 regiões metropolitanas, hoje já são 36 regiões. Os aspectos levados em consideração são os seguintes: z o nível de atração de investimentos e migração; z a dinâmica econômica; z a capacidade de atrair setores de tecnologia de ponta. Nas regiões metropolitanas mais populosas concentram-se cerca de 37,26% da população do país. Vale ressaltar que, de acordo com esses novos critérios, nem toda RM (Região Metropolita- na) tem especificamente uma metrópole. DINÂMICA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA FLUXOS MIGRATÓRIOS, ÁREAS DE CRESCIMENTO E DE PERDA POPULACIONAL O Brasil é o sétimo país mais populoso do mundo, com uma população estimada em 215.534.196 habitantes, separados em 5.570 municípios, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2022). De acordo com o Banco Mundial, a população cresceu 0,70% em relação a 2020. Ainda com relação ao ano de 2021, o estado de São Paulo seguia na liderança como esta- do mais populoso, com mais de 47 milhões de habitantes. Do Brasil, quase 85% viviam nas cidades e pouco menos de 16% viviam no campo. Esse contingente populacional sobre uma área de 8.510.345km² resultou em uma densidade demográfica de aproximadamente 25,3 habitantes por km². A heterogeneidade da população brasileira é um marco em sua história, pois os indivíduos se distribuem de forma irregular pelo território nacional desde o período colonial. Ainda hoje, a maior concentração populacional dá-se na porção oriental do país, em uma faixa cuja extensão aproximada é de 200 quilômetros entre o litoral e o interior. No mapa abaixo, pode- mos ver como está distribuída a população pelo território brasileiro. C O N H EC IM EN TO S GER A IS 49 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Lembre-se: as razões para a maior concentração populacional nas porções centro-sul e litorânea do país devem-se, sobretudo, aos ciclos econômicos realizados ao longo da nossa história. O Brasil possui uma ocupação territorial diversificada, demonstrando, assim, a grande heterogeneidade estatístico-demográfica de sua população. A título de exemplo, possuímos unidades da federação densamente povoadas, tais como Brasília (444 hab./km²), distante do litoral, ou Rio de Janeiro (365 hab./km²), área litorânea. Além disso, possuímos, também, áreas com reduzidas densidades demográficas, tais como Roraima ou Amazonas, ambas em torno de 2 hab./km². A concentração populacional na vertente (termo frequentemente utilizado na geografia como sinônimo de “lado”, “flanco”) resultante do processo histórico de ocupação, dá-se da faixa litorânea para o interior do país de forma gradual: nas áreas litorâneas das regiões Sudeste, Nordeste e Sul, ocorrem elevadas taxas de densidade demográfica, sendo que algu- mas chegam a ultrapassar a marca de 10 mil hab./km². Em contrapartida, as taxas mais bai- xas estão nos estados da região amazônica (norte do país) e na região Centro-Oeste. Atenção: a cidade de Brasília é uma exceção, pois seu processo de construção deu-se em um momento específico da história do país, fruto de políticas criadas pelo Governo Federal para ocupar diversas áreas do território nacional. 50 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Importante! A tabela a seguir foi criada com base na última coleta de dados mais abrangente, em 2020, sobre nosso país e sobre as regiões administrativas. Os dados encontram-se desatualiza- dos ante os que foram trazidos no início do conteúdo, contudo, auxiliará na resolução de questões preparatórias para o concurso. BRASIL/ REGIÃO POPULAÇÃO TOTAL (AB- SOLUTA) EM MILHÕES DENSIDADE (HAB. / KM²) POPULAÇÃO URBANA (%) POPULAÇÃO RURAL (%) Brasil 211.755.692 23,8 84,4 15,6 Sudeste 89.012.240 87 92,9 7,1 Nordeste 57.374.243 36,06 73,1 26,9 Sul 30.192.315 42,5 84,9 15,1 Norte 18.672.591 4,12 73,5 26,5 Centro-Oeste 16.504.303 8,7 88,8 11,2 Fonte: IBGE, Anuário da população Brasileira, Julho, 2020. Apesar de serem menos populosas, as regiões Norte e Centro-Oeste apresentam um cons- tante aumento da representatividade populacional brasileira, enquanto as demais regiões apresentam uma leve tendência de declínio (este fato ocorre por conta da saturação das regiões que polarizavam as atividades econômicas associada ao processo de desenvolvimen- to das regiões Centro-Oeste e Norte). Vale destacar que: z o termo populoso, também conhecido como população absoluta, refere-se à quantidade total de pessoas em um país, estado, município, isto é, ao número total de habitantes de uma região; z o termo povoado refere-se à forma como a população se distribui pelo território. Esse conceito também pode ser explicado a partir dos termos população relativa ou densidade demográfica (número de habitantes por km² em uma determinada área). Características Gerais da População Brasileira. Para compreendermos melhor a questão demográfica brasileira, é importante tomarmos conhecimento dos dados divulgados recentemente pelo IBGE, pois estes traçam um pano- rama geral de nossa população. Portanto, segundo o IBGE (2020), a expectativa de vida do brasileiro é de 76,6 anos: z a expectativa de vida dos homens é de 73,1 anos; z a expectativa de vida das mulheres de 80,1. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 51 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Esses indicadores vêm aumentando desde a década de 40, período no qual a expectativa de vida do brasileiro era de 45,5 anos1. No que diz respeito à situação dos recém-nascidos, este fenômeno se repete. A mortalidade infantil (quando a criança vem a óbito antes de completar 1 ano de vida para cada grupo de mil nascimentos), é maior entre os meninos: z entre os nascidos do sexo masculino, no ano de 2018, cerca de 13,8 não chegaram ao pri- meiro ano de vida; z entre as meninas, por sua vez, o número foi de 11,8 mortes a cada mil nascimentos2. Esse padrão também se repete ao longo da vida: quando as mulheres completam 20 anos de idade, elas têm cerca de 4,5 mais chances de chegar aos 25 anos que um homem da mesma idade3. Essa diferença, de acordo com o IBGE, se explica pela alta taxa de homicídios, suicídios, acidentes de trânsito e outras mortes não naturais entre os indivíduos do sexo masculino. Ainda segundo o mesmo Instituto, as causas de mortes masculinas, a partir dos anos 80, começaram a ter um papel significativo na sociedade brasileira. Isso pode ser explicado pelo aumento populacional, agravamento da desigualdade social, aumento da criminalidade etc. A mortalidade infantil, entretanto, também é um fator que tem consequência direta nas questões demográficas. Essas taxas apresentaram queda ao longo dos anos: z em 2019, esse número era de 14,4 contra 14,9, em 2017, e 15,5, em 2015. Observação: entre os números registrados em 2020, cerca de 85% representam crianças que morreram com menos de 1 ano. No ano passado, foram registradas 14 mortes a cada grupo de mil nascimentos, contra 17,2, em 2010, de acordo com o IBGE. No Brasil, a redução total de mortalidade infantil e morte na infância deu-se da seguinte manei- ra: nos últimos 19 anos, os índices registraram queda de 56,11% nas mortes de recém-nascidos e 59,8% nas de crianças de até cinco anos — dados do relatório da Unicef em 2020. Com relação à expectativa de vida, o estado de Santa Catarina tem os maiores índices: 79,9 anos (3,3 anos acima da média nacional). O estado do Maranhão, por sua vez, apresenta a pior expecta- tiva de vida, registrando 71,4, seguido do Piauí, com 71,6, e Rondônia, com 71,9. Isso significa que, para cada criança nascida no Maranhão, estima-se que ela viva em média 8,5 anos a menos do que uma criança nascida em Santa Catarina4. Ademais, sabe-se que todos os estados da região Nordeste têm dados abaixo da média nacional, ao contrário do que ocorre em todos os estados das regiões Sul e Sudeste, que regis- tram expectativa de vida para populações acima da média nacional. O envelhecimento da população nacional e, consequentemente, o aumento da expectativa de vida, pode ser explicado com o fenômeno da transição demográfica, responsável por regis- trar um aumento da expectativa de vida e uma queda nas taxas de natalidade. 1 Sem considerar pandemia, IBGE calcula a expectativa de vida do brasileiro em 76,8 anos em 2020. G1, 2021. Disponível em: https://g1.globo. com/saude/noticia/2021/11/25/expectativa-de-vida-do-brasileiro-ao-nascer-foi-de-768-anos-em-2020-diz-ibge.ghtml. Acesso em: 17. out. 2022. 2 dados do IBGE (G1, 2018). 3 Expectativa de vida do brasileiro ao nascer é de 76,3 anos em 2018, diz IBGE. G1, 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/noti- cia/2019/11/28/expectativa-de-vida-do-brasileiro-ao-nascer-foi-de-763-anos-em-2018-diz-ibge.ghtml. Acesso em: 17. out. 2022. 4 Menor do país, expectativa de vida do maranhense é de 71,4 anos. G1, 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/ma/maranhao/noti- cia/2020/11/26/menor-do-pais-expectativa-de-vida-do-maranhense-e-de-714-anos.ghtml. Acesso em: 17. out. 2022. 52 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. O gráfico abaixo representa o aumento da expectativa de vida do brasileiro desde os anos 40: . Por outro lado, para se chegar a um nível de comparação entre saúde, renda e educação da população, utilizamos o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Este indicador foi criado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em 1990, e é calcu- lado a partir da análise em conjunto da renda per capita, nível de escolaridade e expectativa de vida, segundo os padrões da ONU. O IDH é calculado de 0 (zero) a 1 (um), em que zero significaria nenhuma condição para o desenvolvimento humano, e um significaria condiçõestotalmente adequadas para o desen- volvimento humano. Ou seja, quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento do país, estado ou município (conforme podemos observar na Tabela 1). Desse modo, a partir dos dados mais recentes disponibilizados pelo governo, na íntegra, chegamos à tabela abaixo. PAÍS/REGIÃO IDH (0,000 – 1,000) QUALIDADE DO INDICADOR Brasil 0,754 Alto Região Sul 0,830 Muito Alto Região Sudeste 0,795 Alto Região Centro-Oeste 0,789 Alto Região Norte 0,683 Médio Região Nordeste 0,659 Médio C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 53 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Como podemos ver, o Brasil tem um IDH considerado alto para a média mundial (estamos em 84º de 191 países pesquisados pela ONU). Ao mesmo tempo, conseguimos observar que as macrorregiões brasileiras distinguem entre si a respeito desse indicador, tendo o Sul um IDH considerado muito alto, as regiões Sudeste e Centro-Oeste, um indicador alto, e as regiões Norte e Nordeste, indicadores abaixo das outras três, porém, mesmo assim, figurando com IDHs médios. Grosso modo, isso quer dizer que, perante essa forma de avaliação proposta pela ONU, através da renda, saúde e educação, as duas últimas regiões apresentam uma qua- lidade de vida menor do que as outras. Ao mesmo tempo, é válido lembrarmos que esses valores estão em uma crescente desde a redemocratização, principalmente a partir do início do século XXI. O país apresentava, até 1990, indicadores configurando entre baixo e muito baixo (Figura 1). EVOLUÇÃO DO IDH DO BRASIL 1991 2010 MUITO BAIXO BAIXO 0-0,499 0,500-0,599 0,600-0,6990,700-0,799 0,800-1,00 MÉDIO ALTO MUITO ALTO 2000 2018 1991 a 2018 Figura 1 — Comparativo dos IDHs dos estados brasileiros entre 1990 e 2018 (fonte: Geopizza — Twitter) 54 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Assim, fica notória a melhoria na qualidade de vida da população. Ao mesmo tempo, mes- mo com a melhoria, é importante que esses índices, assim como a qualidade de vida real da população, continuem melhorando. Por isso é de extrema importância que informações, pes- quisas e coletas de dados sejam não só incentivadas pelo governo, mas levadas a sério como mecanismos de análise e avaliação das condições de vida da população, rumo a políticas públicas mais coerentes e melhores. Movimentos Migratórios no Brasil O deslocamento populacional interno (também conhecido como migração), ocorre, em nosso país, desde o período colonial. Porém, estes movimentos se intensificaram a partir do século XX, em especial após a 1ª Guerra Mundial (1914 — 1918). Na história do Brasil, a economia foi caracterizada pelos ciclos ou fases, isto é, períodos nos quais um determinado produto surgia e consolidava-se como o mais importante. Histori- camente, há registro dos seguintes ciclos econômicos: z ciclo da cana-de-açúcar (séculos XVI e XVII); z ciclo da mineração ou do ouro (século XVIII); z ciclo da borracha (entre 1870 e 1910); z ciclo do café (final do século XIX e início do século XX). Cada ciclo, no qual um produto ficava em evidência, dependia das condições do mercado exter- no (visto que os produtos eram voltados para exportação). Além disso, a produção necessitava de uma grande quantidade de mão de obra, fato este que, dentre outros, foi responsável pela ocor- rência de grandes deslocamentos populacionais de diversas regiões do país para as áreas produto- ras. Após a assinatura da Lei Áurea, que, teoricamente, colocou um ponto final na escravatura, os fluxos e os deslocamentos populacionais aumentaram (o ex-escravo podia deslocar-se livremente pelo território, fato que, antes, não era possível). Entretanto, o maior volume de migrações inter-regionais se deu a partir da segunda metade do século XX. Dentre estas, as mais perceptíveis foram realizadas por nordestinos para os gran- des centros econômicos da Região Sudeste. Essas migrações tiveram início ainda no século XIX, ocorreram em maior quantidade durante o século XX e persistem até os dias atuais, mesmo que em um ritmo menos acelerado. Veremos os motivos que contribuem para esse fenômeno mais adiante. Esses movimentos migratórios deram-se, em especial, por conta do crescimento e desenvolvi- mento econômico alcançado pela Região Sudeste — a princípio com a lavoura de café, depois com os surtos industriais. Todavia, também contribuíram para com o deslocamento de nordestinos em massa para o sudeste alguns fatores repulsivos (que expulsam ou forçam a população a sair de uma determinada região), tais como: z o declínio que a economia do Nordeste vinha sofrendo há várias décadas; z fatores naturais, tais como a falta de chuvas e, consequentemente, a ocorrência de secas. Ademais, no fim dos anos 50, a construção de Brasília serviu como um estímulo para a popula- ção nordestina migrar para a porção central do país (havia uma demanda de mão de obra elevada). C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 55 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Este fator fez com que, nos anos 60, a região Centro-Oeste fosse palco de uma das maiores cor- rentes migratórias da nossa história. No sul do país, por sua vez, o processo de modernização da agricultura (provocado pela meca- nização do campo, utilização de máquinas no processo de produção agrícola, e a Revolução Ver- de), num espaço de concentração fundiária (onde as terras pertencem a uma pessoa ou a um grupo econômico), impulsionaram o deslocamento de pessoas para a região central do país. Os fatores que contribuíram para a expansão da fronteira agrícola do Sudeste para o Cen- tro-Oeste e, logo depois, para a região da Amazônia foram: z a construção de uma malha rodoviária que promoveu a integração das regiões do país; z o desenvolvimento de técnicas de correção dos solos do Cerrado; z a assistência realizada pelos engenheiros agrônomos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); z os financiamentos por parte dos governos estaduais e federal. A inserção das regiões Norte e Centro-Oeste no processo produtivo do país fazia parte de um conjunto de ações governamentais que tinham, como objetivo principal, promover a ocupação do interior do país e buscar a redução das desigualdades existentes entre as regiões. Como proposta para auxiliar nesse processo, foram criados órgãos de planejamento e desenvolvimento regionais, especificamente para as regiões mais estagnadas do país. São exemplos: z a SUDAM (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia); e z a SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste). Além disso, a construção de grandes rodovias, como a Belém-Brasília, a Transamazônica e a Cuiabá-Santarém, associada à criação de projetos agropecuários e voltados à extração de recursos minerais, como, por exemplo, o Projeto Carajás (no Pará), foram algumas das medi- das adotadas para inserir a região Amazônica no contexto de desenvolvimento nacional. Alguns fatores, tais como a instabilidade política e econômica, principalmente nos anos 80, foram responsáveis por uma mudança de comportamento nos processos migratórios inter-regionais do país. Dentre estes, sabe-se que a crise econômica proporcionou a descon- centração produtiva, isto é, o deslocamento de indústrias e suas estruturas para o interior do país, por diversos motivos, tais como: z busca de medidas para deslocar-se através da política de incentivos fiscais (redução de impostos) concedidos pelos governos municipais e estaduais; z uso de mão de obra barata, encontrada na porção interior do país. Porém, nas últimas décadas, foi possível perceber uma redução do deslocamento de nor- destinos para São Paulo. Na década de 1980, pela primeira vez na história, o município regis- trou um saldo migratório negativo: a diferença entre o número de pessoas que saíram e o número de pessoas que chegaram, entre 1980 e 1991, foi em torno de 750 mil. 56 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. A maioria das pessoas que deixaram a metrópole doSudeste foram para cidades do inte- rior do próprio estado, como Ribeirão Preto e Campinas. Além disso, muitas realizaram o fenômeno que, no estudo da demografia, ficou conhecido como migração de retorno (vol- ta para as cidades de origem). Entre 1999 e 2004, cerca de 714 mil nordestinos deixaram o Sudeste e retornaram para a sua região natal (isso se deve ao fato de um maior desenvolvi- mento estar ocorrendo no Nordeste brasileiro). Onde Estão os Imigrantes? Observe o mapa a seguir: Saldos Migratórios, por Unidade da Federação 2005 — 2010 Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Espírito Santo garantida para aquele que a ocupasse), critério adotado para estabelecer novos limites territoriais. Nesse novo acordo, os portugueses acabaram garantindo a posse das terras ocupadas além da linha de Tordesilhas. Ocorreu também a troca dos territórios de Sacramento pelos territó- rios de Sete Povos das Missões (territórios localizados na região Sul do país), conforme pode ser observado no mapa a seguir: Cuiabá Assunção Sete Povos das Missões Buenos Aires Rio de Janeiro Laguna Porto Alegre Montevidéu Colônia de Sacramento Fonte: Google Imagens. z Tratado de Petrópolis (1903) Durante o século XIX, ocorreram várias mudanças políticas em âmbito nacional, em espe- cial a partir de 1822, quando o Brasil se torna independente de Portugal. Após esse evento houve a consolidação do Império, período em que ocorreu uma forte centralização política, evitando assim a fragmentação do território nacional. No fim do século XIX, um importante ciclo econômico desenvolveu-se na região Amazô- nica (o Ciclo da Borracha), que motivou a migração de milhares de pessoas para a região, indivíduos que vislumbravam através da exploração do látex uma forma de fazer fortuna e ter uma vida melhor. Ao navegar pela margem direita do Rio Amazonas, diversos grupos de seringueiros che- garam ao território boliviano e ocuparam a região. O processo de ocupação foi conflituoso e após diversos entraves, o governo brasileiro, na figura do Barão de Rio Branco, negociou a compra das terras que hoje correspondem ao território do Estado do Acre. Foi decidido o pagamento de uma indenização de dois milhões de libras esterlinas, e a construção de uma saída para o Oceano Atlântico — a Ferrovia Madeira-Mamoré —, pois o país vizinho (Bolívia) havia perdido para os chilenos sua única saída para o mar. A nova faixa pertencente ao território brasileiro encontrava-se — e ainda está assim — distante dos principais centros econômicos e políticos do país. Logo após a assinatura do acordo entre brasileiros e bolivianos, a região passou a ser considerada um território federal, subordinado à administração localizada no Rio de Janeiro. No ano de 1962, o presidente João Goulart homologou a lei que colocava o território do Acre na condição de Estado da federação, passando assim a possuir administração própria e seus respectivos poderes (Executivo, Judiciário e Legislativo). 62 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. PERU POVOAÇÕES BATALHAS FRONTEIRA FIXADA COM O PERU EM 1909 TERRITÓRIO CEDIDO À BOLÍVIA PERU Km Guaporé RONDÔNIAMamoré MadeiraAcre Purus Purus Gregório Ipixuna Cruzeiro do Sul Juruá ACRE laco Tarauacá Chandless Sena Madureira Porto Acre RIO BRANCO Xapuri Santa Rosa Abunã Beni (Seringa da Empresa) AMAZONAS Guajará Mirim 0 130 BOLÍVIA PORTO RICO QUESTÃO DO ACRE STA. ROSAUcayale Fonte: Google Imagens. DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA BRASILEIRA O Brasil atualmente está organizado em 27 unidades federativas, sendo que possui: z 26 Estados; z Um Distrito Federal. As Unidades Federativas (Estados) estão organizadas em Municípios, e estes, em Distritos. Os Estados e o Distrito Federal são chefiados por um governador e possuem uma capi- tal, onde estão localizadas as sedes de cada governo; já os Municípios são governados pelo prefeito. De acordo com a Constituição Federal (CF, de 1988), o Distrito Federal não pode ser dividi- do ou regionalizado em Municípios, mas possui uma divisão administrativa e é organizado em regiões administrativas. Portanto, o Brasil é um Estado Federal, no qual União, Estados, Distrito Federal e Muni- cípios possuem autonomia homogênea e ocupam, do ponto de vista jurídico, o mesmo plano hierárquico, e devem receber tratamento jurídico-formal isonômico. Mas você sabe o que é uma federação? De acordo com o que dispõe a CF, de 1988, o conceito de federação é: [...] a forma de organização do Estado adotada pelo Brasil que se caracteriza pela coexistência de um poder soberano e diversas forças políticas autônomas, unidas por uma Constituição. Os entes que compõem a federação são: a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. A CF fala também em Territórios, divisões político-administrativa que, atualmen- te, não existem.5 5 FEDERAÇÃO. DireitoNet, 2014. Disponível em: https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1376/Federacao. Acesso em: 18 out. 2022. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 63 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Podemos representar da seguinte maneira: Repúbli- ca Fede- rativa do Brasil Estados Municí- pios Distritos* * O Distrito Federal é uma unidade da federação e não é subdivisão de qualquer município. HORA DE PRATICAR! 1. (IBFC – 2023) De acordo com os resultados do Censo Demográfico de 2022, há 23,8 pessoas por quilômetro quadrado no país. Com o aumento da população entre 2010 e 2022, atingindo o total de 203,1 milhões de pessoas, a________do país passou de 22,43 para 23,8 habitantes por quilômetro quadrado (km²) no mesmo período. (adaptado de IBGE, 2023). Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna. a) Concentração urbana b) Taxa de natalidade c) Taxa de fecundidade d) Densidade demográfica e) Crescimento vegetativo 2. (IBFC – 2023) No Brasil, p por séculos a população rural foi maior que a urbana. Com a industria- lização e as condições precárias de vida no campo, as pessoas saíram do campo em direção às cidades em busca de emprego nas fábricas. Esse fenômeno migratório é denominado: a) Êxodo rural b) Revolução Verde c) Migração pendular d) Mecanização agrícola e) Migração sazonal 3. (IBFC – 2017) O estudo da evolução histórica da indústria no Brasil permite compreender o desenvolvimento do setor, seus agentes e os interesses em disputa. Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta: I. O período de 1930 a 1956 é caracterizado pela estratégia governamental de implantação de indústrias estatais nos setores de bens de produção e infraestrutura. 64 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. II. O Plano de Metas, promovido por Juscelino Kubitschek, privilegiou o transporte rodoviário e acen- tuou a concentração do parque industrial na região Sudeste, agravando os contrastes regionais. III. A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) foi criada durante o regime mili- tar em 1970, período conhecido por “milagre econômico”. Estão corretas as afirmativas: a) I, apenas b) I e II, apenas c) I e III, apenas d) II e III, apenas e) I, II e III 4. (IBFC – 2017) Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas. O sistema de transporte ferroviário é indicado para localidades de _______ extensão territorial, apresenta ___________ custos em sua manutenção e ___________ custos em sua estruturação. Transporta pessoas, mercadorias e cargas pesadas, com um consumo energético relativamente ___________. Oferece ___________risco de acidente e emissão de poluentes. a) Grande – baixos – altos – grande – baixo b) Pequena – altos – altos – grande – alto c) Grande – baixos – altos – pequeno – baixo d) Grande – baixos – altos – pequeno – alto e) Pequena – altos – baixos – grande – baixo 5. (IBFC – 2017) O Brasil adota o horário de verão em diversas regiões do país com o objetivo de economizar energia. Assinale a alternativa na qual está contida a principal razão para que não haja abrangência nacio- nal desse instituto: a) A maior duração da luminosidade natural durante o verão nos estados brasileiros mais distantes da linha do equador b) A concentração de pólos consumidores de energia nas regiões Sudeste e Sul c) O pleno atendimento da rede de energia elétrica nas regiões Norte e Nordeste d) A vocação regional para o turismo, que não se beneficia do instituto e) A existência de quatro fusos horários distintos no país, e a complexidade em coordená-los 6. (IBFC – 2021) “As desigualdades econômicas e a dificuldade de determinadas regiões em se inserirem na economia nacional,possibilitou a ocorrência de uma urbanização diferenciada em cada uma das regiões brasileiras” (EDUCAÇÃO, 2020). Em relação à situação de domicílio da população nas diferentes regiões brasileiras, segundo dados do Censo Demográfico de 2010, assinale a alternativa correta. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 65 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. a) Mais de 90% da região Sudeste vivia nas áreas urbanas b) Mais de 80% da região Norte vivia nas áreas urbanas c) Menos de 15% da região Nordeste vivia nas áreas rurais d) Menos de 5% da região Sul vivia nas áreas rurais 7. (IBFC – 2023) O crescimento de regiões metropolitanas é um fato marcante da urbanização brasileira. (SCARLATO, 2011) Assinale a alternativa que não corresponde a Regiões Metropolitanas (RM) localizadas nas regiões Norte ou Nordeste do Brasil. a) RM de Belém b) RM de Manaus c) RM do Recife d) RM de Salvador e) RM de Goiânia 8. (IBFC – 2021) Leia o trecho de duas reportagens que tratam sobre o desmatamento na Amazônia. “Em janeiro de 2020, o Boletim de Desmatamento da Amazônia Legal (SAD) detectou 188 quilôme- tros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal, um aumento de 74% em relação a janeiro de 2019, quando o desmatamento somou 108 quilômetros quadrados. Em janeiro de 2020, o des- matamento ocorreu no Pará (28%), Mato Grosso (26%), Rondônia (15%), Amazonas (13%), Roraima (13%), Acre (4%) e Amapá (1%). As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 163 quilô- metros quadrados em janeiro de 2020, enquanto que em janeiro de 2019 a degradação florestal detectada totalizou apenas 11 quilômetros quadrados. Em janeiro de 2020 a degradação foi detec- tada no Mato Grosso (78%), Pará (15%), Rondônia (2%), Roraima (2%), Acre (1%), Amazonas (1%) e Tocantins (1%). Em janeiro de 2020, a maioria (66%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos (21%) Terras Indígenas (11%) e Unidades de Conservação (2%).” Fonte: Fonseca et al. (2020) “O IBAMA aplicou um terço a menos de multas a infratores ambientais em 2019 do que no mes- mo período do ano passado, segundo dados do próprio órgão. A queda no número de autuações coincide com um aumento dos registros de desmatamento e de incêndios florestais em 2019. Considerando todos os tipos de infração ambienta em todo o país, o IBAMA diminuiu em 29,4% as autuações até esta sexta-feira (23), quando comparado com o mesmo período de 2018.” Fon- te: BBC (2019) Sobre os textos acima, considerando o tema da expansão das fronteiras agropecuárias e o des- matamento na Amazônia, assinale a alternativa incorreta. a) O desmatamento da Amazônia ocorre principalmente para a produção de gado e soja, situação que pode no longo prazo afetar a dinâmica climática na região caso não seja controlado 66 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. b) A região é marcada por fortes disputas territoriais, envolvendo posseiros, produtores rurais lati- fundiários e minifundiários, movimentos sociais campesinos e indígenas entre outros grupos. Isto, somado a articulação desta região ao mercado internacional via exportação, promove aumento da pressão por desmatamento para busca de novas áreas, visto a demanda crescente por soja e carne c) O aumento do desmatamento em áreas de preservação, provavelmente tem relação com o dis- curso e a fiscalização mais branda do poder público em relação a este tipo de ação irregular d) Esta situação pode levar a problemas para certificação, consolidação e abertura de novos mer- cados para os produtos agropecuários nacionais e) Na região da Amazônia Legal, predominam em área e quantidade as propriedades de minifún- dios, que são os principais responsáveis pelo desmatamento 9. (IBFC – 2019) “De 1877 até 1911, houve um aumento considerável na produção da borracha que, devido às primitivas técnicas de extração empregada, estava associado ao aumento do emprego de mão-de-obra. A borracha chegou a representar 25% da exportação do Brasil”. (Portal São Francisco, 2019 Quanto ao produto do extrativismo vegetal que se relaciona ao texto, assinale a alternativa correta. a) Pau-brasil b) Carvão vegetal c) Látex d) Pinhão 10. (IBFC – 2021) Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 1988). No que se refere às infor- mações contidas no capítulo XV do Meio Ambiente, Art. 225 da Constituição Federal de 1988, analise as afirmativas abaixo: I. O Poder Público deve promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino, assim como a conscientização pública para a preservação do meio ambiente. II. Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. III. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pes- soas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas. IV. Não é função do Poder Público preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País Assinale a alternativa correta: a) As afirmativas I, II, III e IV são corretas b) Apenas as afirmativas I, II e III são corretas C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 67 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. c) Apenas as afirmativas I, II e IV são corretas d) Apenas as afirmativas III e IV são corretas 11. (IBFC – 2019) No período colonial, o território que hoje corresponde ao Acre pertencia à Bolívia, e o Peru também se considerava pertencente a uma pequena parcela dessa área. Após assina- turas de alguns acordos referentes à legitimidade desse território, o Brasil adquiriu a região do Acre, em 1903, através da assinatura do Tratado de ___________. (Mundo Educação, 2019 Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna. a) Petrópolis b) Versalhes c) Rio Branco d) Tordesilhas 12. (IBFC – 2023) O Brasil é uma República Federativa organizada política e administrativamente em estados, municípios e distritos. Para administrar o país, existe uma divisão hierárquica em governos: _. Os 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal, compõem a República Federati- va do Brasil. (adaptado de IBGE Educa, 2023). Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna. a) nacional, estatal e municipal b) federal, municipal e estadual c) federação, estadual e municipal d) federal, estadual e municipal e) republicano, municipal e estadual 13. (IBFC – 2023) “[...] é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvi- mento que não esgota os recursos para o futuro” (WWF, 2022). Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o conceito descrito no texto. a) Desenvolvimento sustentável b) Reserva Legal c) Terra Indígena d) Unidade de Conservação e) Reabilitação ambiental 68 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. 14. (IBFC – 2023) “Mais carbono na atmosfera, na forma de Dióxido de Carbono - CO2 e também de metano (outro gás de efeito estufa), eleva a temperatura do planeta e intensifica o cenário das mudanças climáticas. Desde meados do século XIX, a concentração de Dióxido de Carbono na atmosfera terrestre aumentou quase 50% e a temperatura média do planeta elevou-se em 1,1 grau Celsius (ºC)” (REVISTA PESQUISA FAPESP, 2022). Entre as afirmativas abaixo, assinale a alternativa que apresenta aquelas que podem contribuir para a redução de gases do efeito estufa. I. Reduzir o uso de combustíveis fósseis, como o etanol. II. Ampliar o uso de energia solar, eólica e derivada da queima do carvão. III. Reduzir o desmatamento e a degradação das florestas. IV. Diminuiro consumo excessivo de carne. Podem contribuir para a redução de gases do efeito estufa: a) Apenas I e II b) Apenas II, III e IV c) Apenas I, III e IV d) Apenas III e IV e) Apenas II e IV 15. (IBFC – 2019) “As Unidades de Conservação (UCs) são legalmente instituídas pelo Poder Públi- co, nas suas três esferas (municipal, estadual e federal). Elas são reguladas pela Leinº 9.985, de 2000 [...]. Estão divididas em dois grupos: as de proteção integral e as de uso sustentável” (WWF BRASIL, 2019). Considere a seguir as afirmativasrelacionadas à Lei nº 9.985 de 2000, que regulamenta as UCs no Brasil, atribuindo valores Verdadeiro (V) ou Falso (F). ( ) A Lei é intitulada Síntese Nacional das Unidades de Conservação no Brasil (SNUC). ( ) Um dos objetivos da Lei é proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional. ( ) A categoria Parque Nacional pertence ao grupo das Unidades de Proteção Integral. ( ) A categoria Área de Proteção Ambiental pertence ao grupo das Unidades de Uso Sustentável. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo. a) V, F, F, F b) V, V, F, F c) F, F, V, V d) F, V, V, V 16. (IBFC – 2018) Em termos de atividades sísmicas o Brasil é considerado um país estável, não por não haver atividades desta natureza, mas principalmente pela baixa magnitude destes eventos. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 69 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Assinale a alternativa que explique os motivos dessa condição corretamente: a) A estrutura litológica da crosta brasileira é composta de modo a absorver as ondas sísmicas b) O Brasil está localizado em uma zona de placas conservativas c) O Brasil está localizado em uma zona de placas convergentes d) O Brasil está localizado em meio a uma zona de placas divergentes 17. (IBFC – 2019) Considere a seguir as afirmativas relacionadas aos tipos de clima do território brasileiro, atribuindo valores Verdadeiro (V) ou Falso (F): ( ) O domínio equatorial está relacionado com a porção central do território brasileiro e os índices pluviométricos podem variar entre 1000 e 3500 milímetros/ano. ( ) O domínio tropical é marcado por uma alternância entre a estação seca e a estação chuvosa. ( ) O domínio semiárido é caracterizado por chuvas escassas, que ocorrem regularmente ao longo do ano. ( ) O domínio subtropical apresenta médias térmicas acima de 24ºC, temperaturas anuais acima de 2500 milímetros e ausência de estação seca. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo. a) F, V, V, F b) F, V, F, F c) V, V, V, F d) V, F, F, V 18. (IBFC – 2023) O mapa abaixo mostra a localização de uma Bacia Hidrográfica do Brasil. Fonte: Agência Nacional de Águas, 2023. Assinale a alternativa que indica corretamente a Bacia Hidrográfica destacada no mapa. a) Rio Amazonas b) Rio Tocantins c) Rio Paraná d) Rio São Francisco e) Rio Paraguai 70 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. 19. (IBFC – 2022) É um hotspot de biodiversidade. Segundo bioma brasileiro em extensão, ocupando a porção central do território. Hoje, extensas áreas de vegetação natural foram convertidas em áreas agrícolas, em especial a soja. As estações chuvosa e seca são bem marcadas, e as precipi- tações anuais estão acima de 1000 mm (milímetros) (adaptado de CONTI; FURLAN, 2011). Assinale a alternativa relacionada ao bioma citado no texto, de forma correta. a) Chaparral b) Pampa c) Mata Atlântica d) Cerrado 20. (IBFC – 2023) Em análises geográficas, são comumente utilizadas terminologias comuns à estatís- tica (FERREIRA, 2014). Em relação a essas terminologias e suas aplicações em Geografia, assinale a alternativa incorreta. a) População total: o tamanho da população, isto é, o número total de elementos. Exemplo: uma determinada região R b) Elemento: é a menor unidade do qual é formado o todo. Exemplo: um município localizado na região R c) Amostra: conjunto de elementos extraídos da população total. Exemplo: um conjunto de dez municípios extraídos da região R d) Variável: característica ou atributo descritor de um elemento da população total. Exemplo: renda per capita de um município localizado na região R e) Histograma de frequência: mapa que permite avaliar o padrão, a dispersão e a densidade de ele- mentos. Exemplo: densidade de elementos dispersos na região R 9 GABARITO 1 D 2 A 3 B 4 C 5 A 6 A 7 E 8 E 9 C 10 B 11 A 12 D 13 A 14 D C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 71 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. 15 D 16 D 17 B 18 D 19 D 20 Epelos símbolos SSO (sul sudoeste), OSO (oeste sudoeste), SSE (Sul Sudeste), ESE (leste sudeste), ENE (leste nordeste), NNE (norte nordeste), NNO (norte noroeste), ONO (oeste noroeste). Observe a rosa dos ventos a seguir. NNO ONO OSO SO SSO SSE SE ESE E ENE O NO NNE NE Fonte: InfoEnem (2019). SISTEMA DE LINHAS IMAGINÁRIAS Para conseguirmos nos organizar e localizar na superfície, foi desenvolvido um sistema de linhas imaginárias para facilitar nossos pontos de referência e localização. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 7 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. As linhas verticais são os Meridianos, sendo o de Greenwich considerado o Meridiano central e divisor dos hemisférios Oriental (leste) e Ocidental (oeste). Observe a figura a seguir: Antimeridiano de Greenwich G re en w ic h Longitude Leste Longitude Oeste 180º 0º Fonte: Branco. Os Meridianos a Leste possuem graus positivos; já os a Oeste possuem graus negativos. Em 0º, tem-se o Meridiano de Greenwich e, em 180º ou -180º, os opostos (Leste e Oeste, respectivamente). Além dos Meridianos, existem os Paralelos, que são as linhas horizontais. O Paralelo do Equador é o central e divisor dos hemisférios Norte e Sul. Observe a imagem a seguir: 0º Latitude Norte Latitude Sul Equador Fonte: Amante; Carlos. LATITUDE, LONGITUDE E ALTITUDE Baseado na distância entre os paralelos e meridianos, há outra denominação para se refe- rir ao distanciamento em graus. As latitudes são os graus de distanciamento entre os para- lelos; já as longitudes são os graus de distanciamento entre os meridianos. O cruzamento entre uma Latitude e uma Longitude fornece o dado da coordenada geográfica. 8 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. O clima de um lugar é determinado pelos elementos e fatores climáticos, os quais agem diretamente sobre o clima, tais como: a temperatura, a chuva (e outros tipos de precipitação), a umidade do ar, os ventos e a pressão atmosférica. Esses elementos sofrem alterações devido à ação dos fatores climáticos, dentre os quais podemos destacar a latitude, a altitude, as corren- tes marítimas, a continentalidade, vegetação e o relevo. z Altitude: a temperatura também varia na razão inversa da altitude. Assim, quanto maior a altitude, menor a temperatura do ar atmosférico; COORDENADAS GEOGRÁFICAS As coordenadas geográficas permitem identificar a localização exata de um local. É esse sistema de Georreferenciamento que o GPS (global position system) utiliza, a partir da triangulação de dados dos satélites, cruzando a localização latitudinal combinada à loca- lização longitudinal. O sistema GPS é propriedade do governo dos Estados Unidos da América; seu uso é aberto, mas, em caso de necessidade ou em um eventual conflito, esse serviço pode ser suprimido. Por isso, existe um sistema de propriedade do governo russo que realiza a mesma tarefa que o GPS, chamado GLONASS. Essas funcionalidades estão no nosso dia a dia; já que o uso dos celulares é nosso principal meio de utilização de dados georreferenciados como o GPS ou GLONASS. Veja o mapa a seguir, apresentando as coordenadas geográficas: Fonte: Barreto. Combinando os dados da latitude com longitude é obtida a localização. a figura a seguir também traz coordenadas geográficas, mas, nesse caso, sua representação gráfica está indi- cando a localização de algumas capitais. CAPITAL LATITUDE LONGITUDE Brasília 15º46’48’’ S 47º55’45’’ O Washington 38º54’15’’ N 77º01’02’’ O Tóquio 35º41’22’’ N 139º1’31’’ L Londres 51º30’26’’ N 00º07’39’’ O Nova Deli 28º36’36’’ N 77º13’48’’ L Fonte: Rossetto (2024). C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 9 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. REPRESENTAÇÃO: LEITURA E CONVENÇÕES Como vimos até aqui, os mapas são a forma de representar um espaço. Para isso ocorrer de maneira organizada, existem alguns critérios a serem seguidos na produção de um mapa. Em conjunto com a imagem apresentada, devem estar: título, legenda e escala. Essas são os três itens básicos de um mapa, pois ele deve transmitir informações, não apenas imagens. Existem diferentes tipos de projeções cartográficas; veremos alguns tipos a seguir: Projeção Plana ou Azimutal Fonte: Sousa. Essa projeção costuma ser utilizada para representar um hemisfério, normalmente cen- tralizado a partir de um dos polos. Seu uso mais famoso está na bandeira da Organização das Nações Unidas (ONU), por não seguir o padrão eurocêntrico (forma de representar o continente europeu na porção supe- rior e ao “centro” em relação aos demais continentes) habitualmente utilizado na projeção cilíndrica. Também pode ser utilizado para representar o mundo por completo, mas as áreas do polo oposto à porção centralizada serão muito distorcidas (ampliadas). Projeção Cônica Fonte: IBGE. 10 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Projeção Cilíndrica Fonte: IBGE. Assim como a projeção plana ou azimutal, esse modelo é normalmente utilizado para representação de um hemisfério, senão, causará a distorção observada nessa imagem, na qual o polo Sul (oposto ao norte centralizado) aparece ampliado e distante em relação ao norte. Esse modelo é mais utilizado para representar o mundo por completo com seus hemisfé- rios em um planisfério, pois causa a menor distorção entre os hemisférios. Por ter seu uso mais intenso, existem diferentes técnicas de reproduzir essa projeção. Dentre elas, três for- mas são as mais utilizadas: z Modelo Conforme: Fonte: Jesus (2018). Desenvolvida pelo cartógrafo e matemático Gerhard Mercator no século XVI, foi a primeira representação a ampliar os territórios além do Velho Mundo (termo utilizado para se referir a Europa, Norte da África e Oriente Médio, no período prévio a Expansão Marítima). O objetivo principal era manter os ângulos e contornos dos territórios, pois seu uso era, na época, voltado à navegação. Contudo, essa necessidade de manter os contornos próximos à realidade acaba por ampliar as áreas próximas aos polos. Isso ocorre por conta da ampliação dos Paralelos mais distantes do Equador; por conta dessa característica, essa projeção recebe a denominação de “Conforme”. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 11 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Projeção Equivalente: Fonte: Pena. Essa representação foi criada por Arno Peters no século XX. Embora não fosse um cartó- grafo, a projeção de Peters tinha por finalidade representar os espaços de maneira fiel ao tamanho dos territórios. Para cumprir esse objetivo, a projeção de Peters preserva os tamanhos dos continentes, mas acaba perdendo os ângulos e contornos detalhados da projeção conforme. z Projeção Conforme não equidistante: Fonte: Pena. O estadunidense Arthur Robinson é o responsável por essa projeção. Seu objetivo é equili- brar a relação tamanho territorial versus ângulos e contornos. Para conseguir alcançar esses objetivos, essa projeção utiliza Paralelos retos e Meridianos curvos, quanto mais distantes do central Greenwich. Por mesclar as principais características de Mercator e Peters, essa projeção é atualmente a mais utilizada em livros e publicações quando se representa o mundo em planisférios. Projeção Afilática Nesse tipo de projeção, não há manutenção dos tamanhos, contornos e áreas dos territó- rios, mas são minimizadas as distorções do conjunto (o mapa por completo). 12 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Fonte: Mundo Vestibular. Projeção Equidistante São preservadas as distâncias, mas há distorção dos contornos e ângulos dos territórios. Fonte: Objetivo. Anamorfose Tipo de representação cartográfica que utiliza distorções propositais das formas dos terri- tórios para representar os temas a serem expostos. É um tipo de cartografia temática; embo- ra diferentes do habitual, são representações muito utilizadas para transmitir informações. Observe os exemplos: Brasil Índia Nigéria Paquistão Indonésia FilipinasBangladesh Etiópia China Japão Vietnã IrãTurquia Rússia Egito Alemanha Estados Unidos México até 25 000,0 25 000,1 - 75 000,0 75 000,1 - 150 000,0 150 000,1 - 325 000,0 mais de 1 339 180,1 Anamorfose - mundo população total - 2017 (mil habitantes) Fonte: IBGE Educa. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 13 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Essa Anamorfose representa a população absoluta dos países; repare como o Canadá e a Austrália ficam reduzidos, embora sejam o segundo e sextos maiores países do mundo em extensão territorial (respectivamente). Nessa Anamorfose, ficam reduzidos por conta da pequena população que possuem. A Anamorfose a seguir representa os maiores produtores de petróleo, conforme descrito na legenda. Canadá Brasil Iraque Kuwait Emirados Árabes Unidos Irã México Venezuela Nigéria Argélia Catar Angola omã casaquistão Reino Unido Nóruega Estados Unidos Arábia Saudita Rússia China 104,0 - 1 000,0 1 000,1 - 2 000,0 2 000,1 - 5 000,0 5 000,1 - 12 354,0 Anamorfose - mundo produção de petróleo (mil barris/dia) Austrália Fonte: IBGE Educa. A seguir, tem-se uma anamorfose da densidade demográfica do Brasil, comparada a um mapa tradicional: Figura 11: População total (número de habitantes), por Estado, em 2017 Figura 12: Anamorfose geográfica do tema população total , em 2017 População total - 2017 (mil habitantes) 466,0 - 1 000,0 1 000,1 - 5 000,0 5 000,1 - 10 000,0 10 000,1 - 22 000,0 45 103,1 466,0 - 1 000,0 1 000,1 - 5 000,0 5 000,1 - 10 000,0 10 000,1 - 22 000,0 45 103,1 CE GO MA PI DF MT RO TO AP MS AM PA PE RN PS AL SE ES BA MG RJ PR RS SC SP Anamorfose - Brasil população total - 2017 (mil habitantes) Minas Gerais Santa Catarina Rio de Janeiro Paraná Rio Grande do Sul bahia Goiás Pará Amazonas Mato Grosso Mato Grosso do sul Tocantins Piauí CearáMaranhão Distrito Federal Acre AmapáRoraima Rondônia São Paulo Espírito Santo Sergipe Alagoas Paraíba Pernambuco do norte Rio Grande Fonte: IBGE Educa. LEGENDAS Os mapas, além de apresentarem um local, quase sempre transmitem informações; as legendas são maneiras de representar as informações contidas nos mapas. Na cartografia, uma das principais maneiras de transmitir informações por mapas e car- tas gráficas é utilizar legendas, que são itens obrigatórios. Elas podem ser utilizadas por meio de símbolos ou cores. As legendas são importantes por permitirem incluir nos mapas diversas informações sem a necessidade da escrita, que tornaria o mapa confuso e repleto de palavras, o que provavel- mente dificultaria sua interpretação. 14 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Quando são adequadamente utilizadas, as legendas fornecem dados acerca de aconteci- mentos ou elementos existentes no Espaço Geográfico. A simbologia a ser utilizada é escolhida com base nos critérios relacionados às necessida- des de cada mapa. Alguns exemplos: divisão de áreas, indicar atividades comerciais/indus- triais ou mesmo indicar aspectos sociais. São três tipos principais de signos cartográficos: lineares, zonais e pontuais. Símbolos lineares Fonte: Pena. Normalmente, são utilizados para representar elementos naturais ou construções humanas, como rios, estradas, ferrovias, ruas. Além de representarem os itens informados na legenda, podem transmitir informação quantitativa ao modificar sua espessura para isso. Símbolos Zonais Fonte: Pena. Esse tipo de símbolo é utilizado principalmente para indicar área ocupada, quando a extensão e largura são importantes. Podem indicar regiões ou diferenciações naturais no relevo, como variação de cobertura vegetal, climático etc. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 15 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Símbolos Pontuais Fonte: Vecteezy. Os símbolos pontuais podem ser variados e sua representação é praticamente infinita, basta identificar o símbolo na legenda. Veja as três formas de legendas juntas: Figura 1 Figura 2 Pontos Pontos Linhas Linhas Áreas Áreas Adaptado de: Exercícios Web. ESCALA Mesmo com intenso uso de tecnologia atual, os mapas podem ser importantes meios de orientação no espaço, podendo fazer parte de planejamento de viagens, por exemplo. Portanto, sua representação deve ser fiel ao espaço real. As escalas representam o volume de proporção do espaço representado em relação ao espaço natural, por isso, sua correta interpretação é importante. Quanto maior a redução do local representado, maior será o denominador da escala, assim indicando um mapa menor, pois, para representar uma área muito grande, o espaço real é muito reduzido e, consequentemente, apresenta menor riqueza de detalhes do local. 16 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Em contrapartida, mapas com escala pequena são maiores, pois o espaço demonstrado foi menos reduzido, demonstrando, assim, maior detalhamento do local. Como exemplo, imagine um mapa do Brasil. Para representar o país em uma folha, seu tamanho foi muito reduzido; nessa redução, muitos detalhes do espaço ficam impossíveis de serem observados. Logo, temos uma pequena escala cartográfica e um mapa pequeno. Agora, imagine um mapa da cidade de Santos, em São Paulo. Por possuir um tamanho terri- torial muito menor que o país, um mapa desse município é menos reduzido em relação ao do Brasil. Esse mapa preservará melhor os detalhes do local, terá uma escala cartográfica grande e, consequentemente, será um mapa maior. Podem ser utilizados dois tipos distintos de escala: a gráfica e a numérica. Escala Gráfica Escala 25 50 Km0 0 0 3 3 6 6 9 Km ou 9 quilômetros Adaptado de: Blogger (2021). Esse tipo de escala faz a proporção de um centímetro do mapa em relação ao espaço da reali- dade. É importante ter atenção à unidade de medida representada, se é uma proporção relativa a quilômetros ou metros. Na primeira imagem, é representada uma proporção de um centímetro, equivalente a vin- te e cinco quilômetros da realidade. Na segunda, a escala representa uma proporção de um centímetro relativo a três quilômetros no espaço real. Escala numérica: Numerador Denominador 1 : 50000 (área do mapa) (área real) Adaptado de: Bezerra. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 17 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Importante! Quando não houver indicação da unidade de medida na escala, deve ser sempre conside- rado centímetro como a unidade representada. Nas escalas numéricas como a representada na imagem, quando não há indicação da uni- dade de medida do denominador, deve-se sempre considerar uma medida em centímetros. Ou seja, um centímetro do mapa é equivalente a cinquenta mil centímetros do espaço real. Em questões de concurso, normalmente é necessário converter essa medida para metros ou quilômetros, logo, é preciso realizar a divisão. 100 centímetros correspondem a um metro, e 1000 metros correspondem a um quilômetro. Dessa maneira, na imagem que apresenta a escala gráfica de 1:50000, um centímetro do mapa equivale a quinhentos metros do espaço real, ou meio quilômetro. Veja outros exemplos: ESCALA NUMÉRICA ESCALA GRÁFICA 1 : 500 000 0___5___10km Lê-se da seguinte forma: 1cm no mapa equiva- le a 500 000 cm na realidade Lê-se da seguinte forma: 1 cm no mapa equiva- le a 5 km na realidade ou 2 cm no mapa equiva- lem a 10 km na realidadeOu seja, a realidade foi reduzida 500 000 vezes ESCALA 1:5 000 0 0 0 50 100 150 200 300250 350 2 4 6 8 10 12 14 5 10 15 20 25 30 m 16 Km 400 Km ESCALA 1:200 000 ESCALA 1:5 000 000 Adaptado de: Bezerra. Esse último exemplo conta com a escala numérica combinado a escala gráfica. Podemos observar a conversão da escala numérica para o espaço real; na primeira demonstração, um centímetro da escala equivale a cinco mil centímetros do espaço real. Convertendo para metros, tem-se a distância de cinquenta metros do espaço real. Na segunda demonstração, a escala numérica apresenta umcentímetro correspondente a duzentos mil centímetros; ao converter, resulta-se uma distância de dois quilômetros do espa- ço real. Por fim, a proporção representada é de um centímetro da escala para cinco milhões de centímetros, correspondentes a cinquenta quilômetros do espaço real. 18 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. OUTRAS PRODUÇÕES DE CARTOGRAFIA: z Planta: normalmente utilizada na área da construção civil, é um tipo de representação do espaço em escala grande, ou seja, pouquíssima redução do local representado, conseguin- do transmitir com detalhes o local; z Carta: utilizada especialmente em atividades de gestão e planejamento, é um tipo de reprodução de escalas médias e grandes; são reproduções detalhadas dos locais represen- tados, normalmente utilizando simbologia para isso; z Croqui: simples representações do espaço, sem focar em técnicas específicas da carto- grafia, como escala; esse tipo de representação é um “resumo” com informações sobre os locais representados. ASPECTOS FÍSICOS DO BRASIL E MEIO AMBIENTE GRANDES DOMÍNIOS DE CLIMA, VEGETAÇÃO, RELEVO E HIDROGRAFIA: ECOSSISTEMAS A fitogeografia (do grego, phytón — planta) é o ramo da geografia responsável por realizar o estudo da distribuição dos vegetais na superfície da Terra. No Brasil a vegetação original que cobria o território nacional foi, em uma grande extensão territorial do país, desmatada por conta de atividades antrópicas (realizadas pelos seres humanos). Ao longo da história do nosso país, medidas foram tomadas para reduzir os níveis de des- matamento que ocorreu de forma desordenada e que ocasionou em um desequilíbrio do clima e de toda a cadeia ecológica. BIOMA AMAZÔNICA BIOMA CERRADO BIOMA MATA ATLÂNTICA BIOMA PAMPA BIOMA CAANTIGA BIOMA PANTANAL Adaptado de: Porto (2019). C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 19 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. No Brasil, podemos classificar as formações vegetais em três grupos: FORMAÇÕES FLORESTAIS OU ARBÓREAS Grupo de espécies constituídas de árvores de grande porte FORMAÇÕES ARBUSTIVAS Árvores de pequeno porte (arbustos) e herbá- ceas (plantas com caule de consistência mole) FORMAÇÕES COMPLEXAS E LITORÂNEAS Coberturas vegetais que revestem o litoral brasileiro A partir de agora, veremos as principais características de cada um dos tipos de vegetação presentes no território brasileiro. Formações Florestais ou Arbóreas z Floresta Latifoliada Equatorial ou Floresta Amazônica Esta floresta ocupa quase 40% do território nacional, e vem sofrendo com a prática do desmatamento intenso ao longo dos últimos anos. A Floresta Amazônica tem como principais características: mata heterogênea, com milhares de espécies de vegetais, sempre perene (as folhas se mantêm verdes o tempo todo e não ocorre a perda das folhas pelas árvores); é uma floresta densa, intricada (com plantas que ficam bem próximas umas das outras), dividida em três andares ou camadas (vegetação estratificada) de acordo com a proximidade dos rios, segundo a classificação a seguir: � Mata de Igapó: esta vegetação é encontrada ao longo dos rios e é inundada de forma permanente pelas cheias fluviais (do rio); � Mata de Várzea: vegetação que está sujeita a inundações ao longo dos rios; � Mata de terra firme ou Caeté: vegetação encontrada em áreas com maior altimetria do relevo (baixos planaltos). Essas áreas estão livres de inundações dos rios. Como destaque das principais espécies vegetais da Amazônia, temos: seringueira, casta- nheira, guaraná, cacaueiro, dentre outras. Fonte: Veja. 20 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Floresta Latifoliada Tropical ou Mata Atlântica A Mata Atlântica, também conhecida como floresta latifoliada tropical, foi explorada de forma intensa, principalmente durante o período colonial — devido à extração de pau-brasil — e praticamente não existe mais. Além do pau-brasil, eram presentes também neste tipo de vegetação plantas de madeira nobre. O que ainda resta da Mata Atlântica são alguns trechos localizados nas encostas da Serra do Mar. Além do pau-brasil, como dito anteriormente, podemos encontrar espécies como: cedro, ipê, jacarandá, peroba etc. Fonte: Martins (2018). z Mata de Araucárias ou Mata dos Pinhais Esta vegetação se localiza ao longo do Planalto Meridional (regiões Sul e Sudeste), com uma extensão que vai do estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul, embora a sua maior concentração esteja no estado do Paraná. Conhecida como Mata de Araucária ou Floresta dos Pinhais (grande presença de pinhei- ros), é uma formação vegetal presente no clima subtropical, é homogênea e espaçada e suas folhas têm formato de agulha (aciculifoliadas). Neste tipo de floresta encontramos espécies vegetais como: pinheiro, erva-mate etc. Fonte: Koch (2022). C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 21 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Mata dos Cocais Os cocais, também conhecidos como palmeiras, localizam-se em grandes extensões nos estados do Maranhão e Piauí. É uma vegetação de transição entre a Floresta Amazônica e a Caatinga no sertão nordestino. Suas principais espécies são o babaçu e a carnaúba, mas apa- recem também espécies como: tucum, buriti, açaí, oiticica etc. A vegetação dos cocais está localizada na parte ocidental do Nordeste; é uma importante fonte de obtenção de renda para as populações locais, pois é explorada e utilizada na produ- ção de cosméticos e combustível (como o biodiesel). Em regra, a vegetação está distribuída da seguinte forma: o babaçu é encontrado em maior quantidade no Maranhão e na parte oci- dental do Piauí, enquanto a carnaúba está presente na porção oriental do Piauí até o estado do Rio Grande do Norte. Fonte: Miranda (2014). z Matas de Galerias ou Ciliares Conhecidas como as pequenas florestas que se desenvolvem ao longo dos cursos dos rios, são encontradas em diversas partes do território brasileiro. Quanto mais próximas dos cur- sos d’água, maior é a diversidade desta vegetação. São vegetações fechadas e ricas. À medida que ocorre o afastamento do leito do rio, ocorre a redução da umidade, e aos poucos vão aparecendo novas espécies que são menos necessitadas de água. São encontradas espécies como: sapucaia, paxiúba e palmeiras. Fonte: Couri (2016). 22 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Formações Arbustivas e Herbáceas z Caatinga A Caatinga, também conhecida como mata branca, é o tipo de vegetação presente no Sertão Nordestino ou Nordeste semiárido (região com poucas chuvas, são escassas e são distribuídas de forma irregular ao longo do ano). As principais características da Caatinga são: � vegetação com árvores e arbustos espinhentos ou que perdem as folhas durante a estação seca; � São plantas xerófilas (vegetação que se adapta a ambientes secos); � presença de arbustos associados às cactáceas e às bromeliáceas; � vegetação com caules a galhos tortos, raízes profundas e em grande quantidade. � os solos nessa região quase sempre são pedregosos, e são de pequena espessura. Na Caatinga, as espécies que podemos destacar são: � Árvores e arbustos: angico, juazeiro, umbuzeiro; � Cactáceas: mandacaru e xiquexique; � Bromeliáceas: macambira e caroá. Fonte: Vertente (2023). z Cerrado A vegetação Cerrado está localizada principalmente na região central do país, porém pode ocorrer a presença deste tipo nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, totalizando áreas que podem chegar a 2.000.000 km². O Cerrado tradicional é composto por vegetação de árvores e arbustos que estão associados a uma vegetação baixa inferior, formada basicamente por gramíneas (vegetação rasteira). O tipo climático presente nas áreas onde ocorre o predomínio do Cerrado é o tropical subú- mido, com duas estações bem distintas — uma chuvosa e outra seca. Os solos do Cerrado são em grande parte pobres e de baixa fertilidade (devido aos altos índices de acidez). É comum a presença das seguintesespécies de vegetais: pau-terra, barbatimão e as gramí- neas ou vegetação rasteira. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 23 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Fonte: Shutterstock. z Campos No Brasil, os campos, também conhecidos como Pampas, estão presentes na região Sul do país, em áreas com o relevo suave (pequenas alterações na altimetria — altura). Podem se apresentar de forma contínua (somente com gramíneas) ou com a presença de pequenos arbustos que ficam isolados na paisagem, que formam os chamados campos sujos. Dentre as atividades econômicas desenvolvidas nesta região, temos destaque para a pecuá- ria extensiva — gado criado solto em grandes extensões de terras —, e a monocultura: soja ou arroz. Como espécies presentes neste tipo de vegetação, destacam-se: barba-de-bode, gordura, mimosa, forquilha, flecha. Fonte: Curado (2018). Formações Complexas e Litorâneas z Complexo do Pantanal Denomina-se Complexo do Pantanal o conjunto de diversas formações de vegetação que estão presentes na área do Pantanal Mato-Grossense. Nesta região ocorrem inundações em períodos do ano, o que possibilita a existência de três tipos de áreas: as áreas que estão sempre alagadas, as áreas que são periodicamente alagadas e as áreas que estão livres de inundações. 24 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Como espécies de vegetais aqui nesta região, destacam-se os diversos tipos de palmeiras do cerrado, paratudo, capim-mimoso e vários bosques chaquenhos, com a presença de que- bracho e do angico, dentre outros tipos. Fonte: Vargueiro (2019). z Vegetação Litorânea No litoral brasileiro, existem dois tipos de vegetação. Veremos a seguir cada uma delas: � Vegetação das praias e das dunas (jundu): são vegetações arbustivas e herbáceas que conseguem sobreviver em solo arenoso, sofrendo fortes influências da ação do mar (por meio das marés e dos ventos). Nas praias a vegetação é mais mirrada (pobre — grande quantidade de sal e poucos nutrientes), enquanto nas dunas a vegetação é mais diversificada e contínua, por conta da maior quantidade de nutrientes e menor quan- tidade de cloreto de sódio presente na água do mar. Fonte: Campos. � Uma outra vegetação presente na faixa litorânea é o mangue. Esta vegetação está presente em faixas litorâneas com clima tropical e que sofrem a ação das marés ou da água salobra (salgada). As vegetações são halófilas (ambientes salinos). C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 25 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL Domínios morfoclimáticos seguem a classificação estabelecida pelo estudo realizado em 1977 pelo geógrafo Aziz Nacib Ab’Saber (1924-2012) com base em critérios climáticos, geo- morfológicos, pedológicos, hidrológicos e fitogeográficos sobre o território brasileiro. Sendo assim, considerou-se: clima, relevo, solo, hidrografia e vegetação de forma integrada. Os domínios morfoclimáticos do Brasil, segundo Ab’Saber, são: Amazônia z Vegetação: floresta equatorial latifoliada (folhas grandes e que produzem evapotranspira- ção, floresta densa e fechada); z Clima: equatorial (médias térmicas e pluviométricas elevadas durante o ano todo); z Hidrografia: Bacia Amazônica (rios de planalto, de planície e Aquífero Alter do Chão); z Relevo: Planalto da Guiana e Planalto Central na borda, Planície Amazônica e Depressão Periférica mais próximas ao Rio Amazonas; z Solo: lixiviação (efeito das chuvas que “empurra” os minerais para o fundo), muita maté- ria orgânica, pobre em minerais. Cerrado z Vegetação: árvores caducifólias (folhas caem entre outono e inverno), predominância de arbustos e árvores baixas com raízes profundas; z Clima: tropical típico (inverno seco e frio, verão quente e chuvoso); z Hidrografia: Bacia do Araguaia-Tocantins, Bacia do Prata e Bacia do Rio São Francisco, Aquí- fero Guarani; z Relevo: Planalto Central, chapadas sedimentares dos Guimarães, dos Parecis, das Manga- beiras e Espigão Mestre; z Solo: laterização (oxidação causada pelo regime de chuvas). Caatinga z Vegetação: xeromorfismo (plantas que retêm água); z Clima: semiárido (elevadas médias térmicas, médias pluviométricas baixas e mal distri- buídas ao longo do ano); z Hidrografia: Bacia do Rio São Francisco, rios intermitentes (que secam em um determina- do período) e açudes; z Relevo: Depressão Sertaneja e Planalto da Borborema; z Solo: pouco desgastado e rico em minerais. Mares de Morros z Vegetação: Floresta Tropical Latifoliada (Mata Atlântica); z Clima: Tropical Úmido (inverno ameno e chuvoso, verão seco e quente) no litoral e Tropi- cal de Altitude (verão quente e chuvoso, inverno seco e ameno) no interior; 26 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Hidrografia: Bacia Atlântico Leste, Bacia Atlântico Sudeste, Bacia do Rio São Francisco, Bacia do Paraná, possuem alto potencial para hidrelétricas; z Relevo: serras graníticas com forma mamelonar por conta da ação da erosão; z Solo: ocorrência do solo de Terra Roxa, originada nas erupções do Período Terciário. Mata das Araucárias z Vegetação: aciculifoliadas (folhas pontiagudas, copas altas e tronco alongado); z Clima: subtropical úmido (chuvas bem distribuídas ao longo do ano e temperaturas amenas); z Hidrografia: Bacia do Paraná; z Relevo: Planalto Meridional; z Solo: ocorrência de Terra Roxa e alta fertilidade. Pradaria z Vegetação: gramínea e arbustiva; z Clima: subtropical úmido; z Hidrografia: Bacia do Uruguai; z Relevo: planícies do sul, ondulações e colinas. Zonas de Transição ou Ecótonos Áreas que possuem mescla de características de mais domínios morfoclimáticos, como Pantanal, Agreste, Mata dos Cocais e região Roraima-Guianense. ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO AGRÁRIO ATIVIDADES ECONÔMICAS, MODERNIZAÇÃO E CONFLITOS Processo de Industrialização A industrialização é um processo histórico e social através do qual a indústria se tornou uma importante área para a economia. Substituindo a produção manufatureira, as técnicas e os processos de produção manuais foram gradativamente deixados de lado e um novo ciclo de produção iniciou-se, contribuin- do assim para um processo de mudanças não somente na estrutura produtiva, mas também nas questões sociais, nas relações de trabalho e na nova forma de conduzir a economia. Primeira, Segunda e Terceira Revoluções Industriais A Primeira Revolução Industrial ocorreu na Inglaterra, por volta de 1760 indo até apro- ximadamente 1850, quando ocorreu a Segunda Revolução Industrial. Os ingleses foram os pioneiros da Revolução Industrial por conta de fatores como: C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 27 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z localização geográfica; z acúmulo de capital decorrente da prática comercial; z grande quantidade de reservas de carvão mineral (fonte de energia do processo); z ocorrência da política de cercamentos (na qual os grandes proprietários de terras toma- vam as pequenas e médias propriedades) para a aumentar a produção de lã; z grande quantia de mão de obra presente nas cidades industriais; z matéria-prima (algodão) vinda das colônias inglesas na América do Norte. A Primeira Revolução Industrial teve como principal característica a substituição da manufatura pela maquinofatura. Surgiram as indústrias (a princípio, a indústria têxtil foi a que mais se desenvolveu), e ocorreu um aumento na produtividade, pois o processo produ- tivo passou a ser com o uso das máquinas de fiar, do tear mecânico e da máquina a vapor. Novas relações de trabalho se consolidaram e, dessa forma, surgiu o trabalho assalariado e a divisão do trabalho. A Segunda Revolução Industrial aconteceu no século XIX, por volta de 1850, durante o processo de expansão industrial de outros países, em especial Estados Unidos, Japão e os da Europa Ocidental. Ocorreu um crescimento das indústrias petroquímicas, siderúrgicas e automobilísticas, com destaque para o modelo fordista deprodução (o trabalho era repetiti- vo, e o trabalhador, alienado), resultando assim em redução dos custos da produção e conse- quente redução dos preços dos automóveis. É importante destacar nesse período a utilização de petróleo e eletricidade como fontes de energia. A Terceira Revolução Industrial ocorreu nos anos 1970; o processo foi liderado pelo Japão e por aqueles países que já haviam se industrializado anteriormente. Destaca-se a uti- lização da tecnologia no processo produtivo, exigindo assim que o trabalhador tivesse um nível mais elevado de qualificação. Com a implantação da robótica e da informática no processo produtivo, ocorreu a auto- mação da produção industrial. Nesse cenário, foi implantado o modelo de produção toyotis- ta (nome derivado da fábrica da Toyota, no Japão), e aconteceram mudanças significativas nesses processos, como a redução dos estoques e uma maior variedade de itens para estar à disposição do consumidor. Tipos de Indústria z Indústrias de base: responsáveis pela transformação de matérias-primas brutas em ma- térias-primas elaboradas. Exemplos: petrolífera, metalúrgica e siderúrgica; z Indústrias de bens intermediários: responsáveis pela produção de máquinas e equipa- mentos que serão utilizados nos diversos segmentos das indústrias de bens de consumo. Exemplo: mecânica (máquinas industriais, motores automotivos etc.); z Indústrias de bens de consumo: têm sua produção direcionada diretamente para o mer- cado consumidor, ou seja, para a população em geral. São divididas em indústrias de bens duráveis (móveis, eletroeletrônicos, automóveis etc.) e de bens não duráveis (alimentos, vestuário, remédios etc.). 28 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Concentração e Dispersão Industrial As indústrias dos países que passaram por suas Revoluções Industriais nos séculos XVIII e XIX tiveram em seus territórios a formação de grandes corporações industriais, que cresciam à medida que ocorria a expansão das áreas destinadas para o processo produtivo. A princípio, a localização dessas indústrias estava nos chamados países de industrialização clássica (séculos XVIII e XIX). Porém, durante a primeira metade do século XX, com a inten- sificação do processo a partir dos anos 1950, as indústrias começaram a migrar para áreas ainda não industrializadas, contribuindo assim para a formação dos Novos Países Industria- lizados (NPIs) e instalando suas filiais em países da América Latina, durante os anos 50 e 60, e no sudeste asiático (o que auxiliou a formação de um grupo de países na Ásia denominado como Tigres Asiáticos) devido à rapidez e à agressividade no desenvolvimento industrial. Dentre os motivos para os deslocamentos industriais em nível mundial, está a busca por redução dos custos de produção, pois as áreas não industrializadas do planeta ofertavam condições mais atrativas e que contribuíam para essa questão. Conglomerados Transnacionais O termo conglomerado transnacional diz respeito à junção de grupos industriais (não necessariamente no mesmo ramo, no mesmo segmento de produção) que se unem para ter um controle maior do mercado. A formação desse novo arranjo industrial é bastante comum na fase do capitalismo financeiro globalizado, atual estágio do processo de globalização. Quando ocorre essa junção entre empresas do mesmo segmento produtivo ou não, ocorre também a formação de controle do mercado em escala mundial. Para compreender melhor esse processo, é preciso ter atenção à formação dos oligopólios (quando um pequeno grupo de investidores controla uma grande parcela do mercado mun- dial); além dos oligopólios, ocorre também a formação dos trustes (fusão entre empresas com o objetivo final de ter uma maior fatia do mercado consumidor para ser explorada). Mesmo com as restrições de governos e de organismos ligados à questão comercial, a for- mação dos grandes conglomerados transnacionais está cada vez mais presente na dinâmica econômica do mundo globalizado. Novos Fatores de Localização Industrial Quando ocorreram as primeiras revoluções industriais, havia a necessidade de que a fábrica estivesse próxima a algumas condições específicas, que são os seguintes fatores locacionais: z matéria-prima; z fonte de energia; z mão de obra; z mercado consumidor; z rede de transportes. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 29 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Hoje, porém, na dinâmica do mundo globalizado e com o processo de fragmentação do processo produtivo e consequente mundialização da indústria, esses fatores perderam um pouco de importância, mas ainda continuam relevantes, e foram associados a outras situa- ções, como a redução dos impostos com a realização de incentivos fiscais. Entretanto, para a produção industrial do mundo globalizado, a não proximidade das indústrias a esses fatores não impede o processo produtivo em larga escala, o escoamento da produção, o aumento da concorrência e uma maior área de exploração do mercado consu- midor em nível global. Fontes de Energia e a Questão Energética z Fontes de energia renováveis: aquelas que, se utilizadas de forma sustentável, podem ser repostas ou recriadas pela natureza ou pela intervenção do homem. Exemplos: energia hidráulica, carvão vegetal, álcool; z Inesgotáveis: aquelas que, mesmo utilizadas em grande escala, não se esgotam. Exem- plos: energia solar e eólica; z Não renováveis: uma vez esgotadas, não podem ser repostas ou têm um ritmo de reposi- ção muito lento. Exemplos: petróleo, carvão mineral, gás natural, energia nuclear etc. z Carvão Mineral Substância de origem orgânica, sólida, resultante da transformação de restos vegetais enterrados por milhões de anos. Encontra-se apenas em bacias sedimentares, por ser um combustível fóssil. Seus principais depósitos foram formados durante os períodos Carbonífe- ro e Permiano da Era Paleozoica, cerca de 350 milhões de anos atrás. Foi a principal fonte de energia do século XIX, sendo utilizado por séculos como fonte de calor. O vapor que movimentava as máquinas usadas nas primeiras indústrias era produzido pela queima do carvão. A existência de diferentes tipos de carvão foi determinada pelas condições de temperatura e de pressão às quais foram submetidos os restos vegetais. No Brasil, o carvão mineral concentra-se nas jazidas dos terrenos de origem permocarbo- nífera da região Sul, em especial em Santa Catarina (maior produtora de carvão siderúrgico do país), e no Rio Grande do Sul (maior produtor de carvão mineral energético). Alguns pontos positivos do carvão mineral são seu alto poder calórico e sua abundância no planeta; já entre seus pontos negativos, destacam-se sua alta emissão de gases, que contri- bui para o efeito estufa, e sua extração, que é perigosa. As usinas termoelétricas são responsáveis pela maior parte da eletricidade utilizada no mundo, usando principalmente carvão mineral, petróleo, gás natural e outros combustíveis fósseis como fontes de energia. z Petróleo Localizado nas bacias sedimentares da Era Cenozoica, seus derivados são a gasolina, o óleo diesel, o asfalto, a borracha, o plástico, dentre outros. Sua descoberta como fonte de energia foi realizada nos Estados Unidos em 1859; logo, seu uso superou o carvão mineral, por seu alto teor calórico. 30 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. A região do Oriente Médio possui aproximadamente dois terços das reservas do mundo, por isso, crises lá ocorridas podem afetar o fornecimento mundial de petróleo. Fundada em 1960, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) representa quase metade das exportações mundiais e é composta por Arábia Saudita, Iraque, Irã, Kuwait, Venezuela, Catar, Indonésia, Líbia, Emirados Árabes Unidos, Argélia e Nigéria. Em 1973, houve uma crise de petróleo causada por conflitos entre Arábia Saudita e Israel. Este não desejava devolver territórios na Síria, no Egito e na Jordânia que haviam sido ocu- pados na Guerra dos 6 dias,ocorrida em 1967; os Estados Unidos e a Europa Ocidental apoia- vam Israel. Por isso, com o apoio da OPEP, a Arábia Saudita aumentou o preço do barril de petróleo e interrompeu o envio para os EUA e alguns países da Europa. Como consequência, o preço da gasolina subiu dez vezes e uma recessão atingiu a economia mundial. Durante as décadas de 1970, 80 e 90, houveram oscilações no preço do petróleo; na déca- da de 90, o Iraque invadiu o Kuwait. Conflitos nos maiores países produtores de petróleo do mundo (como Arábia Saudita, Venezuela e Iraque) colaboraram para o aumento expressi- vo de seu preço em 2004, superando os 42 dólares por barril. O crescimento da economia mundial, tendo Estados Unidos e China como líderes, também contribuiu para o aumento de preço. Como novas regiões produtoras, pode-se falar em Cazaquistão e Azerbaijão, onde desco- briu-se grandes reservas de gás natural e petróleo, e nos países Nigéria, Angola, Guiné e Cha- de há importantes novas jazidas. Como pontos positivos do petróleo, pode-se citar seu fácil transporte e armazenamento e sua alta densidade energética; entre seus pontos negativos, é importante destacar seu previs- to esgotamento e suas taxas altas de poluição. z Gás Natural É importado da Bolívia para o Brasil em grandes quantidades e transportado entre esses países por gasodutos, um sistema de tubulações. Utiliza-se em fogões, altos-fornos e automó- veis e também para gerar eletricidade. Pontos positivos: transporte pelo gasoduto e menos poluição em comparação com o petró- leo e o carvão mineral. Pontos negativos: armazenamento e transporte caros e arriscados e jazidas muito concentradas geograficamente. z Energia Nuclear Por meio da fissão — divisão — do átomo, a energia elétrica é gerada; as matérias-primas são o urânio ou o tório, minérios muito radioativos. Batizada de “usina vaga-lume” por sua intermitência, a central nuclear de Angra dos Reis foi fundada em 1981, mas enfrenta uma série de problemas. Essa tecnologia é muito utilizada pelos países desenvolvidos do Hemisfério Norte. Entre seus pontos positivos, destaca-se seu uso na medicina e na pesquisa científica. Como negati- vos, estão a falta de solução para eliminar os resíduos radioativos, o risco das operações (por exemplo, o acidente da usina de Chernobyl ocorrido em 1986) e a necessidade de altos inves- timentos financeiros e tecnológicos. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 31 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Hidroelétricas Por meio do aproveitamento das águas dos rios, gera-se energia elétrica. A turbina que aciona o gerador responsável por transformar energia hidráulica em elétrica é acionada pela força das águas. Pontos positivos: fonte limpa, segura e barata de eletricidade; pontos negati- vos: represamento de água, seu uso apenas em rios de planalto, entre outros. z Fontes Alternativas de Energia � Energia solar: ainda pouco utilizada, geralmente no aquecimento de água e de interio- res de prédios; � Biomassa: energia que se produz pelo gás da matéria orgânica em decomposição, por meio do aparelho “biodigestor”, reaproveitando resíduos para a produção de gás; � Energia eólica: utilizada há muitos séculos, possui alguns problemas: a dispersão dos ventos e sua irregularidade. A área utilizada para captar essa energia é muito maior do que a usada na captação da mesma quantia de energia solar. Mesmo assim, é uma energia limpa e em alta; � Geotérmica: nessas usinas, bombeia-se água para o subterrâneo, no qual as rochas são quentes, por um buraco de até 1000 quilômetros. Durante esse caminho, a água se aque- ce e retorna à superfície em forma de vapor, movimentando as turbinas. O subproduto desse processo está na forma de calor para aquecimento de casas; � Xisto betuminoso: formada por hidrocarbonetos, essa rocha metamórfica, quando aquecida, propicia a extração de betume que, após refinado, fornece combustível; � Álcool: muito utilizado recentemente como combustível de automóveis e para a produção de eletricidade. O Brasil, com o etanol da cana-de-açúcar, e a Rússia, com o metanol do eu- calipto, são exemplos de países que se preocupam atualmente em desenvolver o álcool co- mo fonte de energia. Pode-se também o produzir por meio da beterraba, cevada e batata. Países com grandes extensões territoriais, como Brasil, Canadá, China e Rússia, são mais propícios a desenvolver essa fonte de energia. O Programa Nacional do Álcool (Proálcool), criado em 1975 pelo Brasil, foi uma tentativa de buscar saídas para a primeira crise do pe- tróleo. É um programa caro ao tesouro público que não garantiu a economia de gastos com o petróleo, pois só substituiu o consumo de gasolina, que, depois desse programa, começou a ser exportada pelo país. Quando, a partir de 1989, o governo diminuiu os subsídios para o consumo e a produção do álcool, a crise atingiu o setor e começou-se, então, a importar o combustível da Europa. IMPACTOS AMBIENTAIS DA AGROPECUÁRIA Sistemas Agrícolas Os sistemas agrícolas são classificados de formas distintas de acordo com modelos de pro- dução, sistemas de plantio e técnicas empregadas, além das distintas formas de usar o solo. Os modelos de produção agrícolas podem ser divididos em três grupos: 32 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Convencional: associado ao uso de sementes transgênicas (manipuladas geneticamente), ao controle de pragas por meio de agrotóxicos e à aplicação de adubos e fertilizantes industriais; z Agroecológico: associado ao uso de sementes crioulas (sementes tradicionais mantidas e selecionadas por agricultores familiares), à adubação orgânica sem o uso de produtos industriais e ao controle de pragas sem o uso de agrotóxico. O objetivo é tornar mínimos os impactos ambientais; z Agroflorestal: versão da agroecologia que insere as lavouras em meio às florestas, fazen- do o uso das árvores para sombreamento e da adubação pelo húmus. De acordo com o sistema de plantio e com as técnicas empregadas, os setores agrícolas estão divididos em: z Agricultura moderna: prática que envolve o produtor rural em uma cadeia produtiva complexa, exigindo vultosos investimentos pelo elevado grau de mecanização e pela apli- cação de tecnologias modernas (transgênicos, nanotecnologia etc.). Na produção de hor- taliças, utiliza métodos como a hidroponia, que dispensa o plantio direto no solo, optando pelo uso de um coquetel líquido de nutrientes. Em regiões assoladas por longas estações secas, aplica sistemas sofisticados de irrigação, como o dry farming (revolvimento do solo, trazendo as camadas mais úmidas do fundo para a superfície), ou o gotejamento (por meio de mangueiras com pequenos orifícios); z Sistema de Plantation: instalado pelas metrópoles em suas colônias no período colonial e ainda presente em muitos países. A plantation caracteriza-se como monocultura que prioriza a exportação, e é praticada em grandes latifúndios, com o uso de mão de obra desqualificada (antigamente, os escravos; hoje, são os trabalhadores temporários ou boias-frias); z Agricultura itinerante: atividade que se desloca à medida em que as terras se tornam inférteis ou secas. Utiliza técnicas rudimentares, como as queimadas, que reduzem a ferti- lidade dos solos. É ainda largamente praticada em países em desenvolvimento. Em muitos casos, são aplicados sistemas pouco eficientes de irrigação e o plantio direto, no qual a nova plantação é feita diretamente sobre o substrato restante da cultura anterior, sem o envolvimento do solo; z Jardinagem: típica do Sudeste Asiático, a agricultura de jardinagem emprega grande quan- tidade de mão de obra para o cultivo de cerais em vales inundados ou em terraços cons- truídos nas vertentes de montanhas para fins agrícolas (com técnicas de terraceamento). Estrutura Agrária e Uso da Terra Em relação ao uso do solo, podemos citar as seguintes práticas: z Rotação de culturas: Prática policultora que intercala culturas temporárias (plantasdes- truídas na colheita e replantadas a cada temporada), como o milho, com outras lavouras permanentes (plantas utilizadas por muitos anos), como o café; z Curvas de nível: Sistema similar ao de terraços, no qual se estabelecem recortes perpen- diculares à inclinação do terreno para evitar erosão. A estrutura agrária difere-se de acordo com o nível de desenvolvimento do país. Em regiões nas quais existe um maior emprego da tecnologia, tem-se um processo produtivo altamente rentável; por exemplo, o espaço agrário estadunidense tem como principais características C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 33 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. os grandes cinturões (denominados belts). Com o emprego da tecnologia de ponta e alta pro- dutividade, em países europeus, como a França, as propriedades são relativamente pequenas e também possuem uma elevada produtividade, apesar de limitações por conta das questões climáticas. Em países pobres, permanece uma estrutura muito utilizada no período colonial, com o predomínio das grandes propriedades com o emprego de tecnologias e a prática da monocul- tura voltada para a exportação, como é o caso do Brasil. Essa estrutura fundiária concentrada nas mãos de poucos gera uma série de questões, dentre as quais o aumento do desemprego no campo e o aumento também dos conflitos, principalmente em países pobres ou em desenvolvimento. Agricultura e Meio Ambiente Como resultado da modernização do campo e da introdução de novas técnicas agrícolas, a produção de alimentos aumentou significativamente, sobretudo no mundo desenvolvido, no qual é maior o nível de capitalização e são utilizadas as mais avançadas tecnologias. Dessa forma, foram afugentados definitivamente, pelo menos nos países desenvolvidos, os prog- nósticos feitos por Thomas Malthus, no século XVIII, acerca da escassez de alimentos. Contudo, apesar dos grandes avanços tecnológicos, a fome ainda ronda milhões de pessoas em países subdesenvolvidos, principalmente na África. Embora a produção de alimentos tenha aumentado consideravelmente, o problema da fome em escala mundial ainda não foi resolvido. Além disso, como resultado da revolução agrícola, enfrenta-se, atualmente, uma série de desequilíbrios no meio ambiente. Poluição com Agrotóxicos O plantio padronizado de apenas uma espécie em grandes terras vem causando problemas nas cadeias alimentares, o que favorece a proliferação de insetos que se tornam pragas pela falta de seus predadores naturais. Um exemplo desta padronização são os “cinturões” (belts) norte-ameri- canos, como os de algodão, milho e trigo. Para tentar controlar as pragas, usa-se massivamente agrotóxicos, o que leva, pela seleção natural, ao surgimento de linhagens resistentes, pois só se reproduzem os insetos imunes ao veneno, o que requer venenos ainda mais potentes. Essa situação, além de prejudicar as pessoas que, às vezes, sem proteção, aplicam esses vene- nos, causa transtornos a quem se alimenta de produtos produzidos em solo contaminado. A con- taminação e o empobrecimento dos solos são causados pelo uso desenfreado de agrotóxicos, que impede a proliferação dos microrganismos que são fundamentais para a fertilidade da terra. Erosão Outro impacto sério causado pela agricultura é a erosão do solo, principalmente na zona tropical do planeta. O desagregamento do solo, causado pelo seu revolvimento antes do cultivo, facilita o carregamento dos minerais pela água da chuva. Um dos piores problemas enfrenta- dos pela agricultura é a perda de muito solo cultivável ano após ano, por conta da erosão. A formação de novos solos (resultado do intemperismo das rochas) é um processo lento, o que agrava o problema. 34 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z Combate à Erosão Com o objetivo de anular, ou pelo menos minimizar, os problemas causados pela erosão em áreas agrícolas, foram desenvolvidas algumas técnicas: � Terraceamento: faz-se cortes que formam degraus — terraços — nas encostas das monta- nhas, para possibilitar a expansão das áreas agrícolas em países montanhosos e populosos e dificultar o processo erosivo, quebrando a velocidade de escoamento da água. Técnica comum em países asiáticos, como a China, o Japão, a Tailândia, o Nepal etc.; � Curvas de nível: o solo é arado e depois é feita a semeadura, seguindo-se as cotas altimé- tricas do terreno. Esse processo ajuda a reduzir a velocidade do escoamento superficial da água da chuva. A construção de obstáculos no terreno (espécies de canaletas feitas com ter- ra retirada dos próprios sulcos que resultam da aração) também é utilizada para contribuir com a redução da velocidade de escoamento. A perda do solo utilizável é assim reduzida. Em terrenos com baixo declive, propícios à mecanização, o cultivo é feito seguindo as cur- vas de nível, o que é usual em países nos quais a agricultura é bastante mecanizada, como as grandes planícies dos Estados Unidos e do Canadá, a Grande Bacia Australiana e a planí- cie de Champagne, na França; � Associação de culturas: costuma-se plantar entre uma fileira e outra, em cultivos que deixam parte significativa do solo exposto à erosão — como algodão e café — espécies leguminosas, como feijão, que recobrem satisfatoriamente o solo, técnica que garante o equilíbrio orgânico do solo, além de evitar a erosão. PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA, COMÉRCIO MUNDIAL DE ALIMENTOS, A QUESTÃO DA FOME, GLOBALIZAÇÃO E CIRCULAÇÃO Fluxos Financeiros A dinâmica do mundo globalizado proporciona uma maior circulação de capitais e, con- sequentemente, uma maior ocorrência de atividades financeiras, como a compra e venda de títulos e ações de grandes empresas. Essa nova dinâmica relacionada à circulação de capitais só foi possível por conta do desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação que pro- movem uma maior integração entre os fluxos e os fixos do mundo globalizado. Essa situação permite que milhões de dólares sejam movimentados nas relações entre paí- ses e entre empresas em um período de 24 horas. Essa movimentação de capitais, principal- mente aqueles relacionados às ações das empresas, ocorre nas bolsas de valores espalhadas pelo mundo. Normalmente, a localização da sede das bolsas de valores está em territórios luminosos do mundo globalizado. Como exemplos desses territórios integrados de forma intensa à globalização, pode-se citar Alemanha, Estados Unidos, Japão, Inglaterra, França, Coreia do Sul e China. Neles, estão as sedes ou filiais das grandes empresas transnacionais, de bancos e instituições financeiras. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 35 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Transportes Os meios de transporte têm papel de extrema importância no processo de desenvolvi- mento econômico dos países e no crescimento das empresas, pois são eles que dinamizam o escoamento e a circulação de pessoas, mercadorias e objetos todos os dias. O setor de transportes desenvolveu-se ao longo dos séculos, de acordo com as demandas em questão. Desde a criação da máquina a vapor durante a Primeira Revolução Industrial, o setor de transportes vem passando por profundas transformações. As novas tecnologias implantadas no setor podem definir se o país ou região terá maior ou menor parcela de participação na dinâmica econômica e política do mundo. Em países com dimensão continental, como é o caso do Brasil, o modelo ideal seria o trans- porte ferroviário, devido ao seu custo de manutenção, e por conta do baixo nível de agressão ao meio ambiente. As trocas e os fluxos comerciais intercontinentais ocorrem basicamente pelo transporte marítimo (para cargas pesadas); para cargas leves e valiosas, além do transporte de passa- geiros entre longas distâncias, o ideal é o transporte aeroviário. Para o transporte de cargas entre distâncias curtas, o mais indicado é o transporte rodoviário. Porém, a dinâmica do mundo globalizado traz maior fluidez em seus sistemas de trans- porte, especialmente caso ocorraa implantação de eixos multimodais, com junção e ligação entre vários meios de transporte em um determinado ponto. Fluxos de Informação São fatores determinantes de busca, seleção, tratamento, armazenamento, disseminação e uso do conjunto de informações necessárias para a ocorrência dos processos organizacio- nais; resultam em conhecimento com valor agregado às necessidades e demandas de diferen- tes processos e relações no mundo atual. Meio Técnico-Científico-Informacional O meio técnico-científico-informacional é representado pela atual fase na qual se encon- tra o sistema capitalista de produção – o capitalismo financeiro globalizado, que provocou uma intensa transformação do espaço geográfico. Esse processo tem relação direta com a Terceira Revolução Industrial, que passou a ser chamada de Revolução Científica Informacio- nal; suas consequências ficaram mais visíveis a partir dos anos 1970. Esse processo permitiu a união entre técnica e ciência, conduzida pelo funcionamento do mercado que, através dos avanços tecnológicos, realiza sua expansão consolidando o proces- so de globalização. Como exemplo dessa situação, em que as técnicas e as ciências estão se integrando e interagindo, propiciando a expansão do capital, tem-se o processo de mundia- lização da tecnologia, que permite que sejam levadas possibilidades de acesso à internet a espaços totalmente opacos no mundo globalizado. 36 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. Comércio Mundial A dinâmica comercial cresceu de forma acelerada na segunda metade do século XX, pós Segunda Guerra Mundial, com maior produtividade e facilidade para o escoamento da pro- dução através do desenvolvimento do setor de transportes. Houve uma maior produtividade do setor industrial, o que consequentemente favoreceu o surgimento de uma nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT). Foi possível visualizar o crescimento de alguns países que, até o fim da Velha Ordem Mundial (1945-1991), ocupavam o posto de países periféricos no cenário capitalista mundial. O aumento dos fluxos de mercadorias ainda é uma constante, porém é importante desta- car o aumento também da circulação das commodities, bens primários que possuem valor agregado menor que os produtos industrializados; entretanto, estas mesmas commodities passam por alterações de valor à medida em que são transformadas e passam pelo processo de industrialização. Para realizar o controle e a fiscalização nas relações comerciais entre as grandes nações e entre as grandes empresas transnacionais, foram criados órgãos supranacionais. No final da Segunda Guerra Mundial e início da Guerra Fria, criou-se o GATT (sigla em inglês para Acordo Geral de Tarifas e Comércio). Seu principal objetivo era impedir que o protecionismo econômico fosse colocado em prática e que houvesse prejuízo para alguns países na ocorrên- cia das relações comerciais. O GATT foi substituído em 1995 pela Organização Mundial do Comércio (OMC), com o mesmo papel da organização anterior, porém com maior trabalho, pois os fluxos do mundo globalizado e o processo de mundialização da produção industrial, juntamente com o desen- volvimento do setor de transportes, deram nova dinâmica às relações comerciais. Hoje, países da Ásia, como a China, passaram a ter uma parcela de contribuição no fluxo comercial mundial; os chineses já possuem parceiros comerciais espalhados em todo o mun- do, o que os coloca em condição de vantagem perante outros países. Por conta do volume de negociações realizadas pelos chineses, a OMC falha no seu principal objetivo: fiscalizar e regular o comércio mundial. Através da formação dos blocos econômicos, a dinâmica econômica regional em diversas partes do globo ganhou bastante impulso e o multilateralismo comercial perdeu um pouco de força com a formação e consolidação de vários blocos econômicos, tema que será abordado a seguir. Blocos Econômicos No mundo globalizado, os blocos econômicos consolidaram-se como organismos suprana- cionais que seriam responsáveis por conduzir as relações econômicas e comerciais na Nova Ordem Mundial. Porém, o processo de surgimento de vários blocos econômicos deu-se pouco após o térmi- no da Segunda Guerra Mundial; nos anos 1990, os blocos multiplicaram-se pelo mundo. Podemos conceituar bloco econômico como uma forma de união entre países de uma mesma região ou não, visando fomentar o crescimento de suas economias e estabelecer polí- ticas de integração a fim de formar um mercado regional comum, estabelecendo facilidades tarifárias entre seus membros. C O N H EC IM EN TO S G ER A IS 37 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. As associações de blocos econômicos podem possuir várias estruturas organizacionais. Um exemplo é a União Aduaneira, na qual ocorre a redução parcial ou total dos impos- tos nas relações comerciais entre os membros do bloco. Também existem as zonas de livre comércio, quando ocorre entre os países membros o comércio com a eliminação total de tarifas entre os seus membros. Outra forma de organização de bloco econômico é o Mercado Comum, no qual os países membros usufruem de políticas igualitárias acerca da livre circulação de pessoas, capitais e mercadorias, e tarifas externas diferenciadas para membros do bloco. A Zona de Preferência Tarifária é uma modalidade de bloco econômico na qual as tari- fas alfandegárias entre os países membros são fixadas de acordo com estratégias específicas. Por último, existe também a União Econômica e Monetária ou União Política e Monetária, na qual os países membros adotam uma moeda única, ocorrendo também a implantação de um organismo supranacional para as questões políticas de forma permanente. As etapas de integração econômica dizem respeito à estruturação em que os blocos econô- micos se encontram e são adotadas como critérios para classificação. A seguir, listaremos os exemplos do menor nível de integração para o maior nível de integração econômica. z Mercado Comum: a liberdade de circulação não se restringe apenas a produtos, mas se estende a outros agentes do mercado, como serviços, capital e pessoas. O estabelecimento de um Mercado Comum visa diminuir (sucessivamente, por meio de políticas) as barreiras físicas, técnicas e fiscais entre seus países-membros, possibilitando o fortalecimento regio- nal e integral entre eles. Um exemplo de mercado comum é a União Europeia. z União Aduaneira: na União Aduaneira, são fixadas as mesmas taxas de importação e exportação para qualquer país do grupo. Isso significa que um país externo compra e ven- de produtos para os países de uma União Aduaneira como se eles fossem (ao menos para fins comerciais) um mesmo país. Um exemplo de bloco econômico de união aduaneira é o Mercosul. z Área de Livre Comércio: as Áreas de Livre Comércio avançam nas medidas de protecio- nismo comercial dos países-membros, criando isenções tarifárias para produtos estratégi- cos. Assim, esses bens passam a ser comercializados como produtos nacionais, não como bens importados. Nesse tipo de acordo, os produtos são isentos de taxas para circulação dentro do bloco, mas os países-membros ainda têm autonomia para criar taxas externas diferenciadas para países que estão fora do bloco, viabilizando a integração regional entre eles, sem influenciar suas políticas alfandegárias externas. Um dos exemplos de bloco econômico de Área de Livre Comércio é o United States-Mexi- co-Canada Agreement (USMCA), firmado em 2018 para dar continuidade à manutenção do NAFTA. 38 Todos os direitos são reservados à Nova Concursos. z União Política, Econômica e Monetária: conserva as características dos demais blocos econômicos, indo além em sua integração, cujas características incluem a adoção de uma moeda comum para todos os países-membros e a organização supranacional permanente, com representantes de todos os países membros. Assim, além da livre circulação de produtos, do estabelecimento de um mercado comum e da livre circulação